IV CIMEIRA LUSO-ARGELINA ARGEL, 10 DE MARÇO DE 2015 DECLARAÇÃO COMUM 1. A convite de Sua Excelência o Primeiro-Ministro da República Democrática e Popular da Argélia, Senhor Abdelmalek Sellal, Sua Excelência o Primeiro-Ministro da República Portuguesa, Senhor Pedro Passos Coelho, efetuou, a 10 de Março de 2015, uma visita oficial à Argélia, chefiando uma importante delegação composta por Ministros e Altos Funcionários. 2. Sua Excelência o Primeiro-Ministro de Portugal Senhor Pedro Passos Coelho foi recebido em audiência por Sua Excelência o Presidente da República, Senhor Abdelaziz Bouteflika. 3. Os Primeiros-Ministros de Portugal e da Argélia co-presidiram os trabalhos da IV Cimeira Luso-Argelina, que teve lugar em Argel, no quadro do Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação, assinado a 8 de Janeiro de 2005, em Argel, com a participação das respetivas delegações, que figuram na lista dos anexos I e II. 4. Os trabalhos desta Cimeira Bilateral, que coincide com o décimo aniversário do Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação, desenrolaram-se sobre o tema «Partenariado e Desenvolvimento», num clima particularmente cordial e caloroso, refletindo a natureza estratégica das relações luso-argelinas, marcadas pela compreensão, entendimento mútuo e convergência de pontos de vista sobre questões regionais e internacionais de interesse comum. 5. Para além dos encontros que reuniram os Primeiros-Ministros Abdelmalek Sellal e Pedro Passos Coelho, foram organizadas reuniões sectoriais entre o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal e o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia; entre o Ministro da Economia de Portugal e os Ministros da Indústria e Minas, das Obras Públicas, dos Transportes, dos Correios e das Tecnologias de Informação e Comunicação da Argélia; e entre Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal e os Ministros do Ordenamento do Território e do Ambiente, e dos Recursos Hídricos da Argélia. 1 Relações bilaterais 6. Os encontros permitiram uma discussão proveitosa sobre o estado das relações bilaterais nos diferentes domínios de atividade e sobre as formas do seu desenvolvimento, em benefício dos dois povos amigos. 7. As duas delegações revelaram com satisfação os progressos registados na relação entre Portugal e a Argélia, desde a Cimeira de Oeiras, no processo de reforço, de diversificação e de consolidação das relações de cooperação bilateral e comprometeram-se a apoiar esta dinâmica. 8. As duas partes reafirmam a vontade comum de aprofundar o diálogo político ao mais alto nível e sublinham o seu apreço pela qualidade e regularidade das trocas entre os dois governos. As duas partes registaram, com satisfação, a realização de consultas políticas ao nível de DiretoresGerais dos respetivos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, em Dezembro de 2014, em Lisboa. Felicitam-se pelo apoio recíproco às candidaturas a organismos internacionais. As duas partes felicitam-se pela assinatura do Protocolo de Cooperação entre os Institutos Diplomáticos dos dois países. 9. As duas partes felicitam-se pela regularidade das sessões do Grupo de Trabalho Económico Conjunto Luso-Argelino, que realizou a quarta reunião em Argel, em 2014, ocasião na qual renovaram o interesse que conferem a este mecanismo de cooperação bilateral. A quinta reunião deverá ter lugar em Lisboa, em 2016. 10. As duas partes procederam a uma ampla troca de informações e à avaliação relativa à situação em ambos os países. 11. As duas partes sublinham o papel dinâmico dos grupos parlamentares de amizade das respetivas assembleias legislativas, na promoção e desenvolvimento dos laços de amizade e de cooperação entre Portugal e a Argélia. As duas partes felicitam-se pela próxima visita de uma delegação de parlamentares portugueses à Argélia. 12. As duas partes sublinham a excelência das relações entre Portugal e a Argélia no sector da defesa. As duas partes acordaram sobre a necessidade de concluir o Protocolo de Cooperação no domínio da Indústria Militar e de Pesquisa e Desenvolvimento da Defesa. 13. As duas partes felicitam-se pela celebração, neste ano, do décimo aniversário da assinatura do Acordo de Cooperação no domínio da Defesa, que tem permitido o fortalecimento da cooperação neste domínio. 2 14. As duas partes felicitam-se pela qualidade das relações económicas e financeiras luso-argelinas. A este respeito, exprimiram a sua satisfação relativa ao aumento notável do volume global de trocas comerciais entre Portugal e a Argélia, ao longo dos últimos cinco anos. Encorajam os seus operadores económicos a prosseguir o desenvolvimento desta relação, nomeadamente através do estabelecimento de parcerias. 15. As duas partes felicitam-se com a renovação do programa de trocas culturais para o período de 2015-2017.Neste contexto, concordaram levar a cabo iniciativas com vista a reforçar mais ainda a cooperação cultural, em especial nos domínios da preservação do património cultural e do desenvolvimento das disciplinas artísticas, tais como a música e o cinema. 16. De igual modo, as partes exprimiram a sua satisfação pelo evento cultural “Tlemcen – Capital da Cultura Islâmica 2011”, para o qual a contribuição da parte portuguesa para o seu sucesso foi muito apreciada, e reiteraram a importância que atribuem à promoção destes intercâmbios. 17. A parte argelina felicita-se pela participação de Portugal no evento “Constantine – Capital da Cultura Árabe 2015”. 18. As partes manifestaram a sua disponibilidade para organizar uma semana cultural argelina em Portugal. 19. As duas partes exprimiram a sua satisfação com o nível de trocas realizadas em matéria de cooperação científica e universitária entre os dois países, que se traduziu, ao longo de 2014, por trocas de visitas ministeriais e de delegações universitárias, bem como de co-publicações científicas. 20. As partes felicitam-se pelo lançamento em breve de três projetos destinados às comunidades universitárias dos dois países, nos domínios da nanotecnologia, oncologia, biotecnologia e sismologia, mobilizando um orçamento de 300.000 euros por cada parte. 21. De igual modo, as partes acordaram iniciar negociações para assegurar a participação da Argélia no Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia, em Braga. 22. Reconhecendo a importância dos intercâmbios educacionais e escolares, que contribuem para uma compreensão mútua entre os povos, as duas partes acordaram avançar para uma coordenação dinâmica através da elaboração de um programa executivo que integre a geminação de estabelecimentos escolares, intercâmbio de conhecimento e experiências nos domínios da educação e das técnicas de aprendizagem das línguas estrangeiras, bem como as técnicas desenvolvidas no âmbito da formação. 3 23. As partes felicitam-se pela assinatura do Memorando de Entendimento entre a Agência Portuguesa de Notícias (LUSA) e a Algérie Presse Service (APS), que substitui o Protocolo assinado entre as partes, em Lisboa, a 9 de Novembro de 2010. 24. As duas partes felicitam-se pela assinatura do Memorando de Entendimento no domínio dos Arquivos, que contribuirá para estimular a dinâmica no âmbito da cooperação nesta área. 25. As duas partes felicitaram-se pela assinatura do Memorando de Entendimento nos domínios da Juventude e do Desporto, em Novembro de 2013, em Argel, e registaram com satisfação a sua execução mediante a formação de técnicos argelinos em anti-dopagem. Felicitaram-se também pelo nível de cooperação em matéria de criação de infraestruturas desportivas. 26. As duas partes sublinham a importância da vertente relativa à juventude, neste Memorando, que certamente estabelecerá pontes entre os jovens dos dois países, favorecendo a organização de encontros em torno de atividades suscetíveis de criar laços de amizade e solidariedade, numa atmosfera construtiva de troca de experiências e de ideias, com vista a levar os jovens a contribuir para tornar a Bacia do Mediterrâneo um espaço de paz, de desenvolvimento e de prosperidade para todos os países, no contexto da boa vizinhança. 27. As duas partes concordam em prosseguir com a execução deste Memorando através de um calendário operacional e encorajam os encontros desportivos amigáveis, nomeadamente entre clubes, centros de formação e academias de futebol dos dois países. 28. Em virtude das potencialidades e possibilidades de complementaridade existente entre os dois países, as duas partes reiteraram o seu interesse em promover uma parceria de escolha nos domínios industrial e mineiro. Neste contexto, as duas partes recordam o Roteiro para uma Parceria Estratégica no quadro da Cooperação Industrial, assinado em Lisboa, em 2013. 29. Esta relação, que já tem conduzido à criação de parcerias LusoArgelinas em diversos setores, dever-se-á materializar, no curto prazo, em novos projetos de parcerias industriais mutualmente benéficas entre empresas dos dois países. 30. As duas partes incentivam os seus operadores económicos, públicos e privados, a intensificar os contactos entre as PMEs dos dois países e a 4 multiplicar os espaços de encontro entre os operadores económicos e empresários dos dois países. 31. As partes registaram com satisfação a assinatura do Acordo entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e Agência Nacional de Desenvolvimento e Investimento argelina (ANDI), em Março de 2014, em Argel. Também a cooperação institucional representa um domínio importante para o desenvolvimento de estruturas de apoio à indústria, nomeadamente na normalização, propriedade industrial, metrologia legal e formação. 32. As duas partes felicitaram-se pelas visitas recíprocas dos Ministros que tutelam o Turismo e o Artesanato dos dois países e pela participação mútua nas iniciativas e actividades organizadas em Portugal e na Argélia nestes setores. 33. As duas partes felicitam-se pela assinatura do Programa de Cooperação no domínio da Formação Turística. 34. As duas partes felicitam-se pela assinatura Protocolo de Cooperação no domínio do Controlo Económico, da Repressão de Fraudes e da Proteção do Consumidor. 35. As duas partes registaram com satisfação a cooperação no domínio financeiro, nomeadamente nos setores bancário e de monética. As duas partes encorajam os operadores destes setores a prosseguir as negociações em curso de projetos de parcerias neste domínio. 36. As duas partes recordaram a realização em Argel da 1ª reunião do Comité Técnico Misto de Obras Públicas, no ano de 2013, com a participação de Portugal como país convidado de honra do Salão Internacional de Obras Públicas de Argel e da organização de um seminário técnico no Ministério das Obras Públicas argelino, que permitiu acordar a realização da segunda reunião do Comité em Lisboa, este ano. As duas partes notaram, com satisfação, as atividades das parcerias luso-argelinas sobre o desenvolvimento das infraestruturas argelinas. 37. As duas partes exprimiram o seu interesse pela colaboração futura no quadro do projeto «Acompanhar os Organismos das obras públicas argelinos sob tutela na Implementação de Sistemas de Ajuda à Decisão para a Gestão da Rede Rodoviária e de Estruturas Artísticas», e pelas negociações relativas à assinatura de um Protocolo de Cooperação entre o Organismo Nacional de Controlo Técnico das Obras Públicas (CTTP) da Argélia e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) de Portugal. 5 38. As duas partes felicitam-se pela recondução do Memorando de Entendimento entre o ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade) e o Organismo de Controlo Técnico das Obras Públicas (CTTP), assinado por ocasião da 3ª Reunião de Alto Nível luso-argelina a 9 de Novembro de 2010. 39. As duas partes reiteram a vontade de reforçar a troca de experiências e de conhecimentos, nomeadamente através da organização de Seminários e jornadas temáticas. 40. As duas partes acordaram organizar a cooperação no domínio da habitação, urbanismo e cidades através de operações de investimento realizadas pela parte argelina para as empresas, grupos empresariais e industriais da área da construção, para a realização de programas de habitação produzidos e/ou realizados segundo processos construtivos industriais, que visem a entrega de habitações, em prazos reduzidos, nas melhores condições relativas à qualidade, ao preço e ao conforto. 41. As duas partes sublinharam a importância de consolidar a mobilidade entre cidadãos dos dois países. Neste sentido, acordaram sobre a necessidade de iniciar as negociações sobre o projeto de Protocolo de Facilitação de Vistos. 42. As duas partes regozijaram-se pela entrada em funcionamento, desde 14 de Abril de 2014, da nova ligação entre Argel-Lisboa, da Air Algérie, com uma maior frequência, que vem fortalecer os laços assegurados desde 1 de Junho de 2010 pela companhia aérea portuguesa TAP. 43. As duas partes manifestaram interesse em reforçar a cooperação no domínio da comunicação, da navegação e da vigilância/gestão do tráfego aéreo, nomeadamente através da promoção de ações de formação. 44. As duas partes acordam em reunir, antes do fim do ano corrente, o Comité Misto marítimo, bem como o Comité Misto para os transportes rodoviários internacionais de passageiros, de mercadorias e de trânsito, de acordo com os artigos consagrados, respetivamente, nos acordos bilaterais assinados a 22 de Janeiro de 2007 e a 9 de Junho de 2008. 45. As duas partes felicitam-se pela assinatura do Memorando de Entendimento no domínio dos Transportes, com o objectivo de fornecer a assistência técnica, a formação e estabelecimento de parcerias LusoArgelinas. 6 46. A parte argelina confirmou o convite endereçado a Portugal para participar como país de honra no 1º Salão Internacional de Transportes de Argel, a organizar durante este ano. 47. As duas partes comprometeram-se a explorar as possibilidades de cooperação, nomeadamente nos eixos relativos à reparação e construção naval, à formação marítima e portuária e as infraestruturas portuárias. 48. As duas partes manifestaram interesse em reforçar a cooperação no domínio das tecnologias da informação e comunicação. Neste contexto, concordaram com a necessidade de prosseguir as negociações do projeto de Protocolo para o Desenvolvimento e Cooperação no domínio do Investimento na Indústria da Tecnologias de Informação e Comunicação. 49. As duas partes acordaram promover a cooperação no domínio da pesca e da aquacultura através da instituição de um Comité Técnico Misto que será responsável pelo acompanhamento, execução e avaliação das disposições do Memorando de Entendimento, assinado a 31 de Maio de 2005, nos termos do Artigo 4º deste Memorando. 50. A parte argelina convidou o seu homólogo português a participar no Salão Internacional de Pesca e Aquacultura, que terá lugar na Wilaya d’Oran, entre os dias 1 e 5 de Outubro de 2015. 51. O Ministro da Pesca e dos Recursos Haliêuticos recebeu com satisfação o convite que lhe foi endereçado pela sua homóloga portuguesa, com vista a participar na ”Semana Azul” que se realizará em Lisboa, entre os dias 3 e 6 de Junho de 2015. Nessa ocasião, está prevista uma reunião de Ministros responsáveis pelo Mar e Oceanos, uma Feira sobre economia azul (Blue Business Forum), evento destinado aos empresários e instituições da economia azul, e a 3ª Cimeira Mundial dos Oceanos, organizada pelo “The Economist”. 52. As duas partes saudaram a assinatura, a 28 de Novembro de 2013, em Argel, de quatro protocolos de cooperação nos domínios da agricultura, das florestas, da saúde animal e da proteção dos vegetais e da quarentena vegetal. 53. De igual modo, as duas partes felicitam-se pela assinatura, a 20 de Novembro de 2014, em Lisboa, do Programa Executivo nos domínios da agricultura e das florestas. 54. As duas partes notam, com satisfação, o nível de cooperação no domínio das florestas e concordaram em implementar as acções de cooperação identificadas pelas instituições relevantes dos dois países. 7 55. As partes expressaram o seu interesse em reforçar a cooperação e a troca de peritos para a identificação e a implementação de acções e/ou de projectos de cooperação nos domínios validados pelas duas partes, aquando da 4ª Reunião do Grupo de Trabalho Conjunto luso-argelino, que teve lugar em Argel, a 19 de Março de 2014. 56. As duas partes reafirmaram a sua vontade de examinar a possibilidade de implementar um partenariado económico no domínio agrícola e agroalimentar. 57. As duas partes acordaram sobre a necessidade de reforçar a cooperação bilateral no domínio dos recursos hídricos, nomeadamente através da organização do Comité Técnico Misto durante este ano e da implementação de recomendações definidas na Ata da 4ª Reunião do Grupo de Trabalho Conjunto luso-argelino, que teve lugar em Argel, a 19 de março de 2014. 58. As duas partes concordaram com a necessidade de desenvolver a cooperação bilateral nos domínios do Ambiente e Ordenamento do Território e felicitam-se pela assinatura do Memorando de Entendimento no domínio do Ambiente e Ordenamento do Território. 59. A parte portuguesa manifestou o seu interesse em estabelecer uma parceria para realizar um projeto integrado no domínio do ambiente e do ordenamento do território, nomeadamente na recuperação do litoral da Wilaya de Béjaia, cidade onde nasceu e morreu um ex-presidente da República Portuguesa. 60. As duas partes felicitam-se pela implementação de um quadro jurídico para o desenvolvimento da cooperação no domínio da energia, enquanto sector estratégico da economia dos dois países, através da assinatura do Memorando de Entendimento neste domínio. 61. As duas partes registam, com satisfação, a participação das empresas portuguesas na criação de estabelecimentos hospitalares na Argélia e encorajam a continuação das consultas com vista à assinatura de um Acordo no domínio da Saúde, que iniciará um quadro de cooperação frutífero entre os dois países. 62. As duas partes incentivam a continuação das negociações relativas ao projeto de Convenção sobre a Segurança Social, que prevê a cobertura social dos trabalhadores migrantes dos dois países, que exerceram uma atividade num ou noutro país e convidam os peritos da Segurança Social a reunirem em Argel, no decurso de 2015, com o objectivo de finalizar este projecto de Convenção. 8 63. As duas partes acordaram estabelecer uma cooperação no domínio da inspecção do trabalho, através da troca de experiências em matéria de modernização da inspecção do trabalho e da metodologia de investigação para o controlo das condições de trabalho nas empresas nas quais existe grande utilização de produtos químicos. 64. As duas partes manifestaram o seu interesse em desenvolver eixos de cooperação no domínio social, através da partilha de experiências e de conhecimentos em matéria de inserção e desenvolvimento social, de protecção e promoção dos direitos das pessoas portadoras de deficiência, assim como no domínio da promoção da família e da condição da mulher. 65. Neste contexto, a parte argelina propõe à parte portuguesa de criar um quadro jurídico nos domínios supra referidos, sob a forma de um Memorando de Entendimento entre os dois países. 66. As duas partes concordaram com a necessidade de prosseguir com as discussões sobre o projecto de Memorando de Entendimento no domínio da Formação e Ensino Profissional. Comprometeram-se ainda a desenvolver a cooperação em matéria de profissionalização dos formadores na área da construção e desenvolvimento de competências e conhecimentos das técnicas integradas da construção. Questões regionais e internacionais 67. No plano internacional, a Argélia, no seio do Mundo Árabe e de África, e Portugal, no seio da União Europeia, empenham-se, cada um no seu ambiente geográfico, pela aproximação de pontos de vista e posições para fazer face eficazmente aos desafios que se colocam à estabilidade, à segurança e à cooperação, no seu espaço geopolítico comum. 68. As duas partes reiteraram o seu compromisso de colaborar ativamente para reforçar as relações de cooperação euro-mediterrânicas, de forma a tornar este espaço uma zona de paz, segurança e prosperidade partilhada. 69. As partes saudaram também a orientação do Centro Norte-Sul para novas perspectivas dirigidas às mulheres e aos jovens no Mediterrâneo. Apelam assim ao reforço do Centro, através, nomeadamente, do alargamento dos seus membros e da prossecução do apoio às suas actividades. 70. As duas partes reiteraram a importância da parceria entre a União Europeia e a Argélia, baseada no respeito e compreensão recíprocos, e interesses mútuos, nomeadamente no domínio da segurança, da luta contra 9 o terrorismo, das migrações, da energia e das relações económicas e comerciais. O processo de revisão da Política Europeia de Vizinhança, sobre a qual as duas partes estão comprometidas de forma construtiva, permitirá desenvolver uma política eficaz que tenha em conta as especificidades e realidades de cada um dos países parceiros. 71. As duas partes felicitam-se pela realização da 11ª reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros do Diálogo 5+5, a 22 de maio de 2014, em Lisboa, bem como pelas restantes reuniões ministeriais sectoriais e reiteram o seu compromisso em cooperar neste quadro de concertação e consulta, que se impõe cada vez mais como um fórum de diálogo incontornável no Mediterrâneo Ocidental e que permite aproximar os pontos de vista sobre questões de interesse comum, bem como sobre os desafios da região. 72. As duas partes passaram em revista os últimos desenvolvimentos da situação que prevalece na Líbia e constataram que partilham das mesmas análises e abordagens no que respeita a encontrar uma solução duradoura para a crise líbia, através de uma solução política que preserve a unidade, a integridade territorial do país e a coesão do povo líbio; e que abra caminho para a implementação de instituições encarregues de gerir a transição, permitindo assim uma luta mais eficaz contra o terrorismo. 73. As duas partes concordaram com a importância para todos os parceiros regionais e internacionais da Líbia de trabalhar em conjunto para uma agenda comum, que tenha em vista a estabilidade e a coesão do povo líbio e de apoiar os esforços do Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Líbia, Senhor Bernardino Léon, com vista a um diálogo inclusivo entre todos os líbios, excluindo os grupos terroristas. Recordam a importância de partes externas se absterem de toda a ação suscetível de comprometer a transição democrática da Líbia. 74. As duas partes trocaram pontos de vista e analisaram a situação securitária que permanece na região sahelo-sahariana e exprimiram o seu interesse numa coordenação mais estreita entre os dois países, com vista à promoção da paz e da estabilidade nesta região. 75. As duas partes enfatizaram a interdependência entre a paz, segurança e desenvolvimento e sublinharam a importância da onda de solidariedade internacional em relação ao Sahel e à África Ocidental se concretizar nos países beneficiários, nomeadamente nos mais vulneráveis, pelo reforço da sua capacidade em garantir a segurança das suas populações, em combater as ameaças à paz e estabilidade e em promover o desenvolvimento socioeconómico. 10 76. As duas partes manifestam a sua satisfação quanto aos esforços de mediação internacional sobre os auspícios da Argélia, com vista a alcançar uma solução definitiva e duradoura da crise no Mali, no respeito pela unidade e integridade territorial do país. As duas partes felicitam-se, nesse sentido, da rúbrica, a 1 de Março 2015, em Argel, do Acordo de Paz e da Reconciliação Nacional do Mali, concluído no quadro do Processo de Argel e apelam à sua assinatura por todas as partes. Exortam as várias partes a permanecer comprometidas, de boa fé e de forma construtiva, no processo de paz em curso, para permitir a conclusão célere de um acordo de paz. 77. As duas partes consideram que a resolução desta crise permitirá não só restabelecer a estabilidade no Mali, mas também lutar mais eficazmente contra o terrorismo e as suas conexões em toda a zona sahelo-sahariana. 78. As duas partes reiteraram a sua absoluta condenação do terrorismo, que constitui uma ameaça à estabilidade dos Estados, bem como à paz e segurança internacionais. As partes apelam ao reforço da luta internacional contra as redes terroristas e do crime organizado, e ao alargamento dos mecanismos de cooperação para esgotar as suas fontes de financiamento, nomeadamente o pagamento de resgates e o tráfico de armas. A troca de informações e o auxílio judiciário mútuo constituem, neste âmbito, ferramentas muito importantes para a sua erradicação. As duas partes reiteraram a importância da implementação de todas as Resoluções do CSNU pertinentes em matéria de luta contra o terrorismo. A celebração de convenções bilaterais e de um instrumento multilateral no quadro das Nações Unidas poderão consolidar a cooperação interestadual contra o terrorismo transnacional e responder às necessidades de segurança e de desenvolvimento de toda a comunidade internacional. 79. As duas partes reafirmam a urgência de encontrar uma solução justa, duradoura e global para o conflito do Médio Oriente, para o estabelecimento de um Estado palestiniano independente, dentro das fronteiras de 1967, no quadro de uma solução de dois Estados, em conformidade com a legalidade internacional, com a Iniciativa Árabe de Paz e com as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A parte argelina felicitou-se pela adoção, a 12 de Dezembro de 2014, pelo Parlamento português, de uma resolução que recomenda ao Governo reconhecer o Estado palestiniano como Estado independente e soberano, em conformidade com os princípios de Direito Internacional. 80. As duas partes reafirmam o seu apoio aos esforços do Secretário-Geral das Nações Unidas, Senhor Ban Ki-Moon, e do seu Enviado Pessoal para o Sahara Ocidental, Senhor Christopher Ross, no sentido de encontrar uma solução política justa, duradoura e mutualmente aceitável, que permita a 11 autodeterminação do povo do Sahara Ocidental, no quadro das resoluções pertinentes das Nações Unidas. 81. As duas partes reafirmaram a sua determinação de cooperar no contexto das Nações Unidas, sobre as questões de interesse comum, com vista a reforçar o papel desta Organização na promoção da paz, da segurança e do desenvolvimento mundial. 12 ANEXO I: Lista da Delegação portuguesa Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Rui Machete Ministro da Economia António Pires de Lima Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia Jorge Moreira da Silva Embaixador de Portugal em Argel António Gamito Diretor-Geral de Política Externa Francisco Duarte Lopes Assessora Diplomática Primeiro-Ministro Virgínia Pina Assessor Económico do Primeiro-Ministro Rodolfo Rebelo Assessor de Imprensa do Primeiro-Ministro Rui Baptista Ferreira Adjunto Diplomático do Primeiro-Ministro Hugo Palma Diretora de Serviços do Médio Oriente e Magrebe Alexandra Bilreiro Chefe de Divisão do Magrebe Ana Menezes Cordeiro Adjunto do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Bruno Paes Moreira Adjunto do Ministro da Economia Filipe Ramalho Ortigão Adjunto do Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia Rui Boavida Departamento de Assuntos Jurídicos Paulo Machado Conselheiro na Embaixada de Portugal em Argel Fernando Morgado Intérprete Patrícia Roman 13 ANEXO II : Lista da Delegação argelina Primeiro-Ministro Abdelmalek Sellal Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Ramtane Lamamra Ministro da Indústria e das Minas Abdesalam Bouchouareb Ministro das Obras Públicas Abdelkader Kadi Ministro dos Transportes Amar Ghoul Ministra dos Correios e das Tecnologias de Informação e Comunicação Ministra do Ordenamento do Território e do Ambiente Zouhra Derdouri Dalila Boudjemaa Ministro dos Recursos Hídricos Hocine Necib Diretor-Geral da Europa do MNE Noureddine Berdad-Daidj Embaixadora da Argélia em Lisboa Fatiha Selmane Diretor dos Países da Europa Ocidental Abderahmane Bengerrah Sub-Diretora dos Países da Europa du Sul Nadia Lamrani Direção das Relações Externas e de Cooperação/MDN Direção das Relações Externas e de Cooperação/MDN Direção-Geral dos Assuntos Consulares e Juridicos Sub-Diretora dos Acordos Bilaterais à la DGAJC/MNE Coronel Khider Chabni Coronel Abdelghani Chibani Ali Redjal Noura Derradji Chefe do Serviço da Península Ibérica Zoubir Benarbia Secretário na DGE/MNE Fayssal Ayad Diretor no Ministério do Desporto Djebbab Abdelmadjid Conselheiro no Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural Diretora de Cooperação no Ministério da Solidariedade Nacional, da Família e da Condição da Mulher Responsável dos estudos e síntese do Ministério dos Recursos Hídricos Benagoudjil Youcef Bencherif Amira Brrouri Malya Sub-Diretor no Ministério das Finanças Bouharaoua Ali Chefe de Divisão da Cooperação no Ministério da Industria e das Minas Boussoussa Zineddine 14 Sub-Diretor da Cooperação Bilateral no Ministério dos Correios e das Tecnologias de Informação e Comunicação Sub-Diretor da Cooperação no Ministério da Formação e do Ensino Professional Chefe do Serviço da Cooperação Bilateral ao Ministério da Comunicação Diretor da Programação dos Investimentos e da Cooperação no Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural Sub-Diretora da Cooperação no Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural Sub-Diretor da Cooperação no Ministério da Educação Nacional Sub-Diretor da Cooperação no Ministério da Saúde, da População e da Reforma Hospitalar Diretora de Cooperação no Ministério da Cultura Diretor da Cooperação no Ministério do Turismo e do Artesanato Sub-Diretora da Cooperação no Ministério da Pesca e dos Recursos Haliêuticos Centro de Estudos e Síntese no Ministério da Juventude Sub-Diretor da Formação de Estudantes Estrangeiros no Ministério do Ensino Superior e da Investigação Científica Diretor da Regulação do Emprego no Ministério do Trabalho, do Emprego e da Segurança Social Diretora dos Estudos Jurídicos no Ministério do Trabalho, do Emprego e da Segurança Social Magistrado no Ministério da Justiça CES no Ministério do Urbanismo e das Cidades Sub-diretora da Cooperação no Ministério dos Transportes CES no Ministério dos Transportes Desk Portugal no Ministério do Interior e das Colectividades Locais Sub-Diretor da Cooperação no Ministério das Obras Públicas 15 Ouyahia Farid Righi Cherif Djghader Abdelghani Mekersi Scander Benyahia Zeghli Houria Hocine Mounir Brahiti Ramdane Akeb Fatiha Ambes Hocine Atmani Louisa Dahlia Hammoutene Bouhenna Abderrahmane Mekhazni Rabah Yekken Bahia Oussedik Aziza Djelliout Mahsia Sellam Nadia Khoukhi Mourad Boudissa Dallel Taallah Mahdya Chefe de Serviço no Ministério das Obras Públicas Diretor Geral no Ministério do Ordenamento do Território e do Ambiente Funcionário do Ministério do Ordenamento do Território e do Ambiente CES dos Arquivos Djouamaa Sabrina Grimes Samir Medani Siham Chafou Mohamed Abdou 16