ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 6055 DE 20 DE NOVEMBRO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Prémios Paulo Alexandre Coelho AÇOREANA RISK MANAGEMENT Iniciativa volta a premiar as melhores empresas nacionais na gestão de risco Gás natural, biodiesel, satélites, energia eléctrica e rações. Dois prémios e três menções honrosas. TEXTOS DE CARLOS MORAIS [email protected] A gestão do risco está cada vez mais presente na estratégia das empresas portuguesas. O número e a qualidade das candidaturas aos Prémios Risk Management 2014 comprovam a maior sensibilidade para o tema. A 2.ª edição desta iniciativa, promovida pela Açoreana Seguros em parceria com o Diário Económico e com o apoio técnico do ISQ –Instituto de Soldadura e Qualidade, teve o seu ponto alto na noite do passado dia 13, com a divulgação e consagração dos vencedores. Após vários meses de análise das mais de cem candidaturas (que não podem ser auto-propostas), do ‘roadshow’ promocional realizado pelo País (as Conferências Açoreana Risk Mangement / Diário Económico) e da enorme expectativa dos concorrentes, foram anunciadas as gestões do risco mais adequadas à sua actividade. O júri, constituído por um painel de seis elementos de áreas diversas, mas todos em contacto com o universo empresarial, distinguiu as melhores práticas, tal como na primeira edição, em cinco categorias – dois prémios e três menções honrosas. O prémio para as grandes empresas (Risk Management Grandes Empresas) foi atribuído à REN – Redes Energéticas Nacionais, pela política de gestão do risco no Terminal de Gás Natural de Sines, que, segundo o júri, “satisfaz todos os critérios de qualidade e segurança com eficiência, rigor e destaque a nível europeu”, assumindo o estatuto de referência. Coube à Fábrica Torrejana o galardão destinado às pequenas e médias empresas (Risk Management PME). A “excelência nas instalações e nos processos” prosseguidos na sua unidade de produção de biodiesel levou à distinção desta empresa de Riachos, no concelho de Torres Novas. A menção honrosa Risk Management Prevenção foi atribuída à EDA – Electricidade dos Açores, designadamente pelo seu desempenho na gestão do risco na Central Termoeléctrica do Caldeirão (ilha de São Miguel). Já a menção honrosa Risk Management Inovação teve como destinatário o Arquipélago da Madeira, mais propriamente a Eutelsat-Madeira, responsável por uma frota de satélites de comunicações que estão a mais de 30 mil quilómetros da Terra. A Raporal – Rações de Portugal, sediada no Montijo, pela “sua participação em diversos projectos de parceria de natureza inovadora e diferenciadora”, arrecadou a menção honrosa Risk Management Especial Confiança. ■ OS VENCEDORES Risk Management Grandes Empresas: REN – Redes Energéticas Nacionais Risk Management PME: Fábrica Torrejana MENÇÕES HONROSAS: Risk Management Prevenção: EDA – Central Termoeléctrica do Caldeirão Risk Management Inovação: Eutelsat-Madeira Risk Management Especial Confiança: Raporal – Rações de Portugal II Diário Económico Quinta-feira 20 Novembro 2014 P R É M I OS A Ç O R E A N A R I S K M A N AG E M E N T D I Á R I O ECO N Ó M I CO 1 2 Fotos: Paulo Alexandre Coelho 3 Gestão do risco deve manter-se como Na Gala dos Prémios Risk Management 2014, a importância do tema e o sucesso da iniciativa foram sublinhados Chegaram sem saber o resultado, mas com a certeza desta distinção: ser uma das 12 finalistas de uma competição com mais de cem concorrentes e quase sete meses de duração. As delegações das empresas que passaram à última fase dos Prémios Risk Management foram as estrelas da respectiva Gala, que teve lugar no passada quinta-feira, na Estufa Fria, em Lisboa. O anúncio dos vencedores não foi, contudo, nem imediato, nem simultâneo. A abrir o evento, o promotor e os parceiros desta iniciativa aproveitaram para fazer um balanço da 2.ª edição dos Prémios. Manuel Cruz, presidente do ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade, considerou-a “fundamental para manter o prémio vivo, para que este se perenize” e enfatizou ainda a importância do tema da gestão do risco para as organizações: “É tão importante como estruturar os recursos humanos de uma empresa”. Manuel Cruz fez questão de felicitar todas as candidaturas, mas também os profissionais da Açoreana responsáveis pelos convites e pela angariação dos participantes. E terminou a sua intervenção com uma mensagem mobili- As 12 finalistas da 2.ª edição 1. BP Portugal 2. Coindu – Componentes para Indústria Automóvel 3. EDA – Central Termoeléctrica do Caldeirão 4. Esporão 5. Eutelsat Madeira 6. Fábrica Torrejana 7. Finançor Agro-alimentar 8. Gabor Portugal 9. Raporal – Rações de Portugal 10. REN – Redes Energéticas Nacionais 11. Sanindusa – Indústria de Sanitários 12. Zantia Climatização zadora: “Fazem-se muitíssimas coisas boas neste País”. Naquele que foi o primeiro discurso do jantar-gala, o presidente do Conselho de Administração da Açoreana Seguros lembrou que, em virtude das eleições realizadas na empresa, uma equipa diferente de gestão tomou em mãos a direcção da Açoreana entre a 1.ª e a 2.ª edição dos Prémios Risk Management. No entanto, Fernando Almeida afiançou que a continuidade da iniciativa foi desde logo tomada como “indiscutível”. E aproveitou para enaltecer os dois pilares dos Prémios – “responsabilidade social e inovação” – e recordar todo o percurso feito para chegar ao veredicto final: selecção das empresas, ‘roadshow’ de conferências e análise de candidaturas. O responsável máximo da Açoreana reforçou ainda que “uma companhia de referência tem a obrigação de sensibilizar as empresas para a importância do risco na gestão”, referindo o “orgulho no presente” e o “optimismo para o futuro” que existem na companhia que dirige e nos seus clientes. Os concorrentes aos Prémios Risk Management voltaram ao centro do discurso aquando da intervenção de José Gomes, que preside à Comissão Executiva da Açoreana. José Gomes destacou o número e a qualidade de todas as candidaturas, não tendo dúvidas de que “todas as empresas estão de parabéns”. O CEO da seguradora referiu a importância do ‘roadshow’ realizado no âmbito desta iniciativa, designadamente na “muito interessante apresentação de casos práticos” e na “partilha de situações críticas de risco”. Para José Gomes, a “actualidade e a relevância” do tema da gestão do risco remete para um valor muito caro à Açoreana e aos alvos do seu eixo estratégico de actuação (as PME): a inovação. A melhoria da qualidade das candidaturas verificada da 1.ª para a 2.ª edição foi uma nota de destaque na intervenção de António Costa. O director do Diário Económico lembrou o compromisso do jornal com o tema e os Prémios, lembrando que “no início, poucos acreditariam que as empresas estariam dispostas a mostrar o que estão a fazer na gestão de risco”. António Costa referiu também que “há um conjunto já bastante alargado de empresas que considera a gestão do risco um ponto crítico, uma prioridade”, num contexto eco- Quinta-feira 20 Novembro 2014 Diário Económico III 3 P E R G U N TA S A JOSÉ GOMES, PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA DA AÇOREANA SEGUROS 4 “Açoreana consolidou posição em 2014” O CEO sublinha a qualidade do júri dos Prémios e aponta a estratégia para o próximo ano. >> L EG E N DA 1. A Gala de entrega dos prémios teve lugar no espaço da Estufa Fria, em Lisboa. 2. O CEO da Açoreana, José Gomes, durante o seu discurso. 3. Fernando Almeida, presidente do Conselho de Administração da Açoreana Seguros. 4. O ISQ esteve representado pelo seu presidente, Manuel Cruz. uma área prioritária pelos seus promotores. nómico “em que poderia haver a tentação de nela se efectuarem cortes”. O tão esperada divulgação dos vencedores e a entrega dos galardões constituiu o ponto alto da Gala dos Prémios Risk Management. O secretismo quanto aos resultados (mesmo os vencedores apenas tomaram conhecimento do veredito do júri poucas horas antes da cerimónia) originou ‘suspense’ no momento do anúncio e declarações somente de circunstân- “ O futuro depende exclusivamente de nós, do nosso trabalho, da capacidade de criarmos sinergias. cia por parte dos premiados. A homenagem ao esforço de todos os trabalhadores e respectiva partilha do prémio; a chamada de atenção para a importância da gestão do risco como ponto estratégico; o agradecimento pelo apoio quotidiano da Açoreana e as felicitações pela iniciativa foram os denominadores comuns das intervenções dos gestores ou dos representantes da EDA, da Eutelsat-Madeira, da Raporal, da Fábrica Torrejana e da REN. ■ “ A gestão do risco é tão importante como estruturar os recursos humanos de uma empresa. “ Há um compromisso claro do Diário Económico e do ETV com este tema da gestão do risco. FERNANDO ALMEIDA, MANUEL CRUZ, ANTÓNIO COSTA, presidente do Conselho presidente do ISQ – Instituto director de Administração da Açoreana Seguros de Soldadura e Qualidade do Diário Económico Que balanço faz da actividade da Açoreana nos últimos 12 meses? A Açoreana tem conseguido compensar o decréscimo no Mercado de Ac}identes de Trabalho com o crescimento noutros ramos, o que permite manter os objectivos gerais de produção. Assim, o nosso ‘forecast’, indica-nos que os nossos Prémios Brutos Emitidos estão alinhados com os objectivos traçados para 2014. O ano de 2014 permitiu consolidar a posição da Açoreana no ‘ranking’ e, não obstante todas as adversidades enfrentadas pelo mercado, afirmar-se como a maior seguradora portuguesa de capitais nacionais. Quais os critérios mais valorizados na escolha dos vencedores dos dois prémios (Risk Management PME e Grandes Empresas)? Os critérios passam, sobretudo, pela análise do controlo operacional e da gestão de emergência das empresas, bem como os processos de comunicação e investigação de acidentes, não conformidades ou oportunidades de melhoria. São avaliadas ainda as componentes de planeamento para identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos, formação, sensibilização, competência, inovação e plano de continuidade de negócio, para além da análise da estrutura, responsabilidade e dos requisitos legais e gerais. É através da junção de todos estes elementos que fazemos as nossas escolhas, pautadas sobretudo na idoneidade, qualidade e vasta experiência empresarial do nosso júri. O que projecta para a Açoreana no próximo ano? Identificámos os eixos estratégicos para os próximos três anos. O crescimento, que é necessário manter, passa pelo controlo e ajuste de Acidentes de Trabalho e uma aposta forte de crescimento em outros ramos de actividade. No fundo, daremos continuidade à nossa aposta ao nível “Auto”, mas também nos ramos “Patrimoniais” e no ramo “Vida”. Um dos desafios que temos também pela frente é desenvolver a nossa carteira ao nível do segmento das empresas: as PME e as empresas em geral. No próximo triénio vamos ainda reforçar aposta no canal banca-seguros. As “Pessoas” também são um outro pilar essencial. Um dos aspectos fundamentais para termos sucesso na implementação destas estratégias é o envolvimento da equipa, da sua motivação. ■ “Um dos desafios que temos também pela frente é desenvolver a nossa carteira ao nível do segmento das empresas: as PME e as empresas em geral.” IV Diário Económico Quinta-feira 20 Novembro 2014 P R É M I OS A Ç O R E A N A R I S K M A N AG E M E N T D I Á R I O ECO N Ó M I CO REN – Redes Energéticas Nacionais RISK MANAGEMENT Grandes Empresas João Botelho (ao centro), director de Edifícios e Serviços Gerais da REN, com o galardão recebido na categoria Grandes Empresas, acompanhado pelo director do Diário Económico, António Costa (à esquerda), Paulo Alexandre Coelho e pelo presidente da CIP, António Saraiva (à direita). Eficiência, rigor e segurança operacional garantem distinção à REN Importante ponto de abastecimento de GNL na Europa, o Terminal de Sines é uma referência de segurança, com um registo estatístico invejável. Apenas um desempenho proporcional ao risco permitiu à REN – Redes Energéticas Nacionais arrecadar o Prémio Risk Management Grandes Empresas 2014. Na unidade analisada pelo júri, o Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Sines, o risco associado à qualidade e à quantidade de gás movimentado tornam esta distinção ainda mais significativa. Segundo informação institucional da própria REN, o Terminal da GNL de Sines é constituído por um conjunto de equipamentos muito vasto: desde as instalações portuárias de recepção, descarga e recarga de navios metaneiros, até às instalações de processamento de GNL e de despacho de gás natural para o gasoduto que liga o Terminal de GNL de Sines à rede de transporte de gás natural, passando por tanques de amazenagem e estação de acostagem para navios com centenas de milhar de metros cúbicos de GNL. Ano concorrido O Prémio Risk Management surge numa altura de grande actividade para o Terminal GNL de Sines. Em 2013, por exemplo, o terminal bateu recordes em várias operações: recebeu 41 navios, realizou seis operações de carga de navios e atingiu as 3138 cargas para camiões-cisterna. Em comparação com 2012, viu aumentar em 8% o número de navios recebidos, duplicando o tempo de utilização do cais em relação a 2011. Quanto às cargas de camiões-cisterna, o aumento foi de 20%. Com uma capacidade nominal de emissão de 900.000 m3/hora – máxima de 1.350.000 m3/hora – e de carregar até 4.500 camiões-cisterna por ano, este terminal é uma importante porta de entrada do GNL na Península Ibérica. Na avaliação feita pelo júri, a política de gestão do risco da REN neste terminal merece o estatuto de “referência”, já que garante o fornecimento ininterrupto de GNL, “satisfazendo todos os critérios de qualidade e segurança, com eficiência, rigor e destaque a nível europeu”. João Botelho, director de Edifícios e Serviços Gerais da REN , refere que “a política de gestão do risco no Terminal de GNL de Sines enquadra-se na política geral do Grupo REN, pretendendo identificar, monitorizar e sempre que possível controlar, no sentido da sua redução, os níveis de risco da actividade do Terminal”. O responsável confirma a evolução na gestão do risco da empresa, considerando-a natural e “resultante do amadurecimento da aplicação das metodologias de controlo de risco à realidade da actividade da empresa, nomeadamente através da identificação e antecipação de novos riscos”. Sobre a conquista do galardão Risk Management, João Botelho refere ser “uma grande honra”, e explica porquê: “Este é um tema que está cada vez mais na agenda das empresas portuguesas e que a nós damos particular importância. Enquanto prestadores de serviço publico, estamos focados na gestão dos riscos seguráveis e não seguráveis do nosso negócio, pois só assim conseguimos garantir a segurança e fiabilidade da operação.” Este director da REN garante ainda que a distinção é, por isso, “um estímulo para que continuemos o trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos”. ■ Quinta-feira 20 Novembro 2014 Diário Económico V Instalações e processos de excelência na produção de biocombustível Para uma actividade exposta a enormes riscos, a Fábrica Torrejana aposta em processos exemplares. O prémio permitirá continuar a investir na formação. Foi na freguesia de Riachos, a cinco quilómetros da sede do seu concelho (Torres Novas), que, em 2006, começou a ser produzido biocombustível em Portugal. Um investimento de 12 milhões de euros colocava a Fábrica Torrejana na vanguarda do mapa nacional das energias renováveis: a outrora fabricante da conhecida marca de azeite Oliveira da Serra passava a transformar, justamente, azeite e óleo vegetal usados numa fonte de energia renovável. Oito anos depois, a Fábrica Torrejana já não está sozinha na produção deste combustível alternativo de queima limpa – uma vez que o número de operadores se aproxima da dezena –, mas permanece como um importante ‘player’ nesta área negócio. A forma como tem sabido fazer a gestão do risco inerente à actividade que desenvolve valeu-lhe o Prémio Fábrica Torrejana RISK MANAGEMENT PME responsáveis, respectivamente, pelo Departamento de Qualidade e Segurança Alimentar e pelo Departamento de Ambiente, Higiene e Segurança da Fábrica Torrejana, no momento em que receberam o prémio. “Áreas sensíveis são monitorizadas por sistemas automatizados” José Sá Pires refere que o risco operacional da empresa é aferido externamente e coloca o enfoque das preocupações da Fábrica Torrejana nas áreas sensíveis, na formação dos trabalhadores e na manutenção preventiva dos equipamentos industriais, que, assegura, cumprem todas as normativas europeias de protecção. De que forma a Fábrica Torrejana trata o risco na sua actividade? O risco operacional da actividade produtiva é avaliado por auditorias externas, que consideram a legislação. Existem procedimentos e instruções de trabalho visando a aplicação das melhores práticas conhecidas, com forte enfoque na protecção e na segurança de pessoas e equipamentos. O reduzido número de acidentes e a qualidade do biodiesel produzido integraram os critérios avaliados pelo júri. Que especificidades concretas e respectivas medidas de prevenção de risco comporta a vossa área de negócio? A nossa actividade é muito exigente no que respeita à segurança das pessoas e das instalações. Existe uma forte preocupação com as áreas sensíveis, que são monitorizadas por sistemas de detecção totalmente automatizados, onde todos os equipamentos cumprem as mais recentes normativas europeias de protecção. A formação dos colaboradores é enfatizada para se alcançarem os objectivos globais de segurança, que visam a ausência de sinistralidade. A empresa aposta fortemente na manutenção preventiva dos equipamentos industriais, procurando a maior disponibilidade e segurança dos mesmos. Paulo Alexandre Coelho Risk Management PME, com a consequente atribuição de um cheque de 30 mil euros. A refinação de azeite e óleos alimentares comporta operações de enorme complexidade e elevado grau de perigo. No processo químico de fabrico do biodiesel (transesterficação), a separação da glicerina da gordura ou óleo vegetal comporta riscos e exige cuidados de prevenção apurados. Por isso mesmo, a produção deve seguir especificações industriais restritas. O reduzido número de acidentes e a qualidade do biodiesel produzido são dois excelentes atestados de ‘performance’ à Fábrica Torrejana. O júri entendeu como decisiva a existência abundante de “locais classificados como atmosferas explosivas”. As instalações e os “processos de excelência”, conjugados com uma “equipa de trabalho empreendedora e exemplar”, também contribuíram para a atribuição do Risk Management PME à empresa de Riachos. José Sá Pires, responsável do Departamento de Ambiente, Higiene e Segurança da Fábrica Torrejana, e um dos responsáveis que lida de perto com a gestão do risco, considera que “o prémio é um estímulo para continuar a investir na formação dos colaboradores”. ■ Ana Catarina Oliveira e José Sá Pires, 3 P E R G U N TA S A JOSÉ SÁ PIRES, RESPONSÁVEL PELO DEPARTAMENTO DE AMBIENTE, HIGIENE E SEGURANÇA DA FÁBRICA TORREJANA Que importância tem para a empresa a obtenção deste prémio? O prémio é um estímulo para continuar a investir na formação dos colaboradores, sendo também uma motivação suplementar para seguir a política de segurança e prevenção aplicada na empresa. ■ VI Diário Económico Quinta-feira 20 Novembro 2014 Menções honrosas atribuídas a competências em áreas críticas EDA – Electricidade dos Açores Ao centro, Carlos Pires dos Santos, coordenador de Prevenção e Segurança na EDA, com Andrea Bertoldi (à esquerda), CEO da AON Benfield, e com Manuel Cruz (à direita), presidente do ISQ. RISK MANAGEMENT Prevenção Desempenho exemplar vale distinção a três empresas de áreas de actividade muito distintas. “ Todo o território português ficou bem representado nos vencedores dos Prémios Risk Management 2014. As menções honrosas da iniciativa da Açoreana Seguros, apoiada pelo Diário Económico e com o apoio técnico do ISQ, foram para empresas dos Açores, Madeira e Montijo. Foi a geografia singular do arquipélago açoriano e a excelente ‘performance’ demonstrada numa actividade bastante complexa que valeram à EDA – Electricidade dos Açores a Menção Honrosa Risk Management Prevenção. Mais concretamente, a distinção foi para a Central Termoeléctrica do Caldeirão (na ilha de São Miguel), que se destaca pela “atitude preventiva dos seus quadros e colaboradores”, consubstanciada “nas boas práticas de prevenção nos locais e equipamentos de trabalho e na participação activa de todos eles nas decisões da gestão do risco” desta central de produção de energia eléctrica. Já monitorizar satélites – e mudando agora de Arquipélago - implica, necessariamente, inovação e uma rigorosa gestão do risco. Quem o sabe bem é a Eutelsat-Madeira, a empresa responsável por um dos 16 centros de monitorização e controlo do maior operador de satélite da Europa (e um dos maiores do mundo), que mereceu a Menção Honrosa Risk Management Inovação. O rigor no controlo operacional é um imperativo desta empresa criada em 2009, rigor esse que permitiu a expansão para Oeste desta organização transnacional. A Eutelsat-Madeira é ainda proprietária do satélite W2A, que explora em termos comerciais. Nas ilhas ou no continente, poucas regiões do País terão o conceito de segurança alimentar como mais oportuno do que o Ribatejo. Por isso mesmo, para a Raporal, sediada no Montijo, a Menção Honrosa Risk Management Especial Confiança comporta especial significado. Nascida há 43 anos como produtor de rações, a Raporal tem, desde o final da década passada, um “posicionamento em toda a fileira de carne de suíno e bovino”. A sua integração “em diversos projectos de parceria, de natureza inovadora e diferenciadora” foi um dos factores de peso para a distinção recebida. ■ São ministradas acções de formação específicas aos trabalhadores, em função dos riscos existentes na sua actividade diária. Eutelsat Madeira Roberto Santos (ao centro), Office Manager da Eutelsat-Madeira, compareceu na gala para receber a menção honrosa atribuída à sua empresa na categoria “Inovação”. RISK MANAGEMENT Inovação MARIA DO CARMO MARTINS, administradora da EDA “ O risco faz parte do nosso negócio. Trabalhamos com satélites que estão a mais de 30 mil quilómetros da Terra. ROBERTO SANTOS, Office Manager da Eutelsat-Madeira “ Esta distinção está de acordo com todo o trabalho que foi desenvolvido pelos nossos colaboradores. PEDRO LAGOA, administrador da Raporal – Rações de Portugal Raporal – Rações de Portugal RISK MANAGEMENT Confiança Da parte da Raporal, coube ao administrador, Pedro Lagoa, receber a distinção em nome da empresa. Fotos: Paulo Alexandre Coelho P R É M I OS A Ç O R E A N A R I S K M A N AG E M E N T D I Á R I O ECO N Ó M I CO Quinta-feira 20 Novembro 2014 Diário Económico VII 3 P E R G U N TA S A MARIA MANUEL FARINHA, COORDENADORA TÉCNICA DA ÁREA DE SEGURANÇA INDUSTRIAL DO ISQ Paulo Alexandre Coelho “A maior preocupação é a gestão do risco financeiro” Júri satisfeito com a qualidade das candidaturas Competição entre empresas pode ajudar a disseminar boas práticas. A escolha do júri dos Prémios Risk Management reflete a forte aposta da Açoreana Seguros e dos parceiros (ISQ e Diário Económico) nesta iniciativa. A equipa que avaliou as candidaturas a concurso foi composta por prestigiadas personalidades do universo empresarial e académico. Assim, integraram formalmente o júri José Gomes (CEO da Açoreana), Manuel Cruz (presidente do ISQ), António Costa (director do Diário Económico), Andrea Bertoldi (CEO da AON Benfield), António Gomes Mota (professor catedrático do ISCTE) e António Saraiva (presidente da CIP). Um júri satisfeito com o que avaliou. Esta é a principal conclusão das declarações de quatro dos seis elementos que integraram o painel que apurou os vencedores. O bom desempenho das empresas nos critérios de apreciação dos Prémios (explicitados ao lado por Maria Manuel Farinha, responsável técnica do ISQ) tornou ainda mais competitiva esta edição dos Prémios Risk Management. António Gomes Mota destaca as “estratégias de prevenção face a uma prévia e correcta identificação de riscos” e a “disseminação à generalidade dos colaboradores da empresa de uma cultura proactiva de gestão de risco”. A ligação entre estes dois factores é crucial, pois, como afirma o professor catedrático do ISCTE, “a existência de regras e procedimentos apenas gera resultados consistentes e duradouros se todas as pessoas incorporarem no “ Notou-se a subida da qualidade das práticas de gestão de risco de empresas concorrentes, sinal de que este tipo de iniciativas constitui um valioso ‘benchmark’ que possibilita a cada empresa uma melhor aferição do ponto em que se encontra. ANTÓNIO GOMES MOTA, professor catedrático do ISCTE seu dia-a-dia a importância de serem cumpridos”. O presidente da CIP afirma que há “excelentes exemplos de empresas que têm a preocupação com a gestão do risco”, garantindo mesmo que “existe um conjunto significativo de empresas que prosseguem boas práticas”. António Saraiva sublinha inclusivamente que a adopção de boas políticas estratégicas em áreas como a gestão do risco tem reflexos positivos na evolução da própria dimensão: “Há empresas que vêm de um campeonato mais abaixo e que, por boas práticas, por boas apostas estratégicas, por desenvolvimento dos seus produtos e serviços, se distinguem e sobem na escala de valor à primeira divisão.” A competição entre as empresas pode ser, precisamente, um aliado para a difusão de boas práticas na gestão do risco, como observa António Gomes Mota: “Notou-se a subida da qualidade das práticas de gestão de risco de empresas concorrentes, sinal de que este tipo de iniciativas constitui um valioso ‘benchmark’ que possibilita a cada empresa uma melhor aferição do ponto em que se encontra”. Nenhum destes quatro elementos do júri teme que, com o abrandar da crise, o risco volte a ser descurado pelas empresas portuguesas. Andrea Bertoldi explica porquê: “As empresas que têm no seu ADN uma boa gestão do risco continuarão a dar-lhe a devida atenção. Trata-se é de sensibilizar as outras, e este prémio serve em grande parte para isso mesmo.” ■ A responsável do ISQ que acompanhou o processo técnico de avaliação das candidaturas aos Prémios Risk Mangement explica os critérios de escolha dos vencedores, caracteriza o universo das empresas candidatas e refere as suas expectativas para a gestão do risco no pós-crise. O que mais pesou na escolha destas empresas em particular como vencedoras dos prémios? Na selecção das empresas vencedoras foram consideradas como boas práticas de gestão de risco a formação/informação na promoção da cultura de risco, o controlo operacional, o envolvimento da gestão de topo e de todos os colaboradores (participação activa), a continuidade do negócio, a natureza inovadora e diferenciadora, a maturidade e investimentos no sistema de gestão de riscos. Notou diferenças genéricas na qualidade ou no tipo de candidaturas em apreço na edição deste ano? Se sim, quais? Comparativamente com a primeira edição dos Prémios Risk Management, o número de candidaturas foi da mesma ordem de grandeza e, tal como na anterior edição, as empresas candidatas são de vários sectores de actividade e a qualidade das candidaturas foi similar. Teme que, com o abrandar da crise, o risco volte a ser descurado pelas empresas portuguesas? Na gestão do risco são considerados vários impactos (económico, financeiro, imagem e reputação, prazos, segurança e saúde, ambiente, qualidade, tecnologias de informação, etc.). Em tempo de crise, nota-se uma maior preocupação na gestão do risco financeiro, enquanto nos riscos de imagem e reputação, prazos, segurança e saúde, ambiente, qualidade, tecnologias de informação há um desinvestimento e uma menor preocupação na sua gestão. Assim, com o abrandar da crise, espera-se um maior equilíbrio do investimento nos vários impactos. ■ PUB