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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRAS
DESGASTE INTERPROXIMAL NO TRATAMENTO DE
APINHAMENTO ANTERO-INFERIOR
ANGELO DE SOUSA CARVALHO
Monografia apresentada ao Programa
de Especialização em Ortodontia do
ICS
–
FUNORTE/SOEBRÁS
NÚCLEO BRASÍLIA, como parte dos
requisitos para obtenção do titulo de
Especialista.
BRASÍLIA
2010
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRAS
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DESGASTE INTERPROXIMAL NO TRATAMENTO DE
APINHAMENTO ANTERO-INFERIOR
ANGELO DE SOUSA CARVALHO
Monografia apresentada ao Programa
de Especialização em Ortodontia do
ICS
–
FUNORTE/SOEBRÁS
NÚCLEO BRASÍLIA, como parte dos
requisitos para obtenção do titulo de
Especialista.
Orientador: Prof. Douglas Rezende
Bastos
BRASÍLIA
2010
TERMO DE APROVAÇÃO
ANGELO DE SOUSA CARVALHO
11
DESGASTE INTERPROXIMAL NO TRATAMENTO DE APINHAMENTO ANTEROINFERIOR
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de
especialista em ortodontia do ICS Funorte/Soebras Núcleo Brasília, pela seguinte
banca examinadora:
Presidente da banca: Douglas Rezende Bastos.
BANCA EXAMINADORA:
Douglas Rezende Bastos.
Amilton Vasconcelos.
Cristiano Albuquerque.
Apresentada em: _____/_________/______
DEDICATÓRIA
12
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus
pela constante proteção em toda minha vida e
pelo grande sonho realizado.
Aos meus pais Antonio e Lúcia Carvalho,
principais idealizadores de todos os meus
sonhos e que em todos os momentos sempre
estão comigo com todo apoio, dedicação, amor
e carinho.
E a minha esposa Johelma por ter aceito se
privar de minha companhia pelos estudos deste
tão almejado sonho.
AGRADECIMENTOS
Ao companheiro e amigo professor Dr. Marden Bastos que além de ser
uma pessoa muito valiosa que me proporcionou esta oportunidade tem seu espírito
inovador e empreendedor na tarefa de multiplicar e simplificar seus conhecimentos.
Ao meu orientador professor Dr. Douglas Rezende Bastos obrigado pelo
incentivo, conhecimento, pelo apoio e auxílio às atividades e discussões sobre o
andamento e normatização desta Monografia.
A todos os professores em especial os Drs. Cristiano, Amilton e Raquel
pelo carinho, dedicação e entusiasmo demonstrado com paciência ao longo do
curso.
Aos demais idealizadores, coordenadores e funcionários do IBPG.
A meus colegas de especialização, pela espontaneidade e alegria na
troca de informações e materiais numa rara demonstração de amizade e
solidariedade.
13
SUMÁRIO
RESUMO...............................................................................................
ABSTRACT..... ......................................................................................
LISTA DE ILUSTRAÇÕES....................................................................
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................
9
2 PROPOSIÇÃO ......................................................................................
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................
3.1DEFINIÇÃO
........................................................................................
3.2INDICAÇÃO
.......................................................................................
3.3VANTAGENS
......................................................................................
3.4DESVANTAGENS
..............................................................................
3.5QUANTIDADE DE DESGASTE, TÉCNICA E ACABAMENTO
..........
4
DISCUSSÃO .........................................................................................
10
11
11
12
13
14
14
21
CONCLUSÃO ...........................................................................................
24
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................
25
RESUMO
O autor revisou a literatura sobre o desgaste interproximal em ortodontia
encontrando que esta é uma opção de tratamento nos casos de apinhamento leve
de até 4,0 mm com o objetivo de ganhar espaços nos dentes anteriores inferiores.
Este tipo de tratamento deve ser adotado em pacientes que tenham uma boa
higiene oral e um baixo risco de cárie, pois os desgastes deixam sulcos no esmalte
que aumenta o acúmulo de placa, porem não foi comprovada nenhuma ocorrência
de carie ou doença periodontal nestes dentes. Após o desgaste é necessário fazer
um cuidadoso acabamento e polimento das superfícies do esmalte, aplicando
sempre flúor na área trabalhada. A saúde dentária e periodontal podem ser
preservadas por meio deste procedimento, desde que os limites biológicos sejam
respeitados. O conhecimento da espessura do esmalte a ser retirado é de suma
14
importância clínica, porém, devendo ter cuidado com o percentual retirado a fim de
não causar danos ao paciente.
Palavras chave: Esmalte dentário; Apinhamento; Desgaste interproximal.
ABSTRACT
The author reviewed the literature on the interproximal stripping wear orthodontic
finding that this is a treatment option in cases of mild crowding up to 4.0 mm in order
to win spaces in the lower front teeth. This kind of treatment must be adopted in
patients who have good oral hygiene and a low risk of carie, because these removals
leave scratches in the enamel, it is in these places where stain build up can occur,
however it was not confirmed any occurrences of carie and periodontal disease in
these teeth. After this stripping it is necessary to make a careful finishing and
polishing of the enamel surfaces, the application of fluoride always worked in this
area. The dental and periodontal health can be preserved by this procedure,
provided that the biological limits are respected. Knowing the thickness of the enamel
to be removed is of great clinical importance, however, should be careful with the
percentage removed in order not to harm the patient.
KEYWORDS: Tooth enamel; crowding; interproximal stripping
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 01 - Desgaste inicial em alta rotação com broca Carbide
16
15
699L ..................................................................................
Ilustração 02 - Discos Sof-Lex (3M-UNITEK), granulação fina e ultrafina, para polimento das superfícies desgastadas ............
17
Ilustração 03 - Tiras de lixa de aço de 4mm e 6mm de largura, utilizadas
para realização dos desgastes interproximais iniciais ......
18
Ilustração 04 - Dispositivo de Ivory–JON ..................................................
19
Ilustração 05 - Instalação do dispositivo de Ivory .....................................
19
Ilustração 06 – Broca de alta velocidade no contra ângulo de baixa
Rotação ...........................................................................
20
Ilustração 07 - Acabamento dentário com ponta diamantada ..................
20
Ilustração 08 - Interproximal Diamond Strips ............................................
21
16
1 INTRODUÇÃO
Cada vez em nossos consultórios aumenta o número de pacientes
adultos que procuram o tratamento ortodôntico e estima-se um aumento dessa
porcentagem para o final da década. Um dos fatores é a utilização de medidas
preventivas na Odontologia, permitindo ao paciente atingir a idade adulta com um
número maior de dentes na boca.
É frequente os pacientes chegarem ao consultório tendo como queixa
principal o apinhamento na região anterior. Se a falta de espaço não for muito
acentuada, e se o perfil do paciente for agradável, o tratamento pode ser realizado
por meio de desgaste interproximais, obtendo-se dessa maneira o alinhamento dos
incisivos.
Podemos também chamar esse tipo de procedimento de desgaste de
esmalte, redução interproximal, slicing, stripping ou redução seletiva. O objetivo é
remover parte da superfície externa do dente (esmalte) para obter mais espaço para
os dentes, ou seja com presença de discrepância de modelo negativa (suave ou
moderada). Esse procedimento tem sido utilizado na Ortodontia desde 1940 e tem
se mostrado seguro e efetivo.
Este procedimento pode ser realizado de diversas maneiras e com a
utilização de diversos materiais, como a lixa para amálgama, a broca de alta rotação
diamantada, a broca de tungstênio multilaminada e os discos de lixa mono ou dupla
face. Pontos importantes são os procedimentos de acabamento e polimento dental
após a finalização dos desgastes.
17
2 PROPOSIÇÃO
O propósito deste trabalho é revisar a literatura sobre as técnicas de
desgastes interproximal, evidenciando suas indicações, vantagens, desvantagens,
bem como o protocolo clínico.
18
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 DEFINIÇÃO
O desgaste interproximal é descrito na literatura como um procedimento
clínico para correção da discrepância de modelo (suave a moderado), fornecendo
espaço pela diminuição da largura mesio-distal dos dentes. (Lundgren et al, 1993).
Corruccini (1990) diz que, os desgastes atualmente tornaram-se comuns,
por meio do estabelecimento de uma alteração da anatomia dos contatos proximais,
tanto para eliminar problemas de apinhamento e discrepância de tamanho dentário,
quanto para aumentar a estabilidade dos arcos dentários.
Segundo Moyers (1979) acredita que o apinhamento dentário anteroinferior, estaria relacionado fortemente ao crescimento mandibular, pelo fato deste
osso terminar o seu processo de crescimento após o fim do crescimento do osso
maxilar. Já Proffit (1986) diz que o crescimento tardio mandibular pode ser o
principal responsável pelo apinhamento antero-inferior, onde notou que nas classes I
e II os incisivos inferiores mantinham contato próximo aos superiores.
Little et al (1988) concluíram que o processo de constrição do arco inferior
continua, mesmo após terminado o processo de crescimento, pois seus resultados
evidenciaram que o apinhamento tende a agravar-se entre 10 e 20 anos póscontenção.
Dentre os tecidos que protegem a polpa dentária encontra-se o esmalte,
constituído basicamente por sais inorgânicos. Os conhecimentos sobre a espessura
do esmalte em dentes humanos são importantes para a Ortodontia (Demange e
François, 1990) como para clinica dentária em geral (Ferrari; Patroni; BALLERI,
1992)
19
3.2 INDICAÇÃO
Desgaste interproximal é um recurso bastante usado no tratamento
ortodôntico e entre suas indicações mais importantes são:
Velini-Ferreira, F. (1999) Propôs o desgaste interproximal dos dentes
como coadjuvante no tratamento ortodôntico em casos selecionados que necessitam
ganhar espaço nos arcos superior ou inferior ou naqueles em que necessitam
coordenar o tamanho dos dentes de ambos os arcos.
Fields (1981) relatou o desgaste interproximal como uma opção para
resolver excesso de tamanho dos dentes anteriores mandibulares e pela diminuição
da largura dos incisivos inferiores através redução da espessura do esmalte. Este
procedimento freqüentemente resolverá alguns problemas de excesso mandibular,
mas esmalte proximal fino e raízes muito próximas podem limitar o uso.
O desgaste interproximal é indicado para pacientes com presença de
discrepância de modelo negativa (suave ou moderada), ou seja, nos casos onde
existe a necessidade de espaço em regiões localizadas e a expansão ou a extração
não estão indicadas (Mondelli et al 2002).
Segundo Cuoghi et al (2007) dizem que o desgaste é realizado
principalmente para eliminar problemas de apinhamento e discrepância de tamanho
dentário, quanto também para aumentar a estabilidade dos arcos dentários.
Quando o excesso de material dentário está localizado na região anteroinferior do arco, a oclusão se apresenta com os incisivos de topo, com espaços entre
os dentes anteriores superiores ou então, os incisivos inferiores apresentam-se
apinhados. (Tuverson, 1980).
Segundo Torre e Ramos (2007) especialmente na fase de finalização
ortodôntica, pode haver dificuldades em se estabelecer um bom relacionamento
vertical e horizontal (sobremordida e sobressaliência), em virtude da discrepância
entre os dentes superiores e inferiores. A partir do diagnóstico desta desarmonia,
várias opções podem ser de grande valia para o ortodontista como desgastar de
excesso de massa dentária.
Quando os comprimentos mesiodistais dos incisivos superiores são
maiores que os correspondentes inferiores, o caso apresentará uma tendência para
20
maior sobremordida e sobressaliência. Se forem os inferiores maiores que os
superiores, haverá uma tendência para mordida topo-a-topo, (Ramos et al 1996).
3.3 VANTAGENS
Afirmaram que a principal vantagem do desgaste interproximal é a
redução do tempo de tratamento, pois o esmalte é reduzido somente pela
quantidade requerida pela discrepância do comprimento do arco. (El-Mangoury et al
1991; Cuoghi et al 2007).
Josheph (1992) diz que o desgaste interproximal é uma opção na prática
ortodôntica, porque alguns fatores favorecem este procedimento, como: eliminação
das seqüelas associadas às exodontias; melhoria na forma do dente no sentido
mesiodistal; estabelecimento de superfícies planas, o que ajuda a prevenir as
giroversões; obtenção de uma melhor relação de overjet e overbite.
Bennett et al (1988) afirmaram que o desgaste aumenta o tamanho da
área de contato, tornando maior a estabilidade e melhorando a estética. Eles
advertem que incisivos centrais de formas triangulares necessitam ser desgastados
para evitar o contato de pontos, que pode ser instáveis, e levam a triângulos escuros
interproximais entre os dentes. Através da análise de Bolton mostram que há uma
proporção entre os dentes da maxila e da mandíbula, e não havendo, o desgaste
interproximal, eis uma alternativa de corrigir esta desproporção.
Tuverson (1980) relatou que uma das maneiras de corrigir a discrepância
do comprimento do arco dental é através da redução do esmalte mésio-distal dos
dentes. Ele relatou as seguintes vantagens:
 Relação de overjet e overbite mais favorável, melhorando a guia anterior;
 Eliminação da necessidade de extração e expansão numa discrepância leve
(até 4,0 mm);
 Mais estabilidade pela ampliação do ponto de contato, evitando rotações e
consequentemente recidivas;
 Área de recessão gengival interproximal será melhorada
21
3.4 DESVANTAGENS
Como é um procedimento irreversível, se não devidamente realizado, tem
as seguintes desvantagens:
Josheph (1992) relata que o desgaste interproximal tem como
desvantagem o fato de criar sulcos no esmalte que acumulam maior quantidade de
placa bacteriana, aumentando, assim, a suscetibilidade à cárie e à doença
periodontal, e, por isso, deve ser indicado apenas para pacientes que possuam uma
boa higiene oral e um baixo índice de placa.
Radlanski (1988) explicou que são criados sulcos, destacando a
impossibilidade de eliminação destes, mesmo quando é realizado o polimento.
3.5 QUANTIDADE DE DESGASTE, TÉCNICA E ACABAMENTO
Thordarson et al (1991) asseveram que seja possível efetuar extensos
desgastes interproximais, linguais, vestibulares ou cuspídicos, sem significante
desconforto clínico ou alterações pulpares.
Hudson (1956) procura quantificar melhor o valor do esmalte a ser retirado
afirmando que não mais que um terço do esmalte proximal pode ser removido sem
risco significativo de aumentar a desmineralização.
O desgaste pode ser realizado em até metade da espessura do esmalte
interproximal, o que segundo Sheridan (1985) corresponde a aproximadamente
0,5mm dos dentes anteriores de ambos os arcos. A quantidade de esmalte a ser
removida está na dependência da forma do dente, ou seja, pode-se tirar mais
esmalte em dentes triangulares do que naqueles cujas faces próximas tendam ao
paralelismo.
Zachrison e Mjor (1975) avaliaram a mudança na dentina e polpa nos
dentes que sofreram desgaste. Ele concluiu que o desgaste limitado ao esmalte não
provoca alteração histológica na polpa ou dentina, mas deve-se tomar cuidado para
22
não produzir degraus proximais, pois estas áreas ficam susceptíveis à cárie. Ele
afirmou que o desgaste deve ser realizado com irrigação abundante, pois
instrumentos diamantados deixam as superfícies rugosas.
Dipaolo e Boruchov (1971) destacaram a importância da mensuração do
esmalte interproximal e da largura da raiz em relação à coroa, estabelecendo a
radiografia periapical como método de avaliação. Ficou instituído que o limite do
desgaste deve ser a metade do esmalte interproximal e a coroa não deve ser
desgastada além da largura da raiz, o que impediria o fechamento do espaço e
promoveria condições propícias para o desenvolvimento de problemas periodontais.
Os sulcos profundos que encontramos na superfície do esmalte podem ter sido
causados por falhas na pressão que imprimimos durante o desgaste com o primeiro
instrumento rotatório abrasivo, ou seja, não conseguimos manter a constante
pressão de desgaste em toda superfície desgastada.
Tormin et al 2001, Avaliaram o aspecto do esmalte submetido à ação de
instrumento rotatório abrasivo com granulação ultra fino, e em sequencia o
polimento com disco de lixa de granulação média, fina e ultra fina, tira de lixa de
granulação ultra fino, branco de Espanha e pasta a base de diamante em pó a 8%
aplicado com tira de lixa, taça e cone de borracha. Os resultados indicam que os
desgastes provocaram formação de sulcos e orifícios profundos, cujas bordas foram
atenuadas pelo polimento com discos de lixas de granulação média, fina e ultra fino.
Foi constatado que, se após a utilização das lixas for aplicado o branco de Espanha
com auxílio da tira de lixa, taça e cone de borracha, o aspecto do esmalte virá a
assemelhar mais ao normal, o mesmo não ocorrendo se houver o emprego da pasta
à base de diamante em pó.
Em um artigo clássico da década de 1980 relacionando os fatores
envolvidos com a oclusão do segmento anterior, Tuverson inferiu que a redução de
esmalte de 0,3mm para os incisivos inferiores e 0,4mm para os caninos inferiores
pode ser realizada sem prejudicar a vitalidade dentária. Radiograficamente existe
esmalte suficiente para permitir o desgaste dentário sem comprometimento da face
proximal. Enfatizou que a opção pelo desgaste dentário seria a alternativa mais
indicada para casos onde extração não é favorável.
Segundo Torres e Ramos (2007) Disseram que o desgaste pode ser feito
com a utilização de diversos materiais como, por exemplo, a broca de alta rotação
diamantada, a lixa para amálgama, a broca de tungstênio multilaminada e os discos
23
de lixa mono ou dupla face, tanto no arco dentário superior como no inferior.
Independentemente do material escolhido, deve-se estar atento para os limites do
desgaste, que devem estar por volta de 0,5mm para cada face dos dentes
anteriores. Enfatizando a importância para os procedimentos de acabamento e
polimento dentário após a finalização dos desgastes.
Rossi Júnior et al (2009) Sugerem o uso de: brocas Carbide 699L em alta
rotação (para a remoção precisa do esmalte); discos Sof-Lex de granulação grossa,
fina e ultrafina (para o acabamento e o polimento das superfícies desgastadas); e a
aplicação tópica de fluoretos (visando aumentar a proteção do esmalte).
Ilustração 01 - Desgaste inicial em alta
rotação com broca Carbide 699L
Fonte: Dental Press Ortodon Ortop Facial
Maringá, v. 14, n. 2, p. 63-72, mar.abr. 2009
Sheridan (1987) sugeriu algumas alterações à técnica de desgaste
realizada com alta rotação, onde diz que deve ser precedido, primeiramente, pelo
alinhamento dentário, corrigindo angulações e rotações dentárias, movimentando os
dentes até a obtenção de pontos de contato satisfatórios para a realização dos
desgastes. Para melhor visualização e acesso à região interproximal, sugeriu a
separação das superfícies interproximais por meio de molas de secção aberta e em
respeito à realização dos desgastes deve ser feito de posterior para anterior,
estabelecendo de um contorno anatômico adequado com pontas diamantadas
cônicas, especificação 135-EF, ultrafinas para acabamento.
Xú et al (1997) investigaram os efeitos da superfície do esmalte durante o
desgaste por meios de broca diamantada, podendo ser ela áspera, média, fina e
super fina. O resultado é que há presença de fissuras tipo médio, microfissuras inter
e intraprismático e que o comprimento dessas fissuras depende do tamanho das
partículas de diamante e orientação dos prismas do esmalte, e não da quantidade
24
da remoção do esmalte. As fissuras foram efetivamente removidas pelo acabamento
com broca diamantada fina
Zhang et al (1999) defenderam o uso de dois discos Sof-Lex para
eliminação das ranhuras provenientes dos desgastes. Estes discos devem
apresentar granulação fina e ultrafina, sendo operados com micromotor em uma
velocidade entre 200 e 400rpm durante 40 segundos cada, salienta-se a
necessidade de se utilizar um disco para cada dente, pois sua superfície se deteriora
com muita facilidade. O procedimento de acabamento e polimento realizado com
discos proporciona maior segurança em relação às brocas, pois enquanto os
menores diâmetros de brocas medem 0,18mm, os discos usados nessa técnica
medem apenas 0,15mm.
Ilustração 02 - Discos Sof-Lex (3M-UNITEK), granulação
fina e ultra-fina, para polimento das superfícies desgastadas
Fonte: R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá,
v. 12, n. 3, p. 32-46, maio/jun. 2007
Sheridan (1985) apud Cuoghi et al (2007) descreveu a técnica de
desgaste com alta rotação, objetivando a remoção de esmalte, principalmente, na
região distal de caninos, em decorrência da maior quantidade de esmalte.
Observando a necessidade de manutenção da forma original do ponto de contato.
Para facilitar os procedimentos operatórios, foi recomendada a inclusão de um fio de
25
aço 0,020” no espaço interproximal, evitando danos à gengiva, controlando a
remoção e acabamento do esmalte e favorecendo a fluoretação tópica. O fio 0,020”
corresponde a um diâmetro de 0,5mm e, uma vez que foi recomendada a redução
de 50% do esmalte interproximal (aproximadamente 0,5mm em cada face proximal
dos dentes anteriores), este fio representa o parâmetro de controle para desgastar
0,5mm de esmalte em cada uma das duas faces proximais que constituem o ponto
de contato.
Para realização dos desgastes, Harfin (2000) indica tiras de lixa de aço,
defendendo que a lixa facilita a quantidade e a qualidade do esmalte removido, uma
vez que as brocas removem o esmalte com maior rapidez. Por outro lado, as tiras de
lixa proporcionam ranhuras maiores, facilitando o acúmulo de placa bacteriana. Para
sanar este problema, sugere-se que o acabamento seja realizado por meio de tiras
de polimento para resina composta. Além disso, deve-se realizar a aplicação tópica
de flúor logo após os desgastes, durante 45 dias, sendo que, após o tratamento, o
alinhamento final deve ser mantido por 3 a 4 meses antes de se remover o aparelho
e se instalar a contenção.
Ilustração 03 - Tiras de lixa de aço de 4mm e 6mm
de largura, utilizadas para realização dos desgastes
interproximais iniciais.
Fonte: R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá,
v. 12, n. 3, p. 32-46, maio/jun. 2007
De acordo com Mondelli et al (2002) os desgastes devem ser,
preferivelmente, iniciados pelas faces proximais nos casos onde o apinhamento
apresenta-se muito severo, deve-se aliviar os pontos de contato com tira metálica
abrasiva convencional para que o separador de Ivory possa ser mais efetivo na
26
abertura de espaço para posterior desgaste das faces com contato. Inicia-se os
desgastes dentários com uma ponta diamantada girando em baixa rotação. Para
isto, recomenda-se a utilização de um contra-ângulo de baixa rotação, específico
para brocas de alta. O acabamento pode ser feito com ponta diamantada troncocônica ou em forma de pêra. Utiliza-se também contra ângulo tipo EVA ou PROFIN
(Dentatus – Sweden), composto por um mecanismo que possibilita um movimento
de “vai e vem” de uma tira de lixa, de formato e granulações variadas, acopladas ao
contra-ângulo.
Ilustração 04 - Dispositivo de Ivory–JON
Fonte: Clín Ortodon Dental Press, Maringá,
v. 1, n. 3, p. 5-17 - jun.jul. 2002
Ilustração 05 - Instalação do dispositivo de Ivory
Fonte: Clín Ortodon Dental Press, Maringá,
v. 1, n. 3, p. 5-17 - jun.jul. 2002
27
Ilustração 06 – Broca de alta velocidade no
contra ângulo de baixa rotação
Fonte: R Clín Ortodon Dental Press, Maringá,
v. 1, n. 3, p. 5-17 - jun.jul. 2002
Ilustração 07 - Acabamento dentário com ponta diamantada
Fonte: R Clín Ortodon Dental Press, Maringá,
v. 1, n. 3, p. 5-17 - jun.jul. 2002
INTERPROXIMAL DIAMOND STRIPS
PERFURADAS E FLEXÍVEIS
São novas tiras perfuradas diamantadas e projetadas para o controle
completo durante o desgaste interproximal, dando modelagem e contorno. As tiras
permitem um acesso manual fácil e preciso ao esmalte São revestimento do aço
inoxidável com diamantes e de 2 larguras: 2,5 milímetros e 3,75 milímetros. Autor:
Fonte: www.orthotechnology.com
28
Ilustração 08 – Interproximal Diamond Strips
Fonte: www.orthotechnology.com
4 DISCUSSÃO
Segundo Hudson (1956) o valor do esmalte a ser retirado não pode ser
mais que um terço do esmalte proximal, assim não tendo risco significativo de
aumentar a desmineralização.
O desgaste pode ser realizado em até metade da espessura do esmalte
interproximal, o que segundo corresponde a aproximadamente 0,5mm dos dentes
anteriores de ambos os arcos. A quantidade de esmalte a ser removida está na
dependência da forma do dente, ou seja, pode-se tirar mais esmalte em dentes
triangulares do que naqueles cujas faces próximas tendam ao paralelismo.
(Sheridan, 1985; Dipaolo e Boruchov, 1971; Torres e Ramos 2007)
Tuverson 1980 inferiu que a redução de esmalte de 0,3mm para os
incisivos inferiores e 0,4mm para os caninos inferiores pode ser realizada sem
prejudicar a vitalidade dentária. Radiograficamente existe esmalte suficiente para
permitir o desgaste dentário sem comprometimento da face proximal.
O desgaste e conseqüente polimento com discos de lixa de granulação
média, fina e ultrafina, e tiras de lixa de granulação ultrafina mais branco de
Espanha com tiras de lixa, taça de borracha e cone de borracha, foi o que produziu
uma superfície que mais se aproximou do aspecto do esmalte normal, isto é, com
sulcos ranhuras e depressões de pouca profundidade. (Tormin et al 2001).
Torres e Ramos (2007) Disseram que o desgaste pode ser feito com a
utilização de diversos materiais como, por exemplo, a broca de alta rotação
29
diamantada, a lixa para amálgama, a broca de tungstênio multilaminada e os discos
de lixa mono ou dupla face, tanto no arco dentário superior como no inferior.
Rossi Júnior et al(2009) Sugerem para o desgaste interproximal o uso de
brocas Carbide 699L em alta rotação (para a remoção precisa do esmalte); discos
Sof-Lex de granulação grossa, fina e ultrafina (para o acabamento e o polimento das
superfícies desgastadas); e a aplicação tópica de fluoretos (visando aumentar a
proteção do esmalte).
Em 1987, Sheridan diz que primeiramente deve ser feito o alinhamento
dentário, corrigindo angulações e rotações dentárias, movimentando os dentes até a
obtenção de pontos de contato satisfatórios para a realização dos desgastes
melhorando a visualização e acesso à região interproximal, sugeriu a separação das
superfícies interproximais por meio de molas de secção aberta e os desgastes
devem ser feito de posterior para anterior, estabelecendo de um contorno anatômico
adequado com pontas diamantadas cônicas, especificação 135-EF, ultrafinas para
acabamento.
Zhang et al (1999) defenderam o uso de dois discos Sof-Lex de
granulação fina e ultrafina para eliminação das ranhuras provenientes dos
desgastes, sendo operados com micromotor em uma velocidade entre 200 e 400rpm
durante 40 segundos cada, utilizando um disco para cada dente.
Sheridan(1985) apud Cuoghi et al (2007) descreveu a técnica de
desgaste com alta rotação. Observando a necessidade de manutenção da forma
original do ponto de contato. Recomenda a inclusão de um fio de aço 0,020” no
espaço interproximal, controlando a remoção e acabamento do esmalte e
favorecendo a fluoretação tópica.
Para realização dos desgastes utiliza-se tiras de lixa de aço, já que a lixa
facilita a quantidade e a qualidade do esmalte removido. O acabamento deve ser
realizado por meio de tiras de polimento para resina composta. Além disso, deve-se
realizar a aplicação tópica de flúor logo após os desgastes. (Harfin, 2000)
Segundo Mondelli et al 2002 os desgastes devem ser iniciados pelas
faces proximais nos casos onde o apinhamento apresenta-se muito severo, aliviando
os pontos de contato com tira metálica abrasiva convencional para posterior
utilização do separador de Ivory. Inicia-se os desgastes dentários com uma ponta
diamantada utilizando um contra-ângulo de baixa rotação específico para brocas de
alta. O acabamento pode ser feito com ponta diamantada tronco-cônica ou em forma
30
de pêra. Utiliza-se também contra ângulo tipo EVA ou PROFIN (Dentatus –
Sweden), composto por um mecanismo que possibilita um movimento de “vai e vem”
de uma tira de lixa, de formato e granulações variadas, acopladas ao contra-ângulo.
31
CONCLUSÃO
Nos casos em que o perfil é agradável e a discrepância do tamanho do
arco não é muito acentuada, o desgaste na face interproximal dos dentes anteriores
inferiores é uma boa alternativa de tratamento.
Independente da técnica utilizada para realização do procedimento, seja
com tiras de lixa de aço, discos, pontas diamantadas ou brocas carbide, o fator
diferencial para o sucesso do tratamento está na indicação correta e na execução de
polimento com discos de polimento finos e ultrafinos após o desgaste para diminuir
as ranhuras provocadas pelo procedimento, evidenciando a aplicação de flúor na
área onde houve o desgaste.
Saliente-se que os pacientes que tem uma higiene oral pobre estão
contra indicados.
A saúde dentária e periodontal podem ser preservadas por meio deste
procedimento, desde que os limites biológicos sejam respeitados. O conhecimento
da espessura do esmalte a ser retirado é de suma importância clínica, porém,
devemos ter cuidado com o percentual retirado a fim de não causar danos ao
paciente.
32
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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