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4º Encontro - 9 de Janeiro de 2011
● 10 Jan. – Baptismo do Senhor – “Cântico novo, dos redimidos”: Ap 4,11; 5, 9.10.12 (cf. Apoc 4,8b.11;
5,9.10.12.13b; 7,10.12)
Cântico Ap 4,11; 5, 9.10.12
Hino dos redimidos
4, 11 Sois digno, Senhor nosso Deus, *
de receber a honra, a glória e o poder,
porque fizestes todas as coisas, *
e, pela vossa vontade, existiram e foram criadas.
5,9 Sois digno de receber o livro e abrir suas páginas seladas, *
porque fostes imolado,
e resgatastes para Deus, com o vosso Sangue, *
homens de toda a tribo, língua, povo e nação,
5,10 fizestes de nós, para Deus, um reino de sacerdotes, *
que reinarão sobre a terra.
5, 12 É digno o Cordeiro que foi imolado *
de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, †
a honra, a glória e o louvor.
O Baptismo de Jesus
No episódio do baptismo, Jesus revela-se como o Filho muito amado, que o Pai enviou ao encontro
dos homens para os libertar e para os inserir numa dinâmica de comunhão e de vida nova. Esse
momento, revela também o profundo amor de Deus pela humanidade, à qual envia o seu próprio
Filho, pedindo-lhe que Se solidarize com as dores e limitações dos homens. Nesse instante em que o
Céu e a terra se unem, o Pai revela também a missão do Filho : reconciliar os homens consigo e
levá-los à vida em plenitude — a comunhão plena com Deus. Missão que Cristo assume com
obediência filial, até ao limite da sua entrega na cruz, expressão máxima e derradeira do amor de
Deus pelos homens.
O episódio do baptismo de Jesus coloca-nos frente a frente com um Deus que aceitou identificar-Se
com o homem, partilhar a sua humanidade e fragilidade, a fim de oferecer a toda a humanidade um
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caminho de liberdade e de vida plena, um caminho de Salvação. Aquilo que nos é pedido é que
correspondamos ao amor do Pai, acolhendo a sua oferta de salvação e seguindo Jesus no amor, na
entrega, no dom da vida, compromisso que assumimos no dia do nosso baptismo.
Pontos de Reflexão
O desígnio de Deus — a comunhão de todos os Homens com Deus
A missão do Filho
A nossa missão de Baptizados (configurados com Cristo membros dum povo de redimidos)
A Igreja é o santuário onde Cristo exerce o seu sacerdócio. É a união a Cristo e a abertura ao Seu
amor que fazem da Igreja um povo sacerdotal: "Vós sois a raça eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo adquirido, afim de anunciardes as virtudes d'Aquele que vos chamou das trevas para a Sua luz
admirável" (lPd. 2,9).
O Hino dos redimidos - Adaptação duma Catequese do Papa João Paulo II
1. O Hino dos redimidos forma parte da Liturgia das Vésperas. Como sucede com frequência na
liturgia, algumas composições de oração nascem ao unir fragmentos bíblicos que pertencem a
páginas mais extensas.
Neste caso, tomaram-se alguns versículos dos capítulos 4 e 5 do Apocalipse, nos quais se descreve
uma gloriosa e grandiosa cena celestial. No centro, eleva-se um trono sobre o qual está sentado o
próprio Deus, cujo nome não é pronunciado por veneração (Cf. Apocalipse 4, 2). Em seguida, nesse
trono, senta-se um Cordeiro, símbolo de Cristo ressuscitado: fala-se, de facto, de um «Cordeiro,
como imolado>), «de pé», vivo e glorioso (5,6).
Em torno a estas duas figuras divinas encontra-se o coro da corte celestial, representada por «quatro
viventes» (4,6), que parecem evocar os anjos da presença divina nos pontos cardeais do universo e
«vinte e quatro anciãos» (4,4), em grego «presbyteroi», ou seja, os chefes da comunidade cristã,
cujo número recorda as doze tribos de Israel e os doze apóstolos, ou seja, a síntese entre a primeira
e a nova aliança.
2. Esta assembleia do Povo de Deus entoa um hino ao Senhor, exaltando «a glória, a honra e o
poder», que se manifestaram na criação do universo (Cf. 4, 11). Ao chegar a esse momento
introduz-se um símbolo de particular importância, em grego um biblíon» , ou seja, um «livro», que,
não obstante, é totalmente inacessível: sete selos impedem sua leitura (Cf. 5,1).
Trata-se, portanto, de uma profecia escondida. Esse livro contém toda a série de decretos divinos
que há que actuar na história para que reine a justiça perfeita. Se o livro fica selado, não é possível
conhecer nem aplicar estes decretos, e a maldade seguirá estendendo-se e oprimindo os crentes.
Constata-se assim a necessidade de uma intervenção autorizada: o Cordeiro imolado e ressuscitado
a realizará. Ele será capaz «de tomar o livro e abrir seus selos» (Cf. 5, 9).
Cristo é o grande intérprete e o senhor da história, que revela a trama escondida da acção divina que
se desenvolve nela.
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3. O hino indica depois qual é o fundamento do poder de Cristo sobre a história: o seu mistério
pascal (Cf. 5, 9-10): Cristo «imolou-se» e com seu sangue «resgatou» toda a humanidade do poder
do mal. O verbo «resgatar» faz referência ao Êxodo, à libertação de Israel da escravidão do Egipto.
Mas, também, Cristo realiza esta obra por toda a humanidade. Sua redenção não só tem a função de
resgatar-nos do nosso mal cometido no passado, de sanar as feridas e de levantar-nos das nossas
misérias. Cristo dá-nos um novo ser interior, faz-nos sacerdotes e reis, participantes da sua
dignidade e da sua vida divina.
Ao aludir às palavras que Deus havia proclamado no Sinai (Cf. Êxodo 19, 6; Apocalipse 1, 6), o
hino confirma que o povo de Deus redimido se compõe de reis e sacerdotes que devem guiar e
santificar toda a criação. É uma consagração que tem sua origem na Páscoa de Cristo e que se
realiza no baptismo (Cf. 1 Pedro 2, 9). Dela deriva um chamamento à Igreja para que tome
consciência de sua dignidade e de sua missão.
4. A tradição cristã aplicou constantemente a Cristo a imagem de Cordeiro pascal. Escutemos as
palavras de um bispo do século II, Melitão de Sardes, cidade da Ásia Menor, que se expressa assim
em sua «Homilia de Páscoa»: «Cristo desceu do céu para a terra por amor à humanidade sofrida,
revestiu-se de nossa humanidade no seio da Virgem e nasceu como homem... Detiveram-no como
um cordeiro e como um cordeiro foi imolado, e deste modo nos resgatou da escravidão do mundo...
Ele nos tirou da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da opressão
para uma realeza eterna; e fez de nós um novo sacerdócio e um povo eleito para sempre... Ele é o
cordeiro mudo, o cordeiro imolado, o filho de Maria, cordeira sem mancha. Ele foi tomado do
rebanho, conduzido à morte, imolado no entardecer, sepultado à noite» (nn. 66-71:SC 123,pp. 96100).
Ao final, o mesmo Cristo, o Cordeiro imolado, dirige seu chamamento a todos os povos: «Vinde,
portanto, vós que sois estirpe de homens manchados pelos pecados, e recebei o perdão dos pecados.
Eu sou, de fato, vosso perdão, eu sou a Páscoa da salvação, eu sou o cordeiro imolado por vós, eu
sou vosso resgate, eu sou vosso caminho, eu sou vossa ressurreição, eu sou vossa luz, eu sou vossa
salvação, eu sou vosso rei. Eu sou quem vos conduz às alturas dos céus, eu vos mostrarei ao Pai que
vive desde a eternidade, eu vos ressuscitarei com minha mão direita» (n. 103: ibidem, p. 122).
Tópicos de oração
- Contemplar Deus criador. Rezar o salmo 8, o "primeiro texto ecologista".
- Contemplar a criação como obra de deus. Qual o meu papel na preservação e construção desta
obra.
- Cristo tem as chaves do livro da vida. Só Nele a minha vida encontra sentido. É Cristo que revela
o mistério do homem. Que páginas do livro da minha vida ainda não deixei que Ele abrisse?
0 projecto de Deus é para todos os homens. Na minha vida faço acepção de pessoas?
- Como vivo o meu Baptismo. Como vivo e alimento a minha configuração com Cristo e como
tenho vivido a minha incorporação igreja, corpo de Cristo? Fui ou sou baptizado?
- Como participante do sacerdócio de Cristo, tenho oferecido a minha vida a Deus e aos irmãos?
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- Cristo viveu com obediência e amor filial a missão que o Pai lhe confiou. E eu? Como vivo a
missão, a vocação que me foi confiada?
Referências bibliográficas:
- Saltério Litúrgico, Secretariado Nacional de Liturgia, Gráfica de Coimbra
- http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2004/documents/hf_jpii_aud_20040331_po.html
- http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2004/documents/hf_jpii_aud_20041103_po.html
- http://www.franciscanos.org/oracion/canticoap45.htm
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O Baptismo de Jesus No episódio do baptismo