Agradecimentos Sérgio de Azevedo Luís Aureliano Gama de Andrade SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros AZEVEDO, S., and ANDRADE, LAG. Agradecimento. In: Habitação e poder: da Fundação da Casa Popular ao Banco Nacional Habitação [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2011, pp. VIII-IX. ISBN: 978-85-7982-055-7. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. da “autoconstrução” nas periferias urbanas. Sem discutir o mérito teórico das teses sobre “superexploração” da força de trabalho, os autores recusam-se a tirar delas a consequência prática de condenar programas públicos que se valham daquelas modalidades de ação. Não creio que discordariam de que o desejável, o ótimo, em matéria de política social seria a situação em que, como parte da cidadania, estivesse o direito de morar com dignidade mínima, direito a ser assegurado pela ação estatal, que provesse habitação como qualquer outro “bem público”, para as pessoas incapazes de solucionar seu problema de moradia no mercado. Mas, antes do ótimo, é preciso conseguir o bom ou, ao menos, o possível, dentro do atual contexto de ação governamental e estruturação da sociedade. A autoconstrução não é invenção do BNH nem do tecnocrata. Ela já existe e é amplamente usada pela população, sendo discutível que o seu uso em programas habitacionais vá piorar a situação dos que participarem desses programas. Demais, ainda que correta, a perspectiva da “superexploração” seria parcial, por olhar a situação como armada apenas em termos de um jogo “soma-zero”. É certo que o trabalhador perde lazer, descanso, além de não ser pago pelo trabalho extra.2 A construção da casa não apresenta inovações, sendo ao contrário rigidamente determinada pelos preços e tipos dos materiais disponíveis e acessíveis ao autoconstrutor. Contudo, sem cair na tentação folclorista de tecer loas ingênuas ao mutirão e práticas assemelhadas, reconheça-se, também, que, ao se criar uma associação vicinal para arrancar da autoridade melhoramentos na vila ou favela, construir as casas, melhorar os acessos viários e introduzir outros benefícios, não só se agregaram valores materiais ao patrimônio individual e social – o que não é desprezível – como também se acresceu algo em termos de vida social e política. Pela menção dos temas que contém, pode o leitor prefigurar a riqueza do texto. Não é apenas trabalho calçado em boa pesquisa empírica e elaborado com penetração analítica e rigor teórico, também estudo perpassado do sentido de relevância prática e responsabilidade social e política, como convém a uma avaliação de política pública. Antônio Octávio Cintra Belo Horizonte, janeiro de 1982 Agradecimentos A ideia de escrever este livro surgiu do convívio profissional dos autores na Fundação João Pinheiro. Entretanto, sem o incentivo e apoio de Edmilson Bizelli dificilmente a ideia teria vingado. Os primeiros capítulos foram elaborados a “quatro mãos” e os demais foram reescritos aproveitando artigos e trabalhos dos autores. Nesse sentido, seria quase impossível enumerar aqui todos aqueles que colaboraram para a realização de cada parte deste trabalho. Limitar-nosemos a mencionar tão somente as contribuições de âmbito mais geral. Queremos inicialmente agradecer a Ariel Tacla, que nos permitiu o acesso a documentos sobre a política habitacional pré 1964, sem os quais seria muito difícil cobrir o referido período. Da mesma forma, somos gratos aos antigos funcionários, dirigentes e mutuários da Fundação da Casa Popular que nos prestaram as informações essenciais para compreender a lógica institucional daquela agência pública. Aos funcionários do BNH, especialmente à Assessoria de Pesquisas, agradecemos o diálogo aberto com que sempre nos brindaram no trato dos problemas habitacionais. As pesquisas financiadas pelo banco, nas quais participamos como pesquisadores da Fundação João Pinheiro, foram fundamentais para o aprofundamento de várias hipóteses que levantamos no transcorrer do livro. Nesse sentido, o convívio mantido com diversos companheiros da FJP – Berenice Guimarães Vasconcelos de Souza, Eduardo Fernandes Silva, Flávio Saliba Cunha, Ricardo Pinheiro Penna, João Batista Mares Guia e Dezso Eduardo Francsali – possibilitou não só maior conhecimento do tema, mas também uma frutífera discussão sobre o desempenho da política de habitação popular. A Dezso, como a Afonso Henriques Borges Ferreira, Carlos Genuíno Quadros Figueiredo e a Flávio Rianni agradecemos também a ajuda no levantamento, montagem e cálculo de várias tabelas estatísticas que utilizamos. Nossa especial gratidão a Geraldo Majella Moreira Duarte, que, como amigo dedicado, nunca se furtou a debater os temas mais controvertidos, nem a colaborar na reformulação de textos que nos pareciam mais confusos, funcionando como uma “consciência crítica” dos autores. 2 Note-se que esse aspecto pode ser atenuado num programa, ao imputar preços de mercado às horas de trabalho nele gastas, que entrarão na contrapartida comunitária que o projeto preveja. VII VIII A nível de agradecimento pessoal, gostaríamos ainda de destacar a importância de Antônio Octávio Cintra, que, além de uma leitura minuciosa e críticas pertinentes às versões preliminares deste livro, serviu como inspirador de uma linha de análise comprometida com propostas de políticas públicas. Por fim, gostaríamos de ressaltar o incentivo de Marco Antônio E. L. de Salvo Coimbra e o apoio institucional prestado pela Fundação João Pinheiro. Nesse particular, agradecemos a Alcindo Ribeiro de Souza e a Lea Dutra Costa, que colaboraram na revisão dos originais; a Elizabeth Westien Duarte, Maria Cedia Rubinger de Queiroz, Maria Isabel da Silva, Helena Schirm e Rosana Velloso Montanari, que tão eficientemente corrigiram e elaboraram as citações bibliográficas, e a Joana Zenóbia Damasceno e Norma Sueli Rodrigues, que, com grande dedicação e esforço, cuidaram da datilografia do livro. Os autores Belo Horizonte, janeiro de 1982 Introdução Avaliar uma política é tarefa árdua, de difícil solução. Uma política busca, muitas vezes, a realização de mais de um objetivo, serve a numerosos propósitos e leva, com frequência, a efeitos e resultados não antecipados. As metas perseguidas não têm, usualmente, a coerência pretendida, nem horizontal, com outras políticas, nem vertical, através do tempo: os objetivos são contraditórios, não complementares entre si e podem, ou não, variar ao longo da política. Além disso, o que é explicito nem sempre tem correspondência em comportamentos. Não raro, as metas são a retórica da política. Metas e objetivos não constituem a única fonte de incerteza para a avaliação. Ainda que se pudessem resolver as questões de quais são as metas efetivamente buscadas com a política, como devem ser ordenadas entre si, e que peso deve ser atribuído a cada uma delas, restaria o problema crucial de como se distribuem os custos e benefícios. Não basta apenas comparar objetivos propostos com realizações alcançadas para se ter a avaliação da política. Comparações de “antes” e “depois”, simples na aparência, envolvem problemas de difícil superação. É, preciso assegurar-se de que os resultados alcançados se devem às medidas tomadas. A causalidade das políticas tem de ser demonstrada. Por outra parte, os meios utilizados para implementar os objetivos formam um filão rico para medir o acerto das políticas: é a solução adotada a resposta que melhor atende aos objetivos pretendidos? Que constrangimentos traz, em termos de custos e acesso aos benefícios? Não tem o instrumental das políticas o caráter de neutralidade que frequentemente se lhe atribui. Ao contrário, ele constitui focus eminentemente político. É na definição do “como” que se fazem as escolhas básicas das políticas. A avaliação não pode, pois, deixar à margem a questão dos meios, sob pena de se restringir a constatações empíricas: o quanto das metas foi atingido. Sob dois aspectos, a experiência da política de habitação popular acumulada ao longo das últimas três décadas constitui eixo privilegiado para a análise política. Primeiro, pela grande ressonância social do tema e pelos vários intentos de manipulação ideológica que conheceu no período, IX X