0
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Diego José Pompeu Medeiros
Flávio Luís Amaral da Silva
ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE LESÕES NO APARELHO LOCOMOTOR EM
PRATICANTES DE JUDÔ
BELÉM
2008
1
Diego José Pompeu Medeiros
Flávio Luís Amaral da Silva
ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE LESÕES NO APARELHO LOCOMOTOR EM
PRATICANTES DE JUDÔ
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de
Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
da Universidade da Amazônia - UNAMA, como
requisito para obtenção do título de bacharel em
fisioterapia, orientado pelo professor e fisioterapeuta
Erielson dos Santos Bossini.
BELÉM
2008
2
Diego José Pompeu Medeiros
Flávio Luís Amaral da Silva
ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE LESÕES NO APARELHO LOCOMOTOR EM
PRATICANTES DE JUDÔ
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da UNANA, como
requisito para obtenção do título de bacharel em
fisioterapia,
orientado
pelo
professor
fisioterapeuta Erielson dos Santos Bossini
Banca Examinadora
_________________________________
Prof°. Erielson dos Santos Bossini
Orientador
_______________________________________
Profº. Fernando Pereira de Jesus – UEPA
_________________________________
Ft. Hugo de Melo Figueiras
Apresentado em: ___ /____/ 2008.
Conceito: _______________
BELÉM
2008
e
3
Dedicatória
“Aos meus queridos pais, José Olanda e Rosinete, por
todo amor, apoio e incentivo que sempre me deram, também a
toda comunidade judoista do nosso estado da qual eu me
orgulho em fazer parte”.
Diego José Pompeu Medeiros
4
Dedicatória
“Aos meus amados pais Flávio e Erinice pelo dom da
vida, por todo amor e incentivo que sempre me deram e
em especial por mais essa vitória”.
Flávio Luís Amaral da Silva
5
AGRADECIMENTOS
A DEUS, que nos deu força e saúde para que mesmo diante de muitas dificuldades,
conseguíssemos realizar este trabalho.
Aos meus pais JOSÉ OLANDA e ROSINETE pelo amor incondicional, pela educação que
recebi, pelo sacrifício de muitas vezes renunciarem aos seus sonhos, para custear minha
graduação, por me apoiarem e incentivarem, por serem meu espelho e meu orgulho. Todas as
minhas vitórias hoje e sempre serão dedicadas a vocês. Sem vocês nada disso seria possível.
Aos professores/senseis de Judô (Fernando de Jesus, Alan Saraiva, Gervásio Leão, Paulo
Nascimento (Paulão), Emanuel Mendes, Antonio Gomes (Loro), Clidenor e Alleni Ozório),
pela paciência e gentileza de nos permitir fazer as entrevistas muitas vezes durante os
treinos.
Aos amigos e faixas pretas 1° Dan de judô Bessa, Josiel, Roberto, Leandro e Luiz Márcio,
pela disponibilidade, paciência e ajuda na realização das fotos das técnicas para o trabalho.
Ao amigo e companheiro de TCC, FLÁVIO, pela dedicação, paciência e amizade construída
em todos esses anos.
Aos meus amigos (as), que sempre acreditaram e apoiaram meu objetivo, compreendendo
minha ausência nas mais diversas situações.
Aos professores do curso de graduação de Fisioterapia da UNAMA, pelos valiosos
ensinamentos, em especial aos professores Nelson Higino, Valéria Normando, Mauro
Fonteles, Dorneles, Said, Tainá, Erielson, Reinaldo, Elza Claúdia.
Aos Fisioterapeutas da Fisioclínica (Gisele Eguchi, Ana Júlia, Tainá, Carina e Daniel, pela
paciência e ensinamentos durante o período em que passei pelo estágio extra-curricular.
A Profª Sandra Lobato (ex-diretora do CCBS-UNAMA) pelo carinho, dedicação e
competência nas mais diversas vezes que procurei sua ajuda para resolver problemas.
6
Aos colegas de graduação, pela convivência diária, onde muitas vezes passei mais tempo do
dia com vocês do que na minha casa, e pela união compartilhada durante esses quatro anos
de curso. Á vocês o desejo de sucesso.
A todas as pessoas que colaboraram direta e indiretamente para a realização desse trabalho.
Muito obrigado.
Diego José Pompeu Medeiros.
7
AGRADECIMENTOS
A DEUS por me guiar, me proteger e conduzir por todos esses anos.
Aos meus pais, FLÁVIO e ERINICE, pelo amor incondicional, por me apoiarem e
incentivarem sempre, pela educação que recebi, por serem meu espelho e meu orgulho.
Todas as minhas vitórias hoje e sempre serão dedicadas a vocês. Sem vocês nada disso seria
possível.
Ao meu irmão FÁBIO, pelo amor, companheirismo e ombro amigo durante toda a trajetória
da minha vida pessoal e profissional, aos meus verdadeiros amigos, eles sabem quem são,
por que é com eles que divido minhas alegrias, duvidas e esperança e neles deposito minha
confiança.
Ao amigo e companheiro de TCC, DIEGO, pela dedicação, paciência e amizade construída
em todos esses anos. Desejo que DEUS ilumine o seu caminho para que ele seja repleto de
vitórias, conquistas e felicidades.
Aos Senseis de judô pela gentileza de nos permitir realizar as entrevistas muitas vezes
durante os horários de treinos.
A todos os professores do curso de graduação de Fisioterapia da UNAMA, pelos valiosos
ensinamentos.
Aos colegas de graduação, ou melhor, á minha segunda família, pela convivência diária,
onde muitas vezes passei mais tempo do dia com eles do que na minha casa, e pela união
compartilhada durante esses quatro anos de curso. Á vocês o desejo de sucesso.
A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho.
Muito obrigado.
Flávio Luis Amaral da Silva.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ushiro-ukemi
38
Figura 2 – Mae-ukemi
39
Figura 3 – Yoko-ukemi
39
Figura 4 – Tati-zempo-kaitem-ukemi
39
Figura – Tai – Otoshi
40
Figura – Kata-guruma
40
Figura 7 – Koshi- guruma
40
Figura 8 – Harai-goshi
40
Figura 9 – Hiza – guruma
41
Figura 10 – Uchi-mata
41
Figura 11 – Tomoe – Nage
41
Figura 12 – Kata – Otoshi
41
Figura 13 – Kami-Shiho-Gatame
42
Figura 14 – Yoko-Shiho-Gatame
42
Figura 15 – Ushiro-kessa-gatame
42
Figura 16 – Tate-shiho-gatame
42
Figura 17 – Kata Ha-jime
43
Figura 18 – Sankaku-jime
43
Figura 19 – Juji-gatame
43
Figura 20 – Ude-garami
43
Figura 21 – Ippon-seio-nage
44
Figura 22 – Ude garami
44
Figura 23 – Tai-Otoshi
44
Figura 24 – O-soto-gari
45
Figura 25 – De ashi harai
45
Figura 26 – Sassae Tsurikomi Ashi
45
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Faixa etária de idade
53
Tabela 2 – Peso dos atletas
54
Tabela 3 - Tempo de prática do judô
55
Tabela 4 – Freqüência de treino semanal
56
Tabela 5 – Carga horária de treino diário
57
Tabela 6 – Objetivo da prática do judô
58
Tabela 7 – Momento de ocorrência da lesão
59
Tabela 8 – Lesões quanto ao tempo de prática
60
Tabela 9 – Mecanismo das lesões
61
Tabela 10 – Tipo de lesão
62
Tabela 11 – Local de acometimento
63
Tabela 12 – Segmento corporal lesionado
64
Tabela 13 – Tratamento utilizado
65
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Faixa etária de idade
53
Gráfico 2 – Peso dos atletas
54
Gráfico 3 - Tempo de prática do judô
55
Gráfico 4 – Freqüência de treino semanal
56
Gráfico 5 – Carga horária de treino diário
57
Gráfico 6 – Objetivo da prática do judô
58
Gráfico 7 – Momento de ocorrência da lesão
59
Gráfico 8 – Lesões quanto ao tempo de prática
60
Gráfico 9 – Mecanismo das lesões
61
Gráfico 10 – Tipo de lesão
62
Gráfico 11 – Local de acometimento
63
Gráfico 12 – Segmento corporal lesionado
64
Gráfico 13 – Tratamento utilizado
65
11
Epígrafe
“A simplicidade é a chave de toda
arte superior, da vida e do judô”.
Jigoro Kano
12
RESUMO
MEDEIROS, Diego José Pompeu e SILVA, Flávio Luís Amaral. Estudo da Prevalência de
Lesões no Aparelho Locomotor em Praticantes de Judô. Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC). Jun/ 2008.
Introdução: O judô é uma arte marcial criada em 1882, conhecida como “caminho suave”.
Trata-se de um esporte de contato, caracterizado pela importância do fator força durante a sua
prática, com grande sobrecarga no sistema músculo-esquelético de tal forma que apresenta um
considerável risco para ocorrência de lesões. Objetivo: Verificar a prevalência de lesões no
aparelho locomotor de praticantes de judô. Método: Trata-se de um estudo transversal,
observacional, descritivo e inferencial onde foram entrevistados 134 praticantes de judô de 6
academias de Belém, através de questionário avaliativo referente a incidência de lesões
durante a prática do esporte, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão, para a análise
dos dados foi usado o programa Bioestat 4.0, admitindo-se um erro amostral de 5% e fixado
intervalo de confiança de 95%. Resultados: Através da pesquisa foi constatado, que os
praticantes que apresentaram maior índice de lesões tinham mais de 5 anos de prática no
esporte, apresentando uma grande ocorrência de lesões ligamentares, tendo os membros
superiores (ombro) como o seguimento corporal mais lesionado e fazendo uso do repouso
como principal forma de tratamento.Conclusão: Esta pesquisa foi importante para comprovar
cientificamente a ocorrências das lesões em judocas de Belém do Pará e para conscientizar
atletas, treinadores e dirigentes da ocorrência das mesmas.
Palavras-chave: lesões, judô, atletas.
13
ABSTRACT
MEDEIROS, Diego José Pompeu e SILVA, Flávio Luís Amaral. Research of prevail the loco
motor system of judo fighters damage. Work of course conclusion (WCC). Jun/2008.
Introduction: The judo is a martial art born in 1882, known as “light way”. It’s a sport of
contact, characterized about the importance of the strength factor between it’s practice, with a
big overload on muscle-skeleton system in the way that it shows in a considerable risk of
physic damages. Object: To prevail the loco motor system of judo fighter’s damage.
Method: It’s a transversal research, of observation, of description and of rational idea, there
was interviewed 134 judo practicing’s of 6 academies from Belem, according to the
assessment questionnaire referred of incidence of damages during the sport practice, obeying
the criterions of conclusion and exclusion, to analyze the data the were used in the program
Bioestat 4.0, admitting an sample mistake of 5% and fixed break of confidence of 95%.
Results: According to the research there was found, that the practicing’s that show more
damages or illnesses had more than five years of sport practicing, showing big happening of
ligament damage (or torn of ligament), getting the superior members (shoulder) as the most
illnesses corporal o seguiment and using as rest the best way of curing. Conclusion: This
research was important to prove scientific the physic damage on judo practicing’s from Belem
of Pará and to make the athlete, teachers, trainers and people from this spot aware.
Word-Key: Damage; judo; athlete.
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
16
2 OBJETIVO
18
3 REFERENCIAL TEÓRICO
19
3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O JUDÔ
19
3.1.1 – Histórico do judô
19
3.1.2 O Judô como esporte olímpico:
20
3.1.3 O Atleta de Judô
21
3.2. Pontuações
21
3.2.1 Ossaekoni
22
3.3 BIOMENCÂNICA APLICADA AO JUDÔ
22
3. 4 - TÉCNICAS DO JUDÔ
23
3.4.1 Ukemi-no-waza
23
3.4.2 Nage-waza
24
3.4.2.1 Tachi-waza
24
3.4.3 Katame-waza
27
3.5 TÉCNICAS QUE PODEM PROVOCAR LESÕES DURANTE
28
A PRÁTICA DO JUDÔ.
3.5.1 - Lesões da articulação do ombro.
28
3.5.1.1- Ippon-seio-nage
28
3.5.1.2 - Ude garami
28
3. 5.2 - Lesões da articulação do joelho
29
3.5.2.1 - Tai-otoshi
29
3.5.2.2 - O-soto-gari
29
3.5.3 - Lesões da articulação do tornozelo.
29
3.5.3.1 - De ashi harai e Sassae tsurikomi ashi
29
3.6 – AS LESÕES NOS ESPORTES
30
3.7 - AS LESÕES NO JUDÔ E A FISIOTERAPIA
32
4 METODOLOGIA
35
5 RESULTADOS
37
6 DISCUSSÃO
50
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
54
REFERENCIAS
55
15
APÊNDICES
60
APÊNDICE 1
61
APÊNDICE 2
62
APÊNDICE 3
63
ANEXOS
65
ANEXO 1
66
ANEXO 2
70
ANEXO 3
71
16
1 INTRODUÇÃO
O judô foi criado por Jigoro Kano em 1882. Esta arte marcial caracteriza-se por um
grande número de técnicas e bases filosóficas, de grande valor na formação do indivíduo.
Atualmente, é uma das modalidades esportivas que apresenta grande adesão, principalmente
em idades púberes e pré-púberes. Esse fenômeno pode ter sido impulsionado pelas conquistas
olímpicas dos atletas Aurélio Miguel e Rogério Sampaio, bem como pelas decorrentes
divulgações em mídia televisiva, mostrando as participações internacionais da equipe
brasileira nas últimas décadas. (BARSOTTINI et al. 2006; FRAGA, 2002)
É baseada em técnicas de projeções, imobilização, chaves de articulação e
estrangulamento, durante a prática desta modalidade utiliza-se muito do conhecimento da
educação física, para o aquecimento, condicionamento físico, coordenação, flexibilidade,
força e relaxamento. [O JUDÔ: O que é? Online]
Trata-se de um esporte combativo em que dois lutadores, seguindo técnicas e regras,
permanecem frente á frente e lutam para determinar um vencedor. Caracteriza-se o fator força
como estrema importância durante sua prática, com inegável sobrecarga no sistema músculoesquelético. (COHEN & ABDALLA; 2003)
O judô apresenta um considerável risco para ocorrência de lesões, sendo apontado
com destacado risco relativo através da análise comparativa entre diferentes modalidades
esportivas. (CARAZZATO et al.1995; BARSOTTINI et al. 2006)
As lesões incidentes no judô são aquelas decorrentes principalmente dos movimentos
específicos do esporte, ou seja, atos de puxar, empurrar, arremessar, estrangular e técnicas de
ataque às articulações. (COHEN & ABDALLA; 2003)
Nesse sentido, várias pesquisas têm focalizado a relação desse esporte e a ocorrência
de lesões, relatando casos específicos como, por exemplo, lesões em articulações do joelho,
tornozelo e cotovelo, osteodistrofia de cotovelos e interfalangianas dos dedos e inclusive a
influência do treinamento de alto rendimento no desenvolvimento de desvios posturais em
adolescentes. (FRAGA; 2002)
Independente do tipo de lesão desportiva, elas são resultantes de uma complexa
interação de fatores de risco intrínsecos e extrínsecos ou pela combinação dos dois. São
inerentes aos fatores de risco intrínsecos aqueles relacionados a : idade, sexo, condição física,
17
desenvolvimento motor, alimentação e fatores psicológicos. Por outro lado, os fatores de risco
extrínsecos estão relacionados a: especificidade técnica de cada modalidade, tipo de
equipamento, usado, organização do treino e da competição, cargas do treino e da competição
e condições climáticas. (SANTOS et al.; 2001)
A fisioterapia esportiva que é parte indissolúvel da medicina esportiva e possui
métodos e práticas que são aplicados no tratamento, reabilitação e prevenção das lesões
causadas na prática esportiva profissional e de lazer. (NEGRÃO; 1995)
O fisioterapeuta que atua na área esportiva deve ter além de uma boa formação
profissional, muita experiência pessoal em programas de exercícios e esportes competitivos,
pois só assim, terá condição de entender os vários problemas do atleta e da medicina
desportiva e de trabalhar de forma criativa e eficiente para a solução dos mesmos. (NEGRÃO;
1995)
18
2. OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
Verificar a ocorrência de lesões no aparelho locomotor em praticantes de judô.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Verificar as principais estruturas anatômicas acometidas durante a pratica do judô,
bem como o tipo de lesão: se muscular, tendinosa, ligamentar ou óssea.
19
3 – REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O JUDÔ
3.1.1 – Histórico do judô
A crônica antiga do japão (NIHON SHOKI), no ano de 720 d.c, menciona a existência
de certos golpes de habilidade e destreza utilizado nos combates corporais e também no
complemento da força física e mental. As técnicas de ataque e defesa utilizados na época
guardam semelhança com os golpes contemporâneos do sumô e do antigo ju-jutsu. Não havia
regras de combate e as lutas poderiam desenvolver-se até a morte de um dos
competidores.(CARAZZATO et al.; 1996)
O ju-jutsu era a arte marcial utilizada pelos samurais, e várias formas dela se
desenvolveram durante os períodos Sengoku (1477-1603) e Tokugawa (1604-1868). Em
1868, após várias guerras civis e períodos de muita turbulência interna, foi instaurado o
império Meiji. O sistema feudal foi extinto e houve uma completa reestruturação da
sociedade. Com isto terminou o período dos samurais e senhores feudais, havendo uma
centralização do poder e uma tendência à unificação de vários elementos da sociedade
vigente. Com o fim dos samurais, as várias escolas de ju-jutsu, na época, uma arte altamente
desenvolvida, porém dispersa, tenderam a se extinguir. (COHEN & ABDALLA; 2003)
Um jovem chamado Jigoro Kano (1860-1938) de apenas 18 anos, pequeno e franzino
por natureza, começou a praticar ju-jutsu com intenção de diminuir sua fraqueza física e
melhorar sua saúde. Após meses de prática e inúmeras frustações, já que o tradicional ju-jutsu
era uma arte apenas para aqueles dotados de força física, surgiu a idéia de modificar a arte
tradicional e criar o judô. (WILSON & RODRIGUES, 2007)
Considerado o pai do judô, Kano pesquisou e estudou sobre todas as escolas de jujutsu existentes e, a partir da combinação dos aspectos teóricos e práticos de suas
observações, fundou um procedimento único, permitindo um treinamento mais efetivo e
abordando aspectos físicos e mentais. Ele também eliminou todos os golpes e técnicas
perigosas e potencialmente lesivas. (COHEN & ABDALLA; 2003)
Foi em fevereiro de 1882 que o judô teve sua origem oficial com a padronização de
normas com a finalidade de tornar o aprendizado mais fácil, bem como o estabelecimento de
regras para o confronto esportivo, nesse período foi inaugurada a primeira escola de judô do
mundo, denominada de Kodokan (Instituto do caminho da fraternidade). A Kodokan ficava
no segundo andar de um templo budista, e no inicio possuía apenas 12 tatames. (WILSON &
RODRIGUES, 2007; CARAZZATO et al.; 1996; VIRGILIO 1986)
20
Segundo Wilson & Rodrigues (2007) diferentemente do ju-jutsu que se baseava no
“vencer ou morrer, lutar até a morte”, o judô se baseia no “ceder para vencer”. Kano ainda
inseriu princípios físicos, como equilíbrio, gravidade, deslocamento e sistema de alavancas,
além de importantes ferramentas didático-pedagógicas de ensino, para fazer do judô uma arte
perfeita e segura para todos.
Para isso criou o principio de amortecimento de quedas e a roupa especial de treino
chamada judogui, conhecida popularmente no ocidente como quimono. Dedicou-se
principalmente aos métodos de projeção. (WILSON & RODRIGUES; 2007)
O Judô de Kano se baseia no melhor uso da energia que existe dentro de cada um de nós.
Inspirou-se em três princípios para idealizar o judô. [HISTÓRIA DO JUDÔ, Online]
•
SEIRYOKU-ZEN-YO – máxima eficiência com mínimo esforço
•
JITA KYOEI – bem estar e benefícios mútuos
•
JU – suavidade
No Brasil, esse esporte teve seu início com a imigração japonesa no começo do século
XX, os primeiros professores japoneses desenvolveram um trabalho de ensino nos moldes do
judô tradicional. O principal precursor do judô no Brasil foi Mitsuyo Maeda, conhecido como
Conde Koma, apesar de ter se estabelecido anos depois da entrada dos primeiros imigrantes
japoneses, Maeda veio como divulgador oficial da Kodokan nas américas. Hoje o país tem
grande expressão em nível mundial, demonstrado pelos resultados obtidos em torneios
internacionais, campeonatos mundiais e olimpíadas. (CARAZZATO et al., 1996; WILSON &
RODRIGUES, 2007)
3.1.2 O Judô como esporte olímpico:
O judô surgiu nos jogos olímpicos de Tóquio em 1964, inicialmente com três
categorias, conforme o peso e mais uma categoria aberta (absoluta). No entanto foi em 1974,
que a FIJ (Federação Internacional de Judô) introduziu as novas regras, com o objetivo de
torná-lo mais dinâmico, dando mais ação às lutas e tornando mais fácil a assimilação pelo
público leigo. (CARAZZATO et al., 1996)
No entanto essas novas regras passaram a vigorar a partir dos jogos olímpicos de
Moscou em 1980, contribuindo para melhorar sobremaneira a imagem do judô como esporte
21
internacional, sendo introduzida neste momento a divisão em sete categorias conforme o peso
a qual vigora até hoje. (WILSON & RODRIGUES, 2007)
O judô na Ásia, Europa e América do Norte (EUA e Canadá) e América do Sul (Brasil
e Argentina) é hoje amplamente difundido, nos meios esportivos, sendo quase um esporte
profissionalizado em alguns da Europa. (CARAZZATO et al., 1996)
3.1.3 O Atleta de Judô
Segundo Carazzato et al. (1996), ao praticante dessa arte marcial, não é permitido
técnicas de socar e chutar, sendo assim e caracteriza-se pelo fator força como de estrema
importância, com inegável sobrecarga no sistema músculo-esquelético.
Apresenta também uma característica singular por aceitar uma variedade de biótipos
entre seus praticantes, altos, baixos, leves, pesados, brevelíneos e até longelíneos, são vistos
em treinamento. Apesar dessa ampla variedade, o esporte seleciona e desenvolve no
praticante algumas características comuns, tais como equilíbrio, agilidade, força estática dos
membros superiores e explosão dos membros inferiores, assim como capacidade anaeróbica e
aeróbica. (CARAZZATO et al., 1996)
Os oponentes permanecem segurando um no uniforme do outro, permanecem a maior
parte do tempo entre os golpes, com a base firme, as plantas dos pés no solo e os tornozelos
afastados um do outro numa distância aproximada de um pé. Os movimentos são na maior
parte do tempo suaves com as plantas dos pés deslizando e esfregando o solo. Os golpes e os
movimentos de defesa partem dessa posição, e consistem em empurrar, puxar, arremessar,
cair, estrangular, atacar as articulações e imobilizar o oponente. (COHEN & ABDALLA;
2003)
3.2. Pontuações
O objetivo máximo do judô é projetar o adversário, de modo que ele coloque as costas
no chão. Como não se consegue executar uma técnica perfeita, foram criadas pontuações de
menor valor, porém de igual importância durante a luta. (WILSON & RODRIGUES, 2007)
•
Koka – É a menor pontuação no judô. Um koka se realiza quando o oponente cai sentado.
•
Yoko – Equivale a um terço de ponto. Um yuko se realiza quando o oponente cai de lado.
•
Wazari – Equivale à metade de um ponto; após o segundo wazari você tem um ippon
•
Ippon – é o ponto inteiro ou golpe perfeito
22
3.2.1 Ossaekoni:
Segundo Wilson & Rodrigues (2007), quando a luta é levada para o solo e o
adversário fica imobilizado sem condições de sair, é aberta uma contagem pelo árbitro, que de
acordo com o tempo, pode evoluir ou não para um ippon.
Tempo de 10 - 15 segundos equivale a um koka
De 15 – 20 equivale a um yuko
De 20 – 25 equivale a um wazari
Total de 25 segundos equivale a um ippon
3.3 BIOMENCÂNICA APLICADA AO JUDÔ
No estudo da biomecânica aplicada ao judô ou a qualquer outro esporte é enfocada a
análise física dos movimentos do corpo humano e que esses movimentos são estudados por
meio de leis e padrões mecânicos levando em consideração a técnica de execução do
movimento preestabelecido e as características anatômicas do executante. (FRANCHINI
2001)
Nesse sentido o corpo humano é definido como um complexo sistema de segmentos
articulados em equilíbrio estático ou dinâmico, onde o movimento é ou pode ser produzido
por forças internas e externas, que atuando fora do eixo articular, provocam deslocamentos
angulares dos segmentos corporais. (FRANCHINI 2001)
O objetivo do atacante é deslocar o centro de gravidade do oponente para fora de sua
base de sustentação e assim eliminar sua estabilidade. Combinações de forças como puxar,
empurrar, erguer e rodar, são utilizadas para alcançar este fim. (MENDES & KURA; 1999)
O abaixamento do centro de gravidade aumenta a estabilidade do atleta. O
posicionamento dos pés em ângulo reto proporciona boa estabilidade lateral e anteroposterior. Ter a linha do centro de gravidade mais próxima do pé anterior libera a perna
posterior para rasteiras e outros movimentos descentralizadores usados contra o oponente.
(MENDES & KURA, 1999; VIRGILIO, 1986)
As preensões no quimono têm objetivo de facilitar os movimentos de empurrar –
puxar e de rotação do oponente. A aplicação de força na manga do quimono roda o oponente
em torno do seu eixo longitudinal. A aplicação de força na lapela superior e na gola, produz
movimento de rotação para frente e para trás. (CARR; 1998)
Gama (1987) relata que um dos princípios físicos mais importantes em que se
fundamenta o judô, é a potencia, que se define como a capacidade de realizar uma contração
23
muscular máxima num tempo mais curto possível. Potência é, portanto o produto da força
pela velocidade. Portanto o judoca de qualidade superior combina essas duas grandezas para
obter uma resposta motora mais eficiente.
A preparação para uma projeção necessita de uma série de movimentos rotatórios de
empurrar - puxar, no qual o principal objetivo é deslocar o centro de gravidade do oponente
para uma posição de estabilidade mínima. Seja qual for à técnica de projeção e sua
possibilidade de aplicação, propiciar o desequilíbrio do adversário é primordial para o sucesso
das fases subseqüentes, tanto que esse é um dos “ensinamentos máximos” deixados por Jigoro
Kano – “o melhor uso de energia - ceder para vencer”, ou seja, um mínimo de força para um
Máximo de eficiência. (FRANCHINI 2001)
3. 4 - TÉCNICAS DO JUDÔ
Para ascender na graduação do judô, o atleta é avaliado pela sua habilidade individual,
verificada através de exames especiais e pela eficiência nas competições aliados a sua conduta
na pratico do judô. (MENDES & KURA; 1999)
3.4.1 Ukemi-no-waza
Segundo Wilson & Rodrigues (2007), Ukemi é o nome dado ao conjunto de técnicas
para o amortecimento das quedas, para que um judoca tenha uma base sólida é preciso, antes
de aprender a derrubar, aprender a cair corretamente. O ukemi é subdividido em quatro
técnicas, dependendo para onde é direcionada a queda: Ushiro-ukemi, que se trata do
amortecimento de queda para trás; Mae-ukemi, que se refere ao amortecimento de queda para
frente; Yoko-ukemi, a queda para o lado; Tati-zempo-kaitem-ukemi, que se faz um rolamento
por cima de um dos ombros caindo na posicção de yoko-ukemi (Figuras 1, 2, 3 e 4
respectivamente).
Figura 1 – Ushiro-ukemi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008.
24
Figura 2 – Mae-ukemi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008.
Figura 3 – Yoko-ukemi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 4 – Tati-zempo-kaitem-ukemi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
3.4.2 Nage-waza -- Técnicas de projeções do oponente, (FRANCHINI; 2001).
3.4.2.1 Tachi-waza: Técnica onde o lutador ao executar a projeção do adversário permanece
em pé. Sua divisão é feita a partir da parte do corpo que mais ajuda na projeção do adversário,
dividi-se em: Te – waza, no qual o braço do judoca é a parte principal utilizada (Figuras 5 e
6); Koshi – waza, o quadril do judoca é a parte principal utilizada (Figuras 7 e 8); AshiI-waza,
a perna do judoca é a parte principal utilizada (Figuras 9 e 10); Sutemi-waza, nesse caso
ocorre quando o judoca ao projetar o adversário sacrifica sua posição de pé deitando-se no
solo (Figuras 11 e 12).
25
Figura 5 – Tai – Otoshi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 6 - Kata-guruma
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 7 – Koshi - guruma
Fonte: Pesquisa de campo – Pará Clube/abril-2008
Figura 8 - Harai-goshi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
26
Figura 9 – Hiza-guruma
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 10 – Uchi-mata
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 11 – Tomoe-nage
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 12 - Kata-Otoshi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
3.4.3 Katame-waza – Técnicas de solo e essas se dividem em: Ossae-komi-waza, onde o
lutador imobiliza o adversário de costas no tatame (Figuras 13, 14, 15 e 16); Shime-waza,
onde o judoca usa técnicas de estrangulamento do oponente (Figuras 17 e 18); Kansetsuwaza, utilização de técnicas de aplicação de chave nas articulações do braço (Figuras 19 e 20).
27
Figura 13 - Kami-shiho-gatame
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 14 - Yoko-shiho-gatame
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 15 – Ushiro-kessa-gatame
Fonte: Pesquisa de campo – Pará Clube/abril-2008
Figura 16 – Tate-shiho-gatame
Fonte: Pesquisa de campo – Pará Clube/abril-2008
28
Figura 17 - Kata Ha-jime
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 18 - Sankaku-jime
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 19 - Juji-gatame
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 20 - Ude-garami
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
3.5 TÉCNICAS QUE PODEM PROVOCAR LESÕES DURANTE A PRÁTICA DO JUDÔ.
3.5.1 - Lesões da articulação do ombro.
29
3.5.1.1- Ippon-seio-nage: nesta técnica a lesão pode decorrer da violência com que o judoca
traciona o braço do oponente, imprimindo velocidade e explosão ao movimento, podendo
causar lesões intra-articulares (Figura 21)
Figura 21 – Ippon-seio-nage
Fonte: Pesquisa de campo – Pará Clube/abril-2008
3.5.1.2 - Ude garami: nesta técnica o executante, imprime uma rotação externa forçada á
articulação do ombro podendo provocar lesões articulares como: luxações, subluxações,
rupturas e estiramentos ligamentares (Figura 22).
Figura 22 – Ude garami
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
3. 5.2 - Lesões da articulação do joelho.
3.5.2.1 - Tai-otoshi: a lesão pode ocorrer no momento em que o executante da técnica coloca
sua perna direta na altura do 1/3 distal da tíbia direita do oponente para fazer a alavanca e
arremessá-lo, pode lesar estruturas intra-articulares como ligamento cruzado posterior (Figura
23).
Figura 23 – Tai-Otoshi
Fonte: Pesquisa de campo – Pará Clube/abril-2008
30
3.5.2.2 - O-soto-gari: as lesões podem ocorrer quando, ao se aplicar a alavanca, o oponente
para não cair apóia-se na sua perna direta através do descarregamento de peso sobre a mesma,
havendo um deslocamento forçado da tíbia para frente podendo provocar lesões ligamentares
(Figura 24).
Figura 24 – O-soto-gari
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
3.5.3 - Lesões da articulação do tornozelo.
3.5.3.1 - De ashi harai e Sassae tsurikomi ashi: nestas técnicas o executante pode varrer o
tornozelo do adversário depois que este estabilizou seu peso sobre o pé, provocando um
esforço em inversão do tornozelo, podendo ocasionar lesões ligamentares e ósseas (Figuras 22
e 23).
Figura 25 – De ashi harai
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
Figura 26 – Sassae Tsurikomi Ashi
Fonte: Pesquisa de campo - ADESEF-UEPA/abril – 2008
31
3.6 – AS LESÕES NOS ESPORTES
Segundo Eitner (1989), aumentos constantes da demanda de exercícios modernos e
competitivos trazem consigo um aumento simultâneo no risco de lesões. O enorme desgaste
do treinamento e da competição atualmente existente nos esportes competitivos resulta em
uma freqüência cada vez maior em sérias lesões traumáticas e danos ao sistema músculos
esquelético, provenientes de desgastes anormais extremos. O perigo da lesão tem aumentado
não somente entre atletas de competição, mais também nos esportes praticados popularmente.
A epidemiologia das lesões esportivas é uma área de interesse de pesquisa nos Estados
Unidos e em todo mundo esportivo. (EITNER; 1989)
As lesões decorrentes de modalidades esportivas são freqüentes e geram preocupações
constantes na vida tanto do atleta, do técnico, como do dirigente dos dirigentes esportivos,
pois além do prejuízo físico e psíquico para o atleta, também é prejuízo financeiro para o
clube e geram dificuldades para o técnico em seu plano geral de treinamento. (SANTOS et al;
2001)
Segundo Meneses (1983), os atletas estão potencialmente sujeitos em qualquer fase
(treinamentos ou competições) a sofrerem lesões, as quais são diretamente proporcionais as
evidências dos fatores pré-disponentes (intrínsecos e extrínsecos). As estatísticas mostram que
a maioria das lesões esportivas ocorrem com maior freqüência, pouco antes ou logo após
períodos de férias ou de repouso, devido ao cansaço ou desgaste físico e mental que o atleta
apresenta em decorrência da participação nos treinamentos e competições, ou pela falta de
obtenção das condições psicológicas, físicas, técnicas, do ritmo e coordenação, mínimas
necessárias á pratica de qualquer modalidade esportiva.
Existem sete mecanismos básicos pelos quais os atletas podem sofre lesão: por contato
direto, sobrecarga dinâmica, esses ocorrem subitamente, impacto cíclico, excesso de uso, são
crônicos e revelados principalmente pela obtenção de uma historia acurada, a vunerabilidade
estrutural, falta de flexibilidade, desequilíbrio muscular e crescimento rápido. Estes
mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em conjunto. (MCKERG & VAN CAMP; 2001)
Os fatores extrínsecos referem-se á: Instalações esportivas, tipos de calçados, proteção
corpórea, condições do tempo, objetos do esporte e doping. Fatores intrínsecos referem-se á:
Vida diária, escolha do esporte ideal, inaptidão para o esporte, treinamento e deficiências
esportivas. (MENESES; 1983)
Para Grissogono (2000), classificam-se as lesões em: típicas e atípicas. Lesões típicas
representam aquelas mais freqüentes na pratica esportiva, ou seja, as mais comuns em cada
modalidade esportiva, incidindo de forma muito superior em relação ás atípicas, ocorrendo
32
tanto na fase de treinamento quanto na fase de competição. Já as lesões atípicas, são
acidentais, isto é, que não são comuns á determinada modalidade esportiva, ocorrendo de
forma rara no esporte.
Para Hillman (2002), as lesões podem ocorrer em duas fases distintas, ou seja, na fase
de treinamento ou na fase de competição. Sendo que na fase de treino elas acometeriam com
menor intensidade e gravidade, uma vez que nesta fase não há a necessidade de autoafirmação e o desejo de suplantar marcas/ e ou vontade de vencer adversários, o que aumenta
a freqüência e a gravidade das lesões.
Soares (2003) descreve que o mecanismo de lesão relacionada ao esporte pode ser
dividido em três categorias: a primeira categoria é a do uso excessivo, o fator comum nas
lesões por uso excessivo é a presença de micro traumas repetitivos a uma estrutura anatômica
em particular, forças friccionais, forças de tração e forças de sobrecarga cíclica podem causar
inflamação secundaria de estruturas envolvidas, resultando em dor e incapacidade, o segundo
mecanismo de lesão relacionada a esportes é o contato direto; e a terceira categoria é a
insuficiência de partes moles, uma contração muscular violenta única ou um esforço podem
lesar uma estrutura sem uso excessivo especifico e sem qualquer contato.
Para Gama (1987), o regime alimentar é importante para a boa forma e bem-estar
geral. Para os esportistas os carboidratos são especialmente importantes para obtenção de
energia, a ingestão de líquidos também é importante para se evitar cãibras, desidratação e
exaustão pelo calor.
Menezes (1983) diz que equipamentos de segurança, como capacetes, protetores de
boca, coletes acolchoados, caneleiras, joelheiras, tonozeleiras e outros, são imprescindíveis a
sua respectiva modalidade. As regras do esporte devem ser entendidas pelos praticantes e
aplicadas pelos juizes ou árbitros, isto é especialmente importante em esportes de contato,
como o rúgbi, naqueles em que podem haver colisões, como o squash e nos de combate como
o boxe. Onde as regras são estipuladas de modo a proteger os praticantes de maiores danos.
Segundo Rodrigues (1994), somente a profissão médica possui os conhecimentos
especializados e as instalações e equipamentos para o uso de técnicas de diagnostico objetivo,
como raios X, analises de sangue, mapeamento ósseo e de outras inúmeras investigações
internas. Uma vez diagnosticada a lesão, habitualmente o melhor tratamento será dado por um
fisioterapeuta, que pode fazer uso das técnicas da fisioterapia para ajudar o paciente a superar
a fase inicial da lesão (dor e edema), e depois orientá-lo ao longo das fases de recuperação.
33
3.7 - AS LESÕES NO JUDÔ E A FISIOTERAPIA
Conforme Santos et al. (2001) o tipo de lesão está associado ao tipo de esporte, e que
os desportos de contato são aqueles que apresentam o maior risco de lesões. Sendo o judô um
esporte de contato, pressupõe que seus praticantes estão mais suscetíveis ás lesões.
Devido ao grande avanço do judô em técnicas e competitividade, cresce a necessidade
dos atletas de treinar e melhorar a sua performance. (CARR; 1998)
Segundo Carr (1998), alguns atletas são negligentes quanto a alongamentos e
aquecimentos antes das lutas durante as competições, estes sem duvida são fatores que
causam lesões, principalmente nos períodos mais frios. Outro fator é que alguns atletas
costumam perder peso para lutar e o fazem na maioria das vezes, por desidratação, o que pode
ocasionar no momento da luta fadiga muscular, câimbras, tonturas, vômitos e desmaios.
Encontra-se também nas competições atletas inexperientes e despreparados fisicamente e/ou
psicologicamente, aqueles que lutam em categorias diferentes: os que simulam lesões e os que
escondem as lesões anteriores, colaborando com o aumento do índice de lesões no meio do
judô.
Soares (2003) relata que para a pratica deste esporte é necessário um condicionamento
físico prévio não só dos músculos e articulações como também da própria mente, pois neste as
ações podem ser violentas para as estruturas osteo-mio-ligamentares, pois é da conjugação
entre mente músculos que partirão as melhores ações de ataque e defesa.
Yoshitomi et al; (2006) define o esporte como um aperfeiçoamento físico do individuo
por meio de técnicas e exercícios musculares; o aquecimento antes dos treinos e competições
e considerado muito importante para evitar estiramentos, torções ou lesões mais graves, visto
que no judô têm-se muitas quedas, rolamentos, pegadas etc, as quais se não forem bem
desenvolvidas podem também levar a uma lesão muscular ou óssea.
Para Santos et al; (2001), as lesões no judô ocorrem na maioria das vezes, devido aos
movimentos de rotação exagerados sobre um dos pés e devido aos movimentos com paradas
bruscas.
Conforme Amorim et al; (2007), embora o judô seja uma modalidade bilateral, muitos
competidores praticam as técnicas unilateralmente proporcionando o surgimento de
assimetrias morfológicas e nos níveis de força muscular. Além disso, há o uso da sobrecarga,
ou seja, o peso do judoca projetado ao chão principalmente nas técnicas de braço e quadril,
sobre a coluna vertebral e membros inferiores.
Os movimentos unilaterais, que no judô são as rotações de tronco, contribuem para o
desenvolvimento de certos tipos de desvios posturais, como a escoliose, especialmente em
34
condições dinâmicas como cargas assimétricas de grande intensidade, resultando em redução
dos níveis de desempenho motor e desportivo e na qualidade de vida dos praticantes desta
modalidade. (AMORIM et al; 2007)
Segundo Cruz (1997), as competições de judô têm um baixo índice lesional, sendo
raras as lesões graves durante a sua prática.
Por outro lado Chereguini & Tonello (2008), constataram lesões de judocas durante
competição e concluíram que o maior número de lesões ocorreu em judocas iniciantes, ou
seja, entre um a dois anos de prática.
Grissogono (2000) são comuns lesões nos esportes, em especial as que afetam a
articulação do ombro incluindo, luxações que podem ocorrer concomitantemente a lesões de
nervos. No judô uma lesão resultante de uma luxação anterior com lesão concomitante de
nervo torácico e escapular dorsal pode produzir á perda de função e instabilidade do ombro.
Em geral á dois mecanismos que levam a esta lesão: a lesão indireta causada por excesso de
alongamento do nervo ou lesão direta causada por um golpe.
A disposição dos tatames é de vital importância na confecção do tablado de
competição. A má colocação ou disposição incorreta pode provocar afastamentos, saliências,
ou depressões que invariavelmente levarão à lesões, transformando um material utilizado
como meio de prevenção em um agente traumático. (MENEZES; 1983)
O ideal para evitar as lesões nos esportes é ter uma equipe multidisciplinar composta
de profissionais especializados, entre eles professor de educação física, psicólogo,
nutricionista, médico e fisioterapeuta. (NEGRÃO; 1995)
Para Soares (2003), visando à redução de lesões a fisioterapia deve utilizar-se da
prática da prevenção como regra e não como exceção. Técnicas específicas de prevenção de
lesões poderão levar os atletas amadores a desenvolverem-se melhor nos treinos e
competições.
O fisioterapeuta atua tanto na área preventiva quanto curativa, realizando um exame
físico para identificar se existe algum fator que possa desencadear uma lesão. Os exercícios
cinesioterapêuticos são indicados para desenvolver este trabalho na medida em que fortalecem
e reequilibram os músculos. (MENDES & KURA; 1999)
Deve ser realizado um trabalho de conscientização respiratória. O fisioterapeuta e
fundamental na recuperação do atleta lesionado, avaliando e tratando com os procedimentos
que julgar adequados. Muitas vezes, devido à ansiedade de voltar a lutar, o atleta interrompe o
tratamento, correndo o risco de novas lesões. [Fisioterapia e o Judô online]
35
Segundo Franchini (2001), as regras de atendimento na área do judô seguem conforme
determinação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Na área de luta são prestados
primeiros socorros. Nos casos simples, o atleta é atendido e continua a luta e, ao término do
combate, procura o Departamento Médico se for necessário. Nos casos mais graves, a luta é
interrompida e o atleta é retirado da área para uma melhor avaliação e, se necessário,
encaminhado para o hospital.
O fisioterapeuta atua utilizando as seguintes condutas: primeiros socorros,
posicionamento do atleta, bandagem, crioterapia e massoterapia. Após realizar o atendimento,
caso suspeite de alguma lesão grave, podem ser realizados testes ortopédicos. Caso seja
comprovada alguma lesão, encaminha-se o atleta para um atendimento especializado.
(EITNER 1989)
O estabelecimento de metas é aspecto importante da assistência reabilitativa. No
campo da Medicina Atlética e, Fisioterapia, as metas podem ser definidas com base no tipo de
lesão e o nível de competição do atleta. As categorias de sexo, e de idade dos participantes
atléticos também são dignos de consideração no planejamento de estratégias e metas de
tratamento. A meta da reabilitação é restaurar um estado ótimo de saúde e função até o seu
potencial máximo. (SOARES; 2003)
36
4 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade da Amazônia - UNAMA é de caráter transversal, observacional, descritivo e
inferencial. Foi realizado no período de 13 abril à 13 de maio de 2008 através da aplicação de
questionário avaliativo contendo questões de múltipla escolha, elaborado e aplicado pelos
autores da pesquisa á 134 praticantes de judô do sexo masculino, de 6 academias de Belém
do Pará previamente selecionadas, as quais foram: Associação dos Docentes da Escola
Superior de Educação Física (ADESEF), Associação Paraense de Artes Marciais (APAM),
Associação Pará Clube, Associação Maynard Jones de Paiva, Associação Veleiro de Judô e
CEFET Judô - Pa.
Os critérios de inclusão para o estudo exigiam que, o entrevistado fosse praticante de
judô, que aceitasse espontaneamente todos os requisitos da pesquisa mediante a assinatura do
Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), que este estivesse devidamente
vinculado a uma das academias selecionadas, fosse do sexo masculino; estivesse na faixa
etária compreendida no intervalo de idade entre 15 a 45 anos e possuísse no mínimo 1 ano de
prática na modalidade.
Foram excluídos do estudo os praticantes que, não aceitaram participar
espontaneamente da pesquisa por não concordar em assinar o TCLE, os praticantes do sexo
feminino, os que não estivessem devidamente vinculados ás academias selecionadas, os que
não se enquadraram na faixa etária de 15 á 45 anos de idade e os que tinham menos de 1 ano
de prática.
Os participantes após tomarem conhecimento da pesquisa, foram informados quanto à
natureza e o propósito da mesma, assinaram o Termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE Anexo1 e Anexo2), e consentiram à obtenção e o registro dos dados para efeito de
pesquisa e publicação cientifica dos resultados, conforme determina a resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
A entrevista foi realizada de forma individual, mediante a utilização do questionário,
com a finalidade de se obter informações a respeito da identificação e acometimento de lesões
relacionadas à prática do judô.
Durante a aplicação do questionário aos entrevistados, foram respondidas perguntas
referentes à: academia onde pratica o judô, idade, peso, categoria, membro dominante (base),
tempo de prática, freqüência de treino semanal e carga horária /dia, objetivo da prática do
judô, prática de outro esporte, realização aquecimento e alongamento antes do treino, quanto à
37
utilização de equipamento de proteção individual, se já sofreu alguma lesão relacionada ao
judô, em que condições ocorreu (am) essa(s) lesão (es), tipo da lesão, localização, lado e
segmento(s) corporal (is) acometido(s) e o tipo de tratamento utilizado.
Após a coleta de dados, foi utilizado o sistema de banco de dados MS-ACCESS para
armazenar e organizar a amostra. Sendo realizada a análise e interpretação dos dados,
admitindo-se um erro amostral de 5% e em seguida, aplicada estatística descritiva. Foi fixado
o Intervalo de Confiança de 95% para estimação das prevalências das lesões nível de
significância alfa = 0.05 para rejeição da hipótese de nulidade. Todos os procedimentos foram
realizados sob o suporte computacional do pacote bioestatístico BioEstat 4.
38
5 RESULTADOS
Na distribuição quanto à faixa etária, verificou-se que dos 134 entrevistados, 51
praticantes apresentaram idade entre 20 a 29 anos de idade (38,1%), 33 apresentaram idade
entre 17 a 19 anos de idade (24, 6 %), 26 com idade acima de 30 anos (19,4%) e 24 entre 15 a
16 anos de idade (17,9 %). Conforme tabela e gráfico abaixo:
Faixa
Freq.
Perc(%)
15 a 16 anos
24
17,9%
17 a 19 anos
33
24,6%
20 a 29 anos
51
38,1%
acima de 30 anos
26
19,4%
Total
134
100,0%
Tabela 1 – Faixa etária
Fonte: Pesq. De campo/abr-2008
!
Gráfico 1 – Faixa etária
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
39
Quanto ao peso em (kg), observou-se que dos 134 entrevistados, 58 praticantes
apresentaram peso entre 61 a 73 kg (43,3%), 31 com o peso entre 49 a 61 kg (23,1%), 20
entre 73 a 85 kg (14,9%), 16 entre 85 a 97 kg (11,9 %), 7 com peso entre 97 a 109 kg (5,2%)
e 2 entre 109 a 121 kg (1,5%). Conforme tabela e gráfico abaixo:
Peso/Kg
Freq.
Perc(%)
49
61
31
23,1%
61
73
58
43,3%
73
85
20
14,9%
85
97
16
11,9%
97
109
7
5,2%
109
121
2
1,5%
134
100,0%
Total
Tabela 2 – Peso dos atletas
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
#
$
"
Gráfico 2 – Peso dos atletas
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
"
40
Em relação ao tempo de prática do judô, verificou-se que, dos 134 entrevistados, 84
praticantes apresentaram mais de 5 anos de prática (62,7%), 18 apresentaram de 2 a 3 anos
(13,4 %), 15 de 3 a 5 anos (11,2%), 17 de 1 a 2 anos de prática (
Conforme tabela e
gráfico abaixo:
Tempo de prática
Freq.
Perc(%)
De 1 a 2 anos
17
12,7%
De 2 a 3 anos
18
13,4%
De 3 a 5 anos
15
11,2%
Mais de 5 anos
84
62,7%
Total
134
100,0%
Tabela 3 – Tempo de prática
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
#
Gráfico 3 – Tempo de prática
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
%&
' (
41
Conforme a freqüência de treino semanal observou-se que dos 134 entrevistados, 57
praticantes apresentaram freqüência de 3 vezes por semana (42,5%), 39 de 5 vezes por
semana (29,1%), 23 de 4 vezes por semana (17,2%), 10 com 2 vezes por semana (7,5%), 3
com 1 vez por semana (2,2%) e 2 praticantes com 6 vezes por semana (1,5%). Conforme
tabela e gráfico abaixo:
Freqüênc./treino Semanal
Freq.
Perc(%)
1 vez
3
2,2%
2 Vezes
10
7,5%
3 Vezes
57
42,5%
4 Vezes
23
17,2%
5 Vezes
39
29,1%
6 Vezes
2
1,5%
Total
134
100,0%
Tabela 4 – Freqüência treino semanal
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
#
(
+*
"+*
+*
+*
+*
*
Gráfico 4 - Frenq. Treino semanal
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
&
&
)
42
Quanto a carga horária de treino diário, dos 134 entrevistados, 106 praticantes
afirmaram que treinam de 1 a 2 horas/dias (79,1%), 16 treinam de 2 a 3 horas diárias (11,9%),
6 com carga horária de 3 a 4 horas por dia (4,5%), 5 com 1 hora por dia (3,7%) e 1 praticante
treina mais de 4 horas por dia (0,7%). Conforme tabela e gráfico abaixo:
C. H. de treino
Freq.
Perc(%)
1 hora
5
3,7%
de 1 a 2 horas
106
79,1%
de 2 a 3 horas
16
11,9%
3 a 4 horas
6
4,5%
Mais de 4 horas
1
0,7%
Total
134
100,0%
Tabela 5 - Treino Diário
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
! -
,
"
Gráfico 5 - Treino Diário
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
&
43
Quanto ao objetivo da prática do judô, dos 134 entrevistados, 84 praticantes
informaram que praticam o judô a nível competitivo (62,7%), 21 à nível de condicionamento
físico (15,7%), 6 como lazer (4,5%), 21 tem mais de 1 objetivo (15,7%) e 2 praticantes tem
outros objetivos na prática do judô (1,5%). Conforme tabela e gráfico abaixo:
Objetivos
Freq.
Perc(%)
Competitivo
84
62,7%
Cond. Físico
21
15,7%
Lazer
6
4,5%
Outro
2
1,5%
Mais de 1 Objetivo
21
15,7%
Total
134
100,0%
Tabela 6 - Objetivo da pratica
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Objetivos da Prática de Judo
62,7%
15,7%
15,7%
4,5%
Competitivo
Cond. Fisico
Gráfico 6 – Objetivo da prática
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Lazer
1,5%
Outro
Mais de 1
Objetivo
44
Quanto ao momento de ocorrência da lesão, dos 134 entrevistados, somente 121 foram
acometidos de lesão, e somente estes estão relacionados no gráfico, 66 praticantes referiram
acometimento de lesão durante o treino (54,5%), 28 foram acometidos durante competição
(23,1%), 24 durante treino e competição (19,8%) e somente 3 durante o pré-treino (2,5%).
Conforme tabela e gráfico abaixo:
Momento da ocor. lesão
Freq.
Perc(%)
Treino
66
54,5%
Competição
28
23,1%
Treino+Competição
24
19,8%
Pre-treino
3
2,5%
Total
121
100,0%
Tabela 7 – Momento de ocorrência
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
. /
#
0&
1(
2(
"
" "
! "
Gráfico 7 – Momento de ocorrência
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
#$
%! "
#$
45
No que se refere à correlação das lesões quanto ao tempo de prática, dos 121
entrevistados, 76 tinham mais 5 anos de prática (62,8%), 17 estavam no intervalo de 2 a 3
anos (14%), 15 entre 3 a 5 anos (12,4%) e 13 de 1 a 2 anos (10,7%). Conforme tabela e
gráfico abaixo:
Tempo de prática
Freq.
Perc(%)
De 1 a 2 anos
13
10,7%
De 2 a 3 anos
17
14,0%
De 3 a 5 anos
15
12,4%
Mais de 5 anos
76
62,8%
Total
121
100,0%
Tabela 8 – Tempo de prática x Lesão
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Distribuição quanto ao Tempo de Prática
62,8%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
10,7%
14,0%
12,4%
20,00%
10,00%
0,00%
De 1 a 2
anos
Tabela 8 - Tempo de prática x Lesão
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
De 2 a 3
anos
De 3 a 5
anos
Mais de 5
anos
46
Quanto ao mecanismo de lesão, dos 121 entrevistados, 95 apresentaram lesão por
contato direto (78,5%), 14 por sobrecarga (11,6%), 11 por movimento repetitivos (9,1%),1
sem resposta (0,8%). Conforme tabela e gráfico abaixo:
Mecanismo da lesão
Freq.
Perc(%)
Contato Direto
95
78,5%
Sobrecarga
14
11,6%
Mov. Repetitivos
11
9,1%
sem resp
1
0,8%
Total
121
100,0%
Tabela 9 – Mecanismo de lesão
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
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Gráfico 9 – Mecanismo de lesão
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
"
47
Quanto ao tipo de lesão ocorrida, dos 121 entrevistados, constatou-se que 53
apresentaram lesão ligamentar (43,8%), 28 lesão muscular (23,1%), 25 por fratura/fuxação
(20,7%), 9 por contusão 7,4% e 6 por lesão tendinosa (5%). Conforme tabela e gráfico abaixo:
Tipo de lesão
Freq.
Perc(%)
Ligamentar
53
43,8%
Muscular
28
23,1%
Fratura/Luxação
25
20,7%
Contusão
9
7,4%
Tendinosa
6
5,0%
Total
121
100,0%
Tabela 10 – Tipo de lesão
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Distribuiçãos das lesões sofridas por Tipo
43,80%
23,14%
20,66%
Gráfico 10 – Tipo de Lesão
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
no
sa
4,96%
Te
nd
i
Co
nt
us
ão
Fr
at
ur
a/
Lu
xa
çã
o
us
cu
la
r
7,44%
M
Li
ga
m
en
ta
r
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
48
Quanto ao local de acometimento das lesões, dos 121 entrevistados, 51 apresentaram
lesão nos membros superiores (42%), 27 nos membros inferiores (22,3%), 19 nos membros
superior e inferior (15,7%), 8 no tronco (6,6%), 6 no membro superior, membro inferior e
tronco (5,0%), 4 em membro superior e tronco (3,3%), 3 em membro superior, membro
inferior, tronco e cabeça (2,5%), 1 apresentou lesão na cabeça ( 0,8%) e 2 não responderam
(1,7%) Conforme tabela e gráfico abaixo:
Local
Freq.
Perc(%)
Membros Superiores
51
42,1%
Membros inferiores
Membros Sup + Inf
Tronco
27
19
8
22,3%
15,7%
6,6%
Membro Sup + Inf +Tronco
Membros Sup+Tronco
M. Sup+inf+tron.+cabeça
6
4
3
5,0%
3,3%
2,5%
Cabeça
sem resposta
Total
1
2
121
0,8%
1,7%
100,0%
Tabela 11 – Local de acometimento
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Distribuição das lesões quanto o Local de acomentimento
Cabeça0,83%
M. Sup+inf+tron.+cabeça 2,48%
Membros Sup+Tronco 3,31%
Membro Sup + Inf +Tronco
Tronco
4,96%
6,61%
15,70%
Membros Sup + Inf
22,31%
Membros inferiores
42,15%
Membros Superiores
0,0%
Gráfico 11 – Local de acometimento
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
49
Quanto ao segmento corporal lesionado, dos 121 entrevistados, 28 apresentaram lesão
isolada de ombro (23,1%), 11 lesões de joelho (9,1%), 7 nas mãos e dedos (5,8%), 6 nos pés e
dedos (5%), 4 na coluna lombar (3,3%), 3 no cotovelo (2,5%), 3 punho (2,5%) e 59
apresentaram mais de 1 seguimento corporal lesionado (48,8%). Conforme tabela e gráfico
abaixo:
Seguimento Corporal
Freq.
Perc(%)
Ombro
Joelho
Cotovelo
Pé e dedos
Mãos e dedos
Coluna Lombar
Punho
28
11
3
6
7
4
3
23,1%
9,1%
2,5%
5,0%
5,8%
3,3%
2,5%
Mais de 1 segmento lesionado
59
48,8%
Total
121
100,0%
Tabela 12 – Segmento corporal
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Distribuição das lesões quanto ao seguimento corporal
23,10%
Ombro
Joelho
Mãos e dedos
48,80%
Pé e dedos
9,10%
Coluna Lombar
Cotovelo
Punho
5,80%
5,00%
3,30%
2,50%2,50%
Gráfico 12 – Segmento corporal
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Mais de 1 segmento lesionado
50
No que refere ao tratamento utilizado, dos 121 entrevistados, 40 utilizaram somente
repouso (33,1%), 27 procuraram atendimento médico (22,3%), 20 realizaram fisioterapia
(16,5%), 13 tiveram que imobilizar (10,7%), 4 utilizaram todos os tratamentos citados no
questionário (3,3%) e 17 realizaram outros tipos de tratamentos (14%). Conforme tabela e
gráfico abaixo:
Tratamento
Freq.
Perc(%)
Repouso
40
33,00%
Médico
27
22,00%
Fisioterapia
20
17,00%
Imobilização
13
11,00%
Todos
4
3,00%
Outros tratamentos
17
14,00%
Total
121
100,00%
Gráfico 13 – Tratamento
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
Distribuição dos tratamentos utilizados
14%
Repouso
3%
33%
Médico
Fisioterapia
11%
Imobilização
Todos
17%
Outros tratamentos
22%
Gráfico 13 – Tratamento
Fonte: Pesquisa de campo/abril-2008
51
6 DISCUSSÃO
De acordo com o estudo, foi verificado que 62,7% dos entrevistados tinham mais de
cinco anos de prática do judô, tempo que para o esporte é considerado satisfatório para a
aquisição de habilidades especificas ao esporte.
Segundo Robert (1983), o judoca para adquirir um conhecimento técnico significativo
em termos de performance, necessita da automatização do movimento, e isto ocorre, somente
após um treinamento sistemático de vários anos consecutivos, englobando vários fatores, que
incluem a preparação física, técnica, tática, preparação psicológica, dentre outras.
Carazatto et al. (1996) constataram através de uma pesquisa feita com 129 atletas de
judô de alto nível, uma alta incidência de lesões no aparelho locomotor, sendo que foram
observadas predominâncias de lesões articulares em atletas com maior tempo de treinamento,
maior nível e maior peso. Notaram também uma incidência maior de lesões nos atletas que
iniciaram seus treinos em idades mais precoces e permaneceram em atividade competitiva por
mais tempo.
As lesões traumáticas são mais comuns nos esportes de contato, nossos achados
conferem com os dados da literatura, onde 78,5% dos nossos entrevistados, referiram
acometimento de lesão por contato direto. No que diz respeito ao tipo de lesões, segundo
Menezes (1993), as lesões articulares são comuns em esportes de contato, a exemplo das
entorses e luxações, da mesma forma que as lesões musculares.
Velin et al. (1994) avaliaram 541 lesões esportivas em crianças e adolescentes durante
o ano de 1992, sendo o judô, o responsável por 7,2% delas.
O excesso de treino, conhecido como síndrome do over training, é relacionado como
outro aspecto importante dentro do treinamento de qualquer modalidade esportiva, mais
especificamente no âmbito do judô, como fator essencial ao acometimento de lesões.
(CALLISTER et al.;1990)
Em nosso estudo, verificou-se que, entre os entrevistados, o objetivo maior da pratica
do judô se refere á competição (62,7%), mas, no entanto somente 23,1% relataram
acometimento de lesão durante a mesma.
Conforme Cruz (1997), as competições de judô têm um baixo índice lesional, sendo
raras as lesões graves durante a sua pratica.
Por outro lado outros estudos diagnosticaram, lesões de judocas durante as
competições e concluíram que o maior numero de lesões ocorreram em judocas iniciantes,ou
seja, entre um até dois anos de prática. (LIMA et al.; 1998)
52
Segundo Almeida (1991), os mecanismos de lesões nos esportes, relacionam-se com
os fatores de risco que são classificados em extrínsecos e intrínsecos.
Em nosso estudo, observou-se que 66 (54,5%) relataram acometimento de lesão
durante os treinos, podendo ser enquadrado como um fator intrínseco para lesões.
Por ser o judô um esporte bastante susceptível as lesões, deve ser trabalhado de modo
planejado, simétrico e racional, para além de outros fatores, para se prevenir as lesões. É
comum a lesão acontecer durante o “handori” (treino em condições de confronto direto) fator extrínseco, e quando isto se dá de forma desconcentrada (sem levar a sério), aumentam
as chances de ocorrer lesões acidentais. (ALMEIDA; 1991)
Quanto ao tempo de prática, nossos resultados vão de encontro aos estudos de Lima et
al. (1998), onde em tal estudo, foi demonstrado que atletas com tempo de treino de 1 a 2 anos,
foram os que apresentaram maior número de lesões no judô, em nosso estudo os praticantes
que apresentaram maior acometimento de lesão foram os que possuíam mais de 5 anos de
pratica do judô.
No que se refere ao tipo da lesão, em nosso estudo o maior índice se deu a lesões do
tipo ligamentar (43,8%), seguido por lesões do tipo muscular (23,1%).
Carazatto et al. (1992) analisando os casos de traumatologia esportiva atendidos em
um ambulatório, entre dez modalidades esportivas (voleibol, handebol, ginástica olímpica,
futebol, basquete, judô etc.), o judô foi o responsável pelo menor numero de atendimentos. A
região mais afetada na pratica de judô foi o joelho, principalmente por lesões meniscais e
ligamentares, seguido por lesões de coluna.
De acordo com Cohen & Abdalla (2003) estudos realizados por Kurihara & Wilson,
em 1969, descreveram as lesões mais comuns no judô em ordem de freqüência: entorses de
tornozelos e de punho, luxações de ombro, lesões nos dentes e na boca, fraturas de costela e
de clavícula.
Segundo estudos de Santos et al. (2001), verificou-se que um grupo de 42 judocas
acompanhados por 12 meses, apresentou um total de 42 lesões. Destas, 38,1% (16); foram
entorses/torções (joelho, tornozelo e dedos), 28,6% (12) foram luxações (ombro e joelho);
19% (8) equivalem a pancadas (choque com joelho, perna, cabeça) e 14,3% (6) representaram
as distensões.
Em nosso estudo, o local de maior incidência lesional foram os membros superiores
(42,1%), mais especificamente o ombro (23,1%), seguidos de outros índices menores como
cotovelo (2,5%), mãos e dedos (5,8%) e punho (2,5%).
53
Os membros inferiores ocuparam o segundo lugar com (22,3%), mais especificamente
o joelho (9,1%), pé e dedos (5,0%), coluna lombar (3,3%), e mais de um segmento corporal
lesionado (48,8%).
Um estudo realizado com 46 atletas de judô do Vale do Paraíba, foi verificado que o
joelho apresentou um total de 23% de ocorrências lesionais, sendo a região anatômica com
maior índice de queixas e que as lesões de tornozelo atingiram a marca expressiva de 14%,
sendo o terceiro item mais citado. (BARSOTTINI et al. 2006)
Conforme Barsottini et al. (2006) é grande o predomínio de lesões em joelhos e
tornozelos de atletas de judô.
Segundo Jjamill & Knutzen (1999), a articulação do ombro e constantemente lesada
por trauma direto ou uso excessivo repetidos; a luxação ou subluxação na articulação
glenoumeral é freqüente devido à falta de contenção e a dependência dos tecidos moles para
obter contenção e suporte na articulação.
Em nossa pesquisa foram encontrados 11 casos (9,1%) de acometimento de lesão por
movimentos repetitivos.
Conforme Soares (2003), é possível que possam ocorrer lesões do nervo axilar,
associadas à lesão da bainha rotatória; e que estes traumatismos correspondam a um
mecanismo de extensão com tração do membro superior; as lesões osteoarticulares, luxações
glenoumeral e fraturas de escápula, mecanismos de lesão pelos quais podem ocorrer na
pratica do judô.
Segundo Carazatto et al. (1996) estudos realizados em 1984 por Orava et al., houve
três casos de osteólise distal da clavícula em praticantes de judô e ressaltaram a dificuldade de
diferenciar esta patologia com a luxação da articulação acrômioclavicular.
Koiwai (1965) apud Cohen & Abdalla (2003) estudou lesões dentro da modalidade,
encontrando um total de 70 lesões, das quais 27 luxações (40%), 7 entorses graves (10%), 4
concussões (5,7%), 4 contusões graves (5,7%), 2 lesões de cartilagem de joelho (2,8%) e 5
lesões associadas (7,15%).
Neste mesmo estudo das 27 fraturas, onze envolveram o membro superior: 3 a
clavícula, 2 o úmero, 1 o cotovelo, 2 o antebraço, 1 a mão e 2 os dedos. Oito envolveram os
membros inferiores: 1 o joelho, 1 tíbia e fíbula, 1 tíbia, 1 fíbula e 4 artelhos. Houve 2 fraturas
de vértebras, 1 cervical e 1 lombar. Os 3 casos de contusões graves acometeram o deltóide,
região dorsal e cotovelo, entorses graves foram: 1 cervical, 4 acromioclaviculares e 3 de
tornozelo. O grupo de lesões associadas incluiu, por exemplo: lesão de tendão calcâneo,
queimaduras dos pés e lesão da aponeurose das mãos.
54
As lesões mais comuns encontradas no referido estudo acometeram a região do ombro
e a causa mais comum foi devido à técnica inadequada de arremesso do oponente, outro
mecanismo de lesão comum encontrando foi à queda sobre o membro superior estendido
contra o tatame, quando o atleta é arremessado. As lesões mais comuns causadas por esse
mecanismo se deram no cotovelo, antebraço e punho, principalmente fraturas e luxações.
(COHEN & ABDALLA; 2003)
As condições da superfície de prática do esporte também foram levantadas neste
estudo como causadoras de lesões, como no caso de fraturas de dedos de pés e mãos por
ficarem presos entre duas placas de tatame. (COHEN & ABDALLA; 2003)
Um estudo da incidência de lesões e atendimento médico desportivo nos jogos PanAmericanos de Mar Del Plata, realizados na Argentina, em 1995, encontraram o judô
responsável pelo maior numero de lesões na área de traumatologia, principalmente lesões
articulares, dentre as 33 delegações presentes, e pelo quarto lugar no numero de atendimentos
gerais no departamento médico da referida competição. (CARAZATTO et al. (1995)
Com relação ao tipo de tratamento utilizado, nosso estudo comprovou que um total de
33,1% dos entrevistados utilizou repouso como forma de tratamento, ficando o tratamento
médico em segundo lugar com 22,3%, seguido da fisioterapia com 16,5%. Isto pode ser pela
falta de informação que a maioria dos atletas apresentam, com relação à importância de um
tratamento multidisciplinar no que se refere a lesões desportivas.
Conforme Ejinisman et al. (2001), no que se refere ao retorno para esporte,
principalmente durante o período do tratamento conservador (repouso, reabilitação,
antiinflamatórios não hormonais), os atletas devem ser orientados quanto á evolução natural
da afecção apresentada, que segue na maioria das vezes o período fisiológico de recuperação
das estruturas afetadas (músculos e tendões).
Como já mencionado, o judô é uma modalidade esportiva que requer um sistemático
treinamento e um longo tempo de prática, para se adquirir um alto nível técnico. Dessa forma,
pressupõe-se que o nível técnico do individuo será maior, quanto maior for o tempo de
treinamento.
Mas, há de se considerar a importância do controle de alguns fatores, como o tipo de
treinamento, o tempo das sessões, a intensidade, o condicionamento físico do atleta, entre
outros. Então, quanto melhor for o nível técnico, é de se esperar que o individuo faça o
melhor uso de sua energia, que melhor seja a antecipação, e utilização de forma racional e
diversidade de movimentos na prática desta modalidade, conseqüentemente o risco de lesões
será menor.
55
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em consideração os objetivos estabelecidos no inicio deste trabalho e
juntamente com os fundamentos teóricos, em face dos resultados encontrados através da
pesquisa realizada em seis academias de Belém, envolvendo os praticantes de judô, pode-se
constatar que tais praticantes são freqüentemente acometidos por lesões, principalmente no
que diz respeito aos membros superiores, mais especificamente a articulação do ombro.
Durante a aplicação dos questionários, também foi possível observar, a alta incidência
lesional em praticantes com mais de cinco anos na modalidade, embora a maioria dos
entrevistados encontravam-se no intervalo de idade entre 20 a 29 anos de idade, também vale
ressaltar que de acordo com os resultados, a maior parte dessas lesões ocorreram no momento
dos treinos.
Ainda foi possível constatar ao longo desta pesquisa que, dependendo do caso da
lesão, uma pequena parcela dos entrevistados procuraram todos os tipos de tratamento
(médico, repouso, fisioterapia e imobilização).
Concluímos que este estudo foi de grande importância no que diz respeito à
contribuição de informações para a comunidade cientifica, devido à carência de achados
literários relacionados a lesões no judô em Belém do Pará e para a comunidade desportiva,
conscientizando atletas, treinadores e dirigentes da ocorrência de lesões na citada modalidade
e da importância de se adotar métodos que previnam as mesmas.
Diante disso faz-se necessária a continuidade deste estudo, levando-se em
consideração a ampliação da amostra, referente ao número de indivíduos e quantidade de
academias envolvidas.
56
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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60
APÊNDICES
61
APÊNDICE 1 - ACEITE DO ORIENTADOR
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
Eu, Erielson dos Santos Bossini, aceito orientar o trabalho intitulado “Estudo da
prevalência das lesões no aparelho locomotor em praticantes de judô”, de autoria dos
alunos Diego José Pompeu Medeiros e Flávio Luís Amaral da Silva, declarando ter total
conhecimento das normas de realização de trabalhos científicos vigentes, segundo o manual
de metodologia cientifica adotado pelo curso de Fisioterapia da UNAMA.
Belém – PA ____, _______, 2007
______________________________________
Erielson dos Santos Bossini
Fisioterapeuta
CREFITO 34134- F
62
APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO
Universidade da Amazônia - UNAMA
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS
Curso de Fisioterapia
Prezado atleta,
Gostaríamos que você dedicasse alguns minutos para responder às perguntas que se
seguem. Lembramos que suas respostas são confidenciais e sua contribuição será muito
importante para nós. Desde já agradecemos sua colaboração.
Academia: ______________________________________
Idade: _______________
Membro Dominante (Base):
Masc.
Fem.
Peso: ___________ Categoria: __________
Esquerda
1. Tempo de Prática:
Menos de 1 ano
De 1 a 2 anos
De 2 a 3 anos
De 3 a 5 anos
Mais de 5 anos
2. Freqüência de treinamento semanal:
2 vezes
3 vezes
4 vezes
5 veses
______________
3. Carga Horária de Treino Diário:
1 hora.
De 1 a 2 horas
De 2 a 3 horas
De3 a 4 horas
Mais de 4 horas
4. Objetivo da prática:
Sexo:
Direita
Competitivo.
Condicionamento Físico
Lazer
Outros: ______________________
5. Pratica outro esporte?
Não
Sim ___________________________
6. Realiza aquecimento antes do treino?
Sim
Não
7. Realiza alongamento antes do treino?
Sim
Não
8. Utiliza equipamento de
individual durante o treino?
Sim
Não
proteção
9. Você já sofreu alguma lesão relacionada
ao Judô?
Sim
Não
ATENÇÃO: AS QUESTÕES A SEGUIR SERÃO RESPONDIDAS APENAS SE VOCÊ
JÁ SOFREU ALGUMA LESÃO PROVENIENTE DÀ PRÁTICA DO JUDÔ
63
10. A lesão ocorreu durante:
Pré-treino
Treino
Competição
11. Qual o lado acometido?
Esquerdo
Direito.
Ambos.
12. A sua lesão foi:
Recebendo um golpe.
Aplicando um golpe.
Outro: ___________________________.
13. Como foi o mecanismo da sua lesão?
Contato direto (Golpes).
Movimentos Repetitivos.
Sobrecarga (Parte Física).
14. Qual foi o tipo de lesão?
Muscular.
Tendinosa.
Ligamentar.
Fratura/Luxação.
Contusão.
15. Qual a localização da lesão?
Membros Superiores.
Membros Inferiores.
Tronco.
Cabeça
16. Qual o seu segmento corporal lesionado?
Face
Ombro
Cotovelo
Punho
Mão e dedos
Coluna Cervical
Coxa
Perna
Joelho
Tornozelo
Coluna Torácica
Pé e dedos
Coluna Lombar
Púbis
17. Tratamento Utilizado?
Repouso
Fisioterapia
Medico
Imobilização
Outro:
____________________________
Assinatura do avaliado
_
______________________________
Assinatura do avaliador
64
APÊNDICE 3 - ACEITE DA INSTITUIÇÃO
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
DECLARAÇÃO:
Declaro
em
nome
da
academia,
________________________________
ter
conhecimento do projeto de pesquisa do trabalho intitulado “Estudo da prevalência de
lesões no aparelho locomotor de praticantes de judô”, de autoria dos acadêmicos, Diego
José Pompeu Medeiros e Flávio Luís Amaral da Silva, da Universidade da Amazônia, sendo
orientados pelo professor Erielson dos Santos Bossini, dando-lhe consentimento para realizar
o trabalho nesta instituição, e coletar dados em nosso serviço, dados para analise das lesões
dos praticantes de judô durante o período preestabelecido pelo programa.
Belém – Pará, ___ de ________de 2008.
__________________________________
Professor responsável
65
ANEXOS
66
ANEXO 1
TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE
“O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se
processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos
ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a
sua anuência à participação na pesquisa”. (Resolução. nº 196/96-IV, do
Conselho Nacional de Saúde)
EU, ____________________________________, tendo sido convidado (a) a participação
como voluntário (a) do estudo da prevalência de lesões no aparelho locomotor de praticantes
de judô, recebi do Sr. ERIELSON DOS SANTOS BOSSINI, pesquisador responsável, do
Sr. DIEGO JOSÉ POMPEU MEDEIROS e FLÁVIO LUÍS AMARAL DA SILVA,
acadêmicos do curso de fisioterapia da Universidade da Amazônia – UNAMA, do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS, responsáveis por sua execução as informações que
me fizeram entender sem dificuldade, os seguintes aspectos:
•
O estudo se destina à investigação através de pesquisa de campo a prevalência de lesões
em praticantes de judô.
•
A importância desse estudo é de coletar dados estatísticos e identificar se à lesões no
aparelho locomotor de praticantes de judô e quais são os seguimentos corporais mais
acometidos e na prática do esporte.
•
Os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: verificar quais os tipos de lesões
mais freqüentes e que segmento corporal é mais acometido na prática do judô.
•
Este estudo começará em novembro de 2007 e terminará em maio de 2008.
67
•
Este estudo será feito da seguinte maneira: coleta de dados para verificação do numero de
entrevistados e aplicação de questionário avaliativo aos mesmos, analise estatística para
verificação dos resultados.
•
Eu participei da seguinte etapa: respondendo as perguntas contidas no questionário
•
Não há riscos a minha saúde física e mental.
•
Os benefícios que deverei esperar por minha participação, mesmo que não diretamente:
ajudar quanto a identificação de possíveis “lesões no aparelho locomotor na prática do
judô”.
•
Que a minha participação será acompanhada pelos acadêmicos acima, responsáveis pela
pesquisa, durante a coleta de dados.
•
Que, sempre que desejar serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do
estudo.
•
A qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando, e também que eu
poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou
qualquer prejuízo.
•
As informações conseguidas através da minha participação não permitiram a identificação
da minha pessoa, exeto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das mencionadas
informações só será feito entre os estudiosos do assunto.
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo que me foi informado sobre a
minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das
minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implica,
concordo em dele participar e para isso eu DOU MEU CONSENTIMENTO SEM QUE
PARA ISSO EU TENHA CIDO FORÇADO OU OBRIGADO.
68
Endereço: do participante-voluntário
Domicilio (rua, praça, conjunto):
Bloco:
Nº
Complemento:
Bairro:
CEP:
Cidade:
Telefone:
Contato de urgência:
Domicilio (rua, praça, conjunto):
Bloco:
Nº
Bairro
CEP:
Complemento:
Cidade:
Telefone
Endereço dos responsáveis pela pesquisa
Nome: Diego Jose Pompeu Medeiros
Instituição: Universidade da Amazônia - UNAMA
Endereço: Av. Almirante Barroso Complemento: Resid. Gláucia Fonseca Bloco D - Nº 301
Bairro: Marco
Telefone p/ contato: 32460533; 81985372.
Nome: Flávio Luís Amaral da Silva
Instituição: Universidade da Amazônia - UNAMA
Endereço: Trav. Angustura Complemento: 25 de Setembro/Duque de Caxias Nº 2948
Bairro: Marco
Telefone p/ contato: 32769673; 81254019.
Endereço do orientador da pesquisa
Nome: Erielson dos Santos Bossini
Instituição: Universidade da Amazônia - UNAMA
Endereço: Av. Almirante Barroso
Complemento: Alameda Tatiana, casa 37 Nº 3629
69
Bairro: SOUZA
Telefone p/ contato: (91) 81349288
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua
participação no estudo, dirija-se ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade da
Amazônia – UNAMA, prédio da reitoria, campus Alcindo Cacela (Av. Alcindo Cacela,
287)
Telefone: (91) 4009-3000
Belém, ____, de ________ de 2008.
____________________________________
Diego José Pompeu Medeiros
___________________________________
Flávio Luís Amaral da Silva
____________________________________
Erielson dos Santos Bossini
Orientador Responsável da Pesquisa
70
ANEXO 2
TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO -TCLE 2
“O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa
se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos,
indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes
legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa.”
(Resolução. nº 196/96-IV, do Conselho Nacional de Saúde).
Eu,___________________________________________,
responsável
pelo
atleta
menor de 18 anos ______________________________________ o qual foi convidado a
participar como voluntário do estudo “PREVALÊNCIA DE LESÕES NO APARELHO
LOCOMOTOR DE PRATICANTES DE JUDÔ”, recebi do Sr. ERIELSON DOS
SANTOS BOSSINI, pesquisador responsável, do Sr. DIEGO JOSÉ POMPEU MEDEIROS e
do Sr. FLÁVIO LUÍS AMARAL DA SILVA, Acadêmicos do Curso de Fisioterapia, do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, responsáveis por sua execução, as
seguintes informações que me fizeram entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes
aspectos:
•
O estudo se destina a investigar através da pesquisa de campo a prevalência de Lesões
no aparelho locomotor de praticantes de Judô.
•
A importância desse estudo é de coletar dados estatísticos e identificar se à lesões no
aparelho locomotor de praticantes de judô e quais são os seguimentos corporais mais
acometidos e na pratica do esporte.
•
Os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: verificar quais os tipos de
lesões mais freqüentes e que segmento corporal é mais acometido na pratica do judô.
71
•
Esse estudo começará em novembro de 2007 e terminará em maio de 2008.
•
Este estudo será feito da seguinte maneira: coleta de dados para verificação do numero
de entrevistados e aplicação de questionário avaliativo aos mesmos, analise estatística
para verificação dos resultados.
•
Eu participei da seguinte etapa: respondendo as perguntas contidas no questionário
•
Não há riscos à sua saúde física e mental.
•
Os benefícios que deverei esperar por minha participação, mesmo que não
diretamente: ajudar quanto a identificação de possíveis “lesões no aparelho locomotor
na prática do judô”.
•
Sua participação será acompanhada por mim, ou outro responsável legal maior de
idade, e pelos acadêmicos citadas acima, responsáveis pela pesquisa, durante as
entrevistas.
•
Que, sempre que desejar serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas
do estudo.
•
A qualquer momento, eu poderei recusar que o judoca possa continuar participando do
estudo e, também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me
traga qualquer penalidade ou prejuízo.
•
As informações conseguidas através de sua participação, não permitirão a
identificação da minha pessoa ou do atleta, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que
a divulgação das mencionadas informações só será feita entre os profissionais
estudiosos do assunto.
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre
a participação do judoca no mencionado estudo e, estando consciente dos meus e seus
direitos, das minhas e suas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que sua participação
implica, concordo em dele o atleta participar e para isso eu DOU O MEU
72
CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU
OBRIGADO.
Endereço: do participante-voluntário
Domicilio (rua, praça, conjunto):
Bloco:
Nº
Complemento:
Bairro:
CEP:
Cidade:
Telefone:
Contato de urgência:
Domicilio (rua, praça, conjunto):
Bloco:
Nº
Complemento:
Bairro:
CEP:
Cidade:
Telefone
Endereço dos responsáveis pela pesquisa
Nome: Diego Jose Pompeu Medeiros
Instituição: Universidade da Amazônia - UNAMA
Endereço: Av. Almirante Barroso Complemento: Resid. Gláucia Fonseca Bloco D - Nº 301
Bairro: Marco
Telefone p/ contato: 32460533; 81985372.
Nome: Flávio Luís Amaral da Silva
Instituição: Universidade da Amazônia - UNAMA
Endereço: Trav. Angustura Complemento: 25 de Setembro/Duque de Caxias Nº 2948
Bairro: Marco
Telefone p/ contato: 32769673; 81254019.
Endereço do orientador da pesquisa
73
Nome: Erielson dos Santos Bossini
Instituição: Universidade da Amazônia - UNAMA
Endereço: Av. Almirante barroso
Bairro: SOUZA
Complemento: Alameda Tatiana, casa 37 Nº 3629
Telefone p/ contato: (91) 81349288
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua
participação no estudo, dirija-se ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade da
Amazônia – UNAMA, prédio da reitoria, campus Alcindo Cacela (Av. Alcindo Cacela,
287)
Telefone: (91) 4009-3000
Belém, ____, de ________ de 2008.
____________________________________
Diego José Pompeu Medeiros
___________________________________
Flávio Luís Amaral da Silva
____________________________________
Erielson dos Santos Bossini
Orientador Responsável da Pesquisa
74
ANEXO 3
Download

Diego José Pompeu Medeiros Flávio Luís Amaral da Silva