INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS CAMPUS MUZAMBINHO Curso Superior em Educação Física GABRIELA NORONHA DA SILVA PÂMELLA DOS SANTOS QUINTEIRO VIVÊNCIAS EXTRA-ESCOLARES: Um Estímulo para não Praticantes de Educação Física MUZAMBINHO 2012 GABRIELA NORONHA DA SILVA PÂMELLA DOS SANTOS QUINTEIRO VIVÊNCIAS EXTRA-ESCOLARES: Um Estímulo para não Praticantes de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Educação Física, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - Campus Muzambinho, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Ms. Fabiano Fernandes da Silva MUZAMBINHO 2012 COMISSÃO EXAMINADORA ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Muzambinho, ____ de ____________de 20____ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus e também aos meus familiares. AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente a todas as pessoas, que de alguma maneira direta ou indiretamente, contribuíram para a criação e desenvolvimento deste trabalho. Agradeço também a Deus, por ter colocado profissionais de grande excelência que nos ajudaram no término deste estudo. “Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo.” (MAHATIMA GANDHI) SILVA, Gabriela Noronha; QUINTEIRO, Pâmella dos Santos. Vivências ExtraEscolares: Um Estímulo para não Praticantes de Educação Física. 2012. Número de folhas 11f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Licenciatura em Educação Física) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho, Muzambinho, 2012. RESUMO Este estudo tem o objetivo de analisar e estudar a participação dos alunos na disciplina de Educação Física de um Colégio da rede pública municipal da cidade de Poços de Caldas - MG, onde foi selecionado um número de alunos do Ensino Fundamental II, não participantes da Educação Física Escolar para a aplicação de atividades extra-escolares com intuito de tentar estimular a iniciação a prática esportiva e a construção de um novo conceito de qualidade de vida. Tendo como referência o estudo de Darido (2004), foram analisadas as opiniões dos alunos através de três questionários contendo questões objetivas e dissertativas que nos orientavam para a escolha do grupo a ser trabalhado. Os resultados apresentam melhora na concepção de importância da Educação Física e conclui-se então, que as aulas escolares não estão sendo suficientemente atrativas para alunos deste nível de ensino. Estímulos para a prática de atividade são extremamente necessários para que haja o verdadeiro reconhecimento da disciplina como componente fundamental do currículo escolar. Palavras-chave: educação física, estudantes, ensino LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 01 – Dados de frequência relativa (%) de acordo com o que os alunos acham das aulas de educação física, Poços de Caldas (MG), Brasil, 2012.................................................................................................................... 13 Ilustração 02 – Dados de frequência relativa (%) de acordo como os alunos se sentem nas aulas de educação física, Poços de Caldas (MG), Brasil, 2012.................................................................................................................... 13 Ilustração 03 – Dados de frequência relativa (%) de acordo com a prática esportiva fora da escola, Poços de Caldas (MG), Brasil, 2012.................................................................................................................... 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 2 METODOLOGIA .............................................................................................. 12 3 RESULTADOS ................................................................................................. 13 4 DISCUSSÃO .................................................................................................... 14 5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 17 6 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 18 7 ANEXOS .......................................................................................................... 22 7.1 Formulário de Cadastro – NIPE ............................................................... 22 7.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................... 27 7.3 Questionário Geral ................................................................................... 29 7.4 Questionário Específico ........................................................................... 30 7.5 Submissão à Revista da Educação Física da Universidade Estadual de Maringá – 24/07/2012 ......................................................................................... 31 9 VIVÊNCIAS EXTRA-ESCOLARES: UM ESTÍMULO PARA NÃO PRATICANTES DA EDUCAÇÃO FÍSICA EXTRA-CURRICULAR EXPERIENCES: A STIMULUS FOR THOSE WHO DO NOT PRACTICE PHYSICAL EDUCATION Gabriela Noronha da Silva*, Pâmella dos Santos Quinteiro*, Renato Aparecido de Souza**, Wellington Roberto Gomes de Carvalho***, Fabiano Fernandes da Silva**** * Graduanda do Curso de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho, Minas Gerais, Brasil. ** Doutor. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho, Minas Gerais, Brasil. Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciências da Saúde (GEP-CS). *** Doutor. Professordo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho, Minas Gerais, Brasil. Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciências da Saúde (GEP-CS). **** Mestre. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho, Minas Gerais, Brasil. Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciências da Saúde (GEP-CS). 10 RESUMO Este estudo tem o objetivo de aplicar atividades extra-escolares em indivíduos não praticantes da Educação Física com intuito de tentar estimular a iniciação a prática esportiva e a construção de um novo conceito de qualidade de vida. Foram analisadas as opiniões dos alunos através de três questionários contendo questões objetivas e dissertativas que nos orientavam para a escolha do grupo a ser trabalhado. Diante uma fase onde a tendência em participar das aulas vem diminuindo, utilizamos como forma de estímulo, vivências como recreação e jogo cooperativos, danças e lutas, atividades aquáticas, atletismo, musculação e esportes radicais. Os resultados apresentam melhora na concepção de importância da Educação Física e conclui-se então, que as aulas escolares não estão sendo suficientemente atrativas para alunos deste nível de ensino. Estímulos para a prática de atividade são extremamente necessários para que haja o verdadeiro reconhecimento da disciplina como componente fundamental do currículo escolar. Palavras-chave: educação física, estudantes, ensino. ABSTRACT This study aims to apply extra-curricular activities in non-practitioners of Physical Education in order to try to stimulate the initiation to sports and the construction of a new concept of quality of life. With reference to the study Darido (2004), we analyzed the opinions of the students through three questionnaires containing objective and essay questions that guided us to choose the group to be worked. Given a stage where the tendency to participate in school has decreased, we used as a stimulus, such as recreation experiences and cooperative play, dances and fights, water activities, athletics, bodybuilder and sports. The results show improvement in the conception of the importance of Physical Education and conclude then, that school classes are not sufficiently attractive to students in this school level. Stimuli for the practice of activities are badly needed to that have a genuine recognition of the discipline as a key component of the curriculum. Keywords: physical education, schools, teaching. 11 INTRODUÇÃO A educação física (EF) é uma disciplina que trata da cultura corporal de movimento com a finalidade de oportunizar aos alunos a vivência de um conjunto articulado de conhecimentos dessa esfera que inclui os jogos, as danças, o esporte, as lutas, a ginástica e atividades congêneres (FORTES; AZEVEDO; KREMER; HALLAL, 2012). A EF tem grande importância na contribuição do desenvolvimento das capacidades biomotoras, proporcionando vivências e aprendizados da cultura corporal, principalmente dentro do espaço escolar, que focaliza o aluno como um todo, valorizando sua integração, socialização e valores. Kuns & Boscatto (2009), consideram a escola grande portadora de responsabilidade sobre dinamismo e diversidade, o que torna necessário uma proposta de ensino desenvolvendo práticas pedagógicas valorizando a comunicação e oportunizando aos alunos a externarem suas experiências adquiridas. Ao contrário do que nos deparamos hoje em algumas escolas, os alunos encontram muitas dificuldades em expressarem suas habilidades e terem acesso aos diversos conteúdos da EF. Atualmente, a EF passa por uma crise onde os alunos diminuem sua participação nas aulas. Crianças e adolescentes não são considerados ativos, pois a tecnologia dos tempos modernos induz esta população ao sedentarismo. Na fase escolar, os alunos que iniciam o Ensino Fundamental II (EFII), tendem a diminuir sua participação em jogos, brincadeiras, gincanas e todos os programas que utilizam do movimento e esforço corporal. Azevedo Júnior, Araújo e Pereira (2006) alertam que durante a adolescência devemos dar uma atenção especial à prática de atividades físicas para podermos reverter o crescente quadro de sedentarismo e suas conseqüências entre as populações. A preocupação quanto à prática de atividades físicas entre a população jovem se justifica, entre outros motivos, pela possibilidade de que as atividades físicas realizadas nessa fase podem representar sua continuidade ao longo da vida adulta. Sendo assim, o papel do professor se torna fundamental neste processo, desenvolvendo uma pedagogia inovadora rompendo os ideais tradicionais de ensino nas aulas de EF (FARIA et al. 2010). Ao se deparar com o afastamento da prática dos alunos nas aulas, o professor deve rever suas metodologias de ensino, analisando pontos falhos ou que devam ter uma nova concepção pedagógica. Além disso, é necessário o apoio incondicional da escola para com o trabalho do professor, permitindo-o interdisciplinar a EF com as demais disciplinas, modernizar os conteúdos, aproveitar melhor os espaços escolares para que possa oferecer uma aula atraente e motivadora. 12 Neste século onde encontramos inúmeros desafios para o interesse e a permanência da atividade física no cotidiano pessoal e escolar dos alunos, o presente estudo tem o propósito de estimular e mostrar inúmeras possibilidades que a EF pode oferecer a um grupo de alunos não praticantes de EF em um colégio municipal de Poços de Caldas e aplicar nestes, atividades extras (AE). METODOLOGIA A presente pesquisa é de natureza qualitativa e do tipo descritiva. Com base no estudo de Darido (2004), foram selecionadas três questões para observar a relação dos alunos com a atividade física dentro e fora da escola. Foi aplicado um questionário geral (QG) em 375 alunos (184 matriculados no 8º ano e 191 no 9º ano do ensino fundamental) do Colégio Municipal Doutor José Vargas de Souza, na cidade de Poços de Caldas – MG. Este QG obtinha questões objetivas com intuito de selecionar alunos que não gostavam, não praticavam ou participavam pouco das aulas de EF na escola. Apenas 11 alunos (2,9%) preencheram estes quesitos e foram selecionadas para responderem o questionário específico (QE), com perguntas de análises críticas sobre a EF presente na vida desses alunos. Após responderem o QE, os 11 alunos selecionados foram convidados a participar de 6 AE com aulas de recreação e jogos cooperativos, lutas e dança, atividades aquáticas, atletismo, musculação e esportes radicais em locais previamente agendados. Ao final das atividades, estes alunos responderam um novo questionário, acerca de suas novas experiências com a EF, havendo também, acompanhamento nas aulas da escola após as AE, onde os mesmos, sem saber, foram observados. Todos os envolvidos neste estudo foram autorizados pelos pais a participar mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que detalhava os objetivos e procedimentos. O consentimento informado por escrito foi outorgado pela direção da escola e pelos responsáveis dos estudantes, antes do início do estudo. Além disso, todos os procedimentos experimentais adotados atendiam aos preceitos da Lei 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, a qual estabelece as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos (Protocolo n° 067/2012). RESULTADOS 13 Os dados referentes ao que os alunos acham das aulas de EF são apresentados na figura 1. Percebe-se que após as AE os alunos consideram as aulas de EF mais legais e mais animadas, além de diminuírem o valor relacionado à perda de tempo. Figura 1. Dados de frequência relativa de acordo com o que os alunos acham das aulas de educação física, Poços de Caldas (MG), Brasil, 2012. Na figura 2 são apresentados os valores relativos de como os alunos se sentem nas aulas de EF. Uma grande parte dos alunos (6 indivíduos) não se sentia bem nas aulas antes das AE. Após esta oportunidade oferecida neste estudo, apenas 2 responderam que ainda não se sentiam bem, enquanto os valores de “me sinto bem” e “me sinto bem às vezes”, aumentaram para 1 e 8, respectivamente. 14 Figura 2. Dados de frequência relativa de acordo como os alunos se sentem nas aulas de educação física, Poços de Caldas (MG), Brasil, 2012. A figura 3 destaca a relação dos alunos com a prática esportiva fora da escola. Fica evidente o aumento da prática esportiva pelos alunos fora da escola após experimentar diversas oportunidades oferecidas neste estudo. Figura 3. Dados de frequência relativa de acordo com a prática esportiva fora da escola, Poços de Caldas (MG), Brasil, 2012. DISCUSSÃO O presente estudo originou-se a partir da necessidade de investigar porque alguns alunos do EFII não participam das aulas de EF, visto que a disciplina está estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96), integrada à proposta pedagógica da escola, como componente curricular da Educação Básica. Nesse sentido, o propósito do presente estudo foi de selecionar um grupo de alunos não praticantes de EF em um colégio municipal de Poços de Caldas e aplicar nestes, AE como tentativa de estimular e mostrar as inúmeras possibilidades que a EF pode oferecer. Souza e Bem (2011), afirmam que a EF como componente curricular assume tarefas como: formar cidadãos críticos, introduzir e integrar a cultura corporal de movimento, formando indivíduos que sejam capazes de reproduzir, produzir e transformar através de esportes, jogos, danças, ginásticas e lutas. A EF deve 15 proporcionar descobertas para iniciação à prática da atividade com aceitação e consciência corporal. Entretanto, alguns trabalhos mostram a realidade atual da EF. Gueriero (2004) nos traz que os professores de EF são acomodados e descomprometidos com suas obrigações fazendo com que as aulas se tornem pouco significantes para a formação dos alunos. Betti e Liz (2003) questionam que a EF é a preferida dos alunos, porém, é uma disciplina que não recebe a devida importância por parte dos mesmos, fazendo com que a participação efetiva nas aulas caia demasiadamente. Uma pesquisa feita por Darido et al. (1999) apontou que professores de EF enfrentam dificuldades com a infra-estrutura da escola, roupa inapropriada para atividade física, falta de disciplina do aluno, dispensas etc. Diante tantos problemas a EF e seus profissionais se tornam desvalorizados, na escola e na visão dos alunos. São poucas as escolas que defendem a área e norteiam seus docentes para uma educação de qualidade. Por outro lado, felizmente este cenário começa a sinalizar algumas mudanças. É válido destacar que em nosso estudo, apenas 2,9% da amostra inicial eram de alunos que não gostavam, não praticavam ou participavam pouco das aulas de EF. A este pequeno grupo de alunos daremos o nome de grupo especial (GE). O dado acima corrobora com os de Folle e Teixeira (2012) e, Marzinek e Feres Neto (2007), onde o número de alunos que não participavam das aulas de EF pode ser considerado pequeno, o que contradiz muitas vezes o que a literatura prega atualmente. O estudo de Darido (2004) revelou que uma grande parte dos alunos do oitavo ano do ensino fundamental considera as aulas de EF “legais” ou “animadas”. Nosso GE apresentou valores de 10% das respostas antes das AE somando-se as alternativas “legais” e “animadas” e 40% após, o que já mostra uma melhora da percepção e da relação dos alunos perante a disciplina. Além disso, 90% do GE achavam que as aulas de EF eram “perda de tempo”. Este valor diminuiu para 60% após os alunos experimentarem as AE. A melhora apresentada pelos alunos pode estar relacionada ao fato de conhecerem novos conteúdos, seus benefícios e entenderem que a disciplina de EF pode oferecer conhecimentos que lhe serão úteis para a formação escolar e pessoal. No presente estudo, os alunos do GE foram questionados para saber como se sentiam nas aulas de EF. Antes das AE, as repostas foram que 50% dos alunos “se sentiam bem às vezes” e 50% “não se sentiam bem”, sendo que nenhum aluno respondeu que “se sentia bem”. Após a vivência das AE, 10% disseram que “se sentia bem”, 70% “se sentiam bem às vezes”, caindo para 20% a quantidade de alunos que 16 ainda “não se sentiam bem” com as aulas de EF. Pereira et al. (2010) explica que alguns alunos apresentam condutas de desinteresse a determinados conteúdos e se tipificam pelo não cumprimento de tarefas determinadas pelo professor, ou pela realização dessas tarefas de modo deliberadamente deficiente. Os autores completam que essas ações implicam em oposição ao controle exercido pela escola e pelo professor e em rejeição ao sistema escolar, ao currículo e às normas de convivência em ambiente coletivo. Essa pode ser uma das explicações para os alunos que “não se sentem bem” ou “se sentem bem às vezes”, pois se não há uma afinidade entre o conteúdo da disciplina e o aluno, o mesmo não terá prazer e motivação em participar das aulas. Sobre a questão da prática esportiva fora da escola, tínhamos a certeza de que encontraríamos valores baixos para o GE mesmo antes da aplicação do QE, pois se tratava de alunos pouco ou não praticantes das aulas de EF. Os valores expressos na figura 3 mostram exatamente isso, onde 80% dos alunos selecionados não praticavam nenhum tipo de atividade física fora do ambiente escolar e que 20% praticavam “às vezes”. Sabemos que os alunos participam ativamente nas atividades escolares envolvendo movimento corporal, porém no inicio da adolescência, os jovens se desinteressam e afastam destas atividades. Os indivíduos que não se consideram aptos às habilidades básicas como correr, pular, saltar, não se dispõem a interagir com seus colegas e são inconscientemente dominados pelo pensamento de que não vão conseguir ou não são capazes de executar determinado movimento, surgindo assim a autoexclusão das aulas de EF. Logo, concluímos que o aluno que se afasta das aulas de EF durante sua vida escolar não terá nenhuma afinidade com a prática de atividades físicas, o que o afastará também das mesmas fora do ambiente escolar. Muitos estudos como o de Seabra et al. (2008), indicam que o sedentarismo e a inatividade física são os maiores fatores de problemas de saúde da sociedades de hoje. A população ainda tem grande dificuldade em distinguir atividade física de exercício físico. E em seu estudo, os autores também diferenciam estes dois conceitos definindo atividade física como todo e qualquer movimento corporal com gasto energético pouco acima do metabolismo de repouso. Já o exercício físico, é todo o movimento corporal planejado, tendo uma execução repetitiva com intuito de manter ou melhorar a aptidão física. Não podemos responsabilizar somente a EF pela continuidade da vida ativa da criança fora da escola. Silva et al. (2009) e Seabra et al. (2008) afirmam que a família serve de modelo para hábitos saudáveis e possui grande responsabilidade no incentivo 17 desta prática. Familiares com o estilo de vida ativo influenciam a criança a este hábito e o processo de manutenção deste estilo de vida se torna mais fácil. Um questionamento que pode surgir é em relação à escolha dos locais para a aplicação das AE. Se estamos preocupados em engajar o aluno não participante das aulas de EF, porque não oferecer novas oportunidades dentro das próprias aulas ao invés de trabalhar com este aluno fora do ambiente escolar? Primeiramente, percebemos que o aluno participante do GE normalmente não pratica a aula de EF em seu ambiente escolar e uma oportunidade de praticar no mesmo ambiente que já está habituado não mudaria o cenário. Além disso, mostrar novos conteúdos e em locais diferentes, poderia fazer com que pudessem praticar com maior tranqüilidade e efetividade, longe de seus colegas de turma, fazendo com que pudessem assimilar com mais clareza os conhecimentos e benefícios das atividades propostas. Pereira (2006) apud Folle & Teixeira (2012) confirma o fato que em locais diferenciados e fora das salas de aula os alunos se sentem motivados, mais livres e descontraídos. A EF poderia estar contribuindo mais efetivamente na oferta de atividades físicas que despertam a curiosidade e o interesse da população jovem. Desta forma, atividades como caminhada, corrida, musculação e aulas de ginástica localizada, tão procuradas fora do ambiente escolar entre os jovens de hoje, poderiam estar sendo trabalhadas como conteúdo das aulas de EF (AZEVEDO JÚNIOR; ARAÚJO; PEREIRA, 2006). Sendo assim, os alunos esperam então, um novo jeito de ensinar a EF por parte de seu professor, através de novas oportunidades de movimentos e conteúdos que agradem esta população que podemos considerar exigente. Certamente, os professos irão (re) conquistar indivíduos presentes em sua aula, porém inconscientemente afastados das práticas esportivas. CONCLUSÃO De acordo com os resultados presentes neste estudo, tendo em vista o objetivo de estimular e mostrar as inúmeras possibilidades que a educação física pode oferecer, podemos concluir que, a falta de criatividade, dinamismo e abordagem de outros conteúdos nas aulas tornam esta disciplina desinteressante e desmotivante para o aluno. No ensino fundamental felizmente é grande a participação em atividades que envolvam o movimento corporal, porém a adolescência envolve inúmeros obstáculos desviantes desta prática, onde a falta de orientação de um profissional consciente, faz com que se 18 perca aos poucos o número de indivíduos que executam a aula e começam a se dedicar a outros fatores que para si são de importância superior a educação física. As atividades extras foram consideradas positivas pelo fato de os alunos terem construído, neste período, novos valores para a educação física, reconhecendo o que, de fato, era abstrato. A vivência de novos conteúdos fora do espaço e horário escolar obteve grande sucesso possibilitando aos educandos selecionados, conhecerem ou se aprofundarem da vasta área da educação física e tornando-os críticos em relação aos seus direitos de vivenciarem estes e outros conteúdos possíveis de explorar dentro da escola, porém não ofertados pelos docentes. Com este estudo conseguimos também que o grupo especial se sentisse bem nas aulas de educação física, levando em consideração, que esses alunos foram os únicos que passaram por experiências diferenciadas. Isto proporcionou o interesse de outros a participarem do nosso estudo ou de atividades que foram apresentadas. A curiosidade e o interesse extrínseco podem ser considerados uma forma de motivação para o nosso grupo especial a dar continuidade no processo de aprendizagem adquirido. A questão intrigante se dá quando pensamos que ao retornar para espaço escolar, os alunos continuarão com a mesma quadra, mesmo professor e conteúdo. Porém através de nossas atividades conseguimos que estes indivíduos construíssem um novo conceito de qualidade de vida, passando a se orientarem em questão das práticas de atividades dentro e fora da escola. Após as AE verificamos que os alunos do GE passaram a participar mais efetivamente das aulas, com maior interesse pela disciplina e até mesmo com roupas apropriadas, fato que não acontecia anteriormente. Nós, profissionais da educação física, temos o dever de remover a rotulagem que a disciplina carrega de ser coadjuvante na escola e promover o reconhecimento da mesma evidenciando suas importâncias e benefícios, sendo estes na escola, nas academias, clubes ou comunidades. REFERÊNCIAS AZEVEDO JÚNIOR, M. R.; ARAÚJO, C. L. P.; PEREIRA, F. M. Atividades físicas e esportivas na adolescência: Mudanças de preferências ao longo das últimas décadas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 51-58, jan./mar. 2006 19 BETTI, M.; LIZ, M. T. F. Educação física escolar: a perspectiva de alunas do ensino fundamental. Motriz, Rio Claro, v. 9, n. 3, p. 135-142, set./dez., 2003. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional n.º 9.394/96. Brasília: MEC, 1996. DARIDO, S.C. A educação física na escola e o processo de formação dos não praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, São Paulo, v. 18, n. 1, p.61-80, jan. 2004. DARIDO, S.C.; GALVÃO, Z.; FERREIRA, L.A.; FIORIN, G. Educação Física no Ensino Médio: Reflexões e Ações. Motriz, São Paulo, v. 5, n. 2, p.138-145, dez. 1999. FOLLE, A.; TEIXEIRA, F. A. Motivação de escolares das séries finais do ensino fundamental nas aulas de educação física. Revista da Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 37-44, jan./mar., 2012. FARIA, B.A.; BRACHT, V.; MACHADO, T.S.; AGUIAR MORAES, C.E.; ALMEIDA, U.R.; DE ALMEIDA, F.Q. Inovação Pedagógica na Educação Física. O que aprender com práticas bem sucedidas? Ágora para la educación Física y el deporte, Espanha, v.1, n.12, p.11-28, fev. 2010. FORTES, M. O.; AZEVEDO, M. R.; KREMER, M. M.; HALLAL, P. C. A educação física escolar na cidade de Pelotas-RS:Contexto das aulas e conteúdos. Revista da Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 69-78, jan./mar., 2012. GUERIERO, D. J.; ARAÚJO, P. F. A. Educação física escolar ou esportivização escolar? Revista Digital, Buenos Aires, Año 10, n. 78, nov. 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd78/espotiv.htm. Acesso em 4 abril 2012. KUNZ, E.; BOSCATTO, J.D. Didática Comunicativa: Contribuições para a Legitimação Pedagógica da Educação Física escolar. Revista da Educação Física, Maringá, v. 20, n. 2, p.183-195, 2009. 20 MARZINEK, A.; FERES NETO, A. A motivação de adolescentes nas aulas de Educação Física. Efdeportes.com, Buenos Aires, ano 11, n. 105, feb. 2007. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd105/motivacao-deadolescentes-nas-aulas-de- educacao-fisica.htm>. Acesso em: 20 abr. 2012. PEREIRA, F. M.; PINHO, S. T.; NUNES, V. V.; RODRIGUES, J. L. V. AFONSO, M. R. Os escolares detestam os conteúdos ginásticos nas aulas de educação física: Motivos e alternativas. Revista da Educação Física/UEM, v. 21, n. 2, p. 209-221, abr./jun., 2010. SEABRA, A.F.; MENDONÇA, D.M.; THOMIS, M.A.; ANJOS, L.A.; MAIA, J.A. Determinantes biológicos e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, p. 721-736, abr. 2008. SILVA, S.A.P.S.; NUNES, H.C.B.; KASTECKAS, A.P.B.; SANTOS, D.A.; BACIEGA, B.Hábitos de Prática de Atividades Físicas de Adolescentes e a Educação Física Escolar. Integração, São Paulo, n. 57, p. 151-156, abr/mai/jun. 2009. SOUZA, D.M.; BEM, E.V. O Ensino Aprendizagem da Dança no Ensino Fundamental I: Investigando a Influência de Algumas Variáveis do Dia a Dia Escolar. Muzambinho: Ifsuldeminas, 2011. 61 p. Pâmella dos Santos Quinteiro Av. Champagnat, 1756, Vila Cruz, Poços de Caldas/MG Cep:37701-391 e-mail: [email protected] Gabriela Noronha da Silva Rua Pará, 403, Centro, Poços de Caldas/MG Cep:37701-026 e-mail: [email protected] 21 Renato Aparecido de Souza Rua Dinah, 75, Bairro Canaã, Muzambinho/MG Cep:37890-000 e-mail: [email protected] Wellington Roberto Gomes de Carvalho Rua Dinah, 75, Bairro Canaã, Muzambinho/MG Cep:37890-000 e-mail: [email protected] Autor Correspondente: Fabiano Fernandes da Silva Rua Dinah, 75, Bairro Canaã, Muzambinho/MG Cep:37890-000 e-mail: [email protected] 22 ANEXO 1 FORMULÁRIO DE CADASTRO – NIPE 23 24 25 26 27 ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O RESPONSÁVEL DO ALUNO IDENTIFICAÇÃO Nome do(a) aluno(a):____________________________________________ Endereço:_____________________________________________________ Cidade:__________________________ CEP:________________________ Telefone(s): Número Nome ________________ ______________________ ________________ ______________________ ________________ ______________________ Eu,_________________________________________________________________________, (nome do responsável do(a) aluno(a)), RG nº.__________________________________ responsável pela criança acima entendo que o mesmo foi convidado a participar do estudo intitulado “VIVÊNCIAS EXTRA-ESCOLARES COMO ESTÍMULO PARA NÃO PRATICANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA”, sendo este um Trabalho de Conclusão de Curso das alunas Gabriela Noronha da Silva e Pâmella dos Santos Quinteiro, orientada pelo Prof. MSc. Fabiano Fernandes da Silva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas /CeCAES. O estudo tem como objetivo utilizar atividades extraescolares como forma de estimular alunos pouco ou não praticantes das aulas de educação física na escola, despertando interesse pela área e proporcionando possível participação na disciplina escolar. Para o cumprimento do objetivo do estudo, necessitamos coletar informações através da aplicação de questionário contendo perguntas sobre o comportamento e a participação do(a) seu(a) filho(a) nas aulas de Educação Física na escola e aplicar 6 (seis) atividades extra-escolares, ou seja, atividades fora da escola com intuito de promover estímulo participativo nas diferentes áreas da Educação Física. As atividades ocorrerão 3 (três) vezes por semana no período da tarde e os locais serão: Parque Municipal, Academia Acquafit Mult, Academia La Fitness, Academia Soma, Quadra Poliesportiva do Clube SESC de Poços de Caldas e Trilha Radical. As avaliações somente serão realizadas com prévia autorização do responsável, mediante apresentação do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) preenchido e assinado. A coleta de dados não afetará o desenvolvimento das atividades na escola. Após o recolhimento do TCLE, entregaremos às crianças autorizadas, o cronograma das atividades, com horários, locais e material a se utilizado. Será mantido total sigilo das informações obtidas bem como o anonimato dos participantes. As informações serão utilizadas apenas para o desenvolvimento da pesquisa e entregues aos pais ou responsáveis. A sua colaboração torna-se imprescindível para o alcance dos objetivos propostos. 28 Agradecemos antecipadamente a atenção e colocamo-nos à sua disposição para quaisquer esclarecimentos sobre a pesquisa pelo telefone (35) 8853-4085 e 9956-7860. Denúncias e queixas podem ser feitas pelo telefone do IFSULDEMINAS (35) 3571-5118. De acordo com o esclarecido, aceito colaborar (participar) na realização da pesquisa, estando devidamente informados sobre a natureza do estudo, objetivos propostos, métodos empregados e benefícios previstos. De acordo, __________________________________________________________________ Responsável pelo (a) aluno (a) Poços de Caldas (MG), _____de __________________ de 2012. 29 ANEXO 3 QUESTIONARIO GERAL 1- QUESTIONÁRIO Dentre estas disciplinas, qual você mais gosta? ( ) Português ( ) Ciências ( ) Matemática ( ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) História 2- Dentre estas disciplinas, qual você menos gosta? ( ) Português ( ) Ciências ( ) Matemática ( ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) História 3- Dentre estas disciplinas, qual você considera mais importante? ( ) Português ( ) Ciências ( ) Matemática ( ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) História 4- Dentre estas disciplinas, qual você considera menos importante? ( ) Português ( ) Ciências ( ) Matemática ( ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) História 5Coloque o sinal + para a disciplina que você mais participa e - para qual participa menos? ( ) Português ( ) Ciências ( ) Matemática ( ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) História 6- Com o(a) professor(a) de qual disciplina você tem mais afinidade? ( ) Português ( ) Ciências ( ) Matemática ( ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Geografia ( ) Inglês ( ) História 7- Você participa das aulas de Educação Física na sua escola? ( ) Sim ( ) Não 8Você deixaria de participar de uma aula de Educação Física para fazer atividade de outra disciplina? ( ) Sim ( ) Não 30 ANEXO 4 QUESTIONÁRIO ESPECÍFICO 1- QUESTIONÁRIO O que você acha das suas aulas de Educação Física? ( ) Legais ( ) Animadas ( ) Muito Fáceis ( ) Difíceis ( ) Perda de Tempo 2- Como você se sente nas aulas de Educação Física? ( )Me sinto bem ( ) Me sinto bem às vezes ( ) Não me sinto bem 3- Porque você não participa desta disciplina? ( ) Possuo alguma doença ( ) Não gosto ( ) Me sinto excluído ( ) Não tenho habilidade 4- O que você mudaria nestas aulas? ( ) Professor ( ) Metodologia ( ) Materiais ( ) Conteúdo ( ) Local das aulas ( ) Horário das aulas ( ) Estrutura da escola 5- Durante a aula, o professor(a) desta disciplina... ( ) Motiva ( ) Não fica presente ( ) Xinga ( ) Pune ( ) Não exige nada 6- Você pratica algum esporte ou atividade física fora da escola? ( ) Sim, pratico. ( ) Pratico as vezes. ( ) Não pratico Se sim. Qual? ______________________ 7- Dentre estas coisas, o que você mais gosta de fazer? ( ) Estudar ( ) Conversar com amigos ( ) Comer ( ) Brincar ( )Televisão ( ) Computador ( ) Videogame 31 ANEXO 5 SUBMISSÃO À REVISTA DA EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – 24/7/2012