Goiânia, sexta-feira, 15 de abril de 2013 Goiânia é a segunda cidade no País com maior número de vagas pactuadas em 2013 ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec Brasil Sem Miséria), executado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em parceria com o Ministério da Educação (MEC). A capital fica atrás somente de Maceió. De acordo com o MDS, o número de vagas ofertadas na Capital, para pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, chega a 14.120. “Acredito que ainda vamos passar para primeiro lugar, porque ainda estamos em fase de repactuação até o dia 13 de abril”, declara o secretário de Cidadania e Trabalho do Estado de Goiás (Sect), Henrique Arantes. O diretor de Inclusão Produtiva do MDS, Luiz Muller, diz que o alto número de vagas ofertadas em Goiânia é muito interessante para a cidade, porém, informa que caso fosse preciso, ainda há recursos para um número maior ainda. O programa, que oferece cursos de qualificação profissional para os beneficiários de programas federais de transferência de renda, para ampliar suas possibilidades de inserção no mercado de trabalho, tem como prérequisito idade a partir de 16 anos e que o candidato esteja cadastrado ou em processo de cadastramento no Cadúnico. Ao todo, são 102 cursos diferentes, como auxiliar administrativo, apicultor, artesão de bijoias, cadista para construção civil, condutor de turismo de aventura, costureiro, desenhista de calçados, espanhol, inglês, editor de vídeo, soldador e recepcionista em meios de hospedagem. Para o gerente geral do hotel Sleep Inn de Goiânia, André Luiz Bomfim, esta é uma oportunidade muito boa para as pessoas que buscam por melhor qualidade de vida. “Muitas empresas esquecem que o talento não tem classe social, já tive experiência muito boa com funcionários que vieram de cursos oferecidos pelo município, então acredito que independente da origem, o importante é o perfil e talento, e quando aliado à qualificação, as possibilidades são maiores ainda”, declara o gerente, que começou na área de hotelaria como auxiliar de garçom. Henrique Arantes também ressalta a importância dos cursos. “Ao longo do tempo as pessoas que estavam na extrema pobreza vão aprender uma profissão e entrar no mercado de trabalho, enquanto as que já estavam, têm a chance de melhorar”, diz, acrescentando que desde o começo do curso, o estudante já recebe um incentivo de R$ 2 a hora, totalizando R$ 8 ao dia, valor que muitos não têm acesso. BAIXA DEMANDA De acordo com a Sect, em 2012, foram pactuadas 7.702 vagas, e apenas 5.273 foram efetivadas. Já em 2013, o número de vagas em todo o Estado passou para 40.251, e até o término do primeiro trimestre, o número de matriculados é de 3.597. O secretário explica que o principal motivo pela pouca procura, é por grande parte da população temer pela perda do benefício federal. Porém, Henrique Arantes afirma que a matricula nos cursos do Pronatec não implica na perda dos benefícios do Programa Bolsa Família. O beneficio é apenas desativado, e caso o trabalhador seja mandado embora, ou por algum outro motivo deixe de trabalhar, ele volta a ser ativado. Ainda de acordo com o secretário, outro motivo pelo baixo número de inscritos em relação ao número de ofertas na Capital, é justamente por haverem muitas vagas, inclusive em outros programas de qualificação para a população goianiense. Para o diretor de Inclusão Produtiva do MDS, Luiz Muller, outro motivo é o desestímulo que muitos têm com os cursos que pagam salários baixos. “Muita gente desiste de fazer esses cursos, por conta do salário ofertado, além de que em alguns locais ainda não é feita uma pesquisa efetiva da demanda de mercado, e as pessoas não se matriculam nos cursos que sabem que não tem demanda”, relata. AMPLIAÇÃO Este ano, o MDS conta com o Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas Trabalho), para reforçar as ações das equipes de assistência social. O objetivo é de mobilizar e encaminhar pessoas em situação de vulnerabilidade social para cursos de qualificação profissional. “Em cada município, a assistência social tem um papel muito importante no processo de mobilização para acessar as vagas”, declara o diretor de Inclusão Produtiva do MDS, ressaltando que o trabalho dos municípios é fundamental para que as pessoas extremamente pobres tenham acesso aos cursos. Goiânia é uma das 830 cidades que atendem aos requisitos e poderá aderir ao programa a partir de maio. No Estado, outros 23 municípios também estão incluídos, sendo que entre os critérios estão a oferta de pelo menos 200 vagas em cursos do Pronatec Brasil Sem Miséria, a existência de um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e habilitação no Sistema Único de Assistência Social (Suas). O valor mínimo de repasse para cada município é de R$ 54 mil por ano. De acordo com Luiz Muller, os municípios devem usar os recursos para pagamento de equipes técnicas do Acessuas, ações de busca coletiva, confecção de panfletos, aluguel de salas de reuniões e contratação de carros de som.