Ministério da Cultura e Prefeitura de São Paulo apresentam
VILA ITORORÓ CANTEIRO ABERTO
Adalgisa Campos - Alexander Römer - Alice Shintani
- Amilcar Packer - Andre Macêdo Gonçalves Silva Andressa Vianna - Benjamin Seroussi - Bruna Keese
- Bruno Andrade - Cadu Valadão - Carlos Serejo - Chico
Daviña - Conrado De Biasi - Daniel Lie - Danilo Zamboni
- David Gormezano - Fabio Zuker - Fernanda Carlovich
- Fernando Sala - Filipe Vaz - Gonzague Lacombe Graziela Kunsch - Henrik Carpanedo Lopes - Ilario
Carvalho - Johanna Dehio - Julia de Brito Machado
- Laura Sobral - Leonardo Armellin - Lourdes Soares
Gomes - Luis Felipe Abbud - Madeleine Boursy - Maíra
Martines - Marcelo Zocchio - Marcio Fonseca Barcellos
- Marcos Vilas Boas - Mariana Vetrone - Maurício
Brandão - Michael Phillip - Nerisvan Soares da Silva
- Patrícia Foresti - Patrick Hubmann - Pipa Ambrogi Plinio Calil - Raphael Silva - Renata Castilho - Reni Lima
- Roberta Guedes - Taís Freitas de Souza - Tatjana
Lorenz - Thalita Munekata - Vivian Barbour
constructLab
o centro cultural temporário
Concebida no início do século XX pelo imigrante
português Francisco de Castro, a Vila é testemunha
de uma São Paulo em transformação. Reformá-la
implica não apenas desafios técnico-arquitetônicos,
mas também um debate público a respeito das
diferentes concepções de cidade. A reforma é aqui
entendida de maneira ampla: o que restaurar? De
que modo? Para quais usos? Sem planta original, a
Vila incorporou casas existentes, usou materiais de
edifícios demolidos, valeu-se de elementos coloniais
e modernos e cresceu por meio de ‘’puxadinhos’’.
Chegou a ter cerca de 300 moradores. Muitos
destes viveram décadas na Vila e, entre 2006 e 2013,
resistiram contra a desapropriação da área, tendo
conquistado o direito de permanecer em três prédios
do CDHU, na região central. O processo de restauro
não pretende regressar a um passado distante ou
desvincular-se dos recentes acontecimentos; está
sendo desenvolvido com a intenção de trabalhar
no presente a história do local. Esse desafio está
sendo colocado para todos que desejem habitar, das
mais diversas formas, a Vila Itororó. As estruturas
apresentadas nessa publicação são frutos dessa
necessidade e estruturam o centro cultural temporário
no canteiro de obras - resultado do workshop
colaborativo organizado pelo ConstructLab, grupo
especializado em construções coletivas e temporárias.
como construir os módulos
elaborando a identidade visual
Queria compor uma seleção de cores que aludisse
a uma clareira, um local de encontro e debates.
Para isso, selecionei as cores verde e amarelo.
­­— Juntas, essas cores fazem alusão a bandeira
nacional, o que não nos parece a melhor solução.
Podemos então escolher diferentes tons de
verde, para dar a ideia de floresta sem a alusão
a bandeira nacional.
­­— Acho que precisamos de mais cores quentes,
como laranja e vermelho.
Sim, pode ser. Mas a gente já havia pensado em fazer
um espaço para a assembleia que seria cercado por
tecidos pendurados, quase todos verdes...
­­— E se pensarmos um modo distinto de apresentar
a floresta, algo menos figurativo? Tenho uma
referencia pertinente para te mostrar, em que folhas
de árvores viram formas geométricas. Poderíamos
apresentá-las como retângulos preenchidos por
listras diagonais. Se fizermos outro retângulo com
o mesmo padrão espelhado a gente fica com uma
representação de folha, entende?
Gostei da ideia. Vamos começar a fazer uns testes
no chão? Acho que inserindo linhas geométricas em
cores mais quentes fugimos dessa representação
fácil da floresta, mas mantemos a proposta
da clareira como ponto de encontro e debate
estruturando o galpão.
elaborando a identidade visual
costurar
costurar
construir um banco
construir um banco
cozinhar
0.43 m
0.10 m
4x
0.10 m
0.30 m
2x
1x
0.28 m
1x
96º
1x
96º
0.26 m
sexta-feira, 02 de abril
babaganoush
2 berinjelas grandes
2 dentes de alho
½ colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de sumo de limão
2 colheres (sopa) de tahini
1 pitada grande de cominho em pó
1 pitada de pimenta branca em pó
2 colheres (sopa) cheias de iogurte
azeite de oliva
salsinha picada
modo de preparo
Preaqueça o forno em fogo
alto. Fure as berinjelas com
um garfo, coloque numa
assadeira e leve-as ao forno,
virando de vez em quando.
As berinjelas vão criar bolhas
na casca e escurecer, só então
as retire do forno. Deixe esfriar
e retire a casca de cada uma.
Coloque as berinjelas num
escorredor por aproximadamente
15 minutos e deixe o líquido
escorrer. Esmague bem o alho
e o sal até que vire uma pasta
e coloque num processador.
Acrescente a berinjela, sumo de
limão, tahini, cominho, pimenta
e iogurte (se quiser). Bata bem
até que fique com consistência
de purê. Verifique o tempero e
acrescente o que precisar de
acordo com o seu paladar.
Coloque umas gotas de azeite
de oliva pra servir.
Salpique a salsinha.
cozinhar
uma arquitetura móvel
disposições possíveis
usos da vila itororó
Restaurar um patrimônio não é apenas preservar
construções arquitetônicas, mas os usos da arquitetura,
a vida e a memória das pessoas que ali moraram.
Como os ex-moradores da Vila Itororó (muitos dos
quais nasceram ou viveram aqui por décadas) podem
participar no projeto de restauro? Como, juntos,
podemos reabilitar antigos usos e criar novos? Tendo
essas perguntas como ponto de partida e encarando as
contradições e os conflitos que nelas residem, conversas
iniciais foram organizadas para criar um diálogo
com os ex-moradores. Desses encontros já surgiram
demandas claras: a utilização do espaço para realização
de assembleias para acompanhar o andamento do
processo de indenização pelo direito do usucapião
que lhes foi retirado, a necessidade de áreas livres de
brincar, a possibilidade de usar novamente a piscina do
Clube Eden Liberdade e a volta do campo de futebol.
Muitas dessas inquietações se entrelaçam com as dos
moradores da região. A Vila Itororó, embora permaneça
uma incógnita para a vizinhança (poucos chegaram
a entrar no local), carrega em si a possibilidade de
constituir-se como um local central no bairro. O esboço
do mapa aqui impresso tem origem na necessidade de
pensar a Vila relacionada ao seu entorno. Reconhecer a
violência da história recente e pensar o local como lugar
de luta numa complexa rede de interesses contraditórios
são, igualmente, pontos estruturantes do projeto.
a vila itororó no bairro
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disposições possíveis
usos da vila itororó
uma arquitetura móvel
cozinhar
sábado, 03 de abril
moqueca vegetariana
1 colher (chá) de sementes
de coentro trituradas
2 colher (sopa) de azeite
1 colher (chá) de azeite de dendê
1 cebola pequena picada
1 pimentão vermelho sem
a pele e sem sementes
2 a 3 tomates maduros sem
a pele e sem sementes picados
temperos verdes: talos de
cebolinha, coentro fresco,
manjericão picados
5 a 6 pimentas biquinho
2 vidros de leite de coco
sal
3 bananas-da-terra maduras
50 g de castanha-de-caju
picada grosseiramente
modo de preparo
Em uma frigideira grande aqueça
ligeiramente as sementes de
coentro trituradas. Na mesma
frigideira, em fogo baixo, junte
o azeite e o dendê e refogue a
cebola. Acrescente a polpa de
pimentão, os tomates, a pimenta,
e refogue até que o tomate
perca a acidez, (por 5 minutos).
Acrescente o leite de coco e
deixe apurar alguns minutos.
Corte as bananas em rodelas
grossas e junte-as ao refogado.
Aumente o fogo e deixe encorpar.
Finalize com as ervas verdes,
deixe alguns minutos e ao
retirar do fogo espalhe por cima
a castanha picada. Sirva com
arroz ou farinha de mandioca.
domingo, 04 de abril
pacu na churrasqueira
2 tomates
temperos diversos: salsinha, cebola,
alho, noz - moscada, gengibre etc.
Azeitonas sem coroços
1 pacu grande de 2, 5 a 3 kg
modo de preparo
Abra o pacu ao meio e não retire
as escamas, pois o lado da pele
vai ficar para baixo na grelha.
Pegue todo o tempero, bata em um
liquidificador até formar um molho
grosso. Adicione sal a gosto no
molho. Coloque o pacu na grelha
com as costelas para cima. Regue
o peixe com o molho, somente
a parte de cima (não precisa virar)
Quando o molho começar
a enxugar, é só retirar
da churrasqueira.
cozinhar
construir um banco
costurar
dobrar
costurar
cortar
construir um banco
costurar
elaborando a identidade visual
elaborando a identidade visual
como construir os módulos
como construir os módulos
o centro cultural temporário
Em 1898, quando a Vila Itororó ainda não existia,
o Eden Liberdade Futebol Clube já era conhecido na
região. Uma vez erguida a Vila o clube tornou-se um
importante centro de encontro do bairro. A sede do
Eden fechou no final dos anos 90, inicio dos anos
2000, mas a memória viva do clube como local de
sociabilidade foi uma das referências da concepção
do centro cultural temporário. Foram construídas
estantes, bancos, cadeiras, balanços, escorregadores,
bares, paredes de escalada, bicicletários, arquivos,
chapelarias, armários e, talvez o mais importante, um
espaço de assembleia no coração do galpão. Estes
módulos, construções mínimas reversíveis, funcionam
como disparadores, voltados tanto a usos cotidianos
e espontâneos (um espaço aberto e aprazível no
bairro, a ser usufruído de modo indiscriminado) como
ao conjunto de atividades a serem organizadas:
conversas, visitas, oficinas, pesquisas, debates
e publicações. Pretende-se estabelecer um diálogo
inédito entre a renovação de um bem público e as
demandas da sociedade. A história conflitiva da Vila
Itororó é concebida como um reflexo das tensões que
permeiam a experiência urbana em São Paulo.
É a partir dessa experiência, e de uma reflexão crítica
a respeito desses processos, que se está debatendo
os possíveis usos e potencialidades desse espaço.
programação do final de semana de abertura
Prefeitura Municipal de São Paulo
sábado, 11 de abril
Canteiro aberto das 12h às 18h
12h, 14h e 16h
Visitas ao pátio da Vila Itororó
em grupos de até dez pessoas
14h
Memórias da Vila Itororó: oficina
de memória e stêncil com a artista
Mônica Nador e participação de
ex-moradores da Vila. 15 vagas
16h
Apresentação da estratégia de
restauração da Vila Itororó pela
equipe do Instituto Pedra, com
Luiz Fernando de Almeida, diretor;
e Benjamin Saviani, arquiteto
17h
Apresentação da proposta de canteiro
aberto / centro cultural temporário
na Vila Itororó por Benjamin Seroussi,
curador; seguida de conversa com
Alexander Römer, Patrick Hubmann,
Gonzague Lacombe e Johanna Dehio,
integrantes do coletivo ConstructLab,
sobre a oficina realizada
domingo, 12 de abril
Canteiro aberto das 12h às 18h
12h, 14h e 16h
Visitas ao pátio da Vila Itororó
em grupos de até dez pessoas
13h às 18h
Roda de samba com o grupo
Madeira de Lei, sediado no Bexiga.
15h às 17h
Serigrafia, com Fernando Sala.
Os interessados podem trazer
uma camiseta para imprimir as
estampas desenvolvidas na oficina
16h
Oficina de frotagem com a
arquiteta e artista Adalgisa
Campos, moradora do bairro. De
funcionamento simples, a frotagem
- imagem obtida pela fricção do
lápis ou giz num papel sobreposto
a uma textura - permite registrar
formas e tramas encontradas num
espaço arquitetônico e combiná-las
construindo novas imagens.
A oficina pretende proporcionar
o contato - visual, tátil, simbólico entre os participantes e o espaço
do canteiro de obras da Vila Itororó
10 vagas. Crianças a partir de 6 anos
atividades gratuitas / as inscrições serão feitas na hora para atividades com vagas limitadas
Prefeito
sexta-feira, 10 de abril
19h às 23h
Festa de abertura
Fernando Haddad
Secretário de Cultura
Nabil Bonduki
Projeto Cultural de Restauração da Vila Itororó
Coordenação geral
Luiz Fernando de Almeida
Gerência de projeto
Norton Ficarelli
Gerência administrativa/financeira
Rodrigo Cavalcanti
Projetos de restauração e arquitetura
Benjamim Saviani
Mariana Victor
Matheus Santa Cruz
Paula Tedesco
Sylvia Braga
Barbara Marie Sebroeck (estagiário) Estevão Sabatier
(estagiário) Mariana Vetrone (estagiário)
Projetos de ativação cultural
Benjamin Seroussi (curador)
Fábio Zuker (curador adjunto)
Cadu Valadão (coordenador do educativo)
Coordenação editorial
Sylvia Braga
Eden
Concepção e coordinação
ConstructLab
Curadoria
Benjamin Seroussi (curador)
Fabio Zuker (curador adjunto)
Projetos e construção
Adalgisa Campos
Alexander Römer
Alice Shintani
Amilcar Packer
Andre Macêdo Gonçalves Silva
Andressa Vianna
Benjamin Seroussi
Bruna Keese
Bruno Andrade
Cadu Valadão
Carlos Serejo
Chico Daviña
Conrado De Biasi
Daniel Lie
Danilo Zamboni
David Gormezano
Fabio Zuker
Fernanda Carlovich
Fernando Sala
Filipe Vaz
Gonzague Lacombe
Graziela Kunsch
Henrik Carpanedo Lopes
Ilario Carvalho
Johanna Dehio
Julia de Brito Machado
Laura Sobral
Leonardo Armellin
Lourdes Soares Gomes
Luis Felipe Abbud
Madeleine Boursy
Maíra Martines
Marcelo Zocchio
Marcio Fonseca Barcellos
Marcos Vilas Boas
Mariana Vetrone
Maurício Brandão
Michael Phillip
Nerisvan Soares da Silva
Patrícia Foresti
Patrick Hubmann
Pipa Ambrogi
Plinio Calil
Raphael Silva
Renata Castilho
Reni Lima
Roberta Guedes
Taís Freitas de Souza
Tatjana Lorenz
Thalita Munekata
Vivian Barbour
Projeto gráfico
Três Design
Texto
Benjamin Seroussi
Cadu Valadão
Fabio Zuker
Graziela Kunsch
Ilustração
Danilo Zamboni
Fotografia
Marcos Vilas Boas
Impressão
Meli Melo Press
1000 exemplares, 2015
Impressão em papel Color Plus
(cores variadas) em Risograph
www.vilaitororo.org.br
Download

aqui - Vila Itororó