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Marcos Fabrício Lopes da Silva
Marcos Fabrício Lopes da Silva
nasceu em Brasília, no dia 16 de
setembro de 1979. Lá, formou-se
em jornalismo pelo UniCeub.
Cursou mestrado e doutorado em
Literatura Brasileira na UFMG,
onde integra o Núcleo de Estudos
Interdisciplinares da Alteridade,
da Faculdade de Letras. Participa
do
coletivo
de
escritores
“República
do
Pensamento”
(www.republicadopensamento.blo
gspot.com). Como crítico, Marcos
Fabrício tem publicado ensaios e
artigos em livros e em periódicos
especializados.
Sua estreia em livro se dá com
Dezlokado, de 2010. Logo na
abertura, o poema “Retrato do
Brasil” dispara: “verde de dólar/
amarelo de medo/ azul de fome/
e branco de esquecimento” (s/p).
Através da escrita, Marcos
Fabrício se insere na cena pública como um autêntico intelectual, vale dizer, em
defesa dos menos empoderados. O livro dialoga com a cultura de massa (“Happy
end”, “Gênese do fla-flu”, “Vinil”, “Além do plim-plim”); com a criação publicitária
(“Classificados”, “Oração do publicitário”); e com os acontecimentos políticos das
últimas décadas (“11 de setembro, Osama nas alturas”, “Desalinho nacional”,
“Niemeyerlândia”). Mergulha ainda na subjetividade (“Anéis de saturno”, “Amo
você”, “Cair em si”) e, por meio de uma fina ironia, propõe a reversão de frases
feitas instaladas em nossa cultura, como se pode ver através dos versos “quem
com Bush fere/com Osama será ferido” ou “quem vive de segredo é cofre/ quem
entrega os pontos é placar” (s/p). A vocação metalinguística aparece como
dessacralização dos padrões poéticos tal como ocorre no poema “Fique são”: “não
sou eu na lira/ é nóis na fita” (s/p).
A identidade étnica merece destaque especial na poesia de Marcos Fabrício. Faz
parte de seu projeto literário combater a discriminação e refutar os estereótipos
atribuídos aos afrodescendentes. Não seria demasiado afirmar que os versos do
escritor convidam à reflexão um determinado coletivo populacional. Em “Bom
brio”, o eu lírico indaga: “de que vale seu cabelo enrolado/ com ideias alisadas/
dentro de sua cabeça?”. Já em “Mona Crespa”, o poeta se coloca ao lado da
mulher negra: “prefiro Mona Crespa/ com seu sorriso carismático/ a Mona Lisa/
com seu sorriso enigmático”. Fica o convite, portanto, à descoberta deste
talentoso escritor de nosso tempo e de nosso país.
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