DAIANE COELHO BENEDITO DESAFIOS PARA APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV) NO BRASIL. Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Orientadora: MSc. Tatyane Souza Nunes Rodrigues. Co-Orientadora: Dra. Silvia Palma Rojas Brasília 2013 Artigo de autoria de Daiane Coelho Benedito, intitulado “DESAFIOS PARA APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV) NO BRASIL”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em 29/11/2013 defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: __________________________________________________ Prof. MSc. Tatyane Souza Nunes Rodrigues Orientadora Curso de Engenharia Ambiental – UCB __________________________________________________ Dra. Silvia Palma Rojas Co-Orientadora PhD, Pesquisadora Universidade de Brasília Diretora R&S CONSULTORIA e ASSESSORIA LTDA __________________________________________________ Prof. Dr. Douglas José da Silva Examinador Curso de Engenharia Ambiental – UCB Brasília 2013 Dedico esse trabalho à minha família e amigos, os anjos da minha vida e também a minha filha amada. Essa vitória também é de vocês. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente ao meu Deus por tudo que tenho, tudo que sou e o que vier a ser, por sua fidelidade, amor e cuidado. Em ti confio agora e sempre. Pois, todas as coisas são Dele e para Ele. A minha família, meu alicerce, agradeço por todo apoio, carinho e confiança. Vocês são parte de mim e nada sou sem vocês. Obrigada por estarem sempre por perto nos momentos difíceis e alegres, por me darem abrigo quando preciso e por caminhar comigo sempre. Aos meus pais por acreditarem em mim e me ensinar a ter integridade e responsabilidade. Aos meus irmãos, por serem meus exemplos, à vocês devo essa vitória, não esqueço jamais toda a dedicação e amor que sempre tiveram para comigo. Ao meu amor, companheiro e amigo, que em toda essa jornada esteve comigo me ajudando e compartilhando de todos os momentos. Aos meus amigos agradeço, por tornarem essa caminhada mais afável, por me ensinaram a valorizar ainda mais o poder do companheirismo e da amizade. Em especial a minha querida amiga Alanna, que esteve sempre ao meu lado, compartilhando das mesmas alegrias e angústias. NÓS CONSEGUIMOS! As minhas orientadoras, o que aprendi com vocês vai muito além da academia e do campo profissional, vocês são um exemplo de mulheres fortes, competentes, profissionais, e mesmo com todos os atributos que possuem não se esquecem de tratar a todos com carinho e humildade. Tatyane, obrigada pelo incentivo, ajuda e dedicação. Silvia, por todo tempo despendido, por toda atenção e ensinamentos, e principalmente por acreditar em mim, YOU ROCK!. Obrigada por tudo, espero um dia ser como vocês! E por último, mas não menos importante, agradeço a minha filha, que é a razão pelo qual estou sempre em busca de crescer e dar exemplo, em quem penso todos os dias e quem me impulsiona a seguir em frente. A minha felicidade é a sua e a sua vida é a minha. Eu te amo muito minha princesa. A todos meus sinceros agradecimentos, essa conquista não seria possível sem vocês ao meu lado. 5 DESAFIOS PARA APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV) NO BRASIL. DAIANE COELHO BENEDITO RESUMO A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) estuda os aspectos ambientais e os impactos potenciais de um produto, a partir da aquisição de sua matéria-prima, etapas de produção, uso, descarte e disposição final. Regulada pela ISO 14040 a ACV também é um instrumento previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O objetivo deste estudo foi identificar os desafios para a aplicação da metodologia Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil, a partir da pesquisa e análise de artigos científicos e trabalhos acadêmicos. Para o período analisado, compreendido entre os anos de 2000 até 2012, foram encontrados 44 artigos e 45 trabalhos acadêmicos, entre teses e dissertações, que apresentaram limitações que vão desde a falta de informações que representem as peculiaridades brasileiras, incertezas e indisponibilidade de dados além das dificuldades intrínsecas a própria ferramenta. A partir dos resultados obtidos, verifica-se que não existe um padrão evolutivo no número de publicações durante o período analisado, o que evidencia que o interesse no estudo ou aplicação da ferramenta não é crescente e contínuo, como se espera. Nesse sentido, conclui-se que existem diversas limitações que prejudicam e dificultam a aplicação da ferramenta, fazendo-se necessária a adoção de ações para sanar esses problemas e aperfeiçoar a elaboração de inventários brasileiros. Recomenda-se que sejam feitos levantamentos de trabalhos acadêmicos em ACV por segmento produtivo e, sobretudo que haja um melhor acompanhamento do desenvolvimento da ACV no Brasil. Palavras-chave: Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Inventários de Ciclo de Vida. Brasil. 1 INTRODUÇÃO A preocupação com os recursos naturais, a busca por alternativas e tecnologias que auxiliem na mitigação de impactos ambientais não é recente. Há décadas a sociedade vem observando as visíveis modificações resultantes do modelo de desenvolvimento econômico adotado, sobre aspectos relacionados à saúde e ao meio ambiente gerando discussões e pressões quanto a necessidade de mudanças nas indústrias e governos (GOIVINHAS et al., 2008). São notórias as consequências causadas pela exploração desenfreada dos recursos naturais. Desastres ambientais e o alerta sobre o desequilíbrio ecológico são pautas cada vez mais discutidas pelo mundo. Reflexo disso são as conferências e convenções que têm se 6 tornado mais frequente, iniciadas em 1972 pela Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em Estocolmo, até a mais recente, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) realizada em 2012 na cidade do Rio de Janeiro. Estes eventos são ações que ocorram em âmbito internacional devido à necessária adoção de medidas que visem à conscientização ambiental e o desenvolvimento sustentável, entre outros fatores. O Relatório Brundtland – Nosso Futuro Comum (1991) conceitua o desenvolvimento sustentável como: “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.”, e ainda pronuncia que as opções indispensáveis para a obtenção de um desenvolvimento sustentável estão sujeitas ao apoio e ao desenvolvimento de um público bem informado, de organizações não governamentais, bem como da comunidade científica e da indústria. Desta forma, metas e compromissos foram firmados para que os governos e a sociedade civil incluam ações voltadas a temática ambiental e setor privado proceda com adaptações em seus processos produtivos com vista na redução de impactos ambientais, o planejamento de ações e consequentemente a promoção do desenvolvimento sustentável. Assim sendo, como apontado por Palma-Rojas (2012), a United Nations Environment Programme (UNEP) determina que para o exercício da sustentabilidade são necessárias a incorporação de estratégias e iniciativas que propendam para o desenvolvimento e aquisição de produtos, serviços e modelos de negócios “mais verdes” pela sociedade civil, bem como pelo governo. A UNEP apoia também a implementação de leis e regulações que incentivem produtos e serviços que reduzam os impactos ambientais e em contrapartida, agreguem valor e melhorias ao bem-estar humano e a igualdade social. A fim de avaliar políticas ou ações voltadas ao desenvolvimento sustentável como meta, qualquer que seja a alternativa escolhida requer métodos e ferramentas que quantifiquem e comparem, de forma robusta e consistente, os impactos econômicos, sociais e ambientais das diferentes atividades que fornecem bens e serviços a uma economia, e que ajudem a identificar os caminhos chaves para alcançar a qualidade ambiental, sem abdicar da prosperidade econômica (PALMA-ROJAS, 2012) A estruturação do enfoque da ACV teve inicio no fim da década de 70 e início dos anos 80, paralelo à crise de petróleo, em que a urgência em buscar alternativas de fontes renováveis e avaliar os processos produtivos para encontrar soluções aos problemas oriundos 7 da elevação do preço do barril de petróleo que foi provocado pelo boicote internacional nesse período (CHEHEBE, 2002). Com a crescente necessidade de padronizar a metodologia que já estava em análise por grandes corporações desde a década de 60, como a Coca-Cola Company® e a Tetra Pak® que estão entre as pioneiras nos estudos sobre avaliação dos processos de fabricação de suas embalagens, um grupo estratégico da Internacional Organization for Standardization (ISO) começou a identificar os elementos principais a fim de elaborar normas internacionais a cerca da temática ambiental. As primeiras pesquisas rudimentares do que chamamos hoje de ACV surgiram então na década de 80 (CHEHEBE, 2002). Foi então que no início dos anos 90, A UNEP conjuntamente com a Sociedade de Toxicologia e Química (SETAC) apresentam o conceito de Pensamento do Ciclo de Vida em parceria com o setor privado, organizações internacionais e governo, definindo-o como uma filosofia que observa e analisa além do enfoque tradicional que visualiza, somente, os processos de produção in site e os processos de manufatura, deste modo inclui os impactos ambientais, sociais e econômicos de um produto em todo seu ciclo de vida (PALMA-ROJAS 2012). Um dos fatores para que essa técnica fosse criada e, sobretudo aprimorada ao longo do tempo, foi à implantação de políticas ambientais que estimulam a criação de métodos de suporte a adaptações de produtos e serviços em vista da competitividade e adequabilidade. O setor privado percebeu que uma boa forma de aumentar sua visibilidade e também de sustentar seus produtos no mercado internacional mediante as exigências de critérios ambientais, seria por meio de suas responsabilidades ambientais. Desta forma, para manter suas posições e melhorar suas técnicas de mercado as empresas têm sido conduzidas, a ajustar suas atividades e reduzir os efeitos causados por elas mediante as ações de controle ambiental. Mas, para atender essa demanda, se faz necessário a aplicação de uma metodologia robusta, condizente com a necessidade atual, sistemática e que possa auxiliar no processo de tomada de decisão, o que caracteriza a Avaliação do Ciclo de Vida, uma ferramenta mais completa quando se comparado com outras metodologias de avaliação de impacto. Segunda a ISO 14040/14044 ACV é definida como a “compilação e avaliação das entradas, das saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida”. Assim sendo, a ACV estuda os aspectos ambientais e os impactos potenciais ao longo da vida de um produto, como chamado no jargão da área, “do berço ao 8 túmulo”, ou seja, a partir da aquisição da matéria-prima, manufatura, distribuição e embalagem uso e manutenção, e disposição final. (SILVA, 2012). De acordo com Gatti; Queiroz; Garcia (2008) Avaliação do Ciclo de Vida É uma técnica para avaliar o desempenho ambiental de um determinado produto por: identificação e quantificação da energia e matérias-primas utilizadas no seu processo de fabricação, bem como a emissão de poluentes para a água, solo, ar e inerente a esta produção, utilização e eliminação, e avaliando o impacto ambiental associado com a utilização de energia e de material e emissões de poluentes, identificando oportunidades para melhorar o sistema, a fim de otimizar o desempenho ambiental do produto. Já para Pires; Souza; Villas Bôas (2005), a Avaliação do Ciclo de Vida é um processo que tem como objetivo avaliar os impactos de um produto, processo ou serviço de outra atividade econômica, em todo seu ciclo de vida, sobre o meio ambiente a saúde. Dessa forma é importante conceituar também o que vem a ser impacto ambiental, que segundo a ISO 14001 (1996) pode ser definido como: “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização”. ACV é estruturada pela família ISO 14000, criada como resposta à demanda mundial pela comissão técnica 207 (TC 207) da ISO, que dá suporte para um gerenciamento ambiental consistente e foi estruturada basicamente em duas grandes áreas: com foco nas organizações empresariais, e nos produtos e serviços como pode ser visto na figura 1 (SANTIAGO, 2007). Figura 1 - Estrutura do Comitê de Trabalho ISO/TC-207. Fonte: Chehebe (2002). 9 Além da ACV dos produtos, a família ISO 14000 compreende também as normas do sistema de gestão ambiental, desempenho ambiental, rotulagem ambiental, e a integração de aspectos ambientais no desenho de produtos como mostra a figura 1 acima, sendo assim a série geral para gerência de impactos ambientais (REIS, 2008). Com relação à ACV o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (CB-38) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) traduziu a série da norma ISO 14040 e publicou como a série NBR ISO 14040 (2006). As seguintes normas da série podem ser vista no quadro 1. Quadro 1- NBRs ISO relacionadas com ACV, série ISO 14040. ISO Descrição Status 14040:2006 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura Em vigor 14041:1998 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Definição de objetivo e escopo e análise de inventário Cancelada em 21/05/2009 Substituída por : ABNT NBR ISO 14040:2009 e ABNT NBR ISO 14044:2009 14042:2000 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Avaliação do impacto do ciclo de vida Cancelada em 21/05/2009 Substituída por : ABNT NBR ISO 14040:2009 e ABNT NBR ISO 14044:2009 14043:2000 Environmental management -- Life cycle assessment -- Life cycle interpretation Cancelada em 30/06/2006 14044:2006 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Requisitos e orientações Em vigor TR 14047:2003 Environmental management -- Life cycle assessment -- Illustrative examples on how to apply ISO 14044 to impact assessment situations Em vigor TS 14048:2002 Environmental management -- Life cycle assessment -- Data documentation format Em vigor TR 14049:2000 Environmental management -- Life cycle assessment -- Illustrative examples on how to apply ISO 14044 to goal and scope definition and inventory analysis Em vigor Fonte: do autor. A estrutura desta ferramenta, de acordo com a NBR ISO 14040/14044, está composta em quatro etapas: definição de objetivo e escopo; análise de inventário de ciclo de vida (ICV); avaliação de impacto ambiental de ciclo de vida (AICV) e; interpretação dos resultados. Como observado na figura 2. 10 Figura 2 - Fases da Avaliação do Ciclo de Vida. Fonte: ISO 14040 (2006) A primeira fase compreende a definição de objetivo e escopo, onde o objetivo declara a aplicação pretendida, as razões para a execução do estudo, o público alvo e se existe também a intenção de utilizar os resultados em ações comparativas para divulgação pública. O escopo deve ser bem definido a fim de atender o objetivo estabelecido, pois é ele quem delineia esse caminho. Precisa conter o sistema de produto a ser estudado, a unidade funcional, a fronteira do sistema, entre outras abordagens. A análise de inventários, segunda fase, envolve a coleta de dados e procedimentos de cálculo para quantificar as entradas e saídas que são proeminentes, ou seja, nessa fase são consideradas todas as variáveis envolvidas no ciclo de vida do produto, processo ou atividade analisada (CHEHEBE, 2002). A fase de análise de inventários consiste no estudo dos impactos ambientais potenciais com base nos resultados do ICV. Para entender tais impactos se faz necessário concatenar os dados de inventário com categorias de impacto e indicadores de categoria. 11 Na última fase, interpretação do ciclo de vida, as constatações da análise de inventários são consideradas em conjunto. Deve fornecer resultados consistentes com os objetivos e escopo, explicar limitações, promover recomendações e levar a conclusões mediante a apresentação de resultados. A norma NBR ISO 14040 (2001) ressalta ainda que todas as fases são caracterizadas por um processo iterativo. Tal aspecto pode ser exemplificado com a segunda fase, quando novos requisitos ou limitações podem surgir a medida que o conhecimento relativo ao sistema aumenta por meio da coleta de dados, fazendo-se necessário a revisão do objetivo e do escopo ou até mesmo, na fase de interpretação quando há a possibilidade de efetuar esta revisão para verificar a consistência com o objetivo definido. No contexto político brasileiro, a ACV é um instrumento previsto na Lei Federal Nº 12.305/10, que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Em seu Capítulo III, art. 8º, inciso III, a referida Lei cita a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS ainda define o termo ciclo de vida do produto, como uma “série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matériasprimas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final” (BRASIL, 2010). No Brasil, uma das primeiras iniciativas sobre a ACV ocorreu em 1994, a partir da criação do Grupo de Apoio à Normalização (GANA) com a finalidade de possibilitar a colaboração do país no ISO/TC 207. Junto ao GANA surgiu um subcomitê voltado para estudos específicos de ACV, resultando na publicação do primeiro livro brasileiro a cerca desse tema, denominado Análise do Ciclo de Vida de Produtos – Ferramenta Gerencial da ISSO 14000. (SILVA, 2013). Mais tarde, no ano de 1998, um grupo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo foi criado, denominado Grupo de Prevenção da Poluição (GP2), com o objetivo de consolidar o uso de ACV no Brasil gerando competências e conhecimentos no âmbito da prevenção de poluição e da gestão ambiental. De acordo com Silva (2013), até o momento A contribuição intelectual do GP2 para o desenvolvimento da ACV no Brasil pode ser traduzida na forma de doze dissertações de mestrado; duas teses de doutorado; cinco trabalhos publicados em periódicos internacionais indexados; seis capítulos de livros; além de mais de setenta trabalhos publicados em anais de congressos nacionais e internacionais. 12 Em sociedade com um consórcio de empresas e associações e também contando com o auxílio da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) do Instituto de Técnico de Alimentação (ITAL) desenvolveu, entre os anos de 1997 á 2000, um projeto com a finalidade de conduzir estudos de ACV para 13 sistemas de embalagens, projeto este denominado: “Análise de Ciclo de Vida de Embalagens para o Mercado Brasileiro” (RIBEIRO, 2009). Em 2002, surge a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV), com o objetivo de consolidar a gestão do Ciclo de Vida por meio de ações como: coordenar as atividades de criação do banco de dados brasileiro, manter vínculos com comunidades nacionais e internacionais relacionadas com o tema, promover eventos e cursos, entre outras. A partir de então, ACV no Brasil tornou-se amparada por um grupo específico disposto a difundir e apoiar iniciativas correlatas. Posteriormente a ABCV foi responsável pela realização da Conferência Nacional de Avaliação do Ciclo de Vida (CILCA) em 2007 e participou da concepção do Projeto Brasileiro de ACV, organizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), instituto vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) (SILVA, 2013). O IBICT recebe também a colaboração de Instituições como: a Universidade de Brasília (UnB), o Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR), além da Universidade de São Paulo (USP) (REIS, 2008). Um projeto coordenado pelo IBICT desde 2009 encontram-se em andamento atualmente. No que tange estudos e elaboração de um banco de dados nacional, o então chamado Sistema de Inventário de Ciclo de Vida (SICV Brasil), tem como seus objetivos a “implementação e publicação do sistema brasileiro de inventários de ciclo de vida, que organiza as tecnologias que serão providas aos especialistas de ACV, no acesso aos dados de inventários de ciclo de vida (ICV) da indústria Brasileira.” (PALMA-ROJAS e BENEDITO, 2012). Este projeto surgiu da necessidade de elaboração de um banco de dados que reflitam a realidade do país e que esses dados sejam consistentes e confiáveis. Dessa forma, foi criado para armazenar inventários de Ciclo de Vida de produtos e processos da indústria Brasileira, a fim de posteriormente fornecer informações de apoio para a elaboração de outros inventários. Outro ganho importante para aumentar a visibilidade da ACV no Brasil foi obtido no ano de 2007 por uma pesquisa realizada e premida de Danielle Maia de Souza, brasileira Doutora em Engenharia Ambiental. Conforme Burgardt (2007), Daniela Maia teve seu projeto 13 de pesquisa premiado na 3rd International Conference on Life Cycle Management pela Iniciativa do Ciclo de Vida do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP Life Cycle Initiative). Consequentemente, por seu trabalho premiado na ONU, recebeu do Instituto Mineiro de Engenharia Civil (IMEC), o Prêmio Destaques da Engenharia em 2008. As pesquisas desenvolvidas visam a importância da adequação da metodologia para avaliar as especificidades brasileiras, antes de aplicá-la. Já em 2010, A Resolução nº 04/2010 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) aprova o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida (PBACV), assim como seu comitê gestor. Este programa foi criado com intuito de disponibilizar e disseminar a metodologia de elaboração de inventários brasileiros e informações sobre o pensamento do ciclo de vida, interferir e influenciar nos trabalhos de normalização internacionais e nacionais afetos ao tema, entre outros (Brasil, 2010). Releva notar que, um dos fatores de relevância da Avaliação do Ciclo de Vida, é sua aplicação na caracterização de impactos ambientais causados pelos processos produtivos no âmbito das organizações. Considerar um produto desde a extração da matéria prima até a sua etapa de disposição final e auxilia na tomada de decisões, identificando aspectos para as melhorias no processo produtivo dos produtos por meio de ações preventivas ao invés de simplesmente corretivas. Assim sendo, este trabalho tem como objetivo geral identificar os desafios para a aplicação da metodologia da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) no Brasil. Para tal possui os seguintes objetivos específicos: (a) identificar os desafios encontrados pelos pesquisadores para a aplicação da ACV no Brasil; (b) identificar quantitativamente a evolução dos trabalhos acadêmicos de teses e doutorado de universidades brasileiras que trabalhem na área de avaliação do ciclo de vida por meio de levantamento de informações e análise. 2 MATERIAL E MÉTODOS Resumidamente, o presente trabalho foi desenvolvido a partir de análise bibliográfica. Esta por sua vez, ocorreu em duas etapas. A primeira consiste na busca de artigos científicos relacionados à ACV para produtos nacionais. Já a segunda, buscou analisar trabalhos relacionados ao tema produzidos no âmbito das Universidades brasileiras. 14 2.1 LEVANTAMENTO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS RELACIONADOS À ELABORAÇÃO DE ACV PARA PRODUTOS NACIONAIS. Com vistas a identificar as principais dificuldades abordadas pelos autores quanto a aplicação da ACV envolvendo produtos brasileiros, foi realizada uma busca de artigos em banco de dados científico e nos principais jornais internacionais que publicam sobre o tema. Os artigos científicos pesquisados foram publicados no período de 2000 até 2012, encontrados na base de dados Scirus, que reuni vários jornais internacionais científicos. As palavras-chave utilizadas para busca foram: “Life Cycle Assessment” e “ Brazil”. A partir disso, se fez necessário pesquisar diretamente os jornais mais representativos para a temática abordada, foram esses: Journal of Industrial Ecology, Ecological Economics Journal, Journal of Cleaner Production e The Internacional Journal of Life Cycle Assessment, sendo o último, o jornal especializado sobre o assunto. Nas buscas no Jornal The Internacional Journal of Life Cycle Assessment, apenas o termo“Brazil” foi empregado. É Importante ressaltar que, somente os trabalhos que realizam uma avaliação do ciclo de vida de produtos brasileiros foram considerados. Nesses doze anos, foram encontrados um total de 44 artigos nas condições já citadas e os jornais com o maior número de publicações identificadas foram: Journal of Cleaner Production e no The Internacional Journal of Life Cycle Assessment. As informações detalhadas dos artigos coletados estão anexadas no apêndice A deste trabalho. 2.2 LEVANTAMENTO DE TRABALHOS DE MESTRADO E DOUTORADO RELACIONADOS À ACV PRODUZIDOS NO ÂMBITO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. Esta etapa tem como objetivo a realização de uma pesquisa voltada para trabalhos acadêmicos (dissertações e teses) produzidos no âmbito das Universidades brasileiras. Pretende-se quantificar as teses e dissertações elaboradas no país sobre a temática ACV, averiguar as principais universidades envolvidas entre os anos de 1997 e 2012 e identificar a evolução quantitativa dos estudos de ACV no Brasil. Para o período entre 2010 e 2012, essa pesquisa foi fundamentada na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) coordenada pelo IBICT, que possibilita uma busca junto aos Programas de Pós-Graduação brasileiros, na base de dados da Scirus, e 15 na base de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).Para tal foram empregadas para a busca as palavras-chave: Avaliação do Ciclo de Vida e Inventário de Ciclo de Vida. Já a análise dos anos entre 1997 até 2009, foi baseada em três diferentes fontes: Lima (2007) onde foram pesquisadas teses e dissertações até o ano de 2006, Ribeiro (2009) que abrange até o ano de 2008 e Souza (2010) que levanta até o ano de 2009. As pesquisas tratam a respeito da mesma temática na esfera brasileira, porém com um escopo diferenciado, além de ter algumas distinções nas palavras-chave. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 ARTIGOS PUBLICADOS RELATIVOS À ACV DE PRODUTOS BRASILEIROS A pesquisa bibliográfica dos artigos internacionais a respeito da ACV no âmbito nacional resultou em um total de 44 artigos mediante a análise de conteúdo. O maior número de publicação de artigos ocorreu nos anos de 2010 e 2012, como é possível observar no gráfico 1, em que houve um crescimento acentuado nesses anos com o número de 11 e 10 publicações respectivamente. O aumento ocorrido em 2010 pode estar relacionado com a publicação da Lei Federal 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para os anos de 2001 e 2002, não foram encontrados artigos publicados, podendo-se verificar um incremento no biênio seguinte (2003/2004). Nos anos posteriores, no período de 2005 à 2008, os valores pouco variaram e mantiveram-se baixos. Entretanto, a partir de 2009 houve um aumento acentuado quando comparado com os anos anteriores. 16 Gráfico 1 – Quantidade de artigos científicos publicados sobre ACV de produtos brasileiros entre os anos de 2000 à 2012. 11 12 10 10 8 6 5 6 3 4 3 2 2 1 1 0 1 1 0 0 Fonte: do autor. Através dos resultados dessa pesquisa bibliográfica foi notado um expressivo volume de trabalhos referentes à Avaliação do Ciclo de Vida de recursos vegetais, em especial a respeito da cana de açúcar. Conforme abordam Seabra et al., 2011 e Ometto; Hauschild; Roma (2009), este resultado pode ser explicado em parte pela atual posição do Brasil no mercado global, como o maior produtor de cana de açúcar do mundo, segundo o Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), bem como por se tratar de uma das principais fontes de energia renovável do país (BRASIL, 2013). Desta forma, os estudos desses recursos envolvem também pesquisas da produção de biocombustíveis, do total de 44 resultados, 17 englobam a ACV de recursos vegetais, o que corresponde a 38,6% dos artigos reunidos no presente trabalho. Este percentual está distribuído de forma que 20,42% tratam especialmente de materiais vegetais e o restante, 18,18% de biocombustíveis. Várias são as limitações apontadas pelos autores dos artigos analisados na elaboração de uma ACV acerca do território nacional, tais como: variabilidade geográfica, falta de informações que representem as peculiaridades brasileiras, incertezas de dados e indisponibilidade destes, o uso de dados de diferentes fontes, entre outros. No entanto, o fator mais recorrente abordado nos estudos é a carência de dados para a elaboração de análises mais consistentes. Coltro et al. (2006) menciona que conduzir uma ACV dos produtos agrícolas é uma tarefa muito complexa, tendo em vista a aquisição de dados, modelagem e compilação. Outro 17 fator de extrema relevância é a criação de um banco de dados brasileiro, que consiste em uma necessidade imperiosa apesar das iniciativas para atender tal demanda, esta é mencionada por Ugaya e Walter (2004) e Teixeira; Sartori; Finotti (2010) ao notar que a qualidade dos bancos de dados utilizados na análise é um fator crítico no que diz respeito à adequação da ACV e recomenda ainda, que esforços adicionais são necessários para criar conjuntos de dados adequados para uso em uma ACV brasileira. Por essa razão, algumas vezes os pesquisadores são obrigados a utilizar dados defasados pelo simples fato de não existirem inventário de ciclo de vida quanto ao tema tratado conforme restrição identificada por Mendesa; Aramakib; Hanak (2003), o que prejudica a consistência dos resultados, visto que as informações do ciclo de vida devem ser representativas ao processo tecnológico, já que essas informações afetam diretamente os resultados da avaliação de impactos do ciclo de vida do produto e aumenta o nível de incerteza do estudo. Reconhecendo tal importância, Mourad, Silva e Nogueira (2012), alertam que é preciso inventários atualizados para tomar decisões ambientais. Gatti; Queiroz; Garcia (2008) ressaltam que estudos de ACV são iterativos e dinâmicos. Sendo assim, os dados podem sempre ser refinados, substituídos ou complementados com informações atualizadas, para melhorar a representatividade do setor alvo de análise. Quando isso não ocorre, os especialistas por vezes precisam aplicar dados de Inventário de Ciclo de Vida (ICV) não locais em seus estudos, assim gerando resultados imprecisos em função das diferenças no desempenho ambiental da indústria geradora de dados em outros países comparados a indústria da América Latina (EICKER et al., 2010). Para Hischier et al. (2010), uma estratégia que poderia ser adotada como forma de superar as limitações dos bancos de dados não-locais para a indústria latino-americana seria realizar a combinação de dados validados de bancos de dados internacionais com conjuntos de dados locais recém-desenvolvidos. Entretanto, devem ser consideradas as peculiaridades de cada análise. As informações úteis geralmente não estão prontamente disponíveis, o que impulsiona a busca por diversas fontes como meio de suprir essa necessidade. Compreendendo isso, Ugaya e Walter (2004) realizou um estudo para verificar a possibilidade de adaptar os dados internacionais para as condições brasileiras, executando uma comparação ICV entre uso de dados nacionais e internacionais de aço utilizados em automóveis. 18 Todas essas limitações parecem ser comuns nos estudos de ACV do Brasil, no entanto, na literatura são encontrados outros autores que, defendem as restrições aqui discutidas e realizam novas considerações. Dessa maneira, Souza (2010) e Koellner et al. (2013) ao tratar da questão de fatores de caracterização ambiental, reiteram a importância da adaptação de um modelo que aborde as diferenças na caracterização de impactos os quais devem ser tratados, uma vez que agregam elementos intrínsecos as condições das regiões geográficas de onde são provenientes. Nesse sentido, Ometto; Guelere Filho; Souza (2006) argumenta que é a essencial a incorporação da estratégia de ciclo de vida nas empresas e na vida cotidiana do Brasil por meio de: políticas ambientais através das partes interessadas, o incentivo a participação da sociedade e a criação de um banco de dados brasileiro. Nota-se que no Brasil a interação entre o governo, a academia e as empresas ainda não é suficiente, embora exista o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida que visa desenvolver inventários. Existem poucos estudos realizados por organizações, sendo a maioria executado por multinacionais que já adotam a ferramenta em suas matrizes e os incentivos governamentais e apoio financeiro ainda é insuficiente. Por essa razão os grupos de pesquisa na área buscam por tornar possível esse elo entre os agentes envolvidos (LIMA, 2007). Para Ribeiro (2009) algumas medidas precisam ser adotadas como: a padronização da metodologia, o desenvolvimento de banco de dados e métodos de AICV, o incentivo de empresas, governo e associações no que abrange a coleta e disponibilidade de informações. Então, Araújo et al. (2012) reafirma que a disponibilidade de dados que encontram-se no país é limitada e esse agente causa imprecisão em uma ACV quando empregados. 3.2 ACV NO AMBIENTE ACADÊMICO BRASILEIRO As análises realizadas por Lima (2007); Ribeiro (2009); Souza (2010) examinaram o progresso dos estudos acadêmicos de mestrado e doutorado acerca da ACV no Brasil. Para isso foram utilizados base de dados semelhantes entre eles, contudo existem distinção nas palavras de busca, como pode ser visto no quadro 2. 19 Quadro 2 – Informações e fontes de busca dos trabalhos de Lima (2007), Ribeiro (2009) e Souza (2010). Banco de dados Palavras de busca Lima (2007) Capes, IBICT e Plataforma Lates Souza (2010) Capes, IBICT e MCT Avaliação do Ciclo de Vida, Análise do Ciclo de Vida e ACV Avaliação do Ciclo de Vida e Análise do Ciclo de Vida (ACV), Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV) e Inventário do Ciclo de Vida Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV) e Inventário do Ciclo de Vida Capes, Banco de dados bibliográficos da Universidade de São Paulo (DEDALUS) e Ribeiro (2009) Biblioteca digital de teses e dissertações da Universidade de São Paulo (SABER) Fonte: Lima (2007); Ribeiro (2009); Souza (2010). Não mencionado Os autores utilizaram um período semelhante, todos com início em 1997, porém Lima (2007) abordou até o ano de 2006, já Ribeiro (2009) e Souza (2010) abrangeram ainda os anos de 2008 e 2009 respectivamente. Para fins de estudo, foram selecionadas as informações de todos os trabalhos, assim sendo analisou-se em conjunto os dados no período entre 1997 até 2006 e depois foram considerados de forma individual os dados que foram fornecidos pelos autores. Dessa forma, é possível notar diferenças de resultados mesmo quando as bases de dados de apoio para a pesquisa são semelhantes. No gráfico 2, o qual representa o volume de teses e dissertações defendidas nos anos entre 1997 até 2009, observam-se claramente tais distinções entre os dados apresentados para o ano de 2005, e em 2006 a respeito os números de Lima (2007) com relação aos demais autores. Nota-se ainda que em 1998 e 2003 o resultado é o mesmo em todos os estudos, mostrando similaridade nos dados. Em 2007 ocorreu uma elevação acentuada de publicações, seguido do ano de 2004 com um número um pouco a baixo, mas em destaque com relação aos demais. Consta que o momento coincide com a realização do evento mais importante da América Latina sobre ACV, que em 2007 foi sediado no Brasil. Este acontecimento pode influenciar diretamente nesse resultado, pois um evento como esse incentiva a produção de trabalhos a serem produzidos. 20 Nos anos seguintes abordados por dois dos autores, houve uma discrepância brusca entre eles no ano de 2008, onde o valor encontrado por Ribeiro (2009) foi de apenas 1 trabalho, já Souza (2010) obteve 20 trabalhos em sua análise. Outra questão a ser analisada é a inconstância nos resultados, não existe um padrão de evolução na produção dos trabalhos acadêmicos neste período, a partir disso observa-se que o interesse no estudo ou aplicação da ferramenta não é crescente e contínuo assim como se espera. Gráfico 2 – Quantitativo de teses e dissertações entre os anos de 1997 à 2009. 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0 1997 1998 1999 2000 2001 Lima (2007) 2002 2003 2004 Ribeiro (2009) 2005 2006 2007 2008 2009 Souza (2010) Fonte: Lima (2007); Ribeiro (2009); Souza (2010) com adaptação. Para acompanhar essa evolução, este trabalho realiza o levantamento de teses e dissertações nos anos posteriores aos dos autores referidos, ou seja, no período de 2010 até 2012 em que forma encontrados um total de 45 teses e dissertações produzidas, sendo 35 dissertações (77,78 %) e 10 teses (22,22 %). A pesquisa está apoiada na base de dados de artigos acadêmicos Scirus, na BDTD, assim como na base de teses da CAPES, como abordado anteriormente, portanto outros trabalhos podem ter sido publicados dentro dos critérios referidos, mas não se encontram na base de dados aqui mencionada ou vice-versa. 21 Sendo assim os resultados apresentados no gráfico 3 mostram que o número de dissertações produzidas por ano é mais elevado do que de teses, sendo que a maioria foram no ano de 2012, com 18 dissertações e 4 teses. Os valores encontrados mostram um comportamento crescente de trabalhos produzidos ao longo dos anos analisados. Outra consideração relevante está relacionada com a quantidade de teses, a qual se manteve sem mudanças significativas, mesmo porque em 2011 e 2012 o valor é o mesmo, todavia são considerados valores baixos com relação às dissertações defendidas. Levando-se em consideração esse aspecto, deve se ter em mente que o número de pessoas que concluem mestrado em ACV, que tem uma proposta mais aplicada, é maior do que os que chegam a finalizar o grau de doutorado, por ser mais aprofundado. Ademais, são várias as limitações encontradas para aplicação da ferramenta, estes fatores podem influenciar diretamente na quantidade de trabalhos produzidos por ano. (UGAYA; WALTER, 2004; TEIXEIRA; SARTORI; FINOTTI, 2010; GATTI; QUEIROZ; GARCIA, 2008). Gráfico 3 - Quantitativo de teses e dissertações entre os anos de 2010 à 2012. 18 18 16 14 12 9 10 8 8 6 4 4 4 2011 2012 2 2 0 2010 Teses Dissertações Fonte: do autor. A partir dos resultados, foi possível verificar que os trabalhos tratam principalmente sobre o setor energético e comprovar qual a universidade de destaque em relação ao apoio à elaboração de trabalhos de mestrado e doutorado em ACV no país, reconhecendo que é a 22 Universidade de São Paulo computando 18 trabalhos acadêmicos, que correspondem a aproximadamente 41% dos estudos analisados, sendo que metade das teses encontradas são da USP, esta for sua vez mantêm esforços para disseminar a ferramenta. Esse fato foi defendido anteriormente por Lima (2007), Ribeiro (2009) e Souza (2010), bem como pode ser visto ainda na relação encontrada nos apêndices B e C. É importante mencionar também que a Universidade de Brasília tem uma grande importância concomitantemente na consolidação da ACV no meio acadêmico, assim como na colaboração de projetos da área. 4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Mediante o estudo realizado foi possível atingir os objetivos propostos no presente trabalho, que possibilitou verificar os desafios e a evolução da aplicação da ACV no Brasil e analisar quantitativamente a elaboração de artigos e estudos acadêmicos sobre o tema. A principal Instituição que apoia estudos na área é a Universidade de São Paulo. Tal aspecto já era previsto pelo histórico da Universidade na contribuição para ampliação da ferramenta no país, desta forma, a presente pesquisa confirmou tal fato. Vale ressaltar que, as demais Instituições de Ensino aludidas neste trabalho possuem um papel fundamental ao unir esforços para o crescimento e aprimoramento da ACV no âmbito nacional e até mesmo internacional. Existem diversas limitações que prejudicam e dificultam tal proposta, o que torna necessária a adoção de ações para sanar esses problemas, dentre elas estão: a disseminação de informações sobre ACV, a elaboração de um banco de dados brasileiro, a colaborações e incentivo dos agentes envolvidos e a consistência e padronização dos dados. Tais componentes são de suma importância para o exercício de uma ACV e devem ser tratados com atenção. As análises aqui executadas reconhecem empecilhos relacionados principalmente na coleta de dados, as informações muitas vezes não estão disponíveis, possuem um custo financeiro para serem adquiridos. Outro aspecto relevante é a quantidade de tempo necessário para as buscas, compilação de dados e informações úteis, situação recorrente em estudos que envolvam a ACV. A partir dos resultados obtidos é possível propor que as questões levantadas pelos autores sejam levadas em consideração pelos grupos de trabalho nas Universidades, pelo 23 governo e por parte do setor privado, a fim de solucionar os problemas e aperfeiçoar a elaboração de inventários brasileiros, visto que por meio destes será possível a ampliação e otimização dos processos produtivos da indústria nacional. Para tal prioritariamente deve-se tornar efetivo o banco de dados brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida e a adaptação de dados para a realidade brasileira. Por fim, recomenda-se que sejam feitos levantamentos de trabalhos acadêmicos em ACV por segmento produtivo (químico, agrícola, automobilística, construção civil, etc.) e, sobretudo que haja o acompanhamento do desenvolvimento da ACV no Brasil de agora em diante a fim de observar o progresso da ACV não somente no meio acadêmico, mas em todas as esferas importantes com o propósito de amparar estudos futuros, auxiliar na tomada de medidas estratégicas de investimentos e planejamento na área, além de culminar para a ampliação devida da metodologia no país. CHALLENGES FOR APPLICATION OF LIFE CYCLE ASSESSMENT (LCA) IN BRAZIL. DAIANE COELHO BENEDITO ABSTRACT: The Life Cycle Assessment ( LCA ) is a tool to assess the environmental impacts of a product over its entire life cycle that takes into account extraction and treatment of raw materials, product manufacturing, transport and distribution, product use and, product’s end-of-life. It is internationally regulated by ISO 14040 series and it is an instrument proposed into the National Solid Waste Policy (PNRS). This study aims to identify the challenges associated to the application of Life Cycle Assessment in Brazil through two different bibliographic analyses. The first one considers papers on LCA of Brazilian products published in international journals, from Scirus database, from 2000 to 2012, and the second one regards thesis and dissertation on LCA elaborated within Brazilian universities from 1997-2012. The former found a total of 44 articles, where were identified limitations associated mainly to unavailability of Brazilian life cycle inventory database. The latter obtained 45 academic studies from 2010 to 2012, and it was not observed a continuous growth on LCA academic production during all period-of-time analyzed. In conclusion, there are several limitations found when applying LCA in Brazil, making necessary the adoption and support on actions associated to the development of a Brazilian life cycle inventory database that allows consistent results from Brazilian product studies. Keywords: Life Cycle Assessment (LCA). Environmental Management. Brazil. 24 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Marcelo Guimarães et al. A model for estimation of potential generation of waste electrical and electronic equipment in Brazil. Waste Management, [s.l], v. 32, p.335-342, fev. 2012. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0956053X11004260>. Acesso em: 19 out. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão Ambiental Avaliação do Ciclo de Vida – Princípios e estrutura. Rio de Janeiro; ABNT, 2001. p.10. BRASIL. Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. 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Acesso em: 01 nov. 2013. 28 APÊNDICE A – Relação de artigos Referência LENZENA, L., MUNKSGAARD, J..Wind turbines in Brazil and Germany: an example of geographical variability in life-cycle assessment. Applied Energy. 2004 LUO, L; VOET, E.V.; HUPPES, G. Life cycle assessment and life cycle costing of bioethanol from sugarcane in Brazil. Institute of Environmental Sciences. Renewable and Sustainable Energy Reviews. 2008. SOUZA, S. P.; ÁVILA M. T.; PACCA, S. Life cycle assessment of sugarcane ethanol and palm oil biodiesel joint production. Biomass and Bioenergy. 2012. OMETTO, A. R.; LOPES W. N; Atmospheric impacts of the life cycle emissions of fuel ethanol in Brazil: based on chemical exergy. Journal of Cleaner Production. 2009. ALVARENGA, R.A.F et al. The recycling of oyster shells: An environmental analysis using Life Cycle Assessment. Journal of Environmental Management. 2012. ANGARITA, E. E. 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APÊNDICE B – Relação de teses. Referência LOURENCO, Maristela Soares. A água na indústria de pescados e no Segmento de alimentação coletiva: uso da Avaliação do Ciclo de Vida como ferramenta para o desenvolvimento Sustentável. 2012. 230 f. Doutorado (Ciência e Tecnologia de Alimentos) Universidade Federal Rural do Rio De Janeiro. MACEDO, Kelly Alonso Costa de. A utilização da Avaliação do Ciclo de Vida no processo de tomada de decisão em sustentabilidade na indústria da construção no subsetor de edificações. 2012. 217 f. Doutorado (Engenharia Civil) Universidade Federal Fluminense. SILVA, Andre Luiz Ribeiro Tachard da. Desenvolvimento de fatores de normalização de impactos ambientais regionais para Avaliação do Ciclo de Vida de produtos no estado de São Paulo São Carlos 2010. 2010. 168 f. Doutorado (Ciências da Engenharia Ambiental) Universidade de São Paulo/São Carlos. KALBUSCH, Andreza. 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Ferramenta para análise de desempenho ambiental na geração de energia elétrica. 2011. 200 f. Tese (Tecnologia Nuclear). Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo. CARVALHO, Paulo Sérgio Germano. Estudo aplicado de ACV a sistema de refrigeração por absorção e por compressão de vapor de amônia. 2010. 351 f. Tese (Engenharia Mecânica de Energia de Fluidos). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. ROJAS, Silvia Palma. Contribuição do enfoque de ciclo de vida da ecologia industrial na economia do meio ambiente: estudo de caso: etanol derivado de bagaço da cana-de-açúcar. 2012. 174 f. Tese (Economia). Universidade de Brasília, Brasília. FRAZÃO, Leidivan Almeida. Greenhouse gas emissions and soil carbon dynamics in the Brazilian oil palm production. 2012. Tese (Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo Universidade de Brasília Universidade de São Paulo APÊNDICE C – Relação de dissertações. Título SILVA, D. A. L. Avaliação do Ciclo de Vida da produção do painel de madeira MDP no Brasil. 2012 207 f. Mestrado (Ciências e Engenharia de Materiais Instituição de Ensino). Universidade De São Paulo/ Ribeirão Preto. MIRANDA, Mariana Maia de. Fator de emissão de gases de efeito estufa da geração de energia elétrica no Brasil: implicações da aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida. 2012. 164 f. Mestrado (Ciências da Engenharia Ambiental). Universidade de São Paulo. BARBOSA, Priscila Pasti. Análise dos impactos ambientais da cadeia têxtil do algodão no espaço urbano-industrial: uma aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida. 2012. 120 f. Mestrado (ENGENHARIA URBANA). Universidade Estadual De Maringá. SILVA, Lilian Fernanda de Jesus. Produção de soro hiperimune no instituto vital Brazil: estudo de caso orientado à sustentabilidade através de Avaliação do Ciclo de Vida. 2012. 142 f. Mestrado (TECNOLOGIA). Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada. SIMAO, Victor Gomes. Fatores estruturantes para implantação do programa brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida. 2011. 131 f. Mestrado (Sistemas de Gestão Instituição de Ensino). Universidade Federal Fluminense. Instituição Universidade de São Paulo / Ribeirão Preto Universidade de São Paulo / Ribeirão Preto Universidade Estadual de Maringá Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Universidade Federal Fluminense 33 SANSAO, Julia Hallack. Análise ambiental de alvenarias em blocos: uma discussão baseada na avaliação do ciclo de vida e no desempenho térmico de envoltórias. 2011. 116 f. Mestrado (Construção Civil). Universidade Federal de Minas Gerais. BEZERRA, Vladia das Chagas. Avaliação do Ciclo de Vida do biodiesel de soja: estudo de caso com avaliação do uso do solo no Brasil. 2010. 130 f. Mestrado Acadêmico (Engenharia Mecânica e de Materiais). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. SILVA, Sidinei Silverio da. Avaliação do Ciclo de Vida do etanol combustível: uma análise econômica, social e ambiental ' 01/05/2012 131 f. Mestrado (Economia Regional). Universidade Estadual De Londrina. SILVA, Tais Larissa da. Avaliação do Ciclo de Vida de fios têxteis: estudo de caso de uma fiação da cidade de maringá, Paraná. 2012 83 f. Mestrado (ENGENHARIA URBANA). Universidade Estadual de Maringá. ALVARENGA, Rafael Pazeto. Subsídios para Avaliação do Ciclo de Vida de modo simplificada da produção agrícola de milho, por meio de um estudo de caso. 2012 161 f. Mestrado (ENGENHARIA DE PRODUÇÃO). Universidade de São Paulo/ Ribeirão Preto. KEIL, Malis Maria Liebl. Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Mobiliário de Madeira e Derivados de Madeira Produzido na Região do Planalto Norte Catarinense. 2012. 129 f. Mestrado (DESIGN). Universidade Federal do Paraná. ZANETTI, Mirieli Aparecida. Avaliação do Ciclo de Vida dos computadores e o prolongamento da vida útil como alternativa ambiental. 2010. 225 f. Mestrado (GESTÃO AMBIENTAL). Universidade Positivo. RESENDE, ELAINE CRISTINA DE SOUZA PEREIRA DE. A ecorreabilitação e a Avaliação do Ciclo de Vida das edificações. 2011. 173 f. Mestrado (Engenharia Civil). Universidade Federal Fluminense. SUGAWARA, Eduardo Toshio. Comparação dos desempenhos ambientais do B5 etílico de soja e do óleo diesel, por meio da avaliação do ciclo de vida (ACV). 2012. 240 f. Mestrado. Engenharia Química. Universidade de São Paulo. SANTOS, Maria Cecilia Araujo. Avaliação do Ciclo de Vida do Bloco Cerâmico com Foco em Habitações de Interesse Social. 2012. 101 f. Mestrado (Engenharia Civil). Universidade Federal Da Paraíba/João Pessoa. NOVAES, Ruthe Rebello Pires. Aplicação da metodologia de avaliação do ciclo de vida: inventário do ciclo de vida de embalagens plásticas no processo de moldagem a sopro por extrusão do polietileno de alta densidade (PEAD) em frações virgens e recicladas. 2010. 143 f. Mestrado. Engenharia da Energia. Universidade Federal de Viçosa. Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Técnológica Federal do Paraná Unversidade Estadual de Londrina Universidade Estadual de Maringá Universidade de São Paulo Universidade Federal do Paraná Universidade Positivo Universidade Federal Fluminense Universidade de São Paulo Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal de Viçosa 34 ALLGANER, Katlen. Emissões de CO2 como Parâmetro da Avaliação do Ciclo de Vida do Amido de Milho Plastificado com Glicerol Destinado à Compostagem. 2010. 121 f. Mestrado (ENGENHARIA QUÍMICA). Universidade Estadual de Campinas. Universidade Estadual de Campinas SOUZA, Ariane de. Avaliação do Ciclo de Vida da Areia em Mineradora de Pequeno. 2012. Universidade Federal e São Carlos. Universidade Federal São Carlos SANTOS, Maria Fernanda Nobrega dos. Análise dos impactos na construção civil: Avaliação do Ciclo de vida em chapas de partículas para forros. 2010. 150 f. Mestrado (Engenharia de Produção). Universidade de São Paulo/São Carlos. Universidade de São Paulo / São Carlos OLSZENSVSKI, Francieli Tatiana. Avaliação do ciclo de vida da produção de leite em sistema semi extensivo e intensivo: estudo aplicado. 2011. 198 f. Mestrado (Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina. Universidade Federal de Santa Catarina VIANA, Ingrid Dare. Mapeamento de processos geradores de resíduos em um biotério na perspectiva de Avaliação do Ciclo de Vida. 2011. 167 f. Mestrado (Tecnologia). Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada. RIBEIRO, Marcos Aurelio Justino. Aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida na busca de ecoeficiência na fabricação de pães de forma. 2011. 100 f. Mestrado (Tecnologia). Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada. QUEIROZ, Aldo Gomes. Avaliação do Ciclo de Vida de Biodiesel de dendê produzido na Amazônia. 2011. 317 f. Doutorado (Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia). Universidade Federal do Pará Biblioteca. GALINDRO, Bruno Menezes. Análise técnica e Avaliação do Ciclo de Vida de culturas de produção de microalgas para biodiesel. 2012 92 f. Mestrado (ENGENHARIA AMBIENTAL) Universidade Federal De Santa Catarina. MUNIZ, Vivian Carolina Ferreira. Análise da fundamentação da avaliação do ciclo de vida consequencial. 2012. 74 f. Mestrado (Engenharia Química) Universidade de São Paulo. COSTA, Luzia Bouzan Oliveira. Avaliação do ciclo de vida da produção de biogás via estação de tratamento de esgoto e uso em célula a combustível de óxido sólido. 2012 110 f. Mestrado (Tecnologia Nuclear) Universidade de São. DMITRIJEVAS, Cibele. Análise de ecoeficiência de técnicas para tratamento e disposição de resíduos sólidos urbanos. 2010. 114 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Nuclear - Materiais). Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo. Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Universidade Federal do Pará Universidade de Santa Catarina Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo 35 GRISOLI, Renata Patricia Soares. Comparação das emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida do etanol de cana-de-açúcar e os critérios da diretiva européia para energias renováveis. 2011. 112 f. Dissertação (Mestrado em Energia) - Energia, Universidade de São Paulo. SOUZA, Simone Pereira de. Produção integrada de biocombustíveis: uma proposta para reduzir o uso de combustível fóssil no ciclo de vida do etanol de cana-de-açúcar. 2010. Dissertação (Ciências da Engenharia Ambiental). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. LIMA, Rodrigo Costa de Souza. Método para posicionamento estratégico sustentável no desenvolvimento de um novo produto.143 f . São. Leopoldo, 2010 ALMEIDA, Fernando Mendes de. Fluxo de emissões em atividades do Poder Executivo Federal: o caso do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 2012. 121 f. Dissertação (Ciências Mecânicas) Universidade de Brasília. NOLETO, Marcos Gonçalves. Avaliação energético-ambiental de biocombustível aplicados a motores diesel. 2011. 80 f.. Dissertação (Ciências Mecânicas). Universidade de Brasília. COSTA, Luzia Bouzan Oliveira. Avaliação do ciclo de vida da produção de biogás via estação de tratamento de esgoto e uso em célula a combustível de óxido sólido. 2012. 135 f. Dissertação (Tecnologia Nuclear - Materiais). Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo. NOGUEIRA, Alex Rodrigues. Modelagem de sistemas de produto em estudos de ACV abrangendo o reaproveitamento de rejeitos. 2012 85 f. Dissertação (Engenharia Química) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. SUGAWARA, Eduardo Toshio. Comparação dos desempenhos ambientais do B5 etílico de soja e do óleo diesel, por meio da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). 2012. 238 f. Dissertação (Engenharia Química) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo Universidade do vale do rio dos sinos Universidade de Brasília Universidade de Brasília Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo