UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA DIVERSIDADE GENÉTICA DE ACESSOS DE MANIÇOBA (Manihot spp.) DE OCORRÊNCIA NATURAL NO SEMIÁRIDO DO BRASIL ANA PAULA GOMES DA SILVA AREIA - PB DEZEMBRO DE 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA DIVERSIDADE GENÉTICA DE ACESSOS DE MANIÇOBA (Manihot spp.) DE OCORRÊNCIA NATURAL NO SEMIÁRIDO DO BRASIL ANA PAULA GOMES DA SILVA Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia da Universidade Universidade Federal Federal da Paraíba, Rural de Pernambuco e Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Zootecnia. Comitê de Orientação: Prof. Dr. Phd Divan Soares da Silva – PDIZ- CCA- UFPB Prof. Dr. Phd Mailson Monteiro do Rêgo – PPGA- CCA- UFPB Prof. Dr.Alberício Pereira de Andrade – PDIZ- CCA- UFPB AREIA - PB DEZEMBRO DE 2013 Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB. S586d UFPB/BC Silva, Ana Paula Gomes da. Diversidade genética de acessos de maniçoba (Manihot spp.) de ocorrência natural no semiárido do Brasil / Ana Paula Gomes da Silva.-- Areia, 2013. 112f. : il. Orientador: Divan Soares da Silva Tese (Doutorado) – UFPB-UFCE-UFPRP 1. Zootecnia. 2. Banco de germoplasma. 3. Composição bromatológica. 4. Marcadores moleculares. 5. Morfologia. 6.Morfoagronomia. CDU: 636(043) DADOS CURRICULARES DO AUTOR ANA PAULA GOMES DA SILVA, filha de José Gomes da Silva e Candida Aparecida Oliveira da Silva. Em março de 2008 graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Em março de 2008, ingressou no curso de pós-graduação em Zootecnia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Produção Animal com área de concentração em Forragicultura, concluindo no ano de 2010. No ano de 2010 ingressou no Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia da Universidade Federal de Areia (UFPB), em Produção de Animal com área de concentração em Forragicultura, submetendo-se à defesa de tese em 13de dezembro de 2013. Epígrafe 1 2 O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. 3 Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. 4 Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda. 6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Salmo 23) “Não importam as circunstâncias e não importam as adversidades, por mais dificil que seja eu vou seguir em frente e vou reunir todas as forças para que eu me transforme cada vez mais na pessoa que eu decidir ser.” Madre Tereza de Calcutá Dedicatória A Minha Família, razão pela qual enfrento todas as dificuldades, vocês são tudo para mim, minha força, meu refúgio, minha fortaleza. Minha mãe Cândida, Meu pai José Meus Irmãos, Fernanda e Cristian Minha sobrinha, Ana Clara. Agradeço a Deus todos os dias por ter vocês e por sermos realmente uma família. AMO VOCÊS! A vocês dedico todo o meu esforço! i AGRADECIMENTOS A Deus, razão da minha vida, quem me da forças pra lutar, ultrapassar obstáculos e superar todas as dificuldades que encontro e ainda encontrarei; A Universidade Federal da Paraíba, ao programa de Pós- Graduação em Zootecnia pela oportunidade a mim concedida; Ao CNPq, pela concessão da bolsa, contribuindo para a realização da pesquisa; Ao meu orientador Professor Divan Soares da Silva, pelo apoio, amizade, por ter acreditado em mim, me dado a oportunidade de conquistar mais uma etapa na minha vida acadêmica; Ao Professor Mailson Monteiro do Rêgo, a quem serei eternamente grata, mais que um coorientador, um amigo, realmente um grande Mestre, por ter me acolhido ou melhor “adotado” e assumido realmete mais que o seu papel, com sua simplicidade e paciência ensinado tudo o que aprendi durante esse período em que estive junto a sua equipe de trabalho; Ao Professor Alberício Pereira de Andrade, pela amizade, e contribuição para a construção desse trabalho; A Professora Elizanilda Ramalho do Rêgo, pela amizade, apoio, incentivo, e sua grande contribuição para a construção dessa pesquisa; Ao Professor Edson Mauro e Professora Juliana, pela amizade, e que mesmo de forma indireta, contribuíram me apoiando e incentivando para que eu conseguisse concluir meu trabalho; Aos Funcionários do laboratório de Nutrição Animal, Seu Costa, Antônio, Charles, José Sales, Roberto e Marquinho; Dona Carmen e Damião (PPGZ), Seu Gabriel (Motorista), agradeço a disponibilidade e ajuda a mim concedida; ii A secretária do PPGZ, Maria das Graças da Silva Cruz Medeiros, e Jacilene Cunha Castro, pela sua amizade, atenção e disponibilidade sempre que precisei; A minha família pela paciência, dedicação e incentivo, minha mãe Dona Cândida, meu pai Seu José, meus irmãos Cristian e Fernanda, meus cunhados Lincon e Dore; A Famíla Biomassa: Professor Mailson e Elizanilda. Angela e Joelson (meus experimentos rsrsrs), Lindamara, Bruno, Priscila, Aline, Marcia, Mayana, Naysa, Laís, Neto, Well, Jardel, Thaína, Lucas, Kaline, Maiara, Bruna, Lemerson, Marcelo, Ayron, Michelle, Cristine, Sammara, Giovanna, Gláucia, Jorge, Júlio, espero não ter esquecido nenhum nome rsrsr; A Família GEF Professor Edson Mauro e Professora Juliana. Fleming, Rosângela, Messias, Nagnaldo, Ana Paula, Ricardo, Higor, Henrique, Thiago (Timão), Tiago (Brad), Alexandre Perazzo, Thomaz, Sansão, Marcela, Bete, Vinícius, Gildenia, Robervânia, Danilo Marte, Danilo Linhares, João Paulo, Alberto, Douglas, Elber, perdão se esqueci alguém rsrsrs; As minhas companheiras de República, afinal formamos a grande família: Jussara, Jailma, Pollyanna, Geovania, Rosana, Edvânia, Kleitiane, Anaiane, Cecília, Francinilda, Luana, Glória, Lusiana. E as antigas companheiras de Ap: Gabriela Mafra, Renata, Guadalupe; À Jussara Telma dos Santos, pela grande amizade que construimos, pelo apoio, solidariedade nos momentos alegres e nos momentos difíceis desde o início do curso até os dias de hoje, nossa luta é grande, mas chegaremos lá com Fé em Deus. Vocês foram grandes contribuidores para a construção desse trabalho sem vocês não teria conseguido, estarão sempre guardados no meu coração, Deus abençoe a cada um. A todos o meu eterno agradecimento, Muito Obrigada! iii iv SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ................................................................................................... vi LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. viii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................x RESUMO GERAL ........................................................................................................12 INTRODUÇÃO GERAL ..............................................................................................14 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ...........................................................................18 CAPÍTULO I Variabilidade Genética entre Acessos de Manihot por Meio de Marcadores RAPD RESUMO........................................................................................................................23 ABSTRACT ...................................................................................................................24 INTRODUÇÃO .............................................................................................................25 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................27 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................31 CONCLUSÃO................................................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................39 CAPÍTULO II Caracterização morfológica e agronômica de acessos de Manihot spp. procedentes de microrregiões do Semiárido brasileiro RESUMO........................................................................................................................45 ABSTRACT ...................................................................................................................46 INTRODUÇÃO .............................................................................................................47 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................49 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................54 CONCLUSÃO................................................................................................................72 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ...........................................................................73 CAPÍTULO III Avaliação bromatológica e conteúdos de HCN dos acessos de Manihot spp. pertencentes ao Banco de Germoplasma da UFPB RESUMO........................................................................................................................78 ABSTRACT ...................................................................................................................79 INTRODUÇÃO .............................................................................................................80 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................82 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................84 v CONCLUSÃO................................................................................................................95 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................96 CONSIDERAÇÃO FINAL .........................................................................................100 APENDICE ..................................................................................................................101 ANEXOS ......................................................................................................................104 ANEXO - 1 ............................................................................................................................. 105 ANEXO - 2 ............................................................................................................................. 107 vi LISTA DE TABELAS Página CAPÍTULO I: Variabilidade genética entre acessos de Manihot por meio de marcadores RAPD Tabela 1. Sequência dos 10 iniciadores utilizados nas reações de RAPD com suas respectivas sequências de bases........................................................................ Tabela 2. 28 Número de fragmentos amplificados, fragmentos polimórficos e monomórficos obtidos para os 55 acessos utilizando os 10 iniciadores RAPD....... 31 Tabela 3. Matriz de dissimilaridade genética obtida do complemento aritmético do coeficiente de dissimilaridade de Jaccard com base em marcador molecular RAPD, entre os 55 acessos de Manihot ssp. Areia, PB............................................ 33 Tabela 4. Correlação cofenética baseado nos dados moleculares (RAPD) avaliados nos 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.)............................................. 38 CAPÍTULO II: Caracterização morfológica e agronômica de acessos de Maniçoba (Manihot spp.) procedentes de microrregiões do Semiárido brasileiro Tabela 1. Descrição dos caracteres morfológicos utilizados na caracterização dos acessos de Manihot spp......................................................................................................... 50 Tabela 2. Correlação cofenética de 12 caracteres morfológicos avaliados nos 55 acessos de (Manihot spp.)......................................................................................... 55 Tabela 3. Caracteres avaliados nas classes fenotípicas (morfologia) e frequência de acessos em cada uma das classes........................................................................ 58 vii Tabela 4. Análise de variância de 18 características morfométricas avaliadas em 55 acessos de (Manihot spp.).................................................................................... 60 Tabela 5. Agrupamento de médias de 18 caracteres morfométricos avaliados em 55 acessos de (Manihot spp.).................................................................................... 63 Tabela 6. Contribuição relativa dos 18 caracteres para diversidade SINGH(1981) Distância Generalizada de Mahalanobis...................................... 65 Tabela 7. Matriz de dissimilaridade genética obtida pela distância generalizada de Mahalanobis com base nos caracteres morfométricos, entre os 55 acessos de Manihot. Areia, PB.............................................................................................. 67 Tabela 8. Correlação cofenética de 18 caracteres morfoagronômico avaliados nos 55 acessos (Manihot spp.)......................................................................................... 70 CAPÍTULO III: Avaliação bromatológica e conteúdos de HCN dos acessos de Manihot spp. pertencentes ao Banco de Germoplasma da UFPB Tabela 1. Análise de variância de 15 características bromatológicas (% na MS) avaliadas em 55 genótipos de maniçoba (Manihot spp.).......................................... 84 Tabela 2. Agrupamento de médias de 15 caracteres bromatológicos (% na MS) avaliados em 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.)............................................. 88 Tabela 3. Agrupamento com base nos conteúdos de HCN (ácido cianídrico) avaliados em 55 acessos de Maniçoba (Manihot spp.)............................................. 92 viii LISTA DE FIGURAS Página CAPÍTULO I - Variabilidade genética entre acessos de Manihot por meio de marcadores RAPD Figura 1. Dendrograma resultante da análise de agrupamento obtido pelo método UPGMA a partir de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) baseado nos dados da matriz de dissimilaridade genética obtidos pelo complemento aritmético dos coeficientes de similaridade de Jaccard , utilizando-se 10 marcadores RAPD. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições.................................. 37 CAPÍTULO II: Caracterização morfológica e agronômica de acessos de Maniçoba (Manihot spp.) procedentes de microrregiões do Semiárido brasileiro Figura 1. Obtenção das medidas dos marcadores agronômicos nos 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.): ( a ) altura da planta (cm); ( b ) diâmetro do caule (mm), ( c ) número total de gemas axilares; ( d ) número total de ramos por planta; ( e ) número total de folhas; ( f ) número de flores; ( g ) número de ramos florais; ( h ) número de frutos e ( i ) número de folhas senescentes......................... 51 Figura 2 - Obtenção das medidas dos marcadores agronômicos nos 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.): ( j ) comprimento do pecíolo da folha (cm); ( l ) diâmetro da base do pecíolo da folha (mm); ( m ) diâmetro da porção mediana do pecíolo da folha (mm); ( n ) diâmetro proximal do pecíolo da folha (mm); ( o ) comprimento do lóbulo central (cm); ( p ) largura do lóbulo central (cm); ( q ) largura superior do lóbulo mediano (cm); ( r ) comprimento entre os lóbulos basais da folha (cm); ( s ) comprimento entre os lóbulos medianos da folha (cm); ( t ) número e formato de lóbulos das folhas............................................................ Figura 3. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade 53 ix genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), utilizando-se 12 descritores morfológicos..................................................................... 57 Figura 4. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), utilizando-se 18 descritores morfométricos. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições.............................................................................. 71 CAPÍTULO III Figura 1. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), utilizando-se 15 variáveis bromatológicas. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições..................................................... 91 Figura 2. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), com base nos conteúdos de HCN. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições.................................................................................................................. 94 x LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AP Altura de planta BAG Banco ativo de gemoplasma Cm Centímetros CCC Coeficiente de correlação cofenético CHOT Carboidratos totais CLC Comprimento do lóbulo central CLBF Comprimento entre os lóbulos basais da folha CLMF Comprimento entre os lóbulos medianos da folha CNF Carboidratos não fibrosos CPF Comprimento de pecíolo da folha CT Carboidratos totais CTAB Brometo de cetiltrimetilomônio CV Coeficiente de variação DBPF Diâmetro da base do pecíolo da folha DIG. IN SITU Digestibilidade in situ DMPF Diâmetro médio do pecíolo da folha DMC Diâmetro médio do caule DSPF Diâmetro superior do pecíolo da folha EE Extrato etéreo FDA Fibra insolúvel em detergente ácido FDN Fibra insolúvel em detergente neutro FDNi Fibra em detergente neutro indigestível G Gramas H Horas HCN Ácido cianídrico Kg Quilograma LIG Lignina LMLC Largura mediana do lóbulo central LSLC Largura superior do lóbulo central m2 Metros quadrados MG Miligramas xi Min Minutos Mm Milímetros MM Matéria mineral MO Matéria orgânica MS Matéria seca NIDA Nitrogênio indisponível em detergente ácido NFS Número de folhas senescentes NFR Número de frutos NFolhas Número de folhas NFlores Número de flores NGA Número de gemas axilares NR Número de ramos NRF Número de ramos florais P Probabilidade de erro PB Proteína bruta PIDA Proteína insolúvel em detergente ácido RAPD Amplificação de DNA polimórfico ao acaso Seg Segundos UPGMA Método de agrupamento aos pares de média aritmética não ponderada 12 SILVA, A. P. G. Diversidade genética de acessos de maniçoba (Manihot spp.) de ocorrência natural no semiárido do Brasil. 2013. Tese (Doutorado em Zootecnia) Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Areia-PB. RESUMO GERAL A maniçoba desempenha importante papel no cenário nordestino, especialmente na região semiárida, onde é utilizada para manutenção dos rebanhos de animais domésticos por ocasião de secas prolongadas por apresentar características nutricionais favoráveis. Porém, o Gênero Manihot, pertence ao grupo de plantas cianogênicas e apresenta em sua composição quantidades variáveis de glicosídeos cianogênicos, podendo muitas vezes ser consideradas tóxicas para o consumo animal, além de apresentar, geralmente, características morfológicas e morfoagronômicas diferenciadas, torna-se necessário o estudo do conhecimento da variabilidade indispensável para o manejo de coleções de germoplasma. Diante disto, o presente trabalho teve como objetivo analisar a diversidade genética entre acessos de maniçoba (Manihot spp.), de diferentes procedências, pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal da Paraíba, por meio de marcadores moleculares e descritores morfoagronômicos, e de qualidade nutricional e conteúdos de ácido cianídrico. Foram avaliados cinquenta e cinco acessos pertencentes ao banco ativo de germoplasma de maniçoba do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da UFPB (DZO/CCA/UFPB). A divergência genética entre os 55 acessos de maniçoba foi estimada mediante o uso de marcadores moleculares RAPD. A partir dos dados obtidos com as reações de RAPD, foi construída a matriz de dissimilaridade utilizando o complemento (1-C) do coeficiente de similaridade Jaccard. Com base na matriz de dissimilaridade foi realizada análise de agrupamento método de UPGMA utilizando programa genes. Pôde-se observar a formação de 6 grupos, demonstrando que há diversidade genética entre os acessos avaliados. Para a caracterização morfológica e morfométrica foram usados 12 descritores qualitativos e 18 quantitativos. A dissimilaridade foi gerada pela matriz de distância generalizada de Manhalanobis (D²), e a análise de agrupamento foi obtida pelo método UPGMA. Esta análise possibilitou a formação de 8 grupos de dissimilaridade com base nos caracteres morfológicos e 5 grupos para os caracteres morfométricos, evidenciando a presença de diversidade 13 genética entre os acessos avaliados. Para as avaliações da composição bromatologica determinou-se os porcentuais de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), material mineral (MM), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), nitrogênio indisponível em detergente ácido (NIDA), teores de lignina, celulose e hemicelulose. Os carboidratos totais (CHOT) e carboidratos não fibrosos (CNF), digestibilidade in situ e fração indigestível (FNDi) e as análises de determinação dos conteúdos de HCN. Os resultados foram submetidos à análise de variância. A dissimilaridade foi gerada pela matriz de distância generalizada de Manhalanobis (D²), e a análise de agrupamento foi obtida pelo método UPGMA. Possibilitou a formação de 5 grupos de dissimilaridade com base nos caracteres bromatológicos e 7 grupos para os conteúdos de HCN, evidenciando a presença de diversidade genética entre os acessos avaliados. Houve efeito significativo (P<0,05) para todos os caracteres bromatológicos avaliados. Com base nos resultados em todos os parâmetros avaliados os acessos de números 16 Soledade, 38 Boa Vista, 36 Pocinhos, 3 Pedra Lavrada, 2; 10 e 29 Barra de Santa Rosa, 41; 46 e 55 Juazeirinho, 7; 39 e 54 Junco, 4 e 21 Monteiro, 50 Picuí e 5 Santa Cruz, são os mais promissores, podendo ser utilizados com genitores em programa de melhoramento dessa espécie como forrageira. Palavras- Chave: banco de germoplasma, composição bromatologica, marcadores moleculares, morfologia, morfoagrônomia. 14 INTRODUÇÃO GERAL A região semiárida destaca-se por apresentar um bioma exclusivamente brasileiro, denominado de Caatinga, localizado na região nordeste do país. Ocupa uma área de aproximadamente 85.500 km2, representando cerca de 10% do território nacional e se estende por grande parte da região Nordeste e Norte de Minas Gerais (SILVA et al., 2004). A Caatinga é caracterizada pela vegetação do tipo "Savana estépica", vegetação com predomínio de árvores baixas e arbustos, que, em geral, perdem as folhas no período seco, caracterizando-as como espécies caducifólias e muitas espécies de cactáceas (SNIF, 2012). As plantas da Caatinga têm despertado interesse dos pesquisadores, principalmente aquelas com potencial forrageiro, uma vez que, pela sua extensão e grande diversidade de espécies vegetais, é a principal fonte de recurso alimentar para a maioria dos rebanhos da região semiárida nordestina (ANDRADE et al., 2004). O potencial forrageiro da região Nordeste vem sendo cada vez mais explorado, na busca por alternativas para tentar solucionar o problema e escassez de forragem para os rebanhos, principalmente durante o período seco do ano, no qual há um déficit muito elevado, afetando diretamente a produtividade dos rebanhos (MOREIRA FILHO et al., 2008). Almeida et al. (2006) afirmaram que a irregularidade na distribuição de chuvas, com prolongados períodos de estiagem, reflete em baixa produtividade dos rebanhos fazendo-se necessário a busca por alimentos alternativos de qualidade para suprir o déficit de forragem nesses períodos. Nesse contexto, a maniçoba (Manihot spp.) aparece como alternativa alimentar para a produção animal da região. Trata-se de uma espécie heliófila, perene, arbustiva, pertencente à família das Euphorbiaceae de ocorrência natural no Brasil e encontrada nas diversas áreas que compõem o Semiárido do Nordeste (BELTRÃO et al., 2006). A família é constituída por 290 gêneros e aproximadamente 7.500 espécies distribuídas por toda zona tropical do globo terrestre e são originárias da America do Sul (ALVES et al., 2007). A maniçoba desempenha importante papel no cenário nordestino, especialmente na região semiárida, onde é utilizada para manutenção dos rebanhos de animais domésticos por ocasião de secas prolongadas. Pode ser considerada como uma forrageira de alta palatabilidade, por ser bastante procurada pelos caprinos, ovinos, 15 equinos e bovinos (MARTINS et al., 2007). França et al. (2010), em estudos realizados com a espécie, destacam a maniçoba como sendo uma das plantas encontradas na Caatinga com mecanismos de adaptabilidade às condições semiáridas e por apresentar elevado valor nutritivo e alta palatabilidade, podendo ser utilizada como alternativa alimentar para a produção animal nessa região. O feno das ramas da maniçoba apresenta matéria seca (MS) em torno de 87%, fibra em detergente neutro (FDN) entre 51,1 e 53,7% (%MS), fibra em detergente ácido (FDA) entre 39,6 e 44,5%, proteína bruta (PB) entre 10,6 e 16,8%, extrato etéreo (EE) entre 2,0 e 3,7%, e matéria mineral (MM) entre 6,9 e 10,6% (ARAÚJO et al., 2009; SOUZA et al., 2006). Pinto et al. (2006) avaliando a composição nutricional do feno das ramas da maniçoba verificaram conteúdos de 18,46% de PB, 39,37% de FDN e 6,42% de MM. Moraes et al. (2007) afirmam que as folhas da maniçoba podem apresentar até 20% de PB e 60% de nutrientes digestíveis totais (NDT). O Gênero Manihot, pertence ao grupo de plantas cianogênicas e apresenta em sua composição quantidades variáveis de glicosídeos cianogênicos que, por meio da hidrólise química ou mediante a ação das principais substâncias cianogênicas a linamarina e lotaustralina, em presença de água, entram em contato com a enzima linamarase, dando origem ao ácido cianídrico (HCN) (CASTRO, 2004). As plantas desenvolvem-se na maioria dos solos, tanto calcários e bem drenados, como também naqueles pouco profundos e pedregosos, das elevações e das chapadas, mas podendo também ser encontrada em menor densidade em outros tipos de solos (LINHARES; SOUZA JUNIOR, 2008). Segundo Moreira Filho et al. (2009), pouco se conhece sobre o potencial da maniçoba como espécie forrageira e sua utilização, o seu valor nutritivo, o manejo adequado, o que implica no seu aproveitamento como alternativa de suporte forrageiro. Já Nassar (2006) comenta que espécies silvestres do gênero Manihot, embora pouco estudadas, apresentam importantes reservatórios de alelos de interesse a serem transferidos para espécies cultivadas buscando o desenvolvimento de variedades melhoradas, que sejam mais resistentes a fatores bióticos e abióticos com possibilidade de expressarem maior produtividade. Uma das grandes dificuldades quanto ao o uso de espécies do gênero Manihot em programas de melhoramento genético é a limitação por não estarem prontamente disponíveis ou muitas delas, por se tratarem de uma espécie silvestre por apresentarem dificuldade de estabelecimento fora do seu ambiente natural, além do pouco 16 conhecimento sobre os aspectos da biologia reprodutiva, da constituição genômica e da relação filogenética (LEDO et al., 2010). Estudos de diversidade genética têm sido de grande importância em programas de melhoramento, por fornecerem informações sobre caracteres de identificação de genitores que possibilitem grande efeito heterótico e maior segregação em recombinantes, aumentando a probabilidade do aparecimento de genótipos superiores nas progênies (SILVA et al., 2008). A caracterização torna-se o ponto de partida para o conhecimento da variabilidade sendo indispensável para o manejo de coleções de germoplasma, e por meio dela tornase possível obter dados para descrever, identificar e diferenciar acessos dentro de espécies, classes ou categorias, utilizando para isso descritores adequados (VICENTE et al., 2005). No entanto, a caracterização de plantas, com base apenas em características morfológicas, está frequentemente sujeita a erros que resultam a partir das variações nas condições ambientais (CARVALHO; SCHAAL, 2001; COLLARD et al., 2005). Por isso, também são utilizadas além das características morfológicas, as agronômicas, bioquímicas e moleculares. Nascimento et al. (2008) afirmaram que a caracterização morfológica, agronômica e molecular consiste em fornecer uma identidade para cada acesso, através do uso de uma série de descritores que permitam estudar sua variabilidade genética. A associação dessas características torna-se mais detalhada e confiável, dando suporte maior ao estudo da diversidade, reduzindo consideravelmente o grau de dificuldade de detectar as diferenças entre indivíduos geneticamente próximos e permitindo a identificação de acessos mantidos em bancos de germoplasma (CHAVARRIAGA-AGUIRRE et al.,1999; KIZITO et al., 2007.; ZACHARIAS et al., 2004; ZANNOU et al., 2009). Vieira et al. (2010), afirma que dentre as diversas técnicas utilizando marcadores moleculares, o polimorfismo de DNA amplificado ao acaso (RAPD) merece destaque, pelo baixo custo, rapidez, fácil execução e pelo fato de não exigir a síntese de iniciadores específicos. Dentro deste contexto, o objetivo da presente pesquisa foi analisar a diversidade genética entre acessos de maniçoba (Manihot spp.), de diferentes procedências, pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal da Paraíba, por meio de marcadores moleculares, morfoagronômicos, qualidade nutricional e conteúdo de ácido cianídrico. descritores 17 O trabalho está distribuído em três capítulos da seguinte forma: Capítulo I: Variabilidade Genética entre Acessos de Manihot por Meio de Marcadores RAPD; Capítulo II: Caracterização Morfológica e Agronômica de Acessos de Maniçoba (Manihot spp.) procedentes de Microrregiões do Semiárido Brasileiro; Capítulo III: Avaliação bromatológica e conteúdos de HCN dos acessos de Manihot spp. pertencentes ao Banco de Germoplasma da UFPB; e considerações finais. 18 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ALVES, J. M. A.; JAIGOBIND, A. G. A.; JAISINGH, S. Caracterização de dois clones de mandioca de mesa cultivados no cerrado de Boa Vista em Roraima. Revista Raízes e Amidos Tropicais, v. 03, 2007. ALMEIDA, A.C.S. et al. Avaliação bromatólogica de espécies arbóreas e arbustivas de pastagens em três municípios do Estado de Pernambuco. Acta Scientiarum Animal, Maringá, v.28, n.1, p.1-9, 2006. ANDRADE, M.V.M. et al. Fenologia da maniçoba (Manihot pseudoglaziovii) em função do sistema de manejo do solo e densidade de plantio. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BASILEIRA DE ZOOTECNIA. 41, 2004. Campo Grande. Anais... Campo Grande: SBZ, p.369, 2004. ARAÚJO, M.J. et al. Consumo e digestibilidade dos nutrientes em cabras Moxotó recebendo dietas com diferentes níveis de feno de maniçoba. Revista Brasileira de Zootecnia. v.38, n.6, p.1088-1095, 2009. BELTRÃO, F. A. S. et al. Morfometria de acessos de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffm.) e de duas espécies afins de interesse forrageiro. Revista Caatinga, v.19, n.2, p.103-111, 2006. CARVALHO, L. J. C. B.; SCHAAL, B. A.; FUKUDA, W. M. G. Cassava (Manihot esculenta Crantz) phenetic relationships and genetic diversity revealed by morphological descriptors and RAPD markers. Revista Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v. 17, p. 13, 2001. CASTRO, J. M. da C. Inclusão do feno de maniçoba (Manihot glaziovii muell. arg.) em dietas para ovinos Santa Inês. 2004, 95f. Tese (Doutorado integrado em Zootecnia) Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal do Ceará, Areia – PB, 2004. 19 COLLARD, B. C. Y. et al. An introduction to markers, quantitative trait loci (QTL) mapping and markerassisted selection for crop improvement: The basic concepts. Euphytica, 142, 169-196. 2005. CHAVARRIAGA-AGUIRRE, P. et al. Using microsatellites, isozymes and AFLPs to evaluate genetic diversity and redundancy in the cassava core collection and to assess the usefulness of DNA-based markers to maintain germplasm collections. Molecular Breeding, v. 5, p. 263–273, 1999. FRANÇA, A. A. et al. Anatomia e cinética de degradação do feno de Manihot glaziovii. Acta Scientiarum Animal Sciences. Maringá, v. 32, n. 2, p. 131-138, 2010. KIZITO, E. B. et al. Genetic diversity and variety composition of cassava on smallscale farms in Uganda: an interdisciplinary study using genetic markers and farmer interviews. Genetics, 130, 301-318, 2007. LINHARES, C. M. S.; SOUZA JUNIOR, J. B. F. Alimentos Alternativos para Ruminantes. Pubvet, v. 2, n. 34, Ed. 45, Art. 337, 2008. LEDO, C. A. da S. et al. Coleta e Conservação de Germoplasma de Espécies Silvestres de Manihot no Estado da Bahia para Ampliação da Coleção de Trabalho da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento nº 53). 22p. 2010. MARTINS, M. T. C. S. et al. Superação da Dormência em Sementes de Maniçoba (Euphorbiaceae) sob Condições de Armazenamento. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 762-764, 2007. MORAES, J.P.S. et al. Avaliação do crescimento vegetativo em plantas de Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii) encontradas no bioma Caatinga - Região do Vale do São Francisco. Revista Brasileira de Biociências. v.5, supl.2, p.1071-1073, 2007. 20 MOREIRA FILHO, E.C. et al. Crescimento Vegetativo da Maniçoba submetida a diferentes Manejos de Solo, Densidades de Plantio e Alturas de Corte. Revista Caatinga. Mossoró,Brasil, v.21, n.4, p.147-153, 2008. MOREIRA FILHO, E.C. et al. Composição Química de Maniçoba Submetida a Diferentes Manejos de Solo, Densidades de Plantio e Alturas de Corte. Revista Caatinga, Mossoró, Brasil, v.22, n.2, p.187-194, 2009. NASCIMENTO, V. E.; FRANCO, D.; MARTINS, A. B. G. Aspectos morfológicos de folhas na diferenciação de plantas de Mamey. In.: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, XII, 2008, São José dos Campos – SP. Anais... São José dos Campos: 4p. 2008. NASSAR, N. M. A. Mandioca: Uma opção contra a fome estudos e lições do Brasil e do mundo. Ciência hoje 39: p.31-34. 2006. PINTO, M.S.C. et al. Curva de desidratação da maniçoba (Manihot pseudoglaziovii) durante o processo de fenação. Archivo de Zootecnia, v.55, n.212, p.389-392. 2006. SILVA, J. M. et al. Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. SILVA, G. O. et al. Importância de caracteres na dissimilaridade de progênies de batata em gerações iniciais de seleção. Bragantia, v. 67, n. 01, p. 141-144, 2008. SNIF. Sistema Nacional de Informação Florestal. Disponível em:< www.florestal.gov.br>. Acesso em: 01 nov.2013. VICENTE, M.C. et al. Genetic Characterization and its use in decision making for the conservation of crop germplasm. In: Proceedings...,Turin: [s.n.], p. 121-128. 2005. The Role of Biotechnology. Turin. 21 VIEIRA, E.A. et al. Caracterização molecular e variabilidade genética de acessos elite de mandioca para fins industriais. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.12 p.2467-2471, 2010. ZACHARIAS, A. M. et al. Characterization and genetic distance analysis of cassava (Manihot esculenta Crantz) germplasm from Mozambique using RAPD fingerprint. Euphytica, v.138, p.49-53, 2004. ZANNOU, A. et al. Genetic variability in yam cultivars from the Guinea- Sudan zone of Benin assessed by random amplified Biotechnology, v.8(1), p.26-36, 2009. polymorphic DNA. African Journal 22 CAPÍTULO I Variabilidade Genética entre Acessos de Manihot por Meio de Marcadores RAPD 23 Variabilidade genética entre acessos Manihot por meio de marcadores RAPD RESUMO Objetivou-se analisar a diversidade genética entre acessos de Manihot spp. por meio de marcadores moleculares. Foram avaliados cinquenta e cinco acessos pertencentes ao banco ativo de germoplasma de maniçoba do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da UFPB (DZO/CCA/UFPB). A divergência genética entre os 55 acessos de maniçoba foi estimada mediante o uso de marcadores moleculares RAPD. Para a caracterização molecular foram feitas extrações de DNA genômico, PCR utilizando marcadores RAPD, em seguida eletroforese. A partir dos dados obtidos com as reações de RAPD, foi construída a matriz de dissimilaridade utilizando o complemento (1-C) do coeficiente de similaridade Jaccard. Com base na matriz de dissimilaridade foi realizada análise de agrupamento método de UPGMA utilizando programa genes. Os 10 iniciadores RAPD testados geraram 72 fragmentos amplificados, sendo 38 locos polimórficos e 34 locos monomórficos, sendo o iniciador OPD1 e OPD2 os mais polimórficos, gerando 21 e 24 bandas polimórficas respectivamente. Por outro lado, o iniciador OPD5 não revelou nenhum polimorfismo. Pôde-se observar a formação de 6 grupos, demonstrando que há diversidade genética entre os acessos avaliados. Os pares de acessos mais similares foram 3 x 49; 7 x 49; 17 x 49 e 29 x 49 (0,027), e o acesso mais dissimilar foi 49 x 55 (0,460). Com base nos resultados obtidos, sugerem-se como potenciais genitores os acessos 5 Santa Cruz, 7 Junco, 46 Juazerinho, 36 Pocinhos, 55 Juazerinho, e 50 Picuí para cruzamentos futuros no programa de melhoramento genético dessa espécie de alto potencial forrageiro. Palavras-chave: diversidade genética, germoplasma, maniçoba, polimorfismo 24 Manihot genetic variability among accessions using RAPD marker ABSTRACT This study aimed to analyze the genetic diversity among accessions of Manihot spp. using molecular markers. Fifty-five accessions belonging to active genebank manicoba Department of Animal Science Center of Agricultural Sciences were evaluated UFPB (DZO / CCA / UFPB) were evaluated. The genetic diversity among 55 accessions of maniçoba was estimated by using RAPD markers. For molecular characterization of genomic DNA extractions were made using PCR RAPD then electrophoresis. From the data obtained with the RAPD reactions, the dissimilarity matrix was constructed using the complement (1-C) of the Jaccard similarity coefficient. Based on the dissimilarity matrix cluster analysis using UPGMA method program genes was performed. The 10 RAPD primers tested yielded 72 amplicons, 38 polymorphic loci and 34 monomorphic loci, being the initiator and OPD1 OPD2 the most polymorphic, generating polymorphic 21:24 respectively. On the other hand, the initiator OPD5 revealed no polymorphism. Could observe the formation of 6 groups, demonstrating that there is genetic diversity among accessions. The more pairs of similar accessions were 3 x 49; 7 x 49; 17 x 49 and 29 x 49 (0,027), and most dissimilar access was 49 x 55 (0,460). Based on the results obtained, are suggested as potential parents accesses Santa Cruz 5, 7 Reed, 46 Juazerinho, 36 Pocinhos, Juazerinho 55, and 50 Picuí for future crosses in breeding this species of high forage potential program. Keywords: genetic diversity, germplasm, manicoba, polymorphism 25 INTRODUÇÃO O Semiárido brasileiro é caracterizado por apresentar um baixo regime pluviométrico, com chuvas irregulares durante e entre os anos, com predominância de Neossolo litólico (EMBRAPA, 2006) o que dificulta a produção de volumosos para produção animal (LIMA, 1996). Com isso, faz-se necessário à busca por alimentos alternativos de qualidade para suprir o déficit de forragem nos período de estiagem. Dentre as espécies encontradas na Caatinga com suporte forrageiro para ser explorado, destaca-se a Maniçoba (Manihot spp.), pertencente a família Euphorbiaceae. Esta espécie de ocorrência natural no Brasil, especificamente na região da Caatinga, é encontrada nas diversas áreas que compõem o Semiárido do Nordeste (BELTRÃO et al., 2006). O gênero Manihot é constituído por um grande número de espécies cuja origem se deu no Novo Mundo, de forma que no Brasil e no México elas formam centros de diversidade distintos (NASSAR, 2000). Segundo Nassar (2006) espécies silvestres de Manihot, embora pouco estudadas, apresentam importantes reservatórios de alelos de interesse a serem transferidos para espécies cultivadas buscando o desenvolvimento de variedades melhoradas que sejam mais resistentes a fatores bióticos e abióticos com possibilidade de expressarem maior produtividade. Uma das grandes dificuldades quanto ao o uso de espécies de Manihot em programas de melhoramento genético é a limitação por não estarem prontamente disponíveis ou muitas delas, por se tratarem de espécies silvestres, apresentarem dificuldade de estabelecimento fora do seu ambiente natural. Além do pouco conhecimento sobre os aspectos da biologia reprodutiva, da constituição genômica e da relação filogenética (LEDO et al., 2011). Descritores morfológicos, agronômicos, bioquímicos e moleculares são utilizados para caracterizar e avaliar germoplasma. Nascimento et al. (2008) afirmam que essa caracterização, consiste em fornecer uma identidade para cada acesso por meio do uso de uma série de descritores que permitam estudar sua variabilidade genética. Vieira et al. (2010) afirmam que dentre as diversas técnicas utilizando marcadores moleculares, o polimorfismo de DNA amplificado ao acaso (RAPD) merece destaque, pelo baixo custo, pela rápida e fácil execução bem como pelo fato de não exigir a síntese de iniciadores específicos. 26 Os avanços recentes nas técnicas de biologia molecular têm fornecido ferramentas úteis para os estudos genéticos de diversas espécies de plantas (FALEIRO, 2007). Rimoldi et al. (2010) estudando a diversidade genética em 14 espécies do gênero Manihot verificaram a formação de grupos divergentes por meio da utilização de marcadores moleculares RAPD. Costa et al. (2003) por meio destes marcadores moleculares RAPD puderam estimar a similaridade genética entre cultivares de mandioca-doce comprovando a eficiência de sua utilização. A caracterização torna-se o ponto de partida para o conhecimento da variabilidade, sendo indispensável para o manejo de coleções de germoplasma, sendo possível obter dados para descrever, identificar e diferenciar acessos dentro de espécies, classes ou categorias, utilizando para isso descritores adequados (QUEROL, 1988; VICENTE et al., 2005). Além disso, a caracterização de plantas com base apenas em características morfológicas também pode ser frequentemente sujeitos a erros resultantes das variações nas condições ambientais, especialmente se as cultivares em estudo é de origem semelhante, ou se algumas características agronômicas não são específicas (CARVALHO E SCHAAL, 2001; COLLARD et al., 2005). O uso de marcadores moleculares pode permitir, entre outros aspectos, a detecção de diferenças genéticas significativas entre os acessos mais próximos, quando comparado com o uso de descritores agronômicos e morfológicos (COLLARD et al., 2005) e a associação da caracterização molecular com as características agronômicas e morfológicas, de acessos mantidos em bancos de germoplasma. Isso torna mais confiável e reduz consideravelmente o grau de dificuldade de detectar as diferenças entre indivíduos geneticamente próximos (CHAVARRIAGA-AGUIRRE et al., 1999;. ZACHARIAS et al., 2004; KIZITO et al., 2007.; ZANNOU et al., 2009). O objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade genética entre e de acessos de (Manihot spp.), pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal da Paraíba, por meio de marcadores moleculares RAPD. 27 MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliados cinquenta e cinco acessos do gênero Manihot. SP, sendo 53 provenientes de microrregiões do Cariri Paraibano e 2 de regiões do estado de Pernambuco. No Cariri Paraibano foram coletados acessos de Soledade, Juazerinho, Pocinhos, Boa Vista, Sumé, Monteiro, Barra de Santa Rosa, Picuí, Pedra Lavrada, Junco do Seridó, Cubati, Barra de Santana e ao longo da BR 230 entre os municípios de Boa Vista e Pocinhos, e no Estado de Pernambuco os acessos foram coletados nos municípios de Taquaritinga do Norte e Santa Cruz do Capibaribe. Todos georeferenciados com o auxílio de um aparelho GPS (Global Position System) (Apêndice 1). De cada acesso foram retiradas quinze estacas com no mínimo 3 gemas, fazendo-se um corte em bisel a 0,5 cm acima da gema. Em seguida foram desinfetadas permanecendo por 15 mim em solução de hipoclorito de sódio a 2% e água na proporção (1:1 v/v), após a esterilização foram mergulhadas em uma solução de AIB 15 mg.L-1, dissolvido em água destilada, por 15 min. posteriormente foram plantadas em sacos de poliestireno contendo substrato comercial. As mudas permaneceram em casa de vegetação por um período de 2 meses, até total enraizamento, após o período de permanência na casa de vegetação foram transplantadas em covas sob um espaçamento de 1x1 m entre (linha x coluna), estabelecendo assim o banco ativo de germoplasma (BAG) do Departamento de Zootecnia, localizado no município de Areia na microrregião do Brejo Paraibano, com latitude 6°58‟ S e longitude 35°41‟ W, a uma altitude de 618 m e apresentando um clima tropical úmido, com verão seco, estação chuvosa com início em janeiro ou fevereiro e término em setembro, podendo se adiantar até outubro. A temperatura média é de 23º C, a umidade relativa média de 80% e a precipitação média anual são de 1.400 mm (MASCARENHAS et al., 2005). Aproximadamente 60 dias pós-estabelecimento, iniciaram-se as avaliações e coleta de material vegetal. As análises foram realizadas no Laboratório de Biotecnologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Areia (PB) (CCA/UFPB). O DNA genômico foi extraído a partir de folhas jovens coletadas de cada acesso do BAG, utilizando o método do brometo de cetiltrimetilomônio (CTAB), adaptado do protocolo descrito por Ferreira e Grattapaglia (1995) (Anexo 1). 28 Na obtenção dos marcadores RAPD, foram utilizados 10 iniciadores decâmeros da série Operon (Operon Biotechnologies) recomendados por Beltrão (2006), conforme descritos na (Tabela 1). Tabela 1. Sequência dos 10 iniciadores utilizados nas reações de RAPD com suas respectivas sequências de bases. Iniciador Sequencia de bases (5‟-3‟) OPD1 OPD2 OPD3 OPD4 OPD5 OPD6 OPD7 OPD8 OPD9 OPD10 5'-ACCGCGAAGG-3' 5'-GCACCCAACC-3' 5'-CTCGCCGTCA-3' 5'-TCTGGTGAGG-3' 5'-TGAGCGGACA-3' 5'-ACCTGAACGG-3' 5'-TTGGCACGGG-3' 5'-GTGTGCCCCA-3' 5'-CTCTGGAGAC-3' 5'-GGTCTACACC-3' A quantificação do DNA foi realizada imediatamente após a extração, as amostras de DNA foram submetidas à análises de concentração e pureza por meio da leitura de absorbância em 260 nm (UV - Concentração do DNA em mg/mL = Absx100x50 µg/mL) e em 280 nm (quantificação de proteínas) no espectrofotômetro (Eppendorf Bio-Photometer Plus). As reações de amplificação foram realizadas em um volume final de 25 µL, contendo 0,2 U de enzima Taq DNA polimerase (5 U), tampão da enzima 2,5 μmol L1 (10x), 1,5 μmol L-1 de MgCl2 (50 mM), 0,5 μmol L-1 de dNTP (10 mM), 2,5 μmol L-1 de iniciador (10 μM), 2 μL de DNA genômico (50 ng) e 15,8 μL de água ultra pura. Na etapa de amplificação dos segmentos de DNA, foi utilizado termociclador modelo TC-Plus Techne Bibby Scientific Ltd. O programa consistiu de desnaturação inicial a 94ºC por 5 min, seguido por 30 ciclos de desnaturação a 94ºC por 1 min, 36°C por 1 min, 72°C por 2 mim e extensão final a 72ºC por 5 min, posteriormente, a temperatura foi reduzida para l0°C. Os produtos amplificados por PCR foram separados por eletroforese em gel de agarose a 1,5% em tampão de TAE 1X contendo como corante brometo de etídio mg/mL) sendo 3 µL de brometo de etídio /200 mL de tampão TAE. (10 29 Após a amplificação, foram adicionadas a cada 10 µL da amostra amplificada, 2 µL 1x de DNA Loading Blue I 10x, homogeineizado e aplicados 10 µL em cada poço do gel, utilizou-se 5µL do padrão de peso molecular de 1Kb Plus DNA Ladder - 1 µg/µL. A corrida se deu em cuba de eletroforese à 70v por aproximadamente 1h e 30min. Os géis foram visualizados e visualizados em fotodocumentador modelo GeoLogic 212 Pro-Carestream. Os produtos das reações de amplificação (marcadores RAPD) foram classificados da seguinte forma: presença (1) e ausência (0) de bandas e convertidos em uma matriz de dados binários a partir da qual foi estimada a similaridade genética entre os acessos, por meio do coeficiente de similaridade de Jaccard (Sj) (JACCARD, 1908). Sj = a/(a + b + c), onde; a, presença da banda nos dois acessos i e j; b, presença da banda no acesso i e ausente no acesso j; e c, ausência no acesso i e presença no acesso j. O ponto de corte do dendrograma e definição dos grupos foram gerados pelo método hierárquico descrito por Mojena (1977) que sugere procedimento baseado no tamanho relativo dos níveis de fusões (distâncias) no dendrograma. Cuja proposta é selecionar o número de grupos no passo j que, primeiramente, satisfizer a inequação: aj > qk onde: aj, valor de distância do nível de fusão correspondentes aos passo j(j=1,2,....,g-1); qk, valor referencial de corte, dado por: qk= a +ksa onde: a, média; Sa, desvio padrão dos valores de a; 30 k, constante cujo valor a ser adotado como regra para definição dos grupos é igual a 1,25. Assim, tem-se que: 1 a= g-1 g-1 Ʃ j=1 Sa aj e = √ g-1 aj j=1 1 - g-1 g-1 2 aj j=1 / g- 2 Com base na matriz de dissimilaridade, foi construído um dendrograma por meio do método de agrupamento da distância média entre grupo (UPGMA). A análise de bootstrap foi realizada para verificar e dar suporte estatístico aos nós internos dos dendrogramas gerados por meio do método de agrupamento UPGMA. O ajuste entre a matriz de dissimilaridade e o dendrograma foi estimado pelo coeficiente de correlação cofenética (r), conforme SOKAL & ROHLF (1962), por meio do programa Genes (CRUZ, 2006). 31 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir dos 10 iniciadores utilizados foi possível gerar um total de 72 bandas amplificadas, onde 38 fragmentos foram polimórficos e 34 monomórficos, sendo os primers 1, 2, 4 e 8 os que apresentaram os maiores números de amplificações (Tabela 2). Estes resultados demonstram haver diversidade genética entre os 55 acessos avaliados. Tabela 2. Número de fragmentos amplificados, fragmentos polimórficos e monomórficos obtidos para os 55 acessos utilizando os 10 iniciadores RAPD. Iniciador (Primer) Sequencias de bases (5‟-3‟) Fragmentos amplificados Fragmentos polimórficos Fragmentos monomórficos OPD1 OPD2 OPD3 OPD4 OPD5 OPD6 OPD7 OPD8 OPD9 OPD10 5'-ACCGCGAAGG-3' 5'-GCACCCAACC-3' 5'-CTCGCCGTCA-3' 5'-TCTGGTGAGG-3' 5'-TGAGCGGACA-3' 5'-ACCTGAACGG-3' 5'-TTGGCACGGG-3' 5'-GTGTGCCCCA-3' 5'-CTCTGGAGAC-3' 5'-GGTCTACACC-3' 21 24 1 7 0 1 5 9 1 3 72 12 21 1 0 0 1 1 2 0 0 38 9 3 0 7 0 0 4 7 1 3 34 O número de marcadores amplificados variaram de 24 (OPD-2) a 0 (OPD-5). A ausência de produtos de amplificação para o iniciador (OPD-5) pode ser indicativo do não “anelamento” do iniciador à fita- molde de DNA. O número de fragmentos polimórficos variaram de 21 (OPD-2) a 0 (OPD-4, OPD-5, OPD-9 e OPD-10). Observou-se, dentre os fragmentos amplificados, a ocorrência de bandas específicas aos indivíduos podendo ser visualizados na Figura 2, com tamanhos variando entre 100 a 2000 pb, número de fragmentos esperado dentro da faixa de valores quando se utiliza marcadores do tipo RAPD. Rimoldi et al. (2010) utilizando marcadores RAPD em Manihot esculenta encontraram perfis de bandas de fragmentos polimórficos variando de 150 a 2000 pares de bases. Mardadores RAPD produzem, normalmente, amplificações entre duas e dez bandas visíveis na faixa de 400 pb a 2.000 pb (Bowditch et al.,1993; Mignouma et al., 1998). 32 Os resultados demonstram haver ampla variabilidade genética entre os 55 acessos avaliados, o que concordam com os resultados de (FARIAS et al., 1997; CHAVARRIAGA - AGUIRRE et al., 1999; ZACHARIAS et al., 2004; PERONI et al., 2007; KIZITO et al., 2007; SIQUEIRA et al., 2009) realizados em seus estudos com espécie do gênero Manihot utilizando marcadores moleculares os quais verificaram ampla variabilidade, ratificando a eficiência do uso de marcardores em diferenciar os genótipos. A matriz de dissimilaridade genética gerada a partir de dados de RAPD encontrase na (Tabela 3). Os pares de acessos mais similares foram 3 x 49; 7 x 49; 17 x 49 e 29 x 49 (0,027), enquanto que o par de acesso mais dissimilar foi 49 x 55 (0,460) dentre todas as distâncias entre os acessos, tornando–os mais indicados para ser utilizados como genitores no programa de melhoramento de Manihot spp. Segundo Cruz e Regazzi (1997) a distância genética entre os acessos deve ter prioridade dentre os critérios de escolha de genitores em um programa de melhoramento, uma vez que a variabilidade é condição fundamental para o processo de seleção. 33 Tabela 3. Matriz de dissimilaridade genética obtida do complemento aritmético do coeficiente de dissimilaridade de Jaccard com base em marcador molecular RAPD, entre os 55 acessos de Manihot ssp. Areia, PB Acesso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1 0 2 3 4 0.070 0.130 0.048 0 0.106 0.068 0 0.128 0 5 0.150 0.209 0.261 0.190 0 6 0.143 0.159 0.174 0.140 0.105 0 7 0.170 0.184 0.196 0.167 0.261 0.250 0 8 0.163 0.178 0.229 0.200 0.128 0.167 0.191 0 9 0.143 0.159 0.213 0.140 0.105 0.100 0.213 0.075 0 10 0.159 0.174 0.224 0.156 0.171 0.163 0.149 0.140 0.205 0 11 0.093 0.152 0.204 0.091 0.190 0.182 0.087 0.159 0.182 0.070 0 12 0.095 0.114 0.170 0.136 0.150 0.186 0.170 0.119 0.186 0.116 0.093 0 13 0.234 0.170 0.220 0.191 0.209 0.159 0.255 0.217 0.200 0.213 0.229 0.234 0 14 0.213 0.188 0.235 0.170 0.227 0.178 0.200 0.234 0.178 0.265 0.208 0.213 0.149 0 15 0.136 0.111 0.167 0.133 0.190 0.140 0.204 0.200 0.182 0.234 0.174 0.136 0.191 0.130 0 16 0.234 0.208 0.255 0.229 0.209 0.116 0.220 0.217 0.159 0.213 0.229 0.271 0.208 0.188 0.191 0 17 0.245 0.220 0.264 0.204 0.261 0.213 0.160 0.229 0.213 0.224 0.167 0.208 0.220 0.125 0.128 0.184 0 18 0.255 0.229 0.275 0.286 0.190 0.222 0.204 0.200 0.261 0.156 0.213 0.178 0.265 0.280 0.213 0.229 0.204 0 19 0.239 0.250 0.327 0.234 0.171 0.244 0.188 0.222 0.244 0.136 0.156 0.200 0.250 0.265 0.234 0.250 0.188 0.156 0 20 0.229 0.167 0.180 0.224 0.244 0.156 0.143 0.133 0.156 0.170 0.188 0.191 0.204 0.184 0.149 0.128 0.143 0.149 0.245 0 21 0.125 0.186 0.239 0.167 0.029 0.128 0.239 0.150 0.128 0.146 0.167 0.125 0.227 0.244 0.209 0.227 0.277 0.209 0.146 0.261 0 22 0.250 0.260 0.200 0.208 0.227 0.178 0.125 0.196 0.178 0.191 0.170 0.213 0.260 0.167 0.170 0.188 0.125 0.208 0.229 0.106 0.244 0 23 0.222 0.271 0.245 0.217 0.150 0.186 0.208 0.244 0.227 0.159 0.178 0.222 0.234 0.250 0.255 0.234 0.245 0.217 0.159 0.229 0.125 0.174 0 24 0.186 0.200 0.286 0.222 0.105 0.190 0.250 0.167 0.146 0.244 0.261 0.227 0.239 0.217 0.182 0.200 0.250 0.222 0.205 0.234 0.128 0.255 0.186 0 25 0.306 0.314 0.288 0.333 0.209 0.239 0.184 0.217 0.239 0.250 0.265 0.271 0.280 0.260 0.229 0.170 0.220 0.191 0.213 0.167 0.227 0.149 0.156 0.159 0 26 0.292 0.333 0.275 0.320 0.190 0.222 0.275 0.277 0.261 0.271 0.286 0.292 0.265 0.280 0.286 0.229 0.275 0.213 0.234 0.260 0.209 0.208 0.136 0.222 0.111 0 27 0.271 0.280 0.321 0.300 0.209 0.277 0.255 0.255 0.277 0.250 0.265 0.271 0.280 0.294 0.229 0.280 0.255 0.152 0.174 0.275 0.227 0.260 0.234 0.159 0.170 0.152 0 28 0.306 0.314 0.321 0.333 0.209 0.277 0.220 0.255 0.239 0.286 0.300 0.306 0.280 0.260 0.300 0.208 0.255 0.191 0.213 0.240 0.227 0.224 0.196 0.159 0.089 0.068 0.130 0 34 Continuação Tabela 3 Acesso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 29 0.314 0.288 0.264 0.275 0.261 0.250 0.264 0.333 0.286 0.294 0.308 0.346 0.220 0.235 0.240 0.220 0.231 0.204 0.224 0.250 0.277 0.200 0.208 0.250 0.184 0.128 0.146 0.146 0 30 0.143 0.200 0.250 0.182 0.105 0.190 0.250 0.167 0.190 0.163 0.182 0.143 0.277 0.292 0.182 0.277 0.286 0.222 0.163 0.271 0.079 0.255 0.143 0.100 0.200 0.222 0.159 0.239 0.286 0 31 0.271 0.314 0.288 0.300 0.209 0.239 0.220 0.255 0.239 0.250 0.265 0.271 0.314 0.260 0.300 0.208 0.288 0.191 0.286 0.240 0.227 0.188 0.196 0.200 0.130 0.111 0.170 0.089 0.184 0.239 0 32 0.239 0.286 0.224 0.271 0.171 0.163 0.188 0.182 0.163 0.217 0.234 0.277 0.250 0.265 0.271 0.133 0.260 0.234 0.255 0.170 0.190 0.152 0.159 0.205 0.091 0.114 0.250 0.133 0.188 0.244 0.133 0 33 0.100 0.163 0.217 0.143 0.056 0.150 0.217 0.125 0.103 0.167 0.143 0.100 0.244 0.222 0.186 0.244 0.255 0.227 0.167 0.239 0.028 0.222 0.146 0.150 0.244 0.227 0.244 0.244 0.292 0.103 0.244 0.209 0 34 0.167 0.182 0.234 0.205 0.081 0.125 0.271 0.190 0.171 0.227 0.244 0.209 0.182 0.200 0.119 0.182 0.234 0.205 0.186 0.217 0.105 0.239 0.167 0.077 0.182 0.205 0.182 0.222 0.196 0.125 0.261 0.186 0.128 0 35 0.146 0.163 0.255 0.186 0.056 0.150 0.255 0.171 0.150 0.209 0.227 0.190 0.205 0.222 0.143 0.205 0.255 0.186 0.167 0.239 0.081 0.261 0.190 0.053 0.205 0.227 0.163 0.205 0.217 0.103 0.244 0.209 0.105 0.027 0 36 0.306 0.346 0.382 0.333 0.209 0.277 0.382 0.292 0.277 0.320 0.333 0.306 0.346 0.327 0.333 0.346 0.382 0.333 0.320 0.370 0.227 0.358 0.306 0.277 0.346 0.333 0.346 0.346 0.382 0.277 0.346 0.320 0.244 0.261 0.244 0 37 0.209 0.261 0.271 0.205 0.081 0.171 0.196 0.146 0.171 0.143 0.163 0.167 0.222 0.239 0.205 0.261 0.234 0.205 0.143 0.255 0.105 0.159 0.167 0.171 0.182 0.205 0.182 0.222 0.234 0.125 0.222 0.186 0.128 0.150 0.128 0.261 0 38 0.190 0.244 0.255 0.186 0.056 0.150 0.217 0.171 0.150 0.167 0.186 0.190 0.205 0.222 0.227 0.244 0.255 0.227 0.167 0.277 0.081 0.182 0.146 0.150 0.205 0.186 0.205 0.205 0.217 0.150 0.205 0.167 0.105 0.128 0.105 0.244 0.027 0 39 0.209 0.261 0.234 0.205 0.081 0.171 0.234 0.190 0.171 0.186 0.205 0.209 0.222 0.239 0.244 0.261 0.271 0.244 0.186 0.292 0.105 0.200 0.167 0.171 0.222 0.205 0.222 0.222 0.234 0.171 0.222 0.186 0.128 0.150 0.128 0.261 0.053 0.027 0 40 0.261 0.306 0.280 0.255 0.150 0.227 0.280 0.244 0.227 0.239 0.255 0.261 0.271 0.286 0.292 0.306 0.314 0.292 0.239 0.333 0.171 0.250 0.222 0.227 0.271 0.255 0.271 0.271 0.280 0.227 0.271 0.239 0.190 0.209 0.190 0.306 0.122 0.100 0.075 0 41 0.213 0.188 0.163 0.208 0.227 0.136 0.235 0.196 0.217 0.152 0.170 0.174 0.188 0.240 0.170 0.188 0.200 0.208 0.265 0.146 0.244 0.204 0.250 0.292 0.260 0.280 0.294 0.327 0.302 0.255 0.294 0.229 0.261 0.239 0.261 0.358 0.239 0.261 0.239 0.250 0 42 0.150 0.209 0.261 0.190 0.000 0.105 0.261 0.128 0.105 0.171 0.190 0.150 0.209 0.227 0.190 0.209 0.261 0.190 0.171 0.244 0.029 0.227 0.150 0.105 0.209 0.190 0.209 0.209 0.261 0.105 0.209 0.171 0.056 0.081 0.056 0.209 0.081 0.056 0.081 0.150 0.227 0 43 0.171 0.227 0.277 0.209 0.029 0.128 0.239 0.150 0.128 0.146 0.167 0.171 0.227 0.244 0.209 0.186 0.239 0.167 0.146 0.222 0.056 0.205 0.125 0.128 0.186 0.167 0.186 0.186 0.239 0.128 0.186 0.146 0.081 0.105 0.081 0.227 0.105 0.081 0.105 0.171 0.205 0.029 0 44 0.190 0.244 0.217 0.227 0.056 0.150 0.255 0.171 0.150 0.209 0.227 0.190 0.244 0.261 0.227 0.244 0.292 0.227 0.209 0.277 0.081 0.222 0.190 0.150 0.205 0.186 0.205 0.205 0.255 0.150 0.205 0.167 0.105 0.128 0.105 0.244 0.079 0.054 0.027 0.100 0.222 0.056 0.081 0 45 0.171 0.227 0.239 0.209 0.029 0.128 0.277 0.150 0.128 0.190 0.209 0.171 0.227 0.244 0.209 0.227 0.277 0.209 0.190 0.261 0.056 0.244 0.171 0.128 0.227 0.209 0.227 0.227 0.277 0.128 0.227 0.190 0.081 0.105 0.081 0.227 0.105 0.081 0.054 0.125 0.205 0.029 0.056 0.028 0 46 0.277 0.320 0.358 0.306 0.171 0.244 0.358 0.261 0.244 0.292 0.306 0.277 0.320 0.333 0.306 0.320 0.358 0.306 0.292 0.346 0.190 0.333 0.277 0.244 0.320 0.306 0.320 0.320 0.358 0.244 0.320 0.292 0.209 0.227 0.209 0.320 0.227 0.209 0.227 0.277 0.333 0.171 0.190 0.209 0.190 0 47 0.205 0.255 0.300 0.239 0.128 0.209 0.300 0.227 0.209 0.222 0.239 0.205 0.292 0.306 0.277 0.292 0.333 0.277 0.222 0.320 0.103 0.306 0.205 0.209 0.292 0.277 0.292 0.292 0.333 0.167 0.292 0.261 0.125 0.190 0.171 0.217 0.190 0.171 0.190 0.244 0.306 0.128 0.150 0.171 0.150 0.261 0 48 0.370 0.404 0.433 0.393 0.292 0.346 0.433 0.358 0.346 0.382 0.393 0.370 0.404 0.414 0.393 0.404 0.433 0.393 0.382 0.424 0.306 0.414 0.370 0.346 0.404 0.393 0.404 0.404 0.433 0.346 0.404 0.382 0.320 0.333 0.320 0.404 0.333 0.320 0.333 0.370 0.414 0.292 0.306 0.320 0.306 0.382 0.327 0 49 0.393 0.424 0.452 0.414 0.320 0.370 0.452 0.382 0.370 0.404 0.414 0.393 0.424 0.433 0.414 0.424 0.452 0.414 0.404 0.443 0.333 0.433 0.393 0.370 0.424 0.414 0.424 0.424 0.452 0.370 0.424 0.404 0.346 0.358 0.346 0.424 0.358 0.346 0.358 0.393 0.433 0.320 0.333 0.346 0.333 0.404 0.321 0.115 0 50 0.271 0.280 0.321 0.300 0.209 0.277 0.352 0.255 0.277 0.250 0.300 0.234 0.314 0.358 0.333 0.346 0.382 0.300 0.286 0.340 0.186 0.358 0.271 0.277 0.346 0.333 0.346 0.346 0.382 0.239 0.346 0.320 0.205 0.261 0.244 0.346 0.261 0.244 0.261 0.306 0.327 0.209 0.227 0.244 0.227 0.320 0.217 0.216 0.245 0 51 0.222 0.271 0.280 0.255 0.150 0.227 0.314 0.244 0.227 0.239 0.255 0.222 0.306 0.320 0.292 0.306 0.346 0.292 0.239 0.333 0.125 0.320 0.222 0.227 0.306 0.292 0.306 0.306 0.346 0.186 0.306 0.277 0.146 0.209 0.190 0.306 0.209 0.190 0.167 0.222 0.286 0.150 0.171 0.146 0.125 0.277 0.205 0.275 0.302 0.196 0 52 0.239 0.286 0.294 0.271 0.171 0.244 0.327 0.261 0.244 0.255 0.271 0.239 0.320 0.333 0.306 0.320 0.358 0.306 0.255 0.346 0.146 0.333 0.239 0.244 0.320 0.306 0.320 0.320 0.358 0.205 0.320 0.292 0.167 0.227 0.209 0.320 0.227 0.209 0.186 0.239 0.300 0.171 0.190 0.167 0.146 0.292 0.222 0.220 0.250 0.250 0.159 0 53 0.327 0.364 0.397 0.352 0.277 0.333 0.397 0.346 0.333 0.340 0.352 0.327 0.393 0.404 0.382 0.393 0.424 0.382 0.340 0.414 0.255 0.404 0.327 0.333 0.393 0.382 0.393 0.393 0.424 0.300 0.393 0.370 0.271 0.320 0.306 0.364 0.320 0.306 0.320 0.327 0.404 0.277 0.292 0.306 0.292 0.340 0.280 0.273 0.268 0.269 0.260 0.240 0 54 0.340 0.375 0.407 0.364 0.292 0.346 0.407 0.358 0.346 0.352 0.364 0.340 0.404 0.414 0.393 0.404 0.433 0.393 0.352 0.424 0.271 0.414 0.340 0.346 0.404 0.393 0.404 0.404 0.433 0.314 0.404 0.382 0.286 0.333 0.320 0.375 0.333 0.320 0.333 0.340 0.414 0.292 0.306 0.320 0.306 0.352 0.294 0.345 0.367 0.315 0.308 0.255 0.137 0 55 0.358 0.364 0.368 0.382 0.277 0.333 0.424 0.314 0.333 0.340 0.382 0.327 0.364 0.404 0.382 0.393 0.424 0.352 0.370 0.386 0.292 0.404 0.358 0.333 0.393 0.382 0.393 0.393 0.424 0.333 0.393 0.370 0.306 0.320 0.306 0.333 0.320 0.306 0.286 0.294 0.345 0.277 0.292 0.271 0.255 0.308 0.314 0.443 0.460 0.364 0.327 0.340 0.351 0.304 0 35 O dendrograma gerado a partir da análise de agrupamento usando o método UPGMA e baseado na matriz de dissimilaridade genética obtida por meio do complemento aritimético do coeficiente de similaridade de Jaccard é mostrado na Figura 1. Os 55 acessos de Manihot avaliados foram agrupados em seis grupos principais, sendo o grupo VI, o que apresentou maior número de acessos (47), subdividido em dois subgrupos. É possível observar a existência de variabilidade entre e dentro dos subgrupos, a qual pode ser atribuída ao fato de esses acessos pertencerem a espécies selvagens ou pouco domesticadas. A maior distância foi obtida entre acessos 5 e 50 provenientes dos municípios de Santa Cruz do Capiberibe (PE) e de Picuí respectivamente, indicando que estes acessos são candidatos potenciais como fonte de variabilidade no programa de melhoramento desta espécie, podendo os mesmo ser utilizados como possíveil genitores. Colombo et al. (2000) utilizando marcadores RAPD em estudo com 126 genótipos de mandioca distribuídos em quatro escalas geográficas, verificaram alta diversidade genética, ilustrando que o uso dos marcadores RAPD pode ser útel para estudos de diversidade genética das coleções possibilitando avaliação ou formação de uma coleção, e especialmente, construção de um mapa genético. Podendo ainda serem considerados válidos para identificação ou caracterização de cultivares, estabelecimento de distância genética entre genótipos ou identificação de linhas idênticas em uma coleção de clones. Costa et al. (2003) utilizando marcadores moleculares RAPD em acessos do gênero Manihot confirmaram a existência de grande variabilidade genética, assim como Mezette et al. (2013) em estudo de diversidade genética de acessos de mandioca coletadas de diferentes regiões do Brasil, verificaram a existência de grande diversidade genética entre os genótipos sendo a maior parte da diversidade genética distribuída no interior das regiões devido o elevado fluxo gênico. Os acessos Juazeirinho 55, Pocinhos 36 e Juazeirinho 46 pertencentes aos grupos III, IV e V respectivamente, foram distintos em relação ao restante, o que os tornam os mais divergentes entre os 55 acessos avaliados tendo o seu material genetico diferenciado dos demais, podendo ser selecionados como possíveis genitores dentro de um programa de melhoramento. Lokko et al. (2006), Siqueira et al. (2009, 2010) utilizando marcadores moleculares em mandioca verificaram uma maior variação dentro dos grupos do que 36 entre grupos. Já Mühlen (1999) em estudos comparativos entre espécies selvagens do gênero Manihot e a espécie cultivada Manihot esculenta, observou que as espécies selvagens contêm igual ou maior variabilidade genética que as espécies cultivadas pelo fato de espécies selvagens se encontrarem em ambientes não controlados, se intercruzam aumentando assim a variabilidade. Segundo Martins & Oliveira (2009) a ampla variabilidade pode ser justificada pelo fato de que espécies do gênero Manihot terem o sistema reprodutivo que favorece a polinização cruzada, além de poder ser propagada vegetativamente facilitando a dispersão dos genótipos e consequentemente, a troca de alelos. O dendrograma gerado a partir dos dados de dissimilaridade de Jaccard (Figura 3) apresentou valores de “bootstrap” baixos (38% e 45%). No entanto, a dissimilaridade de 81% e 93%, proporcionaram a confiabilidade na formação dos ramos do dendrograma. Segundo Cruz (2006), valores acima de 90% representam a junção verdadeira significativa, inferindo na consistência e adequando o dendrograma para representação de dissimilaridade e similaridade entre genótipos avaliados. VI 69 % 81 % 45 % V IV III II 93 % 38 % I Figura 1. Dendrograma resultante da análise de agrupamento obtido pelo método UPGMA a partir de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) baseado nos dados da matriz de dissimilaridade genética obtidos pelo complemento aritmético dos coeficientes de similaridade de Jaccard , utilizando-se 10 marcadores RAPD. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições. A correlação cofenética obtido entre a matriz de distância de dissimilaridade e a matriz de distância cofenética, obtido a partir do dendrograma, foi de elevada magnitude (r=0,83**) considerada alta e adequada, evidenciando a consistência dos agrupamentos (Tabela 4). Tabela 4. Correlação cofenética baseado nos dados moleculares (RAPD) avaliados nos 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) Correlação cofenética (CCC): Graus de liberdade: Valor de t: Probabilidade: Distorção(%): Estresse (%): 0.8332 1483 58.0312 .0 ** 3.4813 18.6589 Segundo Vaz Patto et al. (2004), r > 0,56 é considerada ideal, pois indica haver boa concordância entre a matriz de dissimilaridade e a de agrupamento. Além disso, também foram observados porcentagens de distorções (3,48%) e de estresse (18,65%) que segundo a escala de Kruskal (1964) são classificados como bons, mostrando um bom ajuste entre a matriz de similaridade genética e a representação gráfica do dendrograma. CONCLUSÃO O uso dos marcadores moleculares RAPD mostra ser eficiente em avaliar a variabilidade genética entre os acessos de Manihot. Com base nos resultados, a partir do uso de marcadores moleculares, os acessos 5 Santa Cruz, 7 Junco, 46 Juazerinho, 36 Pocinhos, 55 Juazerinho, e 50 Picuí podem ser utilizados para tomada de decisão ao longo de um futuro programa de melhoramento genético dessa espécie como forrageira alternativa. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, F. A. S. et al. Morfometria de acessos de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffm.) e de duas espécies afins de interesse forrageiro. Revista Caatinga, v.19, n.2, p.103-111, 2006. BELTRÃO, F. A. S. Análise morfológica, química e molecular de diferentes táxons de Manihot com ênfase na maniçoba (Manihot pseudoglasiovii PAX e HOFFMANN) de interesse forrageiro. 2006. 85 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB, 2006. BOWDITCH, B.M. et al. Use of randomy amplified polymorphic DNA markers in comparative genome studies. Methods in Enzymology, v.224, p.294-309, 1993. CARVALHO, L. J. C. B.; SCHAAL, B. A.; FUKUDA, W. M. G. Cassava (Manihot esculenta Crantz) phenetic relationships and genetic diversity revealed by morphological descriptors and RAPD markers. Revista Brasileira de Genética. Ribeirão Preto, v. 17, p. 13, 2001. COSTA, M. R. et al. Similaridade Genética de Cultivares de Mandioca (Manihot esculenta) por Meio de Marcadores RAPD. Ciência Agrotecnologica, Lavras. v.27, n.1, p.158-164, 2003. COLOMBO, C. et al. Genetic diversity characterization of cassava cultivars (Manihot esculenta Crantz) in RAPD markers. Genetics and Molecular Biology. v. 21: p.105113. 2000. COLLARD, B. C. Y. et al. An introduction to markers, quantitative trait loci (QTL) mapping and markerassisted selection for crop improvement: The basic concepts. Euphytica. v.142, p.169-196. 2005. CHAVARRIAGA-AGUIRRE, P. et al. Using microsatellites, isozymes and AFLPs to evaluate genetic diversity and redundancy in the cassava core collection and to assess 40 the usefulness of DNA-based markers to maintain germplasm collections. Molecular Breeding. v.5, p.263–273. 1999. CRUZ, C.D. Programa Genes: aplicativo computacional em genética e estatística. UFV, Viçosa, pp. 648, 2006. CRUZ, C.D. Programa Genes:análise multivariada e simulação. UFV, Viçosa, 175p, 2006. CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 2. ed. Viçosa: UFV, 1997. 390 p EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 306p. 2006. FARIAS, F. J. C. et al. Parâmetros de estabilidade propostos por Lin e Binns (1988) comparados com o método da regressão. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 32 , p. 407-414. 1997. FERREIRA, M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de Marcadores moleculares em análise genética. 2ed. Brasilia: EMBRAPA-CENARGEN. pp 220. (EMBRAPA-CENARGEN Documento 20). 1995. JACCARD, P. Nouvelles recherches sur la distribution florale. Bulletin de la Socieété Vaudoise des Sciences Naturelles, v.44, p.223‑ 270, 1908. KRUSKAL, J. B. Multidimensional scaling by optimizing goodness of fit to a nonmetric hypothesis. Psychometrika. v.29, p. 1-27, 1964. LEDO, C. A. da S. et al. Coleta e Conservação de Germoplasma de Espécies Silvestres de Manihot no Estado da Bahia para Ampliação da Coleção de Trabalho da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento nº 53). 22p. 2011. 41 LIMA, J. L. S. et al. Plantas forrageiras das Caatingas – usos e potencialidades. Petrolina: EMBRAPA-CPATSA/PNE/RBG-KEW, 44p. 1996 LOKKO, Y. et al. Assessment of genetic diversity among African cassava Manihot esculenta Grantz accessions resistant to the cassava mosaic virus disease using SSR markers. Genetic Resources and Crop Evolution. v.53, p.1441-1453, 2006. KIZITO, E. B. et al. Genetic diversity and variety composition of cassava on smallscale farms in Uganda: an interdisciplinary study using genetic markers and farmer interviews. Genetics. 130, 301-318. 2007. MASCARENHAS, J. C.; BELTRÃO, B. A.; SOUZA JUNIOR, L. C.; MORAIS, F.; MENDES, V. A.; MIRANDA, J. L. F. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Areia, estado da Paraíba. Recife: CPRM/PRODEEM, p.11, 2005. MEZETTE, T.F. et al. Morphological and molecular diversity among cassava genotypes. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.48, n.5, p.510-518, 2013. MIGNOUMA, H.D et al. Genetic diversity in cowpea as revealed by random amplified polymorphic DNA. Journal of Genetics & Breeding, v.53, p.151-159, 1998. MOJENA, R. Hierarquical grouping method and stopping rules: na evaluation. Computer Journal, v.20. p.359-363, 1977. MÜHLEN, G. S. Avaliação da diversidade genética de etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta Crantz) com marcadores de DNA: RAPD, AFLP e Microssatélites. 176 p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, Piracicaba. 1999. NASCIMENTO, V. E.; FRANCO, D.; MARTINS, A. B. G. Aspectos morfológicos de folhas na diferenciação de plantas de Mamey. In.: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, XII, 2008, São José dos Campos – SP. Anais... São José dos Campos: 4p. 2008. 42 NASSAR, N.M.A. Wild cassava spp.: biology and potentialities for genetic improvement. Genetic Molecular Biology. v. 23, p. 201-212, 2000. NASSAR NMA. Mandioca: Uma opção contra a fome estudos e lições do Brasil e do mundo. Ciência hoje 39: p.31-34. 2006. PERONI, N.; KAGEYAMA, P. Y.; BEGOSSI, A. Molecular differentiation, diversity, and folk classification of „sweet‟ and „bitter‟cassava ( Manihot esculenta , Crantz) in Caiçara and Cabloco management systems (Brazil). Genetics. Resourd. Crop Evolution, v.54, p.1333-1349. 2007. QUEROL, D. Recursos genéticos, nuestro tesoro olvidado: aproximación técnica y socioeconómica. Lima, Perú, 218p. 1988. RIMOLDI, F. et al. Genetic Divergence in Sweet Cassava Cultivars Using Morphological Agronomic Traits and RAPD Molecular Markers Braz. Arch. Biol. Technol. v.53 n. 6: pp. 1477-1486, 2010. SOKAL, R. R.; ROHLF, F. J. The comparison of dendrograms by objective methods. Taxon, v. 11 p. 33-40. 1962. SIQUEIRA, M.V.B.M. et al. Genetic characterization of cassava (Manihot esculenta) landraces in Brazil assessed with simple sequence repeats. Genetics and Molecular Biology, v.32, p.104-110, 2009. SIQUEIRA, M.V.B.M. et al. Microsatellite polymorphisms in cassava landraces from the Cerrado biome, Mato Grosso do Sul, Brazil. Biochemical Genetics, v.48, p.879-895, 2010. VAZ PATTO, M.C. et al. Assessing the genetic diversity of Portuguese maize germplasm using microsatellite markers. Euphytica, v.137, p.63‑ 67, 2004. 43 VICENTE, M.C. et al. Genetic Characterization and its use in decision making for the conservation of crop germplasm. In: The Role of Biotechnology, Turin. Proceedings...,Turin: [s.n.], p. 121-128. 2005. VIEIRA, E.A. et al. Caracterização molecular e variabilidade genética de acessos elite de mandioca para fins industriais. Ciência Rural. Santa Maria, v.40, n.12 p.2467-2471, 2010. ZACHARIAS, A. M. et al. Characterization and genetic distance analysis of cassava (Manihot esculenta Crantz) germplasm from Mozambique using RAPD fingerprint. Euphytica, 138, 49-53. 2004. ZANNOU, A. et al. Genetic variability in yam cultivars from the GuineaSudan zone of Benin assessed by random amplified polymorphic DNA. Biotechnology. v.8(1), p. 26-36. 2009. African. Journal 44 CAPÍTULO II Caracterização morfológica e agronômica de acessos de Manihot spp. procedentes de microrregiões do Semiárido brasileiro 45 Caracterização Morfológica e Agronômica de Acessos de Manihot spp. procedentes do Semiárido Brasileiro RESUMO Para explorar a diversidade genética de espécies silvestres ou cultivadas são necessárias a caracterização e avaliação dos acessos, auxiliando ao melhorista escolher os parentais com potenciais a serem utilizados em programas de melhoramento genético. O objetivo deste estudo foi realizar a caracterização morfológica e morfoagronômica de espécies silvestres de Manihot provenientes do Semiárido brasileiro pertencentes à coleção do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Para a caracterização dos 55 acessos foram usados 12 descritores qualitativos e 18 quantitativos. A dissimilaridade foi gerada pela matriz de distância generalizada de Manhalanobis (D²), e a análise de agrupamento foi obtida pelo método UPGMA. Foi possível verificar a formação de 8 grupos de dissimilaridade com base nos caracteres morfológicos e 5 grupos para os caracteres morfométricos, evidenciando a presença de diversidade genética entre os acessos avaliados. A variável de maior contribuição relativa foi o comprimento entre os lóbulos central (19,17%), também houve efeito significativo (P<0,05) para praticamente todos os caracteres morfométricos avaliados. Com base na matriz de dissimilaridade os acessos 16 x 48 foram os mais distantes geneticamente e os acessos 47 x 49 os mais próximos. Os acessos 4 Monteiro, 16 Soledade, 38 Boa Vista, 3 Pedra Lavrada, 7 Junco, 10 Barra de Santa Rosa, 21 Monteiro e 39 Junco, são os mais promissores, podendo ser utilizados como genitores em programa de melhoramento dessa importante espécie forrageira. Palavras-chave: banco de germoplasma, descritores, diversidade genética 46 Morphological and Agronomic Access Manihot spp. coming from the Brazilian semiarid ABSTRACT To explore the genetic diversity of wild and cultivated species, characterization and evaluation of accessions, helping the breeder to choose parenting with potential for use in breeding programs are needed. The aim of this study was to perform a morphological and morphoagronomic of wild Manihot species from the Brazilian semiarid region belonging to the collection of the Center for Agricultural Sciences, Federal University of Paraíba. To characterize the 55 hits 12 quantitative and 18 qualitative descriptors were used. The dissimilarity matrix was generated by Manhalanobis generalized distance (D²), and cluster analysis was obtained by the UPGMA method. It was possible to verify the formation of 8 groups of dissimilarity based on morphological characters and 5 groups for morphometric characters, indicating the presence of genetic diversity among accessions. The variable of greatest relative contribution was the length between the central lobe (19.17%), there was also a significant effect (P<0.05) for almost all evaluated morphometric characters. Based on the dissimilarity matrix 16 x 48 accessions were the most genetically distant accessions and 47 x 49 nearby. 4 accesses Monteiro, 16 Soledad, 38 Boa Vista, 3 Pedra Lavrada, 7 Junco, 10 Barra de Santa Rosa, Monteiro 21 and 39 Junco, are the most promising and could be used as parents in breeding program of this important forage species. Key words: germplasm bank, describers, genetic diversity 47 INTRODUÇÃO O gênero Manihot spp. é constituído por um grande número de espécies cuja origem se deu no Novo Mundo, de forma que no Brasil e no México elas formam centros de diversidade distintos (NASSAR, 2000). Essa ampla variabilidade é atribuída ao processo de seleção natural, ocorrido durante a evolução das espécies na pré e pósdomesticação (FUKUDA e SILVA, 2002). De acordo com Almeida et al. (1993), os processos de propagação sexuada e assexuada e a deiscência de seus frutos no campo são as causas principais dessa diversificação, isto se da pelo sistema de polinização cruzada (alogamia). A maniçoba é uma planta de ocorrência natural na Caatinga, pertencente a família Euforbiaceae, sendo encontradas nas diversas áreas que compõem o Semiárido nordestino. Possui grande persistência à seca, devido ao seu sistema de raízes tuberosas bastante desenvolvidas, onde acumulam as suas reservas sólidas e água, sendo uma das primeiras espécies da Caatinga a desenvolver sua folhagem logo após o início do período chuvoso (CASTRO, 2004). Desempenha importante papel no cenário nordestino, especialmente na região semiárida, onde é utilizada para manutenção dos rebanhos de animais domésticos por ocasião de secas prolongadas. Pode ser considerada como uma forrageira de alta palatabilidade, por ser bastante procurada pelos caprinos, ovinos, eqüinos e bovinos (MARTINS et al., 2007). As espécies arbóreas de Manihot ocorrem na Região Nordeste e, assim como as espécies herbáceas do Centro-Oeste, possuem fracas barreiras de isolamento reprodutivo o que tem levado a uma extensiva hibridação natural, dificultando a taxonomia e delimitação dessas espécies (BELTRÃO et al., 2006). O uso dos descritores morfométricos e morfológicos possibilita diferenciar as características fenotípicas que permitirão a fácil identificação e diferenciação a partir de um banco de germoplasma no campo, tendo em vista que a espécie apresenta alto grau de diversidade. Geralmente, esses descritores têm alta herdabilidade, sugerindo que estão expressas mesmo em ambientes diferentes (FUKUDA e GUEVARA, 1998). Segundo Nascimento et al. (2008) a caracterização morfológica, agronômica e molecular, consiste em fornecer uma identidade para cada acesso através do uso de uma série de descritores que permitam estudar sua variabilidade genética. Gusmão e Neto (2008) avaliando acessos de mandioca concluíram que a diversidade morfométrica e morfológica constitui uma importante ferramenta para a identificação e diferenciação 48 daqueles com algumas características semelhantes e detecção de materiais duplicados em bancos genéticos, que eventualmente recebem diferentes nomenclaturas em locais distintos. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a diversidade e o potencial genético da maniçoba por meio das características morfométricas e morfológicas, caracterizando-a e de forma a disponibilizá-la aos programas de melhoramento da espécie em banco de germoplasma. 49 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido na área experimental pertencente ao Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus II – Areia, PB. Utilizou-se para fins de caracterização, 55 acessos de maniçoba no estágio reprodutivo maturação, compreendido entre final de floração e início de frutificação, sendo selecionadas para avaliação 3 plantas por acesso, localizadas na linha central, todos pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal da Paraíba. Os acessos do BAG foram oriundos do Semiárido brasileiro, especificamente dos municípios de Soledade, Juazerinho, Pocinhos, Boa Vista, Sumé, Monteiro, Barra de Santa Rosa, Picuí, Pedra Lavrada, Junco do Seridó, Cubati, Barra de Santana e ao longo da BR 230 entre os municípios de Boa Vista e Pocinhos (todos no Estado da Paraíba) e Taquaritinga do Norte e Santa Cruz do Capibaribe (no Estado de Pernambuco), todos os acessos foram georeferenciados com o auxílio de um aparelho GPS (Global Position System) (Apêndice, capítulo I). Os acessos foram espaçados de 1,0 m entre linhas por 1,0 m entre plantas, permitindo às plantas expressarem todo o potencial de desenvolvimento, evitando competição intergenotípica, e assegurando material vegetativo para renovação, bem como de multiplicação dos mesmos destinados à pesquisa. Utilizou-se para caracterização, 12 descritores morfológicos, e 18 descritores agronômicos, conforme metodologia descrita por FUKUDA et al. (2010). Os caracteres morfológicos avaliados foram: tipo de planta, cor da folha apical, forma do lóbulo central, cor da nervura, número de lóbulos, hábito de crescimento, cor dos ramos terminais nas plantas adultas, níveis de ramificação, posição do pecíolo, comprimento das estípulas, sinuosidade do lóbulo foliar e cor do pecíolo da folha verde. As variáveis foram avaliadas por estimativas visuais, com base nos descritores da (Tabela 1). 50 Tabela 1. Descrição dos caracteres morfológicos utilizados na caracterização dos acessos de Manihot spp. Caráter Classes fenotípicas Tipo de planta 1- Compacta 2- Aberta 3- Guarda Sol 4- Cilíndrica Cor da folha apical 1-Verde Claro 2-Verde Escuro 3-Verde Arroxeado Forma do lóbulo central 1-Ovóide 2-Elíptica-Lanceolada 3-Obovada-Lanceolada 4-Lanceolada Cor da nervura 1-Verde 2-Verde com vermelho em menos da metade do lóbulo Número de lóbulo 1-Três Lóbulos 2-Cinco Lóbulos 3-Sete Lóbulos 4-Nove Lóbulos Hábito de crescimento 1-Reto 2-Zig-zag Cor dos ramos terminais nas plantas adultas 1-Verde 2-Verde Arroxeado 3-Roxo Níveis de ramificação 1-Uma 2-Duas 3-Três 4-Quatro 5-≥ Cinco Posição do pecíolo 1-Inclinado para cima 2-Horizontal Comprimentos das estípulas 1- Curta 2- Longa Sinuosidade do lóbulo foliar 1-Liso 2-Sinuoso Cor do pecíolo da folha verde 1-Verde Avermelhado 2-Vermelho 3-Roxo 51 Para as características morfométricas foram medidas, as variáveis de crescimento: AP - altura de planta (cm) utilizando uma fita métrica, a partir da base do solo até ápice da folha; DMC- diâmetro médio do caule (mm) com paquímetro digital a 20 cm do solo. Além destas variáveis foram realizadas contagens do NGA- número de gemas axilares, NR- número de ramos, NF- número de folhas, NFL número de flores, NRFL- número de ramos florais, NFR- número de Frutos, NFS – número de folhas senescentes. (Figura 1). (a) (g) (b) (c) (d) (e) (f) (h) (i) Figura 1. Obtenção das medidas dos marcadores agronômicos nos 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.): ( a ) altura da planta (cm); ( b ) diâmetro do caule (mm), ( c ) número total de gemas axilares; ( d ) número total de ramos por planta; ( e ) número total de folhas; ( f ) número de flores; ( g ) número de ramos florais; ( h ) número de frutos e ( i ) número de folhas senescentes. 52 Após a planta atingir maturidade, final de floração e início de frutificação, foram retirados de cada acesso 3 folhas completas de onde se tomou as medidas de: CPFcomprimento de pecíolo da folha (cm), utilizando uma régua graduada, medido a partir da inserção do pecíolo na haste principal até a inserção da folha; DBPF- diâmetro da base do pecíolo da folha (mm); DMPF- diâmetro médio do pecíolo da folha (mm); DSPF- diâmetro superior do pecíolo da folha (mm), com auxílio de um paquímetro digital; CLC- comprimento do lóbulo central (cm) medido a partir da inserção do pecíolo na haste principal até o ápice do lóbulo mediano da folha; LMLC- largura mediana do lóbulo central (cm), LSLC- largura superior do lóbulo central (cm), CLMcomprimento entre os lóbulos medianos da folha (cm) , CLBF- comprimento entre os lóbulos basais da folha, todas realizadas com uma régua graduada (Figura 2). Os dados quantitativos foram submetidos a ajustes de normalidade por meio da equação: x‟= √(x+0,5). Os caracteres quantitativos obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram agrupadas por meio do teste de critério de Scott Knott (1974), a 5% de probabilidade. Em seguida, a dissimilaridade foi gerada pela distância generalizada de Manhalanobis (D²) e a análise de agrupamento foi obtida pelo método UPGMA (SNEATH & SOKAL, 1973). A análise de bootstrap foi realizada para verificar e dar suporte estatístico aos nós internos dos dendrogramas gerados por meio o método de agrupamento UPGMA utilizando-se o programa Genes (CRUZ, 2006). O ponto de corte do dendrograma e definição dos grupos foram gerados pelo método hierárquico descrito por Mojena (1977) que sugere procedimento baseado no tamanho relativo dos níveis de fusões (distâncias) no dendrograma, conforme inequação descrita anteriormente no capítulo I. A validação dos agrupamentos foi determinada pelo coeficiente de correlação cofenético (Sokal e Rohlf, 1962). A quantificação da contribuição relativa das características morfométricas na divergência genética foi estimada utilizando a metodologia proposta por Singh (1981). 53 (j ) ( o ) ( r ) ( l ) ( m ) ( n ) ( p ) ( q ) ( s ) ( t ) Figura 2 - Obtenção das medidas dos marcadores agronômicos nos 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.): ( j ) comprimento do pecíolo da folha (cm); ( l ) diâmetro da base do pecíolo da folha (mm); ( m ) diâmetro da porção mediana do pecíolo da folha (mm); ( n ) diâmetro proximal do pecíolo da folha (mm); ( o ) comprimento do lóbulo central (cm); ( p ) largura do lóbulo central (cm); ( q ) largura superior do lóbulo mediano (cm); ( r ) comprimento entre os lóbulos basais da folha (cm); ( s ) comprimento entre os lóbulos medianos da folha (cm); ( t ) número e formato de lóbulos das folhas. 54 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos evidenciaram a existência de variabilidade genética (Figuras 3 e 4). Para os caracteres morfológicos (Figura 3), a partir do corte no dendrograma, em aproximadamente 70%, foi observada a formação de 8 grupos de dissimilaridade, evidenciando a presença de diversidade entre os acessos avaliados, onde a maioria se concentraram no grupo VIII com total de 26 acessos dos 55 avaliados. O grupo VI e o grupo I apresentaram apenas um único indivíduo isolado, sendo o acesso do grupo I o mais distante geneticamente quando comparado com os demais. Os demais grupos, apesar de menos populosos verifica-se variabilidade entre os acessos de um mesmo local de origem. Vieira et al. (2007) estudando a diversidade genética de 356 genótipos de Manihot esculenta utilizando os descritores morfológicos semelhantes aos avaliados nesta pesquisa detectaram ampla variabilidade genética entre os acessos avaliados, Afirmam que o uso dos descritores morfológicos é apropriado em programas de melhoramento para expressar a variabilidade presente em um banco de germoplasma a partir de avaliações de múltiplos caracteres. Resultados semelhantes foram também obtidos por Campos et al. (2010) avaliando a caracterização de 53 genótipos do gênero Manihot, utilizando análise de agrupamento com base em características qualitativas e quantitativas, demonstraram ser essas eficientes no estudo de diversidade servindo de suporte para trabalhos de melhoramento. A menor dissimilaridade encontrada foi entre os acessos Junco 7 e Barra de Santa Rosa 10, a maior entre Junco 7 e Pedra Lavrada 3, podendo os mesmos serem utilizados em programa de melhoramento. Essa distância genética provavelmente pode se dar por se tratar de acessos originários de localidades opostas impossibilitando a troca de material genético entre eles. O coeficiente de correlação cofenético (CCC) obtido entre a matriz de distância de dissimilaridade e a matriz de distância cofenética, foi de (r= 0,74*) com uma baixa distorção e baixo estresse (Tabela 2), considerado alto e adequado, indicando uma boa correlação entre as matrizes de distância e de agrupamento. Cruz e Carneiro (2006) quanto maior o CCC menor será a distorção do agrupamento havendo a concordância entre os valores originais de dissimilaridade e os representados pelo dendrograma, possibilitando a confiabilidade nos dados gerados. 55 Apresentou ainda porcentagens de distorções (4,79%) e de estresse (21,90%) que, segundo a escala de Kruskal (1964) são classificados como bons, mostrando um bom ajuste entre a matriz de similaridade genética e a representação gráfica do dendrograma (Tabela 3). Tabela 2. Correlação cofenética de 12 caracteres morfológicos avaliados nos 55 acessos de (Manihot spp.). Correlação cofenética (CCC): 0,74 Graus de liberdade: 1483 Valor de t: 41,828 Probabilidade: 0,000 * Distorção (%): 4,7991 Estresse (%): 21,9069 A análise dos resultados obtidos com base nas classes fenotípicas e suas respectivas frequências podem afirmar que os acessos pertencentes ao BAG de maniçoba, apresentam variabilidade genética, uma vez que apenas para o caráter crescimento de estípulas não foi detectada variabilidade, todos os acessos avaliados apresentam estípulas curtas, os demais caracteres apresentaram ampla variabilidade. Esses resultados permitem o estabelecimento da hipótese de que esses acessos possuem ampla base genética, o que pode ser explicada pelo fato de se tratar de espécies consideradas selvagens (Tabela 4). Segundo Asare et al. (2011) as características morfológicas são úteis para a avaliação preliminar, pois oferecem uma abordagem fácil e rápida para avaliar a extensão da diversidade. Dentre os caracteres avaliados nas classes fenotípicas, os mais importantes para utilização da espécie como forrageira são: tipo de planta, cor da folha, número de lóbulos, hábito de crescimento, níveis de ramificação, conforme os resultados apresentados na (Tabela 3). Dentre os caracteres considerados observou-se que dos 55 acessos avaliados 28 apresentaram tipo de planta cilíndrica correspondendo a 50,91%, cor de folhas verde escuro 90,91%, 85,45% com cinco lóbulos, 52,73% com hábito de crescimento reto, níveis de ramificação acima de 5 sendo representado por 41,82%, esses fatores poderão 56 ser levados em consideração na escolha dos acessos em futuros programas de melhoramento da espécies, pois proporcionarão um melhor manejo, aproveitamento fotossintético, e uma maior produção de folhas, e consequentemente uma maior produção de forragem. 57 VIII VII VI V IV III II I Figura 3. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), utilizando-se 12 descritores morfológicos. 58 Tabela 3. Caracteres avaliados nas classes fenotípicas (morfologia) e frequência de acessos em cada uma das classes. Caráter Classes fenotípicas Tipo de planta 1- Compacta 2- Aberta 3- Guarda Sol 4- Cilindrica 1-Verde Claro 2-Verde Escuro 3-Verde Arroxeado 1-Ovóide 2-Elíptica-Lanceolada 3-Obovada-Lanceolada 4-Lanceolada 1-Verde 2-Verde com vermelho em menos da metade do lóbulo 1-Três Lóbulos 2-Cinco Lóbulos 3-Sete Lóbulos 4-Nove Lóbulos 1-Reto 2-Zig-zag 1 14 12 28 4 50 1 3 3 46 3 42 Frequência de acessos (%) 1,82 25,45 21,82 50,91 7,27 90,91 1,82 5,45 5,45 83,64 5,45 76,36 13 4 47 3 1 29 26 23,64 7,27 85,45 5,45 1,82 52,73 47,27 1-Verde 2-Verde Arroxeado 3-Roxo 1-Uma 2-Duas 3-Três 4-Quatro 5-≥ Cinco 1-Inclinado para cima 2-Horizontal 1- Curta 2- Longa 1-Liso 2-Sinuoso 1-Verde Avermelhado 2-Vermelho 3-Roxo 28 26 1 5 9 6 12 23 29 26 55 0 38 17 42 9 4 50,91 47,27 1,82 9,09 16,36 10,91 21,82 41,82 52,73 47,27 100,00 0,00 69,09 30,91 76,36 16,36 7,27 Cor da folha apical Forma do lóbulo central Cor da nervura Número de lóbulos Hábito de crescimento Cor dos ramos terminais nas plantas adultas Níveis de ramificação Posição do pecíolo Comprimentos das estípulas Sinuosidade do lóbulo foliar Cor do pecíolo da folha verde N° de acessos Dos 18 caracteres quantitativos avaliados, pode-se observar a existência de diferenças significativas (P<0,05) entre os acessos para 14 variáveis. Esses resultados revelam a existência de variabilidade fenotípica entre os acessos avaliados, podendo ser 59 levados em consideração para a definição de estratégias de conservação de germoplasma, bem como o seu uso no programa de melhoramento genético de maniçoba. Nick et al. (2010) demonstraram através dos resultados da análise de variância, diferenças para todas as características fenotípicas avaliadas, retratando a presença de variabilidade para os caracteres agronômicos semelhantes aos utilizados nesse estudo, comprovando a eficiência das mesmas em estudos de diversidade. Essa existência de ampla variabilidade fenotípica era esperada uma vez que os genótipos avaliados foram de origens diversas (Apêndice, capítulo I). Essa divergência genética encontrada possibilitará a tomada de decisão na escolha das características desejáveis nos futuros genitores, visando a obtenção de uma cultivar forrageira de alta produção de biomassa com alta qualidade de forragem e excelente palatabilidade. Vieira et al. (2008) verificaram diferenças para todos os caracteres quantitativos aferidos, semelhantes ao dessa pesquisa, o que revela a existência de diferenças no potencial agronômico dos genótipos e justificaram ampla variabilidade uma vez que foram avaliados acessos de diferentes origens. Os valores de herdabilidade foram altos, acima de 70%, exceto para a variável CLBF (48,72%). Os maiores valores de herdabilidade encontrados foram para as variáveis LMLC (97,2%) e CLMF (98,02%) seguido do NR (83,86%), NFolhas (85,74%) e AP (83,13%), características favoráveis para produção de forragem, auxiliando na escolha dos acessos como genitores para o melhoramento da espécie como forragerira. Valores altos de herdabilidade devem ser considerados na eficiência do processo seletivo das características a serem melhoradas. A relação entre o coeficiente de variação genético/coeficiente de variação ambiental (CVg/CVe) foi maior do que 1 para todas as características, com maior ênfase para CLMF (4,08) e LMLC (3,40), indicando a eficácia na seleção de plantas com base nessas características, potencializando a expressão do genótipo no ambiente. 60 Tabela 4. Análise de variância de 18 características morfométricas avaliadas em 55 acessos de (Manihot spp.) Quadrados médios FV GL AP DMC(mm) NGA NR N Folhas NFL NRFL NFR NFS Acesso 54 8.27* 0.89* 0.18* 1.95* 21.23* 1.04* 0.46* 6.4* 5.24* Resíduo 110 1.39 0.1 0.03 0.31 3.02 0.04 0.07 1.28 0.84 Total 164 Média 10.97 4.7 3.37 2.28 7.05 0.81 0.83 2.02 1.99 CV (%) 10.75 6.82 5.15 24.56 24.67 25.32 33.11 55.74 46.13 1.28 1.59 1.30 1.32 1.42 2.81 1.29 1.15 1.32 83.13 88.41 83.58 83.86 85.74 95.95 83.4 80 83.91 Razão CVg/CVe Herdabilidade (%) Quadrados Médios FV GL CPF (cm) DBPF (mm) ns DMPF (mm) 0.08 ns DSPF (mm) CLC (cm) LMLC (cm) LSLC (cm) CLMF CLBF 0.56* 1.05* 0.18* 3.21* 0.96 ns 0.08 0.02 0.03 0.06 0.49 Acesso 54 0.78* 0.15 Resíduo 110 0.09 0.03 Total 164 Média 3.71 2.2 1.96 2.17 3.78 2.87 2.37 3.56 4.09 CV (%) 8.19 8.77 6.81 6.24 7.84 5.97 7.59 7.06 17.16 Razão CVg/CVe 1.58 1.01 1.13 1.93 1.35 3.40 1.23 4.08 0.56 0.01 0.22 ns 0.01 Herdabilidade (%) 88.2 75.36 79.27 91.76 84.45 97.2 82 98.02 48.72 AP= altura de planta; DMC= diâmetro médio do caule (mm); NGA= número de gemas axilares; NR= número de ramos; NFolhas= número de folhas; NFL= número de flores; NRFL= número de ramos florais; NFR= número de frutos; NFS= número de folhas senescentes; CPF= comprimento de pecíolo da folha (cm); DBPF= diâmetro da base do pecíolo da folha (mm); DMPF= diâmetro médio do pecíolo da folha (mm); DSPF= diâmetro superior do pecíolo da folha (mm); CLC= comprimento do lóbulo central (cm); LMLC= largura mediana do lóbulo central (cm); LSLC= largura superior do lóbulo central (cm); CLMF= comprimento entre os lóbulos medianos da folha (cm); CLBF= comprimento entre os lóbulos basais da folha. ns - não significativo 61 Verificou-se a formação de grupos distintos com base na comparação de médias dos caracteres quantitativos. A variável com maior número de grupos distintos foi DMC formando seis grupos cujas médias variaram de 10,73 mm para o acesso 53 a 36,49 mm para o acesso 16 (Tabela 5). Essa característica confere a planta, capacidade de suporte e sustentação da mesma, principalmente por se tratar de uma espécie arbustiva-arborea. Para as variáveis, altura de planta (AP), número de gemas axilares (NGA), número de ramos florais (NRF), número de folhas senescentes (NFS) houve a formação de três grupos (a, b e c) (P<0,05) pelo teste de Scott Knott. Dos 55 acessos avaliados, para a variável altura de planta, 11 acessos ficaram agrupados no grupo (a) sendo consideradas plantas de maior porte com valores que variaram de 226,30 cm para o acesso 24 a 155,30 cm acesso 1; 27 acessos no grupo b (porte mediano) variando entre 147,50 cm para o acesso 33 e 115,00 cm para o acesso 43. As de porte menores ficaram no grupo c, 17 acessos, variando entre 100,40 cm para o acesso 34 e 58,60 cm para o acesso 53. Segundo Rós et al. (2011) a altura da planta é uma característica importante para a adequação do espaçamento, para a definição do potencial de competição com plantas daninhas e para a utilização das ramas como material de propagação, plantas mais altas e ramificadas geralmente tendem a ter um maior potencial de produção de folhagem. De acordo com Tomich et al. (2008), a altura de plantas adultas do gênero Manihot normalmente varia de um a dois metros, embora algumas variedades alcancem quatro metros. Plantas altas, contudo, também são mais susceptíveis ao acamamento, o que dificulta o processo de colheita do material, além de diminuir a atividade fotossintética (GOMES et al., 2007). Os menores grupos formados foram para as variáveis número de flores (NFlores), número de frutos (NFrutos), comprimento entre os lóbulos basais da folha (CLBF), formando apenas 2 grupos por variáveis analisadas. O número de Flores e Frutos deve ser levado em consideração para a espécie quando se deseja realizar cruzamentos entre os acessos e propagação dos mesmos por meio de sementes. Para número de ramos (NR), número de folhas (NFolhas), diâmetro da base do pecíolo da folha (DBPF), diâmetro médio do pecíolo da folha (DMPF), comprimento do lóbulo central (CLC) e largura superior do lóbulo central (LSLC) formaram 4 grupos. Para comprimento de pecíolo da folha (CPF), diâmetro superior do pecíolo da folha (DSPF), comprimento entre os lóbulos medianos da folha (CLMF) foram formados 5 62 grupos. Essas características são importantes na escolha dos genitores, pois, busca-se utilizá-la como forrageira, uma vez que as mesmas poderão proporcionar uma maior produção de matéria seca. Os maiores valores encontrados para comprimento entre os lóbulos mediano das folhas foram entre os pertencentes ao grupo a, variando entre 28,30 cm para o acesso 3 e 24,15 cm para o acesso 30 podendo esses serem selecionado com possível genitor, em se tratando da utilização da espécie como forrageira. Ledo et al. (2011) afirmaram que a relação entre comprimento/largura do lóbulo central, bem como a largura do lóbulo central exercem influência sobre a taxa fotossintética e, por consequência, na produção de massa foliar. A característica que mais divergiu pelo teste de média foi a largura mediana do lóbulo central (LMLC) formando 8 grupos distintos com maiores valores, variando entre 16,00 cm para o acesso 15 e 18,50 cm para o acesso 18, ambos pertencentes ao grupo a (4 acessos), e os menores valores para os acessos 48 e 53 com 3,80 cm e 3,30 cm respectivamente, os demais se distribuíram em grupos intermediários. Barbosa (2013) em estudo sobre a caracterização morfométrica dos clones de mandioca, encontrou para a maioria de seus clones avaliados uma média entre 4,4 cm e 2,98 cm e afirma que lóbulos foliares estreitos permitem menor sombreamento entre as folhas da mesma planta, o que possibilita uma melhor distribuição e utilização dos raios solares para a fotossíntese. Observou também no mesmo estudo que as cultivares de lóbulos estreitos e intermediários expressam maiores produções em relação às cultivares de lóbulos largos. 63 Tabela 5. Agrupamento de médias de 18 caracteres morfométricos avaliados em 55 acessos de (Manihot spp.) Acesso AP (cm) DMC (mm) NGA NR N Folhas NFL NRFL N frutos NFS CPF (cm) DBPF (mm) DMPF (mm) DSPF (mm) CLC (cm) LMLC (cm) LSLC (cm) CLMF (cm) CLBF (cm) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 155,30a 133,60b 115,20b 176,10a 111,00b 79,00c 153,00a 146,00b 143,00b 108,50c 165,30a 144,30b 121,30b 150,00b 117,30b 173,00a 143,30b 169,30a 150,00b 127,60b 144,30b 63,50c 77,60c 226,30a 118,00b 79,60c 76,60c 164,00a 32,37b 26,90c 16,81e 35,17a 17,65e 16,52e 20,66d 20,81d 20,82d 24,52c 28,54c 25,53c 19,55d 28,41c 20,64d 36,49a 26,73c 25,65c 26,47c 21,02d 23,44c 19,57d 17,84e 29,76b 20,87d 18,34d 16,19e 25,25c 90b 55b 22b 198a 29b 10c 27a 21b 28c 100a 94b 42b 36b 35b 37b 138a 36b 48a 41b 18b 16b 8c 16c 54a 17b 37c 17c 39a 11b 11b 1d 16a 2d 1d 4c 5c 2d 8b 9b 11b 5c 6b 6b 23a 8b 10b 5c 1d 4c 1d 1d 11b 6b 4c 1d 9b 199a 104b 20d 142a 32d 31d 54c 72b 12d 112b 54c 81b 54c 72b 38c 188a 39c 62c 62c 12d 43c 7d 27d 106b 41c 32c 23d 120b 2b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 26a 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 5b 0c 1c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 2c 0c 9a 0c 0c 2c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 28a 0b 0b 22a 3b 1b 12a 1b 4b 18a 24a 7b 10b 20a 1b 0b 4b 5b 26a 8b 2b 1b 1b 7b 3b 1b 0b 2b 25a 12a 1c 33a 7c 0c 15b 3c 1c 24a 13b 22a 2c 0c 6c 22a 8b 12b 1c 2c 4c 3c 5c 8b 11b 2c 3c 8b 17,50b 16,20b 17,50b 8,50e 17,00b 12,30d 17,40b 17,60b 14,10c 10,10d 13,80c 10,10d 10,00d 6,50e 15,80c 18,00b 12,80c 12,30c 12,60d 13,30c 16,60b 9,00d 10,10d 16,00c 10,60d 6,80e 13,70c 15,10c 7,58a 4,5b 6,28a 2,83d 5,29b 3,32d 5,60a 3,79c 4,50b 3,69c 4,58b 3,80c 4,62b 2,86d 6,21a 4,74b 4,74b 5,02b 5,44a 3,95c 4,27c 3,90c 3,19d 3,58c 4,12c 3,05d 3,62c 5,84a 4,78b 3,64c 5,89a 2,29d 3,55c 2,85d 4,26b 3,62c 3,38c 4,09c 3,61c 3,08d 3,5c 2,55d 3,80c 3,01d 3,83c 3,64c 3,69c 3,58c 3,79c 2,92d 2,89d 3,27c 3,08d 2,17d 3,73d 3,32c 5,12b 4,82c 7,89a 2,81e 4,33c 3,89d 4,82c 4,52c 4,12d 3,2e 4,48c 3,39d 4,15d 2,33e 4,85c 3,38d 4,61c 4,82c 3,82d 3,98d 4,62c 2,55e 3,05e 3,85d 3,39d 2,21e 2,94e 4,03d 18,83a 15,66b 19,5a 11,5c 14,33b 12,23c 17,3a 17,83a 13,00c 10,50d 14,23b 16,33b 13,83c 13,00c 19,07a 18,83a 19,33a 18,50a 12,17c 10,33d 17,66a 13,66c 12,16c 16,33b 12,88c 11,1c 15,83b 19,83a 8,50e 5,83f 9,07d 6,50f 6,00f 4,25h 7,50e 7,50e 7,15e 4,75g 7,05e 12,15b 12,50b 11,10c 16,00a 15,50a 14,50a 14,50a 12,00b 12,00b 12,50b 11,20c 10,30c 11,60b 11,30c 9,30d 14,00b 14,00b 6,60a 3,50d 8,60a 4,30c 4,80c 4,30c 5,30b 5,55b 5,60b 3,90d 5,90b 5,80b 6,20b 5,60b 7,05a 5,25b 7,00a 7,00a 7,00a 6,10b 6,65a 5,10b 4,50c 6,65a 5,50b 4,65c 4,80c 5,80b 23,00a 21,45b 28,30a 17,80c 19,30b 13,10d 19,00b 21,50b 12,90d 12,75d 16,25c 4,80e 4,65e 4,00e 5,60e 3,50e 5,90e 5,30e 5,50e 5,30e 5,50e 3,60e 4,00e 5,15e 4,30e 3,80e 4,00e 5,15e 21,80a 19,30a 27,80a 15,65b 17,15a 15,65b 17,10b 21,40a 20,90a 13,95b 20,50a 15,65b 10,00b 7,60b 20,90a 19,25a 21,50a 21,00a 21,00a 11,55b 16,15b 16,00b 14,00b 19,30a 16,15b 13,65b 15,50b 18,50a AP= altura de planta; NGA= número de gemas axilares; DMC= diâmetro médio do caule (mm); NR= número de ramos; NFolhas= número de folhas; NFL número de flores, NRFLnúmero de ramos florais; NFR= número de frutos; NFS= número de folhas senescentes; CPF= comprimento de pecíolo da folha (cm); DBPF= diâmetro da base do pecíolo da folha (mm); DMPF= diâmetro médio do pecíolo da folha (mm); DSPF= diâmetro superior do pecíolo da folha (mm); CLC= comprimento do lóbulo central (cm); LMLC= largura mediana do lóbulo central (cm); LSLC= largura superior do lóbulo central (cm); CLMF= comprimento entre os lóbulos medianos da folha (cm); CLBF= comprimento entre os lóbulos basais da folha. *Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si do grupo genético a 5% pelo teste Scott-Knott. 64 Continuação Tabela 5 Acesso AP (cm) DMC (mm) NGA NR N Folhas NFL NRFL N frutos NFS CPF (cm) DBPF (mm) DMPF (mm) DSPF (mm) CLC (cm) LMLC (cm) LSLC (cm) CLMF (cm) CLBF (cm) 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 142,60b 145,30b 178,00a 98,60c 147,50b 100,40c 168,70a 121,30b 77,30c 161,80a 136,00b 142,00b 126,00b 100,50c 115,00b 117,30b 134,00b 63,40c 88,50c 64,00c 88,00c 82,30c 112,30b 118,00b 58,60c 80,60c 84,00c 18,86d 28,50c 30,23b 19,60d 22,52d 17,33e 27,25c 17,60e 14,65e 29,20b 20,53d 21,70d 18,62d 19,53d 21,83d 23,82c 21,51d 18,30d 16,52e 18,60d 16,52e 16,75e 16,56e 16,34d 10,73f 20,77d 18,73d 20b 22b 41a 6c 16b 7c 134a 35b 6c 86a 39b 31b 19b 7c 35b 31b 24b 8c 10c 8c 8c 8c 17b 24b 3c 4c 10c 3d 5c 8b 1d 9b 3c 15a 6b 5c 10b 5c 6b 5c 3c 4c 4c 4c 1d 2d 1d 2d 1d 1d 3c 2d 2d 2d 37c 74b 72b 25d 52c 14d 163a 37c 44c 194a 57c 60c 49c 42c 24d 67b 73b 17d 38c 17d 41c 12d 19d 44c 25d 35c 45c 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 0b 1b 1b 0b 1c 0c 0c 0c 0c 0c 1c 0c 0c 0c 1c 0c 0c 0c 1c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 1c 1c 0c 4b 0b 15a 0b 0b 3b 15a 2b 2b 40a 3b 16a 7b 0b 7b 1b 29a 0b 0b 0b 0b 0b 0b 4b 0b 3b 3b 2c 0c 3c 0c 0c 3c 9b 4c 3c 2c 2c 5c 2c 2c 1c 16b 1c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 0c 1c 15,50c 24,80a 13,00c 9,20d 19,80b 11,80d 15,80c 9,90d 9,80d 9,50d 12,10d 16,30b 13,90c 16,50b 8,00e 21,30a 13,00c 18,30b 16,40b 6,80e 13,80c 10,80d 15,50c 14,50c 13,50c 14,70c 13,10c 4,83b 5,42a 4,63b 3,99c 3,61c 4,22c 6,07a 4,89b 4,29c 3,99c 5,77a 5,54a 4,71b 4,55b 3,92c 5,46a 5,46a 4,09c 4,28c 2,68d 3,99c 3,05d 3,91c 4,22c 2,53d 4,56b 4,04c 4,44c 3,99b 2,97c 2,95d 3,35d 3,51c 3,96c 2,53c 2,28d 4,12d 4,03c 3,53c 3,60c 3,05c 4,45d 3,85b 3,61c 3,65c 2,20c 3,46d 2,80c 3,36d 2,91c 2,43d 3,71d 2,79c 2,81d 4,13d 9,24a 4,27c 5,27b 5,10b 3,78d 4,01d 4,38c 2,73e 2,94e 5,68b 4,28c 4,10d 4,45c 3,43d 4,81c 4,89c 6,25b 5,78b 3,48d 4,82c 3,95d 5,28b 5,27b 3,60d 5,78b 2,99e 16,17b 16,83b 18,33a 9,8d 13,13c 12,50c 15,87b 12,50c 9,5d 11,5c 13,67c 18,83a 15,67b 15,33b 9,67d 16,83b 14,50b 14,37b 11,83c 7,67d 11,47c 10,37d 11,88c 10,60d 7,80d 10,27d 10,30d 12,00b 8,40e 12,50b 5,00g 5,90f 5,70f 6,20f 5,30g 5,00g 5,50g 6,80e 7,30e 5,20g 5,00g 3,80h 8,20d 5,80f 6,20f 5,30g 3,50h 6,25f 4,10h 5,05g 4,60g 3,30h 3,60h 5,00g 5,10b 7,00a 5,10b 3,50d 5,20b 4,15c 4.50c 3,50d 4,50c 4,50c 5,50b 4,85c 3,30d 4,05c 3,30d 6,30a 5,15b 5,55b 5,40b 3,05d 5,65b 3,80d 5,60b 4,70c 3,60d 6,00b 4,70c 4,80e 24,15a 4,80e 13,60d 17,85c 13,80d 22,00b 16,15c 12,80d 14,65d 16,30c 24,50a 17,50c 22,15b 14,15d 26,15a 17,30c 21,65b 20,30b 10,80d 17,23c 16,10c 19,50b 14,10d 12,60d 19,35b 11,20d 15,60b 26,00a 19,80a 11,25b 17,45a 18,15a 19,80a 16,30b 15,30b 15,50b 19,15a 24,65a 19,00a 14,80b 13,30b 13,00b 12,65b 24,50a 16,00b 9,40b 15,60b 15,40b 14,45b 17,10a 9,50b 11,15b 16,00b AP= altura de planta; NGA= número de gemas axilares; DMC= diâmetro médio do caule (mm); NR= número de ramos; NFolhas= número de folhas; NFL número de flores, NRFLnúmero de ramos florais; NFR= número de frutos; NFS= número de folhas senescentes; CPF= comprimento de pecíolo da folha (cm); DBPF= diâmetro da base do pecíolo da folha (mm); DMPF= diâmetro médio do pecíolo da folha (mm); DSPF= diâmetro superior do pecíolo da folha (mm); CLC= comprimento do lóbulo central (cm); LMLC= largura mediana do lóbulo central (cm); LSLC= largura superior do lóbulo central (cm); CLMF= comprimento entre os lóbulos medianos da folha (cm); CLBF= comprimento entre os lóbulos basais da folha. *Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si do grupo genético a 5% pelo teste Scott-Knott. 65 Neste trabalho, pôde-se detectar diferenças de variação, sendo a variável de maior contribuição o comprimento entre os lóbulos central representando 19,17%, característica de grande importância em se tratando da utilização da espécie como forrageira, pois o tamanho de folha pode inferir num maior percentual de massa foliar (Tabela 6). Tabela 6. Contribuição relativa dos 18 caracteres para diversidade - SINGH(1981) Distância Generalizada de Mahalanobis Variável Comprimento entre os lóbulos centrais (cm) S.j 62328.8829 Valor em % 19.17 Número de gemas axilares 61970.9438 19.06 Altura de Planta 54819.8265 16.86 Largura mediana do lóbulo central (cm) 43704.9942 13.44 Número de flores 28904.2794 8.89 Diâmetro superior do pecíolo da folha (mm) 12768.1688 3.93 Número de folhas 9773.5790 3.01 Diâmetro médio do caule (mm) 8148.2219 2.51 Comprimento do lóbulo mediano (cm) 7153.7547 2.20 Comprimento de pecíolo da folha (cm) 7125.7525 2.19 Número de ramos florais 6890.6698 2.12 Número de frutos 5762.5876 1.77 Número de folhas senescentes 4688.1113 1.44 Comprimento entre os lóbulos basais da folha (cm) 2635.6303 0.81 Largura superior do lóbulo central (cm) 2590.6523 0.79 Número de ramos 2224.0705 0.68 Diâmetro da base do pecíolo da folha (mm) 2146.7035 0.66 Diâmetro médio do pecíolo da folha (mm) 1435.2682 0.44 S.j.: Contribuição relativa de cada variável Seguindo o critério de relevância, o número de gemas axilares contribuiu com 19.06%, altura de planta 16,86% e largura mediana do lóbulo central 13,44% (Tabela 7). O número de gemas produtivas tem grande importância para a ramificação e, assim, pode contribuir para o aumento da produtividade de massa verde e seca, notadamente a parte da planta mais utilizadas na alimentação animal. As variáveis diâmetro da base e diâmetro médio do pecíolo da folha poderão ser descartadas em futuros estudos de melhoramento da espécie, pois contribuíram apenas com 0,66% e 0,44%, respectivamente, no estudo da diversidade entre os acessos. 66 A matriz de dissimilaridade genética gerada a partir de dados morfométricos encontra-se na (Tabela 7) demonstrado a proximidade e distanciamento entre os acessos avaliados. O par de acessos mais similar foi 47 x 49 (1,464) podendo esse ser descartado na escolha como genitor, se for levado somente em consideração à proximidade genética, enquanto o par de acessos mais dissimilar foi 16 x 48 (209,592), dentre todas as distâncias entre os acessos, o que os torna os mais indicados para serem utilizado como genitor no programa de melhoramento de Manihot spp. no mapeamento genético de genes de interesse. Segundo Cruz e Regazzi (1997), a distância genética entre os acessos deve ter prioridade dentre os critérios de escolha de genitores em programa de melhoramento, uma vez que a variabilidade é condição fundamental para o processo de seleção. 67 Tabela 7. Matriz de dissimilaridade genética obtida pela distância generalizada de Mahalanobis com base nos caracteres morfométricos, entre os 55 acessos de Manihot ssp. Areia, PB. Acesso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1 0 2 3 4 48.218 61.775 77.019 0 59.489 30.697 0 132.861 0 5 58.969 16.896 35.581 55.074 0 6 102.282 35.326 65.782 62.952 12.562 0 7 40.567 16.837 38.161 48.613 8.993 36.674 0 8 53.729 12.993 34.340 45.716 9.211 22.777 13.855 0 9 69.137 26.574 37.191 56.416 4.903 9.658 18.634 11.482 0 10 59.982 19.801 88.679 15.242 26.457 38.281 20.589 28.261 31.320 0 11 38.644 14.650 50.391 24.613 15.465 34.906 10.645 13.214 15.410 12.625 0 12 59.552 22.836 77.971 20.646 27.840 39.588 21.861 23.310 26.867 16.421 13.366 0 13 73.274 39.467 64.170 51.023 21.022 26.673 20.677 25.978 18.833 27.359 23.906 15.545 0 14 93.854 64.541 123.105 39.290 52.800 43.693 53.690 52.018 43.619 34.736 40.612 25.879 18.241 0 15 53.557 32.261 30.057 72.473 18.768 40.761 19.360 18.850 17.127 49.093 22.879 21.972 21.141 60.344 0 16 78.374 115.574 182.637 122.025 147.076 172.133 134.400 128.627 149.750 131.579 120.972 107.268 138.915 133.973 126.186 0 17 49.719 25.432 39.854 47.931 22.167 41.845 17.787 14.726 17.668 34.006 12.688 10.734 19.253 45.494 5.419 113.653 0 18 44.902 25.337 47.061 42.159 26.992 51.037 18.135 17.573 24.715 31.127 12.325 9.293 21.031 47.138 8.617 107.651 1.808 0 19 41.134 43.311 52.044 52.800 26.285 41.776 25.688 26.383 18.428 31.961 15.020 25.052 18.884 31.652 21.274 119.477 17.283 17.815 0 20 81.940 41.094 57.269 57.049 15.741 19.812 21.422 24.063 9.886 29.393 22.609 22.394 7.229 27.217 22.746 151.853 20.928 25.929 17.606 0 21 56.333 24.614 38.274 52.163 14.164 28.757 13.222 9.797 11.532 31.339 14.452 13.387 11.010 37.733 6.827 121.885 4.277 7.262 15.747 10.394 0 22 113.121 54.677 76.611 75.361 25.677 13.296 48.279 39.196 15.304 52.939 44.361 34.568 24.447 39.166 31.884 168.911 34.666 46.287 39.376 17.819 27.699 0 23 107.944 42.385 80.463 59.053 21.158 8.628 40.884 31.977 15.168 37.945 38.247 26.576 19.257 32.628 33.960 158.660 33.940 42.516 38.717 13.734 24.059 3.965 0 24 55.720 30.245 76.500 30.277 40.625 62.031 28.645 21.585 37.894 27.977 17.031 13.711 29.564 41.392 29.472 104.418 14.171 9.216 23.913 33.547 15.596 65.831 55.124 0 25 68.564 24.556 63.851 33.762 15.025 19.593 20.514 18.876 11.137 18.956 14.312 6.004 9.379 25.546 15.736 123.613 11.398 13.784 18.334 9.328 9.405 14.899 10.067 23.465 0 26 123.376 55.051 104.760 55.112 33.550 13.268 56.974 42.844 23.360 43.367 46.061 30.514 23.865 25.186 47.203 164.398 43.979 51.735 43.884 22.568 35.895 7.175 4.827 60.945 14.715 0 27 103.654 44.400 69.304 72.003 19.366 12.237 38.421 27.844 14.194 49.097 40.366 29.226 20.765 40.302 24.535 156.117 28.894 38.403 37.306 15.482 19.175 4.489 3.624 53.367 12.476 10.934 0 28 40.506 20.382 51.411 44.666 24.365 49.299 16.352 16.104 27.116 30.603 16.071 12.157 20.770 47.951 9.827 103.245 6.551 4.275 20.138 29.780 8.631 47.876 42.738 11.612 16.471 52.631 36.935 0 68 Continuação Tabela 7 Acesso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 29 61.595 26.610 45.915 54.771 10.071 21.285 14.139 11.933 9.259 30.060 18.650 16.940 9.257 34.515 10.265 125.589 11.040 13.884 15.246 8.354 3.832 22.181 17.853 22.477 8.187 27.788 13.293 12.036 0 30 53.191 33.639 20.262 93.596 33.334 62.427 32.523 21.346 35.912 69.788 33.984 61.670 57.958 105.773 30.663 151.176 32.164 34.117 45.365 53.818 28.896 84.676 79.713 45.336 56.283 100.590 71.520 34.648 38.707 0 31 44.073 28.193 53.574 39.852 27.983 49.252 18.101 17.593 23.868 25.586 9.929 13.236 19.395 36.709 16.555 113.197 6.159 5.160 10.991 23.106 8.232 47.898 43.848 7.523 17.087 52.014 40.739 6.739 13.578 36.196 0 32 102.475 36.106 70.305 61.314 16.089 6.332 35.155 29.430 14.889 35.047 36.600 40.907 22.175 41.265 45.407 174.830 44.917 51.891 43.299 18.314 31.467 21.167 14.013 63.487 22.246 19.279 21.999 50.545 22.774 62.181 49.451 0 33 67.701 15.409 50.548 43.553 12.982 20.344 21.437 6.163 13.265 30.128 17.288 27.456 25.496 47.554 27.780 130.867 22.987 25.186 30.947 23.056 14.773 41.573 32.405 24.555 20.551 39.298 31.917 24.450 15.363 25.195 25.098 23.149 0 34 81.181 25.142 51.596 53.087 5.329 5.172 21.324 16.582 3.813 26.142 20.924 28.080 20.887 43.553 27.016 157.124 26.931 34.187 29.745 13.477 19.661 13.651 10.575 48.159 11.461 17.697 13.164 34.990 13.224 52.416 34.024 8.678 17.366 0 35 24.970 12.982 66.141 28.559 27.060 54.281 18.884 20.614 35.916 19.790 11.954 25.550 39.198 55.614 36.243 102.676 28.212 23.068 27.476 48.735 30.647 73.068 62.942 23.467 31.840 69.008 63.369 16.502 30.930 40.145 20.388 54.243 24.550 39.571 0 36 67.174 16.835 50.548 45.569 7.372 13.738 16.118 15.727 10.850 17.285 18.166 25.396 19.430 45.328 28.450 146.970 26.443 29.975 30.563 19.779 21.230 27.498 20.617 42.862 14.173 28.343 25.602 27.656 15.315 47.241 29.446 10.712 17.294 5.162 26.510 0 37 98.540 37.739 80.731 52.196 16.260 5.928 39.142 31.143 14.431 31.858 33.837 34.054 25.510 39.097 42.765 166.168 44.581 50.581 39.600 23.154 35.351 14.608 10.247 62.727 15.799 9.466 16.535 48.454 25.624 79.088 51.851 12.095 27.683 7.794 48.485 14.103 0 38 65.075 38.911 114.155 17.149 43.414 48.242 42.583 38.174 42.747 18.352 22.026 29.048 35.953 25.448 63.673 131.509 47.676 42.763 28.668 44.742 44.582 65.512 53.214 31.258 32.702 46.750 61.329 38.887 40.329 80.087 30.488 47.838 35.913 43.866 20.671 37.492 39.372 0 39 43.858 18.009 26.505 52.584 7.319 23.507 10.710 9.385 9.157 25.126 12.100 25.280 17.778 50.067 15.268 133.289 15.244 16.953 17.073 18.603 11.822 36.398 31.802 30.621 16.536 42.466 32.097 16.426 11.127 22.049 17.551 20.541 13.366 13.283 19.448 7.626 26.567 38.302 0 40 37.967 15.074 32.674 48.938 10.115 34.053 9.656 7.320 14.740 26.564 9.030 28.166 31.990 61.116 19.341 132.577 16.919 18.549 21.455 31.667 16.882 48.250 44.690 28.238 24.288 56.141 39.533 15.848 16.999 25.148 15.717 39.253 17.651 19.929 12.339 15.718 37.191 35.423 8.786 0 41 61.545 14.526 49.287 45.668 5.055 13.247 14.114 9.405 9.134 20.299 15.359 27.349 23.278 46.422 27.143 142.946 25.332 29.065 27.078 22.255 18.746 30.312 23.801 37.454 17.052 32.027 23.925 24.058 12.193 40.136 24.724 15.424 12.884 6.385 20.905 4.118 17.099 30.984 8.867 8.258 0 42 68.517 15.601 42.267 57.370 3.425 8.887 16.045 9.653 8.521 30.707 22.444 33.223 24.080 52.143 26.746 149.795 28.879 35.543 36.162 21.585 18.620 26.244 20.758 47.360 20.264 31.809 20.151 29.808 14.730 35.107 34.589 11.660 11.146 6.796 30.776 7.250 16.350 45.655 10.567 15.004 4.911 0 43 89.271 33.013 82.056 40.734 17.631 10.296 32.441 29.265 15.030 19.579 26.121 32.280 22.387 28.573 49.363 159.505 42.295 47.324 33.373 19.135 33.195 23.548 16.874 52.840 18.145 17.038 27.007 46.581 23.765 73.120 40.456 6.570 24.416 7.758 40.630 8.464 9.669 28.666 21.437 32.408 11.832 15.861 0 44 45.919 18.246 35.589 60.165 12.966 37.851 7.678 15.742 23.536 34.791 20.836 29.798 25.772 61.670 21.631 135.871 23.736 26.694 37.424 27.386 16.287 49.377 42.728 38.783 27.634 60.821 39.054 22.078 21.742 27.888 29.747 38.420 21.856 28.727 27.755 24.780 43.100 57.225 16.373 19.013 23.810 14.822 43.187 0 45 50.738 30.263 54.094 48.803 14.486 29.856 10.404 21.903 19.698 20.576 14.721 29.100 14.000 34.406 32.507 150.804 30.050 30.592 19.493 19.699 21.048 45.502 38.619 37.420 23.849 46.534 40.187 26.677 18.245 44.625 21.798 25.589 24.388 22.045 22.241 16.484 30.585 24.560 12.679 16.401 13.794 18.057 21.125 19.633 0 46 87.444 37.502 29.075 93.550 13.885 15.146 36.529 20.943 11.243 62.834 37.327 57.219 44.879 82.312 30.729 180.233 38.415 49.906 45.605 32.340 29.263 29.202 29.668 71.618 35.050 44.644 25.473 51.372 28.936 31.714 52.436 24.686 24.318 15.928 59.413 25.935 28.734 77.238 21.620 28.109 22.091 12.862 36.554 31.577 39.856 0 47 79.024 28.403 33.895 73.744 6.497 8.256 23.532 14.510 7.854 41.632 28.951 43.125 25.569 59.443 28.509 168.141 34.047 41.559 36.215 19.001 21.114 26.699 21.544 56.386 24.206 33.956 21.724 40.115 18.337 31.842 42.456 10.997 14.033 9.256 45.003 13.025 17.522 56.637 11.427 23.546 12.962 4.999 20.987 20.195 22.351 6.409 0 48 154.372 66.749 123.624 75.070 42.130 12.335 73.284 61.149 35.897 55.544 66.767 62.646 44.633 46.437 82.778 209.592 79.974 90.621 73.933 38.260 63.612 23.528 16.861 100.027 39.107 14.115 30.276 89.982 51.132 116.441 86.842 11.434 50.052 23.262 91.671 33.179 14.321 64.424 55.819 76.615 39.579 34.096 14.919 74.903 55.486 46.955 33.572 0 49 81.833 30.472 40.098 66.129 7.275 5.145 25.091 14.608 5.961 37.394 27.477 35.751 19.323 47.164 26.600 163.548 30.455 37.900 31.412 13.929 18.379 18.303 13.897 51.460 17.525 22.873 15.182 37.286 15.333 39.650 38.776 8.774 14.569 6.912 45.364 11.883 11.615 50.056 11.935 25.077 13.049 6.142 16.425 22.322 21.849 9.335 1.464 26.635 0 50 115.760 41.624 73.721 66.814 16.951 1.553 43.199 29.355 13.049 41.655 41.202 46.849 32.226 47.742 50.694 185.287 50.267 60.353 49.553 22.100 36.373 15.917 10.766 71.060 24.632 14.962 16.923 60.635 27.461 71.433 58.245 5.004 25.116 6.412 63.997 15.686 8.204 54.840 28.765 41.720 17.369 12.816 9.121 45.695 36.127 19.321 11.531 8.546 8.249 0 51 84.345 31.165 40.128 66.398 7.087 7.464 22.418 13.950 6.670 37.127 27.307 38.184 20.967 49.557 30.224 163.938 31.969 38.830 34.353 13.466 18.817 24.616 19.060 49.705 20.734 28.759 20.521 39.991 15.322 37.908 39.227 8.481 12.057 7.354 46.611 12.193 16.341 52.188 12.124 25.225 12.962 6.692 15.898 22.781 21.357 12.402 2.568 29.348 2.262 8.782 0 52 74.796 22.366 50.203 49.491 6.981 7.342 21.863 12.192 6.111 26.970 19.169 30.630 19.402 42.122 29.277 150.931 28.649 32.524 26.023 14.586 17.853 26.241 18.724 39.039 15.789 25.063 21.899 31.680 12.815 35.824 30.769 7.484 7.217 6.719 32.054 8.849 12.378 33.540 9.233 19.947 7.628 6.781 10.502 26.143 16.943 16.073 5.397 27.761 4.866 10.035 4.210 0 53 142.613 66.153 109.556 90.861 37.278 11.717 69.565 56.098 36.220 62.792 71.028 69.998 48.432 58.393 79.489 193.606 83.833 94.420 75.748 40.936 62.866 30.141 20.958 103.914 43.611 23.212 29.180 91.569 49.483 108.136 93.970 18.580 45.163 24.501 90.566 36.358 14.924 74.907 55.643 74.079 39.690 30.655 24.890 67.101 56.700 38.728 26.486 10.336 22.375 10.933 25.341 27.060 0 54 75.903 34.386 43.324 72.073 12.089 11.949 26.779 24.005 12.493 40.938 30.551 45.269 23.984 51.391 36.542 161.071 40.321 47.794 36.482 19.649 26.540 29.663 25.352 62.401 27.408 35.403 29.500 46.705 25.095 39.933 46.677 10.990 19.446 14.131 47.532 16.905 18.992 54.285 15.011 32.222 19.909 9.644 19.502 21.117 19.817 14.305 4.148 30.582 4.920 14.889 5.845 8.675 26.092 0 55 87.165 31.001 67.711 50.716 10.325 3.107 30.782 21.439 7.516 28.888 26.140 30.555 20.860 35.341 34.478 157.154 35.419 42.143 29.630 15.059 24.238 12.381 8.115 50.713 12.968 11.230 12.007 39.149 17.144 61.216 39.696 9.613 18.981 5.294 42.214 12.702 3.011 35.359 20.024 28.646 12.041 10.061 8.751 32.771 23.590 20.066 10.840 16.930 6.413 6.257 10.209 6.670 17.201 12.627 0 69 A análise de agrupamento realizada pelo método UPGMA, submetido a um corte de cerca de 79%, possibilitou a formação de 5 grupos distintos bem distribuídos (Figura 4). Verifica-se a divergência entre e dentre os grupos, indivíduos de uma mesma localidade pertencentes a grupos genéticos diferentes apresentando características diferentes, podendo então ser utilizados para futuros trabalhos de melhoramento. Campos et al. (2010) avaliando a divergência genética entre 53 acessos do gênero Manihot, por meio de 28 descritores morfoagronômicos verificaram a formação de dez grupos genético e concluíram que o gênero apresenta alto grau de variabilidade, sendo, portanto, bastante diversificado, demonstrado que essas variáveis quando analisadas nas espécies do gênero Manihot apresenta alta variabilidade, podendo ser levadas em consideração dentro do estudo da análise de diversidade da espécie. Araujo et al. (2012) avaliando 10 características quantitativas e 22 qualitativas, semelhantes as utilizadas neste estudo, em 145 acessos de duas espécies silvestres de Manihot, verificaram o agrupamento dos genótipos pelo método de UPGMA a formação de 3 grupos de dissimilaridade, evidenciando a presença de diversidade genética entre os genótipos avaliados, demonstrando eficiência dos descritores morfológicos para a caracterização e estudos relacionados à determinação da diversidade genética. O dendrograma gerado a partir dos dados da matriz de dissimilaridade obtidos pela distância generalizada de Mahalanobis (Figura 4), apresentou valores de “bootstrap” com dissimilaridade de 89% e 92%, proporcionaram a confiabilidade na formação dos ramos do dendrograma. Segundo Cruz (2006), esses valores representam a junção verdadeira significativa, inferindo na consistência e adequando o dendrograma para representação de dissimilaridade entre os acessos. O coeficiente de correlação cofenético (Tabela 8) foi de 0,85%, indicando uma alta correlação entre as matrizes de distância e de agrupamento. Quanto maior for o valor da correlação, menor será a distorção provocada pelo agrupamento (MANLY, 2008). As porcentagens de distorções (11,42%) e de estresse (23,80%), segundo a escala de Kruskal (1964) são classificados como bons, mostrando um bom ajuste entre a matriz de similaridade genética e a representação gráfica do dendrograma. 70 Tabela 8. Correlação cofenética de 18 caracteres morfoagronômico avaliados nos 55 acessos (Manihot spp.). Correlação cofenética (CCC): Graus de liberdade: Valor de t: Probabilidade: Distorção (%): Estresse (%): 0,85 1483 61,678 0,0 ** 11,42 23,80 71 V 75% IV 53% III 92% II I Figura 4. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), utilizando-se 18 descritores morfométricos. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições. 89% 72 CONCLUSÃO Neste trabalho, observou-se que há variabilidade genética entre os acessos avaliados com base nas características morfológicas e morfométricas e deve ser considerada na escolha dos genitores potenciais em programa de melhoramento genético com fins forrageiros. Os acessos 4 Monteiro, 16 Soledade, 38 Boa Vista, 3 Pedra Lavrada, 7 Junco, 10 Barra de Santa Rosa, 21 Monteiro e 39 Junco, são os mais promissores como genitores. 73 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ARAÚJO, J. S.; LEDO, C. A. S.; MARTINS, M. L. L.; ARIANA SILVA SANTOS, A. S. Diversidade Genética em Acessos de Espécies Silvestres de Manihot, mediante Caracterização Morfológica. Anais... II Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos, 2012. ASARE, P. A. et al. Morphological and molecular based diversity studies of some cassava (Manihot esculenta crantz) germplasm in Ghana. African Journal of Biotechnology .v.10(63), pp. 13900-13908, 2011. BARBOSA, G. M. Caracterização morfofisiológica de clones de mandioca em Cândido Sales –BA. 2013. 140f: Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação de Mestrado em Agronomia, Vitória da Conquista, 2013. BELTRÃO, F. A. S.; FELIX, L. P.; SILVA, D. S. da; Beltrão, A. E. S.; LAMOCAZARATE, R. M. Morfometria de acessos de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffm.) e de duas espécies afins de interesse forrageiro. Revista Caatinga, v.19, n.2, p.103-111, 2006. CASTRO, J. M. da C. Inclusão do feno de maniçoba (Manihot glaziovii muell. arg.) em dietas para ovinos Santa Inês. 2004, 95f. Tese (Doutorado integrado em Zootecnia) Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal do Ceará, Areia – PB, 2004. CAMPOS, A. L. et al. Avaliação de acessos de mandioca do banco de germoplasma da UNEMAT Cáceres – Mato Grosso. Revista Tropica – Ciências Agrárias e Biológicas. v. 4, n. 2, p. 45, 2010. CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 2. ed. Viçosa: UFV,v2, p. 585, 2006. 74 CRUZ, C.D. Programa Genes:análise multivariada e simulação. UFV, Viçosa, 175p, 2006. CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 2. ed. Viçosa: UFV, 390 p. 1997. FUKUDA, W.M.G.; SILVA, S.O. Melhoramento de mandioca no Brasil. In: Cereda, M.P. Agricultura: tuberosas amiláceas Latino Americanas. São Paulo: Fundação Cargill, 2002. FUKUDA, W.M.G.; GUEVARA, C.L. Descritores Morfológicos e agronômicos para a caracterização de mandioca (Manihot esculenta Crantz). Cruz das Almas: EmbrapaCNPMF, 38p. (Embrapa-CNPMF. Documentos 38). 1998. FUKUDA, W.M.G. et al. Selected morphological and agronomic descriptors for the characterization of cassava. International Institute of Tropical Agriculture (IITA), Ibadan, Nigeria. 19 pp. 2010. GOMES, C. N. et al. Caracterização morfoagronômica e coeficientes de trilha de caracteres componentes da produção em mandioca. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, vol. 42, n. 8, p. 1121-1130, 2007. GUSMÃO, L. L.; NETO, J. Á. M. Caracterização Morfológica e Agronômica de Acessos de Mandioca nas Condições Edafoclimáticas de São Luís, MA. Revista da FZVA. Uruguaiana, v.15, n.2, p.28-34, 2008. KRUSKAL, J. B. Multidimensional scaling by optimizing goodness of fit to a nonmetric hypothesis. Psychometrika. v.29, p. 1-27, 1964. LEDO, C. A. da S. et al. Caracterização morfológica da coleção de espécies silvestres de Manihot (Euphorbiaceae – Magnoliophyta) da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento nº 53). 22p, 2011. 75 MANLY, B. F. J. Métodos estatísticos multivariados: uma introdução. 3.ed. Porto Alegre:Bookman, 229p, 2008. MARTINS, M. T. C. S., PÔRTO, N. A., BRUNO, R. L. A. E CANUTO, M. F. S. Superação da Dormência em Sementes de Maniçoba (Euphorbiaceae) sob Condições de Armazenamento. Revista Brasileira de Biociências. Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 762764, 2007. MAHALANOBIS, P. C. "On the generalised distance in statistics". Proceedings of the National Institute of Sciences of India, 2, v.1, p.49 – 55, 1936. MOJENA R. Hierarchical grouping methods and stopping rules: an evaluation. The Computer Journal 20: 359-363, 1977. NASCIMENTO, V. E.; FRANCO, D.; MARTINS, A. B. G. Aspectos morfológicos de folhas na diferenciação de plantas de Mamey. In.: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, XII, 2008, São José dos Campos – SP. Anais... São José dos Campos: 4p, 2008. NASSAR, N.M.A. Wild cassava spp.: biology and potentialities for genetic improvement. Genetic Molecular Biology. v. 23, p. 201-212, 2000. NICK, C.; CARVALHO, S. P.; JESUS, A. M. S.; CUSTÓDIO, T. N.; MARIM, B. G.; ASSIS, L. H. B. Divergência genética entre subamostras de mandioca. Bragantia. Campinas, v.69, n.2, p.289-298, 2010 RÓS, A. B. et al. Crescimento, fenologia e produtividade de cultivares de mandioca. Pesquisa Agropecuária Tropical. vol. 41, n. 4, p. 552-558, 2011. SINGH, D. The relative importance of characters affecting genetic divergence. The Indian Journal of Genetic and Plant Breeding. v. 41, p. 237-245, 1981. SNEATH, P. H.; SOKAL, R. R. Numerical taxonomy: The principles and practice of numerical classification. San Francisco: W.H. Freeman, 573 p. 1973. 76 SOKAL, R. R. and ROHLF, F. J. The comparison of dendrograms by objective methods. Taxon, v. 11 p. 33-40, 1962. SCOTT, A. J.; KNOTT, M. A. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics. Raleing. v.30, n.3, p 507-512, 1974. TOMICH, R. G. P. et al. Etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta Crantz) cultivadas em assentamentos rurais de Corumbá, MS. Embrapa Pantanal. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento nº 78). 27p. 2008. VIEIRA, E. A. et al. Variabilidade genética do banco de germoplasma de mandioca da Embrapa cerrados acessada por meio de descritores morfológicos. Científica. Jaboticabal, v.36, n.1, p.56 - 67, 2008. VIEIRA, E. A. et al. Variabilidade genética do banco ativo de germoplasma de mandioca do cerrado acessada por meio de descritores morfológicos. Planaltina: Embrapa Cerrados, 15p. (Embrapa Cerrados. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 129). 2007. 77 CAPÍTULO III Avaliação bromatológica e conteúdos de HCN dos acessos de Manihot spp. pertencentes ao Banco de Germoplasma da UFPB 78 Avaliação bromatológica e conteúdos de HCN dos acessos de Manihot spp. pertencentes ao Banco de Germoplasma da UFPB RESUMO O objetivo do estudo foi analisar a diversidade genética entre acessos de maniçoba (Manihot spp.), pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal da Paraíba, por meio de sua composição bromatológica e conteúdos de ácido cianídrico. Foram utilizados 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.). As amostras coletadas e devidamente armazenadas foram conduzidas ao Laboratório de Análise de Alimento da UFPB. Para as avaliações da composição bromatológica determinou-se os percentuais de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), material mineral (MM), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), nitrogênio indisponível em detergente ácido (NIDA), teores de lignina, celulose e hemicelulose. Os carboidratos totais (CHOT) e carboidratos não fibrosos (CNF), digestibilidade in situ, fração indigestível (FNDi). Também foram realizadas análises de determinação dos conteúdos de HCN. Para tanto foram coletadas folhas de 3 plantas por acesso, em estádio de maturação completa, final de floração e início de frutificação. Os resultados foram submetidos à análise de variância. A dissimilaridade foi gerada pela matriz de distância generalizada de Manhalanobis (D²), e a análise de agrupamento foi obtida pelo método UPGMA. Possibilitou a formação de 5 grupos de dissimilaridade com base nos caracteres bromatológicos e 7 grupos para os conteúdos de HCN, evidenciando a presença de diversidade genética entre os acessos avaliados. Houve efeito significativo (P<0,05) para todos os caracteres bromatológicos avaliados. Com base nos resultados de composição e conteúdos de HCN, os acessos 3 Pedra Lavrada, 10 Barra de Santa Rosa, 2 Barra de Santa Rosa, Juazeirinho, 46 Juazeirinho, 50 Picuí, 54 Junco e 29 Barra de Santa Rosa, 41 21 Monteiro, são os mais promissores, podendo ser utilizados como genitores em programa de melhoramento dessa importante espécie forrageira. Palavras-chaves: composição, diversidade, forragem 79 Bromatological review and HCN content of Manihot spp. belonging to the Germplasm Bank of UFPB ABSTRACT The aim of the study was to analyze the genetic diversity among accessions manicoba (Manihot spp.), Belonging to the Active Germplasm Bank (BAG), Federal University of Paraíba, by their chemical composition and content of hydrocyanic acid. 55 hits manicoba (Manihot spp.) Were used to collect and properly stored samples were conducted at the Laboratory of Food Analysis UFPB. For reviews of the chemical composition by determining the percentage of dry matter (DM), ether extract (EE), mineral matter (MM), crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), unavailable nitrogen acid detergent (NIDA), lignin, cellulose and hemicellulose. The total carbohydrates (CHOT) and non-fiber carbohydrates (NFC) estimated using the formula CHOT = 100 - ( % CP + % EE + % MM ), and NFC = 100 - ( % NDF + % CP + % EE + % MM ), in situ digestibility and indigestible fraction ( FNDi). To and analyzes for determining the content of HCN analysis sheets for all 3 plants per access in stage of full maturity, late flowering and early fruiting were collected . The results were subjected to analysis of variance the dissimilarity matrix was generated by Manhalanobis generalized distance (D2), and cluster analysis was obtained by the UPGMA method. Enabled the formation of groups of 5 based on dissimilarity bromatológicos characters and 7 groups for the contents of HCN, indicating the presence of genetic diversity among accessions. Significant effects ( P < 0.05 ) for all reviews bromatológicos characters. Based on the results of composition and content of HCN. The accesses 3 Pedra Lavrada, 10 Barra Santa Rosa, 2 Barra Santa Rosa, 29 Barra Santa Rosa, 41 Juazeirinho, 46 Juazeirinho, 50 Picuí , 54 Junco and 21 Monteiro, are the most promising and can be used with parents in the breeding program of this important forage species. Key words: composition, diversity, forage 80 INTRODUÇÃO A maniçoba desempenha importante papel no cenário nordestino, especialmente na região semiárida, onde é utilizada como alternativa para manutenção dos rebanhos de animais domésticos por ocasião de secas prolongadas. Pode ser considerada como uma forrageira de alta palatabilidade, por ser bastante procurada pelos animais caprinos, ovinos, equinos e bovinos (MARTINS et al., 2007). França et al. (2010), em estudos realizados com a espécie, destaca a maniçoba como sendo uma das plantas encontradas na região da Caatinga com mecanismos de adaptabilidade às condições semiáridas, além de apresentar elevado valor nutritivo e alta palatabilidade, podendo ser utilizada como alternativa alimentar para a produção animal nessa região. Desenvolvem-se na maioria dos solos, tanto calcários e bem drenados, como também naqueles pouco profundos e pedregosos, das elevações e das chapadas, mas podendo também ser encontrada em menor densidade em outros tipos de solos (LINHARES; SOUZA JUNIOR, 2008). Estudos comprovam que a maniçoba, pode ser considerada um recurso forrageiro de boa qualidade, além de poder ser cultivada de forma sistemática para essa finalidade, tornando-se uma realidade alimentar para caprinos e ovinos, aumentando a eficiência produtiva dos animais (Soares & Salviano, 2000; Castro et al., 2007; Silva et al., 2007). Souza et al. (2006) ao pesquisarem a composição bromatológica de silagens de maniçoba, verificaram teores de 28,54%; 10,61%; 3,66%; 50,11%; 39,62% e 16,79% respectivamente para MS, MM, EE, FDN, FDA, PB e comprovaram que a mesma pode suprir a necessidade de nutrientes na alimentação animal. A espécie pertence ao grupo de plantas cianogênicas e apresenta em sua composição quantidades variáveis de glicosídeos cianogênicos que, ao hidrolisarem-se e mediante a ação de enzima específica, dão origem ao ácido cianídrico (HCN) (CASTRO, 2004) tornando limitante a sua utilização na forma in natura. Segundo Radostits et al. (2000) os glicosídeos presente nas plantas cianogênicas são compostos secundários do metabolismo das plantas e fazem parte do sistema de defesa contra herbívoros, insetos. A maniçoba apresenta, na planta verde em início de brotação, teor médio de HCN de 1.000 mg/kg de MS. Portanto, se o animal consumir grande quantidade, pode sofrer intoxicação em poucos instantes. Araújo et al. (2001) avaliando as espécies silvestres de Manihot existentes na região de Caatinga, verificaram a intoxicação em bovinos e em 81 outros ruminantes na Região Nordeste do Brasil. Por outro lado, quando triturada e seca (fenada), o teor de HCN reduz para menos de 300 mg/kg de MS, quantidade insuficiente para provocar qualquer sintoma de intoxicação em animais, mesmo que consumida em grande quantidade e por muito tempo (Araújo & Cavalcanti, 2002). O objetivo desta pesquisa foi analisar a diversidade genética entre acessos de maniçoba (Manihot spp.), pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal da Paraíba, apartir de sua composição bromatológica e conteúdos de ácido cianídrico. 82 MATERIAL E MÉTODOS Para determinação da composição bromatológica foram utilizados 55 acessos de Manihot spp. pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma do CCA/UFPB. Foram coletadas três amostras de cada acesso contendo aproximadamente 500g de matéria verde, retiradas do terço médio da planta, sendo composta por folhas e ramos ≤ 1 cm de diâmetro, as quais foram conduzidas ao Laboratório de Análise de Alimentos pertencente ao CCA/UFPB, colocado em estufa de circulação forçada de ar a 65°C, até atingir peso constante, para determinar a matéria pré-seca segundo a metodologia de Silva e Queiroz (2006). Após a pré-secagem as amostras foram moídas em moinhos tipo Willey em peneira de 2mm de diâmetro e acondicionadas em recipiente devidamente identificados para realização das análises químicas. Determinou-se a porcentagem de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), material mineral (MM) pela metodologia de Weende (1890), proteína bruta (PB) pelo método Kjedahl (1883), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), nitrogênio indisponível em detergente ácido (NIDA) seguindo as metodologias descritas por Silva e Queiroz (2002), teores de lignina, celulose e hemicelulose pelo método de Van Soest (1994). A estimativa dos carboidratos totais (CHOT) e carboidratos não fibrosos (CNF) pelas fórmulas CHOT = 100 – (%PB + %EE + %MM) e CNF = 100 – (%FDN + %PB + %EE + %MM), respectivamente, segundo descrição encontrada em (BERCHIELLI et al., 2006). A digestibilidade e fração indigestível (FNDi) foi realizada segundo protocolo de avaliação in situ descrito por CASALI et al. (2008). Para as análises de determinação dos conteúdos de HCN, foram coletadas folhas de três plantas por acesso, em estádio de maturação completa, final de floração e início de frutificação. Imediatamente após a colheita, as folhas foram imersas em nitrogênio líquido paralisando a atividade e evitando perdas por volatilização, em seguida o material foi levado ao Laboratório de Análise de Alimentos pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba - CCA/UFPB, para a quantificação dos conteúdos de HCN conforme metodologia descrita por Ades & Hernandes (1986) com modificações (ANEXO 2). Os dados foram submetidos à análise de variância e posteriormente o teste de média (Scott-Knott) ao nível de 5% de probabilidade. Este procedimento gerou um 83 arquivo de médias e a matriz de variâncias e covariâncias foram usadas para obtenção da matriz de dissimilaridade, estabelecido pelo matriz de distância generalizada de Mahalanobis (1936). Os agrupamentos foram obtidos pelo método UPGMA (SNEATH & SOKAL, 1973) utilizando-se o programa Genes (CRUZ, 2006). O ponto de corte do dendrograma e definição dos grupos foram gerados pelo método hierárquico descrito por Mojena (1977) que sugere procedimento baseado no tamanho relativo dos níveis de fusões (distâncias) no dendrograma, conforme inequação descrita no capítulo I. 84 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dentre as 15 variáveis analisadas, houve efeito significativo (P<0,05) para todos os caracteres avaliados, indicando que há variabilidade genética entre os 55 acessos (Tabela 1). Tabela 1. Análise de variância de 15 características bromatológicas (% na MS) avaliadas em 55 genótipos de maniçoba (Manihot spp.) Quadrados Médios FV GL PB MO MM MS EE FDA NIDA FDN Genótipo 54 34.58* 2.59* 2.59* 45,3* 2,92* 30,17* 0,19* 162,37* Resíduo 55 0.35 0,03 0,03 0,06 0,42 0,36 0 22,66 Total 109 Média 15.71 92.82 7.17 26,71 5,47 27,04 1,13 42,7 CV (%) 3,81 0,18 2,35 0,97 11,84 2,23 5,27 11,14 Razão CVg/CVe 6.91 6,71 6.71 18,18 1,72 6,38 5,2 1,75 Herdabilidade (%) 98.96 98,9 98.90 99,84 85,61 98,78 98,18 86.04 Quadrados Médios FV GL FDNi DIG IN SITU LIG Genótipo 54 59,06* 173,93* 15,77* 17,6* 65,54* Resíduo 55 1,06 2,4 1,15 1,11 Total 109 Média 38,31 56,27 8,18 CV (%) 2,69 2,4 13,11 Razão CVg/CVe 5,22 5,97 2,51 2,71 CELULOSE HEMICELULOSE CHOT CNF 32,97* 216,57* 1,81 0,79 23,83 9,25 11,53 71,62 28,92 11,42 11,67 0,39 16,87 4,19 4,48 2,01 Herdabilidade (%) 98,2 98,61 92,69 93,64 97,23 97,57 88,99 MS- matéria seca; MO- matéria orgânica; MM- matéria mineral; PB- proteína bruta; EE-extrato etéreo; FDA- fibra em detergente ácido; NIDA- nitrogênio indisponível em detergente ácido; FDN- fibra em detergente neutro; FDNi- fibra indisponível em detergente neutro; DIG. IN SITU- digestibilidade in situ; LIG- lignina; CELULOSE; HEMICELULOSE; CHOT- carboidratos totais; CNF- carboidratos nãofibrosos. Os valores de herdabilidade foram altos, acima de 80%, para todas as variáveis favoráveis para produção de forragem de qualidade, Valores altos de herdabilidade influenciam possivelmente na eficiência do processo seletivo das características a serem melhoradas, essa alta herdabilidade sobre a variação genotípica proporciona efeito do genótipo sobre o fenótipo, o que poderá aumentar o efeito sobre o fenótipo auxiliando na escolha dos acessos num processo de escolha de genitores para o melhoramento da 85 espécie. Barreto e Resendes (2010) relatam a importância de altos valores de herdabilidade, afirmando que os ganhos genéticos são de alta magnitude e indicam uma situação muito favorável para a seleção. A relação entre o coeficiente de variação genético/coeficiente de variação ambiental (CVg/CVe) foi maior do que 1 para todas as características, com maior ênfase para PB (6,91) e MS (18,18), indicando a eficácia na seleção de plantas com base nessas características, potencializando a expressão do genótipo no ambiente. Verificou-se a formação de grupos distintos com base na comparação de médias dos caracteres bromatológicos (Tabela 2), a variável com maior número de grupos distintos foi MS formando quinze grupos cujas médias variaram de 37,22% para o acesso 13 a 21,31% para os acessos 49 e 51. Almeida et al. (2006) afirmam que quanto maior o teor de MS, maior aporte de nutrientes e o material se apresenta mais indicado para consumo in natura, produção de fenos e silagens de boa qualidade, valores entre 30 a 40%, dependendo do período de maturação da planta, são indicados como alimentos de boa qualidade, não comprometendo a composição dos demais nutrientes. Ferreira et al. (2009) avaliando o valor nutritivo através das análises da composição bromatológica da parte aérea de maniçoba encontraram percentuais de 34,66% MS, 6,80% MM, 19,14% PB, valores correspondentes aos encontrados entre os acessos avaliados, o que torna a espécie com características nutritivas adequadas para ser utilizada na alimentação animal. Para as variáveis EE, FDN, CNF, houve a formação de dois grupos, obtendo valores máximo de 7,4% para o acesso 36; 63,03% acesso 6 e 45,48% acesso 46 respectivamente e valores mínimos de 3,41% acesso 29, 25,05% acesso 50 e 8,26% acesso 4. Os teores de CNF foram inferiores aos recomendados por Valadares Filho et al. (2002) onde a digestibilidade da FDN e dos CNF, adequadas, em geral, devem se encontrar próximos a 50% e 90%”, respectivamente. A maioria dos teores de FDN encontrados nos acessos está de acordo com a literatura, e vem sendo utilizado na dieta animal. Segundo Cardoso et al. (2000), a quantidade ideal de FDN na dieta não está definida e pode variar de acordo com o nível de produção animal e do tipo de forragem utilizada, para tanto, o teor de FDN da ração não deve ser inferior a 25% de MS e 70% a 75% do teor de MS deve ser proveniente do volumoso. A FDN é positivamente correlacionada à ruminação e ao tempo de mastigação, promovendo adequado pH ruminal, e inversamente relacionada à ingestão de MS. Segundo Mertens (1992), a redução drástica nos níveis de fibra em dietas para 86 ruminantes pode ser prejudicial para a digestibilidade total dos alimentos, uma vez que a fibra é fundamental para manutenção das condições ótimas do rúmen. Animais ruminantes consomem não apenas para atingir máxima eficiência, mas para manter suficiente ingestão de fibras e garantir adequada função ruminal (Forbes, 1995). Os teores de PB, NIDA, DIG. in situ, HEMICELULOSE e CHOT possibilitaram a formação de 8 grupos, sendo encontrado valores para PB entre 24,70% para o acesso 7 e 9,44% acesso 47, apesar do alto teor protéico do acesso 7, o percentual de NIDA foi de 1,49% indisponibilizando parte do nitrogênio responsável por melhorar a digestibilidade e o consumo estimulando o crescimento microbiano, favorecendo a atividade celulolítica e consequentemente disponibilizando mais energia para o animal na forma de ácidos graxos voláteis (LANA, 2007). Os acessos podem ser considerados com altos percentuais de PB do ponto de vista nutricional, uma vez que os ruminantes precisam de 7,0% de PB para que possam atingir níveis de consumo e digestibilidade suficientes para sua manutenção (VAN SOEST, 1994). Costa et al. (2007) citam a maniçoba como boa forrageira para o Semiárido, com níveis de proteína bruta de 18,03%. A digestibilidade in situ variou de 74,91% para o acesso 50 a 37,43% acesso 6. Lana (2007) relata que a capacidade máxima de consumo de alimentos pelos animais encontra-se na interseção entre os fatores físicos que atuam pela distensão do aparelho digestor causado pelo consumo de fibra e por fatores fisiológicos (metabólicos) pela detecção de ácidos graxos voláteis no epitélio ruminal, sendo estes produzidos, principalmente pela fermentação ruminal, ou seja, dietas com digestibilidade entre 65% e 70% da matéria seca. Os valores encontrados nesta pesquisa estão dentro das exigências mínimas requeridas. Araújo et al. (1996) encontraram valores, 9,46% PB, digestibilidade de MS e PB de 66,8% e 54,57%, respectivamente, para o feno de maniçoba, valores próximos aos encontrados nessa pesquisa podendo a espécie ser considerada com um bom valor nutritivo. Os valores de FDA possibilitaram a formação de 9 grupos, variando entre 36,94% acesso 24 e 19,75% acesso 46. Segundo Van Soest (1994) a FDA indica a quantidade de fibra que não é digestível sendo, portanto, um dos indicadores qualitativos da forragem é composta basicamente de celulose e lignina que são os carboidratos estruturais menos digestíveis para os ruminantes, quanto menor o seu valor, maior o valor energético do alimento, na média, um bom teor de FDA na forragem fica ao redor de 30%. Moreira Filho et al. (2009) avaliando a composição 87 química das folhas de maniçoba verificaram um percentual de 20% FDA, 44,9% FDN, 24,5% CNF, 78% CHOT, 11% PB. Trabalhos realizados com objetivo de verificar a composição bromatológica da maniçoba tem sido realizados e os valores se aproximam dos encontrados nessa pesquisa, confirmando seu potencial de utilização como forrageira. Sousa et al. (2006) ao pesquisarem a composição bromatológica de silagem de maniçoba verificaram teores de 28,54% MS, 10,61% MM, 16,79% PB, 3,66% EE, 50,11% FDN e 39,62% de FDA. Medina et al. (2009) avaliando a composição bromatológica da maniçoba para ser ofertada em dietas de caprinos, verificaram 26,66% MS, 91,23% MO, 8,77% MM, 20,42% PB, 3,27% EE, 62,65% FDN, 53,09% FDA, 10,80% LIG, 67,54% CHOT e 4,84% de CNF. Barros et al. (1990) estudando a composição química e o valor nutritivo do feno de maniçoba encontraram valores 12,0% de PB, 58,6% de FDN, 17,1% de lignina, coeficientes de digestibilidade de MS e PB de 47,4 e 46,4%, respectivamente. Araújo et al. (2004), avaliando o desempenho de ovinos submetidos a dietas contendo diferentes níveis de feno de maniçoba, encontraram teores próximos ao desta pesquisa, para cinzas (7%) e inferiores para PB (11%). Essa diferença pode estar relacionada ao período de colheita, estádio de maturação, e tipo de material coletado o que pode ter comprometido a composição. Santana et al. (2009), avaliando o valor nutritivo do feno da maniçoba, obtiveram teores para PB e cinzas de 22,26 e 6,8%, respectivamente. 88 Tabela 2. Agrupamento de médias de 15 caracteres bromatológicos (% na MS) avaliados em 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) Acesso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 MS 26,49j 25,90k 18,89s 31,22e 27,24i 22,52n 30,61f 29,27g 34,68b 30,26f 27,53i 34,33b 35,27a 29,45g 28,56h 29,17g 21,86o 28,72h 32,36d 31,44e 24,58l 19,33r 26,64j 19,52r 23,27m 23,28m 31,46e 25,66k 30,29f 22,55n MO 91,76i 91,41j 92,48g 92,41g 96,63a 92,40g 91,82i 93,31f 92,71g 92,62g 91,39j 91,69i 92,65g 91,27j 91,17j 94,26d 93,13f 92,89f 93,70e 92,04h 92,46g 92,16h 94,82c 92,09h 94,15d 93,36e 93,26e 91,35j 93,25f 92,95f MM 8,23c 8,58b 7,51e 7,58e 3,36k 7,59e 8,17c 6,68f 7,28e 7,37e 8,60b 5,08c 7,34e 8,72b 8,82b 5,73h 6,68f 7,10f 6,29g 7,95d 7,53e 7,83d 5,17i 7,90d 5,84h 6,63g 6,73f 8,64b 6,74f 7,04f PB 14,61f 24,35a 13,73f 23,10b 22,55b 10,69h 24,70a 11,57g 22,25b 21,42c 12,92g 11,70g 10,70h 12,73g 15,05e 11,54g 24,35a 13,48f 22,15b 12,50g 13,72f 14,51f 20,16c 12,31g 12,17g 10,65h 21,01c 20,83c 11,00g 13,77f EE 5,69a 3,64b 3,63b 4,73b 4,42b 3,38b 4,75b 5,37b 3,7b 3,50b 6,56a 6,11a 6,82a 8,42a 7,58a 5,96a 5,42b 4,02b 5,63a 4,44b 4,98b 4,62b 5,110b 4,68b 5,16b 6,65a 7,15a 4,46b 3,41b 6,01a FDA 27,71f 25,39g 21,27i 24,77g 25,12g 32,29c 26,98f 26,58f 25,74g 27,00f 25,59g 28,40e 28,71e 25,69e 26,49f 28,66e 39,69b 27,27f 39,00e 25,30g 25,52g 23,80h 27,17f 36,94a 24,86g 34,78b 36,21a 24,94g 30,83d 30,95d NIDA 0,86g 1,77a 1,55c 1,37d 1,44c 1,23e 1,49c 0,77h 1,22e 1,49c 0,53i 1,06f 0,84g 1,25d 1,56c 0,90g 1,52c 0,60i 1,62b 1,11f 0,87g 0,77h 1,41c 0,71h 0,81h 0,94g 1,47c 1,28d 1,14e 0,90g FDN 47,59a 49,41a 51,96a 56,31a 53,87a 63,03a 51,25a 55,01a 51,71a 56,46a 39,55b 40,34b 42,00b 43,91b 37,03b 49,22a 31,17b 39,69b 36,46b 36,52b 36,12b 31,74b 35,07b 43,77b 42,83b 47,97a 47,10a 45,33a 56,92a 62,83a FDNi 33,53f 41,90c 33,05f 41,02c 36,33e 24,85i 41,33c 37,87e 43,09c 40,98c 35,73e 37,19e 37,47e 34,83f 35,70e 41,83c 44,19b 41,67c 39,99d 33,24f 34,84f 46,13b 46,90b 36,72e 44,55b 42,00c 45,54b 39,39d 40,15d 42,03c DIG. IN SITU 53,37e 48,57f 49,49f 44,66g 46,09g 37,43h 48,72f 42,95g 50,75e 45,99g 52,62e 59,63d 52,96e 56,07d 62,93c 45,75g 53,80e 58,27d 53,50e 59,94d 58,84d 68,23b 64,90c 56,20d 57,13d 47,49f 50,86e 54,63e 40,05h 27,13i LIG 6,65e 5,92e 7,97d 5,51e 6,39e 9,23d 14,31b 6,37e 13,49b 18,45a 5,52e 8,05d 8,65d 5,19e 9,78c 12,23c 10,43c 6,87e 7,88d 6,61e 5,44e 7,47d 10,54c 5,42e 9,17d 10,74c 9,57c 7,51d 6,45e 10,07c CELU LOSE 7,42d 8,61c 8,56c 7,86d 8,75c 11,42c 16,57a 6,36d 14,63b 19,78a 7,54d 9,09c 10,41c 10,54c 10,21c 12,57d 12,56d 7,10d 9,94c 6,62d 6,80d 8,60c 12,37d 6,67d 10,02c 11,47c 11,26c 9,15c 8,84c 10,81c HEMI CELULOSE 5,82d 16,50c 11,76e 16,24c 11,20e 7,43f 14,35d 11,28e 17,34c 13,98d 10,14e 8,19f 8,76f 9,43f 9,21f 13,17d 2,25c 14,10d 10,98e 7,93f 9,31f 22,32a 19,71b 0,21h 19,68b 7,21f 9,33f 14,45d 9,31f 11,07f CHOT 71,45d 63,42h 75,10b 64,57g 69,66e 78,32a 62.37 76,36a 66,76f 67,69f 71,90d 73,87c 75,12b 70,11d 68,54e 76,75a 64,56g 75,78b 65,90g 75,10b 73,75c 73,02c 69,55e 75,08b 76,81a 76,06b 65,10g 66,05g 77,83a 73,16c CNF 23,86b 14,01b 23,14b 8,26b 15,78b 15,29b 11,11b 21,35b 15,05b 11,22b 32,35a 33,53a 33,12a 26,20a 31,50a 27,53a 33,38a 35,89a 29,44a 38,57a 37,61a 41,28a 34,48a 21,21a 33,98a 28,08a 17,99b 20,71b 20,91b 10,32b MS- matéria seca; MO- matéria orgânica; MM- matéria mineral; PB- proteína bruta; EE-extrato etéreo; FDA- fibra em detergente ácido; NIDA- nitrogênio indisponível em detergente ácido; FDN- fibra em detergente neutro; FDNi- fibra indisponível em detergente neutro; DIG. IN SITU- digestibilidade in situ; LIG- lignina; CHOT- carboidratos totais; CNF- carboidratos nãofibrosos. * Médias seguidas da mesma letra nas colunas pertencem ao mesmo grupos genético a 5% pelo teste Scott-Knott 89 Continuação Tabela 2 Acesso 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 MS 26,57j 26,28j 32,61d 23,35m 32,27d 31,16e 24,61l 28,62h 34,24b 26,38j 27,24i 33,28c 30,19f 32,51d 20,22q 17,14t 18,54s 22,35n 21,31o 22,52n 21,31o 22,27n 22,62m 27,07i 22,31n MO 91,63i 93,25f 93,09f 92,57g 92,20h 92,34g 93,55e 91,39j 94,46d 94,13d 94,15d 92,62d 93,16f 93,17f 93,38e 93,60e 93,24f 93,19f 90,56k 91,80i 93,67e 91,27j 95,47b 92,92f 92,53g MM 8,36c 6,74f 6,90f 7,46e 7,79d 7,65e 6,61g 8,62b 5,53h 5,86h 5,84h 7,40e 6,63f 6,82f 6,61g 6,39g 6,75f 6,89f 9,43a 8,10c 6,32g 8,72b 4,52j 7,07f 4,38d PB 24,75a 18,31d 21,98b 14,85f 14,54f 14,28f 12,64g 16,02e 16,16e 14,33f 13,48f 12,07g 13,88f 15,30e 14,56f 16,44e 9,44c 13,62f 13,54f 10,35h 14,10f 14,31f 15,75e 15,52e 12,86e EE 5,16b 5,68a 4,45b 6,03a 6,81a 7,40a 7,30a 3,55b 6,58a 6,69a 6,89a 6,25a 6,38a 6,59a 6,19a 5,52a 5,48a 5,77a 4,62b 4,42b 5,00b 5,23b 4,52b 6,81a 5,80a FDA 25,88g 30,12d 22,25h 32,05h 25,13g 32,51c 27,51f 22,96h 25,80g 27,31f 33,35b 24,94g 24,65g 23,42h 24,63g 19,75i 21,74h 23,01h 31,94c 20,30i 26,67f 27,52f 27,37f 25,35g 22,16h NIDA 1,50c 1,61b 1,26d 1,46c 1,55c 0,72h 1,33d 0,88g 0,95g 0,89g 0,95g 0,80h 1,33d 0,87g 0,65i 1,15e 0,78h 1,00f 0,85g 1,22e 1,35d 1,44c 0,86g 1,27d 1,13e FDN 53,18a 43,00b 51,42a 43,68b 37,74b 41,15b 35,46b 36,43b 35,36b 36,20b 36,56b 33,34b 36,64b 34,89b 29,52b 26,14b 35,59b 32,12b 35,18b 25,05b 35,92a 45,85a 45,13a 54,79a 45,51a FDNi 42,18c 53,84a 47,62b 33,53f 38,60d 33,23f 40,45d 35,02f 31,51g 40,02d 38,88d 45,92b 39,54d 39,55d 31,85g 32,85f 27,56h 31,56g 37,42e 42,74c 29,02g 33,08f 35,23f 37,88e 33,95f DIG. IN SITU 49,28f 56,96d 53,54e 56,28d 62,22c 59,32d 63,00c 63,54c 64,60c 62,76c 63,40c 66,62c 64,32c 63,08c 69,44b 73,82a 64,37c 67,85b 63,49c 74,91a 69,05b 57,11d 54,83e 45,17g 56,95d LIG 7,70d 16,19a 8,03d 9,86c 9,87c 6,29e 10,15c 6,49e 6,49e 7,22d 8,17d 7,00d 7,98d 6,41e 3,59e 3,85e 4,85e 5,66e 8,20d 7,66d 7,94d 9,20d 8,95d 6,98d 7,32d CELU LOSE 9,99c 17,91a 9,86c 10,38c 10,01c 8,45c 11,17c 7,08d 8,27d 8,61c 8,98c 7,77d 7,94d 6,99d 4,67d 5,21d 4,81d 5,69d 8,23d 7,70d 7,98d 9,23c 8,98c 7,01d 7,36d HEMI CELULOSE 16,29c 23,71a 25,37a 1,47h 13,46d 0,71h 12,93d 12,05e 5,71g 12,71d 5,35g 20,97b 14,89d 16,13c 6,48g 13,09d 5,81g 8,55f 5,47g 22,43a 2,35h 5,55g 7,86f 12,52d 11,78d CHOT 61,71h 69,25e 66,66f 71,67d 70,85d 70,65d 73,60c 71,80d 71,71d 73,10c 73,77c 75,25b 72,89c 71,27d 72,62c 71,63d 73,21c 72,69c 72,62c 77,11a 74,57b 71,71d 75,19b 70,59d 73,86c MS- matéria seca; MO- matéria orgânica; MM- matéria mineral; PB- proteína bruta; EE-extrato etéreo; FDA- fibra em detergente ácido; NIDA- nitrogênio indisponível em detergente ácido; FDN- fibra em detergente neutro; FDNi- fibra indisponível em detergente neutro; DIG. IN SITU- digestibilidade in situ; LIGlignina; CHOT- carboidratos totais; CNF- carboidratos nãofibrosos. * Médias seguidas da mesma letra nas colunas pertencem ao mesmo grupos genético a 5% pelo teste Scott-Knott CNF 8,52b 26,25a 15,23b 27,98a 33,10a 29,50a 38,14a 35,37a 36,34a 36,90a 37,10a 40,91a 36,25a 36,38a 43,09a 45,48a 37,61a 41,57a 36,92a 52,05a 38,65a 25,86a 30,06a 15,79b 28,34a 90 A análise de agrupamento realizada com pelo método UPGMA, submetido a um corte de cerca de 78%, possibilitou a formação de 5 grupos distintos, bem distribuídos (Figura 1). Verificou-se a divergência entre indivíduos de uma mesma localidade pertencente a grupos genéticos diferentes, podendo então ser utilizados para futuros trabalhos de melhoramento. De acordo com o dendrograma gerado a partir dos dados da matriz de dissimilaridade obtidos pela distância generalizada de Mahalanobis (Figura 1), pode-se inferir que os acessos 29 Barra de Santa Rosa e 10 Barra de Santa Rosa foram os mais distantes geneticamente, podendo esses serem utilizados como possíveis genitores na escolha dentro de um processo de seleção para melhoramento da espécie. Além de “bootstrap” de 63%, 74%, 81% e 93%, esses valores de dissimilaridade proporcionaram a confiabilidade na formação dos ramos do dendrograma. Segundo Cruz (2006), representam a junção verdadeira significativa, inferindo na consistência e adequando o dendrograma para representação de dissimilaridade entre os acessos. 91 V 63% IV 74% III 81% 91% II I Figura 1. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D 2), utilizando-se 15 variáveis bromatológicas. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições. 92 Foi possível verificar agrupamento de médias pelo teste Scott-Knott (Tabela 3), a formação de 16 grupos distintos com base no conteúdo de HCN dos 55 acessos do gênero Manihot avaliados, com diferenças significativas (p<0,05) entre os acessos. A diferença entre o acesso 11 com o maior concentração de HCN 241,2 mg/kg e o acesso 20 com menor concentração 34,2 mg/kg, possibilita a utilização dos mesmos como possíveis genitores dentro de um programa de melhoramento. Silva et al. (2009) avaliando 29 acessos do gênero Manihot verificaram que os mesmos apresentaram valores variando de 97,2 mg/Kg MS a 324,0 mg/Kg MS. Valle et al. (2004) avaliando o cruzamento entre genótipos recombinantes mostraram uma variação do potencial cianogênico bastante ampla, de 31,2 a 645,3 mgHCN/kg. Os autores reduziram o potencial cianogênico a valores inferior a 100 mg HCN/kg, comprovando a eficiência no processo de seleção. Tabela 3. Agrupamento com base nos conteúdos de HCN (ácido cianídrico) avaliados em 55 acessos de Maniçoba (Manihot spp.) Acesso mg/kg MS Acesso mg/kg MS Acesso mg/kg MS 11 241,2 a 33 151,2 g 19 111,6 j 28 219,6 b 44 147,6 h 42 113,4 j 9 217,8 b 39 145,8 h 5 109,8 j 7 207 c 2 140,4 h 8 106,2 k 10 201,6 c 51 138,6 h 16 104,4 k 4 201,6 c 45 136,8 h 48 104,4 k 41 185,4 d 54 136,8 h 6 97,2 k 1 180 e 12 133,2 i 25 90 l 13 180 e 22 133,2 i 3 86,4 l 29 178,2 e 18 131,4 i 47 77,4 m 26 169,2 f 55 129,6 i 31 64,8 n 43 165,6 f 14 126 i 32 68,4 n 23 158,4 g 24 126 i 37 68,4 n 30 158,4 g 38 122,4 i 40 63 n 34 158,4 g 50 120,6 i 17 54 o 49 158,4 g 36 117 j 35 54 o 21 156,6 g 46 117 j 20 34,2 p 15 154,8 g 27 115,2 j 53 154,8 g 52 115,2 j * Médias seguidas da mesma letra nas colunas pertencem ao mesmo grupos genético a 5% pelo teste Scott-Knott 93 Os resultados encontrados demonstraram elevada quantidade de HCN considerados como alto grau de intoxicação. Segundo Araújo et al., (2004) o consumo acima de 2,4 mg de HCN/Kg de peso corporal, pode causar intoxicação e até morte do animal. Esse critério deve ser levado em consideração na escolha dos genitores, não só a relação animal, mas também os fatores relacionados com a planta, pois o mesmo serve como mecanismo de defesa para as plantas. Com o dendrograma gerado a partir dos dados da matriz de dissimilaridade obtidos pela distância generalizada de Mahalanobis (Figura 2), foi possível separar os acessos em 7 grupos distintos, sendo o acesso 54 Junco e 2 Barra de Santa Rosa os mais divergentes. Os valores de “bootstrap” foram de 62%, 72%, 84%, 875, 89% e 97% em sua maioria proporcionaram a confiabilidade na formação dos ramos do dendrograma. Segundo Cruz (2006), valores acima de 90% representam a junção verdadeira significativa, inferindo na consistência adequando o dendrograma para representação de dissimilaridade e similaridade entre genótipos avaliados. 94 VII 62% 89% VI V 87% 84% IV III 72% 97% II I Figura 2. Dendrograma resultante da análise de 55 acessos de maniçoba (Manihot spp.) obtido pelo método UPGMA baseado nos dados de dissimilaridade genética, obtidos pela matriz de distância generalizada de Mahalanobis (D2), com base nos conteúdos de HCN. Valores do “bootstrap” em percentagem para 100 repetições. 95 CONCLUSÃO A composição bromatológica e os conteúdos de HCN demonstra ampla variabilidade genética entre os 55 acessos analisados. Os acessos 3 Pedra Lavrada, 10 Barra de Santa Rosa, 2 Barra de Santa Rosa, 21 Monteiro, 29 Barra de Santa Rosa, 41 Juazeirinho, 46 Juazeirinho, 50 Picuí, e 54 Junco, 21 Monteiro, são os mais promissores, podendo ser utilizados com genitores em programa de melhoramento dessa importante espécie forrageira. 96 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADES TOTAH, J. J.; HERNANDES, L. Presencia de ácido cianhidrico em forrages cultivadas em México. Agricultura Técnica em México. v. 12, p.77-90, 1986. ALMEIDA, A. C. S. et al. Avaliação bromatológica de espécies arbóreas e arbustivas de pastagens em três municípios do Estado de Pernambuco. Acta Science Animal. Maringá, v. 28, n. 1, p. 1-9, 2006. ARAÙJO, G. G. L. et al. Consumo voluntário e desempenho de ovinos submetidos a dietas contendo diferentes níveis de feno de maniçoba. Revista Ciência Agronômica, v.35, n.1, p.123-130, 2004. ARAÚJO, G.G.L.; CAVALCANTI, J. Potencial de utilização da maniçoba. II SIMPÓSIO PARAIBANO DE ZOOTECNIA, 2002, Areia. Anais... Areia: Simpósio Paraibano de Zootecnia/ Gmosis, 2002. (CD-ROM). ARAÚJO, E.C. et al. Valor nutritivo e consumo voluntário de forrageiras nativas da região semi árida do Estado de Pernambuco – VII Maniçoba (Manihot epruinosa Pax & Hoffmann). In: SIMPÓSIO NORDESTINO DE ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES, 6., 1996, Natal. Anais... Natal: Sociedade Nordestina de Produção Animal, p.194, 1996. BARROS, N.N.; SALVIANO, L.M.C.; KAWAS, J.R. Valor nutritivo de maniçoba para caprinos e ovinos. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.25, n.3, p.387-392, 1990. BARRETO, J. F.; RESENDES, M. D. V. Avaliação genotípica de acessos de mandioca no Amazonas e estimativas de parâmetros genéticos. Revista de Ciências Agrárias. v.53, n.2, p.131-136, 2010. BERCHIELLI, T.T.. et al. Nutrição de ruminantes. Jaboticabal: Funep, 583p. 2006. 97 CASALI, O. A. et al. Influência do tempo de incubação e do tamanho de partículas sobre os teores de compostos indigestíveis em alimentos e fezes bovinas obtidos por procedimentos in situ. Revista Brasileira de Zootecnia. v.37, n.2, p.335-342, 2008. CARDOSO, R.C. et al. Consumo e digestibilidades aparentes totais e parciais de rações contendo diferentes níveis de concentrado, em novilhos F1 Limousin x Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, p.1832-1843, 2000. CASTRO, J.M.C. et al. Desempenho de cordeiros Santa Inês alimentados com dietas completas contendo feno de maniçoba. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.3, p.674-680, 2007. CASTRO, J. M. da C. Inclusão do feno de maniçoba (Manihot glaziovii muell. arg.) em dietas para ovinos Santa Inês. 2004, 95f. Tese (Doutorado integrado em Zootecnia) Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal do Ceará, Areia – PB, 2004. COSTA, F. G. P. et al. Avaliação do feno de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Paz & Hoffman) na alimentação de aves caipiras. Revista Caatinga, v.20, n.3, p.42-48, 2007. CRUZ, C.D. Programa Genes: aplicativo computacional em genética e estatística. UFV, Viçosa, pp. 648, 2006. FERREIRA, A. L. et al. Produção e valor nutritivo da parte aérea da mandioca, maniçoba e pornunça. Revista Brasileira de Saúde Produção Animal. v.10, n.1, p.129136, 2009. FORBES, J.M. Voluntary food intake and diet selection in farm animals. Wallingford: CAB International, 532p. 1995. LANA, R.P. Nutrição e alimentação animal (mitos e realidades). Viçosa: UFV, 2 ed. 344 p, 2007. 98 MAHALANOBIS, P. C. "On the generalised distance in statistics". Proceedings of the National Institute of Sciences of India, 2, v.1, p.49 – 55, 1936. MARTINS, M. T. C. S., PÔRTO, N. A., BRUNO, R. L. A. E CANUTO, M. F. S. Superação da Dormência em Sementes de Maniçoba (Euphorbiaceae) sob Condições de Armazenamento. Revista Brasileira de Biociências. Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 762764, 2007. MEDINA, F.T. et al. Silagem de maniçoba associada a diferentes fontes energéticas na alimentação de caprinos: desempenho animal. Acta Scientiarum. Maringá, v. 31, n.2, p.151-154, 2009. MERTENS, D.R. Análise da fibra e sua utilização na avaliação de alimentos e formulação de rações. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE RUMINANTES, 1992, Lavras. Anais… Lavras: Universidade Federal de Lavras, p.188, 1992. MOJENA R. Hierarchical grouping methods and stopping rules: an evaluation. The Computer Journal 20: 359-363, 1977. MOREIRA FILHO, E. C. et al. Composição química de maniçoba submetida a diferentes manejos de solo, densidades de plantio e alturas de corte. Revista Caatinga. Mossoró, v.22, n.2, p.187-194, 2009. RADOSTITS, O. M. et al. Clínica Veterinária: Um tratado de doenças de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e eqüídeos. 9 ed. p. 1631-1636. 2000. SANTANA, A.F., NASCIMENTO, T.V.C., LIMA, M.C. Valor nutritivo da mandioca brava (Manihot spp.). PUBVET, v.2, n.13, p. 1-8, 2008. SILVA, D.S. et al. Feno de maniçoba em dietas para ovinos: consumo de nutrientes, digestibilidade aparente e balanço nitrogenado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.5, p.1685-1690, 2007. 99 SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 235 p. 2006. SOARES, J.G.G.; SALVIANO, L.M.C. Cultivo de maniçoba para produção de forragem no Semiárido Brasileiro. Petrolina: Embrapa Semiárido, 2000 (Instruções Técnicas, 33). 6p. 2000. SOUZA, E. J. O. et al. Qualidade de silagem de maniçoba (Manihot epruinosa) emurchecida. Revista Archivos de Zootecnia. v.55, n. 212, p. 351-360, 2006. SNEATH, P. H.; SOKAL, R. R. Numerical taxonomy: The principles and practice of numerical classification. San Francisco: W.H. Freeman, 573 p. 1973. VALADARES FILHO, S.C., ROCHA JÚNIOR, V.R., CAPPELLE, E.R. Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos para Bovinos. 1ª ed. Viçosa, DZO-DPI-UFV. 297p, 2002. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of ruminant. Ithaca: Cornell University Press, 1994. VALLE. T.L. et al. Conteúdo cianogênico em progênies de mandioca originadas do cruzamento de variedades mansas e bravas. Bragantia, Campinas, v.63, n.2, p.221-226, 2004. 100 CONSIDERAÇÃO FINAL Os dados revelados pela análise de RAPD, associados aos resultados das análises quantitativa e qualitativa, fornecerão subsídios para a criação e o desenvolvimento de novos acessos. Assim, o potencial genético da espécie poderá ser otimizado a partir da variabilidade genética disponível, vislumbrando a produção de genótipos com alto potencial forrageiro. 101 APENDICE 102 Tabela 1. Coordenadas Geográficas dos acessos de Manihot spp. do banco de germoplasma do CCA/UPFB, coletados nos Estados da Paraíba e Pernambuco. Grau de Acesso Locais de Coleta Km Espécie Estado Altitude (m) Latitude Longitude Domesticação 46 Juazerinho 221 Manihot spp. Silvestre PB 554 S 07° 04‟ 04‟‟ W 36° 34‟ 40‟‟ 47 Juazerinho 221 Manihot spp. Silvestre PB 554 S 07° 04‟ 04‟‟ W 36° 34‟ 40‟‟ 1 Juazeirinho 226 Manihot spp. Silvestre PB 554 S 07° 04‟ 04‟‟ W 36°34‟ 40‟‟ 30 Juazeirinho 227 Manihot spp. Silvestre PB 554 S 07° 04‟ 04‟‟ W 36° 34‟ 40‟‟ 41 Juazeirinho 232 Manihot spp. Silvestre PB 554 S 07° 04‟ 04‟‟ W 36° 34‟ 40‟‟ 55 Juazeirinho 238 Manihot spp. Silvestre PB 554 S 07° 04‟ 04‟‟ W 36° 34‟ 40‟‟ 26 Monteiro 128 Manihot spp. Silvestre PB 577 S 07°47‟10.5” W 37°00‟41.9” 21 Monteiro 128 Manihot spp. Silvestre PB 577 S 07°47‟10.5” W 37°00‟41.9” 13 Monteiro 136 Manihot spp. Silvestre PB 577 S 07° 10' 5‟‟ W 37° 41' 9‟‟ 4 Monteiro 140 Manihot spp. Silvestre PB 608 S 07° 10' 6‟‟ W 37° 41' 9‟‟ 51 Sumé 104 Manihot spp. Silvestre PB 562 S 07° 38‟ 13.3” W 36° 51‟ 43.1” 20 Sumé 104 Manihot spp. Silvestre PB 565 S 07°44‟18.1” W 36°57‟52.7” 40 Sumé 123 Manihot spp. Silvestre PB 563 S 07° 41‟ 48.8” W 36° 54‟ 43.0” 19 Sumé 123 Manihot spp. Silvestre PB 562 S 07° 40′ 19″ W 36° 52′ 48″ 7 Junco 256 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 9 Junco 256 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟ 49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 28 Junco 256 Manihot spp. Silvestre PB 631 S 06° 56‟ 02‟‟ W 36° 24‟ 07‟‟ 39 Junco 256 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟ 49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 44 Junco 256 Manihot spp. Silvestre PB 631 S 06° 56‟ 02‟‟ W 36° 24‟ 07‟‟ 42 Junco 259 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟ 49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 52 Junco 259 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟ 49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 54 Junco 259 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟ 49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 12 Junco 260 Manihot spp. Silvestre PB 590 S 06° 59‟ 49‟‟ W 36° 42‟ 46‟‟ 27 Picuí 8 Manihot spp. Silvestre PB 439 S 06° 36‟ 35.4” W 36° 12‟ 44.2” 50 Picuí 360 Manihot spp. Silvestre PB 537 S 06° 36‟ 35.3” W 36° 12‟ 44.7” 24 Pedra Lavrada 35 Manihot spp. Silvestre PB 578 S 06° 49‟ 57.9‟‟ W 36° 24‟ 24.1‟‟ 3 Pedra Lavrada 40 Manihot spp. Silvestre PB 596 S 06° 42' 1‟‟ W 36° 59' 6‟‟ 14 Pedra Lavrada 42 Manihot spp. Silvestre PB 596 S 06° 42' 1‟‟ W 36° 59' 6‟‟ Amostragem Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia 103 Continuação Tabela 1 Acessos Locais de Coleta Km Espécie 18 6 25 31 38 35 16 34 11 22 15 17 36 32 23 33 49 29 45 53 10 48 2 37 43 8 5 Cubatí BR 230 BR 230 BR 230 Boa Vista Boa Vista Soledade Soledade Pocinhos Pocinhos Pocinhos Pocinhos Pocinhos Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santa Rosa Barra de Santana Taquaritinga do Norte Taquaritinga do Norte Taquaritinga do Norte Santa Cruz 8 181 181 181 6 7 222 222 20 20 20 20 20 23 33 34 35 37 37 37 40 50 187 3 3 13 5 Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Manihot spp. Grau de Domesticação Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Silvestre Estado Altitude (m) Latitude Longitude Amostragem PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PE PE PE PE 475 593 603 603 581 544 456 603 675 456 456 607 456 474 473 473 532 473 473 474 473 513 381 425 433 425 433 S 06°52‟ 04‟‟ S 07° 20' 0‟‟ S 07° 10' 2‟‟ S 07° 10' 2‟‟ S 36° 35‟ 35.8” S 07° 24.5‟‟ S 07° 58' 0‟‟ S 07° 02‟ 10.2‟‟ S 07°58' 6‟‟ S 07° 58' 0‟‟ S 07° 58' 0‟‟ S 07° 02‟ 10.3‟‟ S 07° 04‟ 58.0” S 6° 46′ 58″ S 06° 12' 6‟‟ S 06° 40‟ 12.6” S 06° 36‟ 35.4” S 06° 40‟ 12.6” S 06° 40‟ 12.6” S 06° 46′ 58″ S 06° 12' 6‟‟ S 06° 58‟ 30.3” S 07° 42' 6‟‟ S 07° 54‟ 31.6” S 07° 55‟ 31.4” S 07° 31' 6‟‟ S 07° 31' 4‟‟ W 36° 21‟ 06‟‟ W 36° 58' 6‟‟ W 36° 40' 0‟‟ W 36° 40' 0‟‟ W 36° 14‟ 14.0” W 036° 35.8‟‟ W 36° 27' 9‟‟ W 36° 27‟ 40” W 36° 28' 6‟‟ W 36° 27' 9‟‟ W 36° 27' 9‟‟ W 36° 27‟ 40‟‟ W 36° 03‟ 27.9” W 35° 49′ 15 W 36° 41' 0‟‟ W 36° 05‟ 41.0” W 36° 12‟ 44.2” W 36° 05‟ 41.0” W 36° 05‟ 41.0” W 35° 49′ 15'' W 36° 41' 0‟‟ W 35° 43‟ 17.0” W 36° 57' 2‟‟ W 36° 06‟ 58.2” W 36° 06‟ 59.8” W 36° 58' 2‟‟ W 36° 59' 8‟‟ Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia Estaquia 104 ANEXOS 105 ANEXO - 1 Extração DNA de Plantas Protocolo detergente CTAB (Grattapaglia e Ferreira, 1998), adaptado 1. Pesar 180-200 mg de tecido vegetal jovem; 2. Adicionar N2 líquido e emacerar em almofariz; 3. Transferir o pó para microtubos eppendorf de 1,5 mL; 4. Adicionar 700 µL de tampão de extração CTAB 2% (c/β-mercaptoetanol); 5. Agitar por 1‟; 6. Incubar em Banho Maria 65°C por 30‟ (homogeneizar a cada 10‟); 7. Retirar do Banho Maria e deixar esfriar a temperatura ambiente; 8. Adicionar 600µL de CIA (Clorofórmio:álcool isoamílico 24:1(vv)); 9. Agitar por 1‟; 10. Centrifugar a 13400rpm por 10‟; 11. Transferir a fase superior (600 µL) para um novo microtubo; 12. Adicionar 600 µL de CIA e agitar bem; 13. Centrifugar a 13400 rpm por 5‟; 14. Transferir a fase superior (400 µL) para um novo microtubo; 15. Adicionar 40 µL do volume do Tampão de Lavagem; 16. Homogeneizar por inversão durante 5‟; 17. Adicionar 500 µL de CIA e agitar bem; 18. Centrifugar a 13400 rpm por 5‟; 19. Transferir a fase superior (280 µL) para um novo microtubo; 20. Adicionar 185µL de isopropanol ou (álcool isopropílico) frio; 21. Misturar levemente; 22. Centrifugar a 13400 rpm por 5‟; 23. Descartar o sobrenadante; 24. Secar o pellet; 25. Adicionar 1mL de etanol 70%; 26. Centrifugar a 13400 rpm por 2‟; 27. Descartar o volume de álcool deixar sobre a bancada por 10‟; 28. Adicionar 1mL de etanol absoluto; 29. Centrifugar a 13400 rpm por 2‟; 106 30. Descartar o excesso de etanol e deixar o pellet secar; 31. Ressuspender o pellet com 50 µL de TE. Eliminação do RNA 1. Adicionar 150 µL de TE contendo RNAse na concentração final de 40 µg/mL; 2. Incubar em Banho Maria a 37°C por 30‟. Todo o DNA deve estar ressuspenso ao final desse passo, caso ainda não esteja, colocar a 65°C por 10‟ e agitar levemente; 3. Deixar atingir a temperatura ambiente; 4. Adicionar NaCl 5M (ver anexo item 6) na proporção de 1:10 (NaCl:DNA ressuspenso) ,ou seja, (20 µL NaCl 5M/ 200 µL DNA); 5. Adicionar 2/3 (146 µL de isopropanol gelado) para precipitar novamente; 6. Incubar na geladeira a 4°C durante a noite ou -20°C por 3 horas. 7. Centrifugar por a 14000 rpm por 10‟; 8. Remover o sobrenadante, lavar o precipitado 1 ou 2 vezes com etanol 70%; 9. Centrifugar por a 14000 rpm por 2‟; 10. Descartar o excesso de etanol, adicionar etanol 95%; 11. Centrifugar por a 14000 rpm por 2‟; 12. Descartar o excesso de etanol; 13. Secar o pellet a temperatura ambiente por 15‟; 14. Ressuspender o pellet com 200 µL de TE; 15. Armazenar as amostra no congelador a -20°C. 107 ANEXO - 2 Extração HCN Protocolo Extração de HCN (Ades & Hernandes, 1986) , adaptado. 1. Coletar amostras de tecido vegetal imergir imediatamente em nitrogênio líquido; 2. Acondicionar e caixa de isopor com gelo; 3. Pesar 20g de tecido vegetal; 4. Adicionar N2 líquido e emacerar em almofariz; 5. Transferir o pó para tubos de ensaio de 50 mL (mesmo utilizado no digestor de proteína, Kjedahl); 6. Adicionar 50 mL de água ultra pura fecha os frascos com papel alumínio; 7. Agitar por 1‟; 8. Incubar em à 70°C por 4 hs (homogeneizar a cada 30‟); 9. Após incubação retirar do bloco digestor; 10. Adicionar 150 mL de água a 70°C homogeneizar e coar; 11. Fracionar 50 mL em três tubos de ensaio de 50 mL; 12. Adicionar 7 mL de NaOH (0,5 g em 20 mL) em cada tubo; 13. Levar para o destilador; 14. Coletar 100 mL do destilado em erlenmeyer contendo 8 mL de NH4OH (2N) + 2 mL de KI a 5%; 15. Titular com AgNO3 á 0,02 N. Conversão: 1 mL de AgNO3 á 0,02 N = 1,08 mg HCN (1Ag equivale a 2CN)