espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 CUSTO: 0,01€ pessoas a sentirem pessoas Sumário 04 - Editorial Manuel Amial 05 - Mensagem Administrador Apostólico 14 - Valor da Amizade 26 - Moral na vida pessoal e social Pedro Pimenta 15 - Aprende-se até morrer Cónego Rui Osório Frei Bernardo Domingues, O.P. 29 - Os valores e os afetos na relação educativa D. Pio Alves 06 - No limiar no quinquagésimo aniversário Cristina Figueiredo 16 - Necessidades de existência e sobrevivência 32 - Sardinhada 2013 Professor Eugénio da Fonseca Conselho de Administração Américo Ribeiro 18 - Caminhando 08 - Tempo Novo! 35 - Férias com obra 2013 Maria Teresa Souza-Cardoso João Pratas / Mónica Taipa de Carvalho Confhic 09 - Ano Europeu dos cidadãos Padre Lino Maia 20 - As visitas do Regado vão deixa-lo animado 38 - Ano da Fé Centros Sociais 3PSPHUH:VÄH:VHYLZ 41 - Conserto de Primavera 10 - A face humana da sociedade Professor Daniel Serrão 22 - <TÄSTLMLP[VWVYZP Pedro Pimenta Conselho de Administração 42 - Mensagens Espaço Solidário 12 - A cultura do Amor ao Próximo D. João Lavrador 24 - Passeio em autocarro panorâmico 43 - Amigos em crescendo João Pratas Ficha Técnica Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro Pimenta Direcção/Redacção: Manuel Pereira Amial Propriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção Social Colaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, Cristina Figueiredo, D. Carlos Azevedo, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, D. Pio Alves, Diana Cancela, Elvira Almeida, Emanuel Cunha, Filipa Martins, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Liliana Sofia Soares, Luísa Preto, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Albina Padrão, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Maria Isabel Cristina Vieira, Liliana Sofia Soares, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Pimenta, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Rute Monteiro e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, S.A.; www.lusoimpress.com Periodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da Juventude Sede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555 Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 3 4 Manuel Amial Programa Europeu de Ajuda Alimentar Obra Diocesana de Promoção Social Editorial O Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas Mais Carenciadas para o período de 2014-20120 vai substituir o actual Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a *HYLUJPHKVZ7*((*X\L[LYTPUHUVÄUHSKVWYLZLU[LHUVKL Este Fundo de Auxílio Europeu está a ser objecto de negociação, podenKVVZLZ[HKVZTLTIYVZZVSPJP[HYHWVPVÄUHUJLPYVWHYHWYVNYHTHZVWLYHJPVUHPZKL sete anos, que visem a distribuição de alimentos aos mais carenciados e de vestuário e outros bens essenciais a sem-abrigo e crianças necessitadas, estando previsto que a responsabilidade da gestão deste fundo passe do Ministério da Agricultura para o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. A instituição mais ligada a esta distribuição, o Banco Alimentar Contra a Fome, através da Presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares, Dra. Isabel Jonet, veio alertar para o risco de Portugal ver diminuído drásticamente o apoio até agora recebido do programa ainda em curso apontando, no pior dos cenários, para uma redução para metade. Certamente que se impõe uma estratégia mais cuidada na distribuição dos alimentos, mas a magnitude desta redução anunciada para um País como Portugal tPUJVTWH[x]LSJVTVH\TLU[VKHWVIYLaHX\LZL[LT]PUKVH]LYPÄJHYKLMVYTH dramática e terá efeitos muito nocívos para as pessoas que estão dependentes desta forma de ajuda. Vamos aguardar que o bom senso prevaleça e que seja salvaguarda a ajuda a quem dela efectivamente necessita. A ODPS, como entidade que gere no terreno este programa, está preocupada com a eventual redução da ajuda alimentar ou com eventuais ruturas na fase da sua substituição, que possam afectar o apoio aos seus utentes, o que espera não venha a acontecer. Mensagem Existe, na periferia de Buenos Aires, uma igreja em que se venera a imagem de S. Caetano de Thiene. A população tem-lhe uma grande devoção. No dia da sua festa (07 de agosto), o bispo da Diocese D. Jorge Bergoglio – agora Papa Francisco – nunca faltava. Este ano, não podendo estar presente, enviou uma mensagem, enquadrada no tema da festa: “Com Jesus e com S. Caetano, vamos ao encontro dos mais necessitados”. Em certo momento escreve: “Às vezes pergunto a alguém: ‘Tu dás esmola?’. 9LZWVUKLTTL!º:PTWHKYL»º,X\HUKVKmZLZTVSHÄ[HZVZVSOVZKHWLZZVHn qual dás?’. ‘Ah, não sei, não me dou conta’. ‘Então, tu não a encontraste’. Tu lançaste a esmola e foste embora. Quando dás esmola, tocas a mão da pessoa ou lanças a moeda?’. ‘Não, lanço a moeda’. ‘Então, tu não a tocaste. E se não a tocaste, também não a encontraste’ ”. A provocaçãoLZ[mJSHYHLVKLZHÄV[HTItT-HaLTMHS[HLZTVSHZ"MHaHPUda mais falta encontrar as pessoas. Melhor: deixar-se encontrar. 7HYHNHUOHYLZ[LKLZHÄVtIVTX\HSX\LYJLUmYPV6ZJHTWVZLTX\LZLmeia a Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) são terra abonada para germiUHYLTJYLZJLYLTLMY\[PÄJHYLTLZ[LZLUJVU[YVZ(JLP[HVKLZHÄV +Pio Alves, Administrador Apostólico Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 5 6 Obra Diocesana de Promoção Social Momento do Presidente Américo Ribeiro Presidente do Conselho de Administração da ODPS No limiar do quinquagésimo aniversário O passado esculpiu… o pre- seu sentir e do seu viver, coerente a social e humana e o amor ao pró- sente evoca-o com a chama de conti- cada época e à realidade da mesma, ximo em sítios onde o formato de vida nuar a servir conta já com quase meio século, isto solicita novo rosto, nova imagem, nova No conhecimento e pensamen- é, cinco décadas de bem fazer. Na sua ÄN\YH¯LLZWLYHUsH to contextualizados na vida da Obra trajetória e intencionalidade colaborou Por tanto Bem materializado, Diocesana de Promoção Social, a e colabora, incansavelmente, na cons- os cinquenta anos de existência e passagem do tempo assinala data es- trução de uma sociedade mais livre, ação desta reconhecida instituição pecial e traz consigo um vasto índice justa e solidária, na erradicação da po- WLYÄSOHT JPYJ\UZ[oUJPH JVTV]LU[L L de marcantes alegrias, memórias e vi- breza, marginalização e diferenças so- mesclada de contornos, que reprodu- vências, que fazem história notável e o ciais, na criação e sustentação de pos- zem amontoado valor social e conteú- volume dos seus feitos assume tal im- tos de trabalho e em promover o bem do afetivo de grande aceção. O limiar portância, nos campos mais sensíveis de todos sem preconceitos de origem, deste acontecimento lembra, com ên- da existência humana, que não podem raça, sexo, cor, idade e quaisquer ou- fase: está na hora de dar corpo a um deixar de ser objeto de nomeação e de tras formas de discriminação. vasto leque de ideias para estruturar e celebração peculiar. O objetivo primordial do grande organizar um ano de atividades e ini- 6 THNUPÄJLU[L ZLY]PsV X\L H projeto da Obra Diocesana de Pro- ciativas interessantes e diferenciadas, ODPS prestou e continua a dispensar moção Social defendido há, pratica- LU]VS]LUKVWISPJVLZWLJxÄJVLV\[YV a tantos cidadãos, a tantos destinatá- mente cinquenta anos, com muito mobilizando, motivando e dinamizan- rios, visando melhorar o panorama do vigor, apregoa bem alto a promoção do, momento a momento, com diretri- ... numa solidariedade e numa cidadania proativa e em busca de entre o possível e o a LÄJmJPH e a zes assentes nos princípios e valores, do júbilo e muita dedicação que todos O amor ao próximo HÄYTH que patenteiam as dinâmicas de um quantos se encontram ligados a esta o acontecimento mais extraordinário Y\TVILTKLÄUPKV causa, leguem o seu melhor para fazer da Humanidade! Ele continua a ser a Neste sentido, o Conselho de do quinquagésimo aniversário da vocação máxima e também a máxima Administração sugeriu o tema: Unidos Obra Diocesana de Promoção So- pretensão da ODPS. É o vetor da sua e felizes no amor ao próximo para cial uma festa com interpretação sin- PTHNLT KL THYJH HÄHUsHUKV X\L H o Projeto Educativo e Projeto Pedagó- gular e cunho muito próprio, volvendo verdadeira ética não está nas grandes gico do novo ano letivo. Na verdade lembranças e sentimentos de apreço declarações de generosidade, mas sim L JVT PUJVTLUZ\Ym]LS HSLNYPH JLY[PÄ- sublime, que destacam a identidade de numa solidariedade inteligente e numa cam-se cinquenta anos de serviço uma paixão e de uma missão em pro- cidadania proativa e responsável em ao próximo, com Amor. veito do próximo, pondo em exercício, busca de compromissos humanistas solidariedade generosidade, justiça, ci- entre o possível e o ideal, o presente dadania, ética… LVM\[\YVHLÄJmJPHLHQ\Z[PsHZVJPHS Cabe aqui referir que a Liga dos Amigos, através dos “Amigos em Crescendo”, reforçando uma mais 5H ÄSVZVÄH HIYHUNvUJPH L LU- “Amados, amemo-nos uns valia para a instituição, usarão da sua quadramento do Bem, ressalta, como aos outros, pois o amor procede cooperação e partilha para connosco é inteligível, o amor ao próximo, que de Deus. Aquele que ama é nascido brindar, sorrir, apresentar sugestões, abraça todos os valores absolutos e de Deus e conhece a Deus, porque festejar… organiza o principal paradigma do ser Deus é amor.” Será, naturalmente, com rasga- humano enquanto pessoa. inteligente responsável compromissos humanistas ideal, o presente e o futuro, justiça social. Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 7 8 Obra Diocesana de Promoção Social CONFHIC Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição Tempo Novo! Acreditar não é nada mais do que, na escuridão do mundo, tocar a mão de Deus! ( Bento XVI) =P]LTVZ[VKVZ\T[LTWVX\LUVZJVU]PKHnYLÅL_qV É hora de entrar mar adentro Um tempo que nos obriga a pensar o essencial . E cortar as vagas altaneiras Um tempo de grandes e profundas lições De ondas encrespados A retirar das múltiplas notícias Que se impõem às nossas frágeis barcas… Que nos chegam em catadupa Vivemos um tempo tão questionador quanto fecundo Para provocar a confusão, a distração, E uma hora decisiva que nos obriga dos problemas fundamentais da vida! A examinar o que nos move no caminho. E eis que se abre à nossa frente Um tempo Novo cheio de promessa É a fé abraâmica que nos põe a caminho? E de chamada ao essencial do viver cristão. Com que pedras estamos a construir a casa comum? 9LÄYVTVnJOLNHKHKVKVTKV,ZWxYP[V Quem confessamos ao mundo que nos olha? - o Papa Francisco ! Vivemos uma hora de radicais decisões O pastor que surpreendeu e , no passar dos dias, E de escolhas claras: surpreende o mundo e cada um de nós! Quem não é por Mim é contra Mim. O pastor que nos faz pensar até onde pode tocar Quem não junta coMigo, dispersa. A simplicidade e a verdade de uma vida Quando vos mandei sem nada faltou-vos alguma coisa? -PYTHKHUHMtLUHPUÄUP[HWV[vUJPHKV,]HUNLSOV É este um tempo que nos faz recolher ao essencial E porque não, ensaiar, desde já, o corajoso caminho À verdade que motiva tudo em nós 7YVWVZ[VWLSVUVZZV7HWHUH/VTPSPHKVÄTKV*VUJSH]L! Ao eis que vos mando do Mestre: De caminhar, de construir e de confessar Amai-vos! 1LZ\Z*YPZ[VL*YPZ[V*Y\JPÄJHKV& Padre Lino Maia Ano Europeu dos cidadãos Assinalando o vigésimo aniver- do que presente. que permite a estudantes do ensino sário da introdução da cidadania da Fraternidade, igualdade, justi- União pelo Tratado de Maastricht (em ça, liberdade e solidariedade são va- KL5V]LTIYVKL Z\WLYPVY ILULÄJPHY KL \T WLYxVKV KL formação noutro país. H*VTPZZqV lores comuns e basilares para quem Porém, pairam nuvens sobre a Europeia decidiu designar este ano de acredita que a Europa pode recom- Europa. E a falta de entusiasmo com JVTVV¸(UV,\YVWL\KVZ*PKH- por-se, não só através de poupanças que se está a celebrar o Ano Europeu dãos”. orçamentais, mas antes, e acima de KVZ*PKHKqVZtILTZPNUPÄJH[P]H O ano de 1945 pode ser con- tudo, com a capacidade de aceitar que Muito mais importante que as siderado o ano zero de uma “Europa é mais fácil sobreviver com a sabedoria Kx]PKHZ L VZ KtÄJLZ ZqV HZ WLZZVHZ unida”, como a conhecemos hoje. A do equilíbrio, num esforço comum de Não permitir que caiam em depres- Europa estava a sair da guerra e pro- encontrar esse ponto, para o qual to- são, que destruam a esperança, que punha-se assegurar uma paz sólida e das as nações europeias poderão tra- percam os seus empregos, que nasça duradoura. Iniciava-se um tempo de IHSOHYHÄYTHUKVZLWLYHU[LVT\UKV uma espiral de pobreza que leva a uma reconstrução, erigia-se um modelo JVTÄYTLaHLKL[LYTPUHsqV espiral de violência que em breve não social e anunciava-se um período de prosperidade. ,U[YL VZ WYPUJPWHPZ KLZHÄVZ controlamos e que desencadeará uma ressaltam a criação de emprego, a “crise” muito real. Um desastre, que temos que evitar! Do Tratado de Roma (1957), harmonização entre as gerações, a considerado constitutivo, ao Tratado responsabilidade social, o aprofunda- de Lisboa (2007), tido como reforma- mento da coesão social e a solidarie- dor, há um longo caminho percorrido que alterou o quadro jurídico da União permitindo-lhe funcionar num mundo globalizado. A União Europeia cresceu com uma política de “pequenos passos”, ensaiados a partir de uma componente predominantemente económica. Passos em frente, entremeados, certamente, por alguns passos de regressão. A União Europeia é hoje um es- Mais assustador que dade entre as nações, as regiões e os a própria crise económica é povos. Ressalta, ainda, a assunção de o facto de a classe política \THÄSVZVÄHO\THUPZ[HLTX\LVNSV- não conseguir ultrapassar bal da União não dilua o particular da os egoísmos regressivos ou Região ou Nação nem o particular dilua de sobranceria rácica e os o colectivo. condicionalismos que criou Hoje, confrontando-se com e pensar a economia de uma LUVYTLZ KLZHÄVZ H ,\YVWH WHYLJL forma realista e personalista querer ensaiar um retraído passo de e que ajude a encontrar soluregressão. Irreversível? ções para os problemas. Temos responsabilidades num paço de paz, onde ódios antigos e se- contexto Partilhamos A resolução de uma crise exige quelas graves de um período marcado uma construção comum alicerçada em civilizacional. ÄYTLaH UVZ VIQLJ[P]VZ JHWHJPKHKL L por horrores e calamidades parecem valores perenes, liberdade de circula- audácia para procurar soluções novas esbatidos ou mesmo sanados. Propi- ção (espaço Schengen) e residência, e inovadoras. cia a diversidade e, embora os valores podemos participar no sufrágio autár- Aliás, a procura de soluções dominantes sejam os da civilização oci- quico e europeu do lugar onde residir- para resolver as crises tem sido a força dental (greco-romana e judaico-cristã), mos, temos um mercado único, uma motriz do desenvolvimento ao longo da a pluralidade de valores está hoje mais moeda única, um programa Erasmus História da Humanidade. Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 9 10 Obra Diocesana de Promoção Social Professor Daniel Serrão Instituto de Investigação Bioética - UCP A face humana da sociedade 1. Ora aqui está um tema de de de pessoas. O aumento do nú- 2. Esta breve e sucinta expli- grande oportunidade que em boa hora mero de famílias que se reconhecem cação do que Seligman entende por o nosso Presidente me convocou para como membros de um povo forçou Sociedade Civil serve-me para ago- eu tratar neste número do nosso ”Es- a criação de estruturas de organiza- YH HÄYTHY X\L X\HUKV VSOHTVZ WHYH paço Solidário”. ção e de poder, e à vinculação a um Portugal como uma sociedade o que A sociedade, vista como a or- espaço físico terreno. Há mais de mil queremos ver é o seu rosto humano ganização dos cidadãos de uma Pátria anos, umas quantas famílias foram e não a sua estrutura burocrática e de ou Nação, tem de ter um rosto e esse ocupando um espaço terreno, com poder. E o rosto humano da socieda- rosto terá de ser um rosto humano e vista para o mar, entre os rios Douro de é o rosto das pessoas concretas, humanizador. e Minho, primeiro, depois para o sul agrupadas em famílias, onde se pra- Facilmente nos iludimos dando até, “onde a terra se acaba e o mar tica uma dinâmica de serviço mútuo e a esta palavra sociedade um sentido começa”. Esta sociedade lusitana não de poder. abstracto, transformando-a num sim- MLaZL 7V]V KLWVPZ 5HsqV WVY ÄT O rosto humano da Socieda- ples substantivo sem substância - se Estado. A Nação portuguesa, poli- de revela-se no amor que liga os seus é que me permitem o jogo de palavras. ticamente organizada tornou-se no membros entre si. Que é independen- Mas Adam Seligman, o gran- Estado português. Mas esta evolução te de toda a organização política do de teorizador da Sociedade Civil, Z}ZLQ\Z[PÄJHUHTLKPKHLTX\LMH]V- Estado e das suas práticas repressi- mostra que ela é anterior a toda a rece a vida em sociedade das famílias vas, porque o amor, como cuidado organização formal que caracteriza o portuguesas. Que são a essência da WLSV V\[YV t H Q\Z[PÄJHsqV WYPTLPYH Estado moderno. Quando um conjun- Nação. E o governo do Estado só tem e última, da família que os humanos to de famílias humanas se reconhece Q\Z[PÄJHsqV JVTV LZ[Y\[\YH KL ZLY]P- constituem e da coesão das famílias como um todo coeso, esta unidade ço à sociedade civil que é a reunião como origem da primeira sociedade, é o povo, e o povo é uma socieda- das famílias. da sociedade primária. Que, como as- Amar o outro é uma e não uma burocracia sinalei, está antes de todas as organi- lias, da mesma Sociedade portugue- Não fazer nada pelo outro zações posteriores. ZHKLZÄN\YHTHMHJLO\THUHKHUVZ- carecido, porque isso é tarefa e obri- sa Sociedade, negam o amor entre os gação do Estado Social, é uma hipo- seus membros. JYPZPH" [VKVZ VZ KPHZ ZL ]LYPÄJH X\L O drama da modernidade está em se ter quase perdido esta força do O desinteresse pelos idosos o dito Estado Social, mesmo tendo dependentes, pobres, sem família, é recursos - e tem de os ter, pois essa Então direi que no Estado mo- \TH NYH]L KLZÄN\YHsqV KH MHJL KH t H Q\Z[PÄJHsqV KH LSL]HKH [YPI\[HsqV derno a face da Sociedade está des- sociedade, que assim deixa de expri- dos rendimentos do trabalho pessoal ÄN\YHKHH[HSWVU[VX\LWVY]LaLZQm mir o amor entre os seus membros. - não sabe usá-los com amor directo e amor como o real cimento da coesão da sociedade. YLHSWLSHZWLZZVHZJVUJYL[HZ"WVYPZZV nem parece ser uma face humana. Dou, apenas, três exemplos 5}Z VZ *YPZ[qVZ [LTVZ V é até vítima de abusos e vigarices de entre os muitos que podia apresentar mandato do amor ao outro, ao próxi- falsos carenciados que o exploram in- aqui. mo, como a regra de ouro do nosso decentemente. A morte intencional do outro, agir. A Obra Diocesana de Promoção Amar o outro é uma actividade que todos os dias acontece em Por- Social cumpre diariamente este man- de proximidade e não uma burocracia [\NHSKLZÄN\YHHMHJLO\THUHKHZV- KH[VUqVLT[LVYPHZT\P[VLKPÄJHU[LZ do Estado Social. ciedade, nega o amor entre os seus das quais nada resulta, mas na práti- Que este ponha os seus recur- membros. ca concreta junto dos que precisam sos nas mãos de quem os sabe usar As desigualdades na distribui- de ver o rosto humano da sociedade. bem é dar à Sociedade a possibilida- ção do produto do trabalho, levando à Cada gesto e acção de amor de um de de mostrar o seu rosto verdadei- acumulação de lucros de milhares de Voluntário da Obra, revela, a quem o ramente humano que nos atrai, e não milhões de euros numas famílias e ao recebe, o rosto humano da sociedade, \TYVZ[VKLZÄN\YHKVX\LUVZHMHZ[H desespero da pobreza noutras famí- que somos todos nós. actividade de proximidade do Estado Social. Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 11 12 Obra Diocesana de Promoção Social D. João Lavrador Bispo Auxiliar do Porto A cultura do Amor ao Próximo A sociedade em que vivemos do amor ao próximo. experiências espirituais e as suas aspirações» (GS, 53). apresenta-se com sinais de muita Não basta o bem fazer indi- ambiguidade. Se por um lado, a po- vidual mas exige-se que o amor entre A cultura molda o ser humano deremos considerar como marcada nos critérios de julgar, nos valores que mas também é verdade que a pessoa pelo individualismo, pela ditadura do contam, nos centros de interesse, nas faz a cultura que se manifesta nas rela- económico e material, e pela profunda linhas de pensamento, nas fontes ins- ções inter-pessoais. desigualdade entre os ricos e os po- piradoras e nos modelos de vida da bres, por outro deparamo-nos com um humanidade (cfr. EN, 19). Voltando-se para a comunidade cristã, responsável por ser fer- conjunto de gestos de atenção pelos Ou dito de outro modo, o mento de amor no contexto da socie- que mais precisam e por campanhas amor ao próximo deve impregnar «to- KHKL VUKL ]P]L HÄYTH )LU[V ?=0 UH de ajuda que superam todas as expec- das as coisas por meio das quais o ho- Enciclica «Deus Caritas Est», que «o tativas. mem apura e desenvolve as múltiplas amor do próximo, radicado no amor de capacidades do seu espírito e do seu Deus, é um dever antes de mais para de indigência e de marginalidade são JVYWV"ZLLZMVYsHWVYKVTPUHYWLSVLZ- JHKH \T KVZ ÄtPZ THZ tV [HTItT um grito perante as organizações e as [\KVLWLSV[YHIHSOVVWY}WYPVT\UKV" para a comunidade eclesial inteira, e pessoas, os governos, as comunida- torna mais humana, com o progresso isto a todos os seus níveis: desde a des e os poderes públicos no sentido dos costumes e das instituições, a vida comunidade local passando pela Igreja de atenderem à dignidade humana que social, quer na família quer na comu- particular até à Igreja universal na sua se encontra ferida pela injustiça e pela UPKHKLJP]PS"LÄUHSTLU[LUVKLJVYYLY globalidade». Por isso, realça que «a falta de respeito pelos elementares di- do tempo, exprime, comunica aos ou- Igreja também enquanto comunidade reitos humanos. As situações de pobreza, tros e conserva nas suas obras, para deve praticar o amor. Consequência Urge estabelecer laços de que sejam de proveito a muitos e até disto é que o amor tem necessida- forma a que se construa uma cultura à inteira humanidade, as suas grandes de também de organização enquanto o amor ao próximo deve por meio das quais o HZTS[PWSHZJHWHJPKHKLZKV pressuposto para um serviço comuni- actuação” (cfr. TMA, 52)» (Audiência de mais para nós mesmos, mas para Ele tário ordenado» (nº 20). 15 de Dezembro de 1999). e, com Ele, para os outros» (Discurso 1m 1VqV 7H\SV 00 HÄYTV\ ]H- Na base desta civilização en- aos participantes na assembleia plená- riadíssimas vezes a necessidade de contra-se o reconhecimento da sobe- YPHKVWVU[PÄJPVJVUZLSOV*VY<U\T construir a civilização do amor. Partin- rania universal de Deus Pai como fonte de Janeiro de 2013). do da exigência Biblica «nisto reconhe- inexaurível de amor. A cultura do amor ao próximo cerão todos que sois meus discípulos, Sim, o contributo mais exce- exige que cada pessoa seja olhada pe- se vos amardes uns aos outros” (Jo lente que os cristãos poderão dar ao los olhos de Deus e amada pelo cora- 13, 35), sublinha que «os cristãos nada T\UKV WHYH H LKPÄJHsqV KH J\S[\YH ção de Deus. Não basta um conjunto podem desejar mais ardentemente do do amor ao próximo é o testemunho de gestos individuais ou de grupo para que servir sempre com maior genero- de que aceitando a Deus como Pai se socorrer as necessidades materiais, ZPKHKLLLÄJmJPHVZOVTLUZKVT\UKV proclama a dignidade sublime de toda embora em muitos casos sejam urgen- de hoje» (cfr. GS, 93). a pessoa que lhe vem pelo facto de ser tes e necessários, mas a dignidade da Reconhece que «esta tarefa ÄSOV KL +L\Z 7VYX\L Z} KLZ[L TVKV pessoa humana, sobretudo do pobre, que o Concílio Vaticano II nos entre- se reconhece verdadeiramente o pró- reclama muito mais que só se concreti- gou no encerramento da Constituição ximo como autêntico irmão igual em zará na entrega de cada um em si mes- pastoral sobre “A Igreja no mundo ac- dignidade e com direito a ser tratado mo, com todos os seus dons pessoais [\HS¹YLZWVUKLHVMHZJPUHU[LKLZHÄVKL na perfeita fraternidade. e materiais, àqueles que são verdadeiramente seus irmãos. construir um mundo animado pela lei Di-lo Bento XVI de forma su- do amor, uma civilização do amor, “fun- ISPTL HV HÄYTHY X\L V HTVY JYPZ[qV dada sobre os valores universais de encontra fundamento e forma na fé. JHIL nZ JVT\UPKHKLZ JYPZ[qZ UH LKPÄ- paz, solidariedade, justiça e liberdade, Encontrando Deus e experimentando cação da cultura do amor ao próximo. que encontram em Cristo a sua plena o seu amor, aprendemos a viver não Daqui a responsabilidade que impregnar «todas as coisas homem apura e desenvolve ZL\LZWxYP[VLKVZL\JVYWV" Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 13 14 Obra Diocesana de Promoção Social Pedro Pimenta Vogal do CA da ODPS O valor da amizade ra (parte exterior), onde contactaram os Foi num programa de volunta- Mais tarde, levados pelas con- riado internacional realizado no Porto há versas sobre a “crise” na Europa mas cerca de 7 anos que conheci alguns dos sobretudo em Portugal, estes nossos Tiveram todas as explicações membros do Kuusankoski Hiking Club, amigos cada vez mais se interessaram sobre as questões que foram sendo pos- da Finlandia. Desde esses tempos foi-se pela nossa Instituição e, por isso, como [HZ L UV ÄUHS ZHxYHT LUJHU[HKVZ JVT desenvolvendo uma sólida amizade que UVZÄUHPZKL1\SOVWWV*VVYKLUHKVYL tudo o que viram, com o que fazemos e tem perdurado no tempo. esposa – Seppo Tahvanainen e Eeva que JVTVNYHUKLWYVÄZZPVUHSPZTVKHZUVZsas Colaboradoras. nossos clientes, Idosos e Crianças. Ao longo destes anos eu e a tinham uma reunião sobre voluntariado minha mulher já os visitamos uma vez e LT *HZJHPZ WYVW\ZLYHTUVZ ]PY KPHZ Tiveram ainda a gentileza de nos recebemos no Porto por três vezes. Os mais cedo para se deslocarem ao Porto entregar mais um donativo para a Liga laços foram-se estreitando e fomos par- e conhecerem a Obra Diocesana. dos Amigos e deixaram a promessa de tilhando ideias, objetivos e sonhos em comum. Recebidos pelo nosso Presiden- continuar a colaborar e ajudar a nossa te e por mim próprio, tivemos o prazer Instituição que, segundo eles, tem um Assim nasceram as conversas e de os conduzir às instalações dos nos- valor e um papel fundamental nestes contactos sobre a nossa ODPS, seus sos Centros Sociais de S. João de Deus dias tão difíceis em que vivemos. objetivos, atividades e público a quem e Machado Vaz (parte exterior), do La- Foi-me pedido, por diversas ve- ZLY]PTVZ,MVPHZZPTX\LUVZÄUHPZKL garteiro (Infância e ATL), Cerco do Porto zes, para agradecer ao nosso Presiden- 2012 estes Amigos enviaram um donati- (Infância e Terceira Idade), S. Roque da te, Coordenadoras e Colaboradoras pela vo para a Liga dos Amigos da Obra Dio- Lameira (Infância), Rainha D. Leonor (In- amável receção em todos os Centros cesana de Promoção Social. fância, ATL e Terceira Idade) e Pastelei- que visitaram. Cónego Rui Osório Jornalista e pároco da Foz do Douro Aprende-se até morrer Aprender a conhecer, apren- No cumprimento dos quatro der a fazer, aprender a viver com pilares, poderia ser possível a forma- os outros e aprender a ser eram os ção de indivíduos autónomos, inte- quatro pilares da Educação para o lectualmente ativos e independentes, Século XXI, enunciados no relatório capazes de estabelecer relações in- da Unesco, coordenado por Jacques terpessoais, comunicar e evoluir per- Delors e apresentado em 1999. manentemente e de intervir de forma Isolar um dos pilares ou dar a consciente e proactiva na sociedade. algum mais relevo do que aos outros 1m t [LTWV KL UqV Ä_HYTVZ ZLYPHÄJHYJVT\TLKPMxJPVPUHJHIHKV a aprendizagem apenas na escolari- como as capelas imperfeitas do mos- dade, como se só as crianças e os teiro da Batalha. jovens precisassem de educação, ou A primeira proposta seria a apenas na escola, como se as famí- de despertar em cada educando a lias e as comunidades de pertença, sede de conhecimento, para que académicas e laborais, não fossem, aprendesse cada vez melhor, sendo também elas, fontes de educação ajudando a desenvolver os seus dis- contínua e permanente. É bem verda- positivos intelectuais e cognitivos que de, como se diz popularmente, que lhe permitiriam construir as suas opi- se aprende até morrer. niões e o seu pensamento crítico. Ninguém é descartável e mui- Em complemento, o patamar to menos inútil, nas nossas socieda- do aprender a fazer, para que o edu- des envelhecidas, com um manifesto cando fosse motivado para aplicar na PU]LYUV KLTVNYmÄJV L V HJLU[\HKV prática os seus conhecimentos teó- crescimento das pessoas idosas. A ricos. prática do diálogo intergeracional poA aposta do aprender a viver com os outros garantir vínculos de deria reabilitar a sabedoria da experiência de vida das pessoas idosas. paz, tolerância e compreensão, evi- Os bisavós e os avós são uma [HUKV V JVUÅP[V V WYLJVUJLP[V V\ H reserva cultural, moral e espiritual de rivalidade. incalculável valor para que a socie- (TL[HÄUHSZLYPHHKLHWYLU- dade civil como a Igreja Católica lhes der a ser, para assegurar o desenvol- prestem a devida atenção, estimulan- vimento global do educando no que do-lhes a cidadania, por um lado, e, respeita ao espírito e corpo, sensibi- por outro, a corresponsabilidade que lidade, sentido estético, responsabili- resulta da diversidade vocacional e dade pessoal e espiritualidade. ministerial na Igreja. Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 Os bisavós e os avós são uma reserva cultural, moral e espiritual de incalculável valor para que a sociedade civil como a Igreja Católica lhes prestem a devida atenção, estimulando-lhes a cidadania, por um lado, e, por outro, a corresponsabilidade que resulta da diversidade vocacional e ministerial na Igreja. 15 16 Obra Diocesana de Promoção Social Professor Eugénio da Fonseca Necessidades de existência e sobrevivência 8\L t V OVTLT WHYH [L SLT- o livre arbítrio. Este dom foi conce- tas conquistas colocam em relevo as IYHYLZ KLSL L V ÄSOV KV OVTLT WHYH dido para que, responsavelmente, o enormes potencialidades da inteligên- JVTLSL[LWYLVJ\WHYLZ&8\HZLÄaLZ- homem e a mulher possam cumprir cia humana, mas também a sofregui- [L KLSL \T ZLY KP]PUV" KL OVUYH L KL o mandato primordial de Deus: «mul- dão do conhecimento que tem levado NS}YPHVJVYVHZ[L+LZ[LSOLVKVTxUPV [PWSPJHP]VZ LUJOLP H [LYYH L Z\QLP[HP- à recusa de limites para salvaguarda sobre as obras das tuas mãos, tudo -a. Dominai sobre os peixes do mar e das gerações vindouras. De tal forma submeteste a seus pés» (Sl 8,4-7). sobre as aves dos céus, e sobre to- que já se questiona a sobrevivência Foi assim que o rei David can- dos os animais que se movem sobre de determinadas criaturas, incluindo tou a dignidade humana. Não há, de a terra» (Gn1, 28). Desde logo, inter- a humana. E as razões são muitas. facto, criatura alguma existente, pelo pretaram mal as palavras “sujeitar e A maior frequência e gravidade dos menos, das até agora conhecidas, dominar”. A sujeição passou a ser en- cataclismos, associadas às irregula- que se aproxime tanto da natureza tendida como supremacia, alicerçada res variações climáticas, atribuídas à do seu Criador e a quem Ele tivesse em formas perversas de egoísmo e o intervenção desmedida do Homem concedido tantas potencialidades (co) domínio, como a métodos opressivos na Natureza e a má utilização da e (re)criadoras como ao ser humano. que inviabilizam o acesso à liberdade energia nuclear colocou a humanida- Deu-lhe até a possibilidade de contra- de outros. de perante uma ameaça contínua de YPHYLVIZ[Y\PYVZZL\ZWSHUVZZHS]xÄJVZ Estas deturpações, associa- uma guerra que comprometeria a sua que visam a instalação, já entre nós, das a outras decorrentes do mau L_PZ[vUJPH" V WYVNYLZZV JPLU[xÄJV MLa dos frutos do Reino de Deus que são a uso da liberdade, estão na origem de “acrescentar anos à vida”, mas não justiça fraterna, a caridade, o perdão, T\P[VZ KVZ THStÄJVZ WHYHKV_VZ X\L tem sido capaz de “dar vida aos anos”. a paz,… e tudo o mais que concorra grassam pelo mundo. Com efeito, o A prová-lo está o crescente drama da para a felicidade plena e duradoura. Homem tem dominado e sujeitado solidão a que procuram sobreviver mi- Mas para que a felicidade ge- tudo o que “se move sobre a terra”, lhares e milhares de pessoas idosas rasse profunda alegria, o Criador quis conseguindo avanços tecnológicos e nos chamados países desenvolvidos e que ela fosse resultado de uma con- JPLU[xÄJVZPUHJYLKP[m]LPZ¯H[tJVUZL- ainda a morte prematura de outros – a quista e não apenas um dom. Por isso, gue viajar para além do seu planeta) maioria de tenra idade – em países dotou os humanos de um atributo que que têm contribuído para o prolon- pobre, por falta de medicamentos que mais nenhum outro ser criado possui: gamento da vida terrena. Todas es- nos custariam, a nós, pouco mais de VWYVNYLZZVJPLU[xÄJVMLa mas não tem sido um euro. O aparecimento de novas, risco de pobreza ou exclusão social, necessárias ações políticas que viabi- e cada vez mais avançadas, tecnolo- V\ZLQH]P]LLTWYP]HsqVKLYL- lizem a justiça distributiva, como se- gias tem permitido o crescimento da J\YZVZ TH[LYPHPZ KVZ X\HPZ LT jam a criação de mais emprego com riqueza mundial, o que, anacronica- situação de pobreza severa., ou seja, condições dignas, nomeadamente sa- mente, para além de estar a aumen- que não têm o mínimo indispensável SHYPHPZ" H KLÄUPsqV KL UVYTHZ [YPI\[m- tar o desemprego, não é distribuída para sobreviverem com a dignidade rias que incidam sobre os rendimentos com equidade, contribuído assim para que é devida aos seres humanos. Há maiores e que não permitam a fuga o aumento das desigualdades entre concidadãos nossos que, hoje, não KL ULUO\T WV[LUJPHS JVU[YPI\PU[L" H pessoas e povos. chegam a ter um euro por dia! Se isto aposta, em medidas de protecção 8\LT WVKLYm ÄJHY PUKPMLYLU[L já é revoltante em países designados social que encerrem a diferenciação WLYHU[LVMHJ[VKLKHWVW\SHsqV de “em vias de desenvolvimento”, mui- positiva, dando assim preferência aos T\UKPHSWVZZ\PYKVZILUZL to mais nos deve interpelar quando mais vulneráveis, sem preconceitos VZ YLZ[HU[LZ HWLUHZ " V\ HPUKH isto acontece “deste lado do mundo”.. KLX\HSX\LYVYKLT"LUÄTHKLMLZHPU- WVY KH WVW\SHsqV THPZ YPJH KL- Há quem, entre nós, não consiga fa- transigente do acesso à igualdade de [LYKVZYLUKPTLU[VZLKVZ zer, pelo menos, uma refeição com- oportunidades a todos os níveis. THPZWVIYLZ&,UX\HU[V[HSHJVU- pleta por dia e muitas são as crianças tecer não se poderá falar de justiça que chegam à escola sem comer. Sem dúvida que as medidas propostas são muito exigentes, por- social, de direitos humanos, de segu- Segundo o mesmo estudo do que obrigam a que alguns renunciem rança de pessoas e bens nem de paz 05, KH WVW\SHsqV WVY[\N\LZH a privilégios e aceitem um novo mode- entre as nações. ]P]L LT PUZ\ÄJPLU[LZ JVUKPsLZ OH- lo de organização socio-económica. No nosso país, o panorama é IP[HJPVUHPZ THPZ WYVWYPHTLU[L! Mas se a opção for a de continuar a igualmente revoltante. No quadro dos já se confrontou com más instalações alimentar a ganância de uns poucos países europeus, estamos nos lugares KL OPNPLUL S\a UH[\YHS PUZ\ÄJPLU[L V\ à custa da mera satisfação das ne- cimeiros no que respeita às desigual- WYVISLTHZ KL O\TPKHKL L ]P]L cessidades básicas de sobrevivência dades sociais, a prová-lo estão os nú- sobrecarregada com despesas habi- da maioria, jamais se alcançará a paz meros apresentados, em Julho passa- tacionais. social que almejamos e nem uns nem do, pelo INE, que refere existirem em Só a solidariedade não conse- Portugal 2,5 milhões de pessoas em guirá resolver tantas carências. São outros viverão tranquilos. ¸HJYLZJLU[HYHUVZn]PKH¹ capaz de “dar vida aos anos” Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 17 18 Obra Diocesana de Promoção Social Maria Teresa de Souza-Cardoso Educadora de Infância Caminhando Amor ao Próximo «6 de FEVEREIRO DE 1964 – 15,30 HORAS Ida ao Paço Episcopal das Assistentes Sociais Julieta Cardoso e Maria Margarida Rosas da Silva. Durante a audiência, o Senhor D. Florentino de Andrade e Silva, Ven º Administrador Apostólico da Diocese do Porto, manifestou desejo de que fosse lançado um trabalho de acção social em ligação directa com a acção pastoral, nos bairros construídos pela Câmara Municipal do Porto. (…) Em ordem à elaboração dum programa de entendimento com a Câmara 4\UPJPWHSLJVTV0UZ[P[\[VKL(ZZPZ[vUJPHn-HTxSPH]PZ[VZLYLTHZLU[PKHKLZVÄJPHPZ com responsabilidade nos bairros, o Senhor D. Florentino de Andrade e Silva falou UHYL\UPqVX\LOH]LYPHULZZLTLZTVKPHWLSHZOVYHZUH*oTHYH4\UPJPWHS (…). O Senhor D. Florentino, ao terminar a audiência, manifestou o desejo de que o trabalho começasse o mais rapidamente possível, pondo desde já ao serviço do plano e da acção a realizar, os Revdºs Padre Fernandes e Padre Albino. “FIM”» ¸*OHmusca, Bernardino – Obra Diocesana de Promoção Social” É pois assim, retratado por este excerto da preciosa acta referente à reunião tida no Paço Episcopal, que nasce a Obra Diocesana. Temos então que, a Obra Diocesana de Promoção Social, a nossa Obra, de que todos os colaboradores se orgulham profundamente, vai completar 50 anos. E sendo uma já provecta idade, tendo passado, naturalmente, por momentos melhores e menos bons, nunca deixou de ter presente, nos Bairros da Cidade do 7VY[VVUKLUHZJL\JYLZJL\LZLMVY[PÄJV\VAmor ao Próximo. Pleno da acuidade a que sempre nos habituou, o Conselho de Administração da Obra Diocesana deliberou que o tema do Projecto Educativo para o ano SLJ[P]VZLQH“Felizes e unidos no Amor ao Próximo”. E se o nosso tempo está cheio de solidariedade, onde todos, media, políticos, agentes culturais, se multiplicam e desdobram em campanhas em prol do terceiro mundo, dos mais desfavorecidos, em favorecer claramente o bem estar das pessoas, com uma nova atitude que não deixa de ser extremamente positiva, e se todos conseguimos facilmente empolgarmo-nos contra as desgraças que a televisão e a internet nos trazem todos os dias, é mais difícil termos verdadeiro amor ao nosso próximo, ao nosso vizinho, ao nosso colega, ao pobre com quem nos cruzamos na rua, ao idoso que se encontra ao nosso lado e que precisaria urgentemente da nossa atenção. Naturalmente que, com a globalização, toda a humanidade passou a ser mais próxima, mas não podemos deixar de nos preocupar com o nosso verdadeiro próximo. Como tão bem nos disse o Administrador Apostólico da Diocese do Porto, poderem continuar a Administrar a nos- D. Pio Alves, “ Amar a Deus e ao Próximo é que é necessário para, entre todos, es- sa Obra da forma exemplar e cheia de batermos as agressividades da nossa sociedade e construirmos, ou reconstruirmos, amor como o têm feito até agora. um mundo que seja verdadeira casa comum da humanidade. Para isso, o amor de Tendo sido empossado por Sua que falamos tem que ser feito de verdadeiras obras de serviço ao próximo mais Eminência Reverendíssima D. Armindo próximo”. Lopes Coelho, em Dezembro de 2004, Quando interrogado por um doutor da Lei, sobre qual o primeiro de todos os um novo Conselho de Administração mandamentos Jesus disse-lhe “ O primeiro mandamento é este: ouve, ó Israel! O presidido pelo Senhor Américo da Cos- Senhor nosso Deus é o único Senhor. E amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu ta Ribeiro, logo a Obra Diocesana deu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas mostras de um renascimento a todos os forças. O segundo mandamento é este: amarás o teu próximo como a ti mesmo. títulos notável, posicionando-a, clara- 5qVL_PZ[LV\[YVTHUKHTLU[VTHPZPTWVY[HU[LX\LLZ[LZKVPZ¹4J1LZ\Z mente, sob a Matriz Cristã e Católica considera pois que os dois mandamentos são um só, ou seja que é impossível que lhe deu origem. amar a Deus sem amar o próximo e que quem ama o próximo descobre o É que, a par da sua capacidade, por todos reconhecida, como Gestor de amor de Deus. São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios faz um verdadeiro Hino ao Amor: excelência, demonstra uma alegria con- “Irmãos: Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados. Vou mostrar- tagiante, um entusiasmo inexcedível e uma força inabalável em prol do Amor -vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo: Ainda que eu fale as línguas dos Homens e dos anjos, se não tiver amor, sou ao Próximo. Tendo voltado a merecer a con- como o bronze que ressoa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda ÄHUsH V HWVPV L V LSVNPV KV :LUOVY a ciência, ainda que eu possua a plenitude da fé a ponto de transportar montanhas, Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente, se não tiver amor nada sou. enquanto Bispo do Porto, será, segu- Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita. 6HTVYtWHJPLU[LVHTVYtILUPNUV"UqVtPU]LQVZVUqVtHS[P]VULTVYN\- ramente, uma enorme mais-valia para o futuro da nossa Diocese e da nossa Cidade. SOVZV"UqVtPUJVU]LUPLU[LUqVWYVJ\YHVWY}WYPVPU[LYLZZL"UqVZLPYYP[HUqVN\HYKH YLZZLU[PTLU[V"UqVZLHSLNYHJVTHPUQ\Z[PsHTHZHSLNYHZLJVTH]LYKHKL"[\KV A todos nós, colaboradores desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O dom da profecia acabará, o dom fortemente empenhados em servir e KHZSxUN\HZOmKLJLZZHYHJPvUJPHKLZHWHYLJLYm"THZVHTVYUqVHJHIHU\UJH amar a Obra, servindo e amando o (NVYHWLYTHULJLTLZ[HZ[YvZJVPZHZ!HMtHLZWLYHUsHLVHTVY"mas a maior de todas é o amor. ” próximo, compete-nos tudo fazer para que a Obra Diocesana, nestes seus 50 E foi esta Carta que inspirou S.S Bento XVI a, sobre escritos deixados pelo anos tão cheios de vida e de querer, )LH[V1VqV7H\SV00LZJYL]LYHLUJxJSPJH¸+L\Z*HYP[HZ,Z[¹X\LZPNUPÄJH“Deus é possa continuar a cumprir o seu destino Amor”. e o seu propósito. Além! Mais além! Vai ser pois, um Ano repleto de Amor que a nossa Obra vai viver comemorando os seus 50 anos de bem-fazer. Como nos escreveu o nosso (tão “nosso”), agora Cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente: “ A Obra Diocesana é uma expressão particular e muito importante da Igreja do Porto, no que à problemática social respeita. Tem sabido levar por diante uma presença activa de ‘caridade de verdade’ (re) construindo a esperança e o futuro de muitas pessoas e famílias. (…) Parabéns à Obra Diocesana de Promoção Social, na pessoa dos seus responsáveis e colaboradores. Contamos muito com o vosso trabalho, criatividade e estímulo!” ,ZLUKV]LYKHKLX\LHZ0UZ[P[\PsLZZqVYLÅL_VKHZWLZZVHZKLX\LKLSHZ fazem parte, num dado momento, seria de toda a urgência poder a Obra Diocesana sempre contar com a disponibilidade do seu Presidente do Conselho de Administração, Senhor Américo Ribeiro, que sempre pautou a sua vida em compreender, ajudar e amar o outro, dos seus Administradores e dos seus Directores, para Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 19 20 Obra Diocesana de Promoção Social Liliana Sofia Soares Educadora Social As visitas do Regado vão deixá-lo animado Numa sociedade cada vez mais zindo-os desde cedo numa cidadania Apesar dos diversos esforços economicista, é importante que desde activa, tornando-as pessoas capazes quer das famílias, quer das redes for- cedo as nossas crianças/adolescentes de promover e viver com sentido de par- mais de apoio aos idosos, estes veem- cresçam conscientes da importância de tilha e com a noção que e, citando as -se muitas vezes incapazes de preen- valores morais como a partilha, solida- palavras de Séneca “ …o valor de toda a cher as necessidades de apoio afectivo, riedade, compromisso, responsabilida- virtude radica nela mesma, já que não é que a solidão dos idosos deixa transpa- de, e amor. praticada em vista do prémio: a recom- recer. Sensibilizá-los para a necessidade e importância da partilha, da troca de afectos, em especial para com os mais pensa da acção virtuosa está em a termos cumprido.” Assim, foi a pensar nestes aspectos, que surgiu no CATL do Regado, Na correria em que muitas famí- e no âmbito do projecto pedagógico lias vivem actualmente, a atenção aos “Tempo, Aprendizagem e Cidadania”, o Enquanto entidade social, com- mais vulneráveis acaba muitas vezes projecto “As visitas do Regado vão dei- pete-nos ter um papel activo na vida dos por ser renegada para segundo plano, xá-lo Animado”. jovens com quem trabalhamos, introdu- fazendo com que o sentimento de so- Mais do que meras visitas de lidão seja algo que afecta uma grande cortesia aos nossos idosos, tentamos parte dos nossos idosos, sendo talvez levar em cada visita um pouco de este o aspecto central da problemática nós. Por esse motivo, é um projecto que do seu bem-estar, já que leva a um vazio teve como ponto de partida sensibilizar existencial, a uma rotina mecânica e de- para o assumir de responsabilidades sumanizante. que implica entrar na vida destas pes- vulneráveis, é assim fundamental. soas. Cada visita é admitir a criação OPZ[}YPHZ L JVTV HSN\UZ UVZ JVUÄKLU- gem com os mais velhos é fundamental de laços, é Amor em acção. ciaram, colocar o primeiro sorriso do dia no caminho para a cidadania e porque nos seus rostos. “Fica mais rica a alma de quem dá, Che- Assim, na primeira visita que fazemos procuramos conhecer a rea- Em cada visita levamos uma ga mais alto o hino de quem vive a par- lidade e os gostos de cada cliente. As pequena lembrança elaborada pelos tilhar. Tu tens que dar um pouco mais ocupações e hábitos dos tempos de ju- jovens do CATL, doces e salgadinhos do que tens, Tens que deixar um pouco ventude, interesses, etc., são alguns dos confeccionados com muito carinho, mais do que há…”. aspectos que procuramos desenvolver, muitos sorrisos e a vontade de apren- É um projecto que está a dar com o objectivo de numa segunda visita der. Uma partida de dominó, uma tarde os primeiros passos mas que cres- podermos particularizá-la, de modo a de conversa, demonstração de dança, cerá juntamente com os nossos jo- proporcionar verdadeiros momentos de truques com cartas, leitura do “Espaço vens. alegria, boa disposição e ajudar a que- Solidário”, apenas à conversa ou a mar- Recordando as palavras de Ma- brar com o silêncio em que em vivem. cação de um lanche ou uma partida de ria Constança Paúl, “não há futuro sem Os pequenos gestos podem fa- sueca, para a visita seguinte, são algu- os nossos idosos, se eles não nos legam zer a diferença e, é precisamente isso mas das actividades desenvolvidas. Ou- actualmente o saber, legam-nos segura- que estas crianças/jovens têm experien- vimos as histórias que têm para nos mente afecto e nós projectamo-nos em ciado. As nossas visitas têm tirado contar, as suas experiências de vida cada ruga deles, como que ao espelho, os nossos clientes da rotina a que e comparamos com os dias de hoje. somos nós próprios e é toda a nossa ZL ]LLT JVUÄUHKVZ têm possibilita- Tem sido uma experiência mui- do a troca de saberes, de vivências e de to enriquecedora, porque a aprendiza- Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 cultura que olhamos.” 21 ntes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes ntes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes > antes <TÄSTL MLP[VWVYZP estão a melhorar as condições dos nossos utentes. O seu contributo está a ser uti- lizado para a qualidade daque- les que apoiamos diariamente... Com a sua ajuda estamos a melhorar... epois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > epois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > depois > Os Amigos em crescendo 24 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Diretor do Economato, Logística e Manutenção Passeio em Autocarro Panorâmico Um Obrigado aos “Amigos em Crescendo”. 6TvZKL:L[LTIYVÄJV\THYcado por mais uma iniciativa inovado- Bus, o principal operador português de circuitos turísticos em autocarros panorâmicos. ra na Obra Diocesana de Promoção Durante duas horas, os viajantes percorreram o circuito “Porto Antigo”. Social. Cerca de 850 utentes da Ins- Desde o centro histórico até à Foz do Douro, com passagem pela Casa da Mú- tituição – crianças e idosos – tiveram ZPJH:LYYHS]LZ9PILPYHL;VYYLKVZ*StYPNVZVWHZZLPVWLYTP[P\ÄJHYHJVUOLJLY a oportunidade de realizar um circuito alguns dos locais mais típicos do Porto, Património Mundial designado pela Unes- turístico em autocarro panorâmico nas co. cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Esta experiência foi unanimemente reconhecida. Demonstrou às crianças Estes passeios foram uma ofer- a riqueza cultural e histórica da nossa cidade e proporcionou-lhes um dia diferen- ta do Conselho de Administração que, te, não só no que concerne ao entretenimento como também à aquisição de co- desta forma, materializou a sua preo- nhecimen-tos. Para muitos foi a primeira oportunidade de um contacto direto com cupação em garantir novas experiên- a história da “Invicta”. Para todos foi um meio de aprendizagem diferenciado, que cias e novos conhecimentos aos seus possibilitou um saber aumentado sobre o meio envolvente e as suas vivências. utentes. Para os seniores foi a ocasião para rever, numa outra perspetiva, alguns A viagem foi realizada no Yellow dos marcos emblemáticos da cidade. A senhora que está a falar sabe tudo sobre os monu- Gostei muito, já não atravessava a ponte há muitos anos. mentos – estudou muito! D. Lucinda Novo (82 anos) Joana Rainha (5 anos) A visita foi muito, mas muito bonita e divertida. Conhece5VKPHKLZL[LTIYVKLMVTVZWHZZLHYUV@LSSV^ mos meninos de outro ATL e todos juntos gritamos muito Bus. Vimos locais turísticos, os mais antigos do Porto… quando passamos pelo túnel. Gostei de ouvir a música Eu já conhecia o Porto mas, assim, foi mais divertido! enquanto passeava. Beijinhos. Sara Oliveira (10 anos) Beatriz Moreira (7 anos) Hoje acordei com muita ansiedade, porque pela primeira Foi uma maravilha de passeio, passamos por muitos sí- vez ia andar de Yellow Bus. Adorei! Nunca tinha visto o tios, mas o que mais gostei de ver foi a vista do Rio Douro. Porto assim de tão alto. A parte que mais gostei foi de D. Margarida Silva (82 anos) ]LY V -VY[L KL :qV 1VqV )H[PZ[H -VP T\P[V Ä_L WVYX\L conseguiu-se ver tudo por dentro. Ao lado a praia da Foz, com as águas limpas e o mar muito brilhante. Até deu vontade de dar um mergulho. Até que passamos pela Foi uma grande diversão. Vimos a Ribeira, a Casa da ponte D. Luís. Ao início tive medo, mas depois achei di- Música e o Rio Douro. O rio era lindo, brilhava ao sol e a vertido por passar por cima do rio e quase conseguir Casa da Música era grande. Nós estávamos gran-des, tocar no cimo da ponte. E foi assim o meu dia altamente! até conseguíamos tocar nas árvores. Érica Lima (8 anos) Inês Melo (11 anos) Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 25 26 Obra Diocesana de Promoção Social Frei Bernardo Domingues Moral na vida pessoal e social 1. A palavra «moral» resulta da solidário, pelas fundamentadas dife- bem decidir e agir. A pessoa aculturada SH[PUHTVZ®X\LZPNUPÄJH[LJUPJHTLU- renças de opinião e complementares pergunta e responde «porquê», «para te, costume racional estável e foi usada formas de intervenção social e religiosa quê» e «como» viver com sentido e feliz. por Cicero para traduzir o vocábulo gre- em que todos devem ter voz, vez e as- A I\ZJHKVZLU[PKVVZPNUPÄJHKVL go «ethos», envolve a actividade interna sumir injustamente, vez e assumir res- ordem dos valores levam à humani- e externa de ser pessoa consciente, li- ponsabilidades. zação solidária da vida social ou seja o tempo e a eternidade são tidos em con- vre e capaz de decidir com ponderação valorativa num determinado contexto 4. Efectivamente a vocação ta. humanizado pela cultura, religião e a comum é de sermos «pessoas co- participação social e democrática. munitárias», como diz E. Mounier ou 6. A pessoa normal aprende seja: a efectiva honesta, competente e e integra a normatividade e a sa- 2. A atitude moral supera os leal busca do bem comum que a tdoso bedoria acumuladas e transmitidas imples comportamentos atávicos dos deve incluir na responsabilidade, nos pela história desde que assimile o YLÅL_VZ JVUKPJPVUHKVZ L VYPLU[H HZ riscos e benefícios proporcionais ZPNUPÄJHKVKHJH\ZHSPKHKLÄUHSLLZ[Y\- decisões e condutas pessoais e so- às capacidades e necessidades de [\YHU[L KH ]PKH ZPNUPÄJH[P]H LT KL[LY- ciais com uma normatividade resultante todos e cada um. Na vida familiar, pro- minados contextos históricos em que duma utopia testada, estimuladora da ÄZZPVUHS L Z}JPVWVSx[PJH H JVUQ\NHsqV assimila o passado, inova no presente vida humana de qualidade e coeren- honesta dos direitos e deveres, exige e tem uma atitude prospectiva para o te tendo em conta o ideal e o real que os critérios moras devem presidi futuro de modo que todos tenham idên- circunstanciado da idade, maturidade à elaboração dos projectos, respectiva ticas oportunidades para a auto-realiza- psicossomática e ética, respectivo pa- execução e avaliação para que não haja ção. pel, estatuto e função na sociedad. As- favoritismos ou desonesta acepção de sim a moral conduz a decisões livres e pessoas em que umas são referidas e responsáveis partilhadas na família, na outras preteridas injustamente. 7. A partir da avaliação histórica da tradição viva a pessoa, critica- WYVÄZZqVUHWHY[PJPWHsqVWVSx[PJHLYLSP- mente, é capaz de seleccionar e de rea ÄN\YHY\TKL[LYTPUHKVWHYHKPNTH integrada e solidariamente, em busca unicidade da pessoa, a sua digni- de vida por decisões que brotam na da felicidade. KHKL PU[YxUZLJH L KLÄUP[P]H deve capacidade avaliativa que emerge orientar-se com consciência de que da imanente percepção de cons- 7V[LUJPHSTLU[L JHKH WLZZVH todos os seres humanos, qualquer que ciência de direito e de deveres de enquanto animal, racional, ético, esté- seja o seu estadio de desenvolvimen- aprender a saber ser, a saber seleccio- tico, político e religioso, sendo único [VZ t KLÄUP[H]LTU[L \T Z\QLP[V ZLUKV nar e a fazer ponderadamente, sabendo e irrepetível, devido á unicidade psi- indigno trata-lo como objecto. De facto avaliar o que é bem e mal. cossomática, deve evoluir para a soli- as coisas têm um preço e a pessoa dig- Nesta experiência de ser cons- dariedade democrática convencio- nidade estrutural, independentemente ciente, livre e responsável, descobre o nada em que colectivamente devem dos sucessos ou fracassos e ocorrente. livre arbítrio ou seja a capacidade efecti- buscar a verdade, a prática da justiça A pessoa deve ser orientada para a co- va de discernir e ponderadamente deci- comutativa e distributiva, com respeito mum vocação de bem ser, bem saber e dir por razões de razão o que é virtuoso giosa-cultural em qu deve desabrochar 5. Portante, reconhecida ZLY YLJ[PÄJHKV [LUKL WHYH V ILT WLSH ou vicioso, o bem e mal moral que de- ou o mal menor nas situações em que pendem das opções livres das pessoas todas as intervenções têm aspectos ne- razão, decisão e execução que exige consciente e informadas. gativos e em que as acções tem pois atenção prolongada e vigilante para se Desta L_WLYPvUJPH YL]LYPÄJH- um efeito negativo e outro positivo, que THU[LY ÄYTL MHJL HV VIQLJ[P]V IVT H da formula-se a consciência moral devem ser ponderadamente avaliados atingir cf. I, II q. 20 a. 4. Efectivamente LT JVUZ[HU[L PUMVYTHsqV L HÄUH- antes de decidir e agir. não bastam boas intenções , é essencial ção da verdade, da justiça e da solida- 9. Assim, na perspectiva de S. buscar o bem maior ou eventualmente o riedade complementar na comunicação Tomás, a interioridade pessoal moral mal menor de modo esclarecido e be- e partilha de vida. Porque dispõe da inclui um núcleo central com capaci- ULÄJPLU[L +VUKL ZL ZLN\L H ULJLZZP- capacidade de projectar e escolher dade de conhecer fundamentado e de dade do livre arbitro ou a vontade livre, entre várias alternativas, tem a ca- discernimento ponderado para a von- supõe o adequado esclarecimento, que pacidade e o dever de escolher entre o tade deliberar e decidir em vista do é a base da atitude moral, porque sem bem maior ou mal menor nas circuns- ÄT H H[PUNPY que é a auto-realização vontade livre não há moralidade sub- tâncias de vida concreta, Cf. G.S. nº 17. feliz de pessoa vocacionada. Efectiva- jectiva. Em oposição ao determinismo mente o acto é moral na proporção que deve defender-se fundamentando-nos 8. A informação progressiva, a for humano ou seja esclarecido, livre e na experiência controlada, porque a competência ajustada e a honestidade deliberado cf. I,II q. 1 – 18. De facto, em pessoa, em situação de normalidade, UH PU[LY]LUsqV WYVÄZZPVUHS L WVSx[PJH H sentido adequado, o acto é humano na auto-determina-se conscientemente em tempo e horas, fazem parte da dinâ- justa proporção em que for deliberado busca do bem. mica da consciência em constan- e bem ordenado numa circunstância [L HÄUHsqV KL JYP[tYPVZ V\ ZLQH H concreta. Assim a razão é princípio dos 7VY[HU[V WVKLTVZ HÄYTHY convergência da racionalidade e da actos humanos que têm uma coloração que as capacidades de escolher, entre vontade criteriosa para ser, decidir e TVYHSJM000X HHK várias alternativas conhecidas e ponderadas, implicam: fazer bem. Assim a capacidade actualiza- 10. Donde se segue que só são > Ausência de coacção in- da, selectiva e decisória precisa de comportamentos ou atitudes morais se terna, ou seja a vontade pode orienta- dispor de critérios bem fundamen- resultam duma decisão livre, da opção -se por escolha esclarecida e pondera- tados tento em conta as ciências da da vontade deliberada, e que terá a KH" natureza, da ecologia, da antropologia, X\HSPÄJHsqVTVYHSKLIVHV\TmJVU- > =LYPÄJHTVZX\LH]VU[HKL KH WZPJVSVNPH KH ZVJPVSVNPH KH ÄSVZV- soante a intencionalidade, o conheci- em situação de normalidade tende ÄH WVSx[PJH L LJVU}TPJH LU]VS]LU[LZ mento, a deliberação e o conteúdo do para a busca do bem geral, mas sem L PUÅ\LU[LZ UH ]PKH WLZZVHS L ZVJPHS H objecto ou acção pretendida. Daí que determinação relativamente a um bem, viver. Porque somos peregrinos da a responsabilidade ou imputabilidade YLHSV\HWHYLU[LWHY[PJ\SHY" verdade, para evitar os perigos do depende da liberdade em optar por ob- fundamentalismo ou do pragma- jectos bons ou incorrectos. > Efectivamente a vontade espontaneamente busca a perfeição e o bem e decide no concreto as tismo moral, é essencial confrontar os critérios dos saberes com apurada 11. Assim sendo, a pessoa na escolhas sob o ponto de bem ou apa- consciência de buscar o bem maior medida que é virtuosa, porque tem o rente, Cf. GS. 17, e que admite engano. Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 27 28 Obra Diocesana de Promoção Social Ser livre implica pois a LZJVSHZ ÄSVZ}ÄJHZ TLJHUPJPZ[H X\L ZL 16. No respeito pela ecologia capacidade actual, objectiva e sub- referem às necessidade imanentes e sensata, na partilha de experiências cul- jectiva, de se auto-determinar que determinantes dos comportamentos turais e religiosas diferentes, no respeito pode ser perturbada devido a uma si- pessoais em forma de hábitos. pelas legítimas diferenças, é essencial [\HsqV KLÄJPLU[LZ t[PJH KLZPUMVYTHKH 4LZTV 2HU[ HÄYTH X\L [\KV aprofundar aquilo que é essencial no ou manipulada. Além da ignorância tem um preço e a pessoa uma dignida- personalismo e a posição e vocação crasse, dos meus graves, dos estados de intrínseca com capacidade para ser solidária das pessoas de assumir a ta- emocionais intensos, das situações causa moral determinante de se pró- refa de orientar a história. dos estados emocionais intensos, pria. De facto a pessoa normal emerge Na abertura à busca laboriosa das situações de sofrimento, no concre- de natureza mas é capaz de a avaliar e da verdade, é essencial encontrar os to podemos fazer escolhas negativas superar as inclinações ou pulsões entre possíveis pontos de sintonia e conver- com relativa responsabilidade moral. o apetecer e o dever moral. gência, no respeito afectivo pelo que é É na base do exercício da liber- O ser humano sente-se «obri- VWPUm]LS M\UKHTLU[HKV JVT JVUÄHUsH dade responsável que se poderá avaliar gado» a viver segundo a razão porque no futuro que depende da qualidade o mérito ou a culpa moral cf. 5 T. I q. toma consciência que o sentido inscrito do nosso presente, pautado por funda- HL.:U¢V\ZLQHVTtYP[VV\ na própria realidade implica: conhecer mentados paradigmas e utopias de que a culpa. e reconhecer o sentido e os valores, é possível um mundo novo na medida O pecado ou a virtude referem- de modo a viver com sentido, com inte- do nosso investimento qualitativo inteli- -se a valores objectivos, negados oi ligência, honestidade, justiça, solidarie- gente, diligente e persistente. assumidos a partir da opção da cons- dade em busca da equidade, segun- Assim a moral exige uma atitude ciência moral ou real da vida circunstan- KV HZ YLNYHZ KH ILULÄJvUJPH WVZZx]LS LZMVYsHKH L WYm[PJH HKHW[H[P]H ÄLS HV ciada que nos envolve e estimula. para si e para os outros, todos os outros real da vida pessoal e social pelo qual em busca do bem comum que a todos somos responsáveis sem desperdiçar envolve nos direitos e deveres. HZVWVY[\UPKHKLZKLZLYTVZÄtPZn[YH- 14. Portanto o «destino» ou dição viva, assumir os valores actuais e seja a orientação antropológica radical é a auto-realização, segundo a recta ra- 15. Neste contexto da inevitá- zão e a fé esclarecida que passam pela vel globalização, que é o nosso tem- avalização criteriosa da consciência po, é essencial bem avaliar os valores WLZZVHSILTHÄUHKHWLSHYLÅL_qVWVU- pernes da tradição viva, assimilar cri- derada e os donos do criador e salvar. teriosamente os valores da cultura em 4HZ LMLJ[P]HTLU[L H WLZZVH KLÄULZL gestação, sem hipoteca o futuro dos pela capacidade de ser senhora das vindouros, não cedendo ao consumis- próprias opções de pensamento e ac- mo e tecnicismo. Há que harmonizar ção, cf. ST I, II q. 1 a 1, contrariando as criteriosamente o passado e o presente, soluções pessimistas e deterministas HWYVM\UKHY V ZLU[PKV WSLUV KH ÄSVZVÄH cf. GS nº 14, 17 e 25, sem esquecer o e da antropologia inculturando - nos, Jansenismo, certo radicalismo de al- abertos às diferenças recíprocas como guns reformadores protestantes e das um bem complementar de todos. orientar o futuro possível. Cristina Figueiredo Educadora Social Os valores e os afectos na relação educativa “Quando for grande, quero ser um brincador; ças, nos jovens e nas pessoas idosas. Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for!” As profundas mudanças instituídas na In O Brincador de Álvaro Magalhães estrutura familiar, onde a mãe, que outrora se dedicava apenas à Família e ao Com o surgir da modernida- relacionavam. As ditas sociedades mo- seu lar, passa a desempenhar um lugar de, ou das chamadas “sociedades dernas, nas quais, apesar de tudo, e por no mundo do trabalho, implicando no- modernas”, a fortiori, no século XVIII e PUÅ\vUJPH KH +V\[YPUH :VJPHS KH 0NYLQH vas necessidades sociais, tais como, seguintes, consequência de ideologias a dedicação ao trabalho é patente e o a procura de apoio no atendimento às KLSL[tYPHZ UH ,\YVWH ]LYPÄJHYHTZL lazer insurge-se como algo de impor- crianças e jovens, sendo este de cariz diversas mudanças na esfera política, tância reconhecida, tornando-se difícil educacional e assistencial. económica, social e cultural com um KLÄUPYJVTVVJ\WHYVHZZPTKLZPNUH- De forma, a dar resposta a es- impacto revelador sobre a forma como do “ tempo livre”, em determinadas fai- tas e outras necessidades, surgem Ins- as pessoas viviam, trabalhavam e se xas etárias, nomeadamente, nas crian- tituições como a Obra Diocesana de Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 29 30 Obra Diocesana de Promoção Social Promoção Social, com um trabalho di- socioculturais, educativas e lúdicas, mento de competências do Eu, do meio recionado em diversas valências e gru- tendo em atenção as heterogéneas ca- em que vive e do Mundo que os rodeia. pos etários diferenciados, entre as quais racterísticas de um grupo de crianças. A exigência e assertividade de os Centros de Atividades e Tempos Trata-se de um espaço, onde é valori- um trabalho direcionado e capaz, faz Livres (CATL) para crianças e jovens. zada a autonomia de cada indivíduo e com que o processo de aprendizagem Como o nome indica – Actividades e a sua personalidade, incentivando a ca- seja diferenciado, propondo situações Tempos Livres, onde o tempo livre sig- pacidade de relacionamento da criança Z\ÄJPLU[LTLU[LPU[LYLZZHU[LZLKLZHÄH- UPÄJH! Tempo de imaginar, Tempo de com o outro, com o grupo de pares e doras, de modo a estimular a criança, criar, Tempo de brincar, Tempo de com o meio envolvente, de forma a au- para que não resulte no desencoraja- optar, Tempo de aprender, Tempo mentar a sua auto estima, auto conceito mento e diminuição da sua auto esti- de crescer! e autonomia. TH9LÄYHZL[HTItTHL_PZ[vUJPHKL O Centro de Atividades e Todo um plano de ações, as- parcerias com outras entidades, como Tempos Livres, do Centro Social do sente em Projeto Pedagógico - por si- a “Múltipla Escolha”, o Projeto” Lagartei- Lagarteiro, sito no Bairro da Lagartei- nal, no corrente ano letivo, denominado ro e o Mundo” e o Projeto “ ERO-Norte ro, um dos mais fechados e guetizados “Tempo, Aprendizagem e Cidada- Vida” que, trabalham as nossas crian- bairros da cidade do Porto, pretende ser nia” - é, anualmente, delineado e visa ças numa aquisição profícua de saberes a “Porta Aberta” a um espaço agra- o desenvolvimento global da criança, diversos, formando-as em Cidadania. dável, acolhedor e inovador, no qual, as enquanto ser individual e social. Nesse A liberdade de expressão, crianças se sintam bem, gostem de es- plano, as diferentes Áreas de Formação criatividade, colaboração, esponta- [HYLJVTVX\HSZLPKLU[PÄX\LT - Cognitivas, Expressões, Formação neidade e empatia são fundamen- Apesar das limitações no que Pessoal e Social e Conhecimento do tais para a criança se transformar concerne ao espaço físico, o Centro de Mundo e os Ateliês inerentes, surgem num Homem ativo e pleno em Cida- Atividades e Tempos Livres do Lagar- como ferramentas apelativas à aquisi- dania. teiro promove, desta feita, actividades ção de conhecimentos e desenvolvi- O CATL do Lagarteiro, procu- ra ser um espaço/tempo entre a Es- fundamental de toda a estrutura social. preciso resgatar e incorporar os cola e a Família, sem pretender subs- Ali, tem início um processo de humani- valores de solidariedade, frater- tituir nenhum deles. A sua intervenção zação, libertação, de valores morais e nidade, respeito às diferenças de educativa visa favorecer e privilegiar t[PJVZ" t \T JHTPUOV X\L I\ZJH MHaLY crenças, culturas e conhecimentos, \T HTIPLU[L LZ[PT\SHU[L L KLZHÄHKVY da criança um ser civilizado. de respeito ao meio ambiente e aos promovendo, desta forma, estratégias e 9LÄYH¶ZLHL_[YLTHPTWVY[oU- desenvolvendo actividades inovadoras cia de um trabalho afetivo e a nível do e empreendedoras, adequadas às ida- auto conceito, para que o grupo seja Em suma, propomo-nos formar des e características de cada criança, capaz de fazer opções de vida asser- cidadãos pertencentes a um mundo tendo sempre como referencia a identi- tivas e de se responsabilizar pelas suas em constante mudança e, infelizmen- dade social, afetiva e cultural. escolhas, reconhecendo a sua dignida- te, com uma cada vez maior, perda de de, necessária ao exercício da Cidada- valores, munindo cada criança de com- nia. petências capazes, para o enfrentar de As Famílias possuem um papel preponderante no trabalho desenvolvi- direitos humanos.” (Siegel. 2005.p 41). do, capacitando as crianças para uma “Os Pais e os Educadores um Futuro com a coragem de fazer dife- postura proactiva, responsável e coo- deviam ser vendedores de sonhos. rente! Ensinar que todas as escolhas na WLYHU[LUHZKPÄJ\SKHKLZWHYH\THT\- Deveriam plantar as mais belas vida afetam tudo e todos pois, vivemos dança de atitudes. Apoiar cada criança sementes no interior dos jovens em Sociedade e que, na verdade, so- para que atinja níveis a que não chega- H ÄT KL MHaLY KLSLZ ZLYLZ PU[LSLJ- zinhos, não podemos mudar tudo, até ria por si só, facilitando uma aprendiza- tualmente livres e emocionalmente porque cada um de nós tem um ponto gem transversal, que dê oportunidade brilhantes.” KL]PZ[HKPMLYLU[LZVIYLVZÄUZLVTVKV às crianças de colaborarem no processo de aprendizagem umas das outras. In O Mestre inesquecível de da mudança. Ter como princípio a valo- Augusto Cury A formação do ser humano começa na É que, na verdade, rização do Humano, do Ser e, não Família, aliás, ela é a célula primeira e “Numa educação ética, é apenas, do ter. Eis um bom começo! Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 31 32 Obra Diocesana de Promoção Social CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Sardinhada 2013 Junho, mês por excelência dos Santos Populares, é tempo das Festas Nova de Gaia, para mais uma jornada de Coordenadores/as de Centro, os Direto- confraternização. res de Serviço, Psicólogos, Enfermeiros Fomos brindados com um exce- e ainda (tão importantes pelo seu traba- Como já vem sendo hábito, or- lente dia de Verão, com muito sol e boa lho e dedicação) as Colaboradoras dos ganizamos, todos os anos, um dia útil sombra e, em conjunto, partilharmos um diversos Centros. perto de 29 Junho (Festa de S. Pedro) a dia muito bem passado. de Sto. António, S. João e S. Pedro. É uma imagem de excelência já famosa e sempre esperada Sardi- A adesão foi fantástica estan- aquela que pudemos admirar nos rostos nhada tanto do agrado dos nossos KV WYLZLU[LZ JLYJH KL WLZZVHZ do nossos Clientes. Alegres, bem dis- clientes Seniores. na grande maioria nossos Clientes, o postos e preparados para este grande Este ano, no dia 28 de Junho, Conselho de Administração representa- dia. Jogando cartas, dominó e outros estivemos como habitualmente na Nos- do pelo Presidente, Sr. Américo Ribeiro jogos do seu agrado e, ainda, participan- sa Senhora da Saúde – Carvalhos – Vila e pelo Vogal, Sr. Pedro Pimenta, as/os do ativamente na novidade deste ano – um “Peddy-Paper”- com uma adesão mo das nossas Colaboradoras. artista da TV “Marante” que deliciou o de grande parte de todos nós. Foi mui- Bom, depois do almoço tivemos público presente com as suas bem po- to interessante ver como Clientes, Res- “o Bailarico” muito concorrido e diver- pulares canções portuguesas. Aprovei- ponsáveis e Colaboradoras participaram tido tendo havido uma confraternização tamos a oportunidade para agradecer a nesta atividade com tanto interesse e saudável entre Clientes, Colaboradoras, sua disponibilidade e o carinho para com empenhamento. Coordenadoras de Centro, Diretores, a nossa Instituição tendo atuado graciosamente nesta festa. Mas chegou a hora do almoço Enfermeiros, Psicólogos e, não se admi- e, assim, todos se apressaram, pois já rem, com a participação dos repre- A tarde ia avançando mas a for- sentiam, à distância, o “cheirinho às sentantes do Conselho de Adminis- ça dos “foliões” não abrandava. Assim, sardinhas”. tração. MVTVZIYPUKHKVZJVT\TKLZÄSLKLTHY- O almoço correu às mil maravi- Tivemos um interessante mo- chas populares dos diversos Centros da SOHZKL]PKVHVLTWLUOVLWYVÄZZPVUHSPZ- mento musical a cargo do reputado ODPS que nos permitiu confraternizar Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 33 34 com toda a gente. 6ÄTKL[HYKLJOLNV\LHOVYH Obra Diocesana de Promoção Social ra) – pela excelente organização com Administração presentes resta-nos dizer- que nos presentearam. -vos que assim vale a pena estar na Obra da partida também, mas, não queremos - Às nossas Colaboradoras Diocesana, que nos sentimos orgulho- ÄUHSPaHY LZ[HZ SPUOHZ ZLT MHaLY VZ HNYH- (sem exceção) pelo empenho, tra- sos dos nossos Colaboradores e que decimentos bem merecidos: balho, dedicação e amor que colo- por isso vos endereçamos os nossos caram ao serviço de todos nós. Sem melhores agradecimentos por este dia. - Aos nossos Clientes pela sua boa disposição e participação. - Aos responsáveis pelo evento V ]VZZV WYVÄZZPVUHSPZTV LZ[H MLZ[H não seria possível… E para terminar, os versos da nossa Cliente e Amiga a “jovem” D. Emília neste ano – Senhoras Dras. Isabel Cris- - Aos Quadros presentes que Rodrigues de 84 anos do Centro Social tina Vieira (CS Rainha D. Leonor) e Rosa demonstraram, inequivocamente, como Pinheiro Torres que nesta e em todas as Maria Seabra (CS Regado) e Senhor Dr. sentem a ODPS. festas em que participa, temos sempre o João Ricardo Nunes (CS Fonte da Mou- A nós, membros do Conselho de prazer de ouvir. E para nós é muito bom Dançar neste arraial Porque nesta festa de São João Fazemos um festival Temos cá os nossos superiores A festejar a festa na nossa companhia 5LZ[LHYYHPHSJOLPVKLÅVYLZ Que são os nossos Centros de Dia E vamos dançar e sorrir Com o coração bem alegre Porque viemos cá nos divertir A tristeza que vá ao diabo que a leve Senhor Presidente muito obrigado E agradecemos a toda esta Direção Que por Deus sejam abençoados Por nos oferecer esta festa do São João Cá viemos às sardinhas assadas Para a festa do São João Já estamos uns dias atrasados Mas o São Pedro entra nesta reinação Mas hoje não temos tristeza A comer as sardinhas e pão E para nós é uma riqueza Neste lugar a festa de São João Às Senhoras Doutoras agradecemos E às funcionárias também Porque de todas elas recebemos Todo o carinho que elas nos têm Porque é uma festa bem desejada Sempre com muita alegria É uma festa bem festejada Para estes idosos cheios de folia Fomos convidados para cá vir Que os nossos superiores nos convidou Toda a tarde nos vamos rir Com paz e alegria no coração Estamos perto da Senhora da Saúde E uma Avé Maria lhes vamos rezar Que na enfermidade nos ajude Para mais vezes cá voltar D. Emília Rodrigues João Miguel Pratas Diretor do Economato, Logística e Manutenção Mónica Taipa de Carvalho Diretora dos Recursos Humanos e Jurídicos Férias com obra 2013 A atividade “Férias com Obra” ir ao encontro dos desejos das nossas propício ao desenvolvimento de cada regressou, pelo quarto ano consecuti- crianças, cumprindo simultaneamente JYPHUsH" vo, à Obra Diocesana de Promoção So- as expetativas dos respetivos encarre- cial. Este ano, a inovação e a qualidade gados de educação. • A participação na vida em grupo e a oportunidade de inserção na foram os pila-res desta parceria com a Apesar do seu caráter emi- ZVJPLKHKL" Múltipla Escolha. As “Férias com Obra” nentemente lúdico, esta atividade teve •A renovaram-se e surgiram melhoradas, VIQL[P]VZ ILT KLÄUPKVZ KVZ X\HPZ ZL criança encontrar os seus objetivos, de com novas atividades, novos destinos destacam: acordo com as necessidades, aspira- e novas atrações. Assim, pretendeu-se • A promoção de um ambiente Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 possibilidade sLZLZP[\HsLZWY}WYPHZ" 35 de cada 36 Obra Diocesana de Promoção Social rios dias. Distinguiram-se, entre outras, • A oportunidade de novas ex- Este campo de férias con- periências, através de atividades peda- tou com a presença de cerca de 800 gógicas e de lazer, orientadas nesse crianças, que inici-aram o seu período • Crazy Games – jogos hila- ZLU[PKV" de férias com um saudável e animado riantes que ajudaram as crianças a da- espírito de camarada-gem, repleto de rem largas à imaginação. • A obtenção de um grau positivo e complementar da educação fa- diversão e atividade física. as seguintes: • Bootcamp – entretenimentos Ao longo do mês de Julho, de exercícios militares que serviram Mais uma vez este sucesso só as iniciativas foram uma constante e para as cri-anças levarem o seu ima- foi possível devido ao enorme empe- pautaram-se pela diversidade, mas ginário para brincadeiras de “super- nho e experi-ência de toda a equipa também pela originalidade. As com- -heróis”. envolvida – monitores, educadoras de ponentes desportivas e re-creativas • Praia – sol, areia e água do infância e ajudantes de ação educativa. complementaram-se ao longo dos vá- mar, mas também a iniciação ao surf, miliar e esco-lar. ÄaLYHTKLZ[LKPHVTHPZLU[\ZPHZTHU- como mú-sica, dança e defesa pes- 0UZ\Åm]LPZ te. soal. • Piscina de bolas e piscina de água. • Multidesportos – diversidade, • Ominkin – neste dia preten- alegria, espírito de cooperação e muita deu-se que as crianças experimentas- liberta-ção de energia foram os mo- sem novas modalidades desportivas mentos altos deste dia. que normalmente não estão ao seu Para todos foi consensual que alcance (kin-ball, unihockey, jogos com as “Férias com Obra” propiciaram às para-quedas). crianças e jovem dias repletos de con- • Radical – adrenalina foi a tónica deste dia, em que as emoções Para as crianças da creche, as fortes e novas experiências levaram à superação. • Workshop – uma diversidade de estímulos de diferentes áreas, tais atividades foram devidamente adapta- • Dia “selvagem”, dia do cinema, dia da música e dia sensorial. tacto com o meio ambiente, sempre conjugado com muita animação. das à sua faixa etária, merecendo destaque: Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 37 38 Obra Diocesana de Promoção Social Centro Social do Lagarteiro 4º Momento _ Tendo como fun- grande entrega, de todo o amor e são No dia 29 de Maio, pelas 16ho- do musical o Avé Maria de Shubert, o símbolo da maior dádiva e da maior ras o Centro Social do Lagarteiro rea- JHKH JYPHUsH VMLYLJL\ \TH ÅVY IYHUJH dedicação. lizou uma cerimónia na Igreja de S. a Nossa Senhora. Os pais e utentes do Pedro sob a orientação do Sr. Cónego SAD ofereceram uma vela. Cerimónia Mês de Maria Milheiro. 5º Momento- Foram rezadas Maria é promessa e esperança, é ternura e solidariedade, é bondade e amor. A Cerimónia constou da co- (]t 4HYPHZ LT JVUQ\U[V \TH WLSHZ ( LSH JVUÄHTVZ HZ UVZZHZ MYH- memoração do mês de Maio/mês de mães, outra pela ODPS, e outra pelas quezas, os nossos sentimentos, as nos- Maria/ mês das Mães, do sentido e de crianças deste Centro). sas limitações. toda a simbologia que envolve este mês dedicado a Maria. A cerimónia teve vários momen- O colo de Maria é maternal. Nele 6º Momento – A cerimónia encerrou com um cântico. O branco foi a cor dominante na encontramos o abrigo e consolo. Ela conforta-nos e acalenta-nos. Igreja, desde as roupas das crianças e Tal como a criança encontra no 1º Momento - Cântico a “ Maria”. KVZWHPZH[tnZ]LSHZLÅVYLZJVSVJHKHZ colo de sua mãe todo o carinho, ternura 2º Momento – Saudação do no altar, como símbolo da paz, da pu- e afeto. Sr.Cónego Milheiro , onde explica o sen- reza, da espiritualidade, e da inocência. tos: tido do mês de Maria/ mês das Mães ¢4VTLU[V6YHsqVLTJVUjunto a Nossa Senhora. Ela é a mãe Celeste das Mães. Maria foi o maior símbolo e FÉ, O Nosso culto a Maria, Rainha KL JLY[LaH KL ÄKLSPKHKL L KL LU[YL- de todos os Anjos e Santos é de SUMA ga. Também as mães são dotadas de VENERAÇÃO – HIPERDÚLIA. Centro Social do Cerco Terço Vivo nhor Pároco Milheiro da Paróquia de dagem inovadora mas que não ferisse O mês de maio, mês de Maria, Nossa Senhora do Calvário na condu- a fé e espiritualidade que o momento ção desta celebração. de oração do Santo Rosário requer, as HMLJ[\VZxZZPTH4qLKVZÄtPZJH[}SPJVZ é um mês dedicado à Santíssima Vir- Tivemos ainda a honra de con- orações foram sobretudo cantadas em gem, tendo como centro as orações tar com a presença do Exmo. Senhor bonitas melodias. O salão polivalente dedicadas a Ela, em especial o Santo Américo Ribeiro, presidente da ODPS, foi previamente decorado com motivos Rosário. do Exmo. Senhor Pedro Pimenta em alusivos a Maria e foi preparado um pe- Neste sentido, o Centro Social representação do Conselho de Admi- queno altar com a imagem de Nossa Cerco do Porto promoveu e organizou nistração, dos Exmos. Diretores de Ser- Senhora. As crianças foram sentadas no passado dia 29 de maio a atividade viço Dr. João Pratas e Dr. Carlos Pereira KL TVKV H JVUÄN\YHYLT \T JVYHsqV “Terço Vivo” que contou com a cola- e dos Exmos. coordenadores dos dife- representando o “coração de Maria” e a boração de todas as valências e teve rentes Centros da nossa Instituição. simbolizarem as “contas” do Terço que como convidado principal o Exmo. Se- Procurando efetuar uma abor- [LYTPUH]HTU\THJY\aKLÅVYLZ Paralelamente a esta atividade Com a participação ativa de Esta atividade resultou da coo- foi dado a conhecer o nosso livro “Me- crianças, idosos e colaboradores a di- peração, empenho, vontade e esforço mórias de Fé”, fruto da colaboração e namização da atividade “Terço Vivo” partilhados por todos na concretização recolha de orações, efetuada por todos permitiu vivenciar o espírito de oração e deste evento, pelo que, gostaríamos de os utentes dos centros, em especial os visou sensibilizar os “mais novos” para a sublinhar o nosso obrigado pela pre- mais idosos – exemplos vivos de conhe- PTWVY[oUJPH KL TVTLU[VZ KL YLÅL_qV sença, colaboração e fé manifestada cimento e saber. partilha e comunhão. nesta celebração. *LU[YV:VJPHSKL:;VTt*HYYPsHSL9LNHKV Festa da Luz palavras do Anjo Gabriel “AVE MARIA, familiares dos nossos clientes e colabo- 5V KPH KL 4HPV UV *LU[YV CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CON- radores ajudaram a brilhar “UMA LUZ VOSCO”. PEQUENINA”. Social de S. Tomé celebrou-se a Festa da Luz, com a colaboração de clientes A EXPRESSÃO DE Fé foi cele- A festa terminou com um sau- (idosos e crianças) dos Centros Sociais brada em cada momento da festa, na dável convívio intergeracional, animado de S. Tomé, Carriçal e Regado. procissão, no momento da luz e do com fado e um saboroso lanche. O salão encheu-se de PES- compromisso, na Oração do terço, nos Centro Social de S. Tomé SOAS movidas de devoção a Maria. Tal cânticos e até nas palavras do senhor Maria Florinda Rodrigues como Maria também nós cristãos acre- Pedro Pimenta! (animadora cultural) ditamos na palavra de Deus e neste dia A presença do nosso amigo e agradecemos-lhe por Ela ter aceitado administrador Sr. Pedro Pimenta e das ser a Mãe de Jesus, e a melhor maneira Diretoras de Serviço, Dras. Mónica Tai- de o fazer foi saudá-la com as mesmas pa e Margarida Monteiro, assim como Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 39 40 Obra Diocesana de Promoção Social Centro Social de Pinheiro Torres “Partilhar a Fé com Maria” partilhando connosco o espirito de Paz O.D.P.S e o Exmo. Senhor Dr. João Em comunhão com Deus e Ma- e Amor que se fez sentir nesta atividade. Pratas, Diretor de Serviços da O.D.P.S. ria, durante o mês de Maio quisemos Fundamental para a realização Estas presenças vieram enaltecer e en- renovar e reforçar a nossa fé com a ora- deste momento de confraternização riquecer ainda mais esta celebração, ção de Maria. foi a preciosa cooperação de Sr. Padre que se tem vindo a tornar-se um hábito Domingos, que mais uma vez nos guiou deste centro. (ZZPT UV KPH KL 4HPV MVP o culminar das celebrações à virgem. 5VÄUHSVHKL\Zn=PYNLTKLP- neste percurso de Fé. Realizamos uma demonstração de Fé, Estiveram presentes os Centros xou todos os presentes emocionados através de uma procissão que teve iní- Sociais da Fonte da Moura, Rainha D. L U\T NLZ[V LZWVU[oULV ÄaLYHT JHPY cio no Centro Social de Pinheiro Torres Leonor, Pasteleira, Machado Vaz, São sobre a Virgem uma chuva de pétalas e terminou na capela de Santa Ana. Foi Tomé, Regado. São João de Deus e de rosas. uma relação fraterna com os que acre- *LYJV KV 7VY[V X\L ZL ÄaLYHT YLWYL- Estes momentos de partilha são ditam e partilham os mesmos valores, a sentar pelos seus responsáveis de cen- sempre únicos e dão-nos a força ne- mesma esperança e a mesma Fé. [YVLHSN\UZJSPLU[LZKH¡PKHKL cessária para vivermos os nossos dias De realçar que este ano a co- Estiveram também presentes o com o Amor materno e fraternal que a munidade se envolveu e esteve mais Exmo. Senhor Pedro Pimenta, mem- Virgem Maria transmite aos nossos co- presente neste momento de oração, bro do conselho de administração da rações. Pedro Pimenta Vogal do CA da ODPS Concerto de Primavera /m\THWYPTH]LYHLTJHKH]PKH!tWYLJPZVJHU[mSHHZZPTÅVYPKHWVPZZL+L\ZUVZKL\]VaMVPWHYHJHU[HY,ZL \TKPHOLPKLZLYW}JPUaHLUHKHX\LZLQHHTPUOHUVP[L\THHS]VYHKHX\LTLZHPIHWLYKLY¯WHYHTLLUJVU[YHY¯ ( Florbela Espanca) A primavera é uma festa de co- O auditório esteve repleto, com neste Centro. res, melodias, representa a boa dispo- O concerto iniciou com a canção um ambiente caloroso e animado. As ex- sição, a alegria, e tudo isto esteve pre- “Um dia perfeito”, seguindo-se a marcha pressões faciais dos pais evidenciavam sente no concerto da Primavera que se “ Zebra Zé” e uma dança de roda apre- VVYN\SOVLHMLSPJPKHKLLT]LYVZÄSOVZ YLHSPaV\UVKPHKL1\UOVWLSHZ! sentada pela sala dos 2 anos. Fez ainda em palco com atuações tão bonitas. no auditório da ODPS: Centro Social da parte do evento números com ocarinas Contamos com a agradável pre- Pasteleira. e Ukulelés, havendo também momentos sença do Presidente do Conselho de Ad- activida- de percussão desenvolvidos pelo grupo ministração Sr. Américo Ribeiro e o vogal de realiza-se com o objectivo de divul- KV7Yt,ZJVSHYLHUVZLJVSHIVYH- do CA, Sr. Pedro Pimenta, que enaltece- gar aos pais e comunidade em geral, o doras. ram a inovação dos números apresenta- Habitualmente, esta trabalho de expressão musical desen- Terminou com um coro constituí- dos, assim como o empenhamento e a volvido durante o ano lectivo. Realça o do por todas as crianças e os idosos do responsabilidade evidenciada por todos empenhamento e a qualidade do traba- Centro de Dia, solicitando a participação os colaboradores. lho da Professora Margarida Almonde, entusiástica do público, com a já habitual Motivamo-nos e esforçamo-nos assim como demonstra o compromisso música do ” Epo i tai tai é”, e um novo êxi- porque acreditamos que “a música é ce- assumido por todos os colaboradores e [V¸7YPTH]LYHLTÅVY¹WVLTHJYPHKVWVY leste, de natureza divina e de tal beleza a cooperação intergeracional presente Margarida Almonde e melodia de Frank que encanta a alma e a eleva acima da em todas as actividades desenvolvidas Sinatra (wonderfull world). sua condição” (Aristóteles). Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 41 42 Obra Diocesana de Promoção Social espaço solidario mensagens recebidas sobre o novo A FÉ CRISTà A verdadeira fé cristã não é uma simples ideologia, nem uma pura crença religiosa monoteísta; Superando efetivamente as capacidades naturais da mente humana, t\THVWsqVWLZZVHS\THSP]YLHKLZqVWLSH¸H\KP[\ZÄKLP¹ ao Deus pessoal que se apresenta e revela como Pai, Senhor e Irmão, oferecendo uma aliança KLHTPaHKLLZ[m]LSLKPUHTPaHKVYHKL]PKH [YHK\aPKHLTJVT\UOqVLÄKLSPKHKLHLSL pelos mandamentos assimilados e na aceitação ativa dos irmãos, JVUJYL[PaHKHU\TH]PKHKLMtL segundo a fé explicita e vivida na prática da vida. O autêntico crente é um constante convertido que acolhe e estabelece uma corrente de vida com Cristo, morto e ressuscitado, que o esclarece, anima e fortalece, lançando-o para a vida de trabalho competente, honesto e de solidariedade partilhada. A vida do crente é alegre, dialogante, participativa LLÄJHaUH0NYLQHLVT\UKVKPZ[PUN\PUKVS\JPKHTLU[L o bem e o mal, opta pelo bem maior ou, eventualmente, pelo mal menor, sempre empenhado, de modo esclarecido, coerente e responsável nas tarefas mais urgentes segundo os critérios da consciência moral esclarecida e estimuladora. Frei. Bernardo Domingues, o.p Testemunho/Gratidão Ao Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Eu, …., colaboradora da Obra Diocesana, há .. anos, sinto-me orgulhosa KLMHaLYWHY[LKLZ[HMHTxSPHVUKLWHY[PSOV[VKVZVZKPHZTVTLU[VZKL grande alegria e solidariedade. A ODPS é uma Instituição solidária, que sempre me transmitiu amor e JHYPUOVWHYHJVTVZTL\ZÄSOVZX\LWHZZHYHTWLSVZ*LU[YVZ:VJPHPZ ¯L¯LWHYHJVTPNVJVTVWYVÄZZPVUHS Aprendi ao longo destes anos, convivi com utentes e famílias e pude partilhar valores da vida como carinho e amor, tendo recebido muito da própria Instituição. Sempre vi a ODPS com o lema: ajudar pessoas (“Pessoas a sentirem Pessoas). 67YVQLJ[V¸-HaLY:VYYPYH:VSPKqV¹VUKLL\TLZTHJVTJHYPUOVHQ\KPV como voluntária, levando uma palavra e um gesto amigo a todos os \[LU[LZX\LLUJVU[YHTVZZ}ZUVZZL\ZSHYLZtT\P[VNYH[PÄJHU[LWHYH mim como ser humano. Um dia, através da minha Coordenadora, …, esse “sentir” chegou a minha casa, à minha família. *OVYLPUVWYPTLPYVKPHLTX\LV*VSLNH¯SL]V\HTPUOHJHZHVJHIHa de alimentos para nos ajudar a ultrapassar um momento menos fácil da vida, devido à situação de desemprego do meu marido. Aí senti que o apoio, que se dá todos os dias aos nossos utentes, também chega até nos colaboradores. Eu e a minha família agradecemos do fundo do coração a força e a sensibilidade que partilharam connosco. Caro amigo Sr. Américo Ribeiro Estou em tempo de férias. Um privilégio que não pode chegar a todos. Sei de pessoas muito próximas, que em seus desabafos, procuram tempo de trabalho, tempos e oportunidades para responder às situações dramáticas que vivem as sociedades europeias. Trouxe, na minha bagagem literária, o Espaço Solidário que sempre me provoca e leva a um exame de consciência normal, como solidária convosco nesta e noutras causas, embora de âmbito mais pequeno, mas que ganham força pela quotidianidade com que nos confrontam. ,Z[HTVZ ULZ[H IHYJH JVT\T KL KPUHTPZTV L]HUNLSPaHKVY JVT L LT igreja, que dia a dia, nas suas múltiplas formas e pessoas, está atenta em responder com realismo e esperança, esperança crítica como bem refere o padre Lino Maia ao despertar o Estado Social para as suas responsabilidades. É sempre grato ler os artigos de opinião de pessoas com quem convi]LTVZKLWLY[VLUVZTLYLJLTH[LUsqVLZLU[PTLU[VZKL\THHTPaHKLX\LWLYK\YHWHYHHStTKV[LTWV9LÄYVTLHV*}ULNV9\P6Z}YPV WYVMLZZVY KL ÄSVZVÄH L NYHUKL JVSHIVYHKVY JVUUVZJV UH LK\JHsqV L defesa dos valores superiores no nosso Colégio da Bonança em Gaia. Um homem de encontro, de diálogo e relação e por isso, credível nos HWLSVZX\LMHanUV]HMHU[HZPHKHJHYPKHKLpara que triunfe, como ele escreve, a humanidade contra todos os riscos que a põem em causa. Embora num silêncio mais prolongado devido a compromissos que não me permitiram deixar um eco à nossa revista que, apesar das vicissitudes dos tempos que são nossos, cresce em qualidade, substância e LTWLUOVZHWYV]LP[VLZ[L[LTWVKLWH\ZHWHYHTH[LYPHSPaHYLZ[LKLZLQV X\LIYV[HKL\TWLYJ\YZVX\LMHaLTVZ[VKVZUHTLZTHIHYJHKHZVlidariedade samaritana! *VTV KPa L T\P[V ILT V TLZ[YL LT ZVSPKHYPLKHKL UVZZV HTPNV 7L 4HPHH]VU[HKLtVZLNYLKVKV[YP\UMV5HZ\HYLÅL_qVZVIYLV7VKLY LH=VU[HKLMVPT\P[VMLSPaLTUVZYLJVYKHYVX\LKPaLTVZNYHUKLZ como A. Einstein: Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atómica: a vontade. E esta força perpassa [VKVZ VZ MLP[VZ L ZVUOVZ KL ILTMHaLY KV 6IYH +PVJLZHUH KH UVZZH cidade invicta. Um outro mundo se constrói com homens e mulheres de boa vontade. Não uma vontade qualquer, mas uma especial e persistente boa vontade! Como a vossa! Contem sempre com a poderosa força do Alto. Com a força dos amigos! Pela confhic- imac Exmo. Senhor Presidente, Senhor Américo Ribeiro Não preciso de muitas palavras para V.Exª. compreender que, se não me tenho “feito presente”, algo de grave me está acontecendo… - 91 anos e meio…! - solidão humana…! KPÄJ\SKHKLLTZHPYKLJHZH¯ - e mais… É óbvio imaginar! Agradeço muito o Espaço Solidário de Junho. Em grande relevo as exortações fortes, sucintas, cheias de espírito e vida do Papa Francisco que nos arrebata a todos. Bendito seja Deus. Na alegria e na dor bendigamos o Senhor! Dolorosa foi e é, a ausência de D. Manuel Clemente. (L]VJHsqVX\LÄaLYHTUH9L]PZ[HJVUZVSH¯ Envio o cheque de 40,00 euros mas porque tenho rareado as ofertas, WLSHZ]mYPHZYHaLZX\L=,_¡JHSJ\SH Saudações fraternas respeitosamente Maria Teresa Morais - Trofa +HTPUOHWHY[L[vTLTTPT\THJVSHIVYHKVYHMLSPaJVTHX\HSWVKLT JVU[HYJVT[VKVVHTVYLWYVÄZZPVUHSPZTV Com carinho e dedicação agradeço a toda a Administração da ODPS! … Colaboradora da ODPS Senhor Presidente, (NYHKLsVHNLU[PSLaHKHVMLY[HKVU¢KH9L]PZ[H,ZWHsV:VSPKmYPVL felicito a Obra Diocesana de Promoção Social pela meritória actividade que, com tanta dedicação, vem desenvolvendo na diocese do Porto. Cordialmente, apresento a expressão da minha consideração + Rino Passigato - Núncio Apostólico Senhor Dra. Aurora, Com a dolorosa notícia da morte do meu marido, venho agradecer de todo o coração, todos os cuidados que recebi, quer da Sra. Dra. Aurora X\LYKL;VKHZHZM\UJPVUmYPHZX\LYKHZLJYL[HYPH:VÄHX\LYKHZX\L aqui prestaram cuidados, a quem peço que sejam dados também os meus agradecimentos. Muito grata, TU E OS OUTROS Fala às pessoas. Não há nada tão agradável como uma palavra amiga e sincera. Sorri às pessoas, a todas as pessoas. Lembra-te de que accionamos KLaLUHZKLTZJ\SVZWHYHMYHUaPYH[LZ[HLHWLUHZWHYHZVYYPYJVT simpatia. Chama as pessoas pelo seu nome. A música mais suave para muitos ainda é ouvir o seu próprio nome com respeito. :vHTPNVÄLSLWYLZ[m]LS"ZLX\PZLYLZ[LYHTPNVZZvHTPNVSLHSLKPZponível. Sê cordial. Fala e procura agir com verdade e sinceridade; tudo o que ÄaLYLZMmSVJVTHSLNYPHKLKPJHsqVLYLZWLP[VH\[vU[PJV Interessa-te sinceramente pelos outros. Lembra-te que sabendo o que sabes, ainda não sabes tudo o que os outros sabem pelas experiências de vida. Sê pessoa generosa em elogiar, cautelosa em criticar. Os autênticos SPKLYLZZHILTPUZWPYHYJVUÄHUsHLLSL]HYVZV\[YVZWHYHHI\ZJHKH]LYdade. Numa controvérsia há sempre três lados a considerar: o teu, o do outro e o lado de quem está certo. Cada opinião vale pelos argumentos inteligíveis que a suportam. Não esqueças quatro comportamentos de um verdadeiro líder: escuta, HWYLUKLHWYLJPHLLSVNPHVWVY[\UHTLU[LLZLTHaLK\TL 6X\LYLHSTLU[L]HSLUHUVZZH]PKHtHX\PSVX\LMHaLTVZWLSVZV\YVZ JVTHTPaHKLJSHYP]PKLU[LLHQ\Z[HKHnZULJLZZPKHKLZHJ[\HPZKVZV\[YVZZLTU\UJHKLZPZ[PYKLMHaLYVILTH[LTWVLOVYHZ Maria José Coutinho - Porto Exmo. Senhor Américo Joaquim da Costa Ribeiro Presidente da Obra Diocesana de Promoção Social Encarrega-me o Presidente da Comissão Europeia, Dr. José Manuel +\YqV)HYYVZVKLHNYHKLJLYHJHY[HX\L=,_H8\PZMHaLYVMH]VYKL LU]PHYHKL1\SOVWLSHX\HSSOL[YHUZTP[LVU¢KH9L]PZ[H¸,ZWHsV Solidário”, que reteve toda a sua atenção. Com os meus melhores cumprimentos Raquel Lucas, Dra. Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Encarrega-me Sua Excelência o Ministro da Solidariedade e da SeguYHUsH:VJPHSKLHJ\ZHYHYLJLWsqVKHJHY[HKH[HKHKLKL1\SOVKL LHNYHKLJLYH=,_¡VLU]PVKH9L]PZ[H¸,ZWHsV:VSPKmYPV¹ Com os melhores cumprimentos Gabriel Osório de Barros, Dr. Chefe do Gabinete Fr. Bernardo Domingues. o.p. Amigos em crescendo! Donativos de 20 de Junho a 27 Setembro de 2013 Contribuição 30,00 € Anónimo A.M.M. Anónimo Anónimo Assembleia de Padres da Cidade do Porto Frei José Pinto 100,00 € 30,00 € 300,00 € 170,00 € 20,00 € Descrição Contribuição José Miguel Vieira Marques Teixeira, Dr. Luciano Lopes Pascoal Minhomédica - Equip. Médico e Hospitalar, Lda. MTDTM Rui Miguel Vieira Marques Teixeira, Dr. Seppo Tahvanainen Liga dos Amigos da Obra Diocesana Já se fez Amigo da Liga? Contribua com um Donativo Pode ser Mensal, Anual ou Único Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118 Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3) Ano VIII . n.º32 . Trimestral . Setembro 2013 43 125,00 € 50,00 € 606,29 € 40,00 € 125,00 € 200,00 € Obrigado! Descrição