UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE HISTERECTOMIA TOTAL ABDOMINAL Autores: BIANCA ALVES PEREIRA DA SILVA FLÁVIA SOUZA CAMPOS Belém - Pa 2007 12 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE HISTERECTOMIA TOTAL ABDOMINAL BIANCA ALVES PEREIRA DA SILVA FLÁVIA SOUZA CAMPOS Projeto apresentado na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará – Núcleo de Pesquisa, como requisito para obtenção de aprovação para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso, orientado pela Profa. Cibele Nazaré da Silva Câmara. Belém – PA 2007 13 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE HISTERECTOMIA TOTAL ABDOMINAL Bianca Alves Pereira da Silva Flávia Souza Campos Avaliado por: ________________________________________________ Data: ____/____/____ Belém - PA Universidade da Amazônia 2007 14 DEDICATÓRIA De Bianca Alves Pereira da Silva, ... aos meus queridos pais, Pedro e Dília, pelo incondicional carinho, confiança, estímulo e apoio profissional...., ...mostrando que Deus e a família constroem nossas vidas. Sem “eles” nada seria possível! ... ao meu amor, Franco Aurélio..., pela paciência, tolerância e sobretudo pela atenção em todos os momentos. Pela sua admiração... ...Sempre me querendo bem... ...a minha sobrinha Juliana, que sempre me alegrava nos momentos de estresse. De Flávia Souza Campos, Dedico aos meus pais, irmãos e amigos, e a todas as pessoas que nos ajudaram através de gestos, palavras ou pensamentos e que assim contribuíram para realização desta pesquisa. 15 AGRADECIMENTOS Aluna Bianca Silva, Agradeço a Deus. Aos meus amados Pais, essenciais, absolutos e presentes. Agradeço especialmente a minha orientadora, Prof. Cibele Câmara... Figura ímpar e de dedicação imensurável...Muito obrigada pela confiança, paciência, pelas oportunidades e crescimento profisional e pessoal. Obrigada, sobretudo pelos ensinamentos de como vencer através de seus exemplos e atitudes! A todos meus amigos, principalmente a Flávia, que me suportou durante essa fase da vida. Em especial às mulheres que participaram deste estudo... A todos que não foram citados e que estiveram comigo neste momento. Aluna Flávia Souza, Agradeço a Deus por te me abençoado com essa profissão, e por me direcionar com toda luz para que eu possa ter sensibilidade com a vida... Aos meus pais Farid e Darlene, por terem acreditado em mim e estarem presente em todas as minhas conquistas... Aos meus irmãos Farid Jr. e Felipe pele confiança e amizade que existe entre nós. As pacientes participantes do tratamento, e que por nossas mãos passaram, sem nos terem escolhido... A orientadora Cibele Câmara pela paciência e dedicação durante o processo de produção desta pesquisa... A Bianca companheira de estudos, trabalhos etc. que durante quatro anos no curso de fisioterapia construímos uma amizade 16 EPÍGRAFE “Se um dia tudo lhe pareceu perdido, lembre-se que você nasceu sem nada, e tudo que consegui foi através de esforços e os esforços nunca se perdem, somente dignificam as pessoas”. Chalés Chapem 17 RESUMO Bianca Alves Pereira da SILVA; Flávia Souza CAMPOS. Atuação da fisioterapia no pósoperatório de histerectomia total abdominal. Universidade da Amazônia, UNAMA, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Belém – Pará, 2007, Trabalho de Conclusão de Curso. Aplicação de um protocolo fisioterapêutico no pós-operatório em mulheres de HTA, a partir de uma pesquisa de campo realizada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, enfermaria Santa Maria. Além disso, orientar a respeito do pós-operatório, enfatizando o posicionamento adequado no leito, acelerar o processo de recuperação após a cirurgia, estimular a movimentação no leito, a deambulação precoce, reduzir a dor, exercícios respiratórios e para a região perineal. Foi realizado um estudo terapêutico aplicada em dois grupos, experimental e controle, que contou com a participação de 45 mulheres em cada um, totalizando um contingente amostral de 90 pacientes. Os perfis das pacientes eram bastante diversificados, porém a maioria das intervenções cirúrgicas foi em decorrência de miomas, além disso, houve alívio significativo da dor no grupo EENT. Não houve diferenças significativas nos sintomas de urgência e a urge-incontinência em ambos os grupos, portanto podemos concluir que o tratamento não reduziu a ocorrência deste evento. A fisioterapia com a utilização de seus recursos desempenha um papel importante no que diz respeito ao controle da dor e uma alta hospitalar mais precoce. Houve diminuição da dor no grupo EENT, para alguns momentos e parâmetros. Entretanto, é necessário cautela na análise, pois a casuística e as diferenças são pequenas. Assim, estudos adicionais são necessários, já que a utilização da EENT está indicada apenas como coadjuvante no controle da dor pós-operatória relacionada a procedimentos fisioterapêuticos. PALAVRA-CHAVE: HISTERECTOMIA, PÓS-OPERATÓRIO, FISIOTERAPIA, EENT 18 ABSTRACT Bianca Alves Pereira da SILVA; Flávia Souza CAMPOS. Atuação da fisioterapia no pósoperatório de histerectomia total abdominal. University of the Amazônia, UNAMA, Center of Biological Sciences and the Health, Course of Fisioterapia, Belém - Pará, 2007, Work of Course Conclusion. Application of a postoperative fisioterapêutico protocol in in HTA women, from one the research of field carried through in the Foundation Saint Casa de Misericórdia of Pará, infirmary Saint Maria. Moreover, to guide regarding the postoperative one, emphasizing the positioning adjusted in the stream bed, to speed up the recovery process after the surgery, to stimulate the movement in the stream bed, the precocious deambulation, to reduce respiratory pain, exercises and for the perineal region. A therapeutical study applied in two groups was carried through, experimental and has controlled, that it counted on the participation of 45 women in each one, totalizing a contingent amostral of 90 patients. The profiles of the patients sufficiently were diversified, however the majority of the surgical interventions was in result of miomas, moreover, it had significant relief of pain in group EENT. It did not have significant differences in the symptoms of urgency and the urge-incontinence in both the groups, therefore we can conclude that the treatment did not reduce the occurrence of this event. The fisioterapia with the use of its resources plays an important role in what it says respect to the control of pain and the one high hospital precocious one. It had reduction of pain in group EENT, for some moments and parameters. However, it is necessary caution in the analysis, therefore the casuistry and the differences are small. Thus, studies you add are necessary, since the use of the EENT is indicated as only coadjuvante in the control of postoperative pain related the fisioterapêuticos procedures. WORDS KEYS: HISTERECTOMIA, POSTOPERATIVE, FISIOTERAPIA, EENT 19 LISTA DE FIGURAS FIGURA I - Anatomia do Sistema Genital Feminino....................................................26 FIGURA II – Pélvis........................................................................................................33 FIGURA III - Músculos do Assoalho Pélvico...............................................................34 FIGURA IV - Escala Visual Analógica de Dor.............................................................41 FIGURA V - Eletroestimulação Nervosa Transcutânea................................................41 FIGURA VI - Eletrodo disposto na paciente.................................................................46 20 LISTA DE TABELAS TABELA I: Distribuição segundo os grupos e a faixa etária.........................................45 TABELA II: Distribuição segundo os grupos e a escolaridade.....................................46 TABELA III : Distribuição segundo os grupos e a ocupação.......................................46 TABELA VI: Distribuição segundo os grupos e estado civil........................................47 TABELA V: Distribuição segundo os grupos e a principal queixa...............................48 TABELA VI: Distribuição do motivo da cirurgia.........................................................48 TABELA VII: Distribuição segundo os grupos e MAP................................................49 TABELA VIII: Distribuição segundo a urgência, antes e depois..................................50 TABELA IX: Distribuição segundo a urge-incontinência, antes e depois.....................50 TABELA X: Dor local antes e depois do experimento..................................................51 TABELA XI: Dor irradiada antes e depois do experimento..........................................51 21 LISTA DE ABREVIATURAS HTA Histerectomia Total Abdominal MAP Músculos do Assoalho Pélvico EENT Eletroestimulação Nervosa Transcutânea Hz Unidade de medida de freqüência. μs Unidade de largura do pulso elétrico. TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido EVA Escala Visual Analógica de Dor n Número de indivíduos na pesquisa. 22 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT I - INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 112 II - REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 28 1) ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO .......................................... 28 1.1 – Ovários .............................................................................................................. 28 1.2 – Tubas Uterinas................................................................................................... 29 1.3 – Útero .................................................................................................................. 30 1.4 – Vagina................................................................................................................ 31 1.5 – Órgãos Genitais Externos .................................................................................. 31 1.5.1 – Monte Púbico ou Monte do Púbis .................................................................. 32 1.5.2 – Lábios Maiores ............................................................................................... 32 1.5.3 – Lábios Menores .............................................................................................. 32 1.5.4 – Glândulas Vestibulares Maiores..................................................................... 33 1.5.5 – Glândulas Vestibulares Menores .................................................................... 33 1.5.6 – Estruturas Eréteis............................................................................................ 34 2) O QUE É HISTERECTOMIA? ............................................................................. 35 3) ASSOALHO PÉLVICO......................................................................................... 36 4) ELETROESTIMULAÇÃO NERVOSA TRANSCUTÂNEA (EENT)................. 39 III – METODOLOGIA................................................................................................... 43 1 - Tipo de Estudo: ..................................................................................................... 43 2 - Local da Pesquisa:................................................................................................. 43 3 - Aspectos Éticos: .................................................................................................... 43 4 - Informantes: .......................................................................................................... 44 5 - Critérios de Inclusão: ............................................................................................ 44 6 - Critérios de exclusão: ............................................................................................ 44 7 - Coleta de Dados: ................................................................................................... 45 8 - Análise dos Dados:................................................................................................ 49 IV – RESULTADOS ...................................................................................................... 50 V – DISCUSSÃO ........................................................................................................... 57 VI - CONCLUSÃO ........................................................................................................ 61 VII - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 62 ANEXO .......................................................................................................................... 66 DECLARAÇÃO................................................................................................ 67 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO. ...................... 69 APÊNDICE .................................................................................................................... 72 FICHA DE AVALIAÇÃO ............................................................................... 73 CARTILHA......................................................................................................64 23 I - INTRODUÇÃO A histerectomia é uma das cirurgias mais praticada em todo o mundo, sendo realizada 600.000 histerectomias/ano nos EUA, (BARACHO, 2007). No Brasil foram realizadas cerca de 107.000 histerectomias em 2005, sendo 50% financiadas pelo SUS e 50% por convênios e particulares, (BARROZO, s/a). Nas mulheres é a segunda cirurgia em freqüência, superada apenas pela cesariana, (FILASSI, 2004). A média de idade das pacientes submetidas a esta cirurgia é de 45 anos, com 68% dos casos entre 35 a 50 anos, (NAHAS et al, 2002). Os miomas são tumores uterinos benignos mais comuns e responsáveis pela maior parte das histerectomias, (BARACHO, 2007). Existem condições absolutas e relativas para a indicação da histerectomia. As vantagens e desvantagens devem ser avaliadas quanto à escolha da histerectomia e de outros tratamentos alternativos e, principalmente, considerar a perspectiva da paciente sobre o tratamento, (SÓRIA et al, 2003). Estima-se que a taxa de mortalidade da histerectomia deve variar muito, dependendo das condições em que é realizada. Todavia, a taxa global para condições benignas é de aproximadamente 10 por 10.000. Outros fatores influenciam diretamente no risco, como a idade, condições clínicas e tipo de cirurgia, tais como abdominal, vaginal ou laparoscópica. (FILASSI, 2004). A maioria das histerectomias é eletiva e realizada antes da menopausa por sangramento uterino anormal e outras razões que ameaçam a vida. (FILASSI, 2004). 24 A maioria das histerectomias é realizada no abdômen, em geral via uma incisão de Pfannenstiel (linha de biquíni). Comumente, é feita uma histerectomia total abdominal, que inclui até a retirada do útero com a cérvix, (POLDEN, 2000). O trauma tecidual causado por procedimentos cirúrgicos e a reação inflamatória decorrente deste processo, podem resultar em condições dolorosas no período pós-operatório. Sabe-se que este tipo de dor não tratada pode acarretar diversos prejuízos a paciente, (TONATELLA, 2006). A fisioterapia pós-operatória é um procedimento necessário na recuperação da paciente submetida ao procedimento cirúrgico, atuando de forma preventiva e curativa em algumas possíveis complicações, (TONATELLA, 2006). A atuação da fisioterapia vem apresentado bons resultados no controle da dor através da utilização da EletroEstimulação Nervosa Transcutânea (EENT), recurso utilizado no pósoperatório. Segundo “Lambe a EENT representa um valioso procedimento clínico para alívio sintomático da dor”, (TONATELLA, 2006). A EENT constitui uma modalidade terapêutica não invasiva, de fácil manejo, que não apresenta efeitos colaterais ou interações com medicamentos, sendo utilizada para o alívio da dor pela estimulação de nervos periféricos, utilizando-se de eletrodos no nível da pele, estando baseada na liberação de opióides e na teoria do portão, ou também denominada teoria das comportas medulares de Melzack e Wall, (TONATELLA, 2006). 25 A condução das informações de dor aguda e crônica, transmitidas, respectivamente, pelas fibras A-Delta e Tipo C, ambas de diâmetros estreitos, poderia ser inibida pela atividade de fibras aferentes periféricas do tipo A-Beta, de diâmetro largo, ou pela atividade de vias descendentes do cérebro relacionadas com a inibição da dor, (MELO et al, 2006). O estímulo nervoso transcutâneo inclui a transmissão de corrente elétrica através da pele, o qual vai atuar sobre os mecanoceptores periféricos, e, a partir daí, ser conduzido pela fibra A-Beta até um conjunto de interneurônios, que por sua vez atuam na inibição da retransmissão, a nível medular, dos estímulos dolorosos conduzidos pelas fibras A-Delta e Tipo C, (MELO et al, 2006). Sendo assim, os efeitos analgésicos relacionam-se com um mecanismo de "fechamento da entrada" nas colunas dorsais da medula espinhal e pode estar associada também com a liberação de opióides endógenos, uma vez utilizando-se um nível de intensidade forte de eletro estimulação, a qual vai induzir a liberação destas substâncias a nível encefálico e medular, (MELO et al, 2006). A EENT é aplicada por meio de um aparelho ligado à eletricidade e que permite a regulagem de parâmetros como freqüência e intensidade, (MELO et al, 2006). Os estímulos elétricos chegam ao organismo por meio de eletrodos colocados na pele do paciente, (MELO et al, 2006). Dependendo da intensidade, o paciente pode ter uma sensação de formigamento ou de contração muscular, (TONATELLA, 2006). O uso da EENT previne complicações pulmonares, além de diminuir o uso de analgésicos (BJORDAL, JOHNSON & LJUNGGREEN, 2003), aumentarem a mobilidade no 26 leito e possibilitar a deambulação precoce (RAKEL & FRANTZ, 2003). A presença de dor dificulta uma atuação fisioterapêutica mais enérgica, no sentido de realizar manobras de reexpansão pulmonar e exercícios precoces no leito (TONATELLA, 2006). A mobilização precoce do paciente no leito, associada à deambulação, é essencial para sua rápida recuperação (TONATELLA, 2006), além de ser uma maneira eficiente de prevenir complicações vasculares como a trombose venosa profunda (MELO et al, 2006), o íleo dinâmico e dificuldade respiratória. Neste contexto, o fisioterapeuta se enquadra como um profissional importante na abordagem do pós-operatório de HTA, com uma atuação fundamental devido a seu caráter de reabilitação, podendo evitar ou minimizar possíveis complicações. As pacientes no pósoperatório se beneficiam da aplicação dos recursos terapêuticos. Então, para que o fisioterapeuta tenha uma melhor atuação é preciso conhecer em que consiste a cirurgia e todos os aspectos que envolvem o paciente, para dessa forma, promover um tratamento mais adequado, direcionando melhor sua conduta, diminuindo o tempo de hospitalização e de recuperação, reduzindo os custos com internação hospitalar e medicamentos e principalmente melhorando sua qualidade de vida. (FERNANDES e FREITAS, 2003). Poderá a atuação da fisioterapia, tanto na utilização de recursos terapêuticos, quanto na parte de orientações a paciente, acelerar o processo de reabilitação pós-operatório? Assim, o objetivo do trabalho foi aplicar o protocolo fisioterapêutico no pósoperatório em mulheres de HTA, a partir de uma pesquisa de campo realizada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, enfermaria Santa Maria e, também, orientar a respeito do 27 pós-operatório, enfatizando o posicionamento adequado no leito, acelerar o processo de recuperação após a cirurgia, estimular a movimentação no leito, a deambulação precoce, reduzir a dor, exercícios respiratórios e para a região perineal. 28 II - REFERENCIAL TEÓRICO 1) ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO Os órgãos genitais femininos são inicialmente divididos em, (DÂNGELO, 2002), (Figura I): • Internos: ovários, tubas uterinas, útero e vagina; • Externos: monte púbico, lábios maiores, lábios menores, estruturas eréteis e glândulas vestibulares. Figura I - Anatomia do Sistema Genital Feminino FONTE: http://www.saudeemmovimento.com.br 1.1 – Ovários Os ovários localizam-se na cavidade pélvica entre a bexiga e o reto, na escavação retouterina, (DÂNGELO, 2002). 29 Esses órgãos produzem os óvulos e também hormônios, que por sua vez controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero nos mecanismos de implantação do óvulo fecundado e início do desenvolvimento do embrião, (FREITAS et al, 2003). Os ovários fixam-se pelo mesovário à face posterior do ligamento largo do útero, porém, esses órgãos não são revestidos pelo peritônio. Por estarem fixados à face posterior do ligamento largo do útero, os ovários acompanham o útero na gravidez, (FREITAS et al, 2003). São órgãos que, antes da primeira ovulação (expulsão do óvulo pela superfície do ovário), apresentam-se lisos e rosados, mas após isso, tornam-se branco-acinzentados e rugosos; isso ocorre decorrente das cicatrizes deixadas pelas consecutivas ovulações. Os ovários também tendem a diminuir de tamanho na fase senil, (DÂNGELO, 2002). 1.2 – Tubas Uterinas São as estruturas responsáveis pelo transporte dos óvulos do ovário para a cavidade do útero. Essas estruturas estão incluídas na borda superior do ligamento largo do útero, localizando-se entre a bexiga e o reto. É interessante salientar que as tubas uterinas, por estarem incluídas no ligamento largo do útero, acompanham o útero na gravidez, (DÂNGELO, 2002). Nas tubas uterinas há o óstio uterino da tuba, que é uma abertura na extremidade medial da tuba que se comunica com a cavidade uterina e o óstio abdominal da tuba que é 30 uma abertura na extremidade lateral da tuba que se comunica com a cavidade peritonial para captação do óvulo liberado pelo ovário, (DÂNGELO, 2002). As tubas uterinas são subdivididas em quatro partes, (FREITAS et al, 2003): • Uterina: na parede do útero; • Istmo: parte estreita sucessiva a parte uterina; • Ampola: parte pouco mais dilatada, onde geralmente ocorre a fecundação; • Infundíbulo: estrutura em forma de funil, onde há o óstio abdominal da tuba. Possui também as fímbrias (franjas irregulares) que auxiliam na captação do óvulo. 1.3 – Útero O útero é o órgão em que o embrião aloja-se e desenvolve-se até seu nascimento. Está localizado entre a bexiga e o reto, (DÂNGELO, 2002). Esse órgão é envolvido pelo ligamento largo do útero, que é uma prega transversal formada pelo peritônio que, após recobrir a bexiga, reflete-se do assoalho e paredes laterais da pelve sobre o útero, (FREITAS et al, 2002). Nesse órgão, que apresenta a forma de pêra invertida, mas pode ter sua forma variada, assim como o tamanho, posição e a estrutura, é possível observar as seguintes subdivisões: fundo do útero, corpo do útero, istmo, cérvix. O útero também apresenta três camadas: endométrio ou interna, miométrio ou média, perimétrio ou externa, (DÂNGELO, 2002). 31 1.4 – Vagina É o órgão feminino da cópula, além disso, é uma via para a menstruação e também permite a passagem do feto no parto, (DÂNGELO, 2002). A vagina comunica-se superiormente com a cavidade uterina através do óstio do útero e inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina através do óstio da vagina, o que possibilita sua comunicação com o meio externo, (DÂNGELO, 2002). O canal do parto é composto pela vagina e pela cavidade uterina. Esse canal possibilita a passagem do feto no momento do nascimento, (DÂNGELO, 2002). Nas mulheres virgens, o óstio da vagina é parcialmente fechado pelo hímen, que é uma membrana pouco espessa de tecido conjuntivo, forrada por mucosa interna e externamente, além de possuir pequena vascularização. Sua abertura é em forma de meia-lua. As carúnculas himenais são os restos de fragmentos após a ruptura do hímen, (DÂNGELO, 2002). Há ainda uma estrutura denominada foice da vagina, que é uma parte em contato com a região do colo do útero. Cabe ressaltar que nessa região pode haver alojamento de espermatozóides, (FREITAS et al, 2003). 1.5 – Órgãos Genitais Externos Os órgãos genitais externos femininos, no conjunto, também são chamados de pudendo feminino ou vulva, (DÂNGELO, 2002). 32 1.5.1 – Monte Púbico ou Monte do Púbis Órgão genital externo. É uma elevação mediana, localizada anteriormente à sínfise púbica e há principalmente em sua composição, tecido adiposo, (DÂNGELO, 2002). Após a puberdade apresenta pêlos espessos que se dispõem de forma característica, (FREITAS et al, 2003). 1.5.2 – Lábios Maiores São estruturas alongadas sob a forma de duas pregas cutâneas, (DÂNGELO, 2002). Nos lábios maiores há a rima do pudendo, que é uma fenda delimitada por essas pregas, (FREITAS et al, 2003). Apresentam-se cobertos por pêlos e com bastante pigmentação após a puberdade, (DÂNGELO, 2002). As faces internas dos lábios maiores são lisas e sem pêlos. 1.5.3 – Lábios Menores São duas pregas cutâneas pequenas, localizadas medialmente aos lábios maiores, (DÂNGELO, 2002). 33 Os lábios menores se fundem na região mais anterior. O espaço entre essas pequenas pregas chama-se vestíbulo da vagina. No vestíbulo da vagina encontram-se as seguintes estruturas, (FREITAS et al, 2003): • Óstio externo da uretra; • Óstio da vagina; • Orifícios dos ductos das glândulas vestibulares. Convém ressaltar que a pele que recobre esses lábios é lisa, úmida e vermelha, (DÂNGELO, 2002). 1.5.4 – Glândulas Vestibulares Maiores As glândulas vestibulares maiores são em número de duas, dispostas profundamente, abrindo seus ductos nas proximidades do vestíbulo da vagina, (DÂNGELO, 2002). Essas glândulas secretam um muco durante a relação sexual que tem por função lubrificar a porção inferior da vagina, (DÂNGELO, 2002). 1.5.5 – Glândulas Vestibulares Menores As glândulas vestibulares menores apresentam-se em número variável. Seus ductos desembocam na região do vestíbulo da vagina, (DÂNGELO, 2002). 34 As glândulas, de modo geral, produzem secreção no início da cópula para que as estruturas tornem-se úmidas e propícias à relação sexual, (DÂNGELO, 2002). 1.5.6 – Estruturas Eréteis São estruturas compostas por tecido erétil, que se dilatam como resultado do ingurgitamento sangüíneo, (FREITAS et al, 2003). Como estruturas eréteis femininas, há o clitóris, que apresenta duas extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis, os ramos do clitóris. Os ramos do clitóris unem-se para formar o corpo do clitóris, que por sua vez estende-se e forma a glande do clitóris, (FREITAS et al, 2003). É interessante salientar que somente a glande do clitóris é visível. Ela está localizada na região de fusão dos lábios menores. Essa estrutura é muito sensível e está ligada à excitabilidade sexual feminina, (DÂNGELO, 2002). Outra estrutura erétil é o bulbo do vestíbulo, que é composto por duas massas de tecido erétil, alongadas e dispostas como uma ferradura ao redor do óstio da vagina, porém, não são visíveis, pois são recobertas pelos músculos bulbo-esponjosos. Quando essa estrutura está preenchida por sangue, dilata-se gerando maior contato entre o pênis e o orifício da vagina, (FREITAS et al, 2003). 35 2) O QUE É HISTERECTOMIA? A maioria das histerectomias é realizada no abdômen, em geral via uma incisão de Pfannenstiel (linha de biquíni). Entretanto, no caso do útero estar muito aumentado, por exemplo, por grande fibróide uterino, pode ser preferida uma incisão paramediana, ou linha mediana. A via abdominal permite a inspeção de outros órgãos e do tecido circunvizinho. Um completo esvaziamento pélvico somente pode ser feito pela via abdominal. Comumente, é feita uma histerectomia total abdominal (HTA), que inclui até a retirada do útero com a cérvix. O processo pode ser convenientemente associado com a retirada de uma ou de ambas as trompas de Falópio ou ovários, se isso for julgado necessário. (POLDEN, 2000). Penetra-se o abdômen para expor os órgãos pélvicos. No alto do ligamento largo, as trompas de Falópio, o ligamento ovariano e o ligamento redondo são divididos em ambos os lados, e o ligamento largo é aberto para expor os vasos uterinos, de modo que possam ser ligados e cortados. A cérvix é excisada da vagina, deixando-se a maior parte possível da mesma e dos ligamentos uterossacral e transversal, de modo a que o útero todo possa ser retirado. É tomado grande cuidado para que se evite traumatismo do útero, que passa por baixo das artérias uterinas ao nível da cérvix, e logo, ao lado da mesma. Os pedículos e ligamentos são suturados juntos, como para a histerectomia vaginal. O extremo superior da vagina é fechado e preso aos ligamentos para apoio, e a cavidade abdominal é fechada em camadas. (POLDEN, 2000). As principais indicações são, (REIS, 2000): 36 1. Doença uterina benigna ou sintomas: a) sangramento anormal, b) dor, sangramento ou aumento do volume do útero, c) prolapso, d) mioma, e) abortamento séptico e infecção puerperal, f) hemorragias obstétricas; 2. Doença benigna da tuba uterina e ovários: a) doença inflamatória pélvica, b) endemotriose pélvica, c) gravidez ectópica; 3. Neoplasias benignas e malignas (colo e corpo uterino, tuba, ovário, órgãos adjacentes); 4. Doença Trofoplástica Gestacional; 5. Indicações incomuns: a) problemas cervicais: estenose cervical, b)mal formações, c) dor pélvica crônica, d) síndrome da pelve congesta, e) esterelização. 3) ASSOALHO PÉLVICO A pélvis (“bacia”) é a parte do corpo que fica entre a barriga e as pernas. Como nós andamos em duas pernas, essa bacia precisa ser bem forte para sustentar o peso de toda a parte de cima do corpo, (Figura II-A). Por isso temos uma musculatura forte que segura todos os órgãos da bacia no lugar certo, incluindo a bexiga, os intestinos, etc. Nas mulheres isso é ainda mais importante, pois durante a gravidez ela ainda tem que suportar o peso do útero e do bebê. A parte de baixo dessa bacia é feita por músculos fortes, que formam um “assoalho”, (DINIZ, s/a), (Figura II-B). 37 Figura II – Pélvis A – Arcabouço Feminino B - Pélvis FONTE: http://www.perineo.net/index.htm#8 Os músculos do assoalho pélvico formam um oito (8) (Figura III), sendo que o círculo de cima envolve a abertura da vagina e da uretra e o círculo de baixo envolve a abertura do ânus, (DINIZ, s/a). Figura III – Músculos do Assoalho Pélvico FONTE: http://www.mulheres.org.br/fiqueamigadela/anatomia1.html 38 A saúde dos músculos pélvicos é fundamental para manter a integridade e o bom funcionamento da vagina e da uretra e a posição dos órgãos dentro da pélvis. Os músculos pélvicos controlam o fluxo de urina, a contração (aperto) da vagina e o bom fechamento do ânus. Tanto a uretra quanto o ânus têm um esfíncter (músculos especiais que funcionam como fechaduras) que garantem a retenção da urina e fezes. O assoalho pélvico é composto de várias camadas de músculos suspensos como uma “rede” pendurada em dois pontos, na frente e atrás da pélvis. Além dessa rede, os músculos também formam um triângulo, (RETT, 2004). Um assoalho pélvico saudável tem um bom tônus (firmeza) e elasticidade. Entretanto a idade, a falta de exercícios em geral, algumas cirurgias, como a histerectomia e mesmo a gravidez e parto (seja ele vaginal ou cesariana) fazem com que estes músculos fiquem mais fracos, e a “rede” fique arriada, (DINIZ, s/a). No caso a histerectomia, que consiste na retirada do útero, pode comprometer as relações anatômicas e o suprimento vascular e nervoso dos órgãos pélvicos. Existem controvérsias quanto as conseqüências desse procedimento a longo prazo na função urinária, intestinal inferior e sexual, devido a o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, (BARACHO, 2007). A MAP pode ser fortalecida a partir de exercícios simples, chamados Exercícios de Kegel, que consistem em contrações simples desta musculatura, (RETT, 2004). Estes exercícios são realizados a partir da contração da MAP (músculos sentidos ao redor da vagina). Muitas mulheres não conseguem contraí-los, por não conhecerem ou não estarem habituadas a sentí-los. Porém felizmente existem técnicas que ajudam a mulher a identificar e exercitar estes músculos, (RETT, 2004). 39 Os exercícios requerem boa persistência e devem ser inicialmente monitorados por um fisioterapeuta, já que se realizados de maneira errada podem ser prejudiciais, causando inclusive efeito inverso (enfraquecendo mais ainda a MAP). Porém, são de grande valia principalmente para as mulheres já habituadas em exercitar sua MAP. Podem ser realizados a qualquer momento do dia, como no trânsito, realizando os afazeres domésticos, em frente ao computador, (DINIZ, s/a). 4) ELETROESTIMULAÇÃO NERVOSA TRANSCUTÂNEA (EENT) A EENT é um recurso fisioterapêutico amplamente utilizado para analgesia que atua no alívio sintomático da dor. A EENT é utilizada para estimular as fibras nervosas que transmitem sinais ao cérebro que são interpretados pelo tálamo como dor. Os impulsos transmitidos de forma transcutânea estimulam as fibras A-β, grossas e mielinizadas, transmissoras de informações ascendentes proprioceptivas. Essas fibras são sensíveis às ondas bifásicas e monofásicas interrompidas, como as da EENT. A base do efeito da EENT se dá conforme a “Teoria das Comportas”, postulada por MELZACK & WALL em 1965, sendo que a superestimulação das fibras tipo A-β promove o bloqueio da entrada do estímulo das fibras tipo C nas comportas do corno posterior da medula, na substância gelatinosa e nas células de transmissão (células T), (TONATELLA, 2006). A atuação da EENT no alívio sintomático da dor e na diminuição da hiperalgesia inflamatória pode ser explicada pela influência do estímulo elétrico no sistema nervoso central. A estimulação de neurônios localizados no corno dorsal da medula, e conseqüentemente dos receptores opiáceos periféricos, pode resultar na diminuição da 40 concentração de mediadores inflamatórios como o glutamato e o aspartato, envolvidos no processo de hiperalgesia associada à inflamação, (FERRREIRA & BELEZA, 2007). Alguns estudos demonstram que a EENT aplicada com baixa freqüência pode ser mais efetiva no controle da dor, pois além de promover interações com a medula espinhal, também promove analgesia através de interações supra-espinhais, favorecendo a liberação de neurotransmissores centrais como serotonina e histamina, (TONATELLA, 2006). A EENT pode ser efetiva como coadjuvante à analgesia com opiáceos (FERREIRA & BELEZA, 2007). Existem evidências que a administração da EENT conjuntamente com opiáceos pode ser benéfica no sentido de diminuir a quantidade de medicação para produzir o mesmo grau de analgesia com menos efeitos colaterais, comuns quando esses analgésicos são utilizados, (MELO et al, 2006). A EENT pode resultar em manutenção de analgesia mesmo após sua interrupção. Para explicar esse fato, existe uma teoria que se fundamenta no aumento da liberação de betaendorfinas pela EENT. As beta-endorfinas são produzidas pela glândula pituitária e têm um importante papel na modulação da dor (FERREIRA & BELEZA, 2007). A dor, como qualquer outro estímulo estressante, serve como um estimulante para o organismo aumentar a produção de endorfinas e combater o estresse e reduzir a sensação dolorosa (TONATELLA, 2006). Muitos autores demonstraram que a estimulação elétrica, não necessariamente tão dolorosa, aplicada à superfície da pele, também pode estimular a produção de endorfinas, (MELO et al, 2006). A eletroestimulação pode ser utilizada na rotina pós-operatória hospitalar como coadjuvante da analgesia convencional, (MELO et al, 2006). Além de ser não-invasiva e não farmacológica, a EENT é confortável para o paciente e em 95% dos casos pode ser eficiente 41 no controle da dor pós-cirurgia abdominal, (FERREIRA & BELEZA, 2007), e não possui efeitos colaterais associados (TONATELLA, 2006). Os parâmetros geralmente utilizados para analgesia estão na seguinte faixa: freqüência entre 10 e 278 Hz e largura de pulso entre 100 e 500 μs, (FERREIRA & BELEZA, 2007). Os eletrodos são confeccionados em borracha condutora e são colocados de maneira cruzada e pericicatricialmente, numa faixa distando 2 cm da incisão , usando-se como meio de contato um gel hidrossolúvel, (MELO et al, 2006). A intensidade da eletroestimulação é ajustada de acordo com a sensação relatada pelo paciente, que deve ser intensa, sem ser, no entanto, desconfortável (TONATELLA, 2006). Quando o paciente deixar de sentir a eletroestimulação, devido ao efeito de acomodação, a intensidade deve ser gradativamente aumentada (FERREIRA & BELEZA, 2007). O uso da EENT previne complicações pulmonares, além de diminuir o uso de analgésicos (FERREIRA & BELEZA, 2007), aumentarem a mobilidade no leito e possibilitar a deambulação precoce, (MELO et al, 2006). A presença de dor dificulta uma atuação fisioterapêutica mais enérgica, no sentido de realizar manobras respiratórias e exercícios precoces no leito, (TONATELLA, 2006). A EENT apesar de ser um recurso extremamente seguro, entretanto deve ser evitada em algumas situações, (FERREIRA & BELEZA, 2007): • Portadores de marcapasso; • Pessoas cardiopatas; • Pacientes que apresentam dores sem etiologia definida; 42 • Epiléticos sem acompanhamento médico; • Nas gestantes, durante o primeiro trimestre. A EENT não deve utilizada nas seguintes regiões, (FERREIRA & BELEZA, 2007): • Nas regiões carotídeas; • Na boca; • Na pele com solução de continuidade; • No abdômen durante a gestação; • Sobre as pálpebras Em alguns casos, podem ocorrer irritação ou erupções cutâneas alérgicas ao redor ou debaixo da colocação dos eletrodos. Havendo persistência dessa irritação, o uso deve ser suspenso, (MELO et al, 2006). 43 III – METODOLOGIA 1 - Tipo de Estudo: Foi realizado um ensaio experimental terapêutico com grupo controle, no qual verificado a eficácia da Fisioterapia durante o pós-operatório imediato de Histerectomia Total Abdominal e conseqüentemente o processo de recuperação da mulher, prevenindo complicações cirúrgicas, visando à melhora precoce. 2 - Local da Pesquisa: A pesquisa foi desenvolvida na Fundação Santo Casa de Misericórdia do Pará, na Enfermaria Santa Maria, no período vespertino, durante os meses de março a julho de 2007, segunda-feira a sábado, exceto domingos e feriados. 3 - Aspectos Éticos: De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), através da autorização da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará – Núcleo de Pesquisa, para o aval necessário para a realização da pesquisa. Sendo que todas as informações pertinentes à clientela em questão foram preservadas no processo de análise. 44 4 - Informantes: As informantes da pesquisa foram mulheres internadas na enfermaria Santa Maria submetidas à cirurgia ginecológica do tipo Histerectomia Total Abdominal na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, a partir de uma avaliação fisioterapêutica, (Apêndice I). Participando da pesquisa todas aquelas que se enquadraram nos critérios do estudo e aceitaram, devendo assinar um Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE (Anexo II), 5 - Critérios de Inclusão: Mulheres residentes na cidade de Belém entre a faixa etária de 25 a 60 anos, submetidas apenas à cirurgia ginecológica do tipo Histerectomia Total Abdominal, na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. 6 - Critérios de exclusão: Mulheres que residem em Belém ou em outros municípios com faixa etária inferior a 25 e superior a 60 anos, submetidas à cirurgia ginecológica (exceção da Histerectomia Total Abdominal) e reconstrução da musculatura do períneo, na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. 45 7 - Coleta de Dados: O projeto foi desenvolvido na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, seguida da carta de aceitação do professor orientador (Anexo I), Para fundamentar a pesquisa foi realizado um breve levantamento bibliográfico para introdução ao estudo. Aplicada em dois grupos, experimental e controle, que contou com a participação de 45 mulheres em cada grupo totalizando um contingente amostral de 90 pacientes, onde as mesmas se encontravam no pós-operatório imediato de cirurgia ginecológica do tipo Histerectomia Total Abdominal. O plano tratamento fisioterapêutico foi implantado na seguinte seqüência: Após as primeiras 24 horas de pós-operatório com a aplicação de uma avaliação fisioterapêutica especializada (Apêndice I), com fins de coletar dados pessoais, tipo de cirurgia, motivo da cirurgia, tipos de sintomas urinários, e avaliar através de uma escala visual analógica o escores de dor da paciente, (Figura IV). Figura IV – Escala Visual Analógica - EVA 46 Seguido dessa avaliação, inicio-se a intervenção com o uso do EENT (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) que é uma corrente de baixa freqüência utilizada para analgesia, (Figura V). (KITCHEN, 2003). Figura V – EENT (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) FONTE: Dados do autor O EENT utilizado da marca IBRAMED do tipo portátil com dois canais de saídas com quatro eletrodos confeccionados de borracha condutora de aproximadamente 5x5cm cada um. Para melhor condução da corrente foi utilizado carbogel e para fixação do eletrodo esparadrapo antialérgico. Os eletrodos foram dispostos na região pericicatricial cruzada, a cerca de dois centímetros da incisão cirúrgica, (Figura VI). 47 Figura VI – Eletrodos dispostos na paciente FONTE: Dados do autor No modo Convencional com uma freqüência de 100 Hz, largura de pulso de 50 µs por 30 minutos, com intuito de promover eletro estimulação intensa sem provocar desconforto, sendo eventuais aumentos de intensidades foram controlados quando a paciente percebia a diminuição do estimulo elétrico (efeito acomodador), (FERREIRA & BELEZA, 2007). A atuação da fisioterapia respiratória através de exercício de reexpansão pulmonar, devido a paciente passar muito tempo acamada, (TONATELLA, 2006). Na seqüência a fisioterapia motora inclui mobilização no leito, através de exercícios isométricos e metabólicos, visando à melhora do retorno venoso dos membros. A deambulação também enfatizada, uma vez que a paciente tende a produzir uma postura fletida protetora devido à cicatriz abdominal. (POLDEN, 2000). Na seqüência, a realização de exercícios de contração da musculatura do assoalho pélvico (coccígeo, pubococcígeo, iliococcígeo e puboretal), juntamente com a entrega de uma cartilha auto-explicativa (Apêndice II) com o objetivo de informar o papel da fisioterapia e a 48 importância da realização de exercícios, mostrando os seus benefícios na reeducação perineal, após a Histerectomia. A assistência fisioterapêutica por meio de uma abordagem educacional e intervencionalista que valoriza a promoção da saúde e uma nova concepção de atendimento a mulher, (FERREIRA & BELEZA, 2007). A entrega da cartilha auto-explicativa vai auxiliar a paciente na execução dos exercícios. Vale ressaltar que as pacientes foram instruídas a praticar em casa as atividades contidas na cartilha 3x ao dia, baseados nos preceitos que os movimentos voluntários repetidos proporcionam força muscular. São formas de aprendizado de contração e relaxamento desses músculos, onde as pacientes inicialmente aprendem a reconhecer a musculatura e a contrair corretamente. O programa de exercícios visou fortalecer a musculatura pélvica, ocorrendo fortalecimento do componente periuretral do esfíncter uretral externo, aumentando o tônus, melhorando a transmissão de pressão na uretra reforçando o mecanismo de continência. A conduta foi aplicada durante todo período de internação pós-cirúrgico. Contados sete dias a partir do dia da alta hospitalar as pacientes receberam uma reavaliação fisioterapêutica em domicílio (Apêndice I), para verificar se houve alterações após as orientações e/ou tratamento implantado. 49 8 - Análise dos Dados: Para análise estatística será utilizado o programa BioEstat versão 4.0. O método estatístico com objetivo de comparar os efeitos do tratamento em dois grupos: Experimental (n=45) e Controle (n=45). A avaliação via questionário, realizada em dois momentos: no primeiro e no décimo primeiro dias do pós-operatório. Conforme o protocolo de avaliação das pacientes, as variáveis analisadas foram do tipo qualitativa nominal, e quantitativa contínua. Portanto, a comparação entre os dois grupos foi realizada pela aplicação de métodos estatísticos paramétricos e não-paramétricos. Nas variáveis qualitativas foi aplicado um método não-paramétrico: o Teste Binomial, tendo como evento (sucesso) a reação da paciente ao tratamento (Sucesso: Paciente evoluiu favoravelmente. Fracasso: Paciente não evolui favoravelmente. Nas variáveis Dor Local e Dor Irradiada , medidas na Escala Visual analógica de Dor (EVA), que foram classificadas como quantitativas discretas (Escore de Dor: Dor no 1º Dia – Dor no 11º Dia) foram avaliadas por um método paramétrico: o Teste t de Student. Para todos os testes fica previamente fixado o nível alfa 0.05 para rejeição de nulidade, assinalado por um (*) o que for significante. 50 IV – RESULTADOS A pesquisa de campo foi aplicada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, na Enfermaria Santa Maria com 90 pacientes dispostas em dois grupos (experimental, n=45 e controle, n=45), submetidas à cirurgia ginecológica do tipo histerectomia total abdominal. No que diz respeito a faixa etária entre os grupos, pode ser verificado tanto no grupo controle quanto no grupo experimental que apenas 2 pacientes estavam entre 26 e 32 anos, porém no grupo controle houve um índice maior de mulheres, entre 48 e 54 anos e no grupo experimental houve 26 pacientes entre as idades de 42 a 48 anos, (Tabela I). TABELA I: Distribuição segundo os grupos e a faixa etária Controle Experimental 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 26 a 32 32 a 38 38 a 42 42 a 48 48 a 54 FAIXA ETÁRIA FONTE: Pesquisa de Campo Segundo a escolaridade 60% das mulheres, de ambos os grupos, haviam concluído o ensino fundamental e apenas uma no grupo experimental possuía o ensino superior, (Tabela II). 51 TABELA II: Distribuição segundo os grupos e a escolaridade 70.00 60.00 50.00 40.00 % 30.00 20.00 10.00 0.00 Fundamental Médio Superior ESCOLARIDADE Controle Experimental FONTE: Pesquisa de Campo No que diz a respeito à ocupação pode ser verificado que 62.22% das mulheres se dedicavam ao trabalho doméstico, enquanto que 37.78% tinham outra ocupação, (Tabela III). TABELA III : Distribuição segundo os grupos e a ocupação 70.0 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 Do lar Outra OCUPAÇÃO Controle FONTE: Pesquisa de Campo Experimental 52 De acordo com o estado civil pode ser verificado que havia um elevado índice de mulheres casadas em ambos os grupos, porém também pode ser observado a presença de 20 pacientes solteiras, tanto no grupo controle quanto no grupo experimental e 4 pacientes do grupo experimental tinham outro tipo de relação, (Tabela VI). TABELA VI: Distribuição segundo os grupos e estado civil 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 Solteiro Casado Outros ESTADO CIVIL Controle Experimental FONTE: Pesquisa de Campo Segundo a queixa principal pode perceber que 30 pacientes do grupo controle e 24 do grupo experimental relataram à presença de uma dor local proveniente da cirurgia e que 15 pacientes do grupo controle e 21 do grupo experimental reclamaram de uma dor irradiada, (Tabela V). 53 TABELA V: Distribuição segundo os grupos e a principal queixa 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 Dor irradiada Dor Local PRINCIPAL QUEIXA Controle Experimental FONTE: Pesquisa de Campo Verificou-se que o principal motivo para a realização da histerectomia foi para retirada de miomas e em algumas ocasiões foi devido à ocorrência de prolapso, como pode ser verificado em 7 pacientes do grupo controle e 4 do grupo experimental,(Tabela VI). TABELA VI: Distribuição do motivo da cirurgia. 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 % 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 Mioma Prolapso CIRURGIA Controle FONTE: Pesquisa de Campo Experimental 54 Ao serem questionada a respeito da musculatura do assoalho pélvico, assim como a atuação da fisioterapia voltada para o fortalecimento dessa musculatura verificou-se que 90% das pacientes, de ambos os grupos, desconheciam essa região e a importância da fisioterapia para a integridade desse grupo muscular e que apenas 10% das pacientes já tinham lido algo a respeito ou já tinham ouvido falar, (Tabela VII). TABELA VII: Distribuição segundo os grupos e MAP 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 Não Sim REALIZA CONTRAÇÃO MAP Controle Experimental FONTE: Pesquisa de Campo No que diz respeito à urgência (Tabela VIII) e a urge-incontinência (Tabela IX) não houve diferença em ambos os grupos, portanto podemos concluir que o tratamento não reduziu a ocorrência deste evento. 55 TABELA VIII: Distribuição segundo a urgência, antes e depois Antes Depois Urgência 100% 80% 60% 40% 20% 0% Controle Experimental Fonte: Pesquisa de Campo Tabela IX: Distribuição segundo a urge-incontinência, antes e depois Urge-incontinência Antes Depois 100% 80% 60% 40% 20% 0% Controle Experimental FONTE: Pesquisa de Campo De acordo com a dor local pode ser verificado que houve uma redução da dor no grupo submetido à fisioterapia quanto comparado com o grupo controle, o que atesta a eficácia do tratamento quanto a este quesito, (Tabela X). 56 Tabela X: Dor local antes e depois do experimento. FONTE: Pesquisa de Campo Segundo a dor irradiada pode ser visto que no grupo experimental houve uma queda significativa do quadro álgico quando comparado como grupo controle, o que comprova o efeito do tratamento, (Tabela XI). TABELA XI: Dor irradiada antes e depois do experimento. FONTE: Pesquisa de Campo 57 V – DISCUSSÃO A pesquisa foi aplicada em dois grupos: experimental e controle, que contou com a participação de 45 mulheres em cada grupo, totalizando um contingente amostral de 90 pacientes, onde as mesmas se encontravam no pós-operatório imediato de cirurgia ginecológica do tipo histerectomia total abdominal. O perfil das pacientes de ambos os grupos foi coletado através da ficha de avaliação de acordo como foi descrito na metodologia, apontando uma faixa etária que corresponde entre 35 a 50 anos (Tabela I). Confirmando-se que a média de idade das mulheres submetidas à histerectomia é de 45 anos, (NAHAS, 2002), e que 54% dessas mulheres afirmaram serem casada (Tabela IV). Constatou-se também que 60% das pacientes tinham apenas o nível fundamental de escolaridade (Tabela II) e, em relação à ocupação, 62.22% são domésticas (Tabela III), comprovando que o nível de escolaridade é um fator importante relacionado à qualidade de vida da população, enquanto que no plano socioeconômico, 50% das mulheres executam atividades de trabalho que requerem grande esforço, (doméstico), (MARQUES & FREITAS, 2005). Verificou-se que existem condições absolutas para a indicação de histerectomia, que é um procedimento operatório freqüente. 87,78% das pacientes relataram que o motivo do procedimento cirúrgico era a presença de útero miomatoso e que 12.22% dos casos apontaram o prolapso uterino como motivo da cirurgia (Tabela VI). 58 A miomatose uterina foi à indicação mais comum para via abdominal, (REIS; ABRÃO; MIZIARA, 2000). Segundo Costa (2003), as indicações mais freqüentes são doenças benignas, principalmente os casos de miomas uterinos, ao passo que os prolapsos representam em torno de 3% das indicações. Os leumiomas são os tumores uterinos benignos mais comuns e responsáveis pela maior parte de histerectomia. (MENETEE AS; WALL, 2002). Analisando a queixa principal das pacientes no momento do pós-operatório imediato, conclui-se que 60% das pacientes tinham como queixa principal a dor local, caracterizada como uma algía na região pericicatricial, ou seja, no local da incisão cirúrgica, e 40% relataram a presença de dor irradiada (Tabela V), caracterizada pela dor periciatricial, porém com um deslocamento álgico irradiado para a região lombar e para os membros inferiores, dificultando ainda mais a movimentação da paciente no leito hospitalar. Com a finalidade de verificar o conhecimento das pacientes sobre a importância e os benefícios da fisioterapia na reabilitação da musculatura do assoalho pélvico (MAP), através da aplicação de um questionamento, sendo bastante interessante mostrar que 90% das pacientes desconheciam esse grupo muscular (Tabela VII) e a atuação da fisioterapia através de exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, inseridos nas atividades de vida diária. A nossa pesquisa é confirmada pelo estudo de Marques & Freitas (2005), onde se constatou que 100% das mulheres estudadas não conheciam a função e o funcionamento do assoalho pélvico. 59 A pesquisa constatou que no grupo experimental no qual foi submetido ao protocolo de tratamento, comparado com o grupo controle, que a eletroestimulação causou uma redução da dor do pós-operatório, tanto na queixa de dor local quanto na queixa de dor irradiada (Tabela X) e (Tabela XI). Lianza (2001) relatou que a dor do pós-operatório em região abdominal causa um grande desconforto e costuma retardar o retorno dos indivíduos as suas atividades de vida diária, e sendo assim, os mesmos costumam fazer uso de recurso farmacológico e não farmacológico, apresentando cada um deles vantagens e desvantagens. Analisando a dor local, o grupo experimental obteve redução de 7.8 para 3.2, enquanto que o grupo controle obteve uma redução de 8.3 para 5.4. Em relação à análise de dor irradiada, o grupo experimental obteve redução de 8.0 para 3.7, e o grupo controle, uma redução de 8.3 para 5.2, o que corrobora com o efeito analgésico da eletroestimulação no pósoperatório. Pesquisa similar a esta, realizada por Smith et al (1996), analisou 18 mulheres no pósoperatório de histerectomia total abdominal, divididas em dois grupos, submetidos a aplicação real e placebo do EENT. Os resultados demonstraram uma redução significativa da dor superficial e ao redor da sutura cirúrgica apenas no grupo experimental. O mesmo foi evidenciado por Lantseu e Smirrav (1990), que analisaram 210 mulheres no pós-operatório imediato de histerectomia total abdominal, nas quais se aplicou a EENT convencional em 160 mulheres e as outras 50, utilizaram apenas medicação analgésica endovenosa. Foi verificado efeito analgésico significativo em ambos os grupos com proporção de 77,5% de resultados bons e excelentes de analgésicos nas pacientes do grupo submetido à EENT. 60 Outra pesquisa similar a esta de Navarro e Pacheco (2000), por meio de um estudo que envolveu 50 mulheres com pós-operatório de cesariana, divididas em dois grupos. O primeiro foi submetido à aplicação do tens convencional, e no segundo foi utilizado para controle da dor, apenas uma grama de dipirona via endovenosa,considerada pelos autores com dose terapêutica.Os resultados demonstraram que ambos os grupos houve a necessidade de administração adicional de medicação analgésica,mas no grupo que usou tens,verificou-se uma maior redução da intensidade e do período de permanência da dor,bem como da quantidade de fármacos adicionalmente utilizados. Constatou-se que nos sintomas urinários; incontinência urinária, urgi-incontinência e perda ao esforço não houve diferença após o tratamento. Onde o tratamento não alterou a ocorrência desses eventos, (Tabela VIII) e (Tabela IX). Estudos que avaliam desfechos relativos aos períodos pré e pós-operatório não tem mostrado aumento significativo na sintomatologia urinária. E através de um estudo prospectivo e randomizado, envolvendo 259 mulheres submetidas à histerectomia para doenças benignas não mostrou diferença significativa na taxa de incontinência urinária nas pacientes submetidas à histerectomia total abdominal (BARACHO, 2007), dados confirmados por este estudo. Os resultados deste estudo sugerem que os pós-operatórios de histerectomia total abdominal transcorram sem complicações. Mesmo se tratando de um pequeno ensaio experimental terapêutico em que se evidenciou a regressão da dor local e irradiada apontada com a queixa principal das pacientes, visto uma redução da intensidade e um retorno para as atividades diárias. 61 VI - CONCLUSÃO A análise dos resultados por meio da utilização de um protocolo fisioterapêutico, em pacientes no pós-operatório de histerectomia e a realização do estudo estatístico mostraram que houve melhora significativa no quadro álgico dessas pacientes após a utilização da EENT ao redor da região cicatricial, porém não houve uma melhora significativa nos sintomas urinários: incontinência urinária, urgi-incontinência e perda ao esforço. 62 VII - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AYRES, M; AYRES, Jr; AYRES, Dl; SANTOS AAS (2005). Bioestat Versão 4.0. Sociedade Civil Mamirauá, MCT – CNPq. Belém, Pará, Brasil. ARAUJO, T.V; AQUINO,E.M. Fatores de riscos para histerectomia em mulheres brasileiras. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia, Rio de Janeiro, v.19, 2003. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/csp/v19s2/a22v19s.pdf> . Acesso em 09 jan. 2006. BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada a Obstetrícia, Uroginecologia e Aspectos da Mastologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. P 500- 502. BARROZO, P. M.D., TEGO, TCBC. Centro de Tratamento de Miomas-Clínica Santa Helena -Cabo Frio - Rio de Janeiro – Brasil. Disponível em: < http://forums.obgyn.net/obstetl/OBSTETL.9909/0187.html> . Acesso em 09 jan. 2006. COSTA, A.; AMORIM, M. R.; CURSINO, T. Histerectomia Vaginal versus Histerectomia Abdominal em Mulheres sem Prolapso Genital, em Maternidade-Escola do Recife: Ensaio Clínico Randomizado. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia, Rio de Janeiro, v.23, n° 03, p 169-176, 2003. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v25n3/16619.pdf > . Acesso em 09 jan. 2006. DÂNGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. São Paulo: Atheneu, 2002. 63 DINIZ, S. Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. Disponível em: http://www.mulheres.org.br/fiqueamigadela. Acessada em 28 out 2007. FERNANDES, F.; FREITAS, R. Atuação fisioterapêutica em pacientes oncológicos. 2003. Disponível em: http://www.ucg.br/fisio/monografia/9.PDF. Acesso em: 06 jun. 2007, 10:15. FERREIRA, C.H.J; BELEZA, A.C. Abordagem Fisioterapeutica na Dor Pós- Operatória: A Eletroestimulação Nervosa Trancutânea. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 34, 2007. FILASSI, J.R. et al. Histerectomia Abdominal com preservação parcial do estroma cervical: descrição da técnica e resultados preliminares. Revista de Ginecologia & Obstetrícia, São Paulo, v.15, n.2, p 89-94, abr/jun. 2004. FREITAS F. et al. Rotinas em Ginecologia. Artmed, 2003. KITCHEN, S. Eletroterapia prática baseada em evidências. 11ªed. Manole: Rio de Janeiro; 2003. LATORRE, G.F.S. Exercícios para os músculos do assoalho pélvico da mulher. Disponível em: http://www.perineo.cjb.net. Acessado em 08 nov. 2006. LANTSEV, E. A; SMIRNOV, A. A. The use of transcutaneous electric neurostimulation for postoperative analgesia in parturients undergoing cesarian section. Ann Anesteziol Reanimatol 1990; 6: 66-9. 64 LIANZA, S. Medicina de reabilitação. 3ª ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2001. P. 200-4 MARQUES, K.S; FREITAS, P.A. A Cinesioterapia como Tratamento da Incontinência Urinária na Unidade Básica de Saúde. Fisioterapia em Movimento, 18: 63-67, 2005 MELO, P.G; MOLINERO, V.R.; DIAS, R.O; KATTIE, K. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea no Pós Operatório de Histerectomia. Revista Brasileira de Fisioterapia, 10, 2006 NAHAS, E.A.; PONTES, A.; NAHAS, J.; BORGES, T. Efeitos da Histerectomia Total Abdominal sobre o Fluxo Ovariano. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 24: 52-58, 2002. NAVARRO, N.C; PACHECO, C.M. Transcutaneous electric stimulation (TENS) to reduce pain after cesarean section. Ann Ginecol Obstet Mex 2000; 68: 60-3 POLDEN, M., MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. 2° ed. São Paulo: Santos, 2000. REIS, J.D.; ABRÃO, J.M; MIZIARA, J.M. Histerectomia: Estudo Retrospectivo de 554 Casos. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgia, 27: 307-312, 2000. 65 RETT. M.T. Incontinência Urinária de Esforço em Mulheres no Menacme: Tratamento com Exercício do Assoalho Pélvico Associados ao Biofeedback Eletromiográfico. Dissertação de Mestrado. Unicamp, 1-75, 2004. SHOWSTACK, J et al. Estudo randomizado para tratamento clinico versus histerectomia para o sangramento uterino anormal: Uso de recursos no estudo Clínico ou Cirúrgico (Ms). American Journal of Obstetrics and Ginecology, São Paulo, v.7, n.7, p 287-293, ago. 2006. SMITH, C..M; GURALNICK, M.S; GELFAND, M.M; JEANS, M.E. The effects of transcutaneous electrical nerve stimulation on post-cesarean pain. Ann Pain 1996; 27 (2): 181-93. SÓRIA, H.L; FAGUNDES, D.J.; SÓRIA, S.; CAVALLI,N. Histerectomia e as Doenças Ginecológicas Benignas: O que está sendo praticado na Residência Médica no Brasil? Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 29: 67-73, 2003. TONATELLA, R.M. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea – TENS- No Alivio da Dor Pós Operatória Relacionada ao Procedimento Fisioterapêuticos em Pacientes Submetidos a Cirurgias Abdominais. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, 1-97, 2006. _______________Sistema Reprodutor Feminino, 14 out 2003. http://www.saudeemmovirmrnto.com.br. Acessado em 10 nov 2007. Disponível em: 66 ANEXO I 67 DECLARAÇÃO Eu, Cibele Nazaré da Silva Câmara, aceito orientar o trabalho que tem como Titulo “ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE HISTERECTOMIA TOTAL ABDOMINAL”, de autoria das alunas Bianca Alves Pereira da Silva e Flávia Souza Campos, declarando ter total conhecimento sobre as normas de publicação de trabalhos científicos vigentes do curso de fisioterapia da Universidade da Amazônia – UNAMA para 2007/08, estando inclusive ciente da necessidade de participação na banca examinadora por ocasião da defesa do trabalho. Belém, 10 de Novembro de 2007 Cibele Nazaré da Silva Câmara Orientadora 68 ANEXO II 69 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA. CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS. CURSO DE FISIOTERAPIA FISIOCLÍNICA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO. Título: “Atuação da fisioterapia no pós-operatório de histerectomia total abdominal ”. Os principais investigadores são as acadêmicas Bianca Alves Pereira da Silva e Flávia Souza Campos, que podem ser encontrados pelo período da tarde na nos telefones 32268997 e 96013786 e/ou 32272998 e 88028543, respectivamente. GARANTIAS É garantido ao paciente a liberdade de deixar de participar do estudo e o direito a se manter informado a respeito dos resultados parciais da pesquisa. Em qualquer momento do estudo o paciente, seus responsáveis e familiares terão acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa, para esclarecimento de dúvidas. Em caso de dano pessoal, diretamente provocado pelos procedimentos ou tratamentos propostos pelo pesquisador, o participante terá direito a serem encaminhados a uma instituição pública de saúde com atendimento de urgência e emergência. Não haverá nenhuma retribuição, seja ela de natureza monetária ou não, ao paciente por sua participação nesse estudo científico, ficando claro que sua contribuição a esta pesquisa é caráter estritamente voluntário. 70 Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo terapêutico, incluindo consultas de avaliação e tratamento fisioterapêutico. Este trabalho será realizado com recursos próprios dos autores, tendo auxílio estrutural e técnico da Universidade da Amazônia - UNAMA. O pesquisador utilizará os dados e o material coletado somente para esta pesquisa. DECLARAÇÃO Eu, _________________________________________________, declaro que compreendi as informações do que li ou que me foram explicadas sobre o trabalho em questão. Discuti com as acadêmicas do Curso de Fisioterapia Bianca Alves Pereira da Silva e Flávia Souza Campos sobre minha decisão em participar nesse estudo, ficando claros para mim, quais são os propósitos da pesquisa, os procedimentos a ser realizados, os possíveis desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação não tem despesas e que tenho garantia de acesso a recinto hospitalar público quando necessário, inclusive se optar por desistir de participar da pesquisa. Concordo voluntariamente em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento a qualquer momento sem necessidade de justificar o motivo da desistência, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste serviço. Belém, ____, de ___________________de 2007. __________________________________________ Assinatura da paciente 71 __________________________________________ Assinatura de testemunha Declaro que assisti a explicação das Acadêmicas de Fisioterapia Bianca Alves Pereira da Silva e Flávia Souza Campos ao paciente, que compreendeu e retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo o que será realizado na pesquisa. ______________________________________________ Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e esclarecido desta paciente ou representante legal para participação no presente estudo. Acd. Bianca Alves Pereira da Silva – Pesquisador responsável. _____________________________________________ Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e esclarecido desta paciente ou representante legal para participação no presente estudo. Acd Flávia Souza Campos – Pesquisador responsável 72 APÊNDICE I 73 Autoras: Profa. Cibele Câmara Flávia Souza Campos Bianca Alves Pereira da Silva FICHA DE AVALIAÇÃO Nome: ................................................................................................................................. Endereço:............................................................................................................................. ............................................................................................................................................. Telefone: ............................................................. Idade: .............. Escolaridade ( ) Analfabeta ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior Ocupação ( ) Do lar ( ) Outra Estado Civil ( ) Solteira ( ) Casada ( ) Outros História Obstétrica Número de gravidez:................ Parto Normal:.......... Cesárias:........... H.D.A.: ............................................................................................................................... ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................ Queixa Principal Motivo da cirurgia ( ) Dor local ( ) Câncer ( ) Dor Irradiada ( ) Prolapso ( ) Presença de Gases ( ) Mioma ( ) Outros ( ) Outros Fisioterapia para assoalho pélvico: Realizava contração dos MAP? ( ) SIM Sintomas Urinários - Dia 1º ( ) Gotejamento ( ) Ardor ( ) Desejo pós-miccional ( ) Urgência ( ) Urge-Incontinência ( ) Usa Protetor ( ) Nocturia Freqüência/dia: ............. Dor Local (EVA):...................... Dor Irradiada (EVA) :................ ( ) NÃO Sintomas Urinários - Dia 11º ( ) Gotejamento ( ) Ardor ( ) Desejo pós-miccional ( ) Urgência ( ) Urge-Incontinência ( ) Usa Protetor ( ) Nocturia Freqüência/dia: ............. Dor Local (EVA):...................... Dor Irradiada (EVA):................ 74 APÊNDICE II