Nota de
imprensa
Negociações 2011
Sem Rei nem Roque
O SITESE esteve hoje reunido com o Governo, no Ministério das Finanças, em Lisboa,
para mais uma ronda do processo de negociação colectiva para 2011, inicialmente
agendada para a apresentação formal da contraproposta do Executivo ao Caderno
Reivindicativo apresentado pelos sindicatos em Setembro último.
Foi sem surpresa que recebemos a resposta negativa do Governo no que diz respeito às
principais reivindicações (salários, pensões, suplementos, carreiras, subsídios, entre
outras), sendo ainda de destacar a notória desorientação do Executivo relativamente aos
efeitos práticos que resultarão das medidas defendidas e tomadas pelo Governo.
Assim, no dia em que o Orçamento do Estado foi votado na generalidade pelos deputados da
Assembleia da República, os trabalhadores continuam sem saber (nem o próprio Governo
parece ter esse conhecimento) onde e como serão feitos os cortes adicionais na despesa,
nem tão pouco quais os organismos serão extintos, reestruturados ou fundidos, e em que
situação ficarão os trabalhadores atingidos por tais medidas, ficando no ar a possibilidade de
aumentarem a lista de trabalhadores que se encontram em mobilidade especial.
A todas as nossas perguntas sobre estas matérias, apenas nos foi garantido que a
acumulação de pensões terminará definitivamente e para todos (políticos, autarcas,
médicos, etc.). Quanto a tudo o resto, o Governo reagiu com silêncio ou espanto.
Sem mais para adiantar, o Secretário de Estado da Administração Pública remeteu para a reunião
agendada para 12 de Novembro, com o Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, a resposta
às nossas questões e denúncias sobre a ADSE, os CCD e Casas de Pessoal das autarquias,
Serviços Sociais da Administração Pública e Caixa Geral de Aposentações.
Em conclusão desta reunião, sai reforçada a necessidade dos trabalhadores expressarem o
seu descontentamento na Greve Geral de 24 de Novembro. Os trabalhadores não aguentam
fazer mais esforços sem saber até quando esses esforços terão que ser feitos nem no que
resultarão. Os trabalhadores querem combater a crise. Mas querem também, e sobretudo, ver
sinais claros de que o seu empenho trará dividendos para si e para o país.
Perante a clareza e a força do nosso protesto ninguém poderá ficar indiferente, resignado ou
acomodado. O comportamento do Governo só demonstra que a razão está do lado dos trabalhadores.
É tempo de dizer basta! É tempo de lutar! Pela dignidade. Pelo crescimento. Pelo emprego.
Lisboa, 3 de Novembro de 2010
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