Sem Mais Jornal ID: 43086025 28-07-2012 Tiragem: 45000 Pág: 2 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 27,74 x 29,15 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 1 Em causa a unidade do Barreiro/Montijo por falta de especialista Região pode perder o seu melhor centro de oncologia DR As dúvidas permanecem e os clínicos dividem-se. A administração do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo não acredita que a oncologia encerre e diz estar a procurar soluções, mas a Ordem dos Médicos desconfia. O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, alerta que o Centro Hospitalar Barreiro Montijo está em risco de perder a idoneidade para a formação de novos especialistas em oncologia, sendo que os sete jovens que actualmente têm formação na unidade podem ter que sair para outro hospital. Segundo o bastonário, é uma consequência directa do impasse em que mergulhou o serviço de oncologia no Barreiro, depois da saída de dois médicos seniores, que ameaça poder vir a encerrar aquela valência. A administração diz que não é bem assim. A administração diz que não é bem assim. A semana passada, Elisabete Gonçalves, directora clínica do Centro Hospitalar admitiu «a necessidade de urgente recrutamento de um oncologista», mas afirmou não existir «qualquer indicação do encerramento da especialidade». E o que Ordem dos Médicos dá por seguro é que «é preciso ter a consciência de que o serviço pres- tado por três médicos não pode ser igual, nem parecido, ao serviço prestado por cinco clínicos», como sublinha José Manuel Silva, receando que a continuidade da oncologia no Hospital do Barreiro esteja definitivamente comprometida. «Se a capacidade de resposta é afectada, é óbvio que isto será uma forma de dar um passo para comprometer o serviço. É quase uma forma de pôr em causa a unidade com recurso a uma questão administrativa», insiste o bastonário, numa altura em que, segundo apurou o Semmais, já há doentes a quem forma adiadas consultas, o que está a provocar a revolta entre os pacientes oncológicos. Estão a ser feitos todos os esforços Ainda assim, a administração hospitalar afirmou ao nosso jornal não ter conhecimento desta situação, avançando que está desenvolver «todos os esforços» no sentido de encontrar médicos desta especialidade disponíveis para contratação. Porém, a dificuldade A melhor unidade de oncologia do distrito DR ::::::::::::::::::: Roberto Dores ::::::::::::::::::: mantém inalterada há duas semanas – sem solução à vista mas os administradores pretendem encontrar uma saída para o problema «sem prejuízo de todas as restantes medidas organizativas que levem ao uso mais eficiente dos recursos disponíveis”, segundo um comunicado a que tivemos acesso. Há uma semana que o tema ganhou expressão, quando várias correntes admitiam a possibilidade da urgência de oncologia do hospital poder vir a fechar, justamente, devido à falta de médicos, depois de ter perdido os dois clínicos seniores, reduzindo a capacidade de resposta para os pacientes. O próprio presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Joaquim Abreu Sousa, alertou que para a importância de o serviço se reestruturar rapidamente e lembrou que existem jovens especialistas em oncologia não têm vaga nos quadros dos hospitais. Também Elisabete Gonçalves, directora clínica do Centro Hospitalar admitiu «a necessidade de urgente recrutamento de um oncologista», mas afirmou não existir «qualquer indicação do encerramento da especialidade». O Hospital do Barreiro suporta o único centro de oncologia completo no distrito de Setúbal, com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, com a particularidade de assegurar que qualquer doente com cancro de urgência possa ser assistido por um oncologista de serviços à urgência geral. Ora, é justamente este serviço que deixa de ter médicos suficientes, depois de um sénior ter saído para o Hospital de Loures, enquanto um segundo especialista «rumou» agora para o Hospital Garcia de Orta (Almada), inviabilizando que sejam feitas as escalas da urgência interna e externa de oncologia, que funciona todos os dias até à meianoite.