Sem Mais Desculpas Treinamentos Av. Miguel Sutil, 5.552 Bairro Bosque da Saúde Cuiabá - MT 78050-005 Escritório: (65) 2121-2929 Central de reservas: 0800-727-2101 [email protected] www.semmaisdesculpas.com.br AVISOS IMPORTANTES Evite a automedicação! Por mais entusiasmantes que sejam as qualidades de qualquer alimento, usá-lo como medicamento não é recomendável sem acompanhamento médico. Antes de consumir qualquer um destes vegetais para fins terapêuticos, procure um nutricionista e/ou um fitoterapeuta. Este é um livreto sem fins científicos. O conteúdo presente nas fichas de cada vegetal é apenas um apanhado de textos encontrados em diversos sites especializados. Por melhor que seja a qualidade das fontes, este livreto é apenas uma «colagem» de textos que servirão de apoio para a elaboração de um exercício de Oratória, sem compromisso de rigor científico. Busque mais fontes de informação. Este livreto foi criado para dar início às suas pesquisas. Várias outras informações podem e devem ser pesquisadas para que sua palestra seja mais enriquecedora. A segurança com que você falará está diretamente ligada à quantidade e à qualidade do material que você dominar. Enriqueça sua palestra. Busque amostras da planta sobre a qual você falará, incluindo produtos que a usam como matéria prima. Um material de apoio bem elaborado pode ser de fundamental importância para que seus ouvintes entendam melhor os conceitos apresentados por você. Boa pesquisa, boa apresentação! Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br ÍNDICE Abacate 1 Groselha 51 Abacaxi 3 Guaraná 53 Açaí 5 Jabuticaba 55 Acerola 7 Jaca 57 Alho 9 Kiwi 59 Amora 11 Laranja 61 Azeitona 13 Lichia 63 Banana 15 Limão 65 Batata Doce 17 Maçã 67 Cacau 19 Mamão 69 Caju 21 Manga 71 Canela 23 Maracujá 73 Caqui 25 Marmelo 75 Carambola 27 Melancia 77 Castanha do Pará 29 Melão 79 Cebola 31 Milho 81 Cenoura 33 Morango 83 Cereja 35 Pera 85 Coco 37 Pêssego 87 Couve 39 Rabanete 89 Damasco 41 Romã 91 Figo 43 Rúcula 93 Framboesa 45 Tangerina 95 Gengibre 47 Tomate 97 Goiaba 49 Uva 99 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br ABACATE Persea americana Fruto do abacateiro, cientificamente conhecido como Persea americana, da família das Laureáceas, o abacate é nutritivo, pois contém abundante quantidade de gorduras vegetais, que por essa qualidade não atinge o fígado e torna a fruta bem digestiva, e de proteínas. Ele é indicado para casos de fraqueza e desnutrição, bem como na erradicação de dores e da tão comum prisão de ventre. Originário da América Latina, o abacate é muito notório no Brasil e é largamente cultivado nas Ilhas Canárias e na Ilha da Madeira. Ele já era produzido no período anterior à conquista espanhola, porém captou a consideração dos agricultores tão somente no século XIX. Existem 3 tipos de abacate: o mexicano, o guatemalense e o antilhano, este último cultivado no Brasil. O avocado é uma mistura de 2 tipos de abacates e surgiu nos Estados Unidos, sendo cultivado em nosso país após 1980. Ele é pequeno, de casca verde rugosa e mais rico em gorduras monoinsaturadas, e não forma colesterol no nosso organismo. O abacateiro é uma árvore altaneira de belo porte, que chega a 20 m de altura. Suas folhas são abundantes, de cor verde ou castanho-clara. O fruto tem a forma de uma grande pêra, com uma enorme semente e polpa gordurosa, amarelada, de excelente sabor. É oriundo da América Central e cultivado em regiões tropicais. Seu nome científico é Persea gratissima Gaert e pertence à família Lauraceae. A expressão que o batiza no idioma asteco é 'ahuacatl' – que tem o sentido de 'testículo', semelhante ao seu formato. Ela deu origem ao termo espanhol, 'aguacate'. Atualmente mais de 500 espécies desta fruta já foram encontradas, procedentes de localidades distintas – da Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 1 Guatemala, das Antilhas e do México. Este fruto de forma redonda, portando um peso que oscila entre 500 a 1.500g, apresenta uma boa quantidade de fósforo, ideal para o desenvolvimento ósseo e dentário, e também é prescrito na erradicação da exaustão mental. Sua casca pode ir do verde ao vermelho mais escuro, do tom pardo ao violeta, passando pelo negro. Suas principais modalidades são a Strong, de coloração verde, e o Hass, de cor arroxeada. O arbusto alcança de 15 a 20 m, desenvolvendo-se mais nos locais quentes. Enquanto medicamento, o abacate é providencial. Ele é bom para os rins, na eliminação de disenterias e enfermidades envolvendo os órgãos reprodutores femininos, quando se adiciona ao leite o caroço triturado e queimado. Na forma de chá, elaborado com as folhas, a fruta ajuda a digestão, é estimuladora, regulariza o ciclo menstrual, é usada contra infecções na garganta, rouquidão e tosse. Além do mais, o abacate restabelece a saúde da boca e combate enjôos quando o paciente masca suas folhas frescas. Ele também fortalece gengivas e dentes. Suas propriedades lhe permitem melhorar as condições arteriais, diminuir o mau colesterol e expandir os vasos sanguíneos, bem como impedir a veiculação de trinta agentes produtores do câncer. Gastronomicamente ele é igualmente flexível, muito utilizado na confecção de saladas criativas, como o exótico guacomole mexicano, em sorvetes, deliciosas sobremesas, entre outros pratos. Na sua forma natural ele é passível de ser preservado na geladeira de 2 a 4 semanas, se for de uma boa safra. Seu melhor período de produção vai de fevereiro a agosto. Ao contrário do que ocorre com a maioria das frutas, os abacates só começam a amadurecer depois de colhidos. A fruta já desenvolvida pode ser deixada na árvore por seis meses sem que se estrague. Uma vez colhido, entretanto, o abacate verde amadurece em poucos dias. 2 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br ABACAXI Ananas comosus Ananás ou abacaxi é uma planta monocotiledônea da família das bromeliáceas, subfamília Bromelioideae. Os abacaxizeiros cultivados pertencem à espécie Ananas comosus, que compreende muitas variedades frutíferas. Há também várias espécies selvagens, pertencentes ao mesmo gênero e grupo. O fruto, quando maduro, tem o sabor bastante ácido e muitas vezes adocicado. Em culinária pode ser utilizado como um poderoso amaciante de carnes. Habitualmente usa-se a polpa da fruta, mas seu miolo e as cascas podem ser aferventadas para produção de sucos. O termo abacaxi (em português) é, com forte probabilidade, oriundo do tupi ibacati, 'bodum ou fedor de fruto', 'fruto fedorento' (ibá, 'fruto', cati, 'recender ou cheirar fortemente'), documentado já no início do séc. XIX. O termo ananás (em português e espanhol) é do guarani naná, e documentado em português na primeira metade do séc. XVI e em espanhol na segunda (1578), em que é empréstimo do português do Brasil ou da sua língua geral. O termo abacaxi também é um termo ameríndio. O abacaxi é um fruto-símbolo de regiões tropicais e subtropicais, de grande aceitação em todo o mundo, quer ao natural, quer industrializado: agrada aos olhos, ao paladar e ao olfato. Por essas razões e por ter uma "coroa", cabe-lhe por vezes o cognome de "rei dos frutos", que lhe foi dado, logo após seu descobrimento, pelos portugueses. Na linguagem corrente do Brasil tal como em Angola, costuma-se designar por ananás os frutos de plantas não cultivadas ou de variedades menos conhecidas ou de qualidade inferior. Por sua vez, a palavra abacaxi costuma ser empregada não apenas para designar o Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 3 fruto de melhor qualidade, mas a própria planta que o produz. Na gíria brasileira, abacaxi significa 'algo que não dá bom resultado, coisa embrulhada ou que não presta'. Este fato provavelmente se deve a seu visual espinhoso e ressequido, bem como a dificuldade para descascá-lo sem se ferir com suas farpas, presentes tanto na "coroa" quanto na própria casca. Descascar o abacaxi, uma extensão da mesma gíria, significa resolver um problema difícil. A vitamina C nela contida é eficaz para combater o clima frio, a exaustão, gripes e estados depressivos. Ela é também útil para o crescimento de ossos e dentes, além de fortalecer os tecidos e vasos do sistema sanguíneo. Os ingredientes que constituem os sais minerais são igualmente benéficos para a estrutura óssea e para os dentes. Este fruto, por conta de seus minerais, é ideal para conservar a harmonia interior do corpo físico e a robustez do sistema nervoso. Afirma-se que o abacaxi contribui para uma melhor deglutição dos alimentos com mais proteínas, tais como carnes, peixes e aves, por deter um alto teor de celulose. Encontra-se no abacaxi outras vitaminas também - B1, B6, magnésio e fibras. Na sua etapa mais madura esta fruta revela um paladar ácido e normalmente doce. Suas propriedades permitem que ele seja bem recepcionado em todas as partes do mundo, seja na sua versão natural ou na industrial. Na saúde ele é muito indicado para estados febris, por refrescar o organismo e erradicar tudo que é impuro; atua na garganta e nas enfermidades que atingem a boca. O chá preparado com a casca do abacaxi liberta o sangue das impurezas e age contra inflamações. Contra a bronquite ele é prescrito na forma de um xarope fácil de compor. Basta picar o fruto em rodelas, depositar em uma panela, derramar mel sobre ele e cozer o preparado. Depois de esfriar, é só colocar o suco em um frasco bem lacrado; é recomendável tomar 3 a 4 colheres de sopa por dia. Como tempero o abacaxi é utilizado para deixar a carne mais macia. Gastronomicamente ele pode ser usado na confecção de sucos – nos quais podem ser aproveitados o miolo, as cascas e a polpa -, de geléias, vinhos, cristalizados, passas e licores. Ele é considerado o rei dos frutos, por ser uma fruta muito bela e portar uma coroa em seu cume. O abacaxi está maduro quando as folhas contidas na coroa se desprendem facilmente. Se o consumidor optar por adquiri-lo quando está verde, é possível reservá-lo no clima ambiente e esperar que ele amadureça. Sabe-se que ele amadureceu demais quando a área perto da base está repleta de nódoas escurecidas e de pedaços moles. Embora o abacaxi possa ser consumido em qualquer época do ano, a melhor época de florescimento desta fruta é com certeza de dezembro a fevereiro. O arbusto que o produz, o abacaxizeiro, chega a deter um metro de altura, e tem seu cultivo realizado por civilizações ancestrais que remontam a um período anterior à descoberta do Brasil. Em solo brasileiro são encontradas diversas espécies, entre elas o abacaxi amarelo, mas o mais cultivado é, sem dúvida, o espécime Pérola, que apresenta a polpa em uma coloração amarelo-pálida, paladar adocicado, casca verde e é pouco ácido. Os países que mais se destacam na produção desta fruta são os Estados Unidos, o Brasil, a Malásia, Formosa, México e as Filipinas. 4 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br AÇAÍ Euterpe oleracea Muito conhecido pelos pratos típicos que são servidos no norte do Brasil, o Açái da Terra é uma palmeira que pruduz um fruto afrodisíaco e revitalidor das energias. Suas propriedades medicinais trazem diversos benefícios a saúde. Descrição : Planta da família Arecaceae, tambêm conhecido como açaí-do-pará, açaizeiro, assai, juçara, piná, palmito, uassai. O açaí propriamente dito é o fruto bacáceo roxo que dá em cacho na palmeira, também chamada de jussara, dentre as inúmeras palmeiras que habitam o solo amazônico, o açaí (Euterpe oleracea Mart.) é uma das fruteiras típicas da Amazônia Oriental Brasileira de onde se extrai uma bebida tradicionalmente conhecida como “vinho” de açaí. A origem desta bebida está entre as etnias da Amazônia, sendo também muito apreciada pela população amazônida, podendo ser consumida com açúcar e farinha de mandioca ou tapioca (Prance & Silva, 1975), com camarão ou peixe salgado, hábito muito comum entre os paraenses. A Festa da Juçara do Maranhão refere-se ao açaí. Os indígenas o chamam de “içá-çai”, termo que em português significa “a fruta que chora”. Do fruto é feito o vinho de açaí, cremes, sucos, sorvetes, picolés, licores, míngua e o seu caroço é utilizado no artesanato, além de adubo orgânico. O seu cacho é aproveitado para fazer vassoura. Quando queimado, a sua fumaça funciona como repelente de insetos. Esse fruto é nativo da região amazônica, abrangendo os estado do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia e Acre. Também é encontrado na Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas, Trinidad e Tobago e Colômbia. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 5 O palmito dessa espécie é usado no preparo de saladas, recheios, cremes e ração para os animais. Acredita-se que a raiz de sua palmeira combata a hemorragia e a verminose. No estado do Pará, o fruto é considerado uma importante fonte de proteínas, na região, o fruto do açaí é consumido desde os tempos pré-colombianos. O fruto e seu aroma passaram a ser utilizados em escala industrial no Brasil, a partir das décadas de 80 e 90. A palmeira do Açaí, o açaizeiro, é semelhante à palmeira juçara nativa da Mata Atlântica. Como já referido neste texto, aproveita-se praticamente tudo da palmeira do açaí, o fruto é destinado para a alimentação e seu caroço para o artesanato, as folhas servem para cobrir casas e fazer trançados, a estipe é usada para ripas de telhado, as raízes servem como remédio caseiro e o palmito como alimento, ração e cura anti-hemorrágica. O suco do fruto é consumido em copo ou em prato de pirão servido com farinha. O suco, além de bebida, serve para fazer doces, geleias e sorvetes. A sua colheita não é fácil, é necessário escalar a palmeira utilizando um trançado de folhas amarrados aos pés, que serve de base para a subida na palmeira. Princípios Ativos: ácidos oléico, palmíticos, palmitoléico e cianídrico, amido, cálcio, ferro, fibra, fósforo, lignina, niacina, proteínas, tanino, vitamina C, B1 e B2. Propriedades : adstringente, resolutivo, depurativo. Indicações : diarréia, fígado, icterícia, cirrose, anemia, vermes, hemorrágica. Modo de usar: Óleo das amêndoas: adstringente, resolutivo; Decocção das raízes: diarréia, depurativo; Suco ou vinho da polpa dos frutos: fígado, icterícia, cirrose, anemia; No preparo de sucos, refrescos e sorvetes. Com farinha d'água ou de tapioca, para acompanhar peixes, camarão seco, carnes e arroz com feijão; - palmito cru: em saladas, empadas, pizzas, omeletes, cremes, picles e ração animal; Frutos novos: distúrbios intestinais e vermes; Palmito (em forma de pasta): conter hemorragias após extrações dentárias. 6 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br ACEROLA Malpighia emarginata Malpighia glabra Da família botânica Malpighiaceae, também conhecida como cereja-das-antilhas, é uma fruta tropical, nativa do mar das Antilhas, da América Central, e do norte da América do Sul. A acerola, além de possuir as vitaminas A, B1 e B2 em grande quantidade, é uma excelente fonte de vitamina C. É rica em cálcio, fósforo e ferro. Pode ser consumida ao natural, na forma de sucos, refrescos, sorvetes, doces, geléias e compotas. Características da planta: Arbusto de até três metros de altura. Tronco que se ramifica desde a base. Copa densa com folhas pequenas de coloração verde-escura e brilhante. Flores dispostas em cachos de coloração rósea a violeta esbranquiçada. Floração durante o ano todo. A aceroleira é uma planta de clima tropical, porém adapta-se bem em regiões de clima subtropical. Temperaturas entre 15ºC e 32ºC, com médias anuais em torno de 26ºC, são as mais favoráveis. Para que a mesma cresça e produza bem, também é fundamental uma adequada disponibilidade de água no solo. Precipitações entre 1200mm e 2000mm, bem distribuídas ao longo do ano, são consideradas ideais. Além disso, a planta é exigente quanto à insolação, que influencia bastante a produção de vitamina C. Fruto: carnoso, de superfície lisa ou dividido em 3 gomos, de coloração vermelho-alaranjada quando madura. Contém três sementes. A frutificação ocorre três a quatro semanas após o aparecimento das flores. A acerola apresenta elevado potencial para produtos processados (suco integral e polpa congelada) e indústria farmacêutica. Para uso doméstico, é geralmente consumida ao natural e na forma de sucos, geléias e doces de massa, podendo ser misturada a outros sucos de frutas como laranja, manga e mamão. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 7 Propriedades: Extraordinária fonte natural rica em vitamina C, reconhecida por acelerar a cicatrização póscirúrgica; Contém cerca de 2.329 mg de vitamina C (ácido ascórbico) em cada 100g de fruta. Aumenta a resistência imunológica e muscular; Facilita a absorção do ferro e da vitamina E. Seu suco é frequentemente incluído em dietas para emagrecimento, por suas qualidades e pelo seu baixo valor calórico (30,6cal em 100g de fruta); A vitamina C encontrada na acerola também é usada como medicação auxiliar em doenças como gripes, resfriados, câncer, diabetes, doenças hepáticas etc., e no combate aos radicais livres. A acerola é considerada a fruta mais rica em vitamina C. Em 100g polpa há de 2.000 a 5.000mg de ácido Acerolaascórbico, que é a própria fonte de vitamina C. Para se ter uma ideia do que estas quantidades representam, o limão, por exemplo, apresenta um teor de ácido ascórbico de 40 a 50mg. Por sua excepcional qualidade nutritiva e vitamínica, também é considerada medicinal, pois aumenta a resistência geral do organismo, prevenindo contra doenças oportunistas, como as gripes, resfriados, tuberculoses pulmonares, diabetes, disfunções do fígado, cicatrizações difíceis e disenterias. É uma fruta pequena, de cor vermelha, parecida com a cereja europeia. Seu sabor é levemente adocicado, com um contraste de acidez. Serve para ser comida ao natural ou para fazer geleias, doces em calda, doces em pasta, licores etc. Além disso, a acerola é rica, também, em outras vitaminas, possui vitaminas A, B1 e B2 e os minerais cálcio, fósforo e ferro. Uma pessoa que coma certa quantidade de acerolas por dia, tem satisfeitas, praticamente, todas as suas necessidades vitamínicas, sem necessidade de comprar suplementos vitamínicos industrializados, que são sempre caros e nem sempre confiáveis. Uma acerola é uma verdadeira cápsula natural de vitaminas. Apresenta em sua composição proteínas, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas B1 e B2, pró-vitamina A, além, é claro, da enorme quantidade de vitamina C. Calorias: (100g - em média, de dez a doze unidades): 49 kcal. 8 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br ALHO Allium sativum São designadas como alho algumas plantas do gênero Allium (mas não só), embora o termo se aplique especificamente ao Allium sativum, uma planta perene cujo bulbo ("cabeça de alho"), composto por folhas escamiformes ("dentes de alho"), é comestível e usado tanto como tempero como para fins medicinais. O alho é um alimento utilizado desde os tempos antigos e sua origem provável está na Ásia onde historiadores remontam o seu uso entre quatro a seis mil anos. Não é de hoje que o alho recebe o atributo de alimento bom para saúde. No célebre papiro de Ebbers, de 2.550 a.C., havia mais de 20 receitas à base de alho indicadas para combater infecções, dor de cabeça e faringites. Outros documentos datados de 3.000 anos A.C., elaborados pelos Babilônios, Chineses e Romanos também mostraram o uso do alho como medicamento. Mas, foi Hipócrates, pai da medicina, o primeiro a demonstrar com detalhes, o uso do alho como diurético e laxante. Plínio e Galeno, médicos romanos, também utilizaram o alho para o tratamento de infecções intestinais, problemas digestivos, pressão alta, senilidade e impotência. Nas anotações de Marco Polo há várias mostrando o uso do alho pelos chineses para desintoxicação. Com a evolução das pesquisas, foram descobertos vários benefícios do alho em relação à saúde. Para se ter uma ideia, ele possui uma substância chamada germânio que é eficiente contra o câncer. O alho é uma planta muito acessível e considerada funcional por alimentar e nutrir, além de combater e prevenir várias doenças devido aos seus componentes. Porém, deve-se tomar cuidado na hora da compra, uma vez que ele passa a não ter todas as suas propriedades se estiver ressacado ou com fungos. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 9 Se o interesse for manter o máximo dos benefícios que o alho pode trazer na forma de tempero é importante usar todo o dente, não retirando a parte interna do bulbo porque é nele que está concentrada a maior parte das propriedades medicinais. Para aproveitar ainda mais os benefícios do alho, é necessário amassá-lo na hora do preparo dos alimentos. Se ele estiver descascado, guarde na geladeira por, no máximo, três dias. Se estiver com casca, conserve as cabeças de alho sempre fora da geladeira. Na culinária pode ser utilizado de diversas formas, cru, refogado, picado, em rodelas, etc, conforme os gostos que são pouco unânimes. Em geral, os povos mediterrânicos são os maiores apreciadores, empregando-o, geralmente, em conjunto com o tomate e a cebola. Outros povos, menos adeptos do seu uso, chegaram a designar a planta como "rosa fétida", devido ao seu odor forte e picante proporcionado pela essência de alho ou dialil sulfito (C3H5)2S. Quando consumido em quantidades elevadas, esse odor pode tornar-se evidente no suor de quem o ingeriu. O hálito característico e geralmente considerado desagradável pode ser minimizado se for consumida também salsa fresca. É lógico que a evidência clínica do valor efetivo do alho, tanto na prevenção quanto no tratamento de inúmeras afecções não se justifica apenas pelo seu conteúdo de minerais e vitaminas. Várias pesquisas têm atribuído seus efeitos terapêuticos pela presença de algumas substâncias. As mais importantes delas, quando o assunto é coração, são: * Óxido dialildissulfeto, com capacidade de reduzir os níveis de lipídeos e do colesterol do sangue. * Germânio: elemento condutor de oxigênio com ação revigorante e rejuvenescedora, graças à sua capacidade de conduzir oxigênio, agente hipotensores que ajudam a controlar a pressão arterial sem provocar efeitos secundários. * Selênio: um mineral protetor do coração, pois ajuda a prevenir a formação de ateromas, de coágulos e ainda normaliza a pressão arterial. Para completar o alho ainda tem alicina, a alina, ambas com efeitos antibactericida e antiinflamatório. A gordura das artérias, aquela que deve ser eliminada quando em excesso, é chamada de Colesterol e o alho tem as seguintes propriedades: Previne doenças coronárias e circulatórias. Efeito hipotensor devido a vaso dilatação periférica, sobretudo nas pernas, olhos e cérebro. Recomendado para tratar a esclerose cerebral. Previne infartos. Reduz a coagulação do sangue e a pressão sanguínea. Previne a agregação plaquetária; útil em tromboses e arterioscleroses. Combate infecções bacterianas, viróticas e fúngicas (para tratamento de fungos em dermatofitos que afetam a pele e leveduras, como Cândida Albicans). Diminui o risco de câncer do estômago, gástrico e outros. Reduz os níveis de açúcar e glicose, ajudando no tratamento da diabetes. Tem efeito hipo-colesterolemiante (tratamento do colesterol), anti helmíntico suave (Tratamento de parasitas intestinais) e expectorante. Rubesfaciente e vesicante em uso externo. Também se usa para combater problemas artríticos, inclusive em forma de tintura, ou em outras formas: para uso externo, e ainda em frieiras e verrugas. Em alguns lugares é usado, igualmente, como preventivo do cancro. O Alho contém fructosanos (cadeias de moléculas de frutose) em abundância que lhe conferem una clara ação diurética. O seu óleo essencial contém dissulfuro de alilo proveniente da decomposição da alicina por ação duma enzima, a alizinase. Contém vitamina A, B1, B2, C, uma amina do ácido nicotínico, colina, hormonas, alicetoína I e II, ácido sulfociánico, iodo e vestígios de urânio. Esta complexa composição faz com que o alho tenha uma ação muito diversificada no organismo. 10 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br AMORA Maclura tinctoria Morus alba Rubus erythrocladus Morus nigra Rubus sellowii Rubus ulmifolius Rubus rosifolius Amora é o nome popular dado a diversas frutas de formato semelhante mas pertencentes a géneros e mesmo famílias botânicas diferentes. As Amoras são frutos agregados, ou seja, são formados pela agregação de vários frutos menores denominados mini-drupa ou drupete. A maioria das espécies conhecidas pertence ao gênero Rubus (frutos mais arredondados) e Morus (frutos um pouco mais alongados) sendo encontrados principalmente em regiões temperadas do hemisfério Norte e América do Sul. Existem vários tipos de amoras que diferem na coloração. Podem ser vermelhas, brancas e negras, e seu tamanho é pequeno, medindo entre 1 a 3 centímetros, dependendo da espécie. São uma boa fonte de ferro e vitamina C e na maioria das vezes consumidas in natura, em conserva, compotas, geléias, tortas, vinhos, entre outros. Acredita-se que as amoras são nativas da Ásia, Europa, América do Norte e do Sul. No entanto, as amoras são cultivadas em regiões específicas, em grande parte proveniente de espécies nativas da região. Foram e ainda são utilizadas com propósitos medicinais. Nas amoras contém grandes quantidades de antocianinas, que são encontradas no pigmento que dá os frutos suas cores. Antocianinas são poderosos antioxidantes que ajudam a reverter os danos celulares causados pelos radicais livres, e são úteis na prevenção de doenças cardíacas, câncer e derrames. Além disso, as antocianinas encontradas não somente nas amoras, como em várias frutas, podem ser utilizadas na indústria alimentícia como corante natural. Por ser uma fruta rica em cálcio, a amora é muito eficaz no combate a osteoporose. As folhas da amoreira são usadas para fazer chá, muito útil no tratamento de Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 11 diarréias, inflamações da boca e garganta. Também com o uso do chá de amora, pode-se reduzir os níveis de açúcar no sangue, o que é muito bom para diabéticos. Uma das espécies mais comum é a amora preta, que é arredondada, inicialmente vermelha e depois preta, quando bem madura. É uma fruta muito nutritiva e tem apenas 52 calorias em 100 gramas. Cerca de 80% de sua composição é de água e contém boas quantidades de fibras (entre 3,5 e 4,7%). A amoreira preta é um arbusto que pode atingir 2 metros de altura e seu caule é flexível, geralmente coberto por espinhos. As flores são rosadas ou brancas. As raízes são permanentes e delas formam as brotações que se desenvolvem, florescem e frutificam nos ramos. A amoreira branca (Morus alba), é cultivada para a criação de bicho da seda, que se alimenta exclusivamente de suas folhas, que também são cortadas para alimentar animais (bovinos, caprinos, etc.) em áreas onde as estações secas restringem a disponibilidade de vegetação rasteira. Os frutos também são consumidos, geralmente secos ou transformados em vinho. A amora silvestre, também chamada de amora ártica é um fruto de uma longa tradição na Finlândia, onde são tradicionalmente consumidos juntamente com um queijo local chamado "Leipäjuusto". A planta da amora silvestre, com suas flores e frutos, aparecem nas moedas de dois euros deste país. A amora-silvestre serve para ajudar no tratamento de inflamações das mucosas da boca, inflamações de garganta, infecções urinária, úlcera, inflamações cutâneas, rouquidão, inflamação na gengiva, artrose, controlar a glicose, infecções genitais e intestinais, normalizar a pressão arterial, melhorar as taxas de colesterol, prevenir a obesidade e estimular a memória. Chá de amoreira: Usar 1 colher (de chá) de folhas secas de amora para 1 xícara de água fervente. Juntar as folhas de amora e a água fervida e deixar repousar por 10 minutos. Em seguida coar e tomar 2 xícaras por dia para tratamento de diarreia e cólicas menstruais. Suco de amora: Usar 100 g de amora para 1 xícara de água. Após lavar as frutas bate-las no liquidificador juntamente com a água. Em seguida tomar sem coar 2 vezes por dia. Este suco de amora é indicado para ajudar no tratamento de osteoporose, porém quando aquecido e adoçado com mel pode ser usado para tratar rouquidão, inflamação nas cordas vocais ou amigdalites. O consumo de grande quantidade de amora pode causar diarreia. O chá de folhas de amora deve ser evitado na gravidez. 12 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br AZEITONA Olea europaea A azeitona ou oliva é o fruto da oliveira (Olea europaea), também chamado de verde-oliva. É de grande importância agrícola na região mediterrânea como fonte de óleo de oliva. Sua coloração varia do verde aos tons acinzentados, dourado, castanho-claro, roxo ou preto. Quanto mais escuro mais tempo o fruto maturou no pé. Cerca de 25% de sua composição é azeite de oliveira. E como todos os óleos vegetais não contém colesterol sendo rico em ácidos graxos insaturados que são benéficos para incrementar os níveis do "bom colesterol" (HDL). Apesar de benéfica a azeitona contém gordura, tornando-a muito calórica. Nutricionistas recomendam consumir o fruto moderadamente como aperitivo ou acrescentá-lo a pratos com carnes, massas, saladas, etc. Quando própria para consumo a azeitona retirada do pé precisa ser processada. Um dos processos utilizados é próprio da região do Algarve e dá origem às azeitonas de sal. Azeitonas de sal forma de preparo das azeitonas na região do Algarve. Como se sabe este fruto não é doce e utilizado como petisco ou como tempero, porém antes de seu consumo necessita-se curti-lo ou processa-lo para remoção do amargor característico. Uma das formas de processar a azeitona é deixá-la imersa em água durante vários dias, porém no Algarve acrescenta-se sal de cozinha a água da curtimenta. Para a azeitona não ficar salgada é depois passada por água a ferver e novamente imersa em água e finalmente temperada com ervas aromáticas e demais especiarias. Uma outra forma de consumir o fruto pode ser através de seu processamento em azeite de oliva, onde o fruto é Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 13 prensado dando origem ao sumo. Azeitonas De'monteco ou Azeitonas suecas, são uma variedade de azeitonas azul e roxa, pouco comercializadas devido a baixa produção e do alto custo, pois exige-se um clima frio para seu cultivo. É encontrada na Europa e na Ásia utilizado na Pasta Papal e em receitas da culinária asiática. Na gastronomia portuguesa a azeitona é utilizada como aperitivo mas também como ingrediente de pratos típicos tais como bacalhau à Gomes de Sá. O azeite é um produto alimentar produzido a partir da azeitona. Um alimento antigo, clássico da culinária contemporânea, regular na dieta mediterrânea. Presente nos dias atuais em grande parte das cozinhas é muito benéfico para a saúde e adiciona aos pratos um sabor e aroma peculiares. Se existe uma árvore que simbolize a civilização mediterrânea, essa árvore é a oliveira. O seu fruto, a azeitona (do árabe al-zagtuna) ou oliva (do latim oliva), tem sido utilizada na alimentação humana desde os tempos mais remotos, tanto para o consumo directo como para aproveitamento do seu óleo, o azeite. Foram os Fenícios que introduziram a oliveira na Europa, concretamente na Grécia. Dali passou a Roma e a todo o seu império. Fenícios, Gregos e Romanos, todos apreciavam as azeitonas, que ocupavam um lugar de destaque na alimentação desses povos. Refere Columela, o filósofo hispano-romano do século I, d.C., que na Bética, a actual Andaluzia, se cultivavam já naquela época mais de dez variedades de azeitonas. Os Espanhóis levaram a oliveira para as regiões de clima temperado das Américas e os primeiros olivais do Novo Mundo foram plantados na América Central durante o século XVI. Depois a oliveira passou para o Peru, a Argentina e a Califórnia, e foi recentemente introduzida na Austrália. Apesar de tudo, 98% de todas as oliveiras do mundo encontram-se ainda nos países das margens do Mediterrâneo. A azeitona contêm quantidades significativas de vitamina A, vitaminas do complexo B e vitamina E. Quanto a minerais, o mais abundante é o cálcio, embora também contenha quantidades apreciáveis de potássio, ferro e fósforo. O elevado conteúdo de sódio deve-se ao sal que lhes é acrescentado durante a demolha em salmoura. As azeitonas pretas são mais nutritivas que as verdes, já que, por terem passado mais tempo na árvore, as substâncias nutritivas se encontram em maior proporção. As azeitonas pretas contêm menos água, e uma maior quantidade de óleo, vitaminas e minerais. A presença de radicais livres pode trazer variadas consequências, como é o caso do aparecimento de determinadas doenças. Por exemplo, quando os radicais livres causam a oxidação do colesterol, o colesterol oxidado acumula-se nos vasos sanguíneos, mais especificamente nas artérias, podendo conduzir a um ataque cardíaco ou derrame. Assim, os nutrientes presentes nas azeitonas ao evitar a oxidação do colesterol ajudam a prevenir doenças cardíacas. Os radicais livres ao danificar o DNA das células do cólon podem conduzir à formação de células cancerosas, pelo que uma maior ingestão de vitamina E e de gorduras monoinsaturadas está associada a uma diminuição do risco do cancro do cólon. Os nutrientes presentes nas azeitonas assumem assim um papel importante nesta prevenção ao neutralizar os radicais livres. A acção anti-inflamatória dos compostos presentes nas azeitonas, isto é, das gorduras monoinsaturadas, vitamina E e polifenóis pode simultaneamente reduzir a gravidade da asma, osteoartrite, artrite reumatóide. A maioria dos danos provocados pelas referidas doenças é causada por níveis elevados de radicais livres. A vitamina E pode inclusivamente reduzir a frequência e/ou intensidade das ondas de calor nas mulheres que atravessam a menopausa. 14 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br BANANA Musa spp. Banana, pacoba ou pacova é uma pseudobaga da bananeira, uma planta herbácea vivaz acaule da família Musaceae (género Musa - além do género Ensete, que produz as chamadas "falsas bananas"). São cultivadas em 130 países. Originárias do sudeste da Ásia são atualmente cultivadas em praticamente todas as regiões tropicais do planeta. Vulgarmente, inclusive para efeitos comerciais, o termo "banana" refere-se às frutas de polpa macia e doce que podem ser consumidas cruas. Contudo, existem variedades de cultivo, de polpa mais rija e de casca mais firme e verde, geralmente designadas por plátanos, em língua espanhola, banana-pão ou banana-da-terra, em português, ou plantains, em inglês, que são consumidas cozinhadas (assadas, cozidas ou fritas), constituindo o alimento base de muitas populações de regiões tropicais. A maioria das bananas para exportação é do primeiro tipo, ainda que apenas 10 a 15 por cento da produção mundial seja para exportação, sendo os Estados Unidos e a União Europeia as principais potências importadoras. As bananas formam-se em cachos na parte superior dos "pseudocaules" que nascem de um verdadeiro caule subterrâneo (rizoma ou cormo) cuja longevidade chega a 15 anos ou mais. Depois da maturação e colheita do cacho de bananas, o pseudocaule morre (ou é cortado), dando origem, posteriormente, a um novo pseudocaule. As pseudobagas formam-se em "pencas" com até cerca de vinte bananas. Os cachos de bananas, pendentes na extremidade do falso caule da bananeira, podem ter 5 a 20 pencas e podem pesar de 30 a 50 kg. Cada banana pesa, em média, 125g, com uma composição de 75% de água e 25% de matéria seca. Bananas são fonte apreciável de vitamina A, vitamina C, fibras e potássio. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 15 Ainda que as espécies selvagens apresentem numerosas sementes, grandes e duras, quase todas as variedades de banana utilizadas na alimentação humana não têm sementes, como frutos partenocárpicos que são, exceção feita à espécie Musa balbisiana, comercializada no mercado indonésio, excepcionalmente com sementes. Devido ao elevado teor de potássio em sua composição, as bananas são levemente radioativas,2 3 mais do que a maioria dos outros frutos. Isso se deve à presença do isótopo radioativo potássio-40 (40K), regularmente distribuído no potássio ocorrente na natureza, apesar de que o isótopo comum, potássio-39 (39K), seja não-radioativo. Por esta razão, os ambientalistas em energia nuclear, por vezes, costumam referir-se à "dose equivalente em banana" de radiação para apoiar seus argumentos durante debates em congressos e encontros sobre a matéria.4 5 Embora a radioatividade da banana seja muito leve, todavia, grandes carregamentos da fruta em navios podem ser suficientes para disparar detetores ou sensores de radiação em determinadas circunstâncias. O cultivo de bananas pelo Homem teve início no sudeste da Ásia. Existem ainda muitas espécies de banana selvagem na Nova Guiné, na Malásia, Indonésia e Filipinas. Indícios arqueológicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp, na província das Terras Altas Ocidentais da Nova Guiné, sugerem que esta actividade remonta pelo menos a até 5000 a.C., ou mesmo a até 8000 a.C.. Tais dados tornam, esse local, o berço do cultivo de bananas. É provável, contudo, que outras espécies de banana selvagem tenham sido objecto de cultivo posteriormente, noutros locais do sudeste asiático. A banana é mencionada em documentos escritos, pela primeira vez na história, em textos budistas de cerca de 600 a.C.. Sabe-se que Alexandre, o Grande comeu bananas nos vales da Índia em 327 a.C.. Só se encontram, porém, plantações organizadas de banana a partir do século III d.C. na China. Em 650, os conquistadores Islâmicos levaram-na para a Palestina. Foram, provavelmente, os mercadores árabes que a divulgaram por grande parte de África, provavelmente até à Gâmbia. A palavra banana teve origem na África Ocidental e, adoptada pelos portugueses e espanhóis, veio a ser usada, por exemplo, na língua inglesa. Nos séculos XV e XVI, colonizadores portugueses começaram a plantação sistemática de bananais nas ilhas atlânticas, no Brasil e na costa ocidental africana. Mas elas permaneceram desconhecidas, por muito tempo, da maior parte da população européia. Por isso, Júlio Verne, na obra "A volta ao mundo em oitenta dias" (1872), descreve-a detalhadamente, pois sabe que grande parte dos seus leitores a desconhece. Algumas fontes referem que já existiam espécies nativas de bananeira na América précolombiana, as bananas-da-terra. Problemas de saúde que a banana pode beneficiar: Fragilidade da mucosa estomacal (acidez). Úlceras do estômago, colite. Raquitismo. Hipertensão. Trombose coronária. Diarreia dos bebés. Arteriosclerose (muito bom para a prevenção). Insuficiência renal. Hemorragia hemorroidal. Coagulação anormal do sangue. Para o sistema nervoso (principalmente para as mulheres e das crianças). Reumatismo, Gota, Ureia e Artritismo. Mas atenção: a banana pode aumentar o muco. Então evitar comer crua as pessoas que sofrem de hepatite, dispepsia (dor ou um mal-estar na parte alta do abdómen) e icterícia (doenças do fígado, doenças das vias biliares). A banana rica em hidratos e carbono não é recomendada para aos diabéticos. 16 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br BATATA DOCE Ipomoea batatas "Batata-doce" é uma referência ao gosto doce de seu tubérculo comestível. "Jetica" e "jatica" são oriundos do termo tupi para a planta, ye'tika. Possui diversas variedades cultiváveis, divididas em de mesa (ou de mercado) e forrageiras, ambas podendo ser encontradas nas cores externas amarela, branca e roxa. No entanto, a quantidade de variedades não se restringe a essas características — elas podem ser classificadas de acordo com o formato, tamanho, cor interna, doçura, precocidade, cor das folhas e até pela coloração das flores, entre outras. É a quarta hortaliça mais cultivada no Brasil e a que possui o maior índice de produtividade de quilocalorias por hectare por dia. As folhas e brotos da batata-doce são comestíveis após breve cozimento, saborosas e nutritivas, constituindo verdura de produção facílima e abundante. A batata-doce (Ipomoea batatas) é parente muito próxima de Ipomoea aquatica Forssk., verdura muito utilizada na Ásia e cultivada no Brasil por imigrantes japoneses. A batata-doce tem sido utilizada no Brasil como planta ornamental em jardineiras de apartamentos, em vasos suspensos e em cestas. Em Gramado, no Rio Grande do Sul, é utilizada, em jardineiras, uma variedade de folhas verde-claras. Ocasionalmente, a batata-doce pode ser encontrada no Brasil (Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul) como Plantas invasoras de sistemas naturais, mas apenas em ambientes úmidos muito sujeitos a perturbações e próximos a habitações humanas ativas ou inativas (taperas). A melhor maneira de obter todos os benefícios da batata Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 17 doce na dieta é de forma cozida e com casca. É necessário cuidado com a preparação devendo se evitar fritar pois a fritura vai aumentar a gordura na batata doce prejudicando a saúde. Os benefícios da batata doce para a musculação são fornecer energia para o treino, auxiliar na queima de gordura e no ganho da massa muscular porque libera a glicose no sangue de forma mais lenta. É importante dosear a quantidade de batata doce porque se for consumida em excesso e não se praticar atividade física a batata doce engorda. A batata doce é um carboidrato complexo de baixo índice glicêmico, o que significa que sua absorção é mais lenta, liberando glicose na corrente sanguínea aos poucos e sem estimular muito o hormônio chamado insulina (responsável pelo aumento da fome e pelo acúmulo de gorduras). Rica em fibras, ela também é fonte de ferro, vitamina C e potássio, além de apresentar alto teor de vitamina E, conter vitamina A e C. 10 benefícios da batata doce 1 - Fornece energia para o treinamento, auxilia na queima de gordura e no ganho da massa muscular porque libera a glicose no sangue lentamente 2 - Ajuda a controlar a diabetes porque tem baixo índice glicêmico 3 - Auxilia no emagrecimento pois diminui o apetite pela riqueza em fibras 4 - Fortalece o sistema imunológico porque tem boa quantidade de vitamina A 5 - A vitamina A age como antioxidante e atua na manutenção dos ossos, tecido epitelial 6 - Reduz o colesterol total e auxilia na digestão devido seu teor de fibras 7 - Faz bem para a pele graças a vitamina E 8 - Ajuda a prevenir câncer por seu alto teor de vitamina A 9 - Auxilia na formação de colágeno e previne anemia graças à vitamina C 10 - Regula a pressão arterial e reduz cãibras também pela vitamina C 18 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CACAU Theobroma cacao O cacaueiro (Theobroma cacao. significa alimento dos deuses) é a árvore que dá origem ao fruto chamado cacau. É da família Malvaceae e sua origem é América do Sul e Brasil. Pode atingir até 6 metros de altura e possui duas fases de produção: temporão (março a agosto) e safra (setembro a fevereiro). O cacau é a principal matéria-prima do chocolate. Árvore geralmente com 6 metros de altura. Folhas grandes e pendentes. Flores pequenas, de coloração alva, amarela ou rósea, reunidas em inflorescências que surgem no caule. Fruto do cacaueiro, o cacau é um fruto tipo cápsula, de forma alongada, com sulcos longitudinais, de coloração amarelo-esbranquiçada até vermelho-escura. Polpa mucilaginosa, de coloração alva ou rósea, envolvendo numerosas sementes. O cacau é originário das regiões tropicais da América Central. O cacau era considerado pela civilização maia por ser uma fruta apimentada, que deveria ser comida com "parcimônia e elegância", devido o amargo, de seu sabor; e era dada para isso, diretamente pelos deuses aos homens, geralmente era consumida antes de Cristóvão Colombo, apenas pelos Sacerdotes da e para a Entidade Sol. E, de tão importante, virou até moeda de troca o "Cacau" ou "Solaris(outro nome da mesma Moeda). Nessa época, no Brasil, primeiramente e depois com a exportação, a partir de 1808, para toda a América Latina, pois Maria I de Portugal, Brasil e Além-Mar aceirava essa "Quase - moeda", o "Cacau" e/ou "Solaris(Casa do Sol), como Crédito. Não se fazia do cacau o que conhecemos hoje como Chocolate. Era feita uma bebida de sabor amargo - aPimentado, com as sementes torradas e moídas misturadas com água, semelhante ao preparo do Cafézinho, da forma de Colombo(Cristóvão Colombo), Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 19 que muitas vezes acrescentava o Café à bebida APimentada sagrada dos Méxicoanos. Atualmente, segundo estudiosos é que se acrescenta a pimenta, para voltar ao sabor de antigamente. Subprodutos anteriores à produção do chocolate, tais como a manteiga e o óleo extraídos por pressão das amêndoas do cacau e os resíduos dessa extração, são também componentes muito importantes na industria cosmética e farmacêutica. Além disso, com a polpa esbranquiçada que envolve as amêndoas do cacau, pode ser feito, industrializado e congelado um delicioso e nutritivo suco, sem prejuízo para o seu processamento posterior. Se a primeira coisa que te veio à cabeça ao ler cacau foi o chocolate, pode se animar porque além de delicioso ele traz inúmeros benefícios à saúde e ao humor. Mas, atenção, essas vantagens estão relacionadas somente ao chocolate amargo, que tenha pelo menos 55% de cacau. A versão ao leite não tem essa ação porque a quantidade de cacau é pequena e a quantidade de açúcar é alta. O cacau estimula a liberação de endorfinas e a elevação da disposição mental, graças às aminas biogênicas. Segundo a nutricionista Gabriela Passoni, o cacau é “um dos melhores alimentos com impacto no humor, essencial para a produção de serotonina, estimula a liberação de endorfinas, eleva a disposição mental melhorando o quadro de depressão”. Por ser rico em flavonoides e triptofano, esse alimento também aumenta a proliferação de neurônios no sistema nervoso. “Portanto, esse nutriente pode auxiliar no funcionamento desse sistema como um todo, o que pode reduzir a exacerbação de muitos sintomas da depressão”, explica Gabriela Paschoal. O cacau também concentra outras substâncias, como teobromina, feniletilamina, tetrahidrocarbolines, fenilalanina e tirosina. Juntos, reforçam a sensação de bem-estar e ajudam a levantar o astral, a combater a depressão e a reduzir a ansiedade. Quer mais? O cacau contém algumas substâncias, como a 2-feniletilamina e a N-aciletanolamina, que agem no cérebro fechando os receptores que pedem doce; assim fica mais fácil controlar o desejo por açúcar e manter o peso. Quem deseja comer chocolate não deveria fazê-lo por mais de 20 a 30 gramas por dia, quando ingerimos chocolate em demasia, engordamos. Para eliminar os efeitos de 100 gramas de chocolate precisaríamos: ou andar por 90 minutos, ou nadar por 60 minutos, ou correr por 60 minutos, ou praticar hidroginástica por 70 minutos, ou praticar sexo por 70 minutos. A casca do cacau serve para alimentar bovinos, suínos, aves e peixes, além de se fazer fertilizantes e álcool. 20 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CAJU Anacardium occidentale O caju é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na verdade, trata-se de um pseudofruto. O que entendemos popularmente como "caju" se constitui de duas partes: o fruto propriamente dito, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, o pseudofruto, um corpo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho. Na língua tupi, acaiu (caju) significa noz que se produz. Na tradição oral sabe-se que acayu ou aca-iu refere-se a ano, uma vez que os indígenas contavam a idade a cada floração e safra. O cajueiro é uma árvore que pode atingir até 10 metros de altura, com copa proporcional ao tamanho, arredondada, chegando a atingir o solo. Tronco tortuoso e ramificado. Folhas róseas quando jovens e verdes posteriormente. Flores pequenas, alvo-rosadas, perfumadas. Ao que tudo indica, a Amazônia parece ter sido o útero de onde diferentes espécies do gênero Anacardium irradiaram-se para o resto do mundo. E o cajueiro, seu representante mais conhecido, árvore rústica, espontânea e nativa do Brasil, mais precisamente na zona arenosa litorânea de campos e dunas que vai do Nordeste até o baixo Amazonas, está hoje disseminado por todas as regiões tropicais do globo. No Brasil, os usos culinários do caju e da sua castanha multiplicam-se. Da amêndoa torrada é costume fazer-se uma farinha muito especial que é misturada com farinha de mandioca, adoçada e vendida em pequenos cones de papel: guloseima de crianças. Essa mistura é também muito apreciada para ser degustada após a adição de suco de caju ou água, a gosto. A parte suculenta e refrescante, o pseudofruto do cajueiro Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 21 – que contém vitamina C em quantidade nove vezes superior à da laranja, perdendo apenas das campeãs acerola e camu-camu – tem incontáveis usos e, embora alcance pouco valor no mercado externo, é muito apreciada no Brasil. No Nordeste, o caju é consumido como fruta fresca, sob os pés carregados ou adquiridos de ambulantes nas ruas e na praias. Particularmente, é comum servir de acompanhamento ou tira-gosto para uma boa aguardente de cana, sendo consumido aos pedaços ou por inteiro, entre um gole e outro. Este é um hábito tão arraigado na vida nordestina que é costume dizerse que “o caju está casado com a cachaça”. Mais consumido na forma líquida, o caju é matéria-prima para sucos, refrescos e cajuadas, quando o suco adoçado se adiciona água ou leite. A cajuína, bastante apreciada e consumida gelada, é o suco filtrado, engarrafado e cozido em banho-maria. Esse suco, depois de cozido, quando misturado com álcool – se transforma em um “vinho de caju” que poder ser mais ou menos encorpado. A doçaria nordestina é pródiga em receitas que levam a fruta, eficientes maneiras de conservá-la para os tempos de entressafra. Assim, o caju costuma ser transformado em doces de todo tipo, na forma de sorvetes, gelados, compotas, passas ou ameixas de caju, em calda, cristalizados ou rapaduras de caju. Com tantas propriedades nutritivas e aproveitamentos culinários, no Ceará a “carne de caju” já está sendo usada mesmo como ingrediente em pratos salgados, substituindo a carne animal, em croquetes, quibes e refogados. Desde os tempos coloniais, o caju vem sendo aproveitado através de processos domésticos e caseiros. Com o passar do tempo, tanto a polpa quanto a castanha passaram a ser beneficiados industrialmente, gerando uma diversificada gama de produtos. Do pseudofruto obtêm-se: polpas, sucos, compotas, doces, desidratados, bebidas fermentadas e destiladas. Sem dúvida, comercialmente, os sucos são os mais importantes, embora se destinem quase na totalidade ao mercado interno. Os sucos obtidos a partir do caju variam bastante, podendo ser turvos, com mais ou menos sólidos em suspensão, chegando até mesmo à condição de “polpa”, ou ser límpido, filtrado, clarificado. Fortalece o sistema imunológico e tem efeito antioxidante no corpo devido a sua alta concentração de vitamina C, chegando a ser cinco vezes mais rica desta vitamina do que a laranja. Devido as presenças demasiadas de licopeno e beta caroteno, o caju auxilia na prevenção do câncer de próstata e pulmão, havendo inclusive estudos que pretendem comprovar o uso da fruta no tratamento a câncer de mama e boca. Por ser rico em fibras, o caju ajuda no funcionamento do intestino e ajuda também a controlar a saciedade, que é de extrema importância para aqueles que necessitam perder peso. Se misturado o seu suco ao chá de carqueja, estes irão agir na limpeza do organismo e melhor digestão A sua castanha possui ácido anacárdico que tem propriedades fortes contra germes e bactérias. Também auxiliando na amenização de dores dentárias, úlceras e lepra. A polpa do caju é bastante recomendada no tratamento de casos reumáticos e problemas de pele, agindo como depurativo e tônico. Também possui gorduras monoinsaturadas que protegem o coração e reduzem o nível elevado de triglicérides, sendo de valia para pessoas portadoras de doenças cardíacas e diabéticos. Os cajueiros, árvores que dão o caju, essa saborosa, múltipla e generosa fruta, em suas variadas espécies, podem durar até mais de 50 anos produzindo alimento, sombra e beleza. 22 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CANELA Cinnamomum zeylanicum A caneleira (Cinnamomum zeylanicum, sinônimo C. verum) é uma pequena árvore com aproximadamente 10–15 m de altura, pertencendo à família Lauraceae. É nativa do Sri Lanka, no sul da Ásia. As folhas possuem um formato oval-longo com 7–18 cm de comprimento. As flores, que florescem em pequenos maços, são esverdeadas e possuem um odor distinto. A fruta, arroxeada, com aproximadamente 1 centímetro, produz uma única semente. A canela é a especiaria obtida da parte interna da casca do tronco. É muito utilizada na culinária como condimento e aromatizante e na preparação de certos tipos de chocolate e licores. Na medicina, empregada como os óleos destilados, é conhecida por 'curar' resfriados. O sabor e aroma intensos vêm do aldeído cinâmico ou cinamaldeído. A canela é conhecida desde da antiguidade e foi tão valorizada que era considerada um item a ser presenteado a monarcas e outros dignitários. É mencionada em Êxodo 30:23, quando Deus ordenou a Moisés o uso da canela doce/salgada (em hebraico: ִקנָּמוֹן qinnāmôn) e cássia, e em Provébios 7:17-18, quando o leito nupcial é perfumado com mirra, aloe vera e canela. Também se encontra mencionada por Heródoto e outros escritores clássicos. No início do século XVI era trazida por comerciantes portugueses diretamente do Ceilão (atual Sri Lanka, no sul da Ásia), chegando um quilograma a valer dez gramas de ouro. O comércio português no Oriente foi perdido progressivamente para a Companhia das Índias Orientais, holandesa, que se assenhoreou dos entrepostos portugueses na região a partir de 1638. As margens da ilha estão repletas dessa planta, relatou um Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 23 capitão holandês, e é a melhor de todo o oriente: quando uma pessoa está no litoral, pode-se sentir o aroma a oito léguas de distância. O aromatizante gastronômico, muito popular, é retirado da porção interior da casca do caule. Ele é usado na confecção de chocolates e de licores, sendo igualmente ingrediente comum entre os temperos. Na esfera da cosmética são fabricados perfumes, xampus, sabonetes, bronzeadores e pastas dentais. Os portugueses tiveram seu primeiro contato com a canela em 1505, quando no Ceilão se depararam com a casca de uma caneleira. Durante a era medieval este condimento era super procurado, ao lado do gengibre. Atualmente esta planta é comercializada na forma de pau ou em pó. Durante muito tempo a canela foi utilizada na produção de doces, tortas, pães, e em tantos outros pratos elaborados no âmbito da gastronomia, sem falar em sua importância como tempero. Ela também é ingrediente obrigatório na elaboração de xaropes que estimulam a circulação. A casca da canela parece também conter elementos que incentivam o funcionamento do coração e elevam o nível de excreção do aparelho digestivo. No quesito medicinal ela pode igualmente ser utilizada para impedir o aparecimento da osteoporose e no alívio das consequências da menopausa. A canela possui propriedades carminativas, antiulcéricas, estomacais e vomitivas, graças aos azeites essenciais que contêm certas propriedades que dissolvem melhor os alimentos, estimulam a salivação e os sucos gástricos, facilitando a digestão. Por isto, ajuda a combater a aerofagia, as digestões difíceis a acidez e estimula o apetite. Também são conhecidas suas propriedades contra as doenças respiratórias pela sua riqueza em propriedades antibacterianas, expectorantes e anti-inflamatórias, sendo especialmente indicados contra a bronquite, os resfriados e a tosse. Afirma-se também que ela combate calafrios, a respiração cansada, dores de barriga, pressão baixa, reumatismo e tosse. Do chá das cascas ou das folhas é que se aproveitam todas estas qualidades medicinais, enquanto o pó das cascas é transformado em tempero. Seu paladar e o perfume sem igual provêm do aldeído cinâmico ou cinamaldeído. Outras propriedades são o tratamento da má circulação periférica nos dedos das mãos e dos pés, já que melhora a circulação e aumenta a temperatura corporal, por isso melhora as condições dos pacientes que sofrem dos dedos quando faz muito frio. Também tem benefícios nas menstruações difíceis ou como antisséptico em doenças relacionadas com bactérias e fungos; também em infecções vaginais, no tratamento de fungos e bactérias, em outras infecções respiratórias como anginas, faringite, laringites. Apesar de tudo isso, não se recomenda nunca abandonar o tratamento convencional prescrito pelo medico, questão que jamais devemos esquecer. Mesmo que sempre você poderá desfrutar do sabor desta espécie aromática, em seus chás, já que a canela é a especiaria imprescindível para aromatizar o chá. Ela deve ser evitada por mulheres grávidas, uma vez que possui características que podem provocar o aborto ou má formação do feto. 24 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CAQUI Diospyros kaki O caqui (português brasileiro) ou dióspiro (português europeu) é o fruto do caquizeiro (português brasileiro) ou diospireiro (português europeu) (Diospyros kaki, L.f.), uma árvore da família Ebenaceae. O nome «dióspiro» (Diospyros) tem origem no grego dióspuron, que significa «alimento de Zeus», enquanto «caqui» vem do japonês kaki (柿). É originário da China, sendo muito popular no Japão. Como fruta de caldo, contém grande quantidade de água na polpa. Existem diversas variedades: a vermelha, quando madura, é muito doce e mole e precisa de muito cuidado no transporte para não amassar. Esta variedade é muito consumida em Portugal. A variedade conhecida como caqui-chocolate (no Brasil) é de cor alaranjada e no interior tem riscas cor de chocolate. É mais dura e resistente e não tão doce como a vermelha. Tem poucas calorias (cerca de 80 por 100 g) e possui vitaminas A, B1, B2 e E, além de cálcio, ferro e proteínas. É um fruto muito apreciado devido ao seu sabor doce e agradável, por conter alto teor de vitamina A, e grandes quantidades de água em seu interior. Além disto, possui quantidades consideráveis de fibras que são essenciais para regularizar as funções intestinais. O caqui é muito cultivado na região sul do Brasil e no estado de São Paulo, particularmente em Itatiba, e em Mogi das Cruzes, conhecida como «Terra do Caqui», pois o fruto dá-se bem em climas amenos e frios (subtropical e temperado). No Brasil, as primeiras variedades do caqui doce foram trazidos por imigrantes japoneses em 1916. Os brasileiros só conheciam o caqui do tipo adstringente, aquele que «amarra a boca». É também cultivado em Portugal, nomeadamente na região das Beiras. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 25 O caqui verde é rico em uma substância chamada de tanino, que torna o fruto amargo e adstringente (sensação de prender a língua). O fruto maduro não apresenta acidez e, é rico em amido, açúcares, sais minerais e vitaminas A, B1, B2 e C. O caquizeiro é cultivado em quase todas as regiões do mundo de clima temperado e subtropical. No Brasil, é encontrado principalmente nas regiões Sul e Sudeste, prevalecendo nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e nas regiões do Sul de Minas Gerais. Os caquizeiros são plantas que possuem lento desenvolvimento inicial. A primeira colheita dos caquis geralmente ocorre no terceiro ano após o plantio. Os caquis podem ser divididos em três tipos: taninoso (Sibugaki), doce ou não-taninoso (Amagaki), e variável. O caqui taninoso representa o grupo de caquis que possuem a polpa sempre taninosa e de cor amarelada, quer os frutos apresentem sementes ou não. O caqui doce compreende os caquis que têm a polpa não taninosa e amarelada, tenham os frutos sementes ou não. Já o caqui variável, inclui as variedades de polpa taninosa e de cor amarelada, quando sem sementes e, não taninosa, parcial ou totalmente, quando apresentam uma ou mais sementes. O período de produção de caqui no Brasil acontece entre os meses de fevereiro a julho, com pico nos meses de abril e maio. A produção do fruto se destina principalmente ao consumo da fruta fresca. Além do consumo natural, o caqui é utilizado para o preparo de caqui-passas e na elaboração de vinagre. Pesquisadores divulgaram que além de todas as propriedades presentes no caqui, ele também contém antioxidantes, o que torna a fruta uma poderosa arma contra os radicais livres. Assim, consumindo a fruta é possível prevenir doenças como diabetes, aterosclerose e inclusive o câncer, pois estas enfermidades estão ligadas à presença de radicais livres no organismo. É rica também em outro componente fundamental para manter a saúde: o betacaroteno, que atua como antioxidante e combate a formação de radicais livres. "Ele é essencial para a visão, unhas e cabelos e auxilia o desenvolvimento ósseo. Além disso, retarda o envelhecimento precoce do organismo", explica Eneida Gomes da Cunha Ramos, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). "E o caqui é fonte ainda de licopeno, um fitoquímico com importante atuação na defesa do organismo". E tem mais: a fruta caqui contribui para o bom funcionamento do intestino, por conter fibras, e atua como calmante, devido à alta concentração de açúcar e frutose, razão pela qual deve ser consumida moderadamente, em especial por diabéticos. "O ideal é não exagerar. A melhor recomendação é variar os tipos de fruta e escolher ao menos três por dia", afirma a nutricionista. Ele é essencial para a visão, unhas e cabelos e auxilia o desenvolvimento ósseo. Além disso, retarda o envelhecimento precoce do organismo É importante lavá-lo com delicadeza, um a um, esfregando com as mãos. Em seguida, deixálo imerso em solução clorada (hipoclorito de sódio, à venda em supermercados) por aproximadamente 20 minutos. Vale lembrar que não é recomendável lavá-lo se o consumo não for imediato, pois pode azedar. 26 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CARAMBOLA Averrhoa carambola A carambola é o fruto da caramboleira (Averrhoa carambola ), uma árvore ornamental de pequeno porte, da família das Oxalidaceae. Possui flores brancas e purpúreas. É largamente usada como planta de arborização de jardins e quintais. É originária da Índia, sendo muito conhecida na China. A árvore da carambola é de crescimento lento (perene) e caracteriza-se por ter tronco curto e bastante ramificado, possui uma forma espessa e suas folhas decíduas estão dispostas em espiral. Conseguem alcançar até 15 metros de altura aos 25 anos de idade. Os frutos são vistosos, com uma forma oblonga, possuem uma pele fina que varia de verde a amarelo, dependendo do grau de maturação. Quando imaturos são verdes, e atingem a cor amarela quando estão maduros e prontos para serem consumidos. É um fruto adstringente e suculento com sabor doce e azedo. Cortado em fatias em secção transversal o fruto tem a forma de uma estrela. De sabor agridoce, com coloração variando do verde ao amarelo, dependendo do grau de maturação, rica em sais minerais (cálcio, fósforo e ferro) e contendo vitaminas A, C e do complexo B, a carambola é considerada uma fruta febrífuga (que serve para combater a febre), antiescorbútica (que serve para curar a doença escorbuto - carência de vitamina C, e que se caracteriza pela tendência a hemorragias) e, devido à grande quantidade de ácido oxálico, estimulador do apetite. Sua casca é utilizada como antidisentérico, por possuir alto teor de tanino - cujo poder adstringente pode prender o intestino. É considerada uma fruta de quintal, pois seu cultivo não é feito em escala, sendo produzida essencialmente em sítios, quintais, granjas e pomares de fazendas. Começa a produzir frutos em torno de quatro anos de existência, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 27 dando em média duzentos frutos, podendo durar de cinquenta a setenta anos. A fruta parece uma estrela quando cortada e tem cinco gomos. Pode ser consumida ao natural ou no preparo de geléias, caldas, sucos e conservas. Cortada em fatias e deixada no fogo brando com açúcar, fica quase da mesma consistência e sabor do doce de ameixa-preta. Na Índia e na China são bastante consumidas como sobremesa, assim como as flores e os frutos verdes, que são utilizados nas saladas. Pessoas portadoras de insuficiência renal não podem comer carambola, pois esta fruta possui uma toxina natural que não é filtrada pelo rim destas pessoas, ficando retida no organismo e atingindo o cérebro, podendo levar inclusive, à morte. Os sintomas de intoxicação são crise de soluços, confusão mental, convulsões e coma. Portadores de diabetes devem consultar o médico antes de comer, pois podem sofrer de insuficiência renal e não saber. A fruta é muito apreciada por ser saborosa, rica em sais minerais (cálcio, fósforo e ferro), fonte de vitaminas A, C e do complexo B, e por conter baixas calorias (aproximadamente 35 calorias em 100g). A carambola ainda é rica em antioxidantes, por ser uma potente fonte primária e secundária de polifenóis antioxidantes. Oferece diversos benefícios para a saúde tais como: auxilia no combate a febre, é eficaz contra escorbuto e também é utilizada como estimulador de apetite. As sementes trituradas servem como um sedativo em casos de asma e cólicas. Porém, por ser uma fruta que contém ácido oxálico, pode ser prejudicial para pessoas que sofrem de insuficiência renal, podendo produzir vômitos, causar náuseas e até mesmo confusão mental quando consumidas. A fruta é cultivada principalmente durante os meses de junho, julho e agosto, mas algumas vezes durante o ano todo. As formas de consumo de carambola são variadas e típicas de cada região. Geralmente as frutas maduras são utilizadas em saladas, sucos, no preparo de geléias, gelatinas e caldas, e o suco da fruta é utilizado como tempero. A carambola ocasionalmente é usada para limpeza (o suco de fruta é usado para remover manchas) e polimento de metais. 28 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CASTANHA DO PARÁ OU CASTANHA DO BRASIL Bertholletia excelsa A Bertholletia excelsa, popularmente conhecida como castanha-do-pará, castanha-do-acre, castanha-dobrasil, tocari e tururi é uma árvore de grande porte, muito abundante no norte do Brasil e na Bolívia, cujo fruto (ouriço) contém a castanha, que é sua semente. É uma árvore da família botânica Lecythidaceae, nativa da Floresta Amazônica. É um fruto com alto teor calórico e protéico, além disso contém o elemento selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para a prevenção do câncer (cancro). É a única espécie do-gênero Bertholletia. Nativa das Guianas, Venezuela, Brasil (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia), leste da Colômbia, leste do Peru e leste da Bolívia, ela ocorre em árvores espalhadas pelas grandes florestas às margens do Rio Amazonas, Rio Negro,Rio Orinoco, Rio Araguaia e Rio Tocantins. O gênero foi batizado em homenagem ao químico francês Claude Louis Berthollet. Atualmente, é abundante apenas no Estado do Acre, no norte da Bolívia e no Suriname. Incluída na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais como vulnerável, o desmatamento é a ameaça a sua populações. A Bertholletia excelsa é uma grande árvore, chegando a medir entre 30 e 50 metros de altura e 1 ou 2 metros de diâmetro no tronco; está entre as maiores árvores da Amazônia. Há registros de exemplares com mais de 50 metros de altura e diâmetro maior que 5 metros, no Pará. Pode viver mais de 500 anos, e, de acordo com algumas autoridades frequentemente chega a viver 1.000 6 ou 1.600 anos. Seu tronco é reto e permanece sem galhos por mais da metade do comprimento da árvore, com uma grande coroa emergindo sobre a folhagem das árvores vizinhas. Sua casca é acinzentada e suave. A árvore é Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 29 caducifólia, suas folhas, que medem de 20 centímetros a 35 cm de comprimento e 10 cm a 15 cm de largura, caem na estação seca. Suas flores são pequenas, de uma coloração verde-esbranquiçada, em panículas de 5 centímetros a 10 cm de comprimento; cada flor tem um cálice caducifólio dividido em duas partes, com seis pétalas desiguais e diversos estames reunidos numa massa ampla em forma de capuz. Em segundos, ao mastigar uma única castanha-do-pará, você recarregará os níveis de um mineral extremamente importante para uma vida longa e saudável: o selênio. A pequena oleaginosa repõe a quantidade do nutriente necessária para dar combate ao envelhecimento celular, causado pela formação natural daquelas incansáveis moléculas que danificam as células, os radicais livres. A recomendação é de que um adulto consuma, no mínimo, 55 microgramas de selênio por dia, diz a nutricionista Bárbara Rita Cardoso, pesquisadora do Laboratório de Minerais da Universidade de São Paulo. E com uma unidade da nossa castanha já é possível encontrar bem mais do que isso de 200 a 400 microgramas do bendito. Aliás, o limite de consumo diário do mineral é de 400 microgramas, portanto, não vá com muita fome ao pote. O selênio se liga a algumas proteínas já existentes em nosso corpo para formar essas enzimas antioxidantes que combatem os radicais livres. O mineral da castanha também teria um papel especial na proteção do cérebro. É que, com essa capacidade de acabar com a farra dos radicais livres, as células nervosas seriam preservadas, evitando o surgimento de doenças neurodegenerativas com a idade. A tireoide também funciona melhor na presença do selênio, acrescenta Christine Thomson. Isso porque, se não houver esse elemento, ela não consegue produzir direito seus célebres hormônios. O mineral também está intimamente associado à capacidade de o organismo se livrar de substâncias tóxicas, ajudando-o inclusive a expulsar possíveis metais pesados que se alojam nas células. Apesar de tudo isso, o badalado selênio deve ser apreciado com moderação. Quando os especialistas recomendam uma castanha diária, é para segui-lo à risca. Acredite: o conselho não é nem um pouco mesquinho. Esse consumo ideal e comedido é que faz todas essas enzimas que dependem do nutriente trabalharem de forma adequada, diz Bárbara. Em excesso, o selênio não vai potencializar sua ação. E o pior: mais cedo ou mais tarde, o exagero rotineiro vai revelar o lado negro da substância. Sim, ele existe: a toxicidade. É o que acontece se a pessoa ingerir mais de 800 microgramas por dia, adverte Silvia Cozzolino. É que o selênio tem efeito cumulativo, emenda Christine Thomson. Isso não significa que abusar de vez enquando das deliciosas castanhas em uma happy hour com amigos traga grandes ameaças. O perigo é comer essas oleaginosas além da conta todo santo dia. Quem experimentar ataques sucessivos de gula poderá sentir dor de cabeça, ficar com as unhas fracas e ver seus cabelos caírem. Mas, em geral, quem come dez castanhas hoje não vai se empanturrar delas amanhã, usa a lógica a expert em nutrição Silvia Cozzolino. No máximo, o preço desse pecado será um mau hálito parecido com o bafo de alho. Acredite! A castanha-do-pará pode ser consumida pura ou como ingrediente para diversas receitas, pois nem o fogão nem a geladeira conseguem detonar as reservas de selênio. 30 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CEBOLA Allium cepa Cebola é o nome popular da planta cujo nome científico é Allium cepa, Lineu. Em sistemas taxonómicos mais antigos, pertencia à família das Liliáceas e subfamília das alioídeas - taxonomistas mais recentes incluem-na na família das Alliaceae. O termo refere-se, também ao seu bolbo (bulbo, no Brasil) constituído por folhas escamiformes, em camadas. As suas flores estão dispostas em umbela. As plantas jovens, com o bulbo pouco desenvolvido e sem flor, são chamadas também de cebolo. A cebola é uma planta originária do continente asiático é da família Alliaceae, sua safra é de setembro a março, porém é encontrada o ano todo. O maior produtor mundial deste alimento é a China. Na América, a cebola chegou por intermédio de Cristovão Colombo, em sua segunda viagem ao Haiti. A raiz possui um formato oval, internamente feita de camadas. Apreciada por muitos como condimento, tem características favoráveis a saúde, contendo flavonóides, elemento importante como anti-oxidante e anti-inflamatório, sódio, cálcio, potássio, ferro e fósforo, além das vitaminas C e complexo B. Existem três tipos de cebola, as brancas, com sabor mais forte, as amarelas que por sua vez são as mais consumidas no Brasil e as roxas, escolhida como preferida em muitas comunidades, por ter sabor mais suave. Uma curiosidade sobre a cebola é por que ela faz as pessoas "chorarem" ao ser cortada. Nela existe uma substância chamada ácido sulfúrico, que ao entrar em contato com os olhos, irrita e faz lacrimejar. Outra curiosidade é que na antiguidade os faraós eram enterrados com cebolas, pois era considerado um sinal Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 31 de eternidade, já na Idade Media, a cebola era utilizada como moeda. O fato é que a cebola é um importante alimento e deve fazer parte da dieta diária para uma alimentação saudável. Entre tantos tamanhos, formas e sabores, suas folhas devem ser onduladas, verde-escuras e a parte inferior, branca e firme. Elas podem ser conservadas em geladeiras por alguns dias e as folhas verdes devem ser consumidas antes de amolecerem. Já as cebolas redondas devem ser firmes, sua pele deve ser crocante e seca. A dica é nunca comprar quando elas estiverem moles ao apertar, mofadas ou apresentarem brotos verdes na parte superior, pois são sinais de que já perderam seu viço. Outro detalhe a ser observado é o odor que deve ser suave, pois saiba que se estiver forte, é sinal de deterioração. Sua estocagem deve ser feita em local fresco e seco, ao abrigo da luz, que pode dar um sabor amargo. Devem ser guardadas longe das batatas que liberam umidade e um gás que faz com que as cebolas se estraguem mais rapidamente. O tipo de cebola vermelha apresenta um sabor suave, podendo ser considerada de certa forma adocicada, muito usada para saladas e lanches. As do tipo amarela e branca, possuem sabor mais forte e são usadas para cozir, pois se tornam mais suaves e mais doces quando aquecidas; além do sabor agradável conferido a outros alimentos. Há uma grande variedade de uso para as cebolas, elas podem ser fatiadas e cruas nas saladas e nos sanduíches; cozidas em ensopados, omeletes, sopas; refogadas ou assadas, em cremes e servidas como pratos secundários. As cebolas da primavera podem ser servidas com vegetais crus, molhos, picadas em saladas ou cozidas no vapor para servir quente. A sopa de cebola é uma ótima sugestão de refeição leve. Para reduzir as calorias, pode-se usar um caldo isento de gorduras e uma quantidade pequena de queijo light. A cebola possui nos seus talos verdes, boa quantidade de vitamina C e betacaroteno, mas a maioria dos cozinheiros valoriza apenas o sabor que a cebola confere a outros alimentos. Para se ter uma ideia, uma xícara de cebola cozida fornece aproximadamente 225mg de potássio. A presença de adenosina na cebola, substância que impede a formação de coágulos, foi mostrada por pesquisadores, como um alimento importante no combate aos ataques cardíacos. Outro benefício advindo da cebola é seu fator protetor contra os entupimentos das artérias, provocados pelo colesterol, já que eles alteram o nível de lipoproteínas de alta densidade (HDLs) protetoras. A pressão alta também pode ser beneficiada com a ingestão de grande quantidade de cebola. Dentre os muitos benefícios da cebola há um fator negativo que é o mau hálito, que pode ser causado pela presença de compostos de enxofre e ainda favorecer a presença de odor na pele. Porém, podem bloquear o potencial cancerígeno de alguns carcinógenos (agente que estimula ou causa tumor maligno). Outro fator negativo é que algumas pessoas podem ter gases a partir do consumo de cebolas. Algumas sabedorias populares recomendavam a cebola para prevenir infecções, pois ela contém uma substância que tem leve efeito antibacteriano. Outro remédio antigo feito com cebola é a mistura com mel e daí se faz um xarope que é muito benéfico contra tosse. A cebola ainda pode ser usada como um ótimo descongestionante, a partir da combinação do enxofre com enzimas que formam um tipo de ácido sulfúrico que lacrimeja os olhos, podendo ajudar a limpar as vias respiratórias durante a gripe. Assim como o alho, os compostos bioativos presentes na cebola são sensíveis ao calor. Por essa, razão o ideal é consumi-la preferencialmente crua. Caso não seja possível, optar por preparações as quais o tempo de cozimento é curto. Recomenda-se o consumo de 50 gramas de cebola fresca (crua) todos os dias. 32 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CENOURA Daucus carota Vegetal pertencente à família Apiaceae, da qual estão inclusas mais de 3000 espécies, entre elas a salsa, o aipo, o coentro e ate mesmo espécies de plantas altamente tóxicas como a cicuta. Nativa da Europa e da Ásia, a cenoura é cultivada em várias regiões do mundo e tende a se adaptar melhor em climas amenos, onde a temperatura esteja em torno de 10 a 15 graus Celsius, que é a condição climática ideal para que haja um crescimento saudável das raízes (parte comestível da cenoura). A China, os Estados Unidos, a Rússia, a França, a Inglaterra, estão entre os maiores produtores de cenoura. No Brasil a cenoura é amplamente cultivada na região Sudeste, nos municípios de Carandaí, Santa Juliana, São Gotardo, Piedade, Ibiúna e Mogi das Cruzes. Na região Sul a maior parte da produção de cenouras vem do município de Marilândia e, na região Nordeste, os municípios de Lapão e Irecê se destacam. A parte comestível da cenoura são as raízes. Estas raízes caracterizam-se por serem tuberosas, grossas, carnudas e de cor profunda. Existe uma variedade enorme de raízes de cenouras presentes na natureza, que diferem em cor e tamanho. Embora as raízes de cenouras sejam conhecidas por terem a coloração alaranjada, elas são encontradas em uma variedade de outras cores como o branco, o amarelo, o vermelho e até mesmo roxo. Elas também são encontradas em tamanhos diversos entre 20 cm até 3 metros de comprimento. As raízes de cenoura são muito saborosas e possuem uma textura crocante e um sabor mentolado. No entanto as raízes maiores são na maioria das vezes menos saborosas, pois são mais fibrosas. Outras partes da planta da cenoura como as folhas são de coloração esverdeada. Já as flores possuem hastes que podem chegar até 1 metro de altura, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 33 e suas pétalas são brancas. Muito apreciadas na culinária, as raízes de cenoura são utilizadas em diversos pratos. São consumidas cruas ou cozidas em saladas, como ingrediente para o preparo de bolos, tortas, sanduíches, purês, suflês, sopas, creme, doce, sucos e várias outras receitas. A cenoura é considerada um alimento altamente nutritivo por conter excelentes quantidades de vitamina A (β-caroteno), que é uma vitamina importantíssima para o ser humano. Esta vitamina é eficaz em combater os radicais livres, pois atua como antioxidante, como também protege a visão, evitando o aparecimento de doenças como a cegueira noturna e a xeroftalmia. Sua carência contribui para que o indivíduo apresente pele seca e áspera, fissuras nos lábios, dores de cabeça, dores ósseas e ate mesmo dores articulares. Além de ser rica em vitamina A, a cenoura também contêm boas doses de vitamina C, K, minerais como o potássio, fibras dietéticas e é um alimento de baixa caloria (100g oferecem cerca de 50 kcal). Os benefícios da cenoura podem ser: melhorar a visão porque é rica em vitamina A que fortalece os olhos; proteger a pele dos danos do Sol devido à presença de antioxidantes; melhorar a saúde da pele pois a vitamina A previne a formação precoce de rugas, acne, pele seca, pigmentação, manchas e tom de pele irregular; prevenir doenças cardiovasculares porque é rica em carotenóides; ajudar a emagrecer porque tem poucas calorias e não tem gordura; combater o colesterol pela riqueza em fibras; ajudar a bronzear devido à presença de carotenóides. A cenoura é um vegetal que pode ser consumido em forma de suco ou purê podendo também ser utilizado em saladas e bolos. Os benefícios da cenoura crua são principalmente fortalecer a saúde dos dentes e da boca porque raspa a placa bacteriana e retira os alimentos e partículas dos dentes. As cenouras estimulam as gengivas e provocam muita saliva que, sendo alcalina, equilibra as bactérias da boca. Os benefícios da cenoura para o cabelo são tornar o cabelo mais forte, hidratado e brilhante porque a cenoura tem caroteóides e vitamina A. Além de ingerir a cenoura também se pode aplicar o óleo ou máscara de cenoura diretamente nos cabelos para que fiquem mais suaves e saudáveis. 34 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br CEREJA Cerasus (sub-gênero) Cerejeira é o nome dado a várias espécies de árvores originárias da Ásia, algumas frutíferas, outras produtoras de madeira nobre. Estas árvores classificam-se no subgênero Cerasus incluído no gênero Prunus (Rosaceae). Os frutos da cerejeira são conhecidos como cerejas, algumas delas comestíveis. As cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo o vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis. A cereja-doce, de polpa macia e suculenta, é servida ao natural, como sobremesa. A cereja-ácida ou ginja, de polpa bem mais firme, é usada na fabricação de conservas, compotas e bebidas licorosas, como o kirsch, ginjinha e o marasquino. As cerejas contém proteínas, cálcio, ferro e vitaminas A, B, e C. Quando consumida ao natural, tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é muito rica em tanino, consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo aconselhável consumir mais de 200 ou 300 gramas da fruta por dia. Algumas destas frutas podem ser consumidas pelo Homem, outras não. Elas são pequenas, apresentando mais ou menos 2 cm, têm o formato redondo, a coloração vermelha que as caracteriza, por ser a mais habitual, e uma substância carnuda, mole, suave ao paladar e sumarenta em seu interior. O ideal é que o cultivo da cereja seja realizado em baixas temperaturas, daí a cerejeira ter sido transportada para a Europa e aí ter se desenvolvido amplamente. Ela demanda 800 a 1000 horas de incidência do clima frio e das chuvas invernais para que sua evolução seja aceitável e produtiva. No seu berço natal, o Japão, a cerejeira é intitulada Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 35 Sakura no ki – Sakura tem o sentido de 'flor de cerejeira' – e está ligada intimamente à história do samurai, simbolizando a curta duração de sua vida, similar à existência da flor desta árvore, que ao dela se desligar não sobrevive muito tempo. Enquanto isso, a cor intensamente vermelha do fruto maduro e repleto de seiva representa o poder da sensualidade. Já seu suco, forte e vivamente tingido, é usualmente associado ao paladar do primeiro amor. Externamente ela é comparada aos lábios da pessoa amada, os quais, ao serem saboreados, parecem verter sangue. A conotação erótica desta fruta é, sem dúvida, ancestral. É muito comum ver pessoas optarem pela tatuagem de cereja, pois através desta forma de expressão ela se transforma em símbolo de castidade e inocência para as mulheres, pois a fruta se torna madura ainda na árvore. Após ser colhida deste arbusto, ela se despoja destas características, rompendo assim sua virgindade. Aparentemente mergulhada no fogo da paixão, ela passa a representar o desejo nunca satisfeito e a lascívia. Esta deliciosa fruta é utilizada na culinária há muito tempo, principalmente para decorar bolos, tortas e outras sobremesas. Mas o que poucos sabem é que a cereja possui também muitas propriedades medicinais e é um verdadeiro prodígio para a medicina alternativa, principalmente depois da última descoberta científica realizada nos Estados Unidos, que nos mostra que a cereja é altamente eficiente no combate à insônia. Acontece que ela possui uma altíssima concentração de Melatonina, um hormônio poderosíssimo e que provoca sonolência. E ela ainda tem o poder de enriquecer a qualidade do sangue e evitar o acúmulo de gordura nas artérias, entre outros diversos benefícios que o seu consumo trás para a nossa saúde. Ela é antioxidante, anti inflamatória, é bastante rica em vitamina A e C, e como “cereja em cima do bolo” ainda tem o fato de que esta fruta apresenta uma quantidade quase insignificante de calorias. Por apresentar muita água em sua composição, a cereja acaba tornando-se ótima para manter o corpo e a pele sempre hidratados – e, consequentemente, a pele mais macia. Ela possui um efeito laxante que ainda faz uma limpeza pelo organismo e elimina todas as toxinas e líquidos retidos em locais indesejados, como na barriga por exemplo. É uma fruta riquíssima em fibras, e por isto ajuda a melhorar o trânsito intestinal. Mostra-se bem eficiente para abaixar as taxas de ácido úrico. Muito utilizada tanto para prevenir quanto para aliviar os sintomas da gota. Por apresentar elevados níveis de potássio em sua composição, a cereja ajuda também a combater a hipertensão e deixar a pressão arterial sempre normal. A cereja é rica em ferro, e por isso mostra-se importante no cardápio das pessoas que possuem anemia. Alivia dores e inflamações. Combate os radicais livres. Ajuda na prevenção de câncer de estômago e de cólon. O ideal é consumir a cereja fresca, pois se cozinhadas elas podem perder parte de suas propriedades. Conservar na geladeira é importante para que a vitamina C presente nela não se perca, e preste atenção no talo da fruta antes de consumi-la. Se ele estiver verde, é sinal de que a fruta está fresca. A quantidade de cerejas recomendada por nutricionistas para o consumo diário é de 50 gramas, que equivale a algo aproximado de 10 cerejas por dia. 36 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br COCO Cocos nucifera O coqueiro (Cocos nucifera), é um membro da família Arecaceae (família das palmeiras). É a única espécie classificada no gênero Cocos. É uma planta que pode crescer até 30 m de altura, com folhas pinadas de 4–6 m de comprimento, com pinas de 60–90 cm. As folhas caem completamente, deixando o tronco liso. As origens desta planta são passíveis de discussão. Enquanto algumas autoridades reclamam o Sudeste Asiático (região peninsular) como o seu local de origem, outros colocam a sua origem no nordeste da América do Sul. Registros fósseis da Nova Zelândia indicam aí a existência de pequenas plantas similares ao coqueiro de mais de 15 milhões de anos. Fósseis ainda mais antigos foram também descobertos no Rajastão, na Índia. Qualquer que fosse a sua origem, os cocos espalharamse através dos trópicos, em particular ao longo da linha costeira tropical. Como o seu fruto é pouco denso e flutua, a planta é espalhada prontamente pelas correntes marinhas que podem carregar os cocos a distâncias significativas. A palmeira do coco prospera em solos arenosos e salinos nas áreas com luz solar abundante e pancadas de chuva regular (75–100 cm anualmente), o que torna a colonização da costa relativamente fácil. Já foram encontrados cocos transportados pelo mar tão ao norte como na Noruega em estado viável, que germinaram subseqüentemente em circunstâncias apropriadas. Entretanto, nas ilhas do Havai, o coco é considerado como introdução, trazida primeiramente às ilhas há muito tempo por viajantes polinésios de sua terra natal no Sul do Pacífico. Botanicamente falando, um coco é um fruto seco simples classificado como drupa1 fibrosa (não uma noz). A casca (mesocarpo) é fibrosa e existe um "caroço" interno (o endocarpo lenhoso). Este endocarpo duro tem três poros Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 37 de germinação que são claramente visíveis na superfície exterior, uma vez que a casca é removida. É através de um destes que a pequena raiz emerge quando o embrião germina. O termo "coco" foi desenvolvido pelos portugueses no território asiático de Malabar, na viagem de Vasco da Gama à Índia (1497-1498), a partir da associação da aparência do fruto, visto da extremidade, em que o endocarpo e os poros de germinação assemelham-se à face de um "coco" (monstro imaginário com que se assusta as crianças; papão; ogro), conforme conta o historiador João de Barros no seu livro Décadas da Ásia (1563) "[...]por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer coisa, com que querem fazer medo às crianças, o qual nome assim lhe ficou, que ninguém lhe sabe outro, [...]." 2 . Do português o termo passou ao espanhol, francês e inglês "coco", ao italiano "cocco", ao alemão "Kokos" e aos compostos "coconut", inglês, e "Kokosnuss", alemão. Em algumas partes do mundo, macacos treinados são usados na colheita do coco. Escolas de treinamentos para macacos ainda existem no sul da Tailândia. Todos os anos são realizadas competições para identificar o mais rápido colhedor. Todas as partes do coco, salvo talvez as raizes, são úteis e as árvores têm comparativamente um alto rendimento (até 75 cocos por ano); ele então possui significativo valor econômico. De fato em Sânscrito o nome para o coqueiro é kalpa vriksha, o qual se traduz como "a árvore que fornece todas as necessidades da vida". Os usos das várias peças da palma incluem: O branco, parte gorda da semente, é comestível (fresco) e usado (seco e dissecado) em culinária; A cavidade é cheia de "água de coco" que contém os açúcares que são usados como uma bebida refrescante, e na composição da sobremesa gelatinosa nata de coco; Leite de coco (que tem aproximadamente 17% de gordura) é feito processando o coco ralado com água quente que extrai o óleo e os compostos aromáticos; O líquido obtido da incisão da base das inflorescências do coqueiro forma uma bebida conhecida em inglês por "toddy", nas Filipinas chamada tuba e em Moçambique, sura; Os botões da ponta de plantas adultas são comestíveis e são conhecidos como "cabaço de coco" (embora a colheita desta mate a árvore); O interior da ponta crescente é chamado coração-da-palma ou "palmito" e comido em saladas, chamadas às vezes "salada do milionário" (isto também mata a árvore); Copra é a carne seca da semente, usada para preparar o óleo do coco; O resíduo que fica depois de preparar o óleo é usado como ração para animais; O tronco fornece madeira para construção; As folhas fornecem materiais para cestas e palha de telhado; A casca e a fibra do coco podem ser usados para combustível e são uma fonte boa do carvão de lenha; Servem ainda em artesanato no fabrico de jóias, utensilhos domésticos, objetos decorativos entre outros; Nos teatros, usavam-se metades de casca de coco que, batidas, davam o som de cascos de cavalo; A fibra pode ainda ser usada para o fabrico de cordas e tapetes, para enchimento de estofos e para o cultivo de orquídeas e outras plantas; Havaianos usam o tronco ôco para dar forma a um cilindro, que pode servir como recipiente, ou mesmo canoas pequenas. Tem propriedades amaciadoras. Por esta qualidade, é o ingrediente principal de protetores solares, xampus, sabonetes, cremes, amaciadores e bálsamos labiais. Contém vitaminas e sais minerais e prevém os transtornos gastrointestinais. A água de coco regenera a flora intestinal e é considerada uma bebida isotônica (reidratante) natural. O leite de coco é diurético e perfeito para combater a retenção de líquidos. Tem um alto conteúdo em fibras que ajuda com os problemas de prisão de ventre. A polpa é rica em magnésio, cálcio e fósforo e fortalece as unhas, o cabelo e os dentes. Aliás, ajuda a prevenir as manchas cutâneas. Possui propriedades sedantes que ajudam a equilibrar o sistema nervoso e a controlar a ansiedade. Baixo aporte de proteínas e hidratos de carbono. A água de coco contém vitamina B, potássio, cálcio, sódio e outros minerais. Esta combinação resulta perfeita para restaurar os eletrólitos no corpo, pois eles são perdidos pela sudoração excessiva. Por último, o coco pode ser consumido para eliminar parasitas. 38 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br COUVE Brassica oleracea L Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades cultivares da espécie Brassica oleracea L., (ou Brassica sylvestris (L.) Mill.) da família das Brassicaceae, a que também pertence o nabo e a mostarda. É uma planta cuja descrição se torna difícil, já que as diversas variedades são bastante diferentes em termos morfológicos. Assim, pode-se considerar que é uma planta herbácea, mas há algumas variedades sublenhosas na zona da base do caule; pode ser considerada uma planta bianual, mas tem, por vezes, tendências perenantes (o seu ciclo de vida pode prolongar-se para além dos dois anos). O caule é erecto, podendo ser curto, como no repolho, ou longo, como na couve-galega. As folhas da base podem diferir das folhas terminais: as basilares podem ser lirado-penatipartidas, enquanto que as folhas superiores podem ser oblongas, obovadas, onduladas, denteadas, formando, ou não, uma "cabeça" de folhas apertadas, antes da floração. As folhas são geralmente verdes (glaucas, mas nem sempre), grossas, não chegando a ser carnudas. Ao longo do caule (também chamado de talo) podem formarse pequenos ramos ou gemas, como na couve-galega, ou na couve-de-bruxelas. As flores, dispostas em rácimos terminais erectos, podem ser brancas ou amarelas, com sépalas erectas e corola composta por quatro pétalas obovadas, unguiculadas (com forma de unha). Tem estames tetradinâmicos, (quatro com filetes compridos e dois curtos). Os frutos são síliquas cilíndricas ou subcompridas rostradas (com um prolongamento em forma de bico na extremidade). Fácil de encontrar por um bom preço o ano inteiro, a couve é considerada como um vegetal “popular” extremamente benéfico à saúde — há milênios, seus usos medicinais são divulgados. De fato, a couve possui propriedades específicas de sua família vegetal, a das Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 39 crucíferas. Caracterizada pela presença de uma flor de quatro pétalas dispostas em forma de cruz, essa família de vegetais, da qual fazem parte brócolis, rabanete, nabo, entre outros, tem sido muito estudada por seu efeito preventivo em doenças, especialmente o câncer. A couve é na verdade uma variedade do repolho, com folhas menos “fechadas” e mais macias, com exceção de alguns tipos, como a couve “tronchuda”, mais compacta. Na culinária brasileira, o tipo mais popular é a couve-manteiga. Todas as variedades que consumimos hoje vêm de um ancestral selvagem, que começou a ser domesticado em data incerta. Algumas fontes afirmam que o cultivo começou por volta do ano 600 a.C, quando os celtas trouxeram o vegetal para a Europa. Outras dizem que a domesticação e o cultivo da couve iniciou-se há mais de três mil anos na costa do norte da Europa. Há ainda quem defenda que as primeiras plantações ocorreram na bacia do mediterrâneo ou ao sul do Mar Negro. De onde quer que tenha vindo, seu cultivo, relativamente fácil, espalhou-se por toda a Europa. E até hoje o ancestral selvagem da couve vinga nas costas rochosas do Mediterrâneo, do norte da Espanha, do sudoeste da França e do sul e sudoeste da Grã-Bretanha. Ingrediente constante na culinária de Portugal, a couve chegou ao Brasil com os primeiros colonizadores portugueses. Rapidamente difundida por aqui, tornou-se também um marco da culinária mineira. Famosa no Brasil inteiro, a couve à mineira (cortada em tiras finas e refogada, junto com alho, em óleo ou banha de porco) é acompanhamento indispensável da feijoada. Também costuma ser servida como guarnição de carne de porco. Outro clássico da comida de Minas Gerais é o bambá de couve, creme de fubá com tirinhas do vegetal. Também cortada em tiras bem finas, a couve pode ser servida crua, como salada. Pode ser temperada com molho vinagrete. Da cozinha portuguesa com certeza vem o caldo verde, uma base de caldo de galinha e batatas cozidas até desmanchar na qual se acrescentam couve cortada em tiras e chouriço defumado. As couves de folhas mais duras podem ser usadas para o preparo de charutinhos da culinária árabe: um recheio de carne moída e arroz e colocado em cada folha, que é enrolada em forma de charuto e cozida em molho de tomate. Os vegetais da família das crucíferas, como a couve, contém substâncias que contribuem para reduzir o risco de vários tipos de câncer, especialmente o de pulmão, cólon, mama, ovário, próstata e rim. Os compostos presentes na couve, como os fenólicos (grupo de antioxidantes), demonstram ter a capacidade de diminuir a proliferação de células cancerígenas em estudos experimentais, feitos em laboratórios. É bom lembrar que os efeitos protetores da couve foram observados apenas com o consumo do vegetal cru ou submetido a cozimento muito leve e rápido. Não há evidência de que, após passar por longo processo de cozimento, a couve continue proporcionando esses benefícios à saúde. Além de proteger contra o câncer, o consumo frequente de crucíferas também está associado à diminuição da concentração sanguínea de homocisteína, um aminoácido considerado como fator de risco para doenças cardiovasculares quando em altas concentrações. Além das substâncias antioxidantes, a couve é rica em cálcio, importante para a formação dos ossos e manutenção da massa óssea. A vitamina C presente na couve é importante para proteger o organismo de infecções, manter a saúde de ossos, cartilagens e mucosas e facilitar a absorção de ferro. A couve também oferece uma boa quantidade de ferro, embora este não seja tão bem absorvido quanto o ferro presente em alimentos de origem animal. A vantagem é que, na couve, o ferro já vem junto com a vitamina C. Essencial para a formação de glóbulos vermelhos, esse mineral evita anemias de origem nutricional, além de participar na fabricação de células, hormônios e neurotransmissores. A vitamina K ajuda a regular os processos de coagulação do sangue, tanto estimulando quanto inibindo a coagulação e o manganês facilita vários processos metabólicos e atua contra os efeitos dos agentes oxidantes no organismo. A vitamina B6 da couve também contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico e para a modulação dos receptores de hormônios no organismo. 40 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br DAMASCO Prunus armeniaca O damasqueiro (Prunus armeniaca, "ameixa arménia" em latim, sin. Armeniaca vulgaris) é uma árvore que atinge de 3m a 10m, da família das rosáceas, de folhas cordiformes ou ovadas, serreadas e com o pecíolo vermelho, flores solitárias ou geminadas, róseas ou brancas, e drupas subglobosas, com um sulco mediano característico, amarelas ou alaranjadas, com polpa carnuda e sumarenta. É conhecida no norte da China desde 2000 a.C., sendo muito cultivada em vários países, com inúmeros híbridos e variedades, principalmente devido à sua madeira dura e pelos frutos, o damasco (também chamado de apricó, abricó, abricô, abricoque, abricote, alberge, albricoque, alpece, alperce, alperche), comestíveis ao natural e internacionalmente consumidos como passas e em doces. É do mesmo ramo familiar da maçã, do pêssego e da pêra. Seu arbusto chega a medir 9 metros de altura, e as folhas que o revestem são amplas e de formato redondo. O damasqueiro, árvore de onde ele se origina, chegou à Itália mais ou menos cem anos antes do nascimento de Cristo, e desembarcou entre os ingleses no século XIII. Na América do Norte ele apareceu a partir de 1920. No Brasil o damasco não é muito comum, pois não se ajusta muito bem ao solo. Mas é bem consumido na forma de geléias, doces e outros produtos vindos do exterior. As flores do damasco são encontradas sozinhas, distantes uma da outra, nas cores branca ou rosa. A fruta é esférica, apresentando 3 cm ou mais de diâmetro; a casca é densa, encontrada nas tonalidades amarela ou laranja, e revela no seu interior uma polpa consistente. Na gastronomia o damasco é muito utilizado na confecção de licores, geléias, pavês, sorvetes e sucos. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 41 Em sua semente é possível também encontrar um óleo repleto de ácido oléico e linoleico. A melhor forma de selecionar um damasco na hora das compras é optar por um seco, no lugar do fresco, porque aquele detém elementos nutritivos dispostos de uma forma mais concentrada, portanto apresenta mais calorias. Possui um grande poder laxante, assim como nos problemas de retenção de líquidos ao ser diurético. Tem uma grande quantidade de beta caroteno, enquanto o damasco seco possui bastante potássio. Tem fibras solúveis, que ajuda no bom funcionamento do intestino, além de possuir uma quantidade significativa de ferro fundamental no transporte de oxigênio para as células, é rico em vitaminas A e B e praticamente não possui gorduras. Atua sobre o sistema nervoso, não só no seu desenvolvimento, mas facilitando o impulso nervoso, e inclusive é uma fruta ideal para aquelas pessoas que sofrem stress. O damasco, por conter bastante ferro, passa a ser primordial no combate a anemia. Além disso, possui vitamina C, potássio, proteínas e cálcio, que fortalece o sistema imunológico regulando os batimentos do coração, músculos e previne a osteoporose. O damasco, também é rico em caroteno, que previne vários tipos de câncer. Na hora de escolher, qual é mais saudável seco ou fresco, a melhor opção é o seco, pois contém nutrientes de maneira concentrada, no entanto é mais calórico. Outro beneficio do damasco é que esta fruta é fonte de vitamina A sendo ideal para a saúde dos olhos. Contém também vitaminas B1, B2, B3, B5, C, potássio, sódio, magnésio, fibras e muito mais. Tem fibras solúveis, que ajuda no bom funcionamento do intestino, além de possuir uma quantidade significativa de ferro fundamental no transporte de oxigênio para as células, é rico em vitaminas A e B e praticamente não possui gorduras. Se a intenção é manter a energia e fortalecer os ossos, o fósforo, o potássio e o cálcio contidos no fruto dão conta do recado. Além do mais, o sódio ajuda na transmissão nervosa e equilibra fluidos no organismo. É o damasco, também, um grande aliado dos anêmicos e indicado para raquitismo, desnutrição e cirrose hepática. Fortalece ainda os dentes, unhas e cabelos, auxiliando em tosses, gripes e prisões de ventre, além de ser um ótimo estimulante do apetite. Sua casca e polpa amareladas, ligeiramente rosadas ou alaranjadas são bastante benéficas para o organismo. A vitamina A, por exemplo, traz saúde para os cabelos, a pele e é essencial para o desenvolvimento da visão. Já as vitaminas do complexo B ajudam a fortalecer o organismo contra as infecções, cicatrização de feridas e ajudam na formação de anticorpos. E, por sua vez, é a vitamina C que contribui para as defesas naturais e ajuda a absorver o ferro, uma substância, por sua vez, essencial para os glóbulos vermelhos. Se você pratica exercícios físicos com regularidade, abuse especialmente do damasco seco: fonte de vitaminas e minerais, repõe com rapidez a energia perdida com os treinos e, como é pequeno e dispensa refrigeração, pode ser levado em um recipiente fechado. O damasco é supernutritivo e rico em fibras que ajudam o funcionamento intestinal; em betacaroteno, que dá aquela força no bronzeado; em potássio, mineral capaz de regular a pressão arterial e evitar o acidente vascular cerebral; ácido fólico, que previne a malformação fetal; ferro e vitaminas A, B, C e E. Precisando perder peso? Não deixe de ter uma reserva de damasco em casa. Ele não contém gordura e apresenta poucas calorias - cerca de 50 em três unidades do fresco e 85 em dez metades secas. Sem falar que a fruta supre a vontade de comer doces durante a dieta. O ideal é comer mais ou menos 50 gramas de damasco seco ou 4 a 5 unidades. O damasco seco tem 130 calorias e o fresco tem 54 calorias (em 100 gramas). 42 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br FIGO Ficus carica Simbolicamente, podemos dizer que o figo existe desde o início dos tempos, já que sua árvore, a figueira, é a primeira planta descrita na Bíblia, no livro do Gênesis. E realmente, traços de sua cultura foram encontrados durante escavações em regiões do Oriente Próximo, em sítios arqueológicos do período neolítico — de 10.000 a 5.000 anos antes de Cristo. Fenícios, egípcios, gregos e romanos veneravam a figueira e o figo — que, em termos botânicos, não é uma fruta, e sim uma inflorescência. Na Grécia Antiga, era tão valorizado que foram criadas leis para proibir que os figos de melhor qualidade fossem exportados. Durante o Império Romano, era considerado sagrado: na mitologia romana, a loba que alimentou Rômulo e Remo, fundadores de Roma, descansou sob uma figueira. Foram os romanos que levaram o figo da região do Mediterrâneo para o resto da Europa, onde continuou a ser um alimento venerado: na França, por exemplo, onde foi introduzido no final do século 8, era comida de reis. Luis 14, o Rei Sol, mantinha uma plantação no palácio de Versalhes com mais de 700 figueiras só para abastecer a mesa real. E, como com os vinhos e champanhes, os franceses têm hoje os seus figos com “denominação de origem controlada”. O cultivo do figo foi introduzido no México e no Brasil no século 16, pelos colonizadores espanhóis e portugueses, respectivamente. No século 18, missionários espanhóis trouxeram o figo para a Missão que estabeleceram em San Diego, na Califórnia — por conta disso, Mission é o nome de uma das variedades mais comuns naquela região. A variedade figo Roxo foi introduzida no Brasil em 1900, por um imigrante italiano, na cidade de Valinhos, em São Paulo. Os italianos ali estabelecidos iniciaram a produção comercial de figo e a variedade ganhou o sobrenome da cidade. O figo Roxo de Valinhos é a única variedade comercial produzida no Brasil, e uma das vinte Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 43 principais frutas exportadas pelo país. A figueira-comum, também designada como figueira-da-europa, figueira-de-baco, figueirade-portugal, figueira-do-reino e figueira-mansa (Ficus carica). Árvore da família Moraceae, que pode atingir em média oito metros de altura. É originária da região do Mediterrâneo e o seu uso iniciou-se na Idade da Pedra. Trata-se de umas das primeiras plantas cultivadas pelo homem. O figo comestível é o fruto da figueira-comum. Seus ramos frágeis possuem folhas recortadas, tendo entre cinco e sete lobos; suas flores de pequeno tamanho desenvolvem-se no seu interior quando ainda são inflorescências. Os figos de Ficus carica e de outras plantas do gênero Ficus podem constituir uma inflorescência se possuirem somente flores e uma infrutescência se as flores forem fertilizadas e se transformarem em pequenos aquênios, frutos, que contêm a semente. Os figos são de estruturação carnuda e suculenta, têm a coloração branco-amarelada até roxa, são comestíveis e altamente energéticos pois são ricos em açúcar. Os figos de Ficus carica podem ser provenientes de plantas masculinas ou femininas, embora os figos comestíveis sejam da planta feminina. O figo da planta masculina é designado por caprifigo, e não é comercializado; a sua designação provém do seu uso antigo na alimentação de cabritos. No cultivo de figos, na Europa, é comum levar caprifigos à plantação de figueiras para que as vespas do caprifigo fertilizem os figos das plantas femininas, num processo designado por caprificação. No Brasil, o figo fresco ao natural é valorizado, mas também há uma tradição de doces feitos com a fruta (ou falsa fruta) muito apreciados. A compota de figo ou figo em calda é feita com figos quase maduros ou figos verdes. Estes também podem ser cristalizados em calda de açúcar e envolvidos em açúcar cristal. O rami é um figo caramelizado, muito macio e suculento. O figo fresco cuidadosamente descascado pode dar um toque especial a saladas. Fica muito bom com rúcula e presunto cru. Na gastronomia moderna, o figo fresco também é acrescentado a risotos. O figo seco pode ser cortado ao meio e recheado com nozes. É uma sobremesa rica em nutrientes. Também pode ser envolvido em calda de chocolate e servido acompanhado de sorvete de creme. O figo é fonte de fibras alimentares solúveis e insolúveis. O figo fresco é fonte de manganês, cobre, vitaminas B1, B5, B6 e, para mulheres, de magnésio. O figo seco é fonte de magnésio para homens e mulheres e, também, de cálcio, potássio, vitaminas A e K e fonte de ferro para os homens, já que as mulheres necessitam de uma maior quantidade deste mineral. O figo contém algumas substâncias antioxidantes, como os carotenóides, que têm uma ação preventiva no desenvolvimento de certas doenças, como as cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Essas substâncias se encontram principalmente na casca do figo, e de forma mais concentrada no figo seco. No figo seco, o cálcio, embora não seja tão bem aproveitado pelo organismo quanto o cálcio dos alimentos de origem animal, é importante para a formação de ossos e dentes e para a manutenção da massa óssea, ajudando a diminuir o risco de osteoporose. O potássio ajuda a regular a pressão arterial e facilita as contrações musculares. Depois de atividade física intensa, é útil para repor o mineral perdido. O beta caroteno, o manganês, o magnésio e o cobre também têm ação antioxidante e, entre outras ações, melhoram a atividade do sistema imunológico. As fibras alimentares contribuem para o bom funcionamento do aparelho digestivo, diminuem o risco de câncer do cólon e ajudam a normalizar os níveis de colesterol e glicose no sangue. O figo também contém uma quantidade razoável de oxalatos. Essas substâncias são produzidas naturalmente em plantas e animais. No organismo humano, se atingem concentrações elevadas, podem estar associadas a formação de cálculos renais ou da vesícula biliar. 44 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br FRAMBOESA Rubus idaeus A framboesa (Rubus idaeus) é o fruto da framboeseira, e é frequentemente confundida com a amora-silvestre (Morus sp), fruto da silva. Seu sabor suave e adocicado é utilizado para diversas finalidades. A framboesa é uma pseudobaga e fruto agregado que exige um preparo mais atento e apurado. Seu fruto é sumarento e saboroso e anualmente ela demanda pelo menos 700 horas de exposição a condições térmicas inferiores a 7 °C. Do reino Plantae, da família Rosaceae, subgênero Idaeobatus, elas apresentam uma forte capacidade de multiplicação. Por conta desta propriedade, seus arbustos, de três ou de quatro em quatro anos necessitam ser desarranjados e suas mudas devem então ser transportadas para outra região; desta forma a disputa entre os vários ramos não atinge a produção dos frutos, que despontam mais ou menos um ano e meio depois do plantio decisivo. Depois que a planta frutifica, é preciso não esquecer de cortar suas ramas, podando todos os galhos que deram frutos. Este processo, conhecido como poda verde, é recomendável quando o vegetal chega a 1,10 m e 1,20 m de altura. Normalmente vítima de um equívoco comum, que a toma por outra fruta, a amora, ela oferece uma fruta mais aprazível e doce, que por isso mesmo tem várias utilidades. É possível produzir com este fruto geléias saborosas, tortas, doces, sucos, bolos, sorvetes, entre outros quitutes gastronômicos. Ao amadurecerem, as framboesas ganham uma tonalidade vermelha. Sua superfície exterior tende a ser redonda, composta por diminutos gomos, enquanto interiormente os frutos são ocos. Esta fruta é mais rente ao solo que a amora, embora seus frutos despontem nas pontas do ramo. O equivalente a um copo americano de framboesas Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 45 contém 1,5 grama de proteína, cerca de 15 gramas de hidratos de carbono e mais de 8 gramas de fibra dietética. Possui baixo teor de gordura e de sódio, e a quantidade descrita fornece apenas 64 calorias. Por essa razão é uma das frutas preferidas daqueles que querem perder, ou manter o peso. Nutre o organismo com minerais e vitaminas, com destaque para o potássio, cálcio e carotenoides. Quem quer manter a pressão arterial sob controle deve comer cerca de 100 gramas pelo menos 3 vezes na semana. Este total também inibe o enfraquecimento dos ossos. Quanto aos carotenoides, fornece a dupla zeaxantina e luteína. Este par é dedicado, em especial, a prevenir a degeneração macular. Essa doença, que pode ocorrer principalmente em pessoas que estão na terceira idade, pode levar a perda total da visão. Framboesas também são ricas em ácido fólico, que impede defeitos no tubo neural em recém-nascidos. Outro dado interessante acerca desta fruta, é que contém substâncias com ação similar a aspirina e ao ibuprofeno. Ou seja, desligam os sinais enviados pelas enzimas COX-1 e COX2. São estas as responsáveis pela resposta que o corpo dá ao processo inflamatório. Pesquisadores americanos creem que esta ação anti inflamatória é proporcionada pelas antocianinas, as substâncias que dão cor aos vegetais, plantas e frutas, e que é abundante na framboesa. É, assim, recomendada para tratar artrite e gota. Especialistas recomendam que para esta finalidade seja comida crua, misturada em sucos e até em molhos de comida. Já a presença do ácido elágico e da quercetina levam esta fruta a ser uma arma potencial contra o câncer. Nos ensaios clínicos realizados, estes dois compostos foram os responsáveis pela morte de células que provocavam câncer de mama, esôfago, fígado, pulmão, língua, pele e cólon. No estudo apresentado no evento americano "Cancer Prevention Research", foi comprovado que o consumo diário de framboesas, a partir da 12ª semana, deixa o corpo capacitado para prevenir, inclusive, a formação de tumores intestinais. Usos Tradicionais: azia, baixa pressão sanguínea, câncer, cancro, cardiopatia, cólera, condiloma, constipação, demência, dermatose, diabetes, diarréia, disenteria, dismenorréia, disúria, dor de dente, dor de estômago, dor de garganta, enjôo, febre, gonorréia, hematúria, hemorróidas, hipertensão, inflamação, letargia, metrorragia, náuseas, nefrose, retenção de líquidos, reumatismo, sangramentos, sarampo, tosse, úlceras, verrugas. Propriedades Medicinais: adstringente, anticâncerigina, anticolinesterásicos, antiinflamatória, antipirético, anti-séptico, antiespasmódico, antiviral, colerético, depurativo, diaforético, diurético, hemostatático, laxante, relaxante uterino. As framboesas de cores avermelhadas possuem uma grande quantidade de frutos no verão e permitem, que com a devida poda, possa se fazer uma cerca viva em seu jardim depois de três ou quatro anos. As framboesas de cor preta, apesar de serem muito saborosas, são as suscetíveis a doenças vegetais. As framboesas roxas costumam amadurecer no inverno, quando a temperatura está mais amena. O extrato da Framboesa é usado na medicina popular para relaxar o útero de mulheres grávidas. Diversas frutas dos gêneros Ribes, Rubus e Vaccinium spp. são ricas em antocianinas e polifenóis, que tem ação contra radicais livres, principalmente na espécie Ribes nigrum, onde tais extratos apresentaram maior atividade, sendo o mais rico em ambas antocianinas e polifenóis. Os taninos presentes nas folhas tornam o chá de framboesa muito semelhante a indicação do chá-verde para câncer e cardiopatia. O uso durante a gravidez só é feito com recomendação e supervisão médica. 46 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br GENGIBRE Zingiber officinale O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta herbácea da família das Zingiberaceae, originária da ilha de Java, da Índia e da China, de onde se difundiu pelas regiões tropicais do mundo. Outro nome conhecido no norte do Brasil, é Mangarataia. Trata-se de uma planta perene da Família das Zingiberáceas, que pode atingir mais de 1 m de altura. As folhas verde-escuras nascem a partir de um caule duro, grosso e subterrâneo (rizoma). As flores são tubulares, amarelo-claro e surgem em espigas eretas. O seu caule subterrâneo é utilizado como especiaria desde a antiguidade, na culinária e na preparação de medicamentos. Embora os ancestrais selvagens do gengibre nunca tenham sido encontrados, acredita-se que a planta seja originaria do sul da Índia e da China. Nesses países, é usado como condimento, alimento e medicamento há mais de 5.000 anos. O gengibre foi uma das primeiras especiarias do Oriente a entrar na Europa, trazida por mercadores árabes por volta do século 1 a.C. Pouco depois, já fazia parte dos tratados medicinais dos antigos estudiosos gregos e romanos, que mencionam suas propriedades depurativas e o seu uso como antídoto a venenos. Na Idade Média, o gengibre chegou à França e à Alemanha no século 9, e à Inglaterra no século 10. Como outras especiarias, era um produto caro e valorizado. Por causa do valor comercial do gengibre, os colonizadores espanhóis levaram a planta para ser cultivada em suas colônias no México e no Caribe. Em meados do século 16, o gengibre, que antes só era obtido na Ásia, começou a chegar à Europa vindo dessas regiões do Novo Mundo. Os portugueses trouxeram a planta para o Brasil pouco depois do Descobrimento. Adaptou-se tão bem por aqui que alguns naturalistas europeus, em suas viagens científicas, acreditaram ser uma planta nativa, já que era comum encontrar o Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 47 gengibre em seu estado silvestre. A parte da planta que tem uso alimentar ou medicinal é o rizoma, seu caule duro e subterrâneo. Seu chá é considerado, pela tradição popular, como medicamento contra gripes e resfriados. Outro uso popular é misturar o gengibre ao aguardente, no famoso quentão servido nas festas juninas no Brasil. O gengibre em conserva, gari em japonês, é o acompanhamento tradicional de sushis e sashimi. É feito com gengibre finamente fatiado, açúcar e vinagre. O gengibre fresco ralado dá um sabor especial a sopas de abóbora ou de cenoura. Também fica ótimo sobre legumes salteados. Além do quentão, experimente se aquecer com o chá indiano: é feito com a infusão de gengibre ralado e alguns grãos de cardamomo. O gengibre também dá um gosto especial a bolos de frutas, do tipo bolo inglês, a biscoitos doces e a pães como o pain d´épices da culinária francesa. Como planta medicinal o gengibre é uma das mais antigas e populares do mundo. Suas propriedades terapêuticas são resultado da ação de várias substâncias, especialmente do óleo essencial que contém canfeno, felandreno, zingibereno e zingerona. Popularmente, o chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriado e até ressaca. Banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para aliviar os sintomas de gota, artrite, dores de cabeça e na coluna, além de diminuir a congestão nasal, cólicas menstruais e previne o câncer (cancro) de intestino e ovário. Desde a Antiguidade, o gengibre é utilizado na fabricação de xaropes para combater a dor de garganta. Sua ação antisséptica pode ser a responsável por essa fama, tanto que muitos locutores e cantores revelam que entre os seus segredos para cuidar bem da voz está o hábito de mastigar lentamente um pedacinho de gengibre. No entanto, esse hábito (mascar gengibre e em seguida cantar ou falar, enfim, fazer uso da voz) é contra-indicado visto que o gengibre possui também propriedades anestésicas e esta "anestesia tópica" diminui o controle da emissão vocal, favorecendo o aparecimento de abusos vocais. No Japão, utiliza-se o gengibre para massagens a partir de óleo de gengibre são tratamentos tradicionais e famosos para problemas de coluna e articulações. Na fitoterapia chinesa, a raiz do gengibre é chamada de "Gan Jiang" e apresenta as propriedades acre e quente. Sua ação mais importante é a de aquecer o baço e o estômago, expelindo o frio. É usada contra a perda de apetite, membros frios, diarréia, vômitos e dor abdominal. Aquece os pulmões e transforma as secreções. A medicina ayurvédica reconhece a ação dessa planta sobre o sistema digestivo, indicadando‐a para evitar enjoos e náuseas, confirmando alguns dos seus usos populares, onde o gengibre é indicado na digestão de alimentos gordurosos. O gengibre tem ação bactericida, é desintoxicante e acredita-se há séculos que possua poder afrodisíaco. Na medicina chinesa tradicional, por sua reconhecida ação na circulação sanguínea, é utilizado contra a disfunção erétil. O óleo de gengibre também é utilizado para massagear o abdômen, aquecendo o corpo e excitando os órgãos sexuais. Graças ao seu alto poder bactericida, tem-se comprovado que o consumo desta planta em estado cru por cerca de 30 dias (pode-se moer e acrescentar adoçante, mel, etc.) elimina a bactéria Helicobacter pylori existente em casos de gastrite ou úlceras. 48 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br GOIABA Psidium guajava Goiaba é o fruto da goiabeira, árvore da espécie Psidium guajava, da família Myrtaceae, originária da América tropical. Ocorre sobretudo no Brasil, nas Antilhas e no sudeste da Ásia. O fruto é constituído de uma baga, carnoso, casca verde, amarelada ou roxa, com superfície irregular, de cerca de oito centímetros de diâmetro. Em seu interior, há uma polpa rosada, branca ou dourada, contendo dezenas de pequenas sementes duras, mas que podem ser ingeridas sem problemas. Somente as variedades de polpas brancas e vermelhas são comercializadas. As quatro sépalas da flor estão normalmente presentes em uma das extremidades da goiaba. Existem duas variedades: a branca, de casca esverdeada e interior amarelo-esverdeado pálido, e a vermelha, de casca amarelada e interior rosado. São consumidas principalmente in natura ou em forma de doce, chamado goiabada. Compotas, geleias e sucos também são comuns. São muito ricas em vitamina C, com de 180 a trezentas miligramas de vitamina por cem gramas de fruta (mais do que a laranja ou o limão). A goiaba não é ácida e, assim, pode substituir o tomate na confecção de molhos salgados e agridoces, sobretudo no caso de pessoas com restrições à acidez deste último. De um modo geral, não tem muito açúcar e possui quase nenhuma gordura, sendo indicada para qualquer tipo de dieta. De preferência, deve ser comida crua. É contraindicada apenas para pessoas que tenham o aparelho digestivo delicado ou com problemas intestinais. O sabor e o valor nutritivo da goiaba podem variar de acordo com a variedade. Contudo, é considerada uma das mais completas e equilibradas frutas, no que diz respeito ao valor nutritivo. Entre os valores observados Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 49 na análise nutricional, destacam-se os teores em proteínas, fibras, açúcares totais, cálcio, fósforo e potássio, além da vitaminas A e C. Os mais recentes estudos acrescentaram um elemento fundamental às propriedades nutricionais da goiaba vermelha: o licopeno, carotenóide que confere cor vermelha à polpa. É evidente que, quanto mais vermelha a fruta, maior o teor de licopeno. No Brasil, as condições de iluminação, solo, temperatura, entre outras, conferem à polpa da goiaba vermelha brasileira o mais intenso tom de vermelho. Além disso, a goiaba apresenta diversos nutrientes interessantes em sua composição: - Fibras: a presença de fibras nos alimentos é considerada imprescindível à saúde humana. A porcentagem de fibra úmida de ótima qualidade (de 3,0 a 6,0%) encontrada na goiaba faz com que a fruta se destaque como fonte deste elemento. - Minerais: A importância do cálcio, fósforo e potássio para o organismo humano é amplamente difundida. O cálcio é elemento constituinte dos ossos, promove o equilíbrio das células, contribui para ativar enzimas e também na assimilação da Vitamina D; ainda tem ação na contração muscular, na transmissão do impulso nervoso, na coagulação do sangue e ação hormonal. O fósforo participa do desenvolvimento e endurecimento dos ossos e dentes e é elemento constituinte dos ácidos nucléicos e dos compostos ricos em energia. O potássio regula o equilíbrio de água no organismo, sendo que sua carência provoca fraqueza muscular e confusão mental. Constipação, redução de reflexos e ressecamento da pele também estão relacionados à falta deste nutriente no organismo. Os teores destes elementos na goiaba vermelha estão bastante equilibrados atingindo, sempre, índices médios a altos quando comparados a outras frutas. - Vitaminas: Embora com destaque para as vitaminas A e C, a goiaba apresenta teores satisfatórios de vitaminas do complexo B, especialmente a Tiamina (B1), Riboflavina (B2) e Niacina. A Vitamina A, cuja deficiência é responsável pela xeroftalmia e cegueira noturna, reduz o risco de câncer de mama, próstata, útero, ataques cardíacos e derrames. As goiabas de polpa vermelha apresentam quantidades apreciáveis de Vitamina A e devem ser indicadas como importante fonte natural de suprimento. A Vitamina C (ácido ascórbico), cuja deficiência provoca o escorbuto, é responsável pela redução do risco de câncer e ataques cardíacos e aumento da resistência a viroses. Os valores elevados desta vitamina encontrados na goiaba são bastante superiores aos das frutas cítricas, constituindo-se em importante fonte de ácido ascórbico. O Licopeno, carotenóide recentemente pesquisado, que confere cor vermelha aos alimentos e presente na goiaba vermelha brasileira em elevados níveis, é poderoso antioxidante que mantém a juventude das células por mais tempo, previne vários tipos de câncer e de doenças degenerativas. Há pouco tempo, o alimento citado como fonte de licopeno era o tomate. Contudo, verificou-se que a goiaba vermelha brasileira oferece aproximadamente o dobro dos valores observados no tomate. Para os que se preocupam com a saúde e com as calorias, segue uma dica: para ingerir a mesma quantidade de vitamina C, pode-se consumir uma goiaba de 43 kcal (ou dois copos do suco), em vez de 4 laranjas (um copo de suco) que somam 184 kcal, ainda enriquecendo a alimentação com fibras e pró-vitaminas que auxiliam na absorção das vitaminas C e B6, do cálcio e do licopeno e uma efetiva sensação de saciedade. 50 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br GROSELHA Ribes uva-crispa A groselheira (Ribes uva-crispa, sin. R. grossularia L.) é uma espécie das Ribes, nativa da Europa, da África setentrional e do Sudoeste asiático. É uma das muitas espécies semelhantes no subgênero Grossularia. Embora comumente classificada como um subgênero das Ribes, alguns taxonomistas a reconhecem como um gênero separado, embora os híbridos entre a groselheira e a groselheira-negra — cujo fruto é o cassis — sejam possíveis. O subgênero Grossularia em algo difere da groselheira-negra, principalmente nos caules espinhosos e nas flores que crescem juntas em até três unidades por ramo, e não em racemos. O fruto (ou pseudobaga) da groselheira, a groselha, é usado na fabricação de xaropes e na culinária de sobremesas. A groselheira é um arbusto que cresce de 1 a 3 m de altura, com galhos grossos cobertos por espinhos afiados, projetando-se um a um ou em ramos com dois ou três deles. As flores em campânula são produzidas uma a uma ou em pares, dos grupos das folhas bastante recortadas e com 3 a 5 lóbulos. Os frutos da groselha selvagem são menores que os das variedades cultivadas, mas freqüentemente têm sabor apreciável; geralmente são pilosos e de cor verde, mas há variações avermelhadas, ocasionalmente até o roxo escuro. A groselha é uma das frutas mais nutritivas. Mas a maior parte das pessoas ainda não descobriu os benefícios da groselha para a saúde. Elas contêm muito mais vitamina C do que as laranjas, são ricas em potássio e também contém quantidades moderadas de caroteno (uma forma de vitamina A).As Groselhas contém outros antioxidantes como fenóis, incluindo as antocianinas e vitamina E. Em particular, groselha preta é conhecida por seu alto Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 51 teor em vitamina C (um poderoso antioxidante), ABL, Omega-6 e ácidos graxos essenciais) e potássio. Têm sido demonstrado que têm o dobro do potássio das bananas, quatro vezes a vitamina C da laranja, e duas vezes os antioxidantes do mirtilo. A groselha preta contêm antocianinas, que são compostos encontrados naturalmente em frutas. Eles são muito potentes e antioxidantes e são responsáveis pela cor de groselha negra. Cerca de 300 tipoa diferentes de antocianinas foram descobertos. As antocianinas reduz a inflamação e os efeitos da artrite no corpo. O efeito é semelhante à aspirina ou ibuprofeno, as pessoas de meia-idade e idosos estão escolhendo o sumo de groselha que é saudável sobre esses medicamentos. As antocianinas são sensíveis à luz e calor, assim o tratamento de groselha é controlada com muito cuidado para garantir que mantêm suas propriedades nutricionais. Os investigadores estão também a desenvolver formas de aumentar o teor de vitamina C dos frutos, para que possamos desfrutar todos de uma dieta saudável, sem a necessidade de tomar suplementos adicionais. A maioria das pessoas não sabem que groselhas negras, em termos de peso, tem um alto teor de vitamina C do que uma laranja. Os herbalistas tradicionais têm valorizado as groselhas pelo seu uso medicinal por muitos anos, usando groselhas como um remédio caseiro para doenças, elas podem ser um recurso útil para a diarreia, amigdalite, tosse convulsa e a doença de goma. Os fabricantes já a utilizam regularmente para dar o sabor da groselha a medicamentos e pastilhas para a garganta, mas a quantidade por dose é normalmente insignificante. Benefícios da groselha para a saúde: Combate certas infecções bacterianas, particularmente infecções do trato urinário. Alto teor de vitamina C, e potássio, contêm o dobro da potássio encontrado na banana, 4 vezes a vitamina C nas laranjas e duas vezes os antioxidantes do mirtilo! Previne a diabetes. Ajuda no tratamento de doenças oculares como a miopia e a catarata. Poderosa ação antioxidante que ajuda na prevenção de demência. Ajuda a diminuir as dores causadas pelo reumatismo. Aumenta o apetite. Os derivados de groselha preta são formulados em tratamentos para a doença de Alzheimer. Ajuda no combate às doenças cardiovasculares, envelhecimento, inflamação das articulações, fadiga ocular, infecções urinárias, pedras nos rins e até cancro. Melhora a saúde cardiovascular. Por ser antibacteriano, protege o corpo contra várias infecções. É um importante ingrediente de muitos tônicos capilares, melhora a pigmentação do cabelo e crescimento de pêlos, pois fortalece o cabelo desde a raiz e mantém a cor e o brilho dos cabelos. Melhora a pele A groselha preta é usada por herbalistas para curar a diarreia, amigdalite, tosse convulsa e a doença de goma. Usada para dar sabor a diversos medicamentos e pastilhas para garganta. Beber sumo de groselha negra é uma maneira saudável de melhorar a sua ingestão de antioxidantes e manter um estilo de vida saudável. Reduz os efeitos da artrite. Estimula a capacidade metabólica do corpo. Limpa o sangue de toxinas, resíduos e colesterol. 52 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br GUARANÁ Paullinia cupana Kunth Vulgarmente chamado guaraná, guaranazeiro e uaraná, é um cipó originário da Amazônia. É encontrado no Brasil, Peru, Colômbia e Venezuela, sendo cultivado principalmente no município de Maués, no estado do Amazonas e na Bahia. Pertence à família Sapindaceae. Suas folhas são trifoliadas. As flores são pequenas e brancas . O seu fruto possui grande quantidade de cafeína (chamada de guaraína quando encontrada no guaraná) e, devido a suas propriedades estimulantes, é usado na fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. Tem casca vermelha e, quando maduro, deixa aparecer a polpa branca e suas sementes, assemelhando-se com olhos. Na região próxima ao município de Maués, onde é cultivada, os índios da nação saterê-mawé têm lendas sobre a origem da planta. Em sua composição nutricional, aparecem a tiamina (vitamina B1) e o retinol (vitamina A), essenciais ao organismo. Enquanto a primeira participa ativamente do funcionamento do sistema nervoso e cardiovascular, a segunda beneficia a visão, o sistema imunológico e esquelético. Fósforo, potássio, ferro e cálcio integram o time de minerais que a compõem e que participam de inúmeras funções orgânicas. "O fósforo e o potássio atuam na contração muscular, o ferro compõe a hemoglobina e o cálcio participa da coagulação sanguínea", diz a nutricionista. É bem provável que você já tenha ouvido falar sobre o efeito energético e revigorante do guaraná. O que muita gente não sabe é que todo esse potencial está concentrado apenas nas sementes do fruto, ricas em constituintes chamados metilxantinas. A cafeína, a guaranina, a teobromina, a teofilina e o tanino fazem parte deste grupo que age como estimulante no sistema nervoso central e respiratório. "As metilxantinas Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 53 produzem efeito relaxante da musculatura dos pulmões, melhorando a respiração e o fluxo sanguíneo", explica a nutricionista Weruska Barrios, do Hospital Samaritano, de São Paulo. Vale dizer que o efeito energético do guaraná é até maior que o proporcionado pelo café, porque possui concentrações superiores de cafeína em comparação ao grão. Por conta disso, o consumo regular da sua semente pode dar aquela forcinha para quem deseja melhorar a resistência em atividades físicas, afastar o cansaço mental e dar um chega pra lá na fadiga. Normalmente incluído na composição da mistura, o pó de guaraná é responsável pela ação energética desse alimento que já caiu no gosto de tanta gente. Além disso, sua presença ajuda a acelerar o metabolismo do corpo, promovendo a sensação de saciedade e reduzindo a compulsão alimentar. Ou seja, quando adicionado à ração humana, o pó de guaraná oferece um prato cheio para quem precisa de fôlego extra na luta contra a balança. Um estudo divulgado recentemente e realizado por profissionais do Hospital Albert Einstein e da Faculdade de Medicina do ABC, ambos em São Paulo, constatou que o extrato de guaraná pode amenizar a fadiga de mulheres que estão em quimioterapia para tratar o câncer de mama. Segundo a pesquisa, 66% das pacientes submetidas ao teste mostraram-se mais dispostas após receberem doses diárias da substância durante três semanas. Outros estudos têm buscado verificar se o consumo de guaraná pode atuar também na prevenção do câncer, mas nada foi confirmado. Vem da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, outra pesquisa que aponta para os benefícios do extrato de guaraná quando utilizado no combate à depressão e doenças neurodegenerativas, tal como o mal de Alzheimer. A tese, que ainda passa por testes clínicos, mostrou que as substâncias presentes no extrato são capazes de e stimular a memória e ainda desempenhar papel semelhante ao d e medicamentos comumente utilizados contra quadros depressivos. Os resultados são animadores, mas é preciso cautela na hora de recorrer aos poderes terapêuticos do alimento. "Ainda não podemos indicar este tipo de tratamento como solução, mesmo porque, se o cérebro estiver muito fatigado, o consumo excessivo [de guaraná] pode até piorar o quadro", alerta a nutricionista Ruth Yamada, do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo. O efeito diurético do guaraná tem sido explorado por fitoterapeutas e naturopatas, "mas não há comprovação científica de que desencadeie um mecanismo fisiológico em relação a isso", afirma a professora paulista. Além disso, por possuir grandes quantidades de cafeína e guaranina, suas sementes podem provocar ansiedade, inquietação, irritabilidade, tensão muscular e palpitações cardíacas. Nas prateleiras, o sabor adstringente e nada agradável das sementes do guaraná torna quase impossível consumi-las in natura. Abaixo, algumas opções de como encontrar o alimento nas lojas: Pó: passa por um processo de desidratação e moagem que ajuda a conservar seus princípios ativos e nutrientes. Deve ser consumido sempre misturado a outros alimentos ou no preparo de sucos, já que tem sabor residual forte. Extrato: pode ser misturado a vitaminas e sucos na hora do consumo. Barras: uma espécie de concentrado obtido a partir da semente, normalmente comercializado em casas naturais e produzido manualmente. Para consumi-las é preciso ralar até obter pequenas partículas de pó. Xarope: a medicação fitoterápica é utilizada no tratamento de doenças respiratórias. Cápsula: comercializadas por marcas renomadas, as cápsulas de guaraná contêm o pó e são mais fáceis de consumir. Refrigerantes: bebidas gaseificadas à base de guaraná. Seu consumo deve ser evitado em casos de problemas cardiovasculares, insônia e estresse. 54 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br JABUTICABA Plinia trunciflora ou Myrciaria cauliflora A jabuticaba, também chamada guapuru ou fruita em São Paulo, é o fruto da jabuticabeira, uma árvore frutífera brasileira da família das mirtáceas, nativa da Mata Atlântica, que demora vinte anos para frutificar. Com a recente mudança na nomenclatura botânica, há divergências sobre a classificação da espécie: Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg. 1854 ou Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel 1956. Segundo Lorenzi et al., a segunda seria outra espécie, a jabuticaba-café. Descrita inicialmente em 1828 a partir de material cultivado, sua origem é desconhecida. Outros nomes populares: jabuticabeira-preta, jabuticabeira-rajada, jabuticabeira-rósea, jabuticabeira-vermelho-branca, jabuticaba-paulista, jabuticaba-ponhema, jabuticabaaçu. Outra espécie de jabuticaba é a Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg, conhecida como jabuticaba-sabará e encontrada com mais frequência nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, no Brasil. É planta perenifólia, higrófila e que exige sol de moderado a pleno. A árvore, de até dez metros de altura, tem tronco claro, manchado, liso, com até quarenta centímetros de diâmetro. As folhas, simples, têm até sete centímetros de comprimento. Floresce na primavera e no verão, produzindo grande quantidade de frutos. As flores (e os frutos) crescem em aglomerados no tronco e ramos. Seus frutos pequenos, de casca negra e polpa branca aderida à única semente, são consumidos principalmente in natura, ou na forma de geleia, suco, licor, aguardente, vinho e vinagre. A jabuticaba é a matéria-prima de geléia, suco, licor e vinho. Os estudos fitoquímicos apontam em sua composição vitamina C e compostos antioxidantes fenólicos, como os Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 55 flavonóides, antocianinas (maioria) e taninos. Esses compostos ajudam na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e derrame. Ação similar as outras frutas vermelhas e arroxeadas como a blueberry, a cranberry e a romã. Até agora foram encontradas cinco antocianinas na jabuticaba, especialmente na pele dela. A quantidade de antocianinas irá depender do local e do meio onde ela foi cultivada, como ph, temperatura, luz, presença de oxigênio, interação com outros componentes nutricionais, por exemplo o ácido ascórbico, íons metálicos e açúcares. Além das antocianinas ela contém ácido elágico e elagitaninos que apresentam alto poder antioxidante diminuindo a produção de radicais livres com potencial danoso ao organismo. Ela contém jaboticabinas que possuem efeito antiinflamatório por inibição da IL8. Estudos com pacientes portadores de doença obstrutiva crônica pulmonar se beneficiaram dessa função da jabuticaba. Outras pesquisas apontam as suas folhas apresentando poder antimicrobiano e antidiarréico. Estudos mais recentes sugerem que ela possa ter atividade antitumoral por inibir a proliferação de células cancerígenas. Estudo realizados pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) , encontrou evidências que que o consumo da jaboticaba, pode prevenir o câncer de próstata e a leucêmia. O estudo realizado com ratos visa desenvolver terapia com a fruta para auxiliar no tratamento dessas doenças. O Estudo é cordenado por Mário Roberto Maróstica Junior, pesquisador da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Esse acredita que a fruta possua propriedades que combatem a produção de células cancerígenas, e sua casca é rica em compostos fenólicos, que dão a tonalidade escura à fruta e atuam diretamente em duas etapas do desenvolvimento de células do câncer. "A propriedade antioxidante da jabuticaba combate os radicais livres responsáveis pela primeira etapa da multiplicação das células, a chamada primeira fase. Já na segunda, as substâncias da fruta inibem a ação de enzinas que acabam por gerar as células anômalas" é o que dizem os estudos. Os diabéticos devem tomar cuidado, pois contém bastante açúcar. Pessoas com excesso de peso devem consumir com moderação. 56 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br JACA Artocarpus heterophyllus Árvore perenifólia, lactescente, de cerca de vinte metros de altura, provida de copa mais ou menos piramidal e densa, com tronco robusto, de 30 a 60 centímetros de diâmetro, revestido por casca espessa. Folhas simples, alternas, inteiras (lobadas apenas nos indivíduos jovens), afixadas aos ramos através de um curto pecíolo de cerca de um centímetro de comprimento. Planta cauliflora e monóica, ou seja, as flores masculinas e femininas estão separadas em diferentes inflorescências na mesma planta. As flores masculinas estão agrupadas em espigas claviformes e as femininas em espigas compactas. O fruto é um sincarpo de forma ovalada originada do desenvolvimento da inflorescência feminina. Estes nascem diretamente do tronco e dos galhos mais grossos e chegam a pesar até dez quilogramas e medir até quarenta centímetros de comprimento. A literatura cita pesos (acima de 30 quilogramas) e tamanhos muito maiores, contudo nunca encontramos no país frutos maiores que isso. A parte comestível da jaca são os frutículos encontrados no interior dos grandes sincarpos, em grande número, ultrapassando a centena. Estes nada mais são do que o desenvolvimento dos ovários das flores, constituindo os “bagos”, de cor amarelada, envoltos por uma camada grudenta, sabor doce e cheiro forte e característico, reconhecível a longa distância. Os bagos podem ser de consistência um pouco endurecida ou totalmente mole, daí a distinção de duas variedades muito conhecidas e denominadas popularmente de “jaca-mole” e “jaca-dura”. Há duas variedades de jaca: uma possui os bagos de consistência mole e pastosa, com uma textura semelhante ao de uma ostra crua (jaca-mole). A outra Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 57 variedade possui os bagos mais crocantes, de consistência um pouco endurecida conhecida como jaca-dura. A jaca é consumida fresca, seca e em conserva. A polpa, que constitui de 25 a 40% do peso da fruta, é usada para o preparo de várias bebidas. Também são usadas para o preparo de doces, geléias e pode ser consumida cozida. Na Índia sua polpa é fermentada e transformada num tipo de aguardente. A jaqueira é uma árvore tropical, que deve ser cultivada em condições adequadas. É adaptada em regiões quentes e úmidas, de clima tropical úmido, como também se desenvolve em regiões de clima subtropical e semi-árido desde que haja a utilização da irrigação artificial. Necessita de um solo rico, com húmus fresco e que seja bem drenado. Se propagada a partir de sementes, que podem ser mantidas até um mês antes do plantio. A germinação requer de 3 a 8 semanas. As mudas devem ser movidas quando não mais de 4 folhas apareceram. Esta espécie pode estar sujeita ao ataque de cochonilhas, pulgões e moscas. Rica em fibras, que são boas para pessoas com problemas intestinais. Possui grande quantidade de cálcio, essencial para os dentes e ossos – por isso é recomendado que crianças consumam a jaca, já que estão em processo de formação. É rica em carboidratos e minerais como fósforo, iodo, cobre, potássio, sódio e ferro. Possui boa quantidade das vitaminas: A, B1, B2, B3, B5, B6 e C. É rica em fitonutrientes, ajudando a combater o câncer e a degeneração celular. Propriedades medicinais da jaca: Antiasmática, Antidiarréica, Antitussica, Cicatrizante, Diurética. Pesquisadores brasileiros que trabalham com a fruta no Departamento de Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), campus de Ribeirão Preto, no interior do estado, descobriram que a semente da jaca também tem propriedades benéficas ao organismo humano. A professora Maria Cristina Roque Barreira, que coordena esses estudos, explica que “o trabalho no laboratório obtém da semente da jaca proteínas com aplicação biotecnológica, como é o caso da jacalina; e aplicação farmacêutica, como ArtinM”. A primeira proteína, a jacalina, liga-se seletivamente a um tipo de cadeia que faz parte dos anticorpos presentes em secreções como o leite materno. Segundo Barreira, desta forma “a jacalina é uma ferramenta muito adequada para isolar esses anticorpos, bem como para dosá-los e mesmo caracterizá-los quanto à correta associação com açúcares fazendo com que eles desempenhem bem o seu papel para proteger o corpo humano”. Já a ArtinM, purificada no laboratório da USP, tem o efeito de reparar tecidos lesados, como a pele que sofre queimadura, ou a córnea ulcerada. A professora explica que “a aplicação de ArtinM no local provoca o afluxo de células que contêm cadeias de açúcares que são alvo da ligação por ArtinM. Estimuladas pela ligação, essas células são ativadas e soltam substâncias que aceleram o processo de cicatrização”. Mesmo na geladeira a durabilidade da jaca é muito pequena, em três dias pode ser que ela estrague, por isso, o melhor mesmo é abri-la em locais com muitas pessoas que possam consumi-la de uma vez. 58 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br KIWI Actinidea deliciosa O quiuí, quivi ou kiwi é um fruto comestível proveniente de algumas espécies do género Actinidia e de seus híbridos, originários do sul da China. São plantas típicas de locais com clima temperado ou subtropical de montanha. As variedades de fruto mais amplamente comercializadas são produzidas por diversos cultivares da espécie Actinidia deliciosa e, em muito menor quantidade, por algumas variedades de Actinidia chinensis. O fruto possui polpa de coloração esverdeada e uma casca de cor castanho-esverdeada a castanho-amarelada, coberta de uma espécie de micropelos que lhe dão um aspecto fibroso e hirsuto. É considerado o fruto comercial com maior quantidade de vitamina C já identificado com a exceção da acerola, além de ser particularmente rico em alguns oligoelementos, como o magnésio, o potássio e o ferro. Os frutos dos cultivares mais comuns são ovais, com o tamanho aproximado de um ovo de galinha (5 a 8 cm de comprimento e de 4,5 a 5,5 cm de diâmetro). O fruto tem uma casca fibrosa, baça, castanho-esverdeada, que recobre uma polpa verde brilhante ou verde amarelada que contém fileiras de pequenas sementes negras comestíveis. Quando maduro, o fruto é sumarento e macio, com um paladar e cheiro muito característicos. Devido à sua riqueza em clorofila, o kiwi é uma das poucas frutas que mantêm a coloração verde quando madura. O kiwi é um fruto tão delicioso que, depois de descascado, pode ser ingerido crú. Existem diversas formas de enfeitar o seu prato com este fruto – em cubos, rodelas, fatias, cortado ao meio – mas não deve ingeri-lo muito tempo após o corte, devido às enzimas que contém, pois são responsáveis pela oxidação do mesmo. Se adicionar kiwi a saladas de fruta, por exemplo, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 59 adicione-o no momento em que servir a sobremesa, para conservar a cor e propriedades nutricionais. O kiwi oferece-nos inúmeros fitonutrientes, vitaminas e minerais que são benéficos para a saúde. Muitas vezes, referimo-nos a ele como sendo um bom fornecedor de vitamina C. De facto, um kiwi médio é suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais desta vitamina. É também rico em vitamina E. A nível celular, estas vitaminas estão envolvidas no processo de neutralização de radicais livres responsáveis pelo stress oxidativo. A capacidade protetora do Kiwi deve-se, também, à presença de vários fitonutrientes antioxidantes, tais como flavonóides e carotenóides. Além destes, o kiwi é ainda rico em ácido fólico, potássio, magnésio e fibra solúvel e insolúvel. O ácido fólico é essencial na produção de glóbulos vermelhos e brancos, na síntese de material genético e formação de anticorpos. O potássio é necessário na transmissão do impulso nervoso para uma atividade muscular normal e intervém no equilíbrio eletrolítico, a nível celular. O magnésio está relacionado com o bom funcionamento do sistema gastrointestinal, nervoso, muscular e imunitário. A fibra favorece o funcionamento intestinal e ajuda a regular os níveis plasmáticos de colesterol. O kiwi é um fruto sazonal, que surge no pomar a partir do mês de Outubro, podendo durar até Maio. Não sendo comestível imediatamente após a colheita, a selecção do kiwi passa por pressioná-lo ligeiramente entre o polegar e indicador. Os mais doces irão ceder suavemente à pressão. Evite os mais macios, os que apresentam manchas, danos devido a choques mecânicos ou os que estiverem húmidos. Se no momento em que comprar/colher os kiwis ainda não estiverem maduros, pode deixálos a amadurecer durante alguns dias à temperatura ambiente, desde que protegidos da luz solar ou calor. Pode colocá-los na fruteira junto a maçã, pêra ou banana para acelerar o processo de amadurecimento. Se já estiverem maduros podem ser conservados tanto à temperatura ambiente (15 dias), como no frigorífico (30 dias), como no congelador (6 meses). No frio, podem ser conservados durante mito tempo, desde que protegidos da desidratação. O tamanho da fruta não está relacionado com a qualidade, por esta razão, selecione-a consoante a sua preferência pessoal. 60 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br LARANJA Citrus × sinensis A laranja é uma fruta cítrica produzida pela árvore frutífera do gênero Citrus, que é parte da família Rutaceae. Esta espécie de árvore é de médio porte, podendo atingir até 10 metros de altura. Possui o tronco com casca castanho acinzentado e copa densa de formato arredondado. Suas folhas são verde escuro brilhante, coriáceas, dispostas em espiral sobre os ramos. As flores são brancas, muito perfumadas e atrativas para abelhas. O fruto híbrido possui formato oval, coloração alaranjada e sua polpa é geralmente formada por vários segmentos (gomos) cheios de suco, que contém muita vitamina C, flavonóides e óleos essenciais. Dentro de cada segmento da laranja, há sementes. Os segmentos e as cascas são separados por material fibroso branco, de dimensão variável, raramente consumido. Fruta mais popular entre os cítricos, as laranjas são divididas em dois grupos: as doces e as amargas, sendo as primeiras as mais consumidas em todo o mundo. Surgida na China e na Índia, foi o primeiro ingrediente que teve sua casca utilizada como base de fragrâncias. Há diversos tipos de laranja disponíveis no país. Cada uma delas é mais indicada para uma preparação específica e, como sempre, o gosto pessoal conta muito na hora da escolha. A LARANJA-PERA é a mais difundida no Brasil e recebe este nome inclusive no exterior, como referência de laranja brasileira. É menor do que as outras variedades e tem casca fina e lisa. É bastante usada em sucos e pode ser base de geléias. A LARANJA-DA-BAHÍA recebeu este nome por ter sido encontrada pela primeira vez no estado da Bahia, no século 19. No Nordeste, também é conhecida por “laranja-de-umbigo”, por causa de sua saliência na parte inferior. É bastante suculenta e pode ser consumida ao Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 61 natural ou em sucos. A LARANJA-DA-TERRA tem sabor ácido e dá um bom suco. No entanto, os consumidores geralmente a escolhem para preparar doces em compotas, especialmente o saboroso doce de casca de laranja. Já a LARANJA-LIMA é bem menos ácida e, por esse motivo, é muito usada para preparar sucos para bebês. É muito boa para ser consumida in natura, mas algumas pessoas podem achá-la insossa demais. Não é indicada para uso culinário, pois tem sabor pouco marcante e baixa acidez. A LARANJA-SELETA é parecida com a “baía” - tem sabor adocicado e não ácida. Por isso, é ótima para ser consumida ao natural. Apesar da variedade, o conteúdo nutricional é muito próximo entre os diferentes tipos de laranja. Sempre clássico, o Crepe Suzette é uma sobremesa típica francesa, preparada com calda de laranja e flambada com conhaque, para dar um sabor especial. Filés de frango, quando marinados em suco de laranja e molho de soja, ganham outro sabor. Em geral, a laranja pode oferecer um sabor agridoce a pratos salgados e marinadas. Também pode ser consumida ao natural após uma refeição, como a tradicional feijoada. Se optar por um suco, prefira-o puro, espremido na hora, sem água nem açúcar, para aproveitar bem os nutrientes. E fique atento à quantidade: 100 ml da bebida pura equivale a uma laranja. Reconhecidamente rica em vitamina C, a laranja também é fonte, potássio e magnésio, além de betacaroteno. Esses nutrientes têm ação antioxidante e ajudam a prevenir problemas cardiovasculares e câncer. A laranja ocupa lugar de honra em uma dieta equilibrada por conta da qualidade de seus nutrientes. Ela contém um verdadeiro pacote de antioxidantes que participam na prevenção de doenças do coração e, possivelmente, de alguns tipos de câncer como o de mama, boca, esôfago e estômago. Seu alto conteúdo de vitamina C é fundamental para o bom funcionamento das defesas do organismo no combate às infecções. Além disso, fazem da laranja um ótimo alimento para ser ingerido com folhas verde-escuras e feijão — o ferro desses alimentos é absorvido muito melhor pelo organismo na presença de vitamina C. O potássio, por sua vez, ajuda a manter a pressão arterial em níveis saudáveis. A casca da laranja é composta por duas partes: Epicarpo ou exocarpo (também conhecido como flavedo ou vidrado) é a primeira camada exterior, utilizada na decoração de pratos e também como aromatizante. Mesocarpo (também chamado de albedo ou cascarrão) é aquela camada branca que fica entre o vidrado e os gomos da laranja. Esta segunda camada, tão desprezada por conta de seu gosto amargo, contém carboidratos, vitamina C e um grande número de substâncias que podem influenciar positivamente a saúde: Pectina: Presente em grande quantidade, esta fibra solúvel parece dotada de grande efeito redutor do colesterol. Flavonas Polimetoxilatadas: Estudos recentes sugerem que estas substâncias — que compõe o sistema natural de defesa da laranja contra pragas e predadores — além de combater o colesterol elevado, contribuem para a prevenção de câncer, redução de processos inflamatórios e fortalecimento da imunidade contra infecções provocadas por fungos. D-glucarato: Estudos ainda preliminares investigam esta substância como possível agente anti-câncer, particularmente os hormônio-sensíveis, como certos tipos de tumores de próstata e mama. D-limoneno: Maior constituinte do óleo essencial da laranja, e também presente em outras frutas cítricas como limão e tangerina, o D-limoneno também encontra-se sob investigação quanto a suas potenciais propriedades no combate a certos tipos de câncer. Enquanto aguardamos estudos mais conclusivos, não resta dúvida de que seria preciso ingerir uma grande quantidade dessas substâncias para conseguir efeitos clínicos apreciáveis. E nisso, o sabor amargo do albedo não contribui em nada. Uma forma para driblar esse problema seria adotar a farinha de albedo, como propõe estudo de pesquisadores do departamento de nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. 62 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br LICHIA Litchi chinensis É o único membro do gênero botânico Litchi, pertencente à família Sapindaceae. São árvores frutíferas, cujas frutas são conhecidas como lichias ou uruvaias. É encontrada principalmente na China, Índia, Madagáscar, Nepal, Bangladesh, Paquistão, sul e centro de Taiwan, a norte do Vietnã, Indonésia, Tailândia, Filipinas, África do Sul e do México. A árvore é de tamanho médio, atingindo 15-20 metros de altura, com folhas alternadas, cada folha 15-25 centímetros de comprimento, com 2-8 folíolos laterais de 5-10 centímetros de comprimento; o terminal folheto está ausente. As novas folhas jovens são um vermelho brilhante de cobre, em primeiro lugar, antes de se tornar verde como expandir a sua plena dimensão. As flores são pequenas, verde-branco-amarelado ou branco. Os frutos, semelhantes a um morango, produzem em cachos e diferentes desses possuem uma a casca rugosa e de cor vermelha fácil de ser destacada. A polpa é gelatinosa, translúcida sucosa, lembrando ao sabor de pitomba e não é aderente ao caroço. Se presta para consumo ao natural, para a fabricação de sucos, compostas e ainda para a passa. Contém alto índice de vitamina C, além de possuir as do complexo B, sódio, cálcio e potássio. De origem chinesa, a fruta Lichia (litchi chinensis sonn) é um pouco menor do que uma ameixa e possui uma casca grossa e avermelhada, que deve ser retirada na hora de comer. Sua safra começa entre outubro e novembro e dura até o fim do primeiro mês do ano. A fruta é relativamente nova no Brasil entrando com força no país há cerca de quatro ou cinco anos, em regiões como o interior de São Paulo e de Minas Gerais. Isso contribuiu para que o preço da lichia baixasse. Antes, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 63 ela era encontrada apenas como produto importado. Na gastronomia a lichia é utilizada fresca, enlatada, desidratada, processada em sucos, vinhos, liquores, picles, aguardentes, caipirinhas, compotas, gelatinas, iogurtes, sorvetes, tortas, bolos e uma série infindável de usos que dependem somente da criatividade. Existe uma receita de canapés de lichia com queijo gorgonzola que é uma iguaria dos Deuses. Pouco calórica (66Kcal em 100g da fruta), não contém gorduras, rica em fibras e água o que auxilia na perda de peso. Apesar de ser rica em carboidratos (16,5g em 100g da fruta), a lichia tem baixa carga glicêmica. Ou seja, tem baixa capacidade de fazer o organismo liberar insulina, hormônio que quando produzido em excesso favorece o aumento de gordura abdominal. Também é riquíssima em vitamina C (cada 100 g de lichia tem 50 mg da vitamina) o que auxilia na imunidade e é antiinflamtória. A vitamina C ainda ajuda a controlar a taxa de colesterol no sangue e faz bem para a pele. O potássio também é um mineral presente nessa fruta, ajudando a manter a pressão arterial e a retenção de líquidos sob controle. E ainda podemos citar a presença de vitaminas do Complexo B na sua composição, tornando a lichia uma “ativadora” de metabolismo. Por ter uma ótima quantidade de líquidos na sua composição, a lichia contribui para a boa hidratação do organismo. Alguns trabalhos científicos já apontaram que o consumo da polpa branca da Lichia – rica em flavonóides – pode prevenir o crescimento de células cancerosas. O pericarpo (casca) da lichia contem quantidades significantes de compostos fenólicos, antocianinas que são os principais polifenóis e indicando-a como um potente “varredor” de radicais livres e possuindo uma forte atividade antioxidante. As antocianinas desempenham uma função farmacológica importante contra várias doenças, como doenças cardiovasculares, câncer, inflamações e alergias. A porção diária recomendada é de até 1 xícara de chá. Rica em potássio (170 mg por 100 g de polpa), deve ser consumida com moderação por quem tem disfunções renais. Neste caso, a alta concentração desse elemento no sangue pode alterar o ritmo cardíaco. 64 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br LIMÃO Citrus x limon O limão (conhecido no Brasil e na África como limãosiciliano ou limão-verdadeiro; espécie Citrus x limon) é o fruto de uma pequena árvore de folha perene originária da região sudeste da Ásia, da família das rutáceas. O limão está, seguramente, entre as frutas mais versáteis que existem. Ele transita facilmente entre pratos salgados, doces e ainda dá uma força na limpeza de utensílios da cozinha. Antes de tanta praticidade, o limão surgiu na Índia e atravessou o mar Mediterrâneo no último século antes de Cristo, quando os romanos descobriram uma rota direta do mar Vermelho para a Índia. Durante a Idade Média, o limão era raro e caro — acessível apenas para pessoas muito ricas. Nessa época, era tratado como planta medicinal e integrava receitas registradas de xaropes e conservas. Não demorou, no entanto, para que a popularidade da fruta começasse a crescer, sobretudo como guarnição de peixes. Na América, o primeiro local que recebeu as primeiras mudas de limoeiro foi o Haiti. Os portugueses trouxeram a planta para o Brasil ainda nos primeiros anos após a conquista de nosso território — e foi do Rio de Janeiro que imigrantes levaram a primeiras mudas da planta para a Oceania. Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de limões, depois da Itália, com destaque para o do tipo tahiti. Existem cerca de 70 variedades de limão em todo o mundo, porém as mais utilizadas por nós, brasileiros, são os limões tahiti, galego, siciliano e cravo. LIMÃO TAHITI: um híbrido de lima da pérsia com o limão cravo e, por esse motivo, também é conhecido como lima ácida ("lime", em inglês). O mais consumido nas casas brasileiras, tem casca lisa e verde, formato arredondado, poucas ou nenhuma semente e é maior do que o galego. É bastante usado na culinária para preparação de molhos Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 65 e para acompanhar pratos. LIMÃO GALEGO: é menor e tem casca lisa, de cor verde ou amarelo-clara. Tem sementes e é bastante comum no Nordeste e Centro-Oeste, sendo o ideal para o preparo de uma caipirinha típica. Como não está disponível o ano todo, o tahiti se torna um bom substituto para a preparação do drinque nacional. LIMÃO CRAVO: é bem diferente dos outros, parecido com uma pequena mexerica, de casca e polpa de cor alaranjada. É mais encontrado nas zonas rurais e também é conhecido com limão-rosa. Tem um sabor bastante característico, lembrando uma laranja azeda, e dá uma limonada exótica e deliciosa. LIMÃO SICILIANO: é, de fato, o limão original. Receitas de origem europeia se referem a essa variedade quando mencionam o limão. Tem casca amarela, grossa e levemente rugosa e as duas extremidades bastante proeminentes. Possui sabor menos ácido e mais suave do que as outras variedades e pode ser usado na preparação de molhos para acompanhar peixes e massas. O limão se presta a diversas preparações, doces e salgadas, e uma de suas características é "cozinhar" alimentos por sua acidez. Um exemplo desse poder é o ceviche, prato típico do Peru, no qual peixes e legumes são marinados em limão e não precisam ser levados ao fogo. Para a sobremesa, a clássica torta de limão é imbatível. A conserva de limão siciliano, com água quente e sal grosso, é deliciosa e pode ser servida como aperitivo. O limão também realça o sabor de frutas como o mamão papaia e o abacate. Pingue algumas gotas antes de servir as frutas. E, além de realçar, é um poderoso antioxidante: algumas gotas bastam, sobre frutas que escurecem rapidamente, como maçãs, peras e bananas. O limão é uma excelente fonte de vitamina C, seu principal nutriente. Um quarto de xícara de suco fornece quase metade da quantidade diária recomendada dessa vitamina que fortalece o sistema imunológico e ajuda na absorção de outros nutrientes, como ferro e cálcio. Em fitoterapia, é utilizado para diversas patologias, tais como reumático, infecções e febres, aterosclerose, combate ateromas (remove placas gordurosas das artérias), constipações, gripes, dores de garganta, acidez gástrica e úrica (alcaliniza o sangue), frieiras, caspas, cicatrizações, ajuda a manutenção de colágeno, hemoglobina, atua como antisséptico entre outras. O limão possui uma substância própria denominada limoneno capaz de combater os radicais livres. É, fundamentalmente, um remédio tónico que ajuda a manter a boa saúde. Para que o limão forneça mais suco, ele deve estar em temperatura ambiente antes de ser cortado. Amasse um pouco a fruta antes de extrair o suco, dando uma leve aquecida com o atrito das mãos. Se quiser utilizar a casca ralada para dar sabor a alguma preparação, dispense a parte branca, que confere sabor amargo ao prato. Descasque a fruta, retire a parte branca com a ajuda de uma faquinha e pique bem finamente a parte verde. Ou, então, rale cuidadosamente no ralador, tomando cuidado para não atingir a parte branca. 66 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MAÇÃ Malus Spp. A maçã é o fruto pomáceo da macieira,1 árvore da família Rosaceae. É um dos frutos de árvore mais cultivados, e o mais conhecido dos muitos membros do género Malus que são usados pelos seres humanos. As maçãs crescem em pequenas árvores, de folha caducifólia que florescem na Primavera e produzem fruto no Outono. A maçã foi uma das primeiras frutas a ser cultivada pelo Homem e, hoje em dia, é a mais importante da Europa, América do Norte e regiões temperadas ao Sul do planeta, como a Argentina. Histórias e lendas são frequentemente ilustradas pela maçã. Possivelmente, a referência mais famosa desta fruta seja a passagem bíblica do livro do Gênesis, onde é narrada a tentação de Adão e Eva, que comeram o fruto proibido e foram expulsos do Paraíso. Na verdade, a Bíblia não menciona o nome da fruta intocável: a noção de que seria uma maçã surgiu muito tempo depois, provavelmente quando ela atingiu status de fruta mais comum a oeste da Europa — abundantemente retratada por pintores da época. Outra explicação seria a fama que a mação desfrutava entre os romanos. Ainda antes de Cristo, esse povo considerava a maçã uma fruta extremamente luxuosa, ainda mais que o reverenciado figo. Outro caso célebre é a descoberta da lei da gravidade por Isaac Newton. Conta a história que, certa vez, o cientista estava descansando sob uma macieira, quando um fruto caiu do pé. Isso teria inspirado o físico inglês a desenvolver a teoria da força que puxa todos os corpos para o centro da terra. Existe até uma macieira em Oxford, na faculdade onde Newton lecionava, que dizem descender da árvore da inspiração, mas tudo não se passa de lenda. As maçãs cultivadas no continente americano fazem parte de um diferente grupo. Quando os emigrantes europeus vieram para a América, trouxeram sementes no lugar de mudas e elas se misturaram com as sementes de maçãs mais antigas, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 67 nativas daqui. Existem cerca de 8 mil variedades ao redor do mundo, mas somente uma pequena parte tem importância comercial. Sempre que possível, utilize maçãs com casca, para aproveitar a maior quantidade de fibras. Quando tiver de reservar maçãs cortadas, pingue algumas gotas de limão para que não escureçam. Um strudel de maçã, preparado com massa folhada e recheado de maçãs picadas e misturadas a nozes e açúcar, acompanha muito bem um chá. Maçãs assadas no forno com canela e sem sementes dão uma sobremesa deliciosa e pouco calórica. Um purê de maçã acompanha muito bem assados de carne de porco ou de aves. Na sua casca está armazenada uma substância chamada pectina, a qual contribui para diminuir o nível do colesterol sanguíneo. Ela é uma fibra passível de ser dissolvida, mas não é assimilada pelo intestino; assim, a pectina acumula água e outros materiais residuais, tornando mais fácil a subtração de elementos venenosos, estabilizando, portanto, o colesterol. Neste fruto encontram-se igualmente as vitaminas B1 e B2, ideais para reajustar o complexo nervoso, auxiliar o desenvolvimento físico, prevenir enfermidades dermatológicas, estomacais, e problemas capilares. Além disso, a maçã é rica em niacina, fósforo, que evita o cansaço mental e ajuda a constituir ossos e dentes, e ferro, fundamental para a boa circulação sanguínea. A quercetina, presente nesta fruta, é muito importante para que não se formem coágulos no sangue, responsáveis pela eclosão de derrames. Com poderes adstringentes, atuando assim no fortalecimento dos tecidos, é indicada para o bom funcionamento da garganta e das cordas vocais. Ademais, esta fruta é prescrita para todos que possuem doenças intestinais, reumáticas, excesso de gordura, gota, diabetes, entre outras enfermidades. Da sua casca também é possível elaborar um chá muito indicado para a purificação sanguínea e que tem efeitos diuréticos. Afirma-se que quem consome uma média de cinco maçãs semanais adquire a capacidade de respirar melhor. Estudos demonstram que seus poderes antioxidantes adiam o envelhecimento e impedem o aparecimento de tumores malignos, graças à atuação dos fitonutrientes deste fruto, os quais mantêm a vitalidade celular. Um ditado inglês diz que uma maçã por dia mantém o médico longe (an apple a day keeps the doctor away). Um exagero, claro, mas seria possível acrescentar: "e deixa o dentista bem distante também". Um estudo holandês recente sugere, ainda, que a maçã é a única fruta que pode baixar o risco de doenças pulmonares entre fumantes. Uma promessa tentadora, mas que necessita de novos estudos científicos para ser comprovada. 68 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MAMÃO Carica papaya Mamão, papaia ou ababaia é o fruto do mamoeiro ou papaeira, árvores das espécies do gênero Carica, especialmente de Carica papaya. Em Angola utilizam-se os termos mamão / mamoeiro para identificar o fruto mais arredondado, identificando papaia / papaeira com o fruto mais alongado e mais adocicado. São bagas ovaladas, com casca macia e amarela ou esverdeada. A sua polpa é de uma cor laranja forte, doce e macia. Há uma cavidade central preenchida com sementes negras e rugosas, envolvidas por um arilo transparente. Nativo da América Central, o mamão provavelmente surgiu da fusão espontânea de outras espécies da região. Já apreciado pelos índios da América Latina, a fruta encantou os colonizadores europeus que aqui chegaram. Foi chamado de “fruta dos anjos”, por Cristóvão Colombo. Os espanhóis e portugueses levaram o mamão para as Filipinas, para a Índia e para alguns países da África. No final do século 17, já era cultivado na maioria das regiões tropicais do mundo. No século 20, o mamão papaia foi introduzido nos Estados Unidos, e é cultivado no Havaí, o maior produtor norteamericano da fruta. Mundialmente, os maiores produtores de mamão são o Brasil, a Nigéria, a Índia, o México, a Indonésia, a Etiópia, o Congo, o Peru, a China e a Colômbia. Consumido preferencialmente ao natural e em sua forma mais doce (quando está bem maduro) no Brasil, o mamão é usado em outros lugares, como nos países asiáticos e nas Antilhas, para o preparo de pratos salgados. O mamão doce e maduro pode ser apreciado ao natural, sozinho ou em saladas de frutas. Batido com leite ou com suco de laranja, é a popular “vitamina” tomada no café da manhã ou na hora do lanche. O creme de papaia é uma sobremesa de sucesso e de fácil preparo. Basta bater a Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 69 polpa da fruta com sorvete de creme no liquidificador, colocar o creme em potinhos e regar com licor de Cassis. No Brasil, o mamão verde é usado para o preparo de compotas. Mas pode ser ralado e entrar em saladas. Fica ótimo temperado com pimenta e acompanhando frutos do mar. O consumo do mamão é recomendado pelos nutricionistas por se constituir em um alimento rico em licopeno (média de 3,39 mg em 100 g), vitamina C e minerais importantes para o organismo. Quanto mais maduro, maior a concentração desses nutrientes. O mamão é rico em substâncias antioxidantes, que têm demonstrado uma ação protetora contra o desenvolvimento de doenças crônicas, como as cardiovasculares e o câncer. Entre elas, carotenóides encontrados no mamão, como beta caroteno, luteína e zeaxantina, podem ter ação preventiva em alguns tipos de câncer, como o de mama, e diminuem o risco de doenças oculares como degeneração macular e catarata. O mamão também possui catequinas, compostos fenólicos da família dos antioxidantes. Estudos mostram que essas substâncias têm ação cardioprotetora. Sua alta quantidade de fibras também contribui nesse aspecto. O consumo de fibras está associado à prevenção das doenças cardiovasculares. Ele contribui para o controle das taxas de colesterol e de açúcar no sangue, além de diminuir o risco de certos tipos de câncer, como o de cólon. As fibras são importantes para evitar prisão de ventre, já que favorecem o trânsito intestinal. O mamão é excelente fonte de vitamina C — uma porção oferece, grosso modo, 100% das recomendações diárias desse nutriente. A vitamina C, além de ter ação antioxidante, é importante para proteger o organismo de infecções, manter a saúde de ossos, cartilagens e mucosas e facilitar a absorção de ferro. Outra boa oferta do mamão é a vitamina A, fundamental para a saúde dos olhos e que ajuda o sistema de defesas do organismo, prevenindo infecções. A fruta também é boa fonte de folato, vitamina do complexo B essencial para a formação do material genético e que previne más-formações fetais, e de potássio. Este mineral também contribui para a saúde cardiovascular, pois atua como regulador da pressão arterial. Além disso, auxilia os processos digestivos e as contrações musculares — após atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda na recuperação dos músculos. A enzima papaína pode induzir respostas alérgicas severas em pessoas sensíveis. O látex pode ser um vesicante e causar irritação severa. Internamente, o látex pode causar uma gastrite severa; Carpaína foi mostrada capaz de causar a paralisia, causar uma diminuição da frequência cardíaca e da atividade do sistema nervoso central. O mesmo composto pode também possuir alguma atividade amebicida, também deve ser evitado durante a gravidez. 70 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MANGA Mangifera indica A manga é o fruto da mangueira (Mangifera indica L.), árvore frutífera da família Anacardiaceae, nativa do sul e do sudeste asiáticos desde o leste da Índia até as Filipinas, e introduzida com sucesso no Brasil, em Angola, em Moçambique e em outros países tropicais. O nome da fruta vem da palavra malayalam manga e foi popularizada na Europa pelos portugueses, que conheceram a fruta em Kerala (que conseguiram pelas trocas de temperos). Saborosa, suculenta e versátil, a manga é a segunda fruta tropical mais consumida no mundo, só perdendo para a banana. Apesar de só ter chegado ao Ocidente a partir da época das grandes navegações, rapidamente ganhou fama. Nos países com clima propício, como o Brasil, adaptou-se tão bem que muitos chegam a pensar que é uma planta nativa. Originária do sudeste asiático, a manga provavelmente foi domesticada na Índia, há pelo menos 4.000 anos antes de Cristo. Neste país, é considerada a rainha das frutas e por muito tempo foi o símbolo da realeza. Durante as civilizações grecoromanas e a Idade Média, a manga era totalmente desconhecida dos europeus. Ela só foi introduzida nesse continente após a criação das colônias portuguesas na Índia e a ocupação britânica em grande parte do território daquele país. Os portugueses, que conheceram a fruta em Kerala, estado no sudoeste da Índia, popularizaram o nome manga, do malaiala, língua oficial de Kerala. E também levaram a fruta para suas colônias africanas e, destas, para o Brasil, onde as condições climáticas propiciaram o excelente desenvolvimento da fruta e suas variedades. Nos Estados Unidos e no México, a manga chegou a partir das Filipinas, fazendo com que a variedade predominante fosse, até recentemente, a Manila. Na Flórida, um dos mais importantes centros distribuidores da fruta, a manga chegou em 1861, vinda Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 71 de Cuba. No Brasil, a manga é preferencialmente consumida fresca e no preparo de doces. Na Ásia, além do consumo de variedades mais amargas, a manga verde é muito utilizada em preparações que entram em receitas salgadas, como o chutney. Na Índia, até o caroço da fruta é aproveitado: dele é produzido uma farinha utilizada no preparo do chapati, típico pão indiano com formato que lembra uma panqueca. Comer a manga no pé, sem medo de se lambuzar, é imbatível. Mas também há várias formas de preparo culinário à altura da fama da manga. O chutney de manga é um molho agridoce indiano, que acompanha carnes ou pode ser comido com pão. Bastante apimentado, além da manga e da pimenta, leva cúrcuma e mostarda em grão, entre outras especiarias. Iogurte batido no liquificador com polpa de manga e cubos de gelo é uma bebida deliciosa e refrescante. A inspiração é o Lassi, bebida indiana feita com coalhada, fruta e água de rosas. Utilize mangas bem maduras, cortadas na hora, para fazer sucos. A doçura natural da fruta dispensa o uso de adoçantes. A manga também é boa para o preparo de sorbets, sem leite. A polpa untuosa garante uma boa consistência para a sobremesa gelada. Rica em compostos fenólicos e carotenóides, substâncias antioxidantes, e fibras solúveis, a manga parece acumular efeitos protetores contra alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Pesquisas de laboratório constataram que o suco da fruta tem efeito anticancerígeno em células isoladas em laboratório, mas ainda não se sabe como é esse efeito quando a fruta é consumida e digerida pelo ser humano. Os compostos fenólicos da manga também parecem ter propriedades anti-inflamatórias e de controle do colesterol e do diabetes. Entre os carotenóides da manga, predomina o betacaroteno, que se transforma em vitamina A no organismo — entre outras coisas, essa vitamina protege contra infecções e degenerações na visão, como a cegueira noturna. A vitamina C e a vitamina E também têm ação antioxidante e favorável ao bom funcionamento do sistema de defesa contra infecções. A vitamina E protege as membranas das células do corpo, especialmente as dos glóbulos brancos e vermelhos do sistema imunológico. As fibras solúveis têm capacidade de reduzir o nível do “mau colesterol”, o LDL, no sangue, prevenindo doenças cardiovasculares. Também facilitam o trânsito intestinal, evitando constipações e diminuindo o risco de câncer de cólon. As vitaminas B presentes na manga (B1, B2 e B6) são importantes para a produção de energia e para o bom funcionamento do sistema nervoso e do imunológico. Embora não seja comum, algumas pessoas podem apresentar alergia alimentar à manga. Outras, podem apresentar dermatite de contato ao manusear a fruta — neste caso, devem consumi-la já descascada por outra pessoa A crença popular – e falsa – que “manga com leite mata” pode ter uma origem socioeconômica. Uma teoria é que a ideia foi difundida pelos senhores de escravos na época do Brasil Colônia, para evitar que os escravos comessem a fruta, considerada tão nobre que devia ser consumida apenas pela alta classe. O leite, ao contrário, era abundante nas fazendas, e distribuídos aos escravos. 73 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MARACUJÁ Passiflora edulis É um fruto produzido pelas plantas do género Passiflora (essencialmente da espécie Passiflora edulis) da família Passifloraceae. O nome da árvore é também conhecido como Maracujazeiro. É espontâneo nas zonas tropicais e subtropicais da América. Cultivada também pela sua flor ornamental (tal como as outras espécies do mesmo género botânico), a Passiflora edulis é cultivada com fins comerciais, devido ao fruto, no Caribe, no sul da Florida e no Brasil, que é o maior produtor - e também consumidor - mundial de maracujá. O maracujá de uso comercial é redondo ou ovóide, amarelo ou púrpura-escuro quando está maduro, e tem uma grande quantidade de sementes no seu interior. O fruto é utilizado especialmente para produzir suco ou polpa de maracujá, às vezes misturada a suco de outros frutos, como a laranja. Acredita-se que o fruto possua propriedades calmantes. Sua flor é considerada como a flor da paixão devido à sua forma: coroa de espinhos, cinco chagas, três pregos com que Jesus Cristo foi crucificado. A flor do maracujá é polinizada principalmente por um inseto conhecido como mamangava. Na língua tupi, maracujá significa “comida de cuia” — é a forma que a casca fica, cortada ao meio, servindo de “prato”, ou cuia, para os índios que apreciavam a fruta nativa do América do Sul. Originária da bacia amazônica, o maracujá era bem conhecido pelos índios que habitavam as regiões banhadas pelo rio e seus afluentes. Até hoje, a produção da fruta está concentrado no Brasil, na Colômbia, no Equador e no Peru. Os colonizadores espanhóis e portugueses, ao conhecerem os usos culinários e medicinais da planta, levaram suas sementes para a Europa. Por suas propriedades calmantes, foi bastante usada, tanto na Europa quanto na América do Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 73 Norte, como medicamento natural. O poder calmante do maracujá está relacionado à passiflorina, substância sedativa presente em suas folhas. Há mais de 150 variedades de maracujá, mas as mais utilizadas na alimentação são o maracujá azedo, o roxo e o doce. O primeiro, muito utilizado para o preparo de sucos, é o mais comum no Brasil, respondendo por 95% da produção nacional. No fim dos anos 80, a alta gastronomia “descobriu” o maracujá. Além do sabor, o visual atraente da polpa dourada e translúcida salpicada das pequenas sementes escuras, também comestíveis, torna o maracujá um ingrediente bastante interessante para criações culinárias. Largamente utilizada no Brasil para o preparo de sucos e batidas, a polpa do maracujá azedo também pode ser usada em pratos salgados. É um ótimo molho para acompanhar peixes como o salmão ou marinar carnes. O maracujá também serve para o preparo de chutney, molho agridoce indiano, com bastante pimenta e outras especiarias. A fruta é ótima para o preparo de geléias. No quesito “doces”, a mousse de maracujá, decorada com as próprias sementes da fruta, é hoje uma sobremesa muito popular, mas só começou a ser divulgada depois que os grandes chefs começaram a servir a receita nos restaurantes estrelados. Considerado um calmante natural, o maracujá contém passiflorina, uma substância que tem ação sedativa, mas que é encontrada basicamente nas folhas da fruta. Não há evidências de que o consumo da polpa produza efeito maior do que o placebo. O maracujá é uma boa fonte de vitamina C, que tem propriedades antioxidantes e contribui para o bom funcionamento do sistema de defesas do corpo. A vitamina C também contribui para a melhor absorção de ferro. O maracujá também é fonte desse mineral, essencial para o transporte de oxigênio e a formação de glóbulos vermelhos no sangue. A fruta é rica em potássio, que regula a pressão e o pH sanguíneos e auxilia os processos digestivos e as contrações musculares (após atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda na recuperação dos músculos) e em manganês, que atua junto com diversas enzimas para facilitar os processos metabólicos e tem propriedades antioxidantes. Outra substância antioxidante encontrada no maracujá é a cianidina. A cianidina é um pigmento antioxidante do grupo das antocianinas. Em estudos de laboratório, estas substâncias têm demonstrado uma ação preventiva contra alguns tipos de câncer. O maracujá também é fonte de fósforo, que auxilia a regeneração de tecidos e tem papel fundamental na saúde de ossos e dentes, assim como o magnésio. Tanto este mineral quanto o zinco contribuem para o bom funcionamento do sistema imunológico. O zinco também é fundamental para a fabricação do material genético. O MARACUJÁ AZEDO, ou amarelo, é o mais produzido no Brasil. Redondo ou ovóide, com muitas sementes, tem a casca grossa e amarela. Conforme amadurece, a casca torna-se enrugada. É este o melhor momento para ser consumido. Com oferta menor (e mais caro), o MARACUJÁ DOCE tem um formato que lembra um pequeno mamão papaia. A casca é lisa, mais clara do que a do azedo. Com sabor bem doce e forte aroma, é quase sempre consumido ao natural. O MARACUJÁ ROXO é uma variedade da mesma espécie que o azedo, mas é menos encontrado no mercado. Além da casca escura, diferencia-se do maracujá amarelo por ser menos ácido. 74 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MARMELO Cydonia oblonga O marmeleiro (Cydonia oblonga), é uma pequena árvore, único membro do género Cydonia, da família Rosaceae, cujos frutos são chamados marmelos. É originário das regiões mais amenas da Ásia Menor e Sudeste da Europa. Também é conhecido pelos nomes de marmeleiro-da-europa, marmelo e pereira-do-japão. É uma planta de porte médio (3 a 6 metros), de folhas oblongas e caducas, de sistema radicular superficial e fasciculado, com tronco tortuoso e copa arredondada. É uma árvore melífera, com flores alvas ou róseas. Os frutos são, normalmente, amarelos quando maduros, grandes, bastante aromáticos e adstringentes. Registros históricos confirmam o consumo de marmelos pelos gregos da Antiguidade. Na cidade de Kydonia, hoje em dia denominada Chania, situada na Ilha de Creta, na Grécia, ainda se colhem os mais saborosos e os maiores frutos da espécie. Deve ser de lá a origem de seu nome científico: Cydonia oblonga, mas por toda Europa e alguns países árabes os pomos são cercados de lendas e receitas saborosas. O fruto do marmeleiro é muito rico em pectina e por isso mesmo é um ótimo ingrediente para se fazerem geleias e compotas e marmeladas preparadas mundo a fora. Na Espanha, o doce é conhecido como membrillo e apreciado na companhia do tradicinal queijo manchego. Na França a pasta de marmelos leva o nome de cotignac. Mas nem só de marmelada vivem os marmelos no Velho Mundo. Por lá, receitas variadas utilizam a fruta perfumada. Assados, fritos ou grelhados, combinam seu sabor suave e adstringente com aves, carneiros ou vitelas. Na cozinha marroquina, é ingrediente indispensável no preparo dos tradicionais tagines. Trazidos para o Brasil pelos colonizadores portugueses, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 75 os marmeleiros se adaptaram ao clima da antiga Capitania de São Vicente, onde hoje se localiza a Serra da Mantiqueira. Em 1930, a marmelada chegou a ser o doce industrializado mais consumido no país. Naquela época, o doce fabricado pela confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, circulava pelas mesas mais nobres da capital carioca. Atualmente, existe uma pequena produção de marmelo nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Mas apesar dessa relativa difusão geográfica, apenas a produção mineira é comercialmente importante e a cidade de São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, é considerada a capital do marmelo. O marmelo, em quanto a sua composição, não destaca pelo seu grande conteúdo em calorias, pois não é um fruto com muito aporte de açúcar. Tem um excelente nível de potássio (perfeito para contrações musculares, e o sistema nervoso, etc.) e em menor proporção, cálcio. De qualquer modo, a principal propriedade do marmelo vem do seu alto conteúdo de fibra, especialmente pectina e mucilagem, além de taninos. Isto faz dele adstringente e um excelente digestivo. Os marmelos têm um alto conteúdo de ácido málico, que é muito bom para eliminar o ácido úrico. Por isso costuma ser muito empregado para combater diarreias, suavizar o aparelho digestivo. Parte utilizada: folhas, frutos, sementes. Princípios Ativos: acúcares, ácido tártrico, ácido tânico, amigdalina, mucilagem, pectina, propectina, proteína, sais minerais (fósforo, cálcio, ferro), taninos, vitamina C, vitaminas do complexo B. Propriedades medicinais: adstringente, anti-séptica, antidiarréica, antiespasmódica, calmante, nutriente. Indicações: queimadura, inflamacão de garganta, diarréia, cólica, convalescência, edema traumático, nevralgia facial, fissura na pele. Modo de usar: * Chá das folhas: diarréia, cólica, convalescência. * Cataplasma das folhas trituradas: edema traumático, nevralgia facial, fissura na pele, queimadura. * Fruto: marmelada, geléia, xaropes, licor, pratos salgados. * Queimaduras: decocção de 10 g de sementes por 15 min. Lavar as queimaduras. * Inflamação de garganta: frutos com pele e sementes e água açúcarada, cozinha-se e coase. Conservar em vidro. Usar uma colher em um pouco dágua morna para fazer gargarejo. * Diarréia: marmelada. 76 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MELANCIA Citrullus lanatus Melancia (Citrullus lanatus) é o nome de uma planta da família Cucurbitaceae e do seu fruto. A planta é rasteira e anual, com folhas triangulares e trilobuladas e flores pequenas e amareladas, gerando um fruto arredondado ou alongado, de polpa vermelha, suculenta e doce, com alto teor de água (Cerca de 90%) e diâmetro variável entre 25 e 140 cm. A casca é verde e lustrosa, apresentando estrias escuras. Originária da África Central, onde até hoje existem variedades selvagens, a melancia é cultivada desde a Idade Antiga no Oriente Médio, na Índia e na região onde atualmente fica a Rússia. Os primeiros registros de seu cultivo vêm do Antigo Egito. Como em outras regiões onde a água potável é rara, a fruta, composta principalmente por água, era utilizada para matar a sede de viajantes e da população em épocas de seca. Talvez por esse papel importante, a melancia era tida em alta estima pelos antigos egípcios. Os antigos gregos e romanos também apreciavam bastante a melancia. Mas, ao contrário do que aconteceu com várias frutas, não foram eles que difundiram o cultivo da melancia pelo resto da Europa. A melancia começou a ser cultivada na península ibérica por volta do século 8, introduzida pelos árabes que dominaram a região por vários séculos. Chegou à China no século 10 e às Américas, pouco depois do descobrimento, trazida tanto pelos colonizadores espanhóis quanto pelos escravos africanos. No Brasil, a fruta foi introduzida pelos escravos de origens Banto e Sudanês. Adaptou-se tão bem ao nosso clima que, em algumas regiões, cresce espontaneamente. Doce e refrescante, o melhor mesmo é aproveitar a melancia ao natural — de preferência geladinha, nas épocas mais quentes, que correspondem justamente às Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 77 da safra da fruta. A melancia também é muito apreciada na forma de suco — muitas vezes, nem é preciso acrescentar água ou açúcar, basta bater a polpa e coar. A fruta também é boa para o preparo de sorbets, um tipo de sorvete que não leva leite na composição. Bastante usada em saladas de frutas, a melancia também pode ser usada para o preparo de geléias. A melancia possui substâncias antioxidantes, que têm demonstrado uma ação protetora contra o desenvolvimento de doenças crônicas, como as cardiovasculares e o câncer. Os principais compostos antioxidantes da melancia são os carotenóides licopeno, beta caroteno, luteína e zeaxantina. Essas substâncias podem ter ação preventiva em alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, e diminuem o risco de doenças oculares como degeneração macular e catarata. Alguns estudos mostram que o licopeno, o principal carotenóide da melancia, pode diminuir o nível de colesterol no sangue, tendo assim uma ação protetora em relação às doenças cardiovasculares. Outras pesquisas mostram uma associação entre o licopeno e a diminuição do risco de câncer de próstata. A vitamina A, oferecida em boa quantidade pela melancia (uma porção supre, aproximadamente, 10% das necessidades diárias da vitamina), é importante para a saúde dos olhos e ajuda o sistema de defesas do organismo. A vitaminas B5 e a vitamina B6 são outros nutrientes que contribuem para o bom funcionamento do sistema imunológico, além de atuarem na modulação dos receptores de hormônios no organismo. O ferro é essencial para o transporte de oxigênio e a formação de glóbulos vermelhos no sangue. O potássio atua como regulador da pressão e do pH sanguíneos e auxilia os processos digestivos e as contrações musculares — após atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda na recuperação dos músculos. E o magnésio, que contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico, é importante para o desenvolvimento dos ossos e dentes. Os brasileiros costumam achar que a melancia sem caroços seria a fruta ideal. Mas, em alguns países, a abundância de caroços é um dos aspectos mais valorizados da fruta. Ricos em proteínas, gorduras e carboidratos, os caroços são considerados um alimento em si em alguns países da África, onde também é extraído um óleo comestível dessas sementes. Na Índia, os caroços são transformados em farinha para pão e, na Ásia, são comidos assados e salgados. 78 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MELÃO Cucumis melo L. Fruto de uma planta rasteira da família das cucurbitáceas, o melão pertence ao gênero Cucumis, que inclui vegetais tão diversos quanto o pepino ou o kiwi. Existem inúmeras variedades cultivadas em regiões semiáridas de todo o mundo, todas apresentando frutos mais ou menos esféricos, com casca espessa e polpa carnosa e suculenta, com muitas sementes achatadas no centro. A cor e a textura da casca, bem como a cor e o sabor de sua polpa, variam de acordo com o cultivar. Suas origens são imprecisas: alguns historiadores afirmam que a planta é nativa da Ásia Central, outros, que vem do continente africano. O fato é que no antigo Egito o melão já era cultivado pelo menos desde 2.400 a.C., como confirmam os registros pintados em tumbas egípcias dessa época. Também é citado no Antigo Testamento, na passagem da travessia do deserto realizada pelo povo judeu sob o comando de Moisés. E na Roma Antiga, manuais do século 3 trazem instruções para o seu cultivo. O melão chegou à península ibérica, onde é muito apreciado, pelas mãos dos conquistadores muçulmanos, outros grandes apreciadores da fruta — segundo um antigo dito árabe, “aquele que saciar sua fome com melões se encherá de luz”. No século 15, ganhou a França e a corte francesa, que gostava de comer a fruta acompanhada de vinho moscatel. As primeiras sementes do fruto chegaram às Américas na segunda viagem de Colombo ao Novo Mundo, em 1493. Porém, no Brasil, ele só começou a ser cultivado comercialmente a partir dos anos 1960. Até então, os pés de melão eram plantados no meio de outras lavouras. Era o melão caipira, suculento e perfumado, hoje dificilmente encontrado. Inicialmente, o cultivo comercial se estabeleceu em São Paulo e no Rio Grande do Sul, mas, a partir dos anos 1980, as plantações se deslocaram para a região Nordeste, já que a planta se desenvolve melhor Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 79 em clima semiárido. Até pouco tempo, as plantações se restringiam ao melão amarelo e ao Honey Dew, conhecido como pingo de mel. Nos últimos anos, outras variedades, como o melão Gália ou o Cantaloupe, começaram a ser plantadas por aqui. Com 80% de água, o melão é bastante refrescante e, como a maioria das frutas no Brasil, é mais consumido como sobremesa. No sul da Europa, não é raro ser servido como entrada nas refeições. Essa opção foi moda por aqui nos anos 1970, quando o “melão com presunto” era sinônimo de entrada chique em jantares e restaurantes, mas a alternativa praticamente desapareceu dos cardápios. Antes de servir o melão ao natural, deixa-o, inteiro, por uma ou duas horas na geladeira. Melão maduro e geladinho é uma sobremesa refrescante e pouco calórica. O outrora famoso melão com presunto pode ser preparado com presunto de Parma ou presunto cru. É só combinar fatias da fruta e dos frios em um prato. Para um visual mais elaborado, faça bolinhas da polpa do melão com um utensílio apropriado. Batido no liquidificador, com algumas pedras de gelo, dá um ótimo suco. Também pode ser base de sorvetes e sorbets (sem adição de leite). O alto teor de água aliado às propriedades diuréticas do potássio e levemente laxantes do magnésio fazem do melão um bom auxiliar do trabalho intestinal. Como fornece uma quantidade moderada de carboidratos com baixas calorias no total, também ajuda na manutenção de um peso saudável. O betacaroteno e a vitamina C têm ação antioxidante no organismo, o que significa que ajudam a prevenir doenças, como as do coração. A vitamina C colabora para o bom funcionamento do sistema imunológico, além de participar da formação de colágeno, ossos e glóbulos vermelhos e facilitar a absorção de ferro dos alimentos. O betacaroteno, que se transforma em vitamina A no nosso organismo, protege vários tecidos, como pele, ossos e mucosas, e também contribui para o nosso sistema de defesas. O potássio é necessário para a atividade muscular normal, e fontes naturais do mineral, como algumas frutas, podem ajudar a repor o potássio perdido após atividades físicas mais intensas. Já o sódio, é um mineral necessário para funções como a transmissão do impulso nervoso, contração de músculos, absorção de nutrientes pelas células, entre outras. Porém, em excesso, é prejudicial à saúde e considerado um dos principais fatores que podem levar à hipertensão arterial. Na época em que Colombo trouxe as primeiras sementes de melão para as Américas, os frutos eram pouco maiores do que a laranja. Com o tempo, além das novas variedades que foram surgindo, eles foram aumentando de tamanho — hoje, há melões que chegam aos quatro quilos. Em média, seus pesos variam de 850 g a 1.500 g. 80 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MILHO Zea mays O milho (Zea mays), também chamado abati, auati e avati, é um conhecido cereal, cultivado em grande parte do mundo. O milho pertence ao grupo das angiospermas, ou seja produz as sementes no fruto. A planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora haja variedades bem mais baixas. O caule tem aparência de bambu e as juntas estão geralmente a cinquenta centímetros de distância umas das outras. A fixação da raiz é relativamente fraca. A espiga é cilíndrica, e costuma nascer na metade da altura da planta. Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras regulares presas no sabugo, que formam a espiga. Eles têm dimensões, peso e textura variáveis. Cada espiga contém de duzentos a quatrocentos grãos. Dependendo da espécie, os grãos têm cores variadas, podendo ser amarelos, brancos, vermelhos, pretos, azuis ou marrons. O núcleo da semente tem um pericarpo que é utilizado como revestimento. Um dos cereais mais cultivados do mundo, atrás apenas do trigo e do arroz, o milho é um dos principais alimentos da América Latina, onde surgiu. Cristóvão Colombo descobriu a planta na América e a levou para a Espanha de onde rapidamente se espalhou para outras partes da Europa, para a África, Índia, China e Oriente Médio. Naquele tempo, Colombo encontrou não somente milhos amarelos e brancos, os mais comuns hoje em dia, mas também espigas vermelhas, azuis, pretas e rosas. Os resquícios mais antigos de plantio de milho são do México, com mais de 7000 anos. Já na América do Sul, o Peru abriga os registros mais velhos, que datam de 1000 a.C. De qualquer forma, o milho sempre foi um alimento importante nas civilizações americanas de todos os tempos, principalmente entre os maias, incas e astecas. Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 81 Hoje o Brasil figura entre os maiores produtores do mundo, ao lado dos EUA, China, México e Rússia. No entanto, somente 5% da produção são destinados à alimentação humana: o restante é utilizado como ração para animais. Bolo de milho, pamonha, curau, canjica, bolinho, suflês... É possível preparar uma infinidade de pratos saborosos com milho verde. Com seus subprodutos, como o popular fubá, é possível preparar broas, pães e biscoitos. A farinha de milho dá boas farofas, polenta e angu. O milho, mesmo quando submetido a procedimentos industriais, mantém a casca que é uma excelente aliada na excreção das toxinas ingeridas durante as refeições. O milho não contém glúten, o que aumenta a gama de consumidores que estavam restringidos ao consumo de trigo, aveia e cevada, por exemplo. Este grão maravilhoso ainda tem uma vitamina especial, a B1 ou tiamina, como é mais conhecida, que confere tônus ao músculo cardíaco ajudando a manter o ritmo cardíaco normal. Também tem a vitamina E muito utilizada como conservante alimentar, já que apresenta a propriedade antioxidante. Mas não é só isso, esta vitamina também auxilia, segundo alguns estudos científicos, no combate a degeneração muscular e confere proteção ao aparelho reprodutor. E o cérebro também agradece à esta vitamina, já que é rica em fósforo (substância necessária ao sistema cerebral). Este cereal deve sempre que possível ser adquirido na sua forma natural, fresca. De preferência ainda com as folhas que dão proteção aos grãos. Porém se já não for possível têlo ao natural com a casca, analise bem a parte inferior da espiga, se estiver afiladinha e macia, o milho está apto para o consumo. No preparo das refeições o mais indicado é o óleo de milho, já que graças a suas propriedades ele dificulta a composição de flocos (placas) de gordura no sangue, conseguindo controlar ou diminuir então os níveis de colesterol ruim (LDL). Ao comprar espigas frescas, observe se são mantidas em temperaturas mais amenas no mercado ou na feira, porque são sensíveis. Se não estiverem sob refrigeração, devem estar sob abrigo de luz. As melhores espigas são aquelas que têm palha verde e não totalmente seca. Se os grãos são robustos e suculentos, ao apertá-los levemente devem soltar um líquido esbranquiçado, sinal de que estão frescos. Entre os milhos em conserva, prefira os que são conservados somente em água e sal ou os congelados. 82 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br MORANGO Fragaria L. Morangueiro é o nome comum de um conjunto de espécies, com seus híbridos e cultivares, do género Fragaria L., que produz o morango, incluindo um conjunto alargado de espécies e variedades silvestres. Existem mais de 20 espécies do género Fragaria que recebem a designação comum de morangueiro, com ampla distribuição nas zonas temperadas e subtropicais. Apesar de algumas diferenças anatómicas típicas, a classificação das espécies assenta essencialmente sobre o número de cromossomas, sendo que existem sete tipos básicos de cromossomas que todas as espécies e seus híbridos possuem em comum. A grande distinção resulta do grau de poliploidia que as espécies exibem. Algumas espécies são diploides, isto é têm dois conjuntos dos sete cromossomas básicos (14 cromossomas no total), outras são tetraploides (quatro conjuntos, 28 cromossomas), hexaploides (seis conjuntos, 42 cromossomas), octoploides (oito conjuntos, 56 cromossomas) ou decaploides (dez conjuntos, 70 cromossomas). Como regra geral, embora com algumas exceções notáveis, as espécies de morangueiro com mais cromossomas tendem a ser mais robustas e maiores, produzindo também em geral morangos maiores. Delicado e de sabor marcante, o morango é a principal fruta que dá sabor a geleias e iogurtes no Brasil. In natura, é consumido predominantemente no inverno e na primavera, quando temperaturas mais amenas permitem seu cultivo sem danos. Originário da Europa e da mesma família das rosas, foi citado em versos do escritor Ovídio, o que atesta sua presença no cotidiano da humanidade há mais de 2.000 anos. Na América, sempre foi cultivado na costa oeste, nos EUA e no Chile. No Brasil, os primeiros plantios surgiram em meados da década de 1960 e a produção vem crescendo consideravelmente, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 83 principalmente no Sudeste e no Sul. O maior produtor da fruta no Brasil é Minas Gerais, com produção predominante ao sul do Estado, próximo à divisa com São Paulo. O morango é muito versátil e faz parte de diversas receitas, como a famosa tortinha de morango e o cheesecake com calda de morango. No entanto, fica delicioso servido puro, acompanhado de creme de leite batido. Regar os morangos com azeite balsâmico antes de servir ajuda a realçar o sabor doce da fruta. Uma combinação clássica e muito romântica é servir morangos como acompanhamento para uma taça de champanhe. Além da vitamina C, o morango ainda oferece folato, fósforo, magnésio e potássio, nutrientes que ajudam na manutenção da saúde dos músculos. Como outros vegetais avermelhados, o morango também é rico em compostos fenólicos, com destaque para as antocianinas e elagitaninas. As duas substâncias são importantes antioxidantes que protegem as estruturas celulares e previnem danos causados pelos radicais livres. Além disso, possuem propriedades anticancerígenas e anti-inflamatórias. Por esse motivo, o morango tem sido associado a um menor risco de certos cânceres, a um potencial efeito cardioprotetor, e a redução de sintomas relacionados a doença reumatóide, aterosclerose e asma. Quando cultivado da forma tradicional, o morango pode receber até 45 pulverizações de agrotóxicos. Por esse motivo, especialistas têm indicado o consumo do produto orgânico, cultivado sem os agroquímicos — este é um dos poucos alimentos orgânicos cujo custo mais elevado compensa o benefício. Ela também auxilia na cicatrização, além de aumentar a absorção do ferro e a resistência aos processos infecciosos. Uma porção de oito morangos apresenta mais vitamina C do que uma laranja. Segundo uma publicação do Berry Health Symposium de 2009, o morango é também um ótimo aliado para a melhora da função cognitiva (mental). A fruta possui antioxidantes capazes de prevenir a oxidação das células, melhorando o funcionamento da memória. Por ser rico em água - cerca de 90% da sua composição, o morango possui ação diurética e um baixo valor calórico. Um único inconveniente é o fato de que, por ser fruta rasteira, está sujeita à maior ação de pragas e insetos, e, em decorrência disso, muitas vezes recebe excesso de carga agrotóxica. Para evitar o consumo de morangos com toxinas, ou minimizar este fato, a orientação é a de que a fruta seja mergulhada em água com limão antes de ser consumida. Os morangos que não forem orgânicos devem ser consumidos sem excessos. 84 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br PERA Pyrus L. A pera é o fruto comestível da pereira, uma árvore do género Pyrus L., família Rosaceae, e uma das mais importantes frutas de regiões temperadas. Descrita pelo poeta grego Homero como “um presente dos deuses”, a pera, do ponto de vista botânico, não é um fruto, mas sim um pseudofruto. Como a maçã, a designação correta é pomo. Seja como for, é considerada e adotada como fruta na dieta de países do mundo todo, e é bastante apreciada por sua doçura e sabor suave. Bem antes de Homero, há cerca de três mil anos, já há indícios do cultivo da pera. São desta época as tábuas de argila encontradas na Suméria em que aparecem desenhos da fruta, ao lado de outras figuras vegetais e humanas. Mas há especulações de que a pereira começou a ser domesticada ainda antes disso, algo entre cinco mil e sete mil anos atrás. A pereira é originária do Oriente Médio e da região de Caxemira, na Índia. Celebrada pelos gregos, manteve a fama de fruta dos deuses entre os romanos, que difundiram o pomo na Europa. Ali, por meio de cruzamentos, suas variedades foram aumentado, derivadas de duas espécies, as chamadas pera asiática e pera comum. Atualmente, calcula-se que quase mil variedades de pera sejam cultivadas no mundo todo. Ainda existem algumas espécies de pera selvagem em certas regiões da Ásia Central e do Extremo Oriente, mas os pomos, de pequeno tamanho e pouca quantidade, acabam sendo comido por pássaros antes que possam ser colhidos. As peras chegaram às Américas com os primeiros colonizadores. Nos Estados Unidos, a primeira árvore foi plantada em 1620. Só mais tarde chegou ao Brasil, onde as condições climáticas não são tão propícias ao seu desenvolvimento. Aqui, o cultivo ainda é pequeno e boa parte da pera consumida é importada, principalmente de outros países da América do Sul, como a Argentina. Entre os maiores produtores de Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 85 pera nos dias de hoje estão China, Itália e EUA. A Pera Belle-Hélène é uma clássica sobremesa francesa, feita com a pera cozida inteira em calda de açúcar ou xarope, servida com cobertura de chocolate e sorvete de creme. Também famosas na França são as tortas de pera e amêndoas, como a “Bourdaloue”. A Tarte Tatin, originalmente feita com maçãs, também fica muito boa com peras. Peras cozidas em vinho tinto acompanham bem assados de carnes, como as de vitela ou de porco. A pera fresca, em fatias, acompanha muito bem queijos como queijo de cabra, Blue Cheese ou outros queijos de sabor forte. Ao natural, o ideal é consumir a pera com a casca, depois de bem lavada. É na casca que se concentra a maior parte dos nutrientes do pomo. As fibras alimentares solúveis e insolúveis encontradas na pera fresca, especialmente em sua casa, são importantes para o bom funcionamento do intestino. Elas diminuem o risco de câncer do cólon e ajudam no controle do colesterol, atuando na prevenção de doenças cardiovasculares. O cobre presente na fruta é um mineral necessário para a formação de colágeno, responsável pela estrutura e reparação dos tecidos, especialmente pele e músculos. O cobre também é necessário para a formação de uma enzima que elimina um tipo de radical-livre gerado naturalmente pelo metabolismo, evitando que a substância oxidante permaneça por mais tempo no organismo e cause danos às membranas celulares. Como fonte de vitamina K, a pera ajuda a regular o sistema de coagulação do sangue e atua na formação dos ossos. Apesar de existir quase um milhar de variedades de pera à venda nos países temperados, propícios ao seu cultivo, a oferta no Brasil é menor — muitas vezes, composta por peras importadas. As variedades mais conhecidas por aqui são a pera d'água, a Williams e a portuguesa, geralmente mais cara. A PERA WILLIAMS, dura, granulosa e ácida, é boa para ser cozida sem se desmanchar. É desta pera que é feito o aguardente francês Poire. A PERA D'ÁGUA, também granulosa, tem a polpa mais delicada do que a Williams. De tamanho menor do que as antecessoras, a PERA D'ANJOU é arredondada e com pouco caldo. A PERA PORTUGUÊSA, que em Portugal é chamada de pera Rocha, tem forma ovalada, casca amarela e polpa macia e suculenta. A PERA DE PÉ CURTO é arredondada, e assemelha-se à mação, na aparência. Também redonda, a PERA ASIÁTICA é a mais parecida com a maçã na forma. A casca é cor de laranja e a polpa, firme. A PERA RED tem esse nome por causa da casca vermelha, e é bem suculenta. No Brasil, janeiro é o mês que as peras têm o melhor preço de compra, por causa da safra nacional. Mas é possível encontrar peras importadas o ano todo. 86 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br PÊSSEGO Prunus persica O pessegueiro (Prunus persica) é uma árvore decídua, nativa da China e Sul da Ásia, de folhas alternas e serreadas, flores roxas e drupas pubescentes, comestíveis e com propriedades aperitivas e digestivas. Possui inúmeras variedades hortícolas. O nome do pêssego vem da palavra latina “pérsica”. Ele foi dado à fruta pelos antigos gregos e romanos, já que eles acreditavam ser uma planta vinda da Pérsia. O pêssego, porém, não veio da antiga Pérsia, atual Irã, e sim da China. Foi domesticado há cerca de 5.000 anos, provavelmente — os vestígios arqueológicos mais antigos são de 4.000 anos atrás, mas acredita-se que o pêssego já era usado na alimentação antes disso. O pêssego atravessou as fronteiras da Ásia por meio da Rota da Seda, legendária rede de estradas e comércio que ligou o Extremo Oriente à Europa mediterrânea entre os séculos 2 a.C. e 16 d.C. Foi assim que chegou à Pérsia, onde o clima favoreceu a adaptação da fruta. Foram os gregos e, em seguida, os romanos, que introduziram o pêssego na Europa e contribuíram para sua disseminação. O imperador Romano Pompei, 65 anos antes de Cristo, promoveu extensas plantações de pêssego em várias regiões da Europa ocidental. Nos países do Norte da Europa, que exportavam a fruta, ela era considerada produto dos mais finos e raros. Os espanhóis foram os primeiros a trazer a fruta para as Américas, introduzindo-a na Flórida, então domínio da Espanha, em 1513. No Brasil, chegou em 1532, com a expedição de Martin Afonso de Souza, mas o cultivo comercial só começou a partir da década de 1970. A melhor forma de aproveitar os nutrientes do pêssego é comê-lo ao natural, com a casca, depois de propriamente higienizado. O pêssego, fresco ou em calda, pode entrar nas saladas de frutas. Pêssegos em calda podem Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 87 acompanhar assados de carne de porco. Feito com polpa de pêssego branco e prosseco (espumante italiano), o Bellini é um coquetel clássico, criado no mítico Harry´s Bar, de Veneza, onde era apreciado por celebridades como Ernest Hemingway, Charles Chaplin, Humphrey Bogart, Winston Churchill e Pablo Picasso, entre outros. O pêssego pode ser usado para o preparo de geléias e compotas. Também fica ótimo em tortas de frutas. O pêssego oferece uma série de substâncias antioxidantes, que estão associadas à prevenção de doenças crônicas, como o câncer, de doenças cardiovasculares e de outros problemas relacionados ao envelhecimento. Entre os antioxidantes do pêssego estão os carotenóides, como beta caroteno, luteína e zeaxantina, que podem ter ação preventiva em alguns tipos de câncer, como o de mama, e diminuem o risco de patologias oculares como degeneração macular e catarata. As vitaminas C e E também têm importante ação antioxidante e contribuem para o bom funcionamento do sistema de defesas do corpo, ajudando na prevenção de infecções. A niacina, ou vitamina B3, contribui para o processo de produzir energia a partir dos alimentos que comemos e atua na formação do material genético, permitindo o crescimento normal e saudável. Entre os minerais mais abundantes no pêssego, o potássio atua como regulador da pressão e do pH sanguíneos e auxilia os processos digestivos e as contrações musculares — após atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda na recuperação dos músculos. E o manganês, um mineral que atua junto com diversas enzimas para facilitar os processos metabólicos, tem um papel antioxidante. Por ser rico em fibras, o pêssego ajuda a prevenir doenças cardiovasculares: as fibras contribuem para o controle das taxas de colesterol e de açúcar no sangue. O consumo de fibras também está associado à prevenção do câncer de cólon. O PÊSSEGO MARAVILHA é de colheita bem precoce e tem polpa branca e caroço solto. Também bastante precoce, o TROPICAL tem polpa amarela e caroço solto. O OUROMEL , ou PINGO DE OURO, o DORUADO e o DOURADÃO têm polpa amarela e caroço solto. São indicados para consumo ao natural, assim como o JÓIA, de polpa branca. As variedades REI DA CONSERVA, REAL e DIAMANTE, de polpa amarela e caroço preso, são indicadas para o preparo de conservas. 88 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br RABANETE Raphanus sativus O rabanete, cujo nome científico é Raphanus sativus, é uma planta herbácea, anual, de pequeno porte, com folhas verdes dispostas em roseta e flores de apenas quatro pétalas encontradas em tons de branco, rosa e roxo. Sua raiz tuberosa, de formato arredondado ou alongado possui casca de coloração predominantemente avermelhada e polpa branca. Já os frutos são do tipo síliqua, ou seja, são secos e deiscentes, constituídos por dois carpelos. Apesar de não gozar de grande popularidade no Brasil, o rabanete sempre foi uma raiz bastante valorizada na Europa e na Ásia, tanto por seus usos gastronômicos quantos pelas propriedades medicinais associadas ao seu consumo. Várias propriedades curativas foram atribuídas a esse vegetal da família das crucíferas, a mesma da couve, do repolho ou dos brócolis. De fato, estudos mostram que os vegetais dessa família são especialmente ricos em substâncias antioxidantes, benéficas à saúde. De origem não totalmente esclarecida, provavelmente no Oriente Próximo ou sudoeste da Ásia, o rabanete já era conhecido no Egito há mais de 5.000 anos. Acredita-se que foram os antigos romanos que disseminaram o rabanete pelo resto da Europa. Na Idade Média e na Renascença, o rabanete era a raiz mais comum no Norte europeu e na Inglaterra. Os ingleses levaram o vegetal para suas colônias americanas, onde rapidamente ganhou popularidade. No Japão, o rabanete representa quase dois terços de toda a produção de legumes e tem um papel importante na culinária deste país, assim como na de seus vizinhos China e Coréia. O melhor é consumir o rabanete cru, com a casca. Assim, ele acrescenta textura, sabor e cor a saladas, além de Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 89 conservar melhor seus nutrientes. O rabanete é uma das hortaliças usadas nos chamados “crudités”, aperitivos feitos com legumes crus de textura crocante, cortados em tiras. O rabanete também pode ser marinado ou glaceado com manteiga e açúcar. Tanto as folhas quanto as raízes podem entrar no preparo de sopas. O rabanete é fonte de fibras alimentares, potássio, folato e vitamina C. Também contém beta caroteno e luteína e zexantina, substâncias antioxidantes. Os vegetais da família das crucíferas, como o rabanete, contêm substâncias antioxidantes que podem reduzir o risco de vários tipos de câncer, especialmente os de pulmão, de cólon, de mama, de ovário, de próstata e de rim. O consumo frequente de crucíferas foi associado à menor concentração do aminoácido homocisteína, no sangue. A alta concentração sanguínea desse aminoácido é um fator de risco para doenças cardiovasculares. Suas fibras alimentares contribuem para o controle das taxas de colesterol e de açúcar no sangue, além de diminuírem o risco de certos tipos de câncer, como o de cólon. O beta caroteno e a luteína e zeaxantina são substâncias antioxidantes que também demonstram ter uma ação preventiva contra alguns tipos de câncer, além de reduzirem o risco de doenças oculares como degeneração macular e catarata. O potássio atua como regulador da pressão e do pH sanguíneos e auxilia os processos digestivos e as contrações musculares — após atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda na recuperação dos músculos. O folato (vitamina B9 ou ácido fólico) é essencial para a produção do material genético e previne más-formações fetais. É indicado para todas as mulheres em idade fértil. E a vitamina C, além de sua ação antioxidante, é importante para proteger o organismo de infecções, manter a saúde de ossos, cartilagens e mucosas e facilitar a absorção de ferro. Contra indicações: Seu uso pode produzir gases e alergias em indivíduos sensíveis a aspirina. 90 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br ROMÃ Punica granatum A romã é uma infrutescência da romãzeira (Punica granatum) e não uma fruta. O seu interior é subdividido por finas películas, que formam pequenas sementes possuidoras de uma polpa comestível. Ela é arredondada e pode ser cor de laranja ou avermelhada tendo sementes pequenas de aspeto gelatinoso e cor vermelha. As suas flores crescem em grupos de três ou quatro e geralmente são de cor vermelho-alaranjado e as suas folhas são verdes e brilhantes. A romã é de cultivo fácil no Brasil e pode ser encontrada em qualquer parte do país. Vários estudos comprovam que o Brasil produz mais frutas do que o brasileiro consegue consumir. A romã se encaixa muito bem nessa realidade, pois ela dificilmente é utilizada em preparos culinários, tanto pela cultura ocidental, que não tem como hábito consumi-la em refeições quanto pelo desconhecimento de seu "preparo". A separação dos grãos, firmemente inseridos em sua polpa, exige certa habilidade. Mas o suco, que pode ser obtido pelo esmagamento das sementes em uma peneira, é de fácil obtenção e pode ser consumido imediatamente ou fermentado, resultando em um vinho de sabor suave e delicado muito consumido em países como a Turquia, mas não tão comum ao paladar ocidental. É importante ressaltar que, no momento da compra da fruta, devem-se escolher as frutas íntegras, maduras e sem danos aparentes, como cortes que deixam a polpa da romã exposta. Caso haja algum dano, é preferível escolher outra, pois o amassado ou o corte pode reduzir a atividade antioxidante e as disponibilidades dos compostos benéficos explorados acima, uma vez que os mesmos são muito instáveis e se degradam facilmente quando expostos às altas temperaturas, presença de Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 91 oxigênio e danos mecânicos. Por isso, aconselhamos que a polpa e sementes de romã sejam consumidas imediatamente após a exposição das mesmas ao ambiente. A casca também deve ser consumida rapidamente, mas devido ao seu gosto amargo e adstringente, pode ser triturada e adicionada em sucos, saladas ou iogurte, enriquecendo ainda mais sua alimentação saudável. A romã serve para a prevenção de algumas doenças como a obesidade, a hipertensão e outros problemas cardiovasculares devido as suas qualidades antioxidantes que impedem a oxidação cardíaca. O suco de romã é bom para diminuir os sintomas de angina e as dores de garganta. O chá feito com as suas folhas e flores é muito usado pelos seus benefícios em problemas de estômago e infecções urinárias. Infusões da sua casca ajudam a melhorar os sintomas de diarreia. Por ser muito rica em vitaminas A, B, C e ácido fólico também ajuda a aumentar as defesas do organismo, a melhorar a circulação sanguínea e a prevenir o envelhecimento, permitindo que a pele se mantenha forte e hidratada. As infusões feitas com a romã ajudam também a curar aftas e outras infecções da boca e do aparelho gastrointestinal. As propriedades da romã são principalmente a sua ação anti-inflamatória, antidiarreica, diurética, antisséptica e antioxidante. A partes que podem ser utilizadas da romã são o seu fruto, a sua casca, as suas folhas e as suas flores para fazer chás, infusões e sucos. Infusão de romã: colocar 10 gramas de casca em meia xícara de água fervente, deixando esfriar e beber quatro a cinco vezes por dia; ou colocar 10 gramas de folhas e flores de romã numa xícara de água fervente, deixando esfriar e beber cerca de três vezes por dia. Suco de romã: Bater no liquidificador 1 romã com 1 copo de água, adoçar à gosto e beber a seguir. Pode-se comer até 2 romãs por dia. Os efeitos colaterais da romã são enjoo e vômitos, no entanto quando consumida em excesso pode ser tóxica. As contraindicações da romã devem-se ao fato dela não poder ser ingerida em grandes quantidades, porque ela é rica em alcalóides e pode se tornar venosa. No entanto quando são feitas infusões não existe este perigo porque os alcalóides se juntam a outra substância, chamada de taninos, que tiram a toxicidade da romã. 92 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br RÚCULA Eruca sativa A rúcula (Eruca sativa), também conhecida como mostarda-persa, é uma verdura da mesma família que a mostarda, Brassicaceae, e originária do Mediterrâneo e da Ásia Ocidental. Adapta-se em clima fresco, nem quente e nem frio. Possui sabor muito forte, picante e amargo. Nativa do mediterrâneo, de onde se disseminou para o Oriente Médio e a Ásia, a rúcula, assim com os brócolis ou a couve, faz parte da família das crucíferas, grupo de plantas considerado especialmente benéfico na promoção da saúde e prevenção de doenças. Na região do Mediterrâneo, é consumida desde a época do Império Romano, mas, até o início dos anos 1990, não era cultivada em grande escala nem objeto de pesquisas científicas sobre suas qualidades nutricionais. Mesmo assim, virtudes medicinais já eram atribuídas à rúcula desde a Antiguidade. Os romanos a consideravam uma planta afrodisíaca e a consagraram a Príapo, deus da fertilidade e da potência sexual. O consumo de folhas cruas e grãos de rúcula era indicado para estimular o desejo sexual masculino. Provavelmente por causa dessa fama, o plantio da rúcula foi proibido nos jardins dos mosteiros durante a Idade Média. O consumo de rúcula pela população leiga também não era visto com bons olhos, embora se acredite que, de maneira mais ou menos dissimulada, ela era usada na alimentação da população. No Brasil e nos Estados Unidos, a rúcula chegou por meio dos imigrantes italianos que se estabeleceram no Novo Mundo. Apesar de não haver nenhuma evidência científica sobre seu poder afrodisíaco, a ideia continua sendo relativamente difundida. Mas o boom da rúcula, nos anos 1990, deve-se mais ao apelo gourmet que ganhou, sendo adotada por chefs famosos na onda de valorização da cozinha mediterrânea. O sabor marcante e a divulgação de suas Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 93 qualidades nutricionais também contribuíram para sua propagação. A fama da rúcula cresceu tanto que ela chegou até ser um tema na campanha presidencial norte-americana, que culminou com a eleição de Barack Obama. Ainda nas prévias, o então candidato Obama fez um comentário sobre o preço da rúcula para agricultores do estado de Iowa. A escolha da verdura foi tomada como “elitista”. O porta-voz de John McCain, candidato da oposição, chegou a declarar que “McCain não é um comedor de rúcula, um tipo de sabichão professoral”. No final das contas, o “sabichão” ganhou as eleições e a rúcula continua tendo um número crescente de apreciadores. Fresca, em saladas, a rúcula pode ser combinada com outras verduras. A mistura com outras folhas suaviza o gosto picante da rúcula. O trio “folhas de rúcula-rodelas de mussarela de búfala-tomates secos” tornou-se bastante popular no Brasil. É servido como salada, cobertura de pizzas e recheio de sanduíches. Para uma salada mais sofisticada, combine rúcula, figo fresco e presunto de Parma. Tempere apenas com vinagre balsâmico. A rúcula também é usada para a preparação do pesto, molho de origem genovesa muito apreciado em massas. Na receita original, folhas de manjericão são batidas no liquidificador com azeite, alho, pinoli e queijo tipo pecorino ou parmesão. A rúcula pode substituir o manjericão ou ser usada em conjunto com a erva. Acrescente folhas frescas de rúcula, tomate-cereja cortado ao meio e manjericão fresco ao macarrão recém-cozido, regue com azeite e sirva a seguir – não é preciso ir ao fogo. Quando as folhas começam a murchar, podem ser usadas, assim como os talos, em sopas de legumes. Assim como outros vegetais da família das crucíferas, a rúcula tem substâncias antioxidantes que atuam reduzindo o risco de vários tipos de câncer e de doenças cardiovasculares. Essas substâncias também podem ajudar a retardar o desenvolvimento de algumas doenças relacionadas ao envelhecimento. Entre os antioxidantes da rúcula, encontra-se o betacaroteno, que, transformado em vitamina A pelo organismo, oferece, além da ação antioxidante, proteção ao sistema imunológico. A vitamina K da rúcula ajuda na fabricação de proteínas que regulam a coagulação do sangue. O folato tem um papel fundamental na redução do risco de más-formações fetais. Por isso, é especialmente indicada às mulheres em idade fértil. Também chamada vitamina B9 ou ácido fólico, esse micronutriente é importante para o bom funcionamento do sistema nervoso e do imunológico e facilita os processos de cicatrização da pele. Há poucas variedades de rúcula, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. A principal diferença entre elas é o tamanho da planta. A RÚCULA CULTIVADA e a CULTIVADA GIGANTE, por exemplo, só diferem entre si pelo tamanho das folhas. A RÚCULA SILVESTRE possui folhas menores, mais recortadas, e o seu sabor é um pouco mais acentuado. A BABY ou MINIRUCULA é colhida precocemente. Suas folhas são mais tenras e de sabor um pouco mais suave. Já a RÚCULA HIDROPÔNICA diferencia-se pelo sistema de cultivo, que é feito com as raízes imersas em solução balanceada de nutrientes minerais, sem terra. 94 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br TANGERINA Citrus reticulata A tangerina (Citrus reticulata), também laranja-mimosa, mandarina, fuxiqueira, poncã, laranja-cravo, mimosa, vergamota, clementina, bergamota ou mexerica, é uma fruta cítrica de cor alaranjada e sabor adocicado. Parece ser uma antiga espécie selvagem, nativa da Ásia (Índia, China e países vizinhos de climas subtropical e tropical úmido). A árvore é de porte mediano, com espinhos nos galhos, como forma de proteção, com flores brancas e aromáticas, semelhantes à laranjeira. "Bergamota" ou "vergamota" são as denominações dadas à tangerina na Região Sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul. "Mexerica" é um termo mais comum nas regiões CentroOeste e Sudeste do Brasil, especialmente em Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo, onde faz-se distinção da mexerica, Citrus reticulata, em relação à tangerina ou tangerina-verdadeira, Citrus tangerine, como ocorre na língua inglesa, onde a mexerica é uma mandarin orange e a tangerina é uma tangerine. Em alguns estados da Região Nordeste do Brasil, é conhecida como "laranja-cravo", no estado da Bahia conhecida como tangerina ou mexerica. Em Santa Rita, no estado da Paraíba, é conhecida também como "laranja-crava", sendo isto uma variação utilizada apenas nesta cidade. Nos estados do Piauí e Maranhão, é conhecida também como "tanja", sendo isto uma abreviação de tangerina. Em alguns poucos lugares, como em Curitiba e no litoral paranaense (principalmente em Paranaguá), é chamada de "mimosa". No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, qualquer Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 95 qualidade de tangerina é chamada "poncã". Em Goiás e em São Paulo, a fruta é popularmente conhecida por "mexerica". Já "poncã" é usado para denominar apenas uma das variedades comerciais que tem a casca macia e solta dos gomos. Normalmente, é colhida entre os meses de maio a agosto, mas a safra pode ir de abril a setembro. A casca possui concentrações elevadas de vitaminas A, B1, B2, Niacina, Vitamina C, cálcio e fósforo, podendo ser usada para fazer doces e geleias. O valor nutritivo do suco ou da polpa varia conforme a espécie, mas é sempre boa fonte de vitaminas A e C e sais minerais como potássio, cálcio e fósforo. A vitamina C é essencial para o sistema imunológico. A vitamina A é indispensável para a saúde dos olhos e da pele e aumenta a resistência às infecções. As vitaminas do complexo B fortificam os nervos. A tangerina é considerada grande fonte de magnésio. O ser humano precisa de magnésio, apresentando maior concentração desse mineral nos ossos e músculos. Ele tem papel importante na síntese das proteínas, na contratilidade muscular e na excitabilidade dos nervos. Popularmente, a tangerina é conhecida pelo seu efeito diurético, digestivo e aumento na eficiência física. Não existem evidências científicas que indiquem seu uso na hipertensão arterial ou na prevenção da arterioesclerose. É laxativa, pois apresenta grande quantidade de fibras, devendo ser ingerida com o bagaço para melhorar o funcionamento do intestino. Também não existem evidências que recomendem a tangerina como protetor de outras doenças como câncer, diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. O chá das folhas é considerado popularmente como calmante. Conserva-se bem em geladeira por até três semanas. Contém: ácido ascórbico, ácido cítrico, violaxatina, nomilina, hesperidina e bergaptina. Indicações: Angina, carência de vitamina C, controlar a ansiedade, bronquite, depressão, dor de garganta, resfriado, gripe, infecção urinária, leucorréia, tuberculose, catapora, vermes, mau hálito e infecções vaginais. Contra Indicações: Pode causar irritação na pele, se consumida em excesso. Modo de Uso: Comer a fruta fresca ou preparar uma infusão de folhas de tangerina, na proporção de 20g para cada xícara de chá. 96 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br TOMATE Solanum lycopersicum O tomate é o fruto do tomateiro (Solanum lycopersicum; Solanaceae). De sua família, fazem também parte as berinjelas, as pimentas e os pimentões, além de algumas espécies não comestíveis. O tomateiro é uma planta fanerógama, angiosperma e dicotiledônea. Trata-se de um fruto, uma vez que é o produto do desenvolvimento do ovário e do óvulo da flor, formando o pericarpo e as sementes, respectivamente, após a fecundação. Popularmente, no entanto, não há consenso entre sua classificação como fruta ou legume. Apesar de constantemente associado à cozinha da Itália, dado seu largo uso na sua culinária italiana, o tomate já era primordialmente consumido nas civilizações inca, maia e asteca antes de ser levado para a Europa. Pertence a um extenso rol de alimentos da América précolombiana desconhecidos do Velho Mundo antes das grandes navegações, do qual fazem parte o milho, vários tipos de feijões, batatas, frutas como abacate e o cacau (de cujas sementes se faz o chocolate), afora artigos de uso nativo que se difundiram, como o chicle (seiva de Sapota (ou sapoti)) e o tabaco. Inicialmente, o tomate era tido como venenoso pelos europeus e cultivado apenas para efeitos ornamentais, supostamente por causa de sua conexão com as mandrágoras, variedades de Solanáceas usadas em feitiçaria. Os primeiros registros apontam para a sua chegada em Sevilha, na Espanha, no século XVI, que era um dos principais centros de irradiação comercial para toda a Europa, principalmente Itália e Países Baixos. Os italianos logo chamaram os primeiros frutos de pomo d'oro (pomo de ouro). A literatura culinária espanhola antiga (1599 - 1611) não registra o uso do tomate. Na Itália, Antonio Latine escreveu, entre 1692 e 1694, o livro de cozinha napolitana Lo Scalco alla Moderna, em que uma das suas receitas recomendava levar ao fogo pedaços de tomate, Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 97 sem pele ou sementes, temperando com salsinha, cebola e alho picados, salpicados com sal e pimenta, acrescidos de azeite e vinagre, para obter um molho de tomate "de estilo espanhol". Em 1745, o livro do espanhol Juan Altamiras descrevia duzentas receitas, dentre as quais treze tinham tomate em seus ingredientes. Já na Inglaterra, a partir de 1750, se tem evidências de seu uso pelas famílias judias, que já o consumiam, muito embora permanecesse suspeito ao restante dos cidadãos até o século XIX. Somente no século XIX é que o tomate passou a ser consumido e cultivado em escala cada vez maior, inicialmente na Itália, depois na França e na Espanha, ganhando popularidade depois que os povos do sul da Europa declinaram sobre aquela suspeita, tornando-o um dos principais ingredientes da culinária mediterrânea. Alla bolognesa, à espanhola, à mexicana, à la marselhesa, alla napolitana, alla parmigiana, à la orientale, à la niçoise, à portuguesa e à la provençale são apenas algumas das infinitas receitas que adotaram o fruto como ingrediente; uma lista que não para de se renovar. Os tomates podem ser divididos em diversos grupos, de acordo com seu formato e sua finalidade de uso: Santa Cruz, tradicional na culinária, utilizado em saladas e molhos e de formato oblongo; Caqui, utilizado em saladas e lanches, de formato redondo; Saladete, utilizado em saladas, de formato redondo; Italiano, utilizado principalmente para molhos, podendo ainda fazer parte de saladas. Seu formato é oblongo, tipicamente alongado; Cereja, utilizado como aperitivo, ou ainda em saladas. É um "minitomate", com tamanho pequeno, redondo ou oblongo. Além de diferirem em seu formato, os tomates também podem ter variações em sua coloração. Apesar de ser bem mais comum encontra-lo na coloração vermelha, atualmente, novos tipos de tomate podem ser encontrados na cor rosada, amarela e laranja. Os dois últimos são mais difíceis de serem encontrados no Brasil. Tipos de tomates: Caqui, Carmem, Débora, Italiano ou Rasteiro, Holandês, Cereja ou Cherry, Chucha, "Sweet Grape", San-Marzano, Ligúria, Raf e Kumato. Os benefícios do tomate para a saúde estão relacionados, em grande parte, ao fato dele oferecer boas quantidades de vitamina A e de ser uma excelente fonte de vitamina C. Enquanto a vitamina A é essencial para a visão, crescimento dos ossos e saúde da pele, a vitamina C fortalece o sistema imunológico, participa da formação de colágeno (tecido que mantém a parede dos vasos sanguíneos e cicatriza feridas) e está ligada a um menor risco de catarata e de certos tipos de câncer como o de boca, de estômago e de mama. Apesar de todos os benefícios combinados das vitaminas A e C, é a presença de grandes quantidades de licopeno que cada vez mais atenção tem despertado para o tomate. Estudos científicos sugerem que, graças as suas propriedades antioxidantes, este pigmento carotenóide possa prevenir algumas doenças como, por exemplo, o câncer de próstata, e contribuir para prevenção de doenças cardiovasculares. Existem muitos estudos científicos a caminho mas, por ora, não há consenso sobre qual seja a quantidade ideal para a saúde. Estes números variam entre 4 a 35 mg por dia. O seu filho volta da aula de ciências afirmando que o tomate é um fruto. Você insiste que é um vegetal. Ele está certo... E você também! A controvérsia está por aí há mais de 100 anos. Desde 1893, para ser exato. Naquele ano, nos Estados Unidos, os importadores de fruta John, George e Frank Nix processaram o coletor de impostos de Nova Iorque, Edward Hedden, por lhes taxar um carregamento de tomates vindo das Índias Ocidentais. Naquela época, a importação de frutas não era taxada, a de vegetais, sim. É nesse momento que a Suprema Corte dos Estados Unidos entra em cena, reconhecendo que tecnicamente os tomates eram de fato frutos, mas aceitando “na linguagem comum das pessoas” que eles eram vegetais — cultivados no quintal como o pepino, os feijões e as ervilhas. E sendo servidos como prato principal, não como sobremesa. Por decreto, então, o tomate, botanicamente um fruto, virou vegetal. 98 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br UVA Vitis L. A uva é o fruto da videira (Vitis sp.), uma planta da família das Vitaceae. É utilizada frequentemente para produzir sumo, doce (geleia), vinho e passas, podendo também ser consumida crua. A videira, vinha ou parreira é uma trepadeira da família das vitáceas, com tronco retorcido, ramos flexíveis, folhas grandes e repartidas em cinco lóbulos pontiagudos, flores esverdeadas em ramos, e cujo fruto é a uva. Originária da Ásia, a videira é cultivada em todas as regiões de clima temperado.1 A videira produz as uvas, fruto de cujo suco se produz o vinho. O cultivo da videira para a produção de vinho é uma das atividades mais antigas da civilização. Evidências indicam o cultivo da videira para a produção de vinho na região do Egito e da Ásia Menor durante o período neolítico, ao mesmo tempo em que a humanidade, instalada em colônias permanentes, começou a cultivar alimentos e criar gado, além de produzir cerâmica. Acredita-se que a uva selvagem, nativa da Ásia, espalhou-se pelo mundo muito antes do surgimento do Homo sapiens. Fruto primordial, começou a ser domesticado há cerca de 6.000 anos. Depois disso, não demorou muito para que o ser humano descobrisse a maravilhosa propriedade de fermentação da uva e sua transformação em vinho. A bebida, desde suas origens, tinha uma conotação divina e era usada ritualmente. Não surpreende, portanto, que a uva, sua matéria prima, tenha sido venerada pelos povos antigos. Gregos e romanos se dedicaram a melhorar as espécies de uvas viníferas, mas também apreciavam a uva de mesa, fresca, e as passas, de uva seca. Com o advento do Cristianismo, o cultivo da uva para a produção do vinho tornou-se essencial — o vinho é central na liturgia da missa. O cultivo da uva de mesa foi deixado de lado, e o consumo da fruta fresca tornou-se algo incomum. Algumas espécies que não serviam para a produção de Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br 99 vinho, como a uva Itália, eram destinadas à alimentação de animais. Os colonizadores espanhóis e portugueses levaram a uva às suas colônias no Novo Mundo. Assim, podiam ter o vinho indispensável à celebração das missas e à missão catequizadora dos povos indígenas. No Brasil, o cultivo de uvas viníferas teve início em 1535, na Capitania de São Vicente. Mas foi apenas no final do século 19, com a imigração italiana, que esse cultivo se expandiu. No começo do século 20, o consumo de uvas de mesa começou a ganhar força. Mais para o final deste século, descobertas sobre as propriedades antioxidantes de compostos da uva aumentaram o interesse pela fruta in natura. Hoje sabemos que parte dos benefícios atribuídos ao vinho, como a proteção cardiovascular, estão relacionados ao álcool em si. Mas os efeitos dos compostos fenólicos, substâncias antioxidantes, vêm da uva mesmo, que é deliciosa comida fresca ou preparada como suco. As uvas são divididas entre as viníferas, para a produção de vinho, e as de mesa. AS UVAS RÚSTICAS DE MESA são a Niagara Branca, Niagara Rosada, Isabel e Concord. Entre as UVAS FINAS DE MESA estão a Itália, a Rubi, a Benitaka, a Brasil, a Red Globe e a Patrícia. AS UVAS SEM SEMENTES produzidas no Brasil são a Maria e a Paulista. A THOMPSON encontrada no mercado costuma ser importada. Além de servir uvas frescas ou na salada de fruta, as variedades com polpa mais resistente podem ser usadas em pratos salgados. Uma salada refrescante é feita com uvas Itália partidas ao meio e pepino em rodelas em um molho de iogurte temperado com hortelã. A uva também pode ser usada como guarnição de carnes, aves e peixes assados. A uva preta é ótima para o preparo de geleia. Uvas frescas também são usadas em coberturas e decoração de bolos e tortas. Os compostos fenólicos encontrados na uva são substâncias com propriedades antioxidantes, que têm demonstrado uma ação protetora contra o desenvolvimento de certas doenças crônicas, como as cardiovasculares e o câncer. A uva contém carotenóides (alfa caroteno, beta caroteno, luteína e zeaxantina) que também estão associados à prevenção de certos tipos de câncer, como o de mama, e diminuem o risco de doenças oculares como degeneração macular e catarata. Uma substância antioxidante da uva que tem sido muito estudada é o resveratrol. Em estudos de laboratório, essa substância demonstrou efeito antiplaquetário (que diminui a formação de coágulos sanguíneos e, por isso, protege o coração) e de redução da oxidação celular, retardando os efeitos do envelhecimento. Estudos também apontam que as uvas vermelhas melhoram a flexibilidade dos vasos sanguíneos e diminuem a oxidação do colesterol “ruim” (LDL) e a pressão arterial, trazendo benefícios à saúde cardiovascular. Outro nutriente com propriedades antioxidantes da uva é a vitamina C, que contribui para o bom funcionamento do sistema de defesas imunológicas e para melhor absorção do ferro alimentar. A vitamina K regula os processos de coagulação do sangue. Além de ser encontrada na uva, também é fabricada pelo próprio corpo. Essa vitamina, em excesso, pode ter interação com medicamentos anticoagulantes. Por isso, pessoas que tomam regularmente esses remédios devem prestar atenção quando consumirem vários alimentos ricos em vitamina K. O potássio atua como regulador da pressão e do pH sanguíneos e auxilia os processos digestivos e as contrações musculares — após atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda na recuperação dos músculos. 100 Livreto de apoio do curso Oratória Prática - PLANTAS MEDICINAIS Acesse nosso site www.semmaisdesculpas.com.br