Jornal da Junta Comercial de Mato Grosso - Ano V - Número 18 - Março - 2005 Inscrição Estadual já pode ser feita na Jucemat lembrando sua condição de empresário, ressaltou a facilitação da rotina. “Nós que Fotos: SECOM - MT Mais um passo rumo à simplificação no processo de registro mercantil: a Inscrição Estadual já pode ser feita na Junta Comercial. A possibilidade coloca Mato Grosso como o quarto Estado brasileiro com sistemas semelhantes – Maranhão, Bahia e São Paulo. A medida reduzirá o tempo de tramitação documental para abertura de empresas de cerca de 60 para 3 dias. Além de maior rapidez e redução nos custos, o Governador Blairo Maggi, MT em Foco: Terezinha Maggi A entrevistada desta Edição é a secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Cidadania de Mato Grosso, Terezinha Maggi, que ressaltou a necessidade de qualificar para empregar mais, e enfatizou que o acesso ao trabalho, proporcionando meios para o cidadão comprar sua própria cesta básica é uma for- ma de resgate da dignidade e cidadania. Ao delinear mecanismos e parceria do trabalho da Setec, Terezinha mostrou alguns valores e dados sobre a participação da iniciativa privada na viabilização de cursos de qualificação. A secretária citou ainda o Microcrédito como oportunidade *Para mais informações, procure a Jucemat viemos do outro lado do balcão sentimos na pele a dificuldade de obter documentos e certidões. Por isso, desde o início da minha gestão a orientação era para romper com essa burocracia histórica”, disse Blairo. Com a modernização do sistema, também será dispensada a apresentação da certidão negativa de débito da Procuradoria Geral do Estado- PGE no ato da constituição de uma nova empresa. Pág. 4 de crescimento sócio-econômico para pequenos empreendedores e prestadores de serviço. E apontou o aumento do número de vagas de emprego nas atividades rurais. Pág. 3 Registrando Nesta edição, a assessora jurídica da Jucemat, Isis Pernomian, fala sobre o artigo 3º da Lei nº 5.889/ 73, que define a empresa rural, sob a ótica do direito do trabalho, como a “atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com o auxílio de empregados”. E o art. 971 do Código Civil, no qual está previsto que o produtor rural pode organizar sua atividade sob a forma de empresa. Leia mais na Pág. 4 Carta No Carta ao Empresário deste mês, o presidente do CRC , Ironei Márcio Santana, fala da rigorosa fiscalização da Receita Federal, lembrando aos advogados especialmente a necessidade de redobrar a atenção na hora de fazer a declaração. “Nenhum centavo de imposto dos honorários deve ser esquecido”, alerta ele. Pág. 2 2 editorial Março 2005 Registro Mercantil Foto: SECOM-MT Insistimos: simplificar mais é preciso! M ais um convênio, aliás, muito positivo, foi fechado no sentido de promover a desburocratização do serviço de registro mercantil, possibilitando fazer a Inscrição Estadual na Jucemat. Este passo é um grande avanço no contexto de simplificação do registro, que já conta com a possibilidade de se fazer também o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica-CNPJ na Junta. Em torno destas medidas, somam-se facilidades como o Site e os 16 prepostos no interior do Esta- do, que dispõem de serviços como emissão de certidões e autenticação de livro mercantil, evitando que o usuário – seja o contabilista, seja o empresário - tenha que se deslocar à capital para operações simples como estas. Não podemos nos esquecer da melhoria de logística presente na qualificação profissional e na modernização do arquivo da Jucemat, permitindo maior rapidez no atendimento ao usuário. Aqui, cabe um aparte à nossa busca por uma sede maior (ou reestrutura desta) para ampliação do espaço físico em geral e do arquivo, visando a devida acomodação do acervo documental do Órgão, com uma sistematização que permite manuseio rápido e seguro, bem como localização imediata de documentos. Neste ínterim lembro que o gerenciamento documental adequado influencia diretamente no aumento do tempo ou celeridade dos procedimentos. Como se vê, muitas ações vêm sendo realizadas para tornar mais rápido e menos complicado o registro mercantil. No entanto, cientes do longo percurso a ser percorrido para facilitar a vida do cidadão, as atividades das empresas e melhorar a qualidade da prestação de serviços mercantis, con- Foto: Assessoria CRC/MT Ana Maria da Costa e Faria é vice-presidente da Jucemat Jornal da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso Blairo Maggi Governo do Est. de Mato Grosso Alexandre Furlan Secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia Ruyter Barbosa Presidente da JUCEMAT Ana Maria da Costa e Faria Vice-Presidente da JUCEMAT Henrique de Oliveira Rodrigues Secretário Geral Gentil Bussiki Procurador Regional VOGAIS Carta ao Empresário O leão quer surpreender os advogados Milhões de megabytes de informações de contribuintes circulam todos os dias pelos computadores da Receita Federal, resultado de diversos convênios realizados com instituições brasileiras, desde municípios até o exército. Todo mundo está sendo vigiado. A lei complementar nº 104, de 10 de janeiro de 2001, regulamenta o acesso da Receita Federal à movimentação financeirobancária de todos os correntistas. Estas informações cruzadas com as declarações de Imposto de Renda apontarão se existe irregularidade ou não. Agora esta fiscalização chega com rigor ao encalço dos advogados, que precisam redobrar a atenção na hora de fazer a declaração. Nenhum centavo de imposto dos honorários deve ser es- tinuamos insistindo: simplificar mais é preciso! quecido. No início do mês de fevereiro 2005, a SRF (Secretaria da Receita Federal) e STF (Supremo Tribunal Federal) firmaram convênio estabelecendo os procedimentos necessários para a troca de informações de interesse recíproco entre as instituições. O maior interesse da Receita Federal está justamente nos honorários, que são especificados pelos juízes ou ministros nos processos. Estes precisam estar condizentes em declarações de I.R.P.F ou I.R.P.J. O primeiro convênio com a Justiça foi com as varas federais, mas no ano passado eles passaram a ser assinados com os Tribunais Superiores com os objetivo de chegar a todos os terminais da Justiça brasileira. O primeiro acordo foi assinado em 2004 com STJ (Superior Tribunal Justiça), depois com o Conselho da Justiça Federal e agora STF. Já na declaração I.R.P.F 2005/2004, tem mais uma novidade para os advogados. Profissionais liberais, como arquiteto e engenheiros, foram separados dos profissionais do Direito, na relação de pagamentos efetuados, destacando que obrigatoriamente os pagamentos de honorários advocatícios passam a ser classificados da seguinte forma: código 18 – Advogados (honorários relativos a ações judiciais, exceto trabalhista); código 19 – Advogados (honorários relativos a ações judiciais trabalhista) e o código 20 – Advogados (demais honorários). Tudo isto faz deixar claro quanto à necessidade de se prevenir para não ser necessário remediar. Ironei Márcio Santana é contador e Presidente do Conselho Regional de Contabilidade de MT Jonas Sousa Fecomércio Edson Andrade Famato Luiz Garcia Fiemt Luciana Serafim OAB-MT Rubens M. de C. Thommen CRA-MT Atila Pedroso CRC-MT Heytor G. Reyes Assoc. Comercial de Cuiabá Eder Freitas União Federal Aurelino Levy Corecon-MT Ana Maria da Costa e Faria Governo do Est. de Mato Grosso Ruyter Barbosa Governo do Est. de Mato Grosso Produção Gráfico-Editorial Armazém.com & Editora Rosa [email protected] Márcia Pereira Jornalista Responsável Honéia Vaz Redação e Edição Gráfica MULTICOR Impressão Av. Historiador Rubens de Mendonça, s/nº CPA - Cuiabá - 78.055.500 Tel.: (65) 613-9555 - Fax: (65) 613-9595 www.jucemat.mt.gov.br 3 Março 2005 mt em foco “Proporcionar meios para o cidadão comprar sua própria cesta básica é resgatar sua dignidade” Foto: SECOM/MT razendo a iniciativa privada para parceria com a administração pública, a Secretária de Estado de Trabalho, Emprego e Cidadania de Mato Grosso, Terezinha Maggi, nesta entrevista, aponta a capacitação técnica como tônica nas ações da Setec, e o acesso ao trabalho remunerado como um importante meio de resgate da ção, no contexto de especidadania. A Secretária ci- cificidades e perfil do mertou ainda o segmento ru- cado local, a exemplo do ral como um promissor ge- apontamento de que o serador de emprego no Esta- tor agrícola foi o de maior do. crescimento em Mato Informativo Jucemat - Grosso, gerando mais de Como seu planejamento 8.400 novas vagas de emcontempla este resgate pregos no período fevereinos planejamento de gera- ro de 2004 a janeiro de ção de emprego? 2005 (segundo o Cadastro Terezinha Maggi - Quando Geral de Empregados e você proporciona meios do Desempregados do Miniscidadão adquirir a sua própria tério do Trabalho e Emcesta básica através de um prego), como funciona? emprego, você está resgatan- Terezinha - Mediante estes do a dignidade e cidadania da números, temos priorizado pessoa. Aliás, a procursos a exemmoção do acesso à “A parceria plo do de operahabitação, estrada, de máquicom iniciati- dores saúde, educação, são nas e implemenações em do resgate va privada é tos agrícolas, que da cidadania. fundamental é direcionado a Jucemat - Como funárea da agricultuciona este direcio- para realizar ra. Conforme aunamento da mãoos cursos” menta o número de-obra já qualifide vagas de emcada? prego em determinado seTerezinha - Enquanto os alu- tor, aumenta também a pronos ainda estão nas aulas, nos- cura por mão-de-obra capasos técnicos já iniciam conta- citada, e a Setec procura tos com o mercado de tra- adequar-se a esta demanda. balho local. E todos os cida- Jucemat - Para este atendãos capacitados pela Setec dimento às demandas e são encaminhados para o Sine, perfil das localidades, que em 2004 empregou como funciona a avaliação 18.902 trabalhadores. da Setec? Jucemat - Esta qualifica- Terezinha - Contamos com os Conselhos Municipais do tação dos participantes. A SeTrabalho, com a parceria dos tec entrou com o técnico e Prefeitos e das primeiras-da- as despesas do mesmo com mas de cada localidade para diárias e deslocamento. Só identificarmos o potencial para se ter uma idéia: uma dos municípios/localidades e máquina agrícola chega a vaimplementarmos as ações. ler R$ 450 mil; um instrutor Um curso de operadores de custa para a empresa cerca máquinas ou de vaqueiro, por de R$ 20 mil, e há mais R$ 5 exemplo, não será útil em mil do seguro desta máquiuma cidade que não tiver vo- na. As indústrias custeiam cação para a agropecuária. tudo isso. Agora dá para imaEntão trabalhamos a realida- ginar o quanto a iniciativa pride local. O que temos obser- vada vem investindo nos provado é que o Estado está em jetos de parceria com o Gofranca expansão, mas há ca- verno? rência de mão-de-obra capa- Jucemat – No sentido geração de renda citada para ocupar estas vagas. “Nós já libe- por meio de nepróprios Jucemat – Qual é o ramos mais gócios ou prestação de grau de relação de parceria entre ini- de R$ 460 mil serviços o que a ciativa privada e em financia- Setec vem fazendo? Setec? mentos com Terezinha - Temos Terezinha - O Gojuro zero” os Microcrédito, verno Federal reduum programa que ziu em 90% os recursos que vinham para Mato é a verdadeira inclusão social Grosso na área da qualifica- do pequeno empreendedor ção profissional. Até 2007 que já tem um “negocinho” e está estipulado e acertado R$ quer ampliar ou pretende 1 milhão por ano para inves- abrir um. Nós já liberamos tir nesta área. Tenho o maior mais de R$ 460 mil em finanorgulho em dizer que o em- ciamentos a juro zero, o que presariado de Mato Grosso é importante frisar. O cidase preocupa com a inclusão dão só paga juro se ele atrasocial. Temos parcerias com sar o pagamento das parceempresas do ramo da cons- las. Temos depoimentos de trução civil e pesada, da pe- várias pessoas que mudaram cuária, do comércio e da in- de vida após conseguir o emdústria. Um bom exemplo é préstimo, sem contar o ino projeto Parceria Rural para cremento na economia do viabilizar cursos de aperfei- município.Exemplos de ações çoamento técnico. Em um de incentivo ao trabalho auano esta parceria permitiu ca- tônomo, temos o Projeto pacitarmos cerca de 1,5 mil Kanjinjin, que foi desenvolvipessoas, tendo a iniciativa do em Vila Bela e beneficiou privada disponibilizado o ma- 100 famílias locais com a proquinário, o transporte des- dução do tradicional Licor tes equipamentos e a alimen- Kanjinjin. 4 Março 2005 Desburocratização Inscrição Estadual já pode ser feita na Jucemat dividual ou por meio de sociedade empresária, com registro perante a Junta Comercial. Ele pode optar, ainda, por exercer sua atividade rural como sociedade simples, a qual adquire personalidade jurídica própria com o arquivamento de seus atos constitutivos perante o Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Entretanto, o produtor rural que, mesmo desempenhando atividade econômica agrícola ou pecuária, preferir não adotar a forma de empresa rural permanecerá vinculado a regime jurídico próprio, como pessoa física, inclusive para os efeitos da legislação tributária, trabalhista e previdenciária, com responsabilidade ilimitada e com comprometimento direto de seu patrimônio pessoal nas obrigações contraídas em razão do exercício de sua atividade. Neste caso, ele poderá continuar na condição de produtor rural, ou seja, sem arquivamento de atos no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), desde que, solicite sua inscrição na Secretaria da Fazenda (Sefaz), vez que apenas com a inscrição é que poderá obter o talão de notas fiscais de produtor rural fornecido pela SEFAZ. Ademais, é com a inscrição na Secretaria da Fazenda é que a pessoa física faz prova que é produtor rural. Fotos: SECOMT Junta, onde acontece o registro da empresa, este processo fica muito mais simples”, lembra Ruyter. O Governador Blairo Maggi, lembrando sua condição de empresário, ressaltou que a possibilidade trará, além de redução no tempo e dos custos, facilitação da rotina. “Nós que viemos do outro lado do balcão sentíamos na pele a dificuldade de obter documentos e certidões. Por isso, desde o início da minha gestão a orientação era para romper com essa burocracia histórica. Enfrentamos dificuldades até pelos aspectos legais que impedem o ajustamento na legislação e na conduta dos órgãos, mas aos poucos e com determinação vamos rompendo as barreiras para facilitar a vida do contribuinte, do empresariado. Esse avanço mostra respeito ao usuário”. A medida vem ainda com uma modernização no sistema que , de acordo com a legislação da Sefaz, no ato da Inscrição Estadual, ou abertura de empresa , fica dispensa a apresentação da certidão negativa de débito da Procuradoria Geral do Estado- PGE. As facilidades se somam outras já em funcionamento, a exemplo do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), antes feito apenas na Receita Federal e, desde agosto de 2004, também na Jucemat. Blairo: lembrança das dificuldades como empresário e empenho para simplificar procedimento Presidente da Jucemat assinando o convênio e ao lado o secretário de Estado de Fazenda, Waldir Teis M ais um passo rumo à simplificação no processo de registro mercantil: a Inscrição Estadual já pode ser feita na Junta Comercial. A possibilidade coloca Mato Grosso como o quarto Estado no ranking de federações com sistemas semelhantes – Maranhão, Bahia e São Paulo. Segundo o presidente da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso-Jucemat, Ruyter Barbosa, com esta ação, viabilizada por meio de um convênio Governo do Estado e Jucemat no último dia 10, o tempo de tramitação documental para abertura de empresas será reduzido de 60 para aproximadamente 3 dias. “O deslocamento por vários órgãos e a exigência de documentos, muitas vezes em duplicidade, são realmente fatores influentes na demora deste registro. Podendo a Inscrição Estadual ser feita na Fotos: Márcia Pereira registrando Produtor Rural Isis Permoniar é Assessora Jurídica da Jucemat Sob o aspecto legislativo, o art. 3º da Lei nº 5.889/73 define a empresa rural, sob a ótica do direito do trabalho, como a “atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com o auxílio de empregados”. O produtor, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, poderá, se quiser, requerer inscrição no Registro Público de Empre- sas Mercantis (Junta Comercial) da respectiva sede, se assim proceder, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro, tendo inclusive as mesmas responsabilidades fiscais. De acordo com o art. 971 do Código Civil, é facultado a qualquer produtor rural organizar sua atividade econômica sob a forma de empresa, que, neste caso, pode ser tanto sob firma in-