Lição 11 06 de Dezembro a 12 de Dezembro A Preparação para a Ceifa Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Tiago 5:7-12; Romanos 13:11; I Coríntios 3:13; Lucas 7:39-50; Colossenses 4:6. VERSO ÁUREO: “Sede vós, também, pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.” Tiago 5:8. NOS TEMPOS DA CIVILIZAÇÃO GRECO-ROMANA (como nalguns lugares ainda hoje), uma grande azáfama precedia a chegada de um dignitário visitante. As ruas eram limpas, as montras das lojas eram lavadas, plantavam-se flores e aumentava a prevenção contra o crime. Todos os esforços eram feitos para garantir que o lugar parecesse perfeito quando aquela alta figura chegasse. A palavra grega parousia, que é utilizada em todo o Novo Testamento em referência à “vinda” de Cristo, tal como em Tiago 5:7 e 8, é um termo técnico para a chegada de um rei ou de um dignitário. Se tais preparativos precediam a chegada de governantes terrenos, não deveríamos nós fazer tudo para ter o nosso coração preparado para a vinda do nosso Senhor e Salvador? Como, porém, devemos fazer essa preparação, quando “daquele dia e hora ninguém sabe” (Mat. 24:36)? O que significa sermos “pacientes” e “fortalecer” o nosso coração? De que modo se relaciona isto com a ideia da “chuva temporã e serôdia” (Tiago 5:7)? Embora nos textos que veremos esta semana o contexto pareça ser o do fim dos tempos, a mensagem básica é muito relevante para os crentes em qualquer época. Ao longo da nossa História, e mesmo no período da nossa própria vida, enfrentamos provações e sofrimento que nos exigem que permaneçamos firmes na fé, como fizeram os profetas da Antiguidade. Ano Bíblico: I Tessalonicenses. SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), Responsabilidades do Homem de um Talento (Capítulo), (118) Comentário “Pedi ao Senhor chuva, no tempo da chuva serôdia; o Senhor, que faz os relâmpagos, lhes dará chuveiro de água” (Zac. 10:1). “E fará descer a chuva, a temporã e a serôdia” (Joel 2:23). No Oriente, a chuva temporã cai na época da sementeira. É necessária para que a semente possa germinar. Sob a influência dos chuveiros fertilizadores, a tenra raiz desponta. A chuva serôdia, que cai perto do fim da estação, amadurece o grão e prepara-o para a ceifa. O Senhor usa estas ações da Natureza para representar a obra do Espírito Santo. Tal como o orvalho e a chuva são dados primeiro para fazer germinar a semente, e depois para amadurecer a colheita, também o Espírito Santo é dado para levar avante, de uma etapa a outra, o processo do crescimento espiritual. O amadurecimento do grão representa a conclusão da obra da graça de Deus na alma. Pelo poder do Espírito Santo, a imagem moral de Deus deve ser aperfeiçoada no caráter. Devemos ser totalmente transformados à semelhança de Cristo. A chuva serôdia, que representa o amadurecimento da colheita da Terra, representa a graça espiritual que prepara a Igreja para a vinda do Filho do Homem. Mas, a menos que a chuva temporã tenha caído, não haverá vida; a folha verde não despontará. Se as primeiras chuvas não tiverem desempenhado a sua função, a chuva serôdia não poderá aperfeiçoar nenhuma semente. Deve haver “primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga” (Mar. 4:28). Deve haver um desenvolvimento constante da virtude cristã, um avanço constante na experiência cristã. É isto que devemos procurar com intensidade de desejo, para que possamos embelezar a doutrina de Cristo, o nosso Salvador. – Review and Herald, 2 de março de 1897. À ESPERA DA “CHUVA” Domingo, 07 de Dezembro. Os agricultores estão diretamente dependentes do tempo atmosférico para o seu sustento. Se o tempo for demasiado seco ou demasiado húmido, frio ou quente de mais, a sua produção será desfavoravelmente afetada. Em países mais secos, como em Israel, a margem de segurança ainda é menor e a importância de chuva abundante nas épocas apropriadas é significativamente maior. Quer cultivada numa pequena quinta familiar ou numa grande propriedade, a colheita e o seu valor subsequente estão diretamente dependentes da chuva. A chuva temporã, que habitualmente cai em outubro-novembro, humedece o solo e prepara-o para a sementeira e para a germinação. A chuva serôdia, por volta de março ou abril, amadurece a produção e prepara-a para a colheita. Leia Tiago 5:7. (Compare com Deut. 11:14; Jer. 5:24; 14:22; Joel 2:23). Que ideia sobre a chuva apresentam estas passagens do Velho Testamento? Na sua opinião, que razão terá levado Tiago a usar esta imagem em relação com a vinda do Senhor? Veja também Ose. 6:1-3; Joel 2:28 e 29. “Por meio da figura das chuvas temporã e serôdia, que caem nas terras do Médio Oriente na época das sementeiras e da colheita, os profetas hebraicos predisseram a concessão da graça espiritual, numa medida extraordinária, à Igreja de Deus. O derramamento do Espírito Santo nos dias dos apóstolos foi o início da chuva temporã, e glorioso foi o seu resultado. ... Contudo, perto da conclusão da colheita na Terra, está prometida uma concessão especial da graça espiritual a fim de preparar a Igreja para a vinda do Filho do homem. Este derramamento do Espírito é comparado à queda da chuva serôdia; e é por este poder acrescentado que os Cristãos devem enviar as suas petições ao Senhor da colheita, ‘no tempo da chuva serôdia’.” – Ellen G. White, Our Father Cares (O Nosso Pai Preocupa-Se), p. 212. Jesus referiu a “ceifa” no “fim do mundo” (Mat. 13:39). Marcos 4:26-29 apresenta um quadro muito parecido com o de Tiago 5:7. O agricultor espera que o grão amadureça: “primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa” (vs. 28 e 29). Só na época da colheita se torna possível distinguir o trigo do joio (Mat. 13:28-30; compare com Mal. 3:17 e 18). O que nos diz o facto de só podermos distinguir o trigo do joio na época da ceifa acerca da forma como devemos viver a nossa fé agora, antes dessa ceifa? Ano Bíblico: II Tessalonicenses. Comentário Muitos têm em grande medida deixado de receber a chuva temporã. Não têm obtido todos os benefícios que Deus tem, assim, providenciado para eles. Esperam que as faltas sejam supridas pela chuva serôdia. Quando a maior abundância da graça estiver para ser concedida, tencionam abrir o coração para a receber. Estão a cometer um erro terrível. O trabalho que Deus começou no coração humano, através da Sua luz e conhecimento, deve estar continuamente a avançar. Cada indivíduo deve estar consciente da sua própria necessidade. O coração deve ser esvaziado de toda a mancha, purificado para habitação do Espírito. Foi pela confissão e pelo abandono do pecado, por meio de fervorosa oração e da entrega pessoal a Deus, que os discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O mesmo trabalho, apenas num grau mais elevado, deve ser feito agora. Então o agente humano só teve de pedir a bênção e esperar que o Senhor aperfeiçoasse a obra a seu respeito. Foi Deus que começou a obra, e Ele terminará a Sua obra, tornando o homem completo em Jesus Cristo. Mas não se deve negligenciar a graça representada pela chuva temporã. Só os que estiverem a viver de acordo com a luz que têm recebido poderão receber maior luz. Se não nos estivermos a desenvolver diariamente na exemplificação das ativas virtudes cristãs, não reconheceremos as manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Pode estar a ser derramada nos corações ao nosso redor, mas nós não a discerniremos nem a receberemos. Não podemos, em nenhum ponto da nossa experiência, dispensar a assistência daquilo que nos capacita a dar o primeiro passo. As bênçãos recebidas sob a chuva temporã, são-nos necessárias até ao fim. No entanto, só isso não nos basta. Embora acariciemos as bênçãos da primeira chuva, não devemos, por outro lado, perder de vista o facto de que, sem a chuva serôdia, para encher a espiga e amadurecer o grão, a colheita não estará pronta para a ceifa, e o trabalho do semeador terá sido em vão. No início, a graça divina é necessária, a graça divina em cada passo de avanço; só a graça divina pode completar a obra. Não há lugar para nós descansarmos numa atitude despreocupada. Nunca devemos esquecer as advertências de Cristo: “Vigiai em oração” (I Ped. 4:7). “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando” (Luc. 21:36). A ligação a cada momento com o Agente divino é essencial para o nosso progresso. Podemos ter tido uma medida do Espírito de Deus, mas tanto pela oração como pela fé devemos buscar continuamente mais do Espírito. Nunca dá resultado cessarmos os nossos esforços. Se não progredirmos, se não nos colocarmos numa atitude em que tanto possamos receber a chuva temporã como a serôdia, perderemos a nossa alma e a responsabilidade jazerá à nossa porta. “Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia” (Zac. 10:1). Não fiquem satisfeitos, pensando que, no decorrer normal da estação, a chuva cairá. Peçam-na. O crescimento e a perfeição da semente não dependem do lavrador. Só Deus pode amadurecer a colheita. Mas exige-se a cooperação do homem. A obra de Deus por nós exige a ação da nossa mente, o exercício da nossa fé. Devemos buscar os Seus favores de todo o coração, se queremos receber os chuveiros da graça. – Review and Herald, 2 de março de 1897. A QUE DISTÂNCIA ESTÁ A “VINDA QUE ESTÁ PRÓXIMA”? Segunda, 08 de Dezembro. Tiago 5:8 afirma que a vinda de Cristo está “próxima”. No entanto, depois de quase dois mil anos, como devemos entender esta promessa? Jesus descreveu a vinda do Reino (Mat. 4:17; 10:7; 24:33) por meio de parábolas, a fim de ensinar em termos compreensíveis as “coisas celestiais” com que não estamos familiarizados. Um estudo atento destas parábolas revela que o Reino tem dois aspetos: uma realidade presente, espiritual e uma realidade gloriosa que ainda está por vir. Todos os apóstolos fixaram a sua esperança na vinda iminente de Jesus (Rom. 13:11; Heb. 10:25; Tiago 5:9), mas eles nunca identificaram com exatidão quando isso ocorreria. Exatamente como nós, eles queriam saber quando, mas Jesus explicou que o conhecimento dessa informação não era o melhor para eles (Atos 1:6 e 7). Afinal, até que ponto seriam eles zelosos na partilha do Evangelho com o mundo, se tivessem sabido que a obra não estaria terminada ao fim de quase dois mil anos – e ainda com mais algum tempo pela frente? O que quer Tiago dizer quando afirma “fortalecei os vossos corações” (Tiago 5:8), e por que razão, do seu ponto de vista, o fruto é chamado “precioso” (timios, no grego, v. 7)? (Veja I Tes. 3:13; II Tes. 3:3; I Pedro 1:19; I Cor. 3:12.) A palavra “fortalecer” (sterizo) significa “fixar firmemente”. O nosso coração deve estar tão fixado no Senhor que não possa ser movido, apesar das pressões que sobre ele se exerçam. Estar confirmados na verdade (II Pedro 1:12), resistir às tentações e suportar provações e sofrimentos pela nossa fé (Atos 14:22), tudo contribui para esta obra. O crescimento espiritual é um processo que nem sempre é fácil, mas dá “precioso fruto”. Crentes, redimidos pelo “precioso [timios] sangue de Cristo” (I Pedro 1:19), são de valor infinito para o “Agricultor” celestial. A palavra timios também é usada para descrever as “pedras preciosas” que simbolizam crentes que são “edificados” em Cristo, o “fundamento”, a pedra de esquina do templo espiritual de Deus, a Igreja (I Cor. 3:11 e 12). O apóstolo Paulo, por outro lado, compara crentes instáveis a madeira, feno e palha, que não perduram e que, por fim, serão consumidos pelo fogo quando Cristo vier (I Cor. 3:12-15). É importante, por conseguinte, perguntarmo-nos, com uma certa regularidade, se as nossas energias estão realmente direcionadas para aquilo que mais valorizamos, para quem consideramos ser o mais precioso! “A obra de cada um se manifestará; na verdade, o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Coríntios 3:13. Examine a sua vida. Que tipo de obra é a sua? Ano Bíblico: I Timóteo. Comentário A nós que estamos no mesmo limiar do seu cumprimento, de que profundidade são esses momentos, de que vivo interesse são esses sinais das coisas futuras – acontecimentos pelos quais, desde que os nossos primeiros pais se encaminharam para fora do Éden, os filhos de Deus têm vigiado e orado e os quais têm ansiosamente aguardado! Companheiro peregrino, estamos ainda no meio das sombras e dos tumultos das atividades terrenas. Mas, em breve, o nosso Salvador deverá aparecer para nos dar liberdade e repouso. Olhemos pela fé para o futuro feliz, tal como a mão de Deus o pinta. Aquele que morreu pelos pecados do mundo está a abrir, de par em par, as portas do Paraíso a todo o que n’Ele crê. Em breve a batalha estará terminada e a vitória ganha. Em breve veremos Aquele em Quem se têm centralizado as nossas esperanças de vida eterna. Na Sua presença, as provas e os sofrimentos desta vida parecerão como se nada fossem. “Não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.” Isa. 65:17. “Não rejeiteis pois a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará.” Heb. 10:35-37. “Israel é salvo... com uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados nem confundidos em todas as eternidades.” Isa. 45:17. Olhem para cima, olhem para cima, e deixem que a vossa fé cresça continuamente. Deixem que esta fé vos guie pelo caminho estreito que leva através das portas da cidade para o grande além, o vasto e ilimitado futuro de glória que há para os redimidos. [Tiago 5:7 e 8 citado]. – Review and Herald, 1 de julho de 1915. O momento exato da Segunda Vinda de Cristo não está revelado. Jesus disse: “Daquele dia e hora ninguém sabe” (Mat. 24:36), mas Ele também deu sinais da Sua vinda, dizendo: “Quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas” (Mat. 24:33). Ele ordenou-lhes, à medida que os sinais da Sua vinda aparecessem: “Olhai para cima, e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Luc. 21:28). E, tendo em vista estas coisas, o apóstolo escreveu: “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda, como um ladrão. Porque, todos vós sois filhos da luz e filhos do dia” (I Tes. 5:4 e 5). Como não sabemos a hora da vinda de Cristo, temos de viver sóbria e piedosamente neste mundo atual, “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. (Tito 2:13). Cristo deu-Se a Si mesmo por nós, para que pudesse redimir-nos de toda a iniquidade e purificar para Si mesmo um povo peculiar, zeloso de boas obras. O Seu povo deve preservar as suas características peculiares como Seus representantes. Há trabalho para cada um fazer. O rico deve utilizar os seus recursos, o dignitário a sua influência, o instruído a sua sabedoria, o pobre a sua virtude, se quiserem ser obreiros eficientes de Deus. Devem estabelecer um relacionamento correto com Deus, para que possam refletir a luz da glória de Deus, que resplandece na face de Jesus Cristo. Lemos sobre um grupo que coloca o dia da vinda de Jesus muito longe, mas para esses a Sua vinda será como um ladrão na noite e serão, de repente, surpreendidos pela destruição. Quantos há que estão dispostos a deixarem-se embalar até adormecer no berço da segurança carnal; mas está na hora de despertarmos do sono. O apóstolo diz: “Nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios” (I Tes. 5:5 e 6). Deveríamos estar acordados para discernir os sinais dos tempos e advertir as pessoas. Há muitos no mundo que procuram acalmar o alarido das pessoas que dizem: “Paz, paz; quando não há paz” (Jer. 8:11), mas devemos seguir o caminho oposto a este. Há muitos que dizem aos despertos: “Não se incomodem, continuem na impiedade, continuem a glorificar o eu e a viver em prazer. O dia do Senhor não está perto.” Não tinha Cristo um objetivo em vista quando disse “Eis que cedo venho” (Apoc. 22:12)? Não viu Ele que a Sua Igreja precisaria de manter na mente este solene evento? Diremos com os escarnecedores dos últimos dias: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (II Ped. 3:4). Eu não pretendo estar neste grupo. Quero despertar os homens com a mensagem da breve vinda de Cristo. – Signs of the Times, 24 de junho de 1889. QUEIXUMES, QUERELAS, CRESCIMENTO Terça, 09 de Dezembro. Quando é que chega a Segunda Vinda? Porque estamos aqui ainda? Não é de surpreender que, atualmente, no século vinte e um, existam céticos e zombadores. Na história da Igreja, nada disto é novidade. As ameaças mais perigosas que Israel enfrentou ao longo da sua História não vieram da parte dos seus inimigos, mas de dentro das suas próprias fileiras e do interior do coração de cada um. De igual modo, à medida que a vinda do Senhor se aproxima, “temos muito mais a temer de dentro do que de fora. ... A incredulidade com que se contemporiza, as dúvidas expressas, as sombras acariciadas, animam a presença dos anjos maus, e abrem o caminho para a execução dos ardis de Satanás”. – Ellen G. White, Eventos Finais, p. 136. Daí que Tiago 5:9 nos admoeste: “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.” Em que queixas e querelas contra outros, ou até contra a Igreja, já se envolveu pessoalmente (e, por vezes, talvez até com boas razões)? A questão é: Como lidou com essas situações? Com mansidão, humildade e perdão na mesma medida com que foi perdoado por Deus (veja Lucas 7:39-50) ou lidou conforme os padrões do mundo? Seja honesto consigo mesmo! Do que lemos anteriormente nesta epístola, parece que havia sérios problemas entre os crentes, incluindo favoritismo (Tiago 2:1, 9), vis suspeitas (Tia. 2:4), falar mal uns dos outros (Tia. 3:10; 4:11), inveja (Tia. 3:14), discórdias (Tia. 4:1), mundanismo (Tia. 4:4, 13 e 14). Na sua linha de coerência, Tiago dirige-nos para as soluções profundas para estes problemas: fé (Tiago 1:3, 6), “a Palavra [de Deus em nós] enxertada” (Tiago 1:21), a contemplação da “lei da liberdade” (Tiago 1:25; 2:12), singeleza de espírito e sábio entendimento (Tiago 3:13, 17), graça (Tiago 4:6), mãos limpas e um coração puro (Tiago 4:8). O apóstolo insiste também para que haja expressões exteriores da atuação de Deus no interior (Tiago 2:1426), incluindo visitas aos aflitos e esquecidos (Tiago 1:27), manifestações de misericórdia (Tiago 2:13) e demonstrações de paz em vez de discórdia (Tiago 3:18). Por último, somos responsáveis diante de Deus; Aquele a Quem teremos de prestar contas é o Senhor, que é o Juiz e que dará a cada um conforme a sua atuação. Enquanto aguardamos o regresso do Senhor, quais são algumas maneiras possíveis e positivas de encorajar e erguer os outros? Por que razão é muito importante que façamos isto? Ano Bíblico: II Timóteo. Comentário Sejamos cuidadosos na forma como atribuímos uma sentença de condenação a alguém por quem temos nutrido antipatia, porque não está de acordo com as nossas ideias, pois a sentença refletir-se-á em nós mesmos, e fará muito mais dano em nós do que naquele que condenamos. Cristo quer que a Sua Igreja esteja forte, em união. Louvemos todos Deus porque não seremos julgados de acordo com o discernimento do homem finito, que é muito propenso a ser corrompido. … “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta” (Tia. 5:9). O homem não pode ler o coração do homem. O seu juízo é formado pelas aparências e estas, muitas vezes, enganam. Deus lê a intenção e os propósitos do coração. Não faça nada clandestinamente; seja claro como o dia, leal aos seus irmãos e irmãs, lidando com eles da forma como desejam que Cristo lide consigo. – Manuscript Releases, vol. 15, pp. 195 e 196. Quando o Espírito Santo atuar na mente dos membros da nossa Igreja, ver-se-á nas nossas igrejas um padrão muito mais elevado no discurso, no ministério e na espiritualidade, do que agora se vê. Os membros da Igreja serão refrigerados pela água da vida, e os obreiros, labutando sob a direção da Cabeça única, Cristo, revelarão o seu Mestre na palavra, no espírito, em toda a forma de ministério, e animar-se-ão uns aos outros na grandiosa obra final em que estão envolvidos. Haverá um salutar aumento da unidade e do amor, que dará testemunho ao mundo de que Deus enviou o Seu Filho para morrer pela redenção dos pecadores. A verdade divina será exaltada, e, ao brilhar como uma lâmpada que arde, nós compreendê-la-emos cada vez melhor. Foi-me mostrado que, se o povo de Deus não fizer esforços, da sua parte, mas esperar apenas que venha sobre eles o refrigério para remover os defeitos e corrigir os erros; se confiarem nisso para serem purificados da imundícia da carne e do espírito, e prepará-los para participarem da parte no alto clamor do terceiro anjo, serão achados em falta. O refrigério ou poder de Deus só atingirá aqueles que se prepararam para ele, fazendo o trabalho que Deus ordena, isto é, purificando-se de toda a impureza da carne e do espírito, aperfeiçoando-se em santidade, no temor de Deus. – Counsels for the Church, p. 100. EXEMPLOS DE PACIENTE PERSEVERANÇA Quarta, 10 de Dezembro. Leia Tiago 5:10 e 11. O que têm em comum Job e os profetas? Por que razão, no seu entender, estes exemplos são enaltecidos? No meio das nossas próprias provações, que lições pessoais podemos retirar destas histórias? Os profetas de Israel foram fiéis na pregação da Palavra do Senhor sem a alterarem ou porem em causa. O livro aos Hebreus, exaltando a fidelidade dos profetas para com Deus, traça um quadro muito claro: eles “fecharam as bocas dos leões” [Daniel]; “apagaram a força do fogo” [Sadraque, Mesaque e AbedNego]; “escaparam do fio da espada” [Elias e Eliseu]; “experimentaram cadeias e prisões” [Jeremias e Miqueias]; “foram apedrejados” [Zacarias, filho de Jeoiada]; “serrados” [Isaías]; [e] “mortos ao fio da espada” [veja I Reis 19:10] (Heb. 11:33-37). É claro que os sofrimentos de Job também são proverbiais, bem como a paciência que ele demonstrou, apesar do escárnio por parte da própria esposa e da censura daqueles que vieram lamentar-se com ele. O que distinguiu estes e muitos outros heróis da fé dos seguidores vulgares ou medianos de Deus? Tiago menciona várias qualidades: paciência, persistência e, acima de todas, esperança e confiança em Deus. Um dos atributos é a “paciência” (makrothymias), também traduzida por “resignação” ou “tolerância”. Refere-se à capacidade de permanecer de pé sob circunstâncias difíceis e provações, e de ultrapassar o que quer que a vida (ou o diabo!) lance sobre nós. Os profetas suportaram com paciência todo o seu sofrimento pela Palavra de Deus (Tiago 5:10). A palavra é usada frequentemente no Novo Testamento, incluindo a referência a Abraão, que aguardou “com paciência” durante os muitos anos da sua peregrinação que Deus desse cumprimento à Sua promessa de lhe conceder um filho (Heb. 6:12, 15). Descreve ainda Jesus a suportar pacientemente todo o Seu sofrimento e morte na cruz (II Pedro 3:15). Perseverança (hypomonê), por sua vez, foca o objetivo final deste processo, ansiando pela chegada à meta. Job é apresentado como o paradigma desta qualidade. Apesar de tudo o que sofreu, Job manteve firmemente o olhar na confirmação final que esperava receber (Job 14:13-15; 19:23-27). Pessoalmente, com o que está a debater-se neste momento? Por que coisas tem orado que ainda não se realizaram? Com que frequência tem sentido até um certo desânimo? Pense nas provações de alguns dos personagens bíblicos acima mencionados (ou de outros); imagine como, por vezes, devem ter-se sentido desanimados. O que consegue retirar desses exemplos de sofrimento, capaz de ser uma ajuda na sua experiência pessoal de provações? Ano Bíblico: Tito. Comentário Pela sua [Job] paciente persistência reivindicou o seu caráter, e assim o d’Aquele de Quem ele era representante. E “o Senhor virou o cativeiro de Job; ... e o Senhor acrescentou a Job outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. E, assim, abençoou o Senhor o último estado de Job, mais do que o primeiro”. Job 42:10, 12. – Educação, p. 156. O patriarca [Abraão] estava a morar em Berseba, rodeado de prosperidade e honra. Era muito rico e honrado pelos governantes da Terra como príncipe poderoso. Milhares de ovelhas e cabeças de gado cobriam as planícies que se estendiam para além do seu acampamento. De todos os lados estavam as tendas, os lares, de centenas dos servos fiéis. O filho da promessa tinha crescido ao seu lado até à idade adulta. O Céu parecia ter coroado com a sua bênção uma vida de sacrifício, ao suportar corajosamente o adiamento das suas esperanças. – Patriarcas e Profetas, p. 119 (Ed. P. SerVir). Aquele que serve sob a ensanguentada bandeira de Emanuel, muitas vezes, tem de fazer coisas que requerem esforço heroico e paciente perseverança. Mas o soldado da Cruz permanece, sem recuar, na frente da batalha. À medida que o inimigo incita o ataque contra ele, este volta-se para a Fortaleza em busca de socorro; e ao apresentar ao Senhor as promessas da Sua Palavra, é fortalecido para os deveres do momento. Ele dá-se conta da necessidade que tem das forças lá de cima. As vitórias que alcança, não o levam a exaltar-se, mas induzem-no a apoiar-se cada vez mais firmemente n’Aquele que é poderoso. Confiando nesse poder, é habilitado a apresentar a mensagem de Salvação tão eficazmente, que tange nos outros espíritos uma corda correspondente. – Obreiros Evangélicos, p. 16. Aqueles que experimentaram o novo nascimento, acabaram de entrar na vida cristã. A esses são dirigidas as palavras do apóstolo: “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim, também, andai nele” (Col. 2:6). Na tempestade da oposição, no redemoinho da dificuldade que somos chamados a enfrentar, é, por vezes, difícil manter a paciência e a bondade de Cristo, é difícil enfrentar a acusação injuriosa com palavras da verdade escriturística. Mas essa deve ser a conduta do Cristão. Deus prometeu graça para cada provação. Pela paciente persistência podemos tornar-nos fortes, pelo fracasso podemos aprender o sucesso e através da aparente derrota podemos vencer. Que não desanimem aqueles que são extremamente provados e tentados, e que sentem que não têm força para enfrentarem sozinhos o poder do mal. Deus pede-vos que sejam coobreiros com Ele. Não precisam de esperar por grandes oportunidades nem pedir talentos extraordinários. Usem as capacidades que têm agora. Não se desgastem com ansiedade por causa do êxito dos vossos esforços, mas calma e fielmente façam o que puderem, deixando os resultados para Deus. Embora estejam rodeados pelas trevas da incredulidade, podem permitir que a vossa vida diária seja uma luz para o mundo, um testemunho vivo do poder da graça divina. A influência desse testemunho irá ampliar-se e aprofundar-se, desde que esteja ligado ao Deus de sabedoria e poder. Assegure-se de que o seu memorial está escrito lá em cima, e no dia de Deus alguns dos que estarão entre os redimidos chamarvos-ão benditos. – Australasian Union Conference Record, 6 de maio de 1907. TRANSPARENTE COMO A LUZ DO SOL Quinta, 11 de Dezembro. Leia Tiago 5:12. Os comentadores têm-se sentido intrigados quanto à razão que parece ter levado Tiago a dar tanta importância à questão de se fazer juramentos solenes. Mesmo que a intenção fosse proibir todo o discurso desse tipo, por que razão parece ter sido recomendado como importante acima de tudo (“sobretudo”) o que é tratado neste capítulo ou, talvez, em toda a carta? Será assim realmente uma questão tão importante? Temos de ter em mente aquilo que já vimos ao longo do nosso estudo sobre esta epístola – Tiago não se dá por satisfeito com uma fé superficial ou com uma forma de religião, apesar das imagens distorcidas que dele, por vezes, nos são dadas. Tiago é um autor totalmente orientado para o Evangelho, de tal modo que estabelece padrões demasiado altos para que os alcancemos sem a graça perdoadora e fortalecedora de Deus. As nossas palavras revelam o que temos no coração: “Do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mat. 12:34). A teologia de Tiago está impregnada do pensamento de Jesus, que nos ordenou: “de maneira nenhuma jureis: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei” (Mat. 5:34 e 35). Parece até que algumas pessoas punham o cabelo da sua cabeça como garantia daquilo que juravam (v. 36). Contudo, Jesus disse que tudo isso era errado: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não” (Mat. 5:37). Todas as coisas pertencem a Deus, incluindo cada um dos cabelos da vossa cabeça (mesmo que, nalguns casos, não sejam muitos!), por isso “não há coisa alguma que, como se fora nossa mesma, tenhamos o direito de empenhar para o cumprimento da nossa palavra. (…). “Tudo quanto os Cristãos fazem deve ser tão transparente como a luz do Sol. A verdade é de Deus; o engano, em todas as suas múltiplas formas, é de Satanás”. – Ellen G. White, Pensamentos Sobre o Sermão da Montanha, pp. 66, 68. É perfeitamente claro que Cristo não estava a proibir juramentos judiciais, porque Ele próprio, quando posto sob juramento pelo sumo-sacerdote, não Se recusou a responder, nem mesmo condenou o processo, apesar dos numerosos desvios da jurisprudência correta (Mat. 26:63 e 64). Há várias coisas que devem ser tidas em mente quando se fala a verdade, sendo a primeira e mais importante o facto de que raramente sabemos sequer toda a verdade, mesmo a nosso respeito, e por isso devemos ser humildes. A segunda é que, quando falamos a verdade, deve ser sempre com amor e para a edificação daqueles que nos ouvem. Leia Efésios 4:15, 29; Colossenses 4:6. Medite, em espírito de oração, sobre a poderosa mensagem contida nestes versículos. Pensemos em como seria diferente (e melhor!) a nossa vida, se estivéssemos, mediante a graça de Deus, a seguir rigorosamente estas admoestações. Ano Bíblico: Filémon. Comentário Os Judeus compreendiam o terceiro mandamento como estando a proibir o uso profano do nome de Deus; mas achavam que podiam usar outros juramentos. Fazer juramentos era uma coisa comum entre eles. Tinham sido proibidos, através de Moisés, de jurar falsamente; mas tinham muitos meios de se livrar da obrigação imposta por um juramento. Não temiam condescender com o que era realmente profano, nem recuavam do perjúrio, desde que o mesmo estivesse velado por qualquer técnica evasiva à Lei. Jesus condenou as práticas deles, dizendo que o seu costume de jurar era uma transgressão do mandamento de Deus. No entanto, o nosso Salvador não proibiu o emprego do juramento judicial, no qual Deus é solenemente invocado para testificar de que o que se diz é verdade, e nada mais do que a verdade. O próprio Jesus, no Seu julgamento perante o Sinédrio, não Se recusou a testemunhar sob juramento. Disse-Lhe o sumo-sacerdote: “Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.” Jesus respondeu: “Tu o disseste.” Mat. 26:63 e 64. Se Cristo, no Sermão da Montanha, tivesse condenado o juramento judicial, no Seu julgamento teria reprovado o sumo-sacerdote, reforçando assim, para benefício dos Seus seguidores, os Seus próprios ensinos. Há muitos que não temem enganar os seus semelhantes; mas foi-lhes ensinado, e foram impressionados pelo Espírito de Deus, que mentir ao seu Criador é uma coisa terrível. Quando postos sob juramento, élhes feito sentir que não estão a testemunhar apenas diante dos homens, mas perante Deus; que se derem falso testemunho, é Àquele que lê o coração, e que sabe a exata verdade. O conhecimento dos terríveis juízos que se têm seguido a esse pecado tem uma influência refreadora sobre eles. Mas se existe alguém que possa coerentemente testificar sob juramento, esse é o Cristão. Ele vive constantemente como se estivesse na presença de Deus, sabendo que cada pensamento está aberto perante os olhos d'Aquele com Quem temos de tratar; e, quando lhe é exigido que o faça de forma legal, é-lhe lícito apelar a Deus como testemunha de que o que ele diz é a verdade, e nada mais do que a verdade. Jesus estabeleceu então um princípio que tornaria desnecessário o juramento. Disse que a exata verdade deve ser a lei da linguagem. “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mat. 5:37). Estas palavras condenam todas aquelas frases sem sentido e palavras desnecessárias, que beiram a profanidade. Condenam os cumprimentos falaciosos, a evasão à verdade, as frases lisonjeiras, os exageros, as falsidades no comércio, que são coisas comuns na sociedade e no comércio do mundo. Elas ensinam que ninguém que procura parecer o que não é, ou cujas palavras não exprimam o sentimento real do coração, pode ser chamado verdadeiro. – O Maior Discurso de Cristo, pp. 66-68. Vi que alguns dos filhos de Deus têm cometido um erro em relação à prestação de juramento, e Satanás tem-se aproveitado disto para os oprimir, e tirar-lhes o dinheiro do seu Senhor. Vi que as palavras do nosso Senhor: “de maneira nenhuma jureis”, não se referem ao juramento judicial. “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mateus 5:34, 37). Isto refere-se a conversas comuns. Alguns exageram na sua linguagem. Outros juram pela própria vida; outros, pela sua cabeça – tão certo como eles viverem; tão certo como terem cabeça. Uns usam o Céu e a Terra como testemunhas de que essas coisas são assim. Outros ainda esperam que Deus lhes tire a existência se o que estão a dizer não é verdade. É contra esta espécie de juramento comum que Jesus adverte os Seus discípulos. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 201. Sexta, 12 de Dezembro. ESTUDO ADICIONAL: Ellen G. White, “De Jezreel a Horebe”, pp. 105-111; “Que Fazes Aqui?”, pp. 113-119; “No Espírito e Virtude de Elias”, pp. 121-128; em Profetas e Reis, ed. P. SerVir. Leia acerca da experiência de Elias e de Job em tempos de provação e acerca do significado que têm para nós nos últimos dias. “Esperar pacientemente, confiar quando tudo parece escuro, eis a lição que os líderes na obra de Deus necessitam de aprender. O Céu não lhes faltará no dia da adversidade. Nada é aparentemente mais desamparado, mas na realidade mais invencível, do que aquele que sente a sua nulidade e confia inteiramente em Deus. (...) “Sobrevirão provas; mas continua a avançar. Isto fortalecerá a tua fé e preparar-te-á para o serviço. Os registos da História Sagrada são escritos, não apenas para que os possamos ler e maravilhar-nos, mas para que a mesma fé que agiu nos servos de Deus, no passado, possa atuar em nós.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, pp. 117 e 118, ed. P. SerVir. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1. Todos conhecemos a parábola sobre o trigo e o joio que crescem juntos até à ceifa (Mateus 13). No entanto, o que quer isso dizer em termos de disciplina da Igreja? O que quer dizer em termos de enfrentar rebelião declarada ou apostasia nas nossas fileiras? Espera-se simplesmente que fiquemos parados e sem fazer nada, dizendo que isso será resolvido quando o Senhor voltar? É óbvio que não. De que modo – à luz desta parábola, mas também à luz dos exemplos em que a disciplina foi necessária na Igreja Primitiva, como aconteceu com os Coríntios e os Gálatas – devemos lidar com o joio, sobretudo com aqueles cujo único propósito parece ser o de sufocar o trigo e nada mais? 2. A todos nós vêm tentações e provações. Que promessas da Bíblia e dos escritos de Ellen G. White têm sido confortadoras para si e o têm ajudado a manter a sua fé? Que personagens bíblicos têm sido mais significativos para si, nas dificuldades e perante o que possa estar para vir? 3. Tiago diz-nos: “não vos queixeis uns contra os outros” (Tia. 5:9). Não obstante, as pessoas, e mesmo outros crentes cristãos, podem fazer coisas que nos incomodam e aborrecem. Como se aprende a amar, a perdoar, a suportar e a ir além de muitas das coisas “insignificantes” da vida que nos podem tornar irritáveis e, na realidade, más testemunhas? Ano Bíblico: Hebreus 1-3. Comentários de EGW: Leitura Adicional Profetas e Reis, “De Jezreel a Horebe”, pp. 105-112; “Que Fazes Aqui?”, pp. 113-120; “No Espírito e Virtude de Elias”, pp. 121-128 (Ed. P. SerVir). :HI'>P�e ts�L 8b�/span>, “De Jezreel a Horebe”, pp. 105-112; “Que Fazes Aqui?”, pp. 113-120; “No Espírito e Virtude de Elias”, pp. 121-128 (Ed. P. SerVir). Moderador Texto-Chave: Tiago 5:7-11. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Classe Vai: Aprender: A compreender o que significa manter uma vigília paciente enquanto se aguarda pelo Senhor. Sentir: O desenvolvimento de paciência no meio da injustiça e do sofrimento. Fazer: Esforçar-se por não perder o ânimo perante o mal, enquanto aguarda o regresso do Senhor. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: A Vigília Paciente do Coração. A. Definir o que Tiago quer dizer com ser-se paciente. B. Quais são as características de uma pessoa paciente, tal como apresentadas por Tiago? II. Sentir: A Paciência de Job. A. Em que aspetos imagina que as provações que Job sofreu moldaram e fortaleceram a sua fé? B. O que pode retirar do exemplo de Job que fortaleça a sua fé pessoal? III. Fazer: Vigiar e Esperar. A. De que modo podemos demonstrar a outros a paciência em ação? B. De acordo com Tiago, como devemos reagir à corrupção que vemos no mundo? Sumário: Enquanto aguardamos o regresso do Senhor, Tiago ordena aos crentes que se esforcem por ser pacientes perante o mal e a injustiça e por não desanimar. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO – MOTIVAR! Realce da Escritura: Tiago 5:7-11. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Enquanto aguardamos o regresso do Senhor, Tiago ordena-nos que nos esforcemos por ter paciência perante o mal e que não desanimemos. Só para o Dinamizador: Use a seguinte atividade de troca de impressões para ajudar os membros da Unidade de Ação a compreenderem a necessidade do cultivo da paciência no meio da injustiça e do sofrimento, descansando na promessa de que, no fim, Deus endireitará todas as coisas. Atividade: Analisem as provações que afligiram Job e alguns dos profetas do Velho Testamento, concentrando-se naquilo que sofreram e como lidaram com a perseguição. Pense Nisto: Se tivesse de pintar um quadro verbal da paciência, à luz da história de Job, que aspeto teria a paciência? De que modo mostrou Isaías paciência quando lhe foi pedido que suportasse a morte da esposa? Qual foi a resposta de Oseias às instruções de Deus para que tomasse como esposa uma adúltera? Até que ponto estas vidas demonstram a paciência em ação, e que lições nos ensinam a propósito de fazermos o mesmo? 2º PASSO – ANALISAR! Só para o Dinamizador: Ajude os membros a aprofundarem a sua compreensão não só do que é a paciência, mas também da forma como atua e como é notada quando em ação. COMENTÁRIO BÍBLICO I. A Vigília Paciente do Coração (Recapitule com a Unidade de Ação Tiago 5:7 e 8.) Tiago apresenta, no capítulo 5:7 e 8, uma homilia sobre a paciência, a qual introduz a conjunção pois (v. 7). Esta conjunção é outra maneira de dizer “por conseguinte” e assinala uma conclusão resultante de uma meditação anterior. Essa meditação anterior, em Tiago 5:1-6, sobre a corrupção dos ricos, estabelece um contexto que se segue nos versículos 7 e 8, onde o autor exorta os crentes a porem em prática a paciência, apresentando exemplos para os ajudar a suportarem a provação da demora face à injustiça. Um dos exemplos de paciência que Tiago diz que devemos imitar, enquanto aguardamos que o Senhor regresse, é o do agricultor. “Sede, pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia” (v. 7). Uma análise gramatical do versículo fornece algumas ideias valiosas sobre o que significa esperar. Repare-se na maneira como o lavrador espera: (1) aguarda com expectativa, (2) a sua vigília é caracterizada por paciência, até que (3) receba as chuvas temporã e serôdia. Esperar com expectativa significa que o agricultor está a aguardar alguma coisa que sabe, com certeza, que vai acontecer. Ele espera uma colheita da mesma maneira que nos é dito que Deus virá e lançará a foice, “porque já está madura a seara” (Joel 3:13). A imagística da colheita, como denotada nas chuvas temporã e serôdia, indica que esta é a linguagem própria do julgamento. A parte do agricultor no trabalho da grande colheita de almas não é olhar para a corrupção, mas é olhar para o seu campo. Nem sequer é olhar para o campo dos outros – mas unicamente para o campo que lhe foi distribuído. Ele deve manter-se em vigília sobre o campo, esperando que a produção de almas amadureça, de modo a que possa ser colhida e transportada para o celeiro do Céu. Para que tal aconteça, as chuvas temporã e serôdia têm de cair – símbolos claros do derramamento do Espírito Santo, como nos dizem Zacarias 10:1 e Atos 2:1-3. Repare-se que o agricultor não pode, na realidade, controlar de facto o resultado da produção. A ele cabe-lhe apenas plantar, orar e aguardar, na esperança de que as chuvas venham regar a terra e fazer crescer a sementeira, para que esteja pronta para a colheita. O trabalho dele, então, até ao dia da colheita, é trabalhar e vigiar. Manter-se de vigília quer dizer precisamente isso. É um vigiar que envolve espera paciente por um resultado aguardado e prometido. Lembremo-nos de que, no esquema das coisas, semear e colher têm lugar no princípio e no final da época de desenvolvimento. É este longo e interminável trabalho, que se realiza pelo meio e com tudo o que ele envolve, aquilo que ocupa a maior parte do tempo. A agricultura inclui a espera, e daí o ser uma imagem ilustrativa perfeita da pessoa que cultiva o solo do coração humano, espalhando as sementes do Evangelho, vendo-as ganhar raízes e cuidando delas. A exemplo do agricultor, foi-nos confiado um campo de almas sobre o qual devemos ser vigilantes – quer seja o círculo familiar, os nossos amigos, os nossos companheiros de trabalho, quer seja a igreja – onde quer que nos encontremos. Devemos lançar ao solo de cada coração a semente do Evangelho e esperar pacientemente pelos resultados, “como aqueles que hão de dar conta” (Heb. 13:17). Manter a nossa atenção no campo – em vez de nos erros e falhanços do mundo à nossa volta ou mesmo nos nossos – conserva-nos o coração resoluto e cheio de esperança. Pense Nisto: Qual é a solução de Tiago para a forma como devemos reagir à corrupção que vemos no mundo? Qual é o significado de termos o dever de manter uma vigília paciente enquanto aguardamos o Senhor? II. Bem-aventurados São os Misericordiosos (Recapitule com a Unidade de Ação Tiago 5:9-11.) Adicionalmente, Tiago proporciona-nos alguns exemplos monumentais da paciência debaixo de ardentes provações: os profetas do Velho Testamento e Job. No cadinho do sofrimento e da crueldade, esses homens comportaram-se com gentileza e humildade, demonstrando que “o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (v. 11). A perseguição é, por assim dizer, um mal necessário neste mundo deformado pelo pecado. Porquê? Estamos todos submetidos a um teste de candidatura para o Céu. A perseguição permite-nos, diante do palco do Universo, revelar onde se encontra a nossa verdadeira aliança – em Cristo ou em Satanás. Esperar pacientemente é uma coisa. Fazê-lo debaixo de perseguição ou com o risco de perda financeira, de ostracismo social ou de ameaça de morte, quando não existe nenhuma esperança de ganho terreno, é resistir com a paciência épica de Job e dos profetas. Tiago reproduz, em termos práticos, o que está envolvido nesta paciência, para que a possamos reconhecer quando a virmos. “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta. Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram…” (vs. 911). A paciência será reconhecida através das seguintes características: (1) recusa de envolvimento em crítica que não é construtiva e enaltecedora, e (2) conservação de calma e gentileza face à crueldade e ao sofrimento. Estas manifestações exteriores da graça são o resultado da presença do Espírito Santo na alma. Quando temos a presunção de assumir as prerrogativas do Juiz, não estamos apenas em risco de julgar erradamente, mas encontramo-nos também em risco de vir a ser julgados com o mesmo espírito que manifestamos para com os outros. Tiago lembra-nos de que “o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (v. 11), e de que o grau de misericórdia que manifestamos para com os outros, enquanto aguardamos que o Senhor venha, é o grau que nos será manifestado a nós. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mat. 5:7). Pense Nisto: O que significa esperar com a paciência de Job? O que suportaram ele e os profetas, e, mais importante, de que maneira sofreram eles? Quais são as características de uma pessoa paciente, conforme refere Tiago? De que modo estas qualidades revelam Deus aos outros? Por que razão os nossos reparos contra os outros nos colocam em risco de sermos julgados, conforme adverte Tiago? Quais são as características de Deus que Tiago menciona, e o que nos revelam elas acerca das Suas atitudes para com os Seus filhos transviados e caídos? 3º PASSO – PRATICAR! Só para o Dinamizador: Ajude os membros a aplicarem os princípios da paciência, como referidos por Tiago, às situações que enfrentam na vida diária. Perguntas para Aplicação: 1. À luz da análise feita à exortação de Tiago sobre a necessidade de paciência, quais são algumas das áreas da nossa vida onde podemos exercer mais paciência? 2. Enumere estratégias que podem ser usadas para nos ajudar a permanecermos pacientes em vez de cedermos à ira ou à frustração. (Por exemplo, oração, memorizar passagens das Escrituras e recitá-las, respirar profundamente antes de responder mordazmente, etc..) Até que ponto estas estratégias podem ajudar tanto nas situações imediatas, onde é requerida paciência, como nas situações a longo prazo, em que estamos a aguardar um resultado desejado ou uma resposta a uma oração? (Por exemplo, esperar por um emprego ou pela ajuda de Deus na procura de uma casa para morar ou na resolução de um conflito familiar.) 4º PASSO – APLICAR! Só para o Dinamizador: Use o exercício que se segue para ajudar os membros a adquirirem uma compreensão mais alargada do que é a paciência, a fim de cultivarem e praticarem uma vida de paciência num mundo relativamente impaciente. Atividade: Se a paciência na Bíblia tivesse um rosto, então poder-se-ia defender indiscutivelmente o caso de que, no Velho Testamento, era o de Job, e, no Novo Testamento, era o de Jesus. Quais são outros rostos da paciência, tanto modernos como históricos, que nos inspiram? Falem de quem eles são e da razão por que nos transmitem esperança.