6A política A GAZETA CUIABÁ, SEGUNDA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2012 Notícia Comentada Blog do Mauro Copa em Cuiabá incomoda muita gente Terra de onça Cuiabá resiste à turma do contra É comum ver referências injuriosas sobre Cuiabá e Mato Grosso: “tem onças nas ruas”, “terra de índios”, “é só bugre”, “será que lá tem internet?”, entre tantos outros propérios lançados à conta de uma inconcebível e olerável visão econceituosa. A despeito de todas as denúncias, de todo o mal-falar, de tantas críticas da turma do contra, Cuiabá se impõe como uma das sedes do Mundial. Ainda que erros sejam cometidos aqui e ali, nossa Capital avança a cada dia. É um canteiro de obras sobre o qual se assenta toda a esperança e convicção de sua gente. Por isso é fundamental uma investigação rigorosa de todas as denúncias. Cuiabá merece todas as trincheiras, todos os viadutos, todas as avenidas, todas as pontes, todas as obras. Mas precisa se impor, também, pela lisura, pela correta aplicação dos recursos públicos. D esde que Cuiabá foi anunciada como uma das cidades sedes dos jogos da Copa de 2014 que se verifica uma contrariedade escancarada no noticiário nacional, seja por declarações de pessoas públicas, seja pela opinião da própria imprensa. Já se alegou de tudo: a incapacidade da cidade se estruturar a tempo, a falta de planejamento e, principalmente, suspeitas de corrupção. Não passa um mês sem que surjam novas notícias de que Cuiabá pode perder a sede, ter reduzido o número de jogos e por ai vai. As polêmicas sobre as obras de mobilidade, sobre o modal de transporte, matriz de responsabilidade e outras tantas, surgem permeadas por nítido preconceito: a visão equivocada de que nossa Capital e nosso Estado faz parte de uma espécie de periferia brasileira, indigna de um evento mundial. Veja mais, acessando: www.blogdomauro.com.br Capital de índios Corrupção não A ignorância, o desconhecimento, a desinformação e a inconformidade demonstrada com Cuiabá que se orgulha de ser a Capital de um Estado de onças e de todos os bichos pantaneiros e amazônicos, de índios, bugres, nordestinos, mineiros, gaúchos, paulistas, gente de todo lugar, de todas as raças produz uma descriminação inaceitável. Cuiabá só não merece corrupção. Não aceitamos a corrupção, nem aqui nem em lugar nenhum. Pois que se apure, se investigue e se puna eventuais desvio de conduta. Mas nem pensem em penalizar a população, castrar-lhes o sonho de uma pequena metrópole, moderna, próspera e pujante. Não vamos abrir mão de um só tijolo dessa construção. ASSEMBLEIA Com a medida suplentes não terão LEGISLATIVA direito de contratar estrutura própria Nova lei pode excluir cerca de 100 servidores SISSY CAMBUIM DA REDAÇÃO Lei aprovada na última semana na Assembleia Legislativa de Mato Grosso pode excluir cerca de 100 servidores da folha de pagamento. Com 24 cadeiras na Casa, de acordo com informações publicadas no portal da AL, 28 gabinetes estavam ativos no mês passado, destes 4 pertencentes a suplentes. Cada gabinete de deputado conta, em média, com 25,5 servidores. De acordo com a matéria encaminhada para sanção do governador Silval Barbosa (PMDB), a partir do momento que entrar em vigor, os suplentes não terão mais direito a contratar estrutura própria. Ao assumir a vaga eles vão dispor apenas de 4 cargos, podendo contratar um chefe de gabinete, assessor jurídico, assessor de imprensa e uma secretária. No mais, terão à disposição os funcionários lotados no gabinete do titular da cadeira. Atualmente, o suplente que conta com o maior número de servidores é o deputado Emanuel Pinheiro (PR). São 29 lotados em seu gabinete. No entanto, ele legisla na vaga de Teté Bezerra (PMDB), nomeada secretária de Estado de Turismo em 1º de janeiro de 2010, um mês antes da posse na Assembleia. Apesar de não ter assumido desde o início da legislatura, ela conta com um gabinete na Casa onde estão lotados 24 servidores. Teté pondera que a atitude é legal e aguardará um comunicado da mesa-diretora sobre a nova lei para tomar as providências necessárias. Candidato à prefeitura de Cuiabá, o deputado Guilherme Maluf (PSDB), que desde o ano passado vem se licenciando do cargo em períodos intercalados para contemplar o sistema de rodízio de sua coligação e se dedicar à sua campanha, é um dos parlamentares com o maior número de servidores. No mês passado, 41 estavam lotados em seu gabinete, ao mesmo tempo que em que o suplente que atuava na sua vaga, Carlos Avalone (PSDB), contava com 13. Da mesma forma, Gilmar Fabris (DEM) contratou 11 servidores enquanto legisla na vaga de Dilmar Dal Bosco (DEM), que se licenciou para de dedicar à campanha de seu irmão, Dilceu Dal Bosco (DEM) à prefeitura de Sinop, mas manteve equipe de 26 funcionários em seu gabinete. Alexandre César (PT), que assumiu a vaga de Wagner Ramos (PR), conta com 17 servidores ao mesmo tempo em que o republicano tem 21 em seu gabinete. Não há limite para contratações por parte dos deputados que contam com cerca de R$ 75 mil para despesas com pessoal. Segundo o presidente da Assembleia, José Geraldo Riva (PSD), devem ser observados apenas os cargos disponíveis e o limite orçamentário do parlamentar. “Tem aqueles que priorizam técnicos de nível superior e por isso contam com menos servidores. Vai de acordo com a necessidade de cada um”. Além disso, Riva ressalta que nem todos os funcionários precisam trabalhar diretamente na Assembleia, podendo atuar nas bases dos deputados em outros municípios. Com espaço limitado, também ficaria difícil, em alguns casos, acomodar todos os servidores dentro do gabinete. No último holerite, o deputado que mais tinha funcionários em seu gabinete era Walace Guimarães (PMDB), com 44 servidores. Mesmo atuando desde o início do mandato, o deputado Zeca Viana (PDT) é quem conta com o menor número de funcionários. São 11, quantidade inferior à contratada pelos suplentes no mesmo período. Riva, que defende o enxugamento da máquina, afirma que a medida só foi tomada agora em consequência de um estudo para redução da folha de pagamento “Havia uma necessidade de adequação em torno do pessoal”. Chico Ferreira O suplente que conta hoje com o maior número de servidores é o deputado Emanuel Pinheiro (PR) MUNICÍPIOS Riqueza está mal distribuída SISSY CAMBUIM DA REDAÇÃO Otmar de Oliveira Para o presidente da AMM, sem a ajuda do governo essa é uma situação que dificilmente mudará Com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$19,4 mil, acima da média nacional, que é de R$ 16,9 mil, Mato Grosso é considerado um estado rico. No entanto, o presidente da Associação Mato-grossense de Municípios (AMM), Meraldo Figueiredo Sá (PSD), explica que a riqueza está concentrada em apenas 25% das cidades. De acordo com ele, os demais municípios estão em situação paupérrima e, dificilmente poderão mudar o quadro sem ajuda do Governo. “O Estado precisa diversificar melhor os investi- mentos nos municípios para que as empresas se instalem naqueles com o menor índice de desenvolvimento, porque se deixar por conta delas, dificilmente vão escolher estes locais”. A situação cria uma relação de dependência destas cidades com os governos estadual e federal, pois ficam absolutamente refém dos repasses, inclusive para manutenção da folha de pagamento, já que dificilmente conseguem criar condições de atrair investimentos. Meraldo lembra que municípios nesta situação não podem oferecer vantagens como os mais ricos, principalmente na região Médio-Norte, que disponibilizam áreas, terraplanagem e engenheiros para a instalação de indústrias. “É um trabalho desigual”, disse, lembrando da necessidade de intervenção do Estado por meio de incentivos fiscais. Segundo o presidente, a situação perdura não é por falta de empreendedorismo dos prefeitos dos municípios com menor poder aquisitivo, mas sim pela falta de oportunidades para a captação de recursos. Conforme o social democrata, além de Acorizal e Nova Marilândia, que conseguiram recentemente atrair a instalação de indústrias, são raros os municípios da lista dos 75% considerados paupérrimos que conseguem êxito na geração de emprego e renda.