ANEXO A Entrevistas 1 Entre Janeiro e Maio de 2012 foram entrevistados 15 antigos membros do Governo que, entre 1999 e 2009, exerceram os seguintes cargos (com estas designações ou outras equivalentes): Ministro da Administração Interna (1) Ministro do Ambiente (1) Ministro dos Assuntos Parlamentares (1) Ministro da Cultura (1) Ministro do Equipamento Social (1) Ministro da Educação (4) Ministro das Finanças (1) Ministro da Presidência (1) Ministro da Saúde (1) Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social (2) Secretário de Estado dos Assuntos Europeus (1) Secretário de Estado da Defesa Nacional (1) Secretário de Estado das Florestas (2) Secretário de Estado da Administração Pública (1) Secretário de Estado do Ordenamento do Território (1) Secretário de Estado da Protecção Civil (1) Entre os entrevistados, à data em que exerceram funções, oito eram militantes de um dos partidos do governo e sete independentes. Treze são homens e duas são mulheres. A todos foi assegurado o anonimato. As entrevistas tiveram por base o seguinte Guião 1: Primeiramente gostaria de lhe colocar algumas questões relacionadas com a nomeação dos dirigentes da administração pública. 1 Este guião foi parcialmente construído com base em questões que encontrámos noutros estudos sobre recrutamento e processos de decisão: Aberbach et al. (1981), Mathiot e Sawicki (1999), Freire (2001) e Lobo (2005). 2 1ª Que importância atribuía a aspectos como a paridade entre homens e mulheres ou a idade no processo de nomeação do pessoal dirigente? 2ª Que importância atribuía a factores como a confiança na selecção dos dirigentes? Já os conhecia antes de os escolher? No caso daqueles que já conhecia, recorda-se como e quando os conheceu? 3ª O facto de terem experiência de administração pública era determinante ou, pelo contrário, privilegiava a experiência de gestão no sector privado? 4ª Que importância atribuía às qualificações em gestão das pessoas a escolher, por exemplo, frequência de cursos do INA, mestrados em Gestão Pública, MBAs etc. 5ª E que importância tinham as relações organizacionais dos potenciais escolhidos (como pertença a partidos, sindicatos, organizações de juventude, organizações socioprofissionais, patronais, etc.) 6ª Aquando da escolha do pessoal dirigente, que tipo de pessoas ou entidades mais tinha em consideração? Teve algum tipo de dificuldades, nomeadamente remuneratórias, na aceitação dos convites por parte das pessoas convidadas? Havia preocupações de garantir algum equilíbrio político nos cargos de topo do Ministério? E quanto a equilíbrios entre grupos profissionais e carreiras com presença forte no Ministério – isso era tido em consideração? E as estruturas distritais do(s) partido(s) do governo, que papel tinham nas escolhas dos dirigentes das estruturas desconcentradas? 3 7ª Seguia sempre o mesmo método de selecção, independentemente de se tratar do gabinete de estudos, da secretaria-geral, da direcção-geral e do instituto público, da delegação regional ou da inspecção-geral? E a escolha dos sub-directores, ficava ao critério de quem? 8ª Seguiu os mesmos critérios em relação à formação do seu gabinete ministerial, na escolha do chefe de gabinete ou dos adjuntos, ou na criação de uma eventual estrutura de missão? Fale-me das diferenças. 9ª Durante a sua passagem pelo Governo foi aprovada alguma nova lei orgânica do Ministério em que exerceu funções? Que preocupações é que teve na elaboração dessa lei? 10ª Com que tipo de interlocutores mais contactou no exercício das suas funções: altos funcionários, dirigentes partidários, autarcas, parceiros, media? Pensando nos altos funcionários, nos dirigentes do ministério, a que tipo de serviços ou organismos estavam ligados aqueles que tinham presença mais frequente no seu gabinete? 11ª Como definiria as suas relações com directores-gerais do seu ministério: boas, algo difíceis, difíceis, outra? E com os membros do seu gabinete? Fale-me das semelhanças e diferenças entre dirigentes das direcções-gerais, dos institutos, das estruturas de missão ou dos gabinetes… 4