UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ELIETE DA SILVA FREITAS
LENILDA RAMOS TELES
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Biguaçu - SC
Novembro, 2009
ELIETE DA SILVA FREITAS
LENILDA RAMOS TELES
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Monografia apresentada como requisito
parcial para a obtenção do título de
Enfermeiro, na Universidade do Vale do
Itajaí, Centro de Educação Biguaçu.
Orientadora: Enfª. Profª. Msc. Maria Catarina da
Rosa
Biguaçu - SC
Novembro, 2009
ELIETE DA SILVA FREITAS
LENILDA RAMOS TELES
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Trabalho de conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel, no curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí Estado de
Santa Catarina.
Banca Examinadora:
_____________________________________________________________
Professora Mestra em Enfermagem Maria Catarina da Rosa
Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu
Orientadora
______________________________________________________________
Professora Mestranda em Enfermagem Janelice de Azevedo Neves Bastiani
Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro
______________________________________________________________
Professora Mestra em Enfermagem Liliane Werner
Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro
Biguaçu – SC
Novembro de 2009
Dedicamos este trabalho a Deus por estar
sempre presente em nossas vidas nos dando
luz e proteção, e aos nossos pais, pelo amor
incondicional e infinito, pela confiança
depositada em nós a vida inteira, dedicação e
compreensão, pelo apoio, auxílio, carinho e
formação humana.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos...
À nossa orientadora, Professora Maria Catarina da Rosa, pelo acompanhamento e
revisão do estudo e por sua contribuição à nossa formação. Às professoras membros da
banca Janelice Bastiani e Liliane Werner, que contribuíram significativamente para nossa
aprendizagem e estão mais uma vez presentes nesse processo de avaliação e apoio as
valorizações deste estudo e da nossa carreira profissional.
Nosso especial agradecimento pela disponibilidade a todas as pessoas, por aceitarem
participar deste estudo.
Eu Eliete, agradeço...
A Deus por iluminar os meus caminhos,
dando-me força para vencer todos os obstáculos no decorrer de minha vida;
Aos meus familiares por acompanhar minha caminhada a cada dia;
Aos meus amigos(as) do laboratorio de anatômia da
UNIVALI,Carol,Izabel,Renata,Rafael,Vinicius,Nelson,Adriano,seu João e esposa,que
transmitiram pensamentos positivos e apoio nesta tragetória ;
Ao amigos(as) da farmácia do Imperial Hospital de Caridade,
em especial as amigas do CAF;
Aos amigos(as)Bombeiros Comunitarios e Bombeiros Militares do Corpo de Bombeiro do
Municipio de Palhoça ,que acompanharam todas as minha aflições,me ensinaram
uma lição de vida e aprendizado,percebendo um maior significado da vida;
Aos amigos(as) acadêmicos do curso de Graduação em Enfermagem;
Aos mestres, que proporcionaram á reflexão na busca de maior conhecimento na
profissão á qual escolho para seguir;
A minha amiga e companheira de monografía, Lenilda á qual sinto -me
orgulhosa por fazer parte da trajetória de sua vida,e compartilhar algumas de suas
vitórias .Que Deus te abençoe hoje e sempre,você veio ao mundo e mostrou que é possivel
vencer com dignidade.
Agradeço em especial á minha grande amiga Ana Adélia e seu esposo, á Vanessa, ao
meu amigo Luiz Jorge Anástacio estes estiveram presentes constantemente nos monentos
de alegrias e dificuldades, porém enfatizando sempre que no final os louros seriam
colhidos com grande vitoria, obrigada.
Eu Lenilda, agradeço...
Ao meu pai José Ramos Teles, por seus sábios conselhos.
A minha mãe Maria de Lourdes de Oliveira em memória, por me trazer ao mundo, que
mesmo à distância me transmite energia para conseguir vencer mais uma etapa da minha
vida. Vocês serão sempre o meu referencial.
À minha amiga Eliete, por toda amizade e carinho.
E a todos, que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho.
A cada dia que vivo mais me convenço de que
o desperdício da vida está no amor que não
damos, nas forças que não usamos, na
prudência egoísta que nada arrisca e que,
esquivando-nos do sofrimento, perdemos
também a felicidade.
Carlos Drummond de Andrade.
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Autoras: Eliete da Silva Freitas
Lenilda Ramos Teles
Orientadora: Profª. Msc. Maria Catarina da Rosa
Defesa: Dezembro 2009 tendo como participantes da pesquisa 06 Usuárias do Programa de
Planejamento Familiar.
RESUMO
Este estudo foi realizado no Município de Biguaçu, nas dependências da Unidade Central de
Saúde. Caracterizou-se como qualitativo do tipo exploratório. Tendo como objetivo avaliar a
atuação dos profissionais do Serviço de Planejamento Familiar (PF). A metodologia utilizada
foi convergente-assistencial de Trentini & Paim (2004), pois o tema de estudo parte das
necessidades emergidas da prática. Teve como participantes da pesquisa 06 Usuárias do
Programa de (PF). Optamos pela Teoria da Diversidade e Universalidade Cultural de Cuidado
de Madeleine M. Leininger como marco conceitual por considerar que esta pode subsidiar
nossos objetivos já que propõe como base a compreensão da cultura de cada povo, de suas
crenças e valores. Utilizamos seus conceitos e outros inter-relacionados. Para a coleta dos
dados utilizamos um questionário semi-estruturado que foi aplicado durante as entrevistas
com as usuárias que aceitaram participar do estudo; foram estipuladas 3 categorias: A
primeira categoria foi voltada para o conhecimento do perfil dos participantes do estudo como
(nome, sexo, idade, grau de escolaridade, procedência, tempo de residência em Biguaçu,
número de integrantes do grupo familiar, gestação,tipos de partos, números de filhos, tempo
de utilização do serviço de planejamento familiar). A segunda categoria destina-se: ao
conhecimento dos participantes do estudo sobre planejamento familiar antes e depois de terem
utilizado o programa da unidade. Em seguida foram criadas subcategorias: A última categoria
aborda sobre a contribuição das informações em planejamento familiar para o conhecimento
dos participantes do estudo. Os resultados demonstraram que as informações repassadas aos
usuários do programa em questão, na grande maioria foram ineficientes para suprir as
necessidades de informação por parte dos usuários desse serviço.
Palavras-chave: Planejamento Familiar. Pesquisa Convergente Assistencial. Atenção Básica
de Saúde.
Authors: Eliete da Silva Freitas
Lenilda Ramos Teles
Adviser: Profª. Msc. Maria Catarina da Rosa
Publication: December 2009
ABSTRACT
This study was conducted in the Biguaçu city, the premises of the Central Health.
Characterized as a qualitative, type exploratory. The goal evaluate the performance of
professional service of the Family Planning (FP). The methodology used was the convergentcare of Trentini & Paim (2004), because the subject of study of the needs that emerged
from practice. It had the study participants 06 users of the program (PF). We opted for the
Theory of Diversity and Cultural Universality Care Madeleine M. Leininger as conceptual
framework, as this can support our goals, as proposed based on the understanding of the
culture of each people, on their beliefs and values. We used your concepts and other
inter related. To gather the data we used a pre-structured questionnaire that was used during
the interviews with users who agreed to participate the study, were down 3 categories: The
first category was directed in studying the profile of as study participants (name, sex, age,
education level, origin, residence time in Biguaçu, number of members of the family,
pregnancy, types of deliveries, number of children, time of use of family planning
services).A second category is intended: to the knowledge of the study participants about
family planning before and after using the program unit. The next subcategories were created:
The last category covers on the contribution of family planning information to the knowledge
of the study participants. The results showed that the information distributed to the users of
that program, in a vast majority were inefficient to meet information needs of the users of that
service.
Keywords: Planning Family. Convergent Research Assistance. Health Care.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12
2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 15
3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 19
3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 19
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 19
4 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................... 20
4.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ORGÃO REPRODUTOR FEMININO .................... 20
4.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO ........................................................................... 21
4.3 FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO .................................. 21
4.4 PLANEJAMENTO FAMILIAR..................................................................................... 22
4.4.1 Histórico .................................................................................................................... 22
4.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS................................................................................. 25
4.5.1 Métodos Naturais ...................................................................................................... 25
4.5.2 Métodos de Barreira ................................................................................................. 28
4.5.3 Métodos Hormonais .................................................................................................. 30
5 SITUAÇÕES ESPECIAIS .............................................................................................. 32
6 MÉTODOS ESPECIAIS ................................................................................................ 33
7 MARCO CONCEITUAL ............................................................................................... 36
7.1 APRESENTANDO MADELEINE LEININGER ........................................................... 36
7.2 PRESSUPOSTOS DA TEORIA MADELEINE LEININGER........................................ 37
7.3 CONCEITOS INTER-RELACIONADOS ..................................................................... 38
8 METODOLOGIA ........................................................................................................... 41
8.1 LOCAL DO ESTUDO ................................................................................................... 42
8.2 SUJEITOS DO ESTUDO............................................................................................... 43
8.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ........................................................................... 43
8.4 SUJEITOS DO ESTUDO............................................................................................... 44
8.5 COLETA DE DADOS ................................................................................................... 45
8.6 REGISTRO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................ 47
9 RESULTADOS METODOLOGICOS........................................................................... 48
9.1 APREENSÃO................................................................................................................ 48
9.2 INTERPRETAÇÃO....................................................................................................... 48
9.2.1 Síntese ........................................................................................................................ 48
9.2.2 Teorização ................................................................................................................. 52
9.2.3 Transferência............................................................................................................. 55
9.3 CATEGORIZAÇÃO...................................................................................................... 56
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 62
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 65
APÊNDICE ........................................................................................................................ 70
Apêndice A - Carta de Intenção para realização da Pesquisa.......................................... 71
Apêndice B - Autorização da instituição para a Realização da pesquisa......................... 72
Apêndice C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento...................................... 73
Apêndice D - Consentimento Pós –esclarecimento de Pesquisa ....................................... 74
Apêndice E - Termo de Compromisso de Orientação ...................................................... 75
Apêndice F - Questionário ................................................................................................. 76
LISTA DE SIGLAS
PF - Planejamento Familiar
MAC - Método Anticoncepcional
PAISM - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
DIU - Dispositivo Intra-uterino
DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis
ESF - Estratégia da Saúde da Família
UPF - Usuário do Planejamento Familiar
CNS - Conferência Nacional de Saúde
UCS - Unidade Central de Saúde
SUS - Sistema Único de Saúde
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí
BEMFAM - Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil
MS - Ministério da Saúde
12
1 INTRODUÇÃO
O tema abordado neste Trabalho de Conclusão de Curso foi definido a partir da
empatia de nós acadêmicas de Enfermagem pela disciplina de Saúde da Mulher, Criança e
Adolescente, do 5º período, onde são abordados temas, que abordam a Saúde da Mulher,
Saúde da Família, Saúde na comunidade e a atuação do profissional de saúde (enfermeiro), do
Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
Nossa pretensão em atuar futuramente na área da Saúde Coletiva, onde a atuação do
enfermeiro é importante na equipe de saúde, assim como a informação insuficiente por parte
de usuários da rede básica de saúde, sobre o uso dos métodos anticoncepcionais (MAC), levaos à dificuldades em tomar decisões no seu próprio planejamento familiar.
O Ministério da Saúde, fundamentado na lei do planejamento familiar Lei nº. 9.263
de1996, determina como competência dos profissionais de saúde, assistir em concepção e
contracepção. É parte do trabalho dos profissionais empenhar-se em informar aos indivíduos
sobre as opções para o planejamento familiar, destacando a oferta dos métodos
anticoncepcionais autorizados e disponíveis no Brasil.
Com o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho, surgiram várias
alterações em seu estilo de vida e no padrão familiar, que inclui o adiamento da gravidez e
reprodução, nesse sentido, muitas mulheres passaram a expressar esse desejo só depois de
terem estabelecido uma carreira profissional. Vários métodos contribuíram para essa opção.
Neste sentido, uma das funções importantes dos enfermeiros consiste em promover as práticas
e comportamento positivo que estejam relacionados com a saúde reprodutiva e sexual de cada
usuário do serviço de Planejamento Familiar (PF). (BRUNNER &. SUDDARTH, 2006).
A anticoncepção vem se tornando um fator significativo no que diz respeito á
assistência á saúde, as práticas de contracepção vem sendo aplicadas ao longo do tempo. O
desenvolvimento das tecnologias contribuiu para o aumento da gama de métodos
anticoncepcionais disponíveis no mercado e nas unidades básicas de saúde, os usuários do PF
têm o direito de serem informadas sobre o custo, as vantagens e desvantagens de cada método
assim como seus riscos, eficácia, sua disponibilidade e a forma certa de uso.
A regulação da fecundidade e o exercício do direito ao prazer sem risco de adoecer ou
de engravidar contra a vontade têm marcado muitos avanços ao longo do tempo. As práticas
sobre educação sexual e planejamento familiar merecem uma abordagem mais eqüitativa
entre a população em geral, uma vez que, se atribuem as mulheres o poder de negociação
13
frente ao homem, isso leva as mulheres a correrem todos os riscos de uma pratica
contraceptiva (FLORES e FRANCO, 1996).
De maneira geral, o planejamento é entendido como um modelo para ação, um método
de trabalho ou instrumento de racionalização da realidade, aplicável a nível micro ou macro
estrutural. Este pressupõe uma sistematização especifica com fases características e com
qualidades e deverão ser asseguradas para a consecução dos objetivos consubstanciados nos
planos, programas e projetos (BIRRENBACH, 1978).
Segundo o autor citado anteriormente, as atividades de informação em saúde
reprodutiva tiveram amplo desenvolvimento na etapa inicial de implantação do Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) /1985, quando o Ministério da Saúde (MS)
promoveu treinamentos para profissionais de serviços sobre este enfoque e distribuiu
materiais educativos - fitas de vídeo, álbuns seriados, cartilhas, folhetos e outros, para
estimular o desenvolvimento de atividades informativas inovadoras, participativas, ilustrativas
e mais atrativas. Todavia, tal ação parece ter sofrido uma descontinuidade ao longo dos anos,
mantendo-se tão somente o discurso de que é fundamental como medida de promoção da
saúde, porém pouco concretizada e executada nas unidades de saúde e no seio da comunidade.
A atuação dos profissionais de saúde, no que se refere ao planejamento familiar,
deve estar pautada no artigo 226, Parágrafo 7, da Constituição da Republica
Federativa do Brasil, portanto, no princípio da paternidade responsável e no direito
de livre escolha dos indivíduos ou casais. Portanto, é de responsabilidade dos
serviços de planejamento familiar a assistência tanto às pessoas que desejam a
anticoncepção como daqueles que desejam ter filhos (BRASIL, 1996, p.9-10).
A cada ano, mais da metade das gestações são indesejadas, ocorrendo em mulheres de
todas as idades, situação econômica e grupos étnicos e raciais, tendo uma prevalência entre
adolescentes, e mulheres de baixa renda. Dentre as mulheres que cometeram abortos, muitas
foram pela não utilização dos métodos contraceptivos, por nunca terem utilizado nenhum
método ou pelo uso incorreto. Em alguns casos, elas acabam temendo os riscos da
contracepção e a possibilidade de vir a ter câncer e desta forma, muitas mulheres acabam
utilizando os métodos contraceptivos de forma errada, tornando-os menos efetivos
(BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
Cabe aos profissionais de saúde prestar uma assistência com informações e suporte de
qualidade, contribuindo desta forma para a diminuição do número de gestações indesejada,
reduzindo assim o número de abortos, da mortalidade e morbidade infantil. É importante que
os enfermeiros (as) das unidades básicas de saúde que atendem em planejamento familiar,
14
informem aos usuários desse serviço sobre a importância de planejar a família. Essas
informações devem ser, de forma não tendenciosa e isentas de qualquer opinião pessoal. Esses
profissionais envolvidos no atendimento dos usuários que desejam planejar sua família devem
ouvir, educar, dispor de tempo para sanar todas as dúvidas sobre os riscos e benefícios de
cada método, sempre mostrando as alternativas e a forma correta de utilizá-las, respeitando
sempre a sua escolha. A informação adequada provoca um impacto no cliente, levando-o a
elaborar suas próprias opiniões, a tomar decisões e perceber-se na relação consigo mesmo,
com a família e com a comunidade (MOURA e SILVA, 2009).
As autoras também colocam que, a forma como a informação é passada para o cliente,
são pontos extremamente relevantes e indispensáveis para o alcance dos objetivos de serviços
aos usuários. Espera-se então, dos profissionais de saúde, no caso o enfermeiro (a), um maior
empenho em bem informar, para que o cliente possa conhecer as alternativas de concepção e
contracepção disponível e assim possa ter uma escolha de maneira livre e informada.
Desta forma, buscando desmistificar a postura dos usuários de que o planejamento
familiar só servira para dar pílulas e convencer as mulheres na realização de laqueaduras. Essa
postura entre os usuários se manifesta devido ao atendimento por parte dos profissionais de
saúde que colocam seus valores, julgamentos, preconceitos sobre os indivíduos, sem levar em
consideração o contexto familiar em que esta pessoa esta inserida.
Segundo o Ministério da Saúde, o aspecto da integralidade da assistência independe do
tipo de método escolhido ou da intenção de conhecer ou não esses métodos (BRASIL, 1996).
Partindo deste pressuposto, entendemos que os enfermeiros, como participantes da equipe de
(PF) devem estar engajados na luta pelos valores preconizados pelo Sistema único de Saúde.
(SUS). Entre esses valores, citamos a integralidade que entende e aborda o indivíduo como
um ser integral e indivisível, ou seja, não pode ser avaliado separadamente. Prestando dessa
forma uma assistência que abranja os aspectos emocionais, culturais e econômicos.
15
2 JUSTIFICATIVA
Nas primeiras décadas do Século XX, surgiram na Europa e nos Estados Unidos
movimentos de caráter malthusianos que associavam a miséria ao crescimento populacional,
ao longo desse processo, o estado brasileiro adotou uma postura pró-natalista. A partir dos
anos de 1960, as pressões americanas forçaram a entrada de entidades internacionais no
Brasil, cujo principal objetivo era controlar o crescimento populacional dos países pobres
(COELHO et al; SILVA, 2000).
Segundo os autores anteriormente citados no ano de 1974, a política demográfica do
Brasil foi anunciada oficialmente na Conferência Mundial de População, em Bucareste,
quando o governo brasileiro reconheceu ser um direito social, decidir quanto à composição da
família. Para tanto, o poder público deveria se ocupar da divulgação de informação sobre
contracepção, o que na prática não se efetivou.
Além da saúde feminina, o espaçamento entre o nascimento dos filhos determina
melhores condições de educação para estes e a diminuição da mortalidade infantil. Sendo
esses os fatores que levariam a melhoria dos níveis econômicos, culturais e de saúde de
muitos países (VIANA et al; MARTINS, 2001).
Assim, os anticoncepcionais entram no mercado e as mulheres passam a dissociar
sexualidade de procriação, aderindo principalmente à contracepção hormonal, mas sem a
possibilidade de assistência adequada, comprometendo a sua saúde e tornando-se, desta forma
mais dependente do sistema médico. Segundo Moura e Silva (2004), a informação adequada
provoca um impacto no paciente, levando-o a elaborar suas próprias opiniões, tomar decisões
e perceber-se na relação, consigo, com a família, com a comunidade, enfim com o mundo.
No final da década de (1970), os movimentos feministas passam a defender a
regulação da fecundidade como direito de cidadania, reivindicando o controle da mulher sobre
o seu próprio corpo. Segundo BRASIL (1987), em 1983, essa reivindicação feminista foi
atendida oficialmente através do (PAISM), que em seu programa de planejamento familiar,
tem como pressuposto básico o reconhecimento de que “todas as pessoas têm o direito á livre
escolha dos padrões de reprodução que lhes convenham como indivíduos ou casais”
(COELHO et al; SILVA, 2000, p.38).
Os mesmos autores afirmam ainda que, para que esse direito possa ser efetivamente
exercido, é necessário que os indivíduos tenham conhecimento das possibilidades de influir
no ritmo da procriação e tenham acesso às informações e aos meios para que possa intervir se
16
assim o desejarem, para separar o exercício da sexualidade da função reprodutiva e, em
conseqüência, exercer na plenitude o planejamento de sua prole.
As atividades de informação em saúde reprodutiva tiveram amplo desenvolvimento a
partir da etapa inicial de implantação do (PAISM) em 1985,quando o Ministério da Saúde
promoveu capacitação para os profissionais de serviços de saúde sobre materiais
educativos,bem como forma de estratégias para estimular o desenvolvimento de atividades
inovadoras, participativas, ilustrativas e mais atrativas (MOURA e SILVA, 2004).
Tanto o planejamento familiar, como o controle de natalidade teve fases de enfoque
econômico-demográfico. Sua proposta, contudo, caracteriza-se por apresentar-se ainda que de
forma mais branda, como intervenção estatal nas decisões reprodutivas da população
(FERNANDES, 2003). Desta forma, possibilita um modelo de ações de estratégias que
respeite a compreensão da comunidade em relação à educação em saúde diante de suas
próprias decisões, face ao planejamento familiar.
De maneira geral, o planejamento entende-se como um modelo para ação, um método
de trabalho ou instrumento de racionalização da realidade, aplicável a nível micro ou macro
estrutural. Estes pressupõem uma sistematização específica, com fases características e com
qualidades que deverão ser asseguradas para a consecução dos objetivos consubstanciados nos
planos, programas e projetos, nos seus limites ético-sociais de dignificação crescente face aos
reais anseios da sociedade (BIRRENBACH, 1978).
Segundo a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (DHS/BENFAM, 1997), a
taxa de fecundidade no Brasil, de 2,5 filhos por mulher, vem crescendo nos últimos anos,
oscilando sobre diferenciais regionais e as localidades rurais e urbanas (FERNANDES, 2003).
Todas as apresentações e materiais de aconselhamento de educação devem ser
compatíveis com a linguagem cultural e com o nível de instrução dos clientes. Os
profissionais devem estar familiarizados com os mitos e percepções errôneas sobre
os métodos contraceptivos (BRASIL, 1996, p.9-10).
Este estudo procura a valorização das opiniões dos pacientes ou usuários de Sistema
de Saúde, ou grupos comunitários quanto à importância de planejar a família, identificando
em suas expressões e evidências a adesão ás informações do Programa de Planejamento
Familiar, ressaltadas através de educação em saúde, a partir dos Serviços de Atenção Básica.
As atividades informativas de educação são indispensáveis para o alcance dos
objetivos de serviços de saúde e isso exige dos profissionais da área, atitudes no sentido de
bem informar os usuários para que tomem conhecimento dos métodos de concepção e
17
anticoncepção disponíveis, para que possam participar ativamente da definição e do alcance
de suas particulares metas reprodutivas (MOURA e SILVA, 2004).
É de extrema importância para o profissional de Saúde, que os direitos dos usuários
em planejar o número de filhos que desejam ter, sejam assegurados de acordo com a opção de
cada família. As ações de orientação em (PF), estão sob amparo legal dentro do respeito á
autonomia de cada pessoa.
Para Pinho e Siqueira, (2006), a natureza do trabalho da enfermagem é de dialogar
com o paciente, e que para isso faz-se necessário buscar formas de dialogar com a pessoa de
quem se está cuidando, uma vez que o cuidado, mais humano, precisa nortear as práticas da
enfermagem e dessa forma passando a ser um elemento presente em seu dia a dia.
Segundo Nascimento et al; Santos (1997) planejar a sua família é um direito de todos,
e é um dever do Estado garantir àqueles que não podem adquirir o método, a forma de fazê-lo
gratuitamente e com qualidade. Nenhum profissional ou instituição (particular ou pública)
tem o direito de impor a utilização ou não de determinados métodos contraceptivos, porque
induz o usuário e o impossibilita de fazer uma opção consciente. Dessa forma todas as
pessoas que desejam fazer planejamento familiar, devem ser orientadas pelo médico ou
enfermeiro sobre as indicações e contra indicações de todos os métodos existentes, e
escolherem aqueles que puderem e quiserem utilizar.
A importância do cuidado de qualidade destinado à promoção da saúde sexual e
reprodutiva, incluindo a assistência no planejamento familiar evidencia que homens e
mulheres sofrem um impacto sobre o bem-estar pessoal, familiar e econômico, em razão das
mortes maternas, abortos de risco, HIV/AIDS, a gravidez não planejada e de alto risco,
incluindo fatores de morbi-mortalidade, que trazem como conseqüência a baixa
produtividade, os problemas sociais e o aumento da demanda por serviços para a área
governamental. (FAMILY CARE INTERNACIONAL, 1995 apud HOGA, 2003).
Para Diaz (1999) apud Hoga (2003), a falta de preparo dos profissionais, médicos e
enfermeiros no que se refere a conteúdos de comunicação interpessoal e as execuções de
ações educativas participativas, pois estas atividades necessitam de um preparo específico que
precisa ser oferecido na fase de formação profissional e que a assistência à saúde nas
comunidades requer capacitação para a interação plena com pessoas de culturas e contextos
de vida variados. Neste contexto da assistência, só haverá sucesso quando o conhecimento da
cultura for incorporado ao planejamento do cuidado. Por meio desta abordagem, é possível
também identificar grupos de riscos e planejar formas consistentes de assistir, com os valores
comunitários.
18
Segundo afirma Hoga, (2003), um serviço de qualidade deve estimular a procura e a
aderência à assistência, oferecendo horários de atendimento adequados aos usuários. Os
profissionais devem estar atentos e devidamente capacitados para não cometer discriminações
de ordem sociocultural, de sexo, idade, estado material e etinicidade, não tratar os usuários
com desrespeito, além de toda base técnica necessária ao atendimento (HOGA, 2003 apud
FAMILY CARE INTERNACIONAL, 1995).
Percebemos assim, como a informação insuficiente e a pouca educação com este foco
específico destinados aos usuários da rede básica de saúde sobre o uso dos (MAC), leva-os á
dificuldades em tomar decisões no seu próprio planejamento familiar. De encontro a essa
necessidade de prestação de serviço diferenciado, nossa pretensão é atuar futuramente na área
da Saúde Coletiva, onde a atuação do enfermeiro é importante na equipe de saúde. Esta
pesquisa busca responder a pergunta norteadora do estudo: De que modo a equipe do serviço
de Planejamento Familiar vem atuando junto à comunidade?
19
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Identificar a atuação dos profissionais do Serviço de Planejamento Familiar na
Comunidade.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever o perfil do (a) usuário (a) atendido no PF;
Identificar os métodos anticoncepcionais freqüentemente orientados pelos
profissionais de saúde;
Conhecer os métodos contraceptivos utilizados pela comunidade;
Identificar expressões e evidências de decisão da mulher/homem usuários (as) em
relação ao planejamento familiar e a utilização de métodos anticoncepcionais.
20
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ORGÃO REPRODUTOR FEMININO
O sistema reprodutivo feminino é composto de estruturas externas e internas, havendo
também outras estruturas anatômicas que afetam o sistema reprodutivo feminino, incluindo o
hipotálamo e a hipófise, que fazem parte do sistema endócrino (BRUNNER & SUDDARTH,
2006).
A genitália externa (vulva) inclui duas pregas espessas de tecido, chamadas grandes
lábios, e dois lábios menores de tecido delicados, chamados de pequenos lábios, situados
dentro dos grandes lábios. As porções superiores dos pequenos lábios unem-se, formando um
revestimento parcial para o clitóris, órgão altamente sensível de tecido erétil, entre os
pequenos lábios, abaixo do clitóris e posterior a ele, encontra-se o meato urinário. Abaixo
desse orifício, está a abertura maior, o orifício vaginal ou intróito. Em cada lado do orifício
vaginal, encontram-se glândulas vestibulares (de Bartholin), quem apresentam formato de
grão de feijão. Essas glândulas secretam um muco, através de um pequeno ducto e este tem
uma abertura dentro dos pequenos lábios, externa ao hímen. A área entre a vagina e o reto é
chamado de períneo (BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
Os ovários são os mais importantes órgãos sexuais femininos, formando conjunto com
as tubas de falópio, o útero e a vagina. A reprodução começa com o desenvolvimento dos
óvulos nos ovários. Na metade de cada ciclo sexual mensal, um só óvulo é expelido, a partir
do folículo ovariano, para o interior da cavidade abdominal, próximo ás extremidades
fimbriadas abertas das duas tubas de falópio. Esse óvulo segue então seu trajeto, através de
uma das tubas de falópio para o útero; caso seja fertilizado por um espermatozóide implantase no útero, onde ocorrerá desenvolvimento de um feto, com a placenta e membranas fetaistransformando-se, finalmente, em recém-nascidos (GAYTON e HALL, 2002).
21
4.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO
O ciclo menstrual normal é uma ocorrência previsível que acontece todos os meses. É
influenciado pela maturação do folículo, pela ovulação e formação do corpo lúteo, finalizando
o sangramento menstrual. O ciclo menstrual pode ser dividido em cinco fases: as fases
menstruais, proliferativas, secretoras, isquêmicas, menstruais. Na fase menstrual (1º ao 5º) o
sangramento dura de 3 a 5 dias em um ciclo de 28 dias; Fase proliferativa (6º ao 14º) aumenta
o nível de estrogênio e atinge o pico. Imediatamente antes da ovulação. O muco cervical
torna-se favorável ao espermatozóide na época da ovulação: fica aquoso e alcalino,
apresentando um padrão de samambaia.
Na época da ovulação eleva-se a temperatura basal corporal. A fase secretora (15º ao
26º) o estrogênio esta presente, mais predomina a progesterona. Fase isquêmica (27º ao 28º) o
corpo lúteo degenera-se; os níveis de estrogênio e progesterona caem. O sangue atravessa a
superfície do endométrio, indicando o inicio de outra fase menstrual.
O ciclo ovariano tem duas fases, a fase folicular e fase lútea, em um período de 28
dias. A fase folicular (1° ao 14º) o óvulo (folículo) desenvolve-se até a maturidade. Isso
ocorre sob a influência do FSH e do LH. O óvulo maduro rompe-se (ovulação) é expelido, a
ovulação é desencadeada por uma elevação de LH induzida pelo alto nível de estrogênio.
A fase lútea (15º ao 28º) o corpo lúteo desenvolve-se e reproduz níveis maiores de
estrogênio e progesterona, impedindo o crescimento de outros folículos no ovário
(BURROUGHS, 1995).
4.3 FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
As estruturas no sistema reprodutivo masculino são os testículos, o canal deferente
(ducto deferente) e as vesículas seminais, o pênis e determinadas glândulas acessórias, como a
glândula prostática e a glândula de Cowper (glândula bulbouretal).
Os testículos são formados no embrião, dentro da cavidade abdominal, próximo ao
rim, durante o mês da vida fetal eles descem posteriormente para o peritônio perfurando a
parede abdominal na virilha. Porém mais adiante, eles progridem ao longo do canal inguinal
para dentro da bolsa escrotal, sendo acompanhados por vasos sanguíneos, vasos linfáticos,
22
nervos e ductos, sustendo o tecido e constituindo o cordão espermático. Os testículos ficam
contidos na bolsa escrotal, mantendo-os em temperatura um pouco mais baixa que o restante
do corpo, para facilitar a espermatogênese. Os túbulos coletores conduzem o espermatozóide
até o epidídimo e posteriormente para o canal deferente, esta estrutura tubular firme dirige-se
para cima, através do canal inguinal entrando na cavidade abdominal e depois para o
peritônio. Uma bolsa externa é a vesícula seminal, que age como reservatório para secreções
testiculares, ao final do trato encontra-se o ducto ejaculatório , que atravessa a próstata para
penetrar na uretra,estas secreções percorrem esse caminho durante a ejaculação (BRUNNER e
SUDDARTH, 2006).
Os testículos possuem a função de formação de espermatozóides nas células
germinativas dos túbulos seminíferos e a secreção do hormônio sexual masculino
testosterona, que induz e preserva asa características sexuais masculinas.
A próstata localiza-se abaixo do colo da bexiga, circunda a uretra e é atravessada pelo
ducto ejaculatório, continuação do canal deferente. Esta glândula produz uma secreção que é
quimicamente e fisiologicamente adequada para as necessidades dos espermatozóides em sua
passagem para os testículos, a glândula de Cowper esta abaixo da próstata, dentro da face
posterior da uretra .Esta glândula desemboca suas secreções na uretra durante a ejaculação ,
proporcionando a lubrificação.O pênis tem função de órgão para a copula e para micção,e
consiste na glande, corpo e raiz do pênis (BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
4.4 PLANEJAMENTO FAMILIAR
4.4.1 Histórico
A raça humana é uma das poucas que praticam o sexo sem a finalidade reprodutiva.
Por isso, desde a Antiguidade vários métodos foram testados e utilizados na tentativa de
controlara as gravidezes indesejadas. Desde antiguidade as mulheres têm sofrido as
conseqüências dessas gravidezes não planejadas: abortos provocados ou não, morte por falta
de assistência adequada, no pré-natal e no parto (VIENA et al; MARTINS, 2001).
23
As sociedades humanas desenvolveram sistemas de controle de natalidade, para
ajustar os índices de fertilidade e mortalidade com a produção dos bens materiais de
sobrevivência, instituindo normais culturais e religiosas.
Com o surgimento de classes sociais antagônicas, vindo com o advento da agricultura
e do Estado, os interesses reprodutivos também se tornaram diversos, ao qual gerou a adoção
de comportamentos reguladores de população como maneira de expressar o conflito entre as
classes dominante e dominada.
No período marcado pela transição do feudalismo para o capitalismo, a idade moderna
assistiu a Europa envolta em grandes evoluções demográficas provocadas pelo cercamento
das terras e conseqüente expulsão de milhares de famílias que incharam as cidades e serviram
de combustível humano na aventura conquistadora do expansionismo mercantilista
(TAVARES, 1996).
A - Planejamento Familiar para a Igreja
Durante alguns anos as mulheres foram consideradas, pela Igreja como impuras, e a
até mesmo, como encarnação do demônio, fazendo com que tudo que se relacione a elas,
esteja relacionado com o pecado.
Entretanto, com o passar dos anos as mulheres vão ter um lugar de destaque na vida
eclesiástica, quando a virgindade é consagrada e passa a ser escolha suprema da vida.
O matrimônio é reduzido a um mal necessário para assegurar a procriação e daí a
desprezar, e depois a condenar, a sexualidade e tudo que pode ser uma marca na própria
expressão do corpo (COELHO, 2005).
B - Planejamento Familiar para o Estado
No Brasil, a saúde como questão social surgiu na década de 20 durante a expansão da
economia cafeeira, período de formação da sociedade capitalista. Nessa época, o aumento da
população era necessário para expansão da economia. Porém expandiram-se também a
pobreza, as doenças e a marginalização, e a questão populacional foi se constituindo como um
problema político (COELHO et al, 2000).
Em 1965, foi criada a BEMFAM (Sociedade Civil de Bem-Estar Familiar no Brasil)
que facilitou o acesso das mulheres aos métodos contraceptivos, principalmente á pílula,
através da distribuição gratuita sem acompanhamento médico. Já na década de 60 ocorreu
24
uma chegada maciça dos métodos anticoncepcionais, como pílula e DIU. Coincidindo com
uma cena política de contestação cultural, o que facilitou a aceitação pelas mulheres
principalmente da pílula, sendo os contraceptivos divulgados como instrumentos eficazes e
imprescindíveis para a liberação feminina, permitindo dissociar a sexualidade da procriação
(COELHO et al, 2000).
O PF, do ponto de vista de ação em saúde, tem sido reconhecido como uma
necessidade do ser humano,porém o profissional deve empenhar-se em respeitar a cultura de
cada individuo,oportunizando a livre escolha do método mais adequada para o mesmo.
As práticas de anticoncepção decorrem das crenças e dos valores da sociedade, assim
como das políticas do Estado e são exercidas por todas as mulheres e todos os homens de
forma igualitária (COELHO, 2005).
O declínio do crescimento populacional, no Brasil evidencia-se através dos seguintes
dados: entre as décadas de 40 e 60, a mulher brasileira tinha, em média, 6 a 7 filhos;sendo que
na década de 80 ,a média era de 3,4 filhos por mulher.entretanto esta média passou para 2,4
filhos em 1991.O declínio da natalidade ocorrido no Brasil, nos últimos 30 anos ,pode ser
atribuído a fatores,como:a inserção da mulher no mercado de trabalho, o avanço tecnológico
em relação as opções contraceptivas, o investimento de organizações internacionais voltadas á
contracepção, a identificação de uma política do Estado em relação à contracepção efetuadas
pelas mulheres e em mulheres (COELHO, 2005).
No período de 1978-1984, a BENFAM e o CEPAIMC investiram 13,5 e 4,8 milhões
de dólares, respectivamente, em programas sobre a reprodução da população brasileira.
Todavia neste período ocorreu a distribuição maciça de contraceptivos orais, sem a devida
assistência médica necessária em qualquer Programa de Planejamento Familiar (COELHO,
2005).
O Estado brasileiro, em 1983 assume publicamente uma política de Planejamento
Familiar para o país, incluindo-a como parte do Programa de Assistência Integral á Saúde da
Mulher-PAISM. “Neste programa a mulher é concebida não apenas como um órgão
reprodutivo, mas na sua integralidade e em todas as fases de seu ciclo vital” (COELHO, 2005,
p.666-667). Entretanto fazia parte deste Programa de Planejamento Familiar que dispensava
atenção tanto na infertilidade como a anticoncepção
C - Planejamento Familiar do Gênero Feminino
25
De acordo com análises de dados de pesquisa no contexto da literatura brasileiro,
historicamente embora seja um tema político, o país nunca se utilizou práticas de controle de
natalidade; isto é, não impôs leis ou estímulos diretos para redução populacional, como
também nunca assegurou o exercício dos direitos reprodutivos de sua população, basicamente,
as políticas de reprodução no Brasil foram marcadas pela omissão de ações explicitas do
governo, até por isso desta prática foi possível permitir propostas não oficiais de planejamento
familiar para que fossem expandidos de forma ampla e atuassem na propagação do uso de
contraceptivos, processo que contribuiu para a redução das taxas de fecundidade no país
(FERNANDES, 2003).
No decênio de 1986/1996, a taxa de fecundidade exemplificando, o Nordeste caiu de
aproximadamente 40% passando de 5,2 filhos por mulher para 3,1 filhos, apesar de
contemplar a mais alta taxa de fecundidade do país. Porém, um dos elementos que
desempenhou papel importante para a queda da fecundidade no Nordeste foi à
democratização do uso de contraceptivos, deste total de mulheres atualmente, 76,7% usam
algum método contraceptivo (FERNANDES, 2003).
Contudo, ainda que, dispondo destas informações a situação do cuidado requer uma
pesquisa que busque configurar qual a aderência da população em relação ao trabalho
realidade pelo profissional de saúde enfermeiro nas orientações do Planejamento Familiar as
decisões tal planejamento.
4.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
4.5.1 Métodos Naturais
Os métodos comportamentais de planejamento familiar são técnicas para obter ou
evitar gravidez mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo ao
longo do ciclo menstrual. Este método baseando-se na identificação do período fértil da
mulher, o casal pode concentrar as relações sexuais nesta fase, caso deseje obter uma
gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar ou evitar a gravidez. Como
método anticoncepcional à taxa de falha, no primeiro ano de uso, atinge de 20%, em uso
26
habitual. Entre usuários adaptados ao método (uso correto) este índice cai para 0,5 a 9%
(BRASIL, 2002).
A determinação do período fértil baseia-se em três hipóteses cientificamente válidas,
citadas:
• A liberação do óvulo (ovulação) ocorre entre 11 e 16 dias antes do inicio da
menstruação;
• O óvulo, após ter sido liberado, tem uma sobrevida de aproximadamente 24 horas;
• O espermatozóide, após sua inoculação no trato genital feminino, tem capacidade
para fecundar um óvulo até o período de 48 a 72 horas (BRASIL, 1996).
A - Método de OGINOS – KNAUS (Calendário ou Tabelinha)
Este método baseia-se no fato de que a duração da segunda fase do ciclo menstrual
(pós-ovulatório) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 e 16 dias antes
do inicio da menstruação. O cálculo do período fértil da mulher é feito através da análise de
seu padrão menstrual prévio, durante 6 a 12 meses. A mulher que quiser usar este método
deve ser orientada para registrar, durante pelo menos 6 meses, o 1º dia da menstruação.
Para que este processo seja eficaz é necessário que a mulher verifique 4 ciclos
subseqüentes, contando desde o 1º dia da menstruação (primeiro dia do ciclo) até o dia que
antecede a menstruação seguinte (último dia do ciclo).Se a diferença entre o menor e o maior
ciclo for inferior a 10 orienta-se para o uso da tabela.Pega-se o menor ciclo diminui por 18 e
o maior ciclo diminui por 11. Exemplo: Início do período fértil = 27-18 = 9º dia; Fim do
período fértil = 33-11 = 22º dia. No exemplo citado acima, o período fértil determinado foi do
9º ao 22º dia do ciclo (ambos os dias, inclusive), com uma duração de 14 dias (BRASIL,
1996).
B - Método do Muco Cervical (ou Billings)
Este método é realizado através da identificação do período fértil por meio da autoobservação das características do muco cervical e da sensação por ele provocado na vulva.
O muco cervical é uma secreção produzida no colo do útero pelo epitélio glandular das
criptas cervicais, que por ação hormonal apresenta transformações características ao longo do
ciclo menstrual, possibilitando a identificação do processo ovulatório. No inicio do ciclo o
muco cervical é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozóides pelo canal
27
cervical. Entretanto sob a ação estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e
lubrificação, que indica o tempo da fertilidade no momento em que os espermatozóides têm
maior facilidade de penetração no colo uterino, o muco torna-se transparente, elástico,
escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. O problema do uso desse método é que a
mulher nem sempre se percebe ou se conhece e também pode apresentar um outro fluxo
confundindo-o com o período ovulatório (BRASIL, 2002).
C - Ejaculação Extravaginal (Coito Interrompido)
É a remoção do pênis da vagina antes da ejaculação. Esse método requer um controle
cuidadoso pelo homem, é freqüentemente utilizado como prevenção contra a gravidez, esse
método é considerado não confiável uma vez que, pode escapar espermatozóides nas
secreções mesmo antes da ejaculação (BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
D - Método de Temperatura Basal Corporal
Este método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal, que ocorrem na
mulher ao longo do ciclo menstrual. A temperatura basal é a temperatura do corpo em
repouso, antes da ovulação, a temperatura corporal permanece em nível baixo; após ovulação,
ela eleva-se ligeiramente (alguns décimos de grau centígrados), permanecendo nesse novo
nível até a próxima menstruação. Este pequeno aumento de temperatura é resultado da
elevação dos níveis de progesterona, que tem efeito termogênico. O método permite, portanto,
através da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase fértil pósovulatória a medida da temperatura deve ser feita com um tempo de no mínimo 3 horas de
sono (BRASIL, 1996).
E - Método Cinto – Térmico
Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a
finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e contabilidade. Ele combina a
observação dos sinais e sintomas relacionados á temperatura basal corporal e ao muco cervical, associada os parâmetros subjetivos (físicos e ou psicológicos relacionados)
indicadores de possível ovulação. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação
podem ser, entre outros: dor abdominal, sensação de peso nas mamas inchadas ou doloridas,
28
variações de humor e/ou libido, outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento
de apetite ganho de peso, sensação de distensão abdominal, sangramento intermenstrual entre
outros). O início do período fértil acontecem às modificações do muco, cálculos do
calendário; Para o final do período fértil ocorrem às modificações do muco, temperatura basal
(BRASIL, 2002).
4.5.2 Métodos de Barreira
São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos á penetração dos
espermatozóides no canal cervical. Os métodos de barreira disponíveis em nosso meio são:
preservativos (condons) camisinhas femininas e masculinas; diafragma; e os espermaticidas
químicos (BRASIL, 2002).
A - Preservativo ou Condon: Preservativo Masculino
Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o
esperma por ocasião da ejaculação impedindo o contato com a vagina, impede que os
microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. Este método além
de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão de HIV e outros agentes sexualmente
transmissíveis. A taxa de falha deste método, no 1º ano de uso, varia de 3%, quando usados de
maneira correta em todas as relações sexuais, a 14% quando avaliados o uso habitual. A
segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e da utilização em todas as
relações sexuais (BRASIL, 2002).
B - Preservativo Feminino
É um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a
dois anéis flexíveis de poliuretano. O 1º anel que fica solto dentro do tubo, serve para ajudar
na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O 2º anel constitui o reforço
externo do preservativo que,quando é colocado de maneira correta , cobre parte da vulva. O
produto já vem lubrificado e deve ser usado apenas uma vez. Esta forma uma barreira física
entre o pênis e a vagina, servindo de receptáculo ao esperma, impede seu contato com a
29
vagina, assim como impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o
pênis ou vice-versa. Nos primeiros seis meses ano, a taxa de falha deste método varia de
1,6%, em uso correto, a 21%, em uso habitual (BRASIL, 2002).
C - Diafragma
É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num anel flexível,
coberto no centro com uma delgada membrana de borracha ou de silicone em forma de cúpula
que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo do útero. O diafragma é colocado na
vagina antes da relação sexual com parte convexa voltada para a vulva, localizando a borda
posterior no fundo de saco posterior e a borda anterior atrás do púbis. Recomenda-se para
maior eficácia, antes da introdução, colocar na parte côncava creme espermaticida. Retirar de
6 a 8 horas após a relação sexual (BRASIL, 1996).
D - Espermicida
São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, impedem a
penetração dos espermatozóides no canal cervical, e bioquimicamente, imobilizam ou
destroem os espermatozóides. Podem se apresentar na forma de óvulos, supositórios, geléias,
cremes, espumas ou aerossóis. Porém, o produto espermaticida a base de nonoxinol - 9 à 2% é
o mais utilizado no Brasil e no mundo, e recomendado pelo Ministério da Saúde. Entretanto o
risco de alguns métodos contraceptivos contendo N-9 pode aumentar o risco de transmissão
sexual do HIV e outras DST. A razão deste risco acrescido reside no fato do N-9 provocar
lesões (fissuras/micro fissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da freqüência de uso e
do volume aplicado. O espermaticida pode ser combinado com diafragma ou preservativo sua
colocação deve ser na vagina 1 hora antes de cada relação sexual (BRASIL, 2002).
E - Esponja Vaginal
É um dispositivo redondo de poliuretano de tamanho único, seu formato encaixa-se
firmemente na cévix, o outro lado tem uma alça, usada para removê-la da vagina, uma vez
colocada sua proteção é de 24 horas, os espermatozóides são destruídos por ação
espermicidas. Vantagens: fácil de ser usado diminui a disseminação de doenças sexualmente
transmissíveis como a gonorréia e a tricomoníse. Desvantagens: algumas mulheres podem
30
apresentar reações alérgicas ao espermicida ou ao poliuretano, ressecamento das secreções
vaginais (BURROUGHS, 1995).
4.5.3 Métodos Hormonais
“Os
Anticoncepcionais
Hormonais
Orais,
também
chamados
de
pílulas
anticoncepcionais são esteróides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade
básica de impedir a concepção” (BRASIL, 1996, p.75).
A - Indicação para o uso dos anticoncepcionais orais
Deve-se optar por um composto com baixa dose de estrogênio e pelos compostos mais
modernos de progestagênios e de baixa dosagem, garantindo um menor efeito metabólico
(VIANA et al; MARTINS 2001).
B - Combinados
São componentes que contém dois hormônios sintéticos, o estrogênio e o
progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher. Estas pílulas combinadas
atuam basicamente por meio da inibição da ovulação, para provocar alterações nas
características físico-químicos do endométrio e do muco-cervical.
As combinadas dividem-se em monofásicas, bifásicas e trifásicas. Nas monofásicas, a
dose dos esteróides é constante nos 21 ou 22 comprimidos da cartela. Enquanto nas bifásicas
contêm dois tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em proporções diferentes (duas
fases). As trifásicas contêm três tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em
proporções diferentes (três fases) (BRASIL, 2002).
As cartelas com 21 drágeas inicia no 1º de sangramento e pausa de 7 dias; Cartelas
com 22 drágeas com início no 1º dia de sangramento e pausa de 6 dias; Cartelas com 24
drágeas início no 1º dia de sangramento pausa de 4 dias e cartelas de 28 drágeas início no 1º
dia de sangramento não ocorrendo pausa (BRASIL, 2002).
A Progesterona (comprimido), que contém uma dose muito baixa de progestogênio,
promovendo
o
espessamento
do
muco
cervical,
dificultando
a
penetração
dos
31
espermatozóides, inibe a ovulação em aproximadamente metade dos ciclos menstruais. Estas
minipílulas (sendo 35 comprimidos) são utilizadas especificamente nas mulheres em que o
estrogênio está contra indicado como no caso da lactente. Durante a lactação, quando
utilizados de forma correta e consistente, os anticoncepcionais orais de progestogênio têm
uma taxa de falha de 0,5%, no primeiro ano de uso, sendo que em uso habitual, a taxa de falha
é de 1% (BRASIL, 2002).
C - Existem três vias de administração:
• Oral este deve ser tomado durante três semanas com intervalo de uma semana;
• Injetáveis são anticoncepcionais para uso feminino quem contém progestogênio ou
associação de estrogênios e progestagênios, para administração parenteral (IM),
com doses hormonais de longa duração, devendo ser repetido a cada quatro
semanas e quando o componente é só progesterona as injeções podem ser
programadas para cada três meses apresenta alta eficácia, comparável na prática,
somente á anticoncepção cirúrgica% (BRASIL, 1996).
• Implante ou Norplant é um modelo de anticoncepção de longa duração que
consiste na inserção de seis tubos flexíveis sob a pele, estes tubos não são
biodegradáveis e contém, no seu interior hormônio levonorgestrel. São implantados
através de pequena cirurgia sobre a pele da parte interna do braço. O hormônio é
liberado lentamente a uma velocidade quase constante por 5 anos (VIANA et al;
MARTINS, 2001).
32
5 SITUAÇÕES ESPECIAIS
A – Lactente
Durante os primeiros seis meses pós-parto, a amamentação exclusiva, á livre demanda,
com amenorréia, está associada à taxa baixíssima de gravidez (0,5 a 2%), por este efeito
anticoncepcional deixa de ser exclusivo no momento em que retorna a menstruação e quando
o leite materno deixa de ser o único alimento recebido pelo bebê. Este efeito inibidor da
fertilidade, que tem o alimento exclusivo com amenorréia, pode ser utilizado como método
comportamental de anticoncepção.
A mulher que passa da amamentação exclusiva para parcial deve iniciar o uso do
método se o parto tiver ocorrido há mais de 45 dias, com cartelas de 35 comprimidos de
progesterona (BRASIL, 2002).
B - Em relação ao esquecimento da pílula
Quando o esquecimento for de somente um comprimido, a paciente deverá tomar tão
logo se lembre, seguindo o mesmo horário para tomar os demais comprimidos; se for de duas
pílulas nas primeiras duas semanas de uso, deverá utilizar os comprimidos nos dois dias
seguintes, se os dois forem da terceira semana, ou se mais comprimidos forem esquecidos em
qualquer fase, outro método contraceptivo deve ser associado, como por exemplo, a utilização
do preservativo feminino ou masculino (VIANA et al; MARTINS, 2001).
33
6 MÉTODOS ESPECIAIS
DIU são dispositivos intra-uterinos de polietileno aos quais podem ser adicionados
cobre ou hormônios que, inseridos na cavidade uterina, exercem a sua função contraceptiva.
Estes atuam impedindo a fecundação porque tornam mais difícil a passagem do
espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduz a possibilidade de fertilização do
óvulo. Para a Organização Mundial da Saúde, o DIU interfere nas diferentes etapas do
processo reprodutivo que ocorrem na fertilização.
O DIU com levonorgestrel causa supressão dos receptores de estradiol no endométrio,
atrofia endometrial e inibição da passagem do espermatozóide através da cavidade uterina.
Entretanto a taxa de falha do MLCu 375 é de 1,4%, no primeiro ano de uso, pela melhor
distribuição do cobre na cavidade uterina a taxa com o DIU Tcu-380 é de 0,6 a 0,8% no
primeiro ano de uso sendo que a taxa de gravidez do DIU com levonorgestrel é de 0,1%. As
concentrações de cobre e de levonorgestrel no trato superior caem rapidamente após a
remoção do DIU e a recuperação da fertilidade é imediata.
Os tipos e modelos de DIU podem ser: DIU com cobre é com polietileno com
filamentos e/ou anéis de cobre atualmente os modelos mais usados são TCU-380ª e MLCu375; DIU que libera hormônio feito de polietileno e libera, de maneira continua , pequena
quantidade de levonorgestrel (BRASIL, 2002).
Os DIUs não medicados ou inertes não contém ou não liberam substâncias ativas, são
constituídos de polietileno; DIUs medicados ou ativos a matriz é de polietileno, com
substâncias (metais ou hormonais) que exercem ação bioquímica local, aumenta a eficácia
anticonceptiva. Os DIUs inertes, entre eles a alça de Lippes, nunca foram aprovados no Brasil
e não estão sendo utilizados oficialmente, como anticonceptivo, em nenhum serviço público
(BRASIL, 1996).
Método Cirúrgico
A - Laqueadura é uma esterilização feminina que pode ser realizada através de
procedimentos abdominais e vaginais. As trompas de Falópio ou tubas uterinas são
seccionadas, ligadas ou ocluídas por eletrocautério. Os anéis têm a vantagem de,
teoricamente, serem removidos, caso seja desejada a reversão da fertilidade. Uma
laparoscopia pode ser realizada 1 a 2 dias após o parto (BURROUGHS,1995)
34
A laqueadura tubária pode ser feita pelas vias: minilaparotomia, laparoscopia,
colpotomia. Entretanto a laparotomia só esta indicada quando associam a outro procedimento
cirúrgico maior, todas as vias existentes devem ser realizadas em um ambiente cirúrgico. A
minilaparotomia, quando realizada fora do período gravídico puerperal, deverá ser supra
púbica transversa, com uma incisão de 3 cm de extensão no período pós-parto imediato, a via
é uma incisão pequena umbilical já na laparoscopia, transumbical, deve ser feita fora do
período gravídico puerperal, enquanto na colpotomia pode ser anterior (entrada pelo espaço
vesico-uterino) ou posterior (entrada pelo Douglas), utilizada quando a mulher se submete a
um procedimento cirúrgico por via vaginal porém em todas as situações fora do período
gravídico puerperal o mesmo deve ser feito no período pós-menstrual e pré-ovulatório, evitar
o procedimento em uma gestação inicial este pode ser feito em qualquer mulher estiver algum
método contraceptivo eficaz ou em abstinência sexual (BRASIL, 2002).
B - Vantagens da laqueadura
1. Baixa incidência de complicações;
2. Recuperação rápida;
3. Deixa cicatriz pequena;
4. Realizada rapidamente.
C - Desvantagens da laqueadura
1. É um método permanente;
2. Reversão difícil e dispendiosa;
3. Procedimento de esterilização tecnicamente difícil;
4. Requer cirurgião, sala de cirurgia com condições assépticas, assistente,
medicamentos, equipamento cirúrgicos;
5. Dispendiosa no momento da realização;
6. Quando há insucesso, altas probabilidades prenhes ectópica;
7. Não oferece proteção contra DSTs/AIDS inclusive HIV. (BRUNNER e
SUDDARTH, 2006).
35
D - Vasectomia
A vasectomia consiste na ressecção do canal deferente para evitar a passagem do
esperma dos testículos até a uretra durante a ejaculação. É feita uma incisão ou pequena
punção para expor o canal deferente. O canal deferente é isolado e seccionado. As
extremidades seccionadas são ocluidas com laqueaduras ou grampos, ou a luz de cada canal é
selada por eletro cautério e a incisão é fechada por sutura. A sutura pode não ser necessária
quando foi utilizada uma conduta por punção (BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
E - Complicações da vasectomia:
Equimoses e inchaços de bolsa escrotal, infecção superficial da ferida, inflamação do
canal deferente, epididimite ou epidídimo-orquite, hematomas e granulomas espermático (isso
pode iniciar a recanalização do canal deferente, tornando possível a gravidez).
F - Vantagens da vasectomia:
Altamente efetiva, alivia a mulher da carga contraceptiva, barata ao longo do tempo,
permanente, procedimento altamente aceitável por muitos clientes, muito segura, realizada
rapidamente.
G - Desvantagens:
Dispendiosa no curto prazo para aqueles que demonstram arrependimento quanto a
cirurgia, pois tratar-se de um método permanente embora seja possível uma reversão, isso
requer uma cirurgia importante e altamente técnica; seus resultados não são garantidos,
arrependimento em 5-10% dos pacientes, não oferece proteção contra as DSTs, incluindo o
HIV, ineficaz até que o espermatozóide remanescente no sistema reprodutivo seja ejaculado.
(BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
É importante que o paciente seja bem orientado e com todas as informações, inclusive
que o paciente ficará estéril, mas que a potência não ficará modificada depois de uma
vasectomia bilateral. Sendo esta uma das maiores preocupações dos pacientes que procuram
este tipo de procedimento, salientando que como em qualquer procedimento cirúrgico deve
ser assinado um termo de autorização de cirurgia.
36
7 MARCO CONCEITUAL
O marco teórico consiste de uma abordagem que dê sustentação a formulações do
problema de pesquisa e a interpretação, análise e discussão dos dados. Dessa forma, a
abordagem escolhida, esta em harmonia com o tema de pesquisa proposto, pois representará o
suporte no qual cada fase do estudo será articulada. A abordagem teórica que indicará o rumo
desta pesquisa que se refere à articulação defendida por Madeleine Leininger, na Teoria de
Enfermagem transcultural.
Neste pensar, optamos pela Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado
Transcultural de Madeleine M. Leininger, por considerar que esta pode subsidiar nossos
objetivos já que propõe como base, a compreensão da cultura de cada povo e de suas crenças
e valores, pois influenciam no modo de cuidar. Utilizamos os conceitos de cultura e de
enfermagem de Leininger e outros conceitos como Saúde, Ser Humano, Foco, Família,
Contexto Ambiental, Cuidado, Comunicação sendo estes inter-relacionados, bem como
alguns pressupostos próprios das autoras.
7.1 APRESENTANDO MADELEINE LEININGER
Madeleine Leininger é uma teórica norte-americana, graduada em Enfermagem, no
ano de 1948, em Denver, na St. Anthon's School of Nursing. Tornou-se Bacharel em
Ciências, no ano de 1950, pelo Benedictine College, em Atchison e, em 1965, concluiu o
curso de Doutorado em Antropologia, na Unierversity of Washington, Seatle.
No exercício da prática profissional, durante os anos 50 Madeleine Leininger
trabalhou no meio-oeste dos Estados Unidos, num lar para orientação de crianças e pais, na
especialidade de Enfermagem clínica. Ao desenvolver este trabalho, podem perceber que as
crianças apresentavam algumas diferenças na s suas características comportamentais, que se
repetiam com freqüência.
Para Leininger, nessas diferenças há um fundo de base cultural e percebe-se que a
enfermagem possui conhecimentos suficientes a respeito da cultura dessas crenças, para
compreendê-las melhor e desenvolver as práticas de cuidados de Enfermagem diversificadas,
significativas e eficazes, de acordo com as suas culturas. A partir daí ela passou a se dedicar a
37
esta nova área da Enfermagem, ou seja, à Enfermagem transcultural, como subárea da
Enfermagem. Leininger foi à primeira enfermeira no mundo a se doutorar em antropologia.
Em 1998, ofereceu mais explicações sobre suas idéias, apresentando como
pressupostos que “culturas diferentes percebem, conhecem e praticam cuidados de diferentes
maneiras, ainda que alguns elementos comuns existam, em relação ao cuidado, em todas as
culturas do mundo”. (LEOPARDI, 1999, p.96).
7.2 PRESSUPOSTOS DA TEORIA MADELEINE LEININGER
Segundo Leopardi (1999, p.99) Leininger construiu sua teoria com base na crença de
que “os povos de cada cultura são capazes de conhecer e definir as maneiras, através das quais
eles experimentam e percebem seu cuidado de Enfermagem, sendo também capazes de
relacionar essas experiências e percepções às crenças e práticas gerais de saúde”.
A autora ainda cita que o cuidado sempre foi considerado essencial à sobrevivência e
desenvolvimento humano; que as culturas poderiam ter-se destruído mutuamente se os atos
humanos de cuidar não tivessem ajudado a reduzir os estresses e conflitos, num sentido de
proteção ao ser humano. O cuidado cultural tem um significado holístico importante para o
conhecimento, explicação, interpretação e predição do fenômeno “cuidar” na Enfermagem. O
cuidado cultural em seus conceitos, significados expressões, padrões, processos e formas
estruturais, pode ser diferente ou similar, através de todas as culturas do mundo. Cada cultura
humana
tem conhecimento
e
uma
prática
profissional
de
cuidado,
que
varia
transculturalmente. (LEOPARDI, 1999)
Cita Leopardi (1999), que além destes elementos que sustentam sua proposta,
Leininger acredita que:
• A prática de cuidado é a essência e a dimensão pragmática intelectual e unificadora
da profissão de enfermagem;
• A administração de cuidados é uma prática de profundas raízes culturais e requer,
portanto, um conhecimento de base cultural além de suficiente capacitação para
eficaz aplicação;
• “Não se produz cura sem cuidados, mas pode haver cuidados sem que se produza a
cura”.
38
7.3 CONCEITOS INTER-RELACIONADOS
Saúde: A saúde para Leininger é o estado de bem – estar que é culturalmente definido,
valorizado e praticado, que reflete a habilidade dos indivíduos ou grupos para realizar suas
atividades diárias de forma culturalmente satisfatória com benefícios.
No entanto, a saúde é uma moldura lingüística geral para as profissões da saúde. Seu
elo com a Enfermagem relaciona-se diferentemente aos fenômenos do cuidado que, por sua
vez, devem ser estudados sob uma perspectiva científica e humanística e, desta forma,
delinear a verdadeira natureza desta profissão (LEOPARDI, 1999).
O conceito de saúde nesta pesquisa aponta a importância das informações em
planejamento familiar sendo esta passada de forma correta para os usuários desse serviço,
para a busca de qualidade de vida.
Enfermagem A Enfermagem é definida como uma profissão e uma disciplina
científica aprendida e humanística com enfocado no fenômeno e nas atividades do cuidado
humano para assistir, apoiar, facilitar ou capacitar indivíduos ou grupos a manterem ou
readquirirem seu bem estar ou saúde, de uma forma culturalmente significativa e satisfatória,
ou para ajudá-lo a enfrentar as dificuldades ou a morte (LEOPARDI, 1999).
Segundo Valverde (1997) enfermagem é arte e ciência humanística, cujo objeto de
estudo é a pessoa na sua totalidade, está orientada á manter e promover á saúde, á prevenção
das enfermidades e a reabilitação de doentes e incapacitados, procurando manter uma
interação harmônica entre corpo, mente, espírito, com a finalidade de obter um potencial
máximo de saúde.
Ao adotarmos este conceito na referida pesquisa, considerando que a enfermagem
assume um dever profissional de abordar o ser humano holisticamente, respeitando de forma
ética o indivíduo, sua família e o contexto social em que ele está inserido.
O Cuidado
Segundo George, (2000, p.300) o cuidado para Leininger é definido como,
os atos ou as decisões assistenciais, apoiadoras, facilitadoras ou capacitadoras,
cognitivamente baseadas, que são elaboradas para se ajustarem aos valores culturais,
crenças e modos de vida de um indivíduo, grupo ou instituição, visando
39
proporcionar ou apoiar o atendimento de saúde significativo, benéfico e satisfatório,
ou os serviços de bem estar.
Cuidado cultural para Leininger in Leopardi (1999, p. 99),
o cuidado cultural é aquele em que os valores, as crenças e modos de vida
padronizados, aprendidos e transmitidos subjetiva e objetivamente, assistem,
apóiam, e facilitam outro indivíduo ou grupo a manter o seu bem-estar; a melhorar
suas capacidades e modo de vida, a enfrentar a doença e as incapacidades ou a
morte.
Contexto Ambiental: de acordo com George in Leininger (2000, p.299) “é a
totalidade de um evento, situação ou experiência particular que dá significado às expressões
humanas, interpretações e interações sociais em ambientes físicos, ecológicos, sócio-políticos
e/ou culturais determinados”.
Metodologia: Todas as ações e modalidades do cuidado requerem co-participação do
enfermeiro e do cliente, trabalhando juntos para identificar, planejar, implementar e avaliar
cada modo de cuidar, com o intuito de obtenção de cuidados de Enfermagem culturalmente
congruentes (LEOPARDI,1999).
Foco: O foco de estrutura de Leininger é dirigido para além da tradicional interação ou
transação enfermeiro cliente. A abordagem teórico-prática procura dar conta de focalizar o
cuidado em família, grupos, comunidades e instituições, numa perspectivas culturais e
holísticas, sendo este a essência da atuação.
Cultura: “a cultura abrange valores, crenças, normas e modos de vida de um
determinado grupo,que são aprendidos, compartilhados e transmitidos de forma que possa
orientar seu pensamento, suas decisões e suas ações de maneira padronizada” (LEININGER,
1991, apud GEORGE, 2000, p.97).
Nesta pesquisa a cultura representa a utilização de métodos contraceptivos pelos
usuários da rede básica, sendo que o seu conhecimento é respeitado e readequado pelos
enfermeiros.
Ser Humano: “os seres humanos são melhores representados em seus pressupostos.
Os homens são considerados capazes de cuidar e de preocupar-se com as necessidades, o
bem-estar e a sobrevivência dos outros” (LEININGER, 1991, apud GEORGE, 2000, p.302).
40
Família: Segundo (Flores e Franco, 1996), família é um grupo caracterizado pela residência
em comum e pelo convívio de pais e filhos, isolados ou não dos demais parentes.
Por ser família a unidade básica da organização social, é nesse ambiente que se
forma o individuo. Por tanto, é de suma importância que para atingirmos a saúde dos
indivíduos, eles não sejam considerados isoladamente, mas, dentro do contexto em
que vive. (As influências do meio social, as relações afetivas entre as pessoas, o
ambiente físico em que os indivíduos vivem são importantíssimos para a binômia
saúde doença (FLORES, FRANCO, 1996, p.82).
41
8 METODOLOGIA
Este Trabalho de Conclusão de Curso é um estudo que tem por objetivo avaliar a
atuação dos profissionais de Saúde em um Serviço de Planejamento Familiar a partir dos
relatos de usuários desse programa, com a finalidade de associar a pesquisa com a prática
assistencial. Quanto à forma de abordagem do problema, trata-se de uma Pesquisa Qualitativa,
pois, acreditamos na existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e as pessoas,
onde se estabelece um vínculo indissociável entre o que é objetivo e a subjetividade de cada
um que não pode ser traduzido em números.
A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são de suma importância
neste relatório de pesquisa. Como nosso estudo se desenvolveu a partir da interação entre
pesquisadores e membros da situação investigada, desenvolvemos uma Pesquisa Participante,
onde o contato direto do observador com o fenômeno observado permitiu obter informações
sobre a realidade e seu contexto. Neste processo existe uma relação direta observadorobservados e ambos podem ser modificados pelo contexto. A vantagem do uso desta técnica é
a captação de informações que não são obtidas através de simples indagações.
Nessa perspectiva, optou-se pela modalidade de pesquisa convergente-assistencial de
(TRENTINI e PAIM, 2004).
A pesquisa de campo convergente-assistencial é aquela que mantém, durante todo seu
o seu processo, uma estreita relação com a situação social, com a intencionalidade de
encontrar soluções para problemas, de realizar mudanças e de introduzir inovações na
situação social. Portanto, este tipo de pesquisa está comprometido com a melhoria direta do
contexto social pesquisado (TRENTINI e PAIM, 2004). Esta modalidade de pesquisa articula
a prática profissional com o conhecimento teórico, pois os seus resultados são canalizados
progressivamente, durante o processo de pesquisa, para as situações práticas; por outro lado,
os pesquisadores formulam temas de pesquisa a partir das necessidades emergidas dos
contextos da prática.
Este tipo de pesquisa inclui atividades de cuidado. No entanto, as autoras colocam que,
a mesma não se substancia como feito de cuidar ou de assistência, não é generalista, mas sim
conduzida para descobrir realidades, resolver problemas específicos ou introduzir inovações
em situações específicas, em determinado contexto da prática assistencial.
42
“Deste modo, o pesquisador coloca-se em compromisso com a construção de um
conhecimento novo para a renovação das práticas assistenciais no campo estudado”
(TRENTINI & PAIM, 2004, p.162)
8.1 LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi desenvolvido na Unidade Mista de Saúde no Município de Biguaçu com
o início a partir do 2º semestre de 2009, após a autorização da comissão de Ética em pesquisa
da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.
O serviço de saúde, cenário do estudo; é referência na Atenção Básica e especializada
na saúde da mulher, no pré-natal, em planejamento familiar, na prevenção e controle do
câncer de colo uterino e de mama; oferecendo serviços laboratoriais e exames
ultrassonográficos, tendo convênio com clínicas especializadas para exames radiológicos. A
equipe multiprofissional para atendimento à mulher é formada por enfermeiras, médicos,
assistentes sociais, psicólogas e nutricionistas.
Segundo informações fornecidas pela enfermeira responsável pela direção da unidade
esta fornece cobertura de assistência básica para todo o município e possui parceria com a
Estratégia de Saúde da Família (ESF) das áreas de abrangência.
A ESF tem o propósito de reverter à forma de oferta da assistência à saúde, ou seja,
incorporando
ações
coletivas
de
cunho
promocional
e
preventivo
a
substituir
progressivamente os atendimentos individualizados, curativos, de alto custo e de baixo
impacto. Neste aspecto, é imprescindível o estabelecimento de parcerias intersetoriais com
educação, ação social, trabalho, outras instâncias governamentais e a sociedade civil
(BRASIL, 1998).
Para a realização da pesquisa, inicialmente, foram feitos contatos com a diretoria do
serviço e com a chefia de enfermagem e, posteriormente, com as técnicas de enfermagem
responsáveis pela ESF. A nossa inserção no campo de pesquisa deu-se em torno de trinta dias
decorridos do primeiro contato até o início da coleta de dados, o que possibilitou nossa
aproximação com o contexto mais amplo da assistência à saúde da mulher naquele serviço.
O instrumento utilizado foi um roteiro para entrevista semi-estruturada elaborado pelas
pesquisadoras (Apêndice F), que nos possibilitou ter acesso às informações necessárias á
pesquisa. Utilizamos também um diário de campo para as anotações sendo possível anotar as
43
palavras chaves que nos permitiram descrever em detalhes as observações e a fala dos
participantes durante as entrevistas em que registramos nossas experiências, sentimentos,
dificuldades e facilidades encontradas durante a coleta de dados.
8.2 SUJEITOS DO ESTUDO
O público alvo foi escolhido pelo critério de serem usuários (as) do serviço de
planejamento familiar da Unidade Mista de Saúde do município de Biguaçu, durante o
processo de refinamento da amostra foram selecionadas para este estudo seis usuárias
atendidas pelo serviço de planejamento familiar.
A assistência ao planejamento familiar é oferecida, atualmente, no Brasil, pelas
equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), um modelo de política pública de saúde que
traz a proposta do trabalho em equipe, de vinculação dos profissionais com a comunidade e de
valorização e incentivo à participação comunitária. Correspondem a uma das sete áreas
prioritárias de intervenção na atenção básica, definidas na Norma Operacional da Assistência
(BRASIL, 2001).
8.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
Para realização deste estudo, foram adotadas as recomendações do Parecer 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, como também respeitamos o Código de Ética de Enfermagem,
assegurando aos participantes desta pesquisa, anonimato e sigilo de suas informações, por
meio da utilização de pseudônimos, bem como, o direito de desistirem do estudo quando
desejassem.
Os valores éticos foram abordados também como aspectos valorizadores nas
interações entre equipe de saúde, mulheres, homens e seus familiares. O presente projeto foi
submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UNIVALI e
esta sob a responsabilidade da Professora MSc. (Maria Catarina da Rosa (Apêndice E), de
acordo com o Termo de Compromisso de Orientação).
44
Este estudo, portanto, está regido pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde
(CNS) 196/96, que incorpora na sua coletividade, quatro referências básicas da Biótica, isto é,
a saber: Autonomia, Não-maleficência, Beneficência e Justiça. Para cada participante do
estudo foram explicados os objetivos propostos pela pesquisa, e a forma como seria realizada
a coleta de dados para a realização da pesquisa, sendo também oferecido a cada participante o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice C) e o Termo
Consentimento Pós-esclarecimento de Pesquisa. (Apêndice D).
Para os pesquisados foi assegurado o comprometimento de sigilo e anonimato, na
organização da pesquisa, foram usados números para representá-los, uma vez que as pessoas
envolvidas na pesquisa aceitaram colaborar com a mesma, motivada pelo interesse e pelos
objetivos da investigação. Após aceitarem participar do estudo, leram e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, e o termo pós-esclarecimento de pesquisa, elaborado
segundo critérios da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisa com
seres humanos, previamente aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do
Vale do Itajaí – UNIVALI, Curso de Graduação em Enfermagem. Tanto durante o andamento
da pesquisa quanto neste trabalho. Foi garantida também a liberdade para desistir de participar
da pesquisa, em qualquer momento, o livre acesso ao conteúdo do estudo e às pesquisadoras.
8.4 SUJEITOS DO ESTUDO
O público alvo foi escolhido pelo critério de serem usuários (as) do serviço de
planejamento familiar da Unidade Mista de Saúde do município de Biguaçu, durante o
processo de refinamento da amostra foram selecionadas para este estudo seis usuárias
atendidas pelo programa de planejamento familiar.
A assistência ao planejamento familiar é oferecida, atualmente, no Brasil, pelas
equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), um modelo de política pública de saúde que
traz a proposta do trabalho em equipe, de vinculação dos profissionais com a comunidade e de
valorização e incentivo à participação comunitária. Correspondem a uma das sete áreas
prioritárias de intervenção na atenção básica, definidas na Norma Operacional da Assistência
(BRASIL, 2001).
Para os pesquisados foi assegurado o comprometimento de sigilo e anonimato. Na
organização da pesquisa, foram usados números para representá-los. As pessoas envolvidas na
45
pesquisa aceitaram colaborar com a mesma, motivadas pelo interesse e pelos objetivos da
investigação. Após aceitarem participar do estudo, leram e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, e o termo pós-esclarecimento de pesquisa (apêndice D),
elaborado segundo critérios da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para
pesquisa com seres humanos, previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Curso de Graduação em Enfermagem. Tanto
durante o andamento da pesquisa quanto neste trabalho. Foi garantida também a liberdade
para desistir de participar da pesquisa, em qualquer momento, o livre acesso ao conteúdo do
estudo e às pesquisadoras.
No momento da coleta de dados, prestamos orientações de enfermagem referentes aos
métodos contraceptivos, às mulheres usuárias do Programa de Planejamento Familiar da
Unidade de Saúde, uma vez que, estávamos inseridas no contexto das rotinas do local.
Nestes momentos de interação, procuramos seguir os pressupostos que caracterizam a
pesquisa convergente-assistencial, que consistem na participação dos envolvido, na pesquisa e
na assistência, que foram então os elementos centrais em nossa metodologia.
Da articulação desses elementos como; participação dos envolvidos no estudo e a
assistência prestada a eles, emergem outro, unificador, que denominamos convergência, este
toma parte de um duplo jogo; o do "pensar" e ao mesmo tempo o de "fazer", articulando a
teoria à prática. (TRENTINI e PAIM, 2004).
8.5 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados foi realizada no espaço físico da unidade mista de Biguaçu na sala
reservada para o atendimento dos usuários (as) do Programa de Planejamento Familiar por
considerarmos o lugar mais apropriado para a pesquisa, uma vez que possibilitou as
pesquisadoras compreender melhor a relação entre os sujeitos da pesquisa e a forma como é
abordado o fenômeno pesquisado.
Utilizamos como material de pesquisa, um questionário semi-estruturado, termo de
consentimento livre e esclarecido, e materiais auxiliares como: caneta, papel, diário de campo,
com o intuíto de registrar todos os detalhes que por ventura pudesse-nos parecer útil,
garantindo assim, a responsabilidade de transcrever dados fidedignos da coleta, esta se
desenvolveu nos períodos matutinos e vespertinos, optamos pelos dois períodos por
46
considerarmos importante para observação da dinâmica do atendimento e das orientações
realizadas pelas técnicas de enfermagem responsáveis por essas informações, em uma
seqüência de trinta dias de 18 de setembro a 18 de outubro de 2009, duas vezes por semana,
nas terças e quintas-feiras, pois de acordo com as técnicas de enfermagem que atendem no
Programa de Planejamento Familiar nesses dias a procura é maior dendo as marcações de
consultas com o médico para as orientações sobre laqueaduras e vasectomias.
Para chegarmos às informações mais próximas do que pretendíamos obter em relação à
pesquisa, elaboramos um questionário semi-estruturado contendo 7 (sete) questões para os
usuários do programa de planejamento familiar (Apêndice F). Além do questionário
utilizamos a técnica de observação participante do pesquisado e do ambiente no qual eles são
inseridos, como uma fonte de informações de grande utilidade na interpretação e discussão
dos resultados, anotando as palavras chaves que nos permitiram descrever em detalhes as
observações e a fala dos participantes durante as entrevistas em que registramos nossas
experiências, sentimentos, dificuldades e facilidades encontradas durante a coleta de dados.
Os dados oriundos da observação participante e da reflexão sobre o andamento do estudo
foram registrados no diário de campo logo após cada sessão de observação.
Segundo Trentini e Pain (2004, p.144) “a observação participante constitui a parte
fundamental da pesquisa de campo, pela propriedade que possui de captar uma variedade de
fenômenos de uma situação social, os quais não são obtidos unicamente por meios de
entrevistas”.
As entrevistas foram realizadas pela dupla de pesquisadoras com o objetivo de garantir
que os dados coletados fossem aproveitados com mais detalhes e de forma fidedigna. Cabe
salientar, que utilizamos também como registro das informações, o diário de campo.
O pesquisador, ao conduzir a entrevista, deve ter em mente o referencial teórico e o
conhecimento adquirido referente ao tema de pesquisa, que certamente suscitarão direções
para o questionamento, e não condicionarão o entrevistador a elaborar exatamente as mesmas
perguntas para todos os entrevistados. (TRENTINI e PAIM, 2004).
Ao concluir a coleta de dados tornou-se possível realizar a explanação dos resultados
obtidos e suas respectivas análises, levando-se a uma discussão destes resultados e
correlacionando-os com o marco conceitual adotado, optou-se em separá-la em três categorias
e com suas respectivas subcategorias para agrupar de maneira compreensível nossa avaliação.
47
8.6 REGISTRO E ANÁLISE DOS DADOS
De acordo com Trentini e Paim (2004), a pesquisa convergente-assistêncial, os
processos de assistência e de coleta e análise de informações deverão ocorrer
simultaneamente, o que facilitará a imersão gradativa do pesquisador nos relatos das
informações, a fim de refletir sobre como fazer interpretações e descobrir vazios que poderão
ser preenchidos ao longo do mesmo. As autoras ressaltam também, que a interpretação
compromete-se com os resultados dos processos, dividindo-se em quatros etapas: apreensão,
síntese; teorização e transferência.
48
9 RESULTADOS METODOLOGICOS
Em qualquer tipo de pesquisa qualitativa, a análise das informações consta de quatros
processos genéricos: apreensão, síntese, teorização e recontextualização, considerado estes
três últimos como a Interpretação que ocorrem de maneira mais ou menos seqüencial
(MORSE e FIELD, 1995 apud TRENTINI e PAIM, 2004).
9.1 APREENSÃO
Segundo Trentini e Paim (2004), o processo de apreensão iniciado pela coleta de
informações requer, para o início da análise, uma organização do relato das informações. Isso
porque, as informações organizadas facilitarão a codificação, o que.
Significa reconhecer no relato das informações palavras, frases, parágrafos ou temas-chave,
que persistam no relato dos participantes.
9.2 INTERPRETAÇÃO
De acordo com Trentini e Paim (2004), a fase de interpretação, como em qualquer
outro desenho de pesquisa compreende três processos fundamentais correspondentes à lógica
da análise de seus achados. Tais processos aqui são denominados como síntese, teorização e
transferência.
9.2.1 Síntese
É a parte da análise onde o pesquisador examina a associação e variações das
informações subjetivamente, imergindo das informações apresentadas no processo de
apreensão, com o objetivo de buscar a familiarização com o tema de investigação.
(TRENTINI e PAIM, 2004).
49
Análise é o processo de ordenação dos dados, organizando-os em padrões, categorias e
unidades básicas descritivas; interpretação envolve a atribuição de significado à análise,
explicando os padrões encontrados e procurando por relacionamentos entre as dimensões
descritivas (PATTON, 1980 apud DIAS, 2000).
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar de que modo à equipe da Atenção Básica da
Unidade Mista de Biguaçu vem atuando junto à comunidade no foco de Planejamento
Familiar, a partir de uma análise qualitativa, coletada junto a um grupo de 6 usuárias do
Programa de Planejamento Familiar que aceitaram participar da pesquisa, os quais utilizam
desse serviço na Unidade Central de Saúde (UCS). Foi utilizado um questionário semiestruturado contendo 7 (sete) questões para as usuárias (Apêndice F).
Na realização da pesquisa se fez necessário à marcação prévia de uma reunião com a
enfermeira coordenadora da unidade de saúde (local do estudo), quanto então foi apresentado
o projeto de pesquisa, juntamente com os objetivos propostos pelas pesquisadoras.
A finalidade desse primeiro encontro foi o de conhecer os profissionais de saúde
responsáveis pelo atendimento aos usuários do planejamento familiar e dessa forma facilitar a
coleta de dados para a referida pesquisa. Após o primeiro contato com o local do estudo,
fomos informadas pela enfermeira chefe da unidade que o atendimento no planejamento
familiar é realizado por duas técnicas de enfermagem, pois a enfermeira responsável por esse
programa pediu dispensa do cargo.
Levando em consideração o que foi colocado optou-se pela coleta dos dados dentro da
rotina de atendimento do serviço em questão o que de certa forma nos colocou em uma
dinâmica de interação social, e no intuito de sermos coerentes com a proposta do próprio tema
na forma como o compreendemos, estabelecemos um diálogo com a realidade estudada,
conhecendo-a, criando, a partir dela, um novo conhecimento. Assim, procuramos observar o
atendimento prestado pelas técnicas de enfermagem, identificando quais as diretrizes que
norteiam as ações de educação em planejamento familiar e como se dá a interação entre os
membros da equipe com a comunidade assistida.
Antes de iniciar as entrevistas, era importante e obrigatória nossa explicação e nossa
apresentação a respeito do que seria feito, para todas as usuárias pesquisadas e dentro dos
princípios éticos e legais da legislação em vigor. Assim, os aspectos éticos foram preservados,
sendo a identidade das mesmas não reveladas em nenhum momento da pesquisa e todas
tomaram ciência dos objetivos e finalidades do presente estudo, ficando sabedoras de que não
haveria qualquer procedimento invasivo ou algum aspecto que pudessem levar ao
constrangimento.
50
Após a explanação dos objetivos de nosso estudo e da preocupação em deixar claro
que a desistência da pesquisa seria de decisão própria dos participantes sem que houvesse
necessidade de qualquer explicação, para os encontros com os sujeitos da pesquisa foi
utilizada a sala reservada para o atendimento aos usuários do planejamento familiar sendo que
cada entrevista deu-se de forma individualizada procurou-se então respeitar dessa forma a
intimidade de cada participante.
A partir do momento que iniciamos o estudo com as usuárias essas demonstraram
interesse em participar do estudo proposto pelas pesquisadoras, relatando claramente como
elas têm acesso às informações em planejamento familiar e aos métodos definitivos e/ou
temporários.
As respostas ao questionário foram avaliadas a partir do momento que eram reveladas
e depois foram codificadas pelas autoras. A utilização desses dados possibilitou aprofundar
informações sobre o perfil de cada um dos participantes:
Observação:
Aqui utilizaremos as iniciais UPF (Usuárias de Planejamento Familiar) para fazer
referências às pessoas pesquisadas:
UPF 1: 19 anos, natural de Florianópolis; residente em Biguaçu há 12 anos; nível escolar
primário incompleto. Grupo familiar composto por 03 integrantes; 01 filho; 01 aborto
espontâneo; está na terceira gestação e utiliza o programa de planejamento da unidade há mais
de dois anos;
UPF 2: 24 anos; natural de Biguaçu; nível escolar primário incompleto; grupo familiar
composto por 06 integrantes; 02 filhos de partos normais; 01 aborto espontâneo e utiliza o
programa há mais de 04 anos;
UPF 3: 29 anos; natural São José e residente em Biguaçu há 13 anos, nível escolar ensino
médio completo; grupo familiar composto por 02 integrantes 01 gestação 01 aborto e utiliza o
programa há mais de 4 anos;
UPF 4: 34 anos; natural do Rio Grande do Sul, residente em Biguaçu há 01 ano, nível escolar
ensino médio completo, grupo familiar composto por 05 integrantes; 03 filhos, parto normal e
utiliza o programa há mais de 06 meses;
UPF 5: 39 anos; natural de Itajaí; residente em Biguaçu há 07 anos; nível escolar ensino
médio completo; grupo familiar composto por 05 integrantes; 03 filhos, parto normal, e utiliza
o programa há mais de 04 anos;
UPF 6: 41 anos; natural de São José e residente em Biguaçu há 04 anos; nível escolar ensino
médio completo; grupo familiar composto por 04 integrantes; 02 gestações; 02 filhos, sendo
51
01 parto normal e de 01 cesariana; utiliza o programa há mais de 04 anos.
Quando questionadas em relação ao conhecimento sobre planejamento familiar antes
de terem utilizado o programa daquela unidade, 04 das participantes responderam que sim, já
tinham conhecimento sobre alguns métodos, sendo que os mais citados foram: o preservativo,
a pílula e o DIU.
Com relação às outras entrevistadas, ao responderem a mesma pergunta,
demonstraram certas dificuldades para compreender o que lhes é transmitido, o que demonstra
a importância fundamental dos profissionais de saúde, em particular os enfermeiros (as) da
Estratégia de Saúde da Família, no sentido de utilizar recursos metodológicos para transmitir
as informações pertinentes aos usuários de serviços de planejamento familiar. Há de se ter o
cuidado para que estas informações não sejam incompletas nem imparciais e que suas dúvidas
e anseios sejam sanados da melhor maneira possível.
A metodologia participativa de ensino promove a troca de experiências e
informações, facilitam a interação entre os usuários e a equipe, e a identificação de
seus interesses, possibilitando a reflexão e obtenção do conhecimento necessário
para a escolha livre e consciente dos contraceptivos, após a decisão de evitar ou
espaçar a gravidez, podendo ser também utilizados recursos visuais como modelos
anatômicos, álbum seriado e os próprios métodos anticoncepcionais. (CAMIÁ, et al,
2006, p.32).
As mulheres participantes desse estudo alegaram terem sido orientadas sobre o
preservativo, pílula, e DIU, mais de forma superficial e sem muita clareza. A Pílula, o DIU e
o Preservativo masculino foram citados por todas as pesquisadas algumas relataram que já
sabiam da existência, desses métodos, porém, a maior dificuldade seria sua utilização uma vez
que, esqueciam de usar, isso quando se referiam as pílulas, e achavam que poderiam continuar
tomando mesmo depois de 02 dias de esquecimento.
De acordo com Sousa e Silva, (2004) A escolha do método contraceptivo deve ser
sempre personalizada, levando-se em conta fatores como a idade, o número de filhos, a
compreensão e a tolerância ao método, o desejo de procriação futura, e a presença de doenças
crônicas que possam agravar-se com o uso de determinado método. Como todos os métodos
têm suas limitações, é importante que saibamos quais são elas, para que eventualmente
possamos optar por um dos métodos. Todavia, na orientação sobre os métodos
anticoncepcionais deve ser destacada a necessidade da dupla proteção contracepção e
prevenção as DST/AIDS, mostrando a importância dos métodos de barreira, como os
preservativos masculinos ou femininos.
52
No decorrer das entrevistas algumas, das participantes relataram ter sido bem
atendidas por toda a equipe multiprofissional e que as informações recebidas lhes trouxeram
de certo modo, alguma contribuição, sendo que uma das participantes referiu não ter tido
nenhuma contribuição, pois já tinha suas próprias decisões;
Já uma das participantes referiu só ter procurado a Unidade de Saúde para fazer o
exame, pois acreditava estar grávida, preferindo ser encaminhada ao médico ginecologista,
pois antes usava a tabelinha. Segundo ela “foi só mudar para o comprimido e aconteceu isso”.
Nesse momento, foi necessário explicar os riscos desse método, e percebemos que há ainda a
falta de conhecimento da população quanto à utilização dos métodos contraceptivos.
Para Bruce (1990), apud Moura e Silva (2004, p.1023). informar o cliente em
Planejamento Familiar envolve três componentes principais: 1) proporcionar aos
clientes a apreciação dos MAC (Métodos Anticoncepcionais) e de suas principais
características; 2) seu emprego eficaz de modo a reconhecer que o método pode
provocar alterações físicas saudáveis ou não saudáveis e interferir em atividades
cotidianas, inclusive na sexualidade do casal; e 3) desenvolver no cliente uma
expectativa apropriada a respeito do que o serviço de saúde oferece e garante.
A mesma autora, apropriando-se de estudo desenvolvido por Berelson (1966), assinala
que, se os clientes não retiverem a informação do uso correto do MAC (Métodos
Anticoncepcionais), não podem cumprir com as exigências dos métodos em uso. Assim, um
método como o DIU não é explicado suficientemente e seus efeitos potenciais apreciado
sendo mais provável que o usuário interrompa o uso.
Ao término dessas entrevistas saímos com a certeza de ter contribuído com a
aprendizagem dos usuários a partir da realização da coleta de dado, uma vez que se
consolidou uma socialização das informações e de conhecimentos a respeito das questões de
saúde.
9.2.2 Teorização
No processo de teorização, o pesquisador desenvolve um esquema teórico, a partir das
relações reconhecidas durante o processo de síntese. Os temas/conceitos serão definidos e as
relações entre eles descritas detalhadamente. Esse processo implica em especulação,
verificação, seleção, revisão e de descarte e uma maneira de descobrir e eliminar o que foi
julgado insignificante (MORSE, FIELD, 1995 apud TRENTINI e PAIM, 2004).
53
É a partir dessa fase que descreveremos, tendo como ponto de partida os conceitos do
referencial teórico, o que encontramos na prática pesquisada, buscando uma inter-relação
entre a prática e pelos conceitos, tais como: Saúde, Enfermagem, Cuidado, Contexto
Ambiental, Metodologia, Foco, Família, Ser Humano e Cultura.
Ao analisarmos os dados coletados e as conversas com os sujeitos pesquisados,
entendemos saúde como conseqüência da busca, no caso da tomada de decisão acerca do
método contraceptivo para o planejamento familiar, permitindo assim o bem estar geral das
usuárias, isto é, não é um fenômeno isolado, mas o resultado de interação das condições que
cada mulher vive no seu contexto social, econômico e ambiental. Para essas mulheres, a
adoção da contracepção foi a condição facilitadora de preservar a saúde, adequar-se à situação
econômica e paradoxalmente, reafirmar o papel de reprodutora biológica e social da mulher,
substituindo a ótica quantitativa de ter filhos pela ótica qualitativa de criar bem os filhos tidos.
O planejamento familiar é desempenhado por equipes multidisciplinares, compostas
por médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro (a) e técnico (a) de enfermagem. Nesse
contexto, a enfermagem enquanto profissão é comprometida com o reconhecimento da saúde,
com direitos e condições dignas de vida e atua de forma a garantir a integralidade da
assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos.
Cabe então a estes profissionais planejar e propiciar à população, o conhecimento
sobre saúde nos diferentes grupos e em distintos processos da vida, haja vista que buscar a
promoção da saúde hoje e sempre, é um desafio lançado aos profissionais envolvidos, já que a
atuação competente nessa área demanda um conhecimento amplo da população sob sua
responsabilidade.
Durante a coleta de dados para esse trabalho, foi possível perceber e nos inteirar do
quanto é importante a integração entre o profissional, o paciente, a família e o meio em que
estão inseridos.
Neste estudo, as relações de cuidado podem ser percebidas na vivência diária com a
equipe de saúde e no convívio social em geral. Salientamos, no entanto, que a pessoa que
presta cuidado, também necessita de cuidados, tanto quanto aquele que está sendo cuidado.
A Unidade Básica de Saúde, local do estudo, é o ambiente no qual os sujeitos
pesquisados estão inseridos, portanto, a equipe deve estar comprometida em realizarem suas
ações, de forma que ofereça a cobertura aos problemas de saúde na sua área de
responsabilidade, pois acreditamos que o usuário sofre influência dos fatores ambientais onde
eles estão inseridos, por isso acreditamos que o melhor lugar deve ser aquele que propicie
54
saúde de qualidade.
Investir na prevenção é decisivo não só para garantir a qualidade de vida como
também para evitar os agravos principalmente quando se considera o alto de doenças
sexualmente transmissíveis, que de acordo com o (Ministério da Saúde 2002) é possível
prevenir e evitar danos à saúde dos cidadãos, através de políticas de educação em saúde. É
necessário também que se inicie um processo de conscientização para que a população
comece a reconhecer os serviços de saúde e entender os diferentes níveis de complexidade o
que facilitara na execução do próprio serviço.
Segundo Saupe (1998), apud Ferrari (2003) esse é um processo contínuo e infinito que
só pode existir no ato de ação-reflexão, assumindo assim o compromisso de transformação e
que para isso se faz necessário uma peregrinação por uma estrada pavimentada pelas velhas
formas do pensar, pelos antigos hábitos de agir, pois o nascimento de uma nova consciência
não significa o rompimento total com o passado. O passado acompanha o presente, persegue
as novas formas de entender o mundo, rumo à liberdade.
A metodologia esta intimamente relacionada com as práticas pelas quais as equipes da
Estratégia de Saúde da Família ESF abordam o tema explorado neste estudo desenvolvendo
como educadores à população para prevenção das doenças e na promoção da saúde em seu
meio.
Em consonância com Coelho e Fonseca (2004), a atuação profissional nas atividades
educativas em planejamento familiar deve respeitar subjetividades, ouvindo e discutindo com
as famílias suas experiências de vida e criando condições para que elas participem ativamente
do processo de escolha contraceptiva. As atividades educativas devem ser em grupos e/ou
individualizadas de acordo com as necessidades de cada pessoa de vem anteceder as
atividades clínicas, possibilitando às mulheres, atuar como pessoas capazes de decidir
politicamente sobre o seu corpo e sua vida.
As informações em Planejamento Familiar foram o foco das pesquisadoras, pois
acreditamos que os (as) profissionais da área da saúde podem atuar e influenciar em todos os
campos da saúde, atuando no desenvolvimento das políticas públicas, criando ambientes
saudáveis fortalecendo as ações comunitárias e reorientando os serviços de saúde.
De acordo com os dados analisados pelas pesquisadoras com relação ao perfil das
usuárias do planejamento familiar, não apenas como um fenômeno histórico, mais que essa se
encontra dentro de um contexto social, psicológico e educacional. Desta forma, ao atender
uma pessoa temos que levar em consideração que a mesma esta inserida em uma família, e
que há a necessidade de um trabalho multidisciplinar para o atendimento dessa pessoa
55
incluindo a possibilidade de atendimento individualizado e também as redes locais das quais
a(s) família(s) faz (em) parte. Além do mais, para preservar a família como um contexto de
desenvolvimento, o planejamento de um programa de atenção deverá contemplar tanto fatores
intrafamiliares como extra familiar.
Foi com baseado no conceito de ser humano identificado nesse estudo que nós
enquanto pesquisadoras e futuras profissionais da saúde percebemos que temos como
obrigação propiciar acesso a informações, revelando os direitos e deveres de cada indivíduo,
fazendo com que os sujeitos possam participar das decisões acerca da escolha dos métodos
contraceptivos disponíveis na Rede Básica de Saúde, foi baseadas nessa idéia que propomos
nosso trabalho, e com o desenvolvimento deste, percebemos o quanto se faz essencial que a
população esteja esclarecida, porém durante a coleta de dados percebemos que a maioria das
entrevistadas desconhece a forma de utilização de alguns métodos para o Planejamento
Familiar apesar de relatarem seu uso.
De acordo com o conceito de cultura analisado nesse estudo percebemos que para
entender a cultura é preciso entender as relações que precisam acontecer até que a mesma
aconteça, sendo que os valores e crenças acabam definindo as relações interpessoais, desta
forma é importante que o profissional de saúde conheça a cultura, as crenças e valores da
comunidade onde realiza seu trabalho, pois, assim pode melhor planejar e realizar suas ações
e oferecer a esses indivíduos um cuidado integral, respeitando a idéia de que cada ser possui o
seu jeito de cuidar.
9.2.3 Transferência
A transferência de resultados é o processo seguinte deste tipo de pesquisa, e consiste
na possibilidade de dar significado a determinados achados ou descobertas e procurar
contextualizá-los em situações similares, sem que esse processo venha a ser entendido como
poder de generalização. Pelo contrário, a intenção da transferência é de socialização de
resultados singulares, o que inclui até mesmo, arriscar a justificação de adaptações que
venham a ser feitas (TRENTINI e PAIM, 2004).
Baseado na metodologia utilizada neste estudo e após a codificação dos resultados,
foram estipuladas 3 categorias: Que de acordo com as autoras citadas anteriormente trata-se
56
de é um “conjunto de expressões com características similares ou que tenham estreita relação
de complementaridade estabelecida de acordo com determinado critério”.
A 1ª categoria foi voltada para a Descrição do perfil do (a) usuário (a) atendidos no
PF como (nome, sexo, idade, grau de escolaridade, procedência, tempo de
residência em Biguaçu, número de integrantes do grupo familiar, gestação, tipos de
partos, números de filhos, tempo de utilização do serviço de planejamento familiar);
Esta categoria teve como suporte as entrevistas realizadas nas dependências da
Unidade Central de Saúde, e a observação participativa das pesquisadoras.
A 2ª categoria destina-se ao conhecimento dos participantes do estudo sobre
planejamento familiar antes e depois de terem utilizado o programa da unidade.
Métodos contraceptivos mais orientados antes de participar do programa de
planejamento familiar;
Métodos mais utilizados após a participação no programa da U. C. S.;
Os métodos mais orientados pelos profissionais de saúde;
Orientações sobre os métodos contraceptivos disponíveis na rede pública.
A 3ª e última categoria aborda sobre a contribuição das informações sobre
planejamento familiar para os participantes do estudo.
9.3 CATEGORIZAÇÃO
1ª Categoria: Perfil dos participantes do estudo
De acordo com os resultados obtidos por meio do instrumento de coleta de dados,
observou-se que dos 6 (seis) usuários do PF sujeitos de pesquisa são do gênero feminino.
Sendo que todas as entrevistadas são adultas na faixa etária dos 19 aos 41 anos em média,
apresentam grupo doméstico pequeno, morando de 2 a 5 pessoas por domicílio, escolaridade,
das 6 entrevistadas, 4 concluíram o ensino médio e 2 possuem apenas o ensino fundamental
incompleto, com relação à procedência 3 são de outros estados e 3 de outros municípios,
quanto ao tempo de residência na cidade a média varia de 1 a 13 anos, números de filhos
todas as pesquisadas são multíparas com uma média de três filhos. Sendo que 5 das usuárias
57
tiveram parto normal, e apenas 1 teve parto cessaria. Quanto ao tempo de utilização do
serviço de planejamento da unidade 4 usuárias utilizam esse serviço a mais de 4 anos sendo
que 2, utilizam a menos de 2 anos.
Ao analisarmos o perfil das entrevistadas: Concluímos que essa predominância do
gênero atribui-se ao fato da mulher participar mais ativamente no cuidado de prevenir a
gravidez.
Segundo Carvalho et al, (2001) apud Rios, (1993), o homem não é tão participante em
relação aos problemas que dizem respeito ao controle da fecundidade, costumam ser poupado,
pela mulher essa por sua vez acaba assumindo esse compromisso como se fossem apenas da
competência delas. Comprova-se assim que a cultura das práticas contraceptivas “seria apenas
dever da mulher” repassada de geração a geração desde os primórdios.
Essa predominância feminina também foi citada em diversos estudos realizados em
municípios brasileiros o que pode estar relacionado com a prevalência de métodos
contraceptivos de uso feminino, que independem da participação masculina, como a pílula
anticoncepcional e a esterilização feminina.
De acordo com a autora citada anteriormente, a ênfase da maioria das iniciativas em
programas de planejamento familiar ou saúde reprodutiva recai diretamente sobre a mulher.
Praticamente inexistem serviços de planejamento familiar dirigido à clientela masculina nos
serviços públicos, com horários adequados, desvinculados dos serviços de ginecologia e, que
além de informação adequada sobre contracepção, entregas de condons e oferta de
vasectomia, tratem de questões que abarquem a sexualidade e a prevenção de doenças
sexualmente transmitidas.
Com relação à idade das usuárias do PF, observa-se que todas as entrevistadas são
adultas jovens na faixa etária dos 19 aos 41anos em média, provavelmente são mulheres que
começaram a vida reprodutiva mais cedo tendo em média três filhos, em relação à
escolaridade, consideramos esta variável como um elemento importante para a compreensão
do comportamento reprodutivo, visto que, o acesso à informação e à profissionalização, cria
melhores condições para as usuárias na hora da escolha pelo melhor método contraceptivo.
Podemos observar que todas as entrevistadas são procedentes de outros lugares, mais
que a maioria das usuárias moram a muitos anos no município de Biguaçu, estes dados em
nosso ver é de grande importância, para a equipe de saúde, pois acreditamos que cada povo
traz consigo valores, crenças e práticas de saúde de cada região, esta abordagem faz com que
os profissionais conheçam bem a realidade sociocultural de cada usuário, possibilitando dessa
58
forma uma interação maior entre a unidade de saúde e a população, facilitando o
desenvolvimento de ações educativas de prevenção de doenças e promoção da saúde.
Segundo (RAMOS et al, 2000, p.20) na organização de nossas ações profissionais é
fundamental o reconhecimento da suscetibilidade dos diferentes indivíduos e grupos a
certos problemas e dificuldades e que a causa de gestações não planejadas não deriva
diretamente de processos comportamentais, mas, mais amplamente, de processos
sociais e políticos.
2ª Categoria: Conhecimento sobre planejamento familiar antes de utilizar o programa
da unidade.
“Não, só fui aconselhada sobre a pílula, DIU e a camisinha masculina e feminina em uma
palestra em São José” (USUÁRIA 1)
“Não sei, só sei que tenho que tomar comprimido” (USUÁRIA 2)
“Não” (USUÁRIA 3)
“Sim, trabalho na área fui orientada sobre camisinha masculina e feminina pílula e DIU”
(USUÁRIA 4)
“Sim fui orientada sobre comprimido e camisinha” (USUÁRIA 5)
“Sim, camisinha e DIU” (USUÁRIA 6)
Analisando as respostas acima, foi possível perceber que três usuárias responderam
que tinham conhecimento sobre planejamento familiar antes de participarem do programa; e
três não tinham conhecimento sobre o tema, observamos também, uma relação entre as
participantes que afirmaram não ter conhecimento sobre planejamento familiar com um maior
número de gestações, esse fato reforça mais uma vez sobre a importância da informação sobre
os métodos disponíveis na rede publica assim como a maneira correta de utilizá-los.
Conforme (CAMIÁ 2001, p.58) o planejamento familiar deve ser um elemento
essencial na prevenção primária de saúde, auxiliando as pessoas que procuram tais
serviços, oferecendo-lhes informações necessárias para a escolha e uso efetivo dos
métodos anticoncepcionais que melhor se adaptem às condições atuais de saúde. O
enfermeiro encontra-se em uma posição importante para auxiliar os casais a
compreenderem as opções de métodos contraceptivos disponíveis.
59
Quando questionado as usuárias se estas passaram a utilizar algum método
contraceptivo após iniciar o programa de planejamento familiar obtivemos as seguintes
respostas:
“Sim, passei a utilizar a pílula mais não fui orientada nesta unidade com clareza”
(USUÁRIA 1)
“Sim comprimidos” (USUÁRIA 2)
“Não” (USUÁRIA 3)
“Sim, pílula e preservativo” (USUÁRIA 4)
“Sim, só camisinha” (USUÁRIA 5)
“Sim, é a segunda vez que coloco Diu” (USUÁRIA 6)
Podemos perceber que a maioria das usuárias passou a utilizar algum método
contraceptivo sendo que apenas uma referiu não fazer o uso de nenhum método, sendo que
novamente, assim como na questão anterior, a camisinha foi mencionada como sendo um dos
métodos de escolha entre as usuárias isso nos revela que a uma preocupação por parte das
usuárias não só em evitar a gravidez indesejada mais como também com as doenças
sexualmente transmissíveis, dessa forma as Unidades de Saúde possuem papel importante no
fornecimento de métodos contraceptivos, pois a maioria depende do Serviço de Saúde Publica
para terem acesso a estes.
De acordo com ESF proposto pelo Ministério da Saúde à assistência passa a ser de
forma integral, resolutiva, contínua e de boa qualidade, intervindo sobre os fatores de risco,
humanizando as práticas de saúde e criando vínculos de compromisso e de coresponsabilidade entre os profissionais e a comunidade.
Segundo SILVA, (2004, p. 24) programas de educação sexual e de saúde global,
proporcionam melhor abordagem no acompanhamento médico e na prevenção à
gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. Devem assim auxiliar no
entendimento da sexualidade como meio de enriquecimento pessoal, integração entre
profissionais usuários e formação da responsabilidade de obter e proporcionar prazer
sem riscos.
60
3ª Categoria: Contribuição das orientações dos profissionais de saúde para o
conhecimento das usuárias sobre planejamento familiar sendo que as respostas obtidas
foram:
“Sim, porque usei a pílula estes anos todos contra a gravidez, ate o período que engravidei”
(USUÁRIA 1)
“Sim, porque antes eu não tomava nada” (USUÁRIA 2)
“Não, antes eu usava a tabelinha e foi só eu mudar pro comprimido e fiquei grávida”
(USUÁRIA 3)
“Sim, me esclareceram dúvidas e me ajudou muito na minha primeira gestação”
(USUÁRIA4).
“Não, já vim com minha decisão tomada engravidei depois do meu marido ter feito uma
vasectomia por isso decidir fazer laqueadura” (USUÁRIA 5)
“Sim, por que acho que o Diu foi mais seguro por que não posso tomar pílula” (USUÁRIA 6)
Diante dos relatos sobre o questionamento citado anteriormente; podemos observar
que a maioria das usuárias relatou que as orientações passadas pelos profissionais de saúde
contribuíram para seus conhecimentos sobre planejamento familiar sendo que apenas duas das
usuárias relataram que as orientações dos profissionais não contribuíram para seus
conhecimentos sobre planejamento familiar.
Analisando as falas das usuárias percebemos que existe uma dificuldade no processo
de comunicação entre a equipe de saúde em passarem as orientações sobre os métodos
contraceptivos disponíveis e por parte dos usuários do serviço em questão, em aceitarem as
orientações sobre a forma correto de uso, pois as mesmas de certa forma cultivam
informações repassadas por outras pessoas.
Ressalta-se que muitas vezes as informações repassadas de pessoa a pessoa são muitas
vezes errôneas, uma vez que essas pessoas também podem ter algumas em relação ao seu
próprio planejamento familiar, pois sempre conviveram com suas crenças e encontram
61
dificuldades para mudarem seus conceitos.
Como citado pela teórica Leininger, à cultura abrange valores, crenças, normas e
práticas de vida, aprendidas, compartilhadas e transmitidas em grupo específico, que
direcionam seus pensamentos, decisões e ações em formas padronizadas. (MONTICELLI, et
al, 1999).
62
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo foi elaborado com a finalidade de discutir e refletir as questões
pertinentes; a Atuação dos Profissionais de Saúde em um Serviço de Planejamento Familiar
junto à comunidade. Neste sentido, tivemos a oportunidade de manter um contato mais
próximo com os profissionais de saúde responsáveis por esse serviço, como também com os
usuários do mesmo, dando enfoque no atendimento e nas orientações sobre os métodos
contraceptivos, desse modo, ressaltamos a importância do profissional Enfermeiro, em suas
ações, agir de acordo com os princípios da dignidade da pessoa humana, valorizando a cultura
das famílias, para que estas possam perpetuar suas crenças e evolucionar sua sabedoria a
partir do conhecimento científico repassado pelos profissionais.
A cidade de Biguaçu assim como os demais municípios do Estado de Santa Catarina
tem um alto número de distribuição de métodos contraceptivos e de cirurgias de laqueadura e
vasectomia e estes procedimentos dependem de recursos financeiros repassados pelo Estado
através da Secretaria de Saúde de cada Município. Neste município, a instituição Unidades
Central de Saúde que atende exclusivamente pelo SUS, essa apresenta alta demanda de
usuários do município integrando-se as áreas de abrangência, realizando a referência e contrareferência no atendimento através da parceria com Estratégia de Saúde da Família.
No Estado existem muitos outros municípios que realizam o serviço de planejamento
familiar, porém a clientela atendida na Unidade Central de Saúde de Biguaçu apresentava-se
com grande procura deste, por fatores financeiros e clínicos. Nesta instituição todos os custos
financeiros são arcados pelo SUS Os usuários (as) são atendidos de maneira igualitária,
respeitando os princípios básicos do SUS. Neste pensar, uma das atribuições do enfermeiro
responsável pela ESF é promover a educação em saúde junto à população, sabendo que
muitas vezes o caminho percorrido pelos usuários (as) desde o primeiro contato com serviço
de planejamento familiar até a informação ou procedimento desejado é curto, nos leva a
refletir em medidas que possam aumentar a procura desse serviço, através de bases nos fatores
pesquisados junto aos usuários.
As condições facilitadoras para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso
destacam: o apoio da direção da UCS, ao serviço de planejamento familiar, da equipe de
enfermagem da unidade, local do estudo e aos participantes da pesquisa que contribuíram de
maneira
significante
para
realização
desta
pesquisa,
proporcionado
informações,
disponibilizando tempo para responder aos questionários, e por toda atenção disponibilizada
63
pelos usuários (as) em responder a entrevista.
Por outro lado destacamos algumas dificuldades como: a ausência de profissional
enfermeira (o), para obtenção de dados sobre o serviço prestado, e o agendamento de visitas
domiciliares, pois estas não são realizadas pela UCS apenas pelas unidades de saúde da área
de abrangência, por falta de tempo disponível devido às atividades diárias realizadas pelo
estagio supervisionado pela instituição acadêmica não realizamos Visitas Domiciliares.
Entretanto através deste estudo percebemos desafios ainda existentes para que a
equipe de atenção básica da UCS atue junto à comunidade no foco de planejamento familiar
sejam mais eficazes, pois se sabe que com a interação entre o atendimento prestado e a
comunidade, o vínculo de adesão ao serviço torna-se um benefício para ambas as partes.
Entretanto percebemos que em alguns momentos estas informações passam despercebidas da
verdadeira atenção que deveria ser empenhada, por se tratar de compreensões subjetivas de
cada individuo.
Essas diante da equipe de enfermagem, a qual tem como responsabilidade de observar
a pessoa como um todo, no âmbito psicossocial psicoespiritual e psicobiológico, respeitando
seus saberes empíricos e contribuindo com informações objetivas e de fácil entendimento.
Enfatizamos a importância da equipe de enfermagem em todo esse processo de
atendimento ao usuário (as), pois é a equipe de enfermagem que consegue criar um vínculo
junto à comunidade, devido essa proximidade esta mais suscetível a perceber as dúvidas
apresentadas pelo mesmo. Entendemos que o comprometimento da equipe profissional de
saúde junto a comunidade poderá trazer benefícios aos usuários (as), fazendo assim com que o
mesmo procure mais vezes o serviço prestado, e torne-se esclarecido em relação as suas
dúvidas, neste sentido é importante destacar a presença de fatores tecnológicos, econômicos,
educacionais, socioculturais e de estilo de vida, atuando na perspectiva de favorecer ou
limitar, e até impedir, a utilização de tudo aquilo disponibilizado pela tecnologia atual.
Percebemos no que concerne á saúde reprodutiva dentro da atuação da ESF no âmbito
do município de Biguaçu, local do estudo, que o suporte que amparam e apóiam as decisões e
escolhas de um método contraceptivo, embora esses suportes não contemplem todas as
necessidades percebidas junto aos usuários.
Através das sugestões e/ou possibilidades a seguir; acreditamos que realizadas
poderiam ajudar a minimizar o problema, no sentido de apoiar e melhorar as ações do serviço
de planejamento Familiar, atentando para os aspectos culturais que aprimorarão as atuações
dos enfermeiro apoiados na educação em saúde:
64
• Trabalhar a capacitação de recursos humanos da ESF da Expectativa, ensejando a
melhoria das formas de atendimento aos usuários;
• Disponibilizar uma maior variedade de contraceptivos orais na unidade de saúde,
para uma ampliação do atendimento com uma melhor qualidade dos métodos
fornecidos;
• Investir na criação e desenvolvimento de um grupo de mulheres, a fim de serem
trabalhadas as questões referentes ao conhecimento do corpo e da atuação dos
contraceptivos e dos conceitos, direitos e ideologias que permeiam a saúde
reprodutiva;
• Trabalhar junto aos profissionais da ESF a Educação em Saúde sob o Enfoque de
Desenvolvimento Pessoal, objetivando o desenvolvimento da personalidade dos
indivíduos e suas famílias e comunidades e fortalecendo a crença dos casais na
capacidade de controlarem sua própria fecundidade;
• Inserir o Paradigma de Abordagem Holística da Educação em Saúde, destacando-a
como ação da Estratégia Saúde da Família, empreendendo um movimento de ser
este Paradigma transformador, apoiando os indivíduos como agentes promotores
desta educação, visando o atendimento das necessidades psicobiológicas, sociais e
psico-espirituais, permeadas pela perspectiva pessoal e coletiva.
Entendemos que este estudo irá contribuir com a comunidade da UCS de Biguaçu,
para um melhor planejamento de suas ações e para que possam ampliar a atuação dos
profissionais de saúde no foco do planejamento familiar, ressaltando a importância da
informação, o acesso e esclarecimentos para os usuários (as), e que possam ao levar em
consideração as necessidades que foram levantadas durante a coleta de dados junto às
mesmas, e com esse estudo plantamos um pilar em nossa profissão para aperfeiçoarmos ainda
mais nossos conhecimentos na complexidade que envolve o tema, Planejamento Familiar.
65
REFERÊNCIAS
BELO, M. A. V; SILVA, J. L. P. Conhecimento, atitude e prática sobre métodos
anticoncepcionais entre adolescentes gestantes. Revista de Saúde Pública. 38 v,
n. 4. São Paulo, 2004. ISSN 0034-8910.
BIERRENBACH, M.I.R.S. Política e planejamento social, Brasil: Cortez. 2 v. 1956/1978.
p.29.
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência ao Planejamento Familiar: Secretaria Executiva.
Coordenação de Saúde da Mulher. Brasília: COSAM 1996.p.9-10, 34-39, 60-61, 75, 88, 98,
114.
_______. Manual de Enfermagem. São Paulo: 2001.
_______. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em
Planejamento Familiar: manual Técnico. 4. ed. n. 40. Brasília: Ministério da saúde, 2002,
p.19, 26, 30, 38, 43, 56, 61, 64, 75, 101, 120-121.
_______. Saúde da família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial,
Brasília, 1998.
_______. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Secretaria de Estado dos direitos Humanos.
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência/CORDE. 2. ed.
Rio de Janeiro: News Eventos & Promoções, 1999.p.82-83.
______. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n.196, de 10 de outubro de 1996. Diretrizes
e normas regulamentadoras de pesquisa em seres humanos. Brasília, 1996.
______, Portaria nº 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção
Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica
para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agente Comunitários de Saúde
(PACS). Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/portaria_648_28_
03_2006.pdf>. Acesso em: 10 Nov. 2009.
BRUNNER; SUDDARTH. Enfermagem Médica Cirúrgica. 10. ed. Editora Guanabara
Koogan: Rio de Janeiro, 2006.p.1447-1449; 1472-1473; 1477 1573.
66
BURROUGHS, A. Uma introdução à enfermagem materna. 6. ed. Artes Médicas: Porto
Alegre,1995, p.28-30,241-243.
CAMIÁ; G.E. K; BARBIERI, M; MARIN, H. F. Fenômenos de enfermagem identificados
em consultas de planejamento familiar segundo a ICNP - Versão Beta 21 Revista Latino
Americana de Enfermagem. Ribeirão Preto. v. 14. n. 5,p.32-58. set/out. 2006.
______. Diagnósticos de Enfermagem em Mulheres que Freqüentam Serviço de Planejamento
Familiar, Revista Latino Americana de Enfermagem. Ribeirão Preto. v. 9, n. 2. Mar/Abr.
2001.
CARVALHO, Marta LO, PIROTTA, Kátia CM and Schor, Néia Participação masculina na
contracepção pela ótica feminina. Rev. Saúde Pública, Fev 2001, 35 v, n.1, p.23-31. ISSN
0034-8910.
COELHO, E.B. S. Enfermagem e planejamento familiar: as interfaces da contracepção.
Revista Brasileira de Enfermagem, 2005 (nov-dez); 58(6). P.666-667.
COELHO, E. A. S. et al. O planejamento familiar no Brasil contexto das políticas de saúde:
determinantes históricos. Rev.Esc.Enf.USP, v. 34, n. 1, p.37-38,40-41, mar. 2000.
______ E. A. C. et al.Atuação de Enfermeiras no Campo da Regulação da Fecundidade em
um Serviço Publico de Saúde. Rev.Esc.Enf.USP, v. 38, n. 1, mar. 2004.
DIAS. C. Pesquisa qualitativa – características gerais e referências. Maio 2000
Disponível em: <www.scielo.br/scielo. php?pid=S1413...script>. Acesso em: 24 Out. 2009.
FERNANDES, M.F.M. Mulher, família e reprodução: um estudo de caso sobre o
planejamento familiar em periferia do Recife, Pernambuco. Brasil: Cad. Saúde Pública, 2003,
19 v, suppl. 2, p.S253-S261.ISSN 0102-311X.
FLORES, Y.S; FRANCO, M.C. Saúde e doença: uma abordagem cultural da enfermagem.
Florianópolis: Papa-livro, 1996.p.81-82,112. Disponível em: <htpp//www.scielo.br/pdf/csc/
v9n4/a23v9n4.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2009.
FERRARI, A. C. P.et al. Educação em saúde: vivenciado o cotidiano, Florianópolis,
Universidade Federal de Santa Catarina, 2003.
GAYTON & HALL. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002, p.869.
67
GEORGE, Julia B. Teorias de enfermagem: os fundamentos a prática profissional. 4. ed.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2000, p.298-299,302.
LEOPARDI, Maria Tereza. Teorias em enfermagem: instrumentos para a prática.
Florianópolis: NFR/UFSC Ed. Papa-livros, 1999a.
______. Teoria e método em assistência de enfermagem. 2. ed. rev. Amp. Florianópolis:
SoldaSoft, 2006.
MINAYO, M. C. S. (Org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro:
Vozes, 1994.
MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa (Praça, Neide de Souza). Abordagens teóricometodológicas qualitativas: a vivência da mulher no período reprodutivo. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003. p.47-56. ISBN 8527708280 (broch.).
MOURA, E.R. F.; SILVA, R.M. Informações e planejamento familiar como medidas de
promoção da saúde. Ciênc.saúde coletiva, Dez 2004,vol.9.no.4,p.1023-1032.INSS 14198123.
______. Competência profissional e assistência em anticoncepção. Rev. Saúde Pública,
Out 2005, 39 v, n.5, p.795-801. ISSN 0034-8910.
MONTICELLI, M.; ALONSO, I.L.K.; LEOPARDI, M. T. Madeleine Leininger: teoria de
enfermagem transcultural. In: LEOPARDI, M. T. Teorias em Enfermagem: instrumentos
para a prática. Florianópolis: Papa-Livros, 1999. p. 94 - 102.
NASCIMENTO, E. S. L. Enfermagem materno-infantil. Florianópolis, Universidade
Federal de Santa Catarina, 1997. p.17. (Série auxiliar de enfermagem 3);
PEREIRA, Queli Lisiane Castro et al. Processo de (re) construção de um grupo de
planejamento familiar: uma proposta de educação popular em saúde. Texto contexto enfermagem Jun. 2007, 16 v, n. 2, p.320-325. ISSN 0104-0707
PINHO, I.C.; SIQUEIRA, J.C.B.A.; PINHO, L.M.O. As percepções do enfermeiro acerca
da integralidade da assistência. Revista Eletrônica de Enfermagem, 8 v, n. 1, p.42-51,2006
68
RAMOS, MARISA MONTICELLI et al. Associação Brasileira de Enfermagem: Projeto
Acolher.Um Encontro de Enfermagem com o Adolescente Brasileiro, Brasília,ABN/Governo
Federal, 2000 p,113, 125, 130.
RAMOS, Célia Leitão et al. Emprego de anticoncepcionais por uma população brasileira.
Rev. Saúde Pública, Mar 1974, 8 v, n.1, p.15-20. ISSN 0034-8910
SILVA, Karla Fabiana Nunes et al. O Trabalho de Uma Equipe de Saúde: visão dos
usuários. Enfermagem Atual, Rio de Janeiro/São Paulo, 5 v, n. 26, p. 24-28,
mar./abr. 2004;
SOUZA, C. R.; LOPES, S. C. F.; BARBOSA, M. A. A contribuição do enfermeiro no
contexto de promoção à saúde. Revista da UFG, 6 v, No.Especial, dez 2004. Disponível em:
< www.proec.ufg.br>. Acesso em: 25 de out. 2009.
SCHIER, Jordelina. Tecnologia de Educação Em Saúde: o grupo aqui e agora. Porto
Alegre: sulina, 2004.
SANTANA,T.C.F.F; COELHO,T.C.B.Planejamento Familiar e Integralidade em um
Sistama Municipal de Saúde.Revista Baiana de Saúde Pública.v.29 n.2, p.214-225.jul./dez.
2005.
TAVARES. C.J. O planejamento familiar a partir da constituição federal de 1988.
Monografia apresentada para obtenção do titulo de especialista no curso de pós-graduação
“LATU SENSU” em direito civil, Universidade do Vale do Itajaí –UNIVALI-Biguaçu, 1996,
p.9-10.
TRENTINI M.; PAIM, L. Pesquisa em enfermagem: uma modalidade convergenteassistencial. (Série Enfermagem; REPENSUL). Florianópolis: Universitária, UFSC, 1999.
162 p.
______. Pesquisa convergente assistencial: um desenho que une o fazer e o pensar na
prática assistencial em saúde-Enfermagem. Florianópolis: Insular, 2004, 144 p.
TOMELERI, K.R MARCON. S.S.Mãe adolescente cuidando do filho na rimeira
semana de vida, Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, 62 v. n. 3, JUN2009
ISSN 0034-7167
VIANA, L.C; MARTINS, M.; GEBER, S. Ginecologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001,
p.369, 395.
69
VALVERDE, M.M.M. Um referencial amoroso para assistir-cuidar das Adolescentes
Grávidas. Pelotas: UFPEL; Florianópolis: Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem/UFSC, 1997.p.107.
VIEIRA, Elisabeth Meloni. A esterilização de mulheres de baixa renda em região
metropolitana do sudeste do Brasil e fatores ligados à sua prevalência. Rev. Saúde
Pública, Dez 1994, vol.28, n.6, p.440-448. ISSN 0034-8910.
70
APÊNDICE
71
Apêndice A - Carta de Intenção para realização da Pesquisa
Biguaçu, 17 de junho de 2009
Ilmo. Sr.
Secretaria Municipal da Saúde
Prezado Senhor
Como alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do
Itajaí Centro de Educação Biguaçu temos a intenção de desenvolver a pesquisa intitulada
PLANEJAMENTO FAMILIAR: Atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde
frente ao atendimento prestado aos usuários. Para tanto, consideramos pertinente apresentar
nossa intenção a essa direção, para a realização deste estudo junto a Unidade Mista de
Biguaçu, após aceite documentado da aprovação do Projeto de Pesquisa, pelo Comitê de Ética
em Pesquisa dessa Instituição. A atividade de coleta de dados, neste Projeto de Trabalho de
Conclusão de Curso prevê o acompanhamento desses clientes com o intuito de entrevistar e
desenvolver educação em saúde durante o atendimento, a consulta de enfermagem e a visita
domiciliar. Assumimos o compromisso ético de manter o anonimato dos participantes, sigilo
das informações e proteção da imagem e prestígio dessa Instituição, sendo que os dados
coletados serão utilizados em nosso estudo acadêmico.
Contamos com sua compreensão, agradeço antecipadamente.
Atenciosamente
____________________________
Professora Orientadora UNIVAL
____________________________
acadêmica de Enfermagem UNIVALI
____________________________
acadêmica de Enfermagem UNIVALI
72
Apêndice B - Autorização da instituição para a Realização da pesquisa
Biguaçu, 17 de junho de 2009
Solicitação Previa de Autorização da Instituição
Ilma. Sra.
Secretaria Municipal de saúde de Biguaçu
Venho por meio desta, solicitar a autorização para desenvolver uma pesquisa
intitulada: PLANEJAMENTO FAMILIAR: Atuação dos profissionais da Atenção Básica de
Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários, o estudo tem como objetivo: Identificar
expressões e evidências de decisão dos usuários em relação ao planejamento familiar e a
utilização de métodos anticoncepcionais. Como se trata de um trabalho de conclusão de curso
de Graduação em Enfermagem estou sob a orientação da Docente da Universidade do Vale do
Itajaí - UNIVALI, Enfermeira Maria Catarina da Rosa. Ter-se-á presente o compromisso
ético em resguardar todos os sujeitos envolvidos no trabalho, assim como a instituição
conforme todos os preceitos éticos de pesquisa.
Agradecemos antecipadamente a compreensão e coloco a disposição para demais
esclarecimentos.
Atenciosamente,
___________________________________________
Professora Orientadora UNIVALI
__________________________________________
Acadêmica de Enfermagem UNIVALI
__________________________________________
Acadêmica de Enfermagem UNIVALI
73
Apêndice C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento
Nos acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu. Estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada Planejamento
Familiar: atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento
prestado aos usuários, tendo a seguinte pergunta norteadora: De que modo à equipe da
Atenção Básica da Unidade Mista de Biguaçu vem atuando junto à comunidade no foco de
Planejamento Familiar?
O estudo tem como objetivo. Identificar a atuação dos profissionais da Atenção Básica
de Saúde frente ao atendimento prestados aos usuários do Planejamento Familiar. Neste
sentido, gostaríamos de contar com a sua participação, por meio de entrevista e por meio de
encontros a serem agendadas previamente ou visitas domiciliares. Caso apresente alguma
dúvida em relação à pesquisa, durante o desenvolvimento da mesma, ou também desistir de
participar do estudo, em qualquer momento poderá entrar em contato comigo, através do
telefone (48) 91185380 Se você estiver de acordo em participar, garanto que as informações
fornecidas serão confidenciais respeitando a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde. As
informações serão utilizadas em nosso Trabalho de Conclusão de Curso, bem como a
publicação dos resultados em periódicos ou divulgação em eventos científicos, sempre
preservando a sua privacidade. Será entregue a você uma cópia deste termo, e outra ficará
arquivada com a pesquisadora.
Desde já agradecendo sua colaboração e disponibilidade em participar do estudo.
__________________________________________
Professora Orientadora UNIVALI
________________________________________________
Acadêmica de Enfermagem
________________________________________________
Acadêmica de Enfermagem
74
Apêndice D - Consentimento Pós –esclarecimento de Pesquisa
Eu,........................................................................................................, fui esclarecido
(a) sobre a pesquisa planejamento familiar: Atuação dos profissionais da Atenção Básica de
Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários. Concordo voluntariamente em participar
deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer hora, antes ou durante o
mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter
adquirido. A minha assinatura neste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
dará autorização ao realizador do estudo, ao Comitê de Ética da UNIVALI, e a organização
governamental de saúde de utilizarem os dados obtidos quando se fizer necessário, incluindo
a divulgação dos mesmos, desde que respeitados os princípios de confidencialidade e respeito
a individualidade exigido na pesquisa a ser realizada com seres humanos. “Assim o presente
documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse.”
Florianópolis, _____ de ________________ de 2007
Assinatura:__________________________________ RG:____________________
Testemunhas:
Nome:___________________________________ RG:________________
Assinatura:_______________________________
Nome:___________________________________ RG:________________
Assinatura:_______________________________
75
Apêndice E - Termo de Compromisso de Orientação
Eu Maria Catarina da Rosa, professora da disciplina Saúde da Família do Curso de
Graduação em enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – Centro de Educação –
Campos IV – Biguaçu, concordo em orientar a monografia de conclusão de curso das alunas
Eliete da Silva Freitas e Lenilda Ramos Teles tendo como tema: planejamento familiar:
atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestado aos
usuários.
A orientadora está ciente das Normas para elaboração do trabalho monográfico de
Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem, bem como o calendário de atividades
proposto.
Biguaçu, 17 de junho de 2009
_______________________________________________
Professora Orientadora UNIVALI
________________________________________________
Acadêmica de Enfermagem
______________________________________________
Acadêmica de Enfermagem
76
Apêndice F - Questionário
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
CAMPUS BIGUAÇU
Acadêmicas: ELIETE DA SILVA FREITAS
LENILDA RAMOS TELES
Questionário Semi-Estruturado de Pesquisa aplicado aos
usuários do programa de
planejamento familiar da Unidade Mista de Saúde em Biguaçu.
1-Perfil dos usuários do programa de planejamento familiar:
Nome:..............................................................................................Sexo ( )M
Idade: ..........anos.
Grau de Escolaridade: ( ) Fundamental (
(
)F
) Médio
( ) Superior
Procedência: ........................................
Mora em Biguaçu há .......anos
Números de integrante do seu grupo familiar.....................................................................
Número de gestação......................parto normal ( ) Sim ( ) não
Parto cessaria (
)Sim (
) Não
Números de abortos...................... espontâneo ( )Sim ( )Não
Números de filhos.........................
Há quanto tempo você utiliza o serviço de planejamento familiar da unidade de Saúde?
(
) menos 6 meses (
) 6 m. a 1 ano (
) 1 a 2 anos (
) 2 a 4 anos (
) + de 4 anos.
2- Você tinha algum conhecimento sobre Planejamento familiar antes de participar do
programa de planejamento dessa unidade ? ( ) Sim ( ) Não
3- Na resposta afirmativa acima, cite 5 métodos contraceptivos que você foi orientada antes
de participar do programa de planejamento familiar dessa unidade ?
1 ..........................................................................................................................................
2..........................................................................................................................................
3.........................................................................................................................................
4.......................................................................................................................................
5...........................................................................................................................................
77
4- Após iniciar o programa de planejamento familiar dessa unidade você passou a utilizar
algum métodos contraceptivos? ( ) Sim ( ) Não
Quais? ...........................................................................................................................
5-Quais os métodos contraceptivos foram mais orientados pelos profissionais de saúde dessa
unidade? .................................................................................................................
6- Os profissionais de saúde lhe passaram alguma informação sobre planejamento familiar e
os
métodos
disponíveis
na
rede
pública?
(
)
sim
(
)
não
Quais?.........................................................................................................................
7- As informações transmitidas pelos profissionais de saúde contribuíram para o seu
conhecimento sobre planejamento familiar e os métodos disponíveis na rede pública?
(
) sim ( ) não
Porque?................................................................................................................................
Download

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM