UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ELIETE DA SILVA FREITAS LENILDA RAMOS TELES ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR Biguaçu - SC Novembro, 2009 ELIETE DA SILVA FREITAS LENILDA RAMOS TELES ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeiro, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu. Orientadora: Enfª. Profª. Msc. Maria Catarina da Rosa Biguaçu - SC Novembro, 2009 ELIETE DA SILVA FREITAS LENILDA RAMOS TELES ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR Trabalho de conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel, no curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí Estado de Santa Catarina. Banca Examinadora: _____________________________________________________________ Professora Mestra em Enfermagem Maria Catarina da Rosa Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu Orientadora ______________________________________________________________ Professora Mestranda em Enfermagem Janelice de Azevedo Neves Bastiani Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu Membro ______________________________________________________________ Professora Mestra em Enfermagem Liliane Werner Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu Membro Biguaçu – SC Novembro de 2009 Dedicamos este trabalho a Deus por estar sempre presente em nossas vidas nos dando luz e proteção, e aos nossos pais, pelo amor incondicional e infinito, pela confiança depositada em nós a vida inteira, dedicação e compreensão, pelo apoio, auxílio, carinho e formação humana. AGRADECIMENTOS Agradecemos... À nossa orientadora, Professora Maria Catarina da Rosa, pelo acompanhamento e revisão do estudo e por sua contribuição à nossa formação. Às professoras membros da banca Janelice Bastiani e Liliane Werner, que contribuíram significativamente para nossa aprendizagem e estão mais uma vez presentes nesse processo de avaliação e apoio as valorizações deste estudo e da nossa carreira profissional. Nosso especial agradecimento pela disponibilidade a todas as pessoas, por aceitarem participar deste estudo. Eu Eliete, agradeço... A Deus por iluminar os meus caminhos, dando-me força para vencer todos os obstáculos no decorrer de minha vida; Aos meus familiares por acompanhar minha caminhada a cada dia; Aos meus amigos(as) do laboratorio de anatômia da UNIVALI,Carol,Izabel,Renata,Rafael,Vinicius,Nelson,Adriano,seu João e esposa,que transmitiram pensamentos positivos e apoio nesta tragetória ; Ao amigos(as) da farmácia do Imperial Hospital de Caridade, em especial as amigas do CAF; Aos amigos(as)Bombeiros Comunitarios e Bombeiros Militares do Corpo de Bombeiro do Municipio de Palhoça ,que acompanharam todas as minha aflições,me ensinaram uma lição de vida e aprendizado,percebendo um maior significado da vida; Aos amigos(as) acadêmicos do curso de Graduação em Enfermagem; Aos mestres, que proporcionaram á reflexão na busca de maior conhecimento na profissão á qual escolho para seguir; A minha amiga e companheira de monografía, Lenilda á qual sinto -me orgulhosa por fazer parte da trajetória de sua vida,e compartilhar algumas de suas vitórias .Que Deus te abençoe hoje e sempre,você veio ao mundo e mostrou que é possivel vencer com dignidade. Agradeço em especial á minha grande amiga Ana Adélia e seu esposo, á Vanessa, ao meu amigo Luiz Jorge Anástacio estes estiveram presentes constantemente nos monentos de alegrias e dificuldades, porém enfatizando sempre que no final os louros seriam colhidos com grande vitoria, obrigada. Eu Lenilda, agradeço... Ao meu pai José Ramos Teles, por seus sábios conselhos. A minha mãe Maria de Lourdes de Oliveira em memória, por me trazer ao mundo, que mesmo à distância me transmite energia para conseguir vencer mais uma etapa da minha vida. Vocês serão sempre o meu referencial. À minha amiga Eliete, por toda amizade e carinho. E a todos, que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho. A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. Carlos Drummond de Andrade. ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM SERVIÇO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR Autoras: Eliete da Silva Freitas Lenilda Ramos Teles Orientadora: Profª. Msc. Maria Catarina da Rosa Defesa: Dezembro 2009 tendo como participantes da pesquisa 06 Usuárias do Programa de Planejamento Familiar. RESUMO Este estudo foi realizado no Município de Biguaçu, nas dependências da Unidade Central de Saúde. Caracterizou-se como qualitativo do tipo exploratório. Tendo como objetivo avaliar a atuação dos profissionais do Serviço de Planejamento Familiar (PF). A metodologia utilizada foi convergente-assistencial de Trentini & Paim (2004), pois o tema de estudo parte das necessidades emergidas da prática. Teve como participantes da pesquisa 06 Usuárias do Programa de (PF). Optamos pela Teoria da Diversidade e Universalidade Cultural de Cuidado de Madeleine M. Leininger como marco conceitual por considerar que esta pode subsidiar nossos objetivos já que propõe como base a compreensão da cultura de cada povo, de suas crenças e valores. Utilizamos seus conceitos e outros inter-relacionados. Para a coleta dos dados utilizamos um questionário semi-estruturado que foi aplicado durante as entrevistas com as usuárias que aceitaram participar do estudo; foram estipuladas 3 categorias: A primeira categoria foi voltada para o conhecimento do perfil dos participantes do estudo como (nome, sexo, idade, grau de escolaridade, procedência, tempo de residência em Biguaçu, número de integrantes do grupo familiar, gestação,tipos de partos, números de filhos, tempo de utilização do serviço de planejamento familiar). A segunda categoria destina-se: ao conhecimento dos participantes do estudo sobre planejamento familiar antes e depois de terem utilizado o programa da unidade. Em seguida foram criadas subcategorias: A última categoria aborda sobre a contribuição das informações em planejamento familiar para o conhecimento dos participantes do estudo. Os resultados demonstraram que as informações repassadas aos usuários do programa em questão, na grande maioria foram ineficientes para suprir as necessidades de informação por parte dos usuários desse serviço. Palavras-chave: Planejamento Familiar. Pesquisa Convergente Assistencial. Atenção Básica de Saúde. Authors: Eliete da Silva Freitas Lenilda Ramos Teles Adviser: Profª. Msc. Maria Catarina da Rosa Publication: December 2009 ABSTRACT This study was conducted in the Biguaçu city, the premises of the Central Health. Characterized as a qualitative, type exploratory. The goal evaluate the performance of professional service of the Family Planning (FP). The methodology used was the convergentcare of Trentini & Paim (2004), because the subject of study of the needs that emerged from practice. It had the study participants 06 users of the program (PF). We opted for the Theory of Diversity and Cultural Universality Care Madeleine M. Leininger as conceptual framework, as this can support our goals, as proposed based on the understanding of the culture of each people, on their beliefs and values. We used your concepts and other inter related. To gather the data we used a pre-structured questionnaire that was used during the interviews with users who agreed to participate the study, were down 3 categories: The first category was directed in studying the profile of as study participants (name, sex, age, education level, origin, residence time in Biguaçu, number of members of the family, pregnancy, types of deliveries, number of children, time of use of family planning services).A second category is intended: to the knowledge of the study participants about family planning before and after using the program unit. The next subcategories were created: The last category covers on the contribution of family planning information to the knowledge of the study participants. The results showed that the information distributed to the users of that program, in a vast majority were inefficient to meet information needs of the users of that service. Keywords: Planning Family. Convergent Research Assistance. Health Care. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12 2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 15 3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 19 3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 19 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 19 4 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................... 20 4.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ORGÃO REPRODUTOR FEMININO .................... 20 4.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO ........................................................................... 21 4.3 FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO .................................. 21 4.4 PLANEJAMENTO FAMILIAR..................................................................................... 22 4.4.1 Histórico .................................................................................................................... 22 4.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS................................................................................. 25 4.5.1 Métodos Naturais ...................................................................................................... 25 4.5.2 Métodos de Barreira ................................................................................................. 28 4.5.3 Métodos Hormonais .................................................................................................. 30 5 SITUAÇÕES ESPECIAIS .............................................................................................. 32 6 MÉTODOS ESPECIAIS ................................................................................................ 33 7 MARCO CONCEITUAL ............................................................................................... 36 7.1 APRESENTANDO MADELEINE LEININGER ........................................................... 36 7.2 PRESSUPOSTOS DA TEORIA MADELEINE LEININGER........................................ 37 7.3 CONCEITOS INTER-RELACIONADOS ..................................................................... 38 8 METODOLOGIA ........................................................................................................... 41 8.1 LOCAL DO ESTUDO ................................................................................................... 42 8.2 SUJEITOS DO ESTUDO............................................................................................... 43 8.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ........................................................................... 43 8.4 SUJEITOS DO ESTUDO............................................................................................... 44 8.5 COLETA DE DADOS ................................................................................................... 45 8.6 REGISTRO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................ 47 9 RESULTADOS METODOLOGICOS........................................................................... 48 9.1 APREENSÃO................................................................................................................ 48 9.2 INTERPRETAÇÃO....................................................................................................... 48 9.2.1 Síntese ........................................................................................................................ 48 9.2.2 Teorização ................................................................................................................. 52 9.2.3 Transferência............................................................................................................. 55 9.3 CATEGORIZAÇÃO...................................................................................................... 56 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 62 REFERÊNCIAS................................................................................................................. 65 APÊNDICE ........................................................................................................................ 70 Apêndice A - Carta de Intenção para realização da Pesquisa.......................................... 71 Apêndice B - Autorização da instituição para a Realização da pesquisa......................... 72 Apêndice C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento...................................... 73 Apêndice D - Consentimento Pós –esclarecimento de Pesquisa ....................................... 74 Apêndice E - Termo de Compromisso de Orientação ...................................................... 75 Apêndice F - Questionário ................................................................................................. 76 LISTA DE SIGLAS PF - Planejamento Familiar MAC - Método Anticoncepcional PAISM - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher DIU - Dispositivo Intra-uterino DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis ESF - Estratégia da Saúde da Família UPF - Usuário do Planejamento Familiar CNS - Conferência Nacional de Saúde UCS - Unidade Central de Saúde SUS - Sistema Único de Saúde UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí BEMFAM - Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil MS - Ministério da Saúde 12 1 INTRODUÇÃO O tema abordado neste Trabalho de Conclusão de Curso foi definido a partir da empatia de nós acadêmicas de Enfermagem pela disciplina de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, do 5º período, onde são abordados temas, que abordam a Saúde da Mulher, Saúde da Família, Saúde na comunidade e a atuação do profissional de saúde (enfermeiro), do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Nossa pretensão em atuar futuramente na área da Saúde Coletiva, onde a atuação do enfermeiro é importante na equipe de saúde, assim como a informação insuficiente por parte de usuários da rede básica de saúde, sobre o uso dos métodos anticoncepcionais (MAC), levaos à dificuldades em tomar decisões no seu próprio planejamento familiar. O Ministério da Saúde, fundamentado na lei do planejamento familiar Lei nº. 9.263 de1996, determina como competência dos profissionais de saúde, assistir em concepção e contracepção. É parte do trabalho dos profissionais empenhar-se em informar aos indivíduos sobre as opções para o planejamento familiar, destacando a oferta dos métodos anticoncepcionais autorizados e disponíveis no Brasil. Com o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho, surgiram várias alterações em seu estilo de vida e no padrão familiar, que inclui o adiamento da gravidez e reprodução, nesse sentido, muitas mulheres passaram a expressar esse desejo só depois de terem estabelecido uma carreira profissional. Vários métodos contribuíram para essa opção. Neste sentido, uma das funções importantes dos enfermeiros consiste em promover as práticas e comportamento positivo que estejam relacionados com a saúde reprodutiva e sexual de cada usuário do serviço de Planejamento Familiar (PF). (BRUNNER &. SUDDARTH, 2006). A anticoncepção vem se tornando um fator significativo no que diz respeito á assistência á saúde, as práticas de contracepção vem sendo aplicadas ao longo do tempo. O desenvolvimento das tecnologias contribuiu para o aumento da gama de métodos anticoncepcionais disponíveis no mercado e nas unidades básicas de saúde, os usuários do PF têm o direito de serem informadas sobre o custo, as vantagens e desvantagens de cada método assim como seus riscos, eficácia, sua disponibilidade e a forma certa de uso. A regulação da fecundidade e o exercício do direito ao prazer sem risco de adoecer ou de engravidar contra a vontade têm marcado muitos avanços ao longo do tempo. As práticas sobre educação sexual e planejamento familiar merecem uma abordagem mais eqüitativa entre a população em geral, uma vez que, se atribuem as mulheres o poder de negociação 13 frente ao homem, isso leva as mulheres a correrem todos os riscos de uma pratica contraceptiva (FLORES e FRANCO, 1996). De maneira geral, o planejamento é entendido como um modelo para ação, um método de trabalho ou instrumento de racionalização da realidade, aplicável a nível micro ou macro estrutural. Este pressupõe uma sistematização especifica com fases características e com qualidades e deverão ser asseguradas para a consecução dos objetivos consubstanciados nos planos, programas e projetos (BIRRENBACH, 1978). Segundo o autor citado anteriormente, as atividades de informação em saúde reprodutiva tiveram amplo desenvolvimento na etapa inicial de implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) /1985, quando o Ministério da Saúde (MS) promoveu treinamentos para profissionais de serviços sobre este enfoque e distribuiu materiais educativos - fitas de vídeo, álbuns seriados, cartilhas, folhetos e outros, para estimular o desenvolvimento de atividades informativas inovadoras, participativas, ilustrativas e mais atrativas. Todavia, tal ação parece ter sofrido uma descontinuidade ao longo dos anos, mantendo-se tão somente o discurso de que é fundamental como medida de promoção da saúde, porém pouco concretizada e executada nas unidades de saúde e no seio da comunidade. A atuação dos profissionais de saúde, no que se refere ao planejamento familiar, deve estar pautada no artigo 226, Parágrafo 7, da Constituição da Republica Federativa do Brasil, portanto, no princípio da paternidade responsável e no direito de livre escolha dos indivíduos ou casais. Portanto, é de responsabilidade dos serviços de planejamento familiar a assistência tanto às pessoas que desejam a anticoncepção como daqueles que desejam ter filhos (BRASIL, 1996, p.9-10). A cada ano, mais da metade das gestações são indesejadas, ocorrendo em mulheres de todas as idades, situação econômica e grupos étnicos e raciais, tendo uma prevalência entre adolescentes, e mulheres de baixa renda. Dentre as mulheres que cometeram abortos, muitas foram pela não utilização dos métodos contraceptivos, por nunca terem utilizado nenhum método ou pelo uso incorreto. Em alguns casos, elas acabam temendo os riscos da contracepção e a possibilidade de vir a ter câncer e desta forma, muitas mulheres acabam utilizando os métodos contraceptivos de forma errada, tornando-os menos efetivos (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). Cabe aos profissionais de saúde prestar uma assistência com informações e suporte de qualidade, contribuindo desta forma para a diminuição do número de gestações indesejada, reduzindo assim o número de abortos, da mortalidade e morbidade infantil. É importante que os enfermeiros (as) das unidades básicas de saúde que atendem em planejamento familiar, 14 informem aos usuários desse serviço sobre a importância de planejar a família. Essas informações devem ser, de forma não tendenciosa e isentas de qualquer opinião pessoal. Esses profissionais envolvidos no atendimento dos usuários que desejam planejar sua família devem ouvir, educar, dispor de tempo para sanar todas as dúvidas sobre os riscos e benefícios de cada método, sempre mostrando as alternativas e a forma correta de utilizá-las, respeitando sempre a sua escolha. A informação adequada provoca um impacto no cliente, levando-o a elaborar suas próprias opiniões, a tomar decisões e perceber-se na relação consigo mesmo, com a família e com a comunidade (MOURA e SILVA, 2009). As autoras também colocam que, a forma como a informação é passada para o cliente, são pontos extremamente relevantes e indispensáveis para o alcance dos objetivos de serviços aos usuários. Espera-se então, dos profissionais de saúde, no caso o enfermeiro (a), um maior empenho em bem informar, para que o cliente possa conhecer as alternativas de concepção e contracepção disponível e assim possa ter uma escolha de maneira livre e informada. Desta forma, buscando desmistificar a postura dos usuários de que o planejamento familiar só servira para dar pílulas e convencer as mulheres na realização de laqueaduras. Essa postura entre os usuários se manifesta devido ao atendimento por parte dos profissionais de saúde que colocam seus valores, julgamentos, preconceitos sobre os indivíduos, sem levar em consideração o contexto familiar em que esta pessoa esta inserida. Segundo o Ministério da Saúde, o aspecto da integralidade da assistência independe do tipo de método escolhido ou da intenção de conhecer ou não esses métodos (BRASIL, 1996). Partindo deste pressuposto, entendemos que os enfermeiros, como participantes da equipe de (PF) devem estar engajados na luta pelos valores preconizados pelo Sistema único de Saúde. (SUS). Entre esses valores, citamos a integralidade que entende e aborda o indivíduo como um ser integral e indivisível, ou seja, não pode ser avaliado separadamente. Prestando dessa forma uma assistência que abranja os aspectos emocionais, culturais e econômicos. 15 2 JUSTIFICATIVA Nas primeiras décadas do Século XX, surgiram na Europa e nos Estados Unidos movimentos de caráter malthusianos que associavam a miséria ao crescimento populacional, ao longo desse processo, o estado brasileiro adotou uma postura pró-natalista. A partir dos anos de 1960, as pressões americanas forçaram a entrada de entidades internacionais no Brasil, cujo principal objetivo era controlar o crescimento populacional dos países pobres (COELHO et al; SILVA, 2000). Segundo os autores anteriormente citados no ano de 1974, a política demográfica do Brasil foi anunciada oficialmente na Conferência Mundial de População, em Bucareste, quando o governo brasileiro reconheceu ser um direito social, decidir quanto à composição da família. Para tanto, o poder público deveria se ocupar da divulgação de informação sobre contracepção, o que na prática não se efetivou. Além da saúde feminina, o espaçamento entre o nascimento dos filhos determina melhores condições de educação para estes e a diminuição da mortalidade infantil. Sendo esses os fatores que levariam a melhoria dos níveis econômicos, culturais e de saúde de muitos países (VIANA et al; MARTINS, 2001). Assim, os anticoncepcionais entram no mercado e as mulheres passam a dissociar sexualidade de procriação, aderindo principalmente à contracepção hormonal, mas sem a possibilidade de assistência adequada, comprometendo a sua saúde e tornando-se, desta forma mais dependente do sistema médico. Segundo Moura e Silva (2004), a informação adequada provoca um impacto no paciente, levando-o a elaborar suas próprias opiniões, tomar decisões e perceber-se na relação, consigo, com a família, com a comunidade, enfim com o mundo. No final da década de (1970), os movimentos feministas passam a defender a regulação da fecundidade como direito de cidadania, reivindicando o controle da mulher sobre o seu próprio corpo. Segundo BRASIL (1987), em 1983, essa reivindicação feminista foi atendida oficialmente através do (PAISM), que em seu programa de planejamento familiar, tem como pressuposto básico o reconhecimento de que “todas as pessoas têm o direito á livre escolha dos padrões de reprodução que lhes convenham como indivíduos ou casais” (COELHO et al; SILVA, 2000, p.38). Os mesmos autores afirmam ainda que, para que esse direito possa ser efetivamente exercido, é necessário que os indivíduos tenham conhecimento das possibilidades de influir no ritmo da procriação e tenham acesso às informações e aos meios para que possa intervir se 16 assim o desejarem, para separar o exercício da sexualidade da função reprodutiva e, em conseqüência, exercer na plenitude o planejamento de sua prole. As atividades de informação em saúde reprodutiva tiveram amplo desenvolvimento a partir da etapa inicial de implantação do (PAISM) em 1985,quando o Ministério da Saúde promoveu capacitação para os profissionais de serviços de saúde sobre materiais educativos,bem como forma de estratégias para estimular o desenvolvimento de atividades inovadoras, participativas, ilustrativas e mais atrativas (MOURA e SILVA, 2004). Tanto o planejamento familiar, como o controle de natalidade teve fases de enfoque econômico-demográfico. Sua proposta, contudo, caracteriza-se por apresentar-se ainda que de forma mais branda, como intervenção estatal nas decisões reprodutivas da população (FERNANDES, 2003). Desta forma, possibilita um modelo de ações de estratégias que respeite a compreensão da comunidade em relação à educação em saúde diante de suas próprias decisões, face ao planejamento familiar. De maneira geral, o planejamento entende-se como um modelo para ação, um método de trabalho ou instrumento de racionalização da realidade, aplicável a nível micro ou macro estrutural. Estes pressupõem uma sistematização específica, com fases características e com qualidades que deverão ser asseguradas para a consecução dos objetivos consubstanciados nos planos, programas e projetos, nos seus limites ético-sociais de dignificação crescente face aos reais anseios da sociedade (BIRRENBACH, 1978). Segundo a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (DHS/BENFAM, 1997), a taxa de fecundidade no Brasil, de 2,5 filhos por mulher, vem crescendo nos últimos anos, oscilando sobre diferenciais regionais e as localidades rurais e urbanas (FERNANDES, 2003). Todas as apresentações e materiais de aconselhamento de educação devem ser compatíveis com a linguagem cultural e com o nível de instrução dos clientes. Os profissionais devem estar familiarizados com os mitos e percepções errôneas sobre os métodos contraceptivos (BRASIL, 1996, p.9-10). Este estudo procura a valorização das opiniões dos pacientes ou usuários de Sistema de Saúde, ou grupos comunitários quanto à importância de planejar a família, identificando em suas expressões e evidências a adesão ás informações do Programa de Planejamento Familiar, ressaltadas através de educação em saúde, a partir dos Serviços de Atenção Básica. As atividades informativas de educação são indispensáveis para o alcance dos objetivos de serviços de saúde e isso exige dos profissionais da área, atitudes no sentido de bem informar os usuários para que tomem conhecimento dos métodos de concepção e 17 anticoncepção disponíveis, para que possam participar ativamente da definição e do alcance de suas particulares metas reprodutivas (MOURA e SILVA, 2004). É de extrema importância para o profissional de Saúde, que os direitos dos usuários em planejar o número de filhos que desejam ter, sejam assegurados de acordo com a opção de cada família. As ações de orientação em (PF), estão sob amparo legal dentro do respeito á autonomia de cada pessoa. Para Pinho e Siqueira, (2006), a natureza do trabalho da enfermagem é de dialogar com o paciente, e que para isso faz-se necessário buscar formas de dialogar com a pessoa de quem se está cuidando, uma vez que o cuidado, mais humano, precisa nortear as práticas da enfermagem e dessa forma passando a ser um elemento presente em seu dia a dia. Segundo Nascimento et al; Santos (1997) planejar a sua família é um direito de todos, e é um dever do Estado garantir àqueles que não podem adquirir o método, a forma de fazê-lo gratuitamente e com qualidade. Nenhum profissional ou instituição (particular ou pública) tem o direito de impor a utilização ou não de determinados métodos contraceptivos, porque induz o usuário e o impossibilita de fazer uma opção consciente. Dessa forma todas as pessoas que desejam fazer planejamento familiar, devem ser orientadas pelo médico ou enfermeiro sobre as indicações e contra indicações de todos os métodos existentes, e escolherem aqueles que puderem e quiserem utilizar. A importância do cuidado de qualidade destinado à promoção da saúde sexual e reprodutiva, incluindo a assistência no planejamento familiar evidencia que homens e mulheres sofrem um impacto sobre o bem-estar pessoal, familiar e econômico, em razão das mortes maternas, abortos de risco, HIV/AIDS, a gravidez não planejada e de alto risco, incluindo fatores de morbi-mortalidade, que trazem como conseqüência a baixa produtividade, os problemas sociais e o aumento da demanda por serviços para a área governamental. (FAMILY CARE INTERNACIONAL, 1995 apud HOGA, 2003). Para Diaz (1999) apud Hoga (2003), a falta de preparo dos profissionais, médicos e enfermeiros no que se refere a conteúdos de comunicação interpessoal e as execuções de ações educativas participativas, pois estas atividades necessitam de um preparo específico que precisa ser oferecido na fase de formação profissional e que a assistência à saúde nas comunidades requer capacitação para a interação plena com pessoas de culturas e contextos de vida variados. Neste contexto da assistência, só haverá sucesso quando o conhecimento da cultura for incorporado ao planejamento do cuidado. Por meio desta abordagem, é possível também identificar grupos de riscos e planejar formas consistentes de assistir, com os valores comunitários. 18 Segundo afirma Hoga, (2003), um serviço de qualidade deve estimular a procura e a aderência à assistência, oferecendo horários de atendimento adequados aos usuários. Os profissionais devem estar atentos e devidamente capacitados para não cometer discriminações de ordem sociocultural, de sexo, idade, estado material e etinicidade, não tratar os usuários com desrespeito, além de toda base técnica necessária ao atendimento (HOGA, 2003 apud FAMILY CARE INTERNACIONAL, 1995). Percebemos assim, como a informação insuficiente e a pouca educação com este foco específico destinados aos usuários da rede básica de saúde sobre o uso dos (MAC), leva-os á dificuldades em tomar decisões no seu próprio planejamento familiar. De encontro a essa necessidade de prestação de serviço diferenciado, nossa pretensão é atuar futuramente na área da Saúde Coletiva, onde a atuação do enfermeiro é importante na equipe de saúde. Esta pesquisa busca responder a pergunta norteadora do estudo: De que modo a equipe do serviço de Planejamento Familiar vem atuando junto à comunidade? 19 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Identificar a atuação dos profissionais do Serviço de Planejamento Familiar na Comunidade. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descrever o perfil do (a) usuário (a) atendido no PF; Identificar os métodos anticoncepcionais freqüentemente orientados pelos profissionais de saúde; Conhecer os métodos contraceptivos utilizados pela comunidade; Identificar expressões e evidências de decisão da mulher/homem usuários (as) em relação ao planejamento familiar e a utilização de métodos anticoncepcionais. 20 4 REVISÃO DA LITERATURA 4.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ORGÃO REPRODUTOR FEMININO O sistema reprodutivo feminino é composto de estruturas externas e internas, havendo também outras estruturas anatômicas que afetam o sistema reprodutivo feminino, incluindo o hipotálamo e a hipófise, que fazem parte do sistema endócrino (BRUNNER & SUDDARTH, 2006). A genitália externa (vulva) inclui duas pregas espessas de tecido, chamadas grandes lábios, e dois lábios menores de tecido delicados, chamados de pequenos lábios, situados dentro dos grandes lábios. As porções superiores dos pequenos lábios unem-se, formando um revestimento parcial para o clitóris, órgão altamente sensível de tecido erétil, entre os pequenos lábios, abaixo do clitóris e posterior a ele, encontra-se o meato urinário. Abaixo desse orifício, está a abertura maior, o orifício vaginal ou intróito. Em cada lado do orifício vaginal, encontram-se glândulas vestibulares (de Bartholin), quem apresentam formato de grão de feijão. Essas glândulas secretam um muco, através de um pequeno ducto e este tem uma abertura dentro dos pequenos lábios, externa ao hímen. A área entre a vagina e o reto é chamado de períneo (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). Os ovários são os mais importantes órgãos sexuais femininos, formando conjunto com as tubas de falópio, o útero e a vagina. A reprodução começa com o desenvolvimento dos óvulos nos ovários. Na metade de cada ciclo sexual mensal, um só óvulo é expelido, a partir do folículo ovariano, para o interior da cavidade abdominal, próximo ás extremidades fimbriadas abertas das duas tubas de falópio. Esse óvulo segue então seu trajeto, através de uma das tubas de falópio para o útero; caso seja fertilizado por um espermatozóide implantase no útero, onde ocorrerá desenvolvimento de um feto, com a placenta e membranas fetaistransformando-se, finalmente, em recém-nascidos (GAYTON e HALL, 2002). 21 4.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO O ciclo menstrual normal é uma ocorrência previsível que acontece todos os meses. É influenciado pela maturação do folículo, pela ovulação e formação do corpo lúteo, finalizando o sangramento menstrual. O ciclo menstrual pode ser dividido em cinco fases: as fases menstruais, proliferativas, secretoras, isquêmicas, menstruais. Na fase menstrual (1º ao 5º) o sangramento dura de 3 a 5 dias em um ciclo de 28 dias; Fase proliferativa (6º ao 14º) aumenta o nível de estrogênio e atinge o pico. Imediatamente antes da ovulação. O muco cervical torna-se favorável ao espermatozóide na época da ovulação: fica aquoso e alcalino, apresentando um padrão de samambaia. Na época da ovulação eleva-se a temperatura basal corporal. A fase secretora (15º ao 26º) o estrogênio esta presente, mais predomina a progesterona. Fase isquêmica (27º ao 28º) o corpo lúteo degenera-se; os níveis de estrogênio e progesterona caem. O sangue atravessa a superfície do endométrio, indicando o inicio de outra fase menstrual. O ciclo ovariano tem duas fases, a fase folicular e fase lútea, em um período de 28 dias. A fase folicular (1° ao 14º) o óvulo (folículo) desenvolve-se até a maturidade. Isso ocorre sob a influência do FSH e do LH. O óvulo maduro rompe-se (ovulação) é expelido, a ovulação é desencadeada por uma elevação de LH induzida pelo alto nível de estrogênio. A fase lútea (15º ao 28º) o corpo lúteo desenvolve-se e reproduz níveis maiores de estrogênio e progesterona, impedindo o crescimento de outros folículos no ovário (BURROUGHS, 1995). 4.3 FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO As estruturas no sistema reprodutivo masculino são os testículos, o canal deferente (ducto deferente) e as vesículas seminais, o pênis e determinadas glândulas acessórias, como a glândula prostática e a glândula de Cowper (glândula bulbouretal). Os testículos são formados no embrião, dentro da cavidade abdominal, próximo ao rim, durante o mês da vida fetal eles descem posteriormente para o peritônio perfurando a parede abdominal na virilha. Porém mais adiante, eles progridem ao longo do canal inguinal para dentro da bolsa escrotal, sendo acompanhados por vasos sanguíneos, vasos linfáticos, 22 nervos e ductos, sustendo o tecido e constituindo o cordão espermático. Os testículos ficam contidos na bolsa escrotal, mantendo-os em temperatura um pouco mais baixa que o restante do corpo, para facilitar a espermatogênese. Os túbulos coletores conduzem o espermatozóide até o epidídimo e posteriormente para o canal deferente, esta estrutura tubular firme dirige-se para cima, através do canal inguinal entrando na cavidade abdominal e depois para o peritônio. Uma bolsa externa é a vesícula seminal, que age como reservatório para secreções testiculares, ao final do trato encontra-se o ducto ejaculatório , que atravessa a próstata para penetrar na uretra,estas secreções percorrem esse caminho durante a ejaculação (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). Os testículos possuem a função de formação de espermatozóides nas células germinativas dos túbulos seminíferos e a secreção do hormônio sexual masculino testosterona, que induz e preserva asa características sexuais masculinas. A próstata localiza-se abaixo do colo da bexiga, circunda a uretra e é atravessada pelo ducto ejaculatório, continuação do canal deferente. Esta glândula produz uma secreção que é quimicamente e fisiologicamente adequada para as necessidades dos espermatozóides em sua passagem para os testículos, a glândula de Cowper esta abaixo da próstata, dentro da face posterior da uretra .Esta glândula desemboca suas secreções na uretra durante a ejaculação , proporcionando a lubrificação.O pênis tem função de órgão para a copula e para micção,e consiste na glande, corpo e raiz do pênis (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). 4.4 PLANEJAMENTO FAMILIAR 4.4.1 Histórico A raça humana é uma das poucas que praticam o sexo sem a finalidade reprodutiva. Por isso, desde a Antiguidade vários métodos foram testados e utilizados na tentativa de controlara as gravidezes indesejadas. Desde antiguidade as mulheres têm sofrido as conseqüências dessas gravidezes não planejadas: abortos provocados ou não, morte por falta de assistência adequada, no pré-natal e no parto (VIENA et al; MARTINS, 2001). 23 As sociedades humanas desenvolveram sistemas de controle de natalidade, para ajustar os índices de fertilidade e mortalidade com a produção dos bens materiais de sobrevivência, instituindo normais culturais e religiosas. Com o surgimento de classes sociais antagônicas, vindo com o advento da agricultura e do Estado, os interesses reprodutivos também se tornaram diversos, ao qual gerou a adoção de comportamentos reguladores de população como maneira de expressar o conflito entre as classes dominante e dominada. No período marcado pela transição do feudalismo para o capitalismo, a idade moderna assistiu a Europa envolta em grandes evoluções demográficas provocadas pelo cercamento das terras e conseqüente expulsão de milhares de famílias que incharam as cidades e serviram de combustível humano na aventura conquistadora do expansionismo mercantilista (TAVARES, 1996). A - Planejamento Familiar para a Igreja Durante alguns anos as mulheres foram consideradas, pela Igreja como impuras, e a até mesmo, como encarnação do demônio, fazendo com que tudo que se relacione a elas, esteja relacionado com o pecado. Entretanto, com o passar dos anos as mulheres vão ter um lugar de destaque na vida eclesiástica, quando a virgindade é consagrada e passa a ser escolha suprema da vida. O matrimônio é reduzido a um mal necessário para assegurar a procriação e daí a desprezar, e depois a condenar, a sexualidade e tudo que pode ser uma marca na própria expressão do corpo (COELHO, 2005). B - Planejamento Familiar para o Estado No Brasil, a saúde como questão social surgiu na década de 20 durante a expansão da economia cafeeira, período de formação da sociedade capitalista. Nessa época, o aumento da população era necessário para expansão da economia. Porém expandiram-se também a pobreza, as doenças e a marginalização, e a questão populacional foi se constituindo como um problema político (COELHO et al, 2000). Em 1965, foi criada a BEMFAM (Sociedade Civil de Bem-Estar Familiar no Brasil) que facilitou o acesso das mulheres aos métodos contraceptivos, principalmente á pílula, através da distribuição gratuita sem acompanhamento médico. Já na década de 60 ocorreu 24 uma chegada maciça dos métodos anticoncepcionais, como pílula e DIU. Coincidindo com uma cena política de contestação cultural, o que facilitou a aceitação pelas mulheres principalmente da pílula, sendo os contraceptivos divulgados como instrumentos eficazes e imprescindíveis para a liberação feminina, permitindo dissociar a sexualidade da procriação (COELHO et al, 2000). O PF, do ponto de vista de ação em saúde, tem sido reconhecido como uma necessidade do ser humano,porém o profissional deve empenhar-se em respeitar a cultura de cada individuo,oportunizando a livre escolha do método mais adequada para o mesmo. As práticas de anticoncepção decorrem das crenças e dos valores da sociedade, assim como das políticas do Estado e são exercidas por todas as mulheres e todos os homens de forma igualitária (COELHO, 2005). O declínio do crescimento populacional, no Brasil evidencia-se através dos seguintes dados: entre as décadas de 40 e 60, a mulher brasileira tinha, em média, 6 a 7 filhos;sendo que na década de 80 ,a média era de 3,4 filhos por mulher.entretanto esta média passou para 2,4 filhos em 1991.O declínio da natalidade ocorrido no Brasil, nos últimos 30 anos ,pode ser atribuído a fatores,como:a inserção da mulher no mercado de trabalho, o avanço tecnológico em relação as opções contraceptivas, o investimento de organizações internacionais voltadas á contracepção, a identificação de uma política do Estado em relação à contracepção efetuadas pelas mulheres e em mulheres (COELHO, 2005). No período de 1978-1984, a BENFAM e o CEPAIMC investiram 13,5 e 4,8 milhões de dólares, respectivamente, em programas sobre a reprodução da população brasileira. Todavia neste período ocorreu a distribuição maciça de contraceptivos orais, sem a devida assistência médica necessária em qualquer Programa de Planejamento Familiar (COELHO, 2005). O Estado brasileiro, em 1983 assume publicamente uma política de Planejamento Familiar para o país, incluindo-a como parte do Programa de Assistência Integral á Saúde da Mulher-PAISM. “Neste programa a mulher é concebida não apenas como um órgão reprodutivo, mas na sua integralidade e em todas as fases de seu ciclo vital” (COELHO, 2005, p.666-667). Entretanto fazia parte deste Programa de Planejamento Familiar que dispensava atenção tanto na infertilidade como a anticoncepção C - Planejamento Familiar do Gênero Feminino 25 De acordo com análises de dados de pesquisa no contexto da literatura brasileiro, historicamente embora seja um tema político, o país nunca se utilizou práticas de controle de natalidade; isto é, não impôs leis ou estímulos diretos para redução populacional, como também nunca assegurou o exercício dos direitos reprodutivos de sua população, basicamente, as políticas de reprodução no Brasil foram marcadas pela omissão de ações explicitas do governo, até por isso desta prática foi possível permitir propostas não oficiais de planejamento familiar para que fossem expandidos de forma ampla e atuassem na propagação do uso de contraceptivos, processo que contribuiu para a redução das taxas de fecundidade no país (FERNANDES, 2003). No decênio de 1986/1996, a taxa de fecundidade exemplificando, o Nordeste caiu de aproximadamente 40% passando de 5,2 filhos por mulher para 3,1 filhos, apesar de contemplar a mais alta taxa de fecundidade do país. Porém, um dos elementos que desempenhou papel importante para a queda da fecundidade no Nordeste foi à democratização do uso de contraceptivos, deste total de mulheres atualmente, 76,7% usam algum método contraceptivo (FERNANDES, 2003). Contudo, ainda que, dispondo destas informações a situação do cuidado requer uma pesquisa que busque configurar qual a aderência da população em relação ao trabalho realidade pelo profissional de saúde enfermeiro nas orientações do Planejamento Familiar as decisões tal planejamento. 4.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 4.5.1 Métodos Naturais Os métodos comportamentais de planejamento familiar são técnicas para obter ou evitar gravidez mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo ao longo do ciclo menstrual. Este método baseando-se na identificação do período fértil da mulher, o casal pode concentrar as relações sexuais nesta fase, caso deseje obter uma gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar ou evitar a gravidez. Como método anticoncepcional à taxa de falha, no primeiro ano de uso, atinge de 20%, em uso 26 habitual. Entre usuários adaptados ao método (uso correto) este índice cai para 0,5 a 9% (BRASIL, 2002). A determinação do período fértil baseia-se em três hipóteses cientificamente válidas, citadas: • A liberação do óvulo (ovulação) ocorre entre 11 e 16 dias antes do inicio da menstruação; • O óvulo, após ter sido liberado, tem uma sobrevida de aproximadamente 24 horas; • O espermatozóide, após sua inoculação no trato genital feminino, tem capacidade para fecundar um óvulo até o período de 48 a 72 horas (BRASIL, 1996). A - Método de OGINOS – KNAUS (Calendário ou Tabelinha) Este método baseia-se no fato de que a duração da segunda fase do ciclo menstrual (pós-ovulatório) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 e 16 dias antes do inicio da menstruação. O cálculo do período fértil da mulher é feito através da análise de seu padrão menstrual prévio, durante 6 a 12 meses. A mulher que quiser usar este método deve ser orientada para registrar, durante pelo menos 6 meses, o 1º dia da menstruação. Para que este processo seja eficaz é necessário que a mulher verifique 4 ciclos subseqüentes, contando desde o 1º dia da menstruação (primeiro dia do ciclo) até o dia que antecede a menstruação seguinte (último dia do ciclo).Se a diferença entre o menor e o maior ciclo for inferior a 10 orienta-se para o uso da tabela.Pega-se o menor ciclo diminui por 18 e o maior ciclo diminui por 11. Exemplo: Início do período fértil = 27-18 = 9º dia; Fim do período fértil = 33-11 = 22º dia. No exemplo citado acima, o período fértil determinado foi do 9º ao 22º dia do ciclo (ambos os dias, inclusive), com uma duração de 14 dias (BRASIL, 1996). B - Método do Muco Cervical (ou Billings) Este método é realizado através da identificação do período fértil por meio da autoobservação das características do muco cervical e da sensação por ele provocado na vulva. O muco cervical é uma secreção produzida no colo do útero pelo epitélio glandular das criptas cervicais, que por ação hormonal apresenta transformações características ao longo do ciclo menstrual, possibilitando a identificação do processo ovulatório. No inicio do ciclo o muco cervical é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozóides pelo canal 27 cervical. Entretanto sob a ação estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, que indica o tempo da fertilidade no momento em que os espermatozóides têm maior facilidade de penetração no colo uterino, o muco torna-se transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. O problema do uso desse método é que a mulher nem sempre se percebe ou se conhece e também pode apresentar um outro fluxo confundindo-o com o período ovulatório (BRASIL, 2002). C - Ejaculação Extravaginal (Coito Interrompido) É a remoção do pênis da vagina antes da ejaculação. Esse método requer um controle cuidadoso pelo homem, é freqüentemente utilizado como prevenção contra a gravidez, esse método é considerado não confiável uma vez que, pode escapar espermatozóides nas secreções mesmo antes da ejaculação (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). D - Método de Temperatura Basal Corporal Este método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal, que ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. A temperatura basal é a temperatura do corpo em repouso, antes da ovulação, a temperatura corporal permanece em nível baixo; após ovulação, ela eleva-se ligeiramente (alguns décimos de grau centígrados), permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. Este pequeno aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de progesterona, que tem efeito termogênico. O método permite, portanto, através da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase fértil pósovulatória a medida da temperatura deve ser feita com um tempo de no mínimo 3 horas de sono (BRASIL, 1996). E - Método Cinto – Térmico Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e contabilidade. Ele combina a observação dos sinais e sintomas relacionados á temperatura basal corporal e ao muco cervical, associada os parâmetros subjetivos (físicos e ou psicológicos relacionados) indicadores de possível ovulação. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação podem ser, entre outros: dor abdominal, sensação de peso nas mamas inchadas ou doloridas, 28 variações de humor e/ou libido, outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite ganho de peso, sensação de distensão abdominal, sangramento intermenstrual entre outros). O início do período fértil acontecem às modificações do muco, cálculos do calendário; Para o final do período fértil ocorrem às modificações do muco, temperatura basal (BRASIL, 2002). 4.5.2 Métodos de Barreira São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos á penetração dos espermatozóides no canal cervical. Os métodos de barreira disponíveis em nosso meio são: preservativos (condons) camisinhas femininas e masculinas; diafragma; e os espermaticidas químicos (BRASIL, 2002). A - Preservativo ou Condon: Preservativo Masculino Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação impedindo o contato com a vagina, impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. Este método além de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão de HIV e outros agentes sexualmente transmissíveis. A taxa de falha deste método, no 1º ano de uso, varia de 3%, quando usados de maneira correta em todas as relações sexuais, a 14% quando avaliados o uso habitual. A segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e da utilização em todas as relações sexuais (BRASIL, 2002). B - Preservativo Feminino É um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis de poliuretano. O 1º anel que fica solto dentro do tubo, serve para ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O 2º anel constitui o reforço externo do preservativo que,quando é colocado de maneira correta , cobre parte da vulva. O produto já vem lubrificado e deve ser usado apenas uma vez. Esta forma uma barreira física entre o pênis e a vagina, servindo de receptáculo ao esperma, impede seu contato com a 29 vagina, assim como impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. Nos primeiros seis meses ano, a taxa de falha deste método varia de 1,6%, em uso correto, a 21%, em uso habitual (BRASIL, 2002). C - Diafragma É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de borracha ou de silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo do útero. O diafragma é colocado na vagina antes da relação sexual com parte convexa voltada para a vulva, localizando a borda posterior no fundo de saco posterior e a borda anterior atrás do púbis. Recomenda-se para maior eficácia, antes da introdução, colocar na parte côncava creme espermaticida. Retirar de 6 a 8 horas após a relação sexual (BRASIL, 1996). D - Espermicida São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, impedem a penetração dos espermatozóides no canal cervical, e bioquimicamente, imobilizam ou destroem os espermatozóides. Podem se apresentar na forma de óvulos, supositórios, geléias, cremes, espumas ou aerossóis. Porém, o produto espermaticida a base de nonoxinol - 9 à 2% é o mais utilizado no Brasil e no mundo, e recomendado pelo Ministério da Saúde. Entretanto o risco de alguns métodos contraceptivos contendo N-9 pode aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. A razão deste risco acrescido reside no fato do N-9 provocar lesões (fissuras/micro fissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da freqüência de uso e do volume aplicado. O espermaticida pode ser combinado com diafragma ou preservativo sua colocação deve ser na vagina 1 hora antes de cada relação sexual (BRASIL, 2002). E - Esponja Vaginal É um dispositivo redondo de poliuretano de tamanho único, seu formato encaixa-se firmemente na cévix, o outro lado tem uma alça, usada para removê-la da vagina, uma vez colocada sua proteção é de 24 horas, os espermatozóides são destruídos por ação espermicidas. Vantagens: fácil de ser usado diminui a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis como a gonorréia e a tricomoníse. Desvantagens: algumas mulheres podem 30 apresentar reações alérgicas ao espermicida ou ao poliuretano, ressecamento das secreções vaginais (BURROUGHS, 1995). 4.5.3 Métodos Hormonais “Os Anticoncepcionais Hormonais Orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteróides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade básica de impedir a concepção” (BRASIL, 1996, p.75). A - Indicação para o uso dos anticoncepcionais orais Deve-se optar por um composto com baixa dose de estrogênio e pelos compostos mais modernos de progestagênios e de baixa dosagem, garantindo um menor efeito metabólico (VIANA et al; MARTINS 2001). B - Combinados São componentes que contém dois hormônios sintéticos, o estrogênio e o progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher. Estas pílulas combinadas atuam basicamente por meio da inibição da ovulação, para provocar alterações nas características físico-químicos do endométrio e do muco-cervical. As combinadas dividem-se em monofásicas, bifásicas e trifásicas. Nas monofásicas, a dose dos esteróides é constante nos 21 ou 22 comprimidos da cartela. Enquanto nas bifásicas contêm dois tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em proporções diferentes (duas fases). As trifásicas contêm três tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em proporções diferentes (três fases) (BRASIL, 2002). As cartelas com 21 drágeas inicia no 1º de sangramento e pausa de 7 dias; Cartelas com 22 drágeas com início no 1º dia de sangramento e pausa de 6 dias; Cartelas com 24 drágeas início no 1º dia de sangramento pausa de 4 dias e cartelas de 28 drágeas início no 1º dia de sangramento não ocorrendo pausa (BRASIL, 2002). A Progesterona (comprimido), que contém uma dose muito baixa de progestogênio, promovendo o espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos 31 espermatozóides, inibe a ovulação em aproximadamente metade dos ciclos menstruais. Estas minipílulas (sendo 35 comprimidos) são utilizadas especificamente nas mulheres em que o estrogênio está contra indicado como no caso da lactente. Durante a lactação, quando utilizados de forma correta e consistente, os anticoncepcionais orais de progestogênio têm uma taxa de falha de 0,5%, no primeiro ano de uso, sendo que em uso habitual, a taxa de falha é de 1% (BRASIL, 2002). C - Existem três vias de administração: • Oral este deve ser tomado durante três semanas com intervalo de uma semana; • Injetáveis são anticoncepcionais para uso feminino quem contém progestogênio ou associação de estrogênios e progestagênios, para administração parenteral (IM), com doses hormonais de longa duração, devendo ser repetido a cada quatro semanas e quando o componente é só progesterona as injeções podem ser programadas para cada três meses apresenta alta eficácia, comparável na prática, somente á anticoncepção cirúrgica% (BRASIL, 1996). • Implante ou Norplant é um modelo de anticoncepção de longa duração que consiste na inserção de seis tubos flexíveis sob a pele, estes tubos não são biodegradáveis e contém, no seu interior hormônio levonorgestrel. São implantados através de pequena cirurgia sobre a pele da parte interna do braço. O hormônio é liberado lentamente a uma velocidade quase constante por 5 anos (VIANA et al; MARTINS, 2001). 32 5 SITUAÇÕES ESPECIAIS A – Lactente Durante os primeiros seis meses pós-parto, a amamentação exclusiva, á livre demanda, com amenorréia, está associada à taxa baixíssima de gravidez (0,5 a 2%), por este efeito anticoncepcional deixa de ser exclusivo no momento em que retorna a menstruação e quando o leite materno deixa de ser o único alimento recebido pelo bebê. Este efeito inibidor da fertilidade, que tem o alimento exclusivo com amenorréia, pode ser utilizado como método comportamental de anticoncepção. A mulher que passa da amamentação exclusiva para parcial deve iniciar o uso do método se o parto tiver ocorrido há mais de 45 dias, com cartelas de 35 comprimidos de progesterona (BRASIL, 2002). B - Em relação ao esquecimento da pílula Quando o esquecimento for de somente um comprimido, a paciente deverá tomar tão logo se lembre, seguindo o mesmo horário para tomar os demais comprimidos; se for de duas pílulas nas primeiras duas semanas de uso, deverá utilizar os comprimidos nos dois dias seguintes, se os dois forem da terceira semana, ou se mais comprimidos forem esquecidos em qualquer fase, outro método contraceptivo deve ser associado, como por exemplo, a utilização do preservativo feminino ou masculino (VIANA et al; MARTINS, 2001). 33 6 MÉTODOS ESPECIAIS DIU são dispositivos intra-uterinos de polietileno aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios que, inseridos na cavidade uterina, exercem a sua função contraceptiva. Estes atuam impedindo a fecundação porque tornam mais difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduz a possibilidade de fertilização do óvulo. Para a Organização Mundial da Saúde, o DIU interfere nas diferentes etapas do processo reprodutivo que ocorrem na fertilização. O DIU com levonorgestrel causa supressão dos receptores de estradiol no endométrio, atrofia endometrial e inibição da passagem do espermatozóide através da cavidade uterina. Entretanto a taxa de falha do MLCu 375 é de 1,4%, no primeiro ano de uso, pela melhor distribuição do cobre na cavidade uterina a taxa com o DIU Tcu-380 é de 0,6 a 0,8% no primeiro ano de uso sendo que a taxa de gravidez do DIU com levonorgestrel é de 0,1%. As concentrações de cobre e de levonorgestrel no trato superior caem rapidamente após a remoção do DIU e a recuperação da fertilidade é imediata. Os tipos e modelos de DIU podem ser: DIU com cobre é com polietileno com filamentos e/ou anéis de cobre atualmente os modelos mais usados são TCU-380ª e MLCu375; DIU que libera hormônio feito de polietileno e libera, de maneira continua , pequena quantidade de levonorgestrel (BRASIL, 2002). Os DIUs não medicados ou inertes não contém ou não liberam substâncias ativas, são constituídos de polietileno; DIUs medicados ou ativos a matriz é de polietileno, com substâncias (metais ou hormonais) que exercem ação bioquímica local, aumenta a eficácia anticonceptiva. Os DIUs inertes, entre eles a alça de Lippes, nunca foram aprovados no Brasil e não estão sendo utilizados oficialmente, como anticonceptivo, em nenhum serviço público (BRASIL, 1996). Método Cirúrgico A - Laqueadura é uma esterilização feminina que pode ser realizada através de procedimentos abdominais e vaginais. As trompas de Falópio ou tubas uterinas são seccionadas, ligadas ou ocluídas por eletrocautério. Os anéis têm a vantagem de, teoricamente, serem removidos, caso seja desejada a reversão da fertilidade. Uma laparoscopia pode ser realizada 1 a 2 dias após o parto (BURROUGHS,1995) 34 A laqueadura tubária pode ser feita pelas vias: minilaparotomia, laparoscopia, colpotomia. Entretanto a laparotomia só esta indicada quando associam a outro procedimento cirúrgico maior, todas as vias existentes devem ser realizadas em um ambiente cirúrgico. A minilaparotomia, quando realizada fora do período gravídico puerperal, deverá ser supra púbica transversa, com uma incisão de 3 cm de extensão no período pós-parto imediato, a via é uma incisão pequena umbilical já na laparoscopia, transumbical, deve ser feita fora do período gravídico puerperal, enquanto na colpotomia pode ser anterior (entrada pelo espaço vesico-uterino) ou posterior (entrada pelo Douglas), utilizada quando a mulher se submete a um procedimento cirúrgico por via vaginal porém em todas as situações fora do período gravídico puerperal o mesmo deve ser feito no período pós-menstrual e pré-ovulatório, evitar o procedimento em uma gestação inicial este pode ser feito em qualquer mulher estiver algum método contraceptivo eficaz ou em abstinência sexual (BRASIL, 2002). B - Vantagens da laqueadura 1. Baixa incidência de complicações; 2. Recuperação rápida; 3. Deixa cicatriz pequena; 4. Realizada rapidamente. C - Desvantagens da laqueadura 1. É um método permanente; 2. Reversão difícil e dispendiosa; 3. Procedimento de esterilização tecnicamente difícil; 4. Requer cirurgião, sala de cirurgia com condições assépticas, assistente, medicamentos, equipamento cirúrgicos; 5. Dispendiosa no momento da realização; 6. Quando há insucesso, altas probabilidades prenhes ectópica; 7. Não oferece proteção contra DSTs/AIDS inclusive HIV. (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). 35 D - Vasectomia A vasectomia consiste na ressecção do canal deferente para evitar a passagem do esperma dos testículos até a uretra durante a ejaculação. É feita uma incisão ou pequena punção para expor o canal deferente. O canal deferente é isolado e seccionado. As extremidades seccionadas são ocluidas com laqueaduras ou grampos, ou a luz de cada canal é selada por eletro cautério e a incisão é fechada por sutura. A sutura pode não ser necessária quando foi utilizada uma conduta por punção (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). E - Complicações da vasectomia: Equimoses e inchaços de bolsa escrotal, infecção superficial da ferida, inflamação do canal deferente, epididimite ou epidídimo-orquite, hematomas e granulomas espermático (isso pode iniciar a recanalização do canal deferente, tornando possível a gravidez). F - Vantagens da vasectomia: Altamente efetiva, alivia a mulher da carga contraceptiva, barata ao longo do tempo, permanente, procedimento altamente aceitável por muitos clientes, muito segura, realizada rapidamente. G - Desvantagens: Dispendiosa no curto prazo para aqueles que demonstram arrependimento quanto a cirurgia, pois tratar-se de um método permanente embora seja possível uma reversão, isso requer uma cirurgia importante e altamente técnica; seus resultados não são garantidos, arrependimento em 5-10% dos pacientes, não oferece proteção contra as DSTs, incluindo o HIV, ineficaz até que o espermatozóide remanescente no sistema reprodutivo seja ejaculado. (BRUNNER e SUDDARTH, 2006). É importante que o paciente seja bem orientado e com todas as informações, inclusive que o paciente ficará estéril, mas que a potência não ficará modificada depois de uma vasectomia bilateral. Sendo esta uma das maiores preocupações dos pacientes que procuram este tipo de procedimento, salientando que como em qualquer procedimento cirúrgico deve ser assinado um termo de autorização de cirurgia. 36 7 MARCO CONCEITUAL O marco teórico consiste de uma abordagem que dê sustentação a formulações do problema de pesquisa e a interpretação, análise e discussão dos dados. Dessa forma, a abordagem escolhida, esta em harmonia com o tema de pesquisa proposto, pois representará o suporte no qual cada fase do estudo será articulada. A abordagem teórica que indicará o rumo desta pesquisa que se refere à articulação defendida por Madeleine Leininger, na Teoria de Enfermagem transcultural. Neste pensar, optamos pela Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Transcultural de Madeleine M. Leininger, por considerar que esta pode subsidiar nossos objetivos já que propõe como base, a compreensão da cultura de cada povo e de suas crenças e valores, pois influenciam no modo de cuidar. Utilizamos os conceitos de cultura e de enfermagem de Leininger e outros conceitos como Saúde, Ser Humano, Foco, Família, Contexto Ambiental, Cuidado, Comunicação sendo estes inter-relacionados, bem como alguns pressupostos próprios das autoras. 7.1 APRESENTANDO MADELEINE LEININGER Madeleine Leininger é uma teórica norte-americana, graduada em Enfermagem, no ano de 1948, em Denver, na St. Anthon's School of Nursing. Tornou-se Bacharel em Ciências, no ano de 1950, pelo Benedictine College, em Atchison e, em 1965, concluiu o curso de Doutorado em Antropologia, na Unierversity of Washington, Seatle. No exercício da prática profissional, durante os anos 50 Madeleine Leininger trabalhou no meio-oeste dos Estados Unidos, num lar para orientação de crianças e pais, na especialidade de Enfermagem clínica. Ao desenvolver este trabalho, podem perceber que as crianças apresentavam algumas diferenças na s suas características comportamentais, que se repetiam com freqüência. Para Leininger, nessas diferenças há um fundo de base cultural e percebe-se que a enfermagem possui conhecimentos suficientes a respeito da cultura dessas crenças, para compreendê-las melhor e desenvolver as práticas de cuidados de Enfermagem diversificadas, significativas e eficazes, de acordo com as suas culturas. A partir daí ela passou a se dedicar a 37 esta nova área da Enfermagem, ou seja, à Enfermagem transcultural, como subárea da Enfermagem. Leininger foi à primeira enfermeira no mundo a se doutorar em antropologia. Em 1998, ofereceu mais explicações sobre suas idéias, apresentando como pressupostos que “culturas diferentes percebem, conhecem e praticam cuidados de diferentes maneiras, ainda que alguns elementos comuns existam, em relação ao cuidado, em todas as culturas do mundo”. (LEOPARDI, 1999, p.96). 7.2 PRESSUPOSTOS DA TEORIA MADELEINE LEININGER Segundo Leopardi (1999, p.99) Leininger construiu sua teoria com base na crença de que “os povos de cada cultura são capazes de conhecer e definir as maneiras, através das quais eles experimentam e percebem seu cuidado de Enfermagem, sendo também capazes de relacionar essas experiências e percepções às crenças e práticas gerais de saúde”. A autora ainda cita que o cuidado sempre foi considerado essencial à sobrevivência e desenvolvimento humano; que as culturas poderiam ter-se destruído mutuamente se os atos humanos de cuidar não tivessem ajudado a reduzir os estresses e conflitos, num sentido de proteção ao ser humano. O cuidado cultural tem um significado holístico importante para o conhecimento, explicação, interpretação e predição do fenômeno “cuidar” na Enfermagem. O cuidado cultural em seus conceitos, significados expressões, padrões, processos e formas estruturais, pode ser diferente ou similar, através de todas as culturas do mundo. Cada cultura humana tem conhecimento e uma prática profissional de cuidado, que varia transculturalmente. (LEOPARDI, 1999) Cita Leopardi (1999), que além destes elementos que sustentam sua proposta, Leininger acredita que: • A prática de cuidado é a essência e a dimensão pragmática intelectual e unificadora da profissão de enfermagem; • A administração de cuidados é uma prática de profundas raízes culturais e requer, portanto, um conhecimento de base cultural além de suficiente capacitação para eficaz aplicação; • “Não se produz cura sem cuidados, mas pode haver cuidados sem que se produza a cura”. 38 7.3 CONCEITOS INTER-RELACIONADOS Saúde: A saúde para Leininger é o estado de bem – estar que é culturalmente definido, valorizado e praticado, que reflete a habilidade dos indivíduos ou grupos para realizar suas atividades diárias de forma culturalmente satisfatória com benefícios. No entanto, a saúde é uma moldura lingüística geral para as profissões da saúde. Seu elo com a Enfermagem relaciona-se diferentemente aos fenômenos do cuidado que, por sua vez, devem ser estudados sob uma perspectiva científica e humanística e, desta forma, delinear a verdadeira natureza desta profissão (LEOPARDI, 1999). O conceito de saúde nesta pesquisa aponta a importância das informações em planejamento familiar sendo esta passada de forma correta para os usuários desse serviço, para a busca de qualidade de vida. Enfermagem A Enfermagem é definida como uma profissão e uma disciplina científica aprendida e humanística com enfocado no fenômeno e nas atividades do cuidado humano para assistir, apoiar, facilitar ou capacitar indivíduos ou grupos a manterem ou readquirirem seu bem estar ou saúde, de uma forma culturalmente significativa e satisfatória, ou para ajudá-lo a enfrentar as dificuldades ou a morte (LEOPARDI, 1999). Segundo Valverde (1997) enfermagem é arte e ciência humanística, cujo objeto de estudo é a pessoa na sua totalidade, está orientada á manter e promover á saúde, á prevenção das enfermidades e a reabilitação de doentes e incapacitados, procurando manter uma interação harmônica entre corpo, mente, espírito, com a finalidade de obter um potencial máximo de saúde. Ao adotarmos este conceito na referida pesquisa, considerando que a enfermagem assume um dever profissional de abordar o ser humano holisticamente, respeitando de forma ética o indivíduo, sua família e o contexto social em que ele está inserido. O Cuidado Segundo George, (2000, p.300) o cuidado para Leininger é definido como, os atos ou as decisões assistenciais, apoiadoras, facilitadoras ou capacitadoras, cognitivamente baseadas, que são elaboradas para se ajustarem aos valores culturais, crenças e modos de vida de um indivíduo, grupo ou instituição, visando 39 proporcionar ou apoiar o atendimento de saúde significativo, benéfico e satisfatório, ou os serviços de bem estar. Cuidado cultural para Leininger in Leopardi (1999, p. 99), o cuidado cultural é aquele em que os valores, as crenças e modos de vida padronizados, aprendidos e transmitidos subjetiva e objetivamente, assistem, apóiam, e facilitam outro indivíduo ou grupo a manter o seu bem-estar; a melhorar suas capacidades e modo de vida, a enfrentar a doença e as incapacidades ou a morte. Contexto Ambiental: de acordo com George in Leininger (2000, p.299) “é a totalidade de um evento, situação ou experiência particular que dá significado às expressões humanas, interpretações e interações sociais em ambientes físicos, ecológicos, sócio-políticos e/ou culturais determinados”. Metodologia: Todas as ações e modalidades do cuidado requerem co-participação do enfermeiro e do cliente, trabalhando juntos para identificar, planejar, implementar e avaliar cada modo de cuidar, com o intuito de obtenção de cuidados de Enfermagem culturalmente congruentes (LEOPARDI,1999). Foco: O foco de estrutura de Leininger é dirigido para além da tradicional interação ou transação enfermeiro cliente. A abordagem teórico-prática procura dar conta de focalizar o cuidado em família, grupos, comunidades e instituições, numa perspectivas culturais e holísticas, sendo este a essência da atuação. Cultura: “a cultura abrange valores, crenças, normas e modos de vida de um determinado grupo,que são aprendidos, compartilhados e transmitidos de forma que possa orientar seu pensamento, suas decisões e suas ações de maneira padronizada” (LEININGER, 1991, apud GEORGE, 2000, p.97). Nesta pesquisa a cultura representa a utilização de métodos contraceptivos pelos usuários da rede básica, sendo que o seu conhecimento é respeitado e readequado pelos enfermeiros. Ser Humano: “os seres humanos são melhores representados em seus pressupostos. Os homens são considerados capazes de cuidar e de preocupar-se com as necessidades, o bem-estar e a sobrevivência dos outros” (LEININGER, 1991, apud GEORGE, 2000, p.302). 40 Família: Segundo (Flores e Franco, 1996), família é um grupo caracterizado pela residência em comum e pelo convívio de pais e filhos, isolados ou não dos demais parentes. Por ser família a unidade básica da organização social, é nesse ambiente que se forma o individuo. Por tanto, é de suma importância que para atingirmos a saúde dos indivíduos, eles não sejam considerados isoladamente, mas, dentro do contexto em que vive. (As influências do meio social, as relações afetivas entre as pessoas, o ambiente físico em que os indivíduos vivem são importantíssimos para a binômia saúde doença (FLORES, FRANCO, 1996, p.82). 41 8 METODOLOGIA Este Trabalho de Conclusão de Curso é um estudo que tem por objetivo avaliar a atuação dos profissionais de Saúde em um Serviço de Planejamento Familiar a partir dos relatos de usuários desse programa, com a finalidade de associar a pesquisa com a prática assistencial. Quanto à forma de abordagem do problema, trata-se de uma Pesquisa Qualitativa, pois, acreditamos na existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e as pessoas, onde se estabelece um vínculo indissociável entre o que é objetivo e a subjetividade de cada um que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são de suma importância neste relatório de pesquisa. Como nosso estudo se desenvolveu a partir da interação entre pesquisadores e membros da situação investigada, desenvolvemos uma Pesquisa Participante, onde o contato direto do observador com o fenômeno observado permitiu obter informações sobre a realidade e seu contexto. Neste processo existe uma relação direta observadorobservados e ambos podem ser modificados pelo contexto. A vantagem do uso desta técnica é a captação de informações que não são obtidas através de simples indagações. Nessa perspectiva, optou-se pela modalidade de pesquisa convergente-assistencial de (TRENTINI e PAIM, 2004). A pesquisa de campo convergente-assistencial é aquela que mantém, durante todo seu o seu processo, uma estreita relação com a situação social, com a intencionalidade de encontrar soluções para problemas, de realizar mudanças e de introduzir inovações na situação social. Portanto, este tipo de pesquisa está comprometido com a melhoria direta do contexto social pesquisado (TRENTINI e PAIM, 2004). Esta modalidade de pesquisa articula a prática profissional com o conhecimento teórico, pois os seus resultados são canalizados progressivamente, durante o processo de pesquisa, para as situações práticas; por outro lado, os pesquisadores formulam temas de pesquisa a partir das necessidades emergidas dos contextos da prática. Este tipo de pesquisa inclui atividades de cuidado. No entanto, as autoras colocam que, a mesma não se substancia como feito de cuidar ou de assistência, não é generalista, mas sim conduzida para descobrir realidades, resolver problemas específicos ou introduzir inovações em situações específicas, em determinado contexto da prática assistencial. 42 “Deste modo, o pesquisador coloca-se em compromisso com a construção de um conhecimento novo para a renovação das práticas assistenciais no campo estudado” (TRENTINI & PAIM, 2004, p.162) 8.1 LOCAL DO ESTUDO O estudo foi desenvolvido na Unidade Mista de Saúde no Município de Biguaçu com o início a partir do 2º semestre de 2009, após a autorização da comissão de Ética em pesquisa da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. O serviço de saúde, cenário do estudo; é referência na Atenção Básica e especializada na saúde da mulher, no pré-natal, em planejamento familiar, na prevenção e controle do câncer de colo uterino e de mama; oferecendo serviços laboratoriais e exames ultrassonográficos, tendo convênio com clínicas especializadas para exames radiológicos. A equipe multiprofissional para atendimento à mulher é formada por enfermeiras, médicos, assistentes sociais, psicólogas e nutricionistas. Segundo informações fornecidas pela enfermeira responsável pela direção da unidade esta fornece cobertura de assistência básica para todo o município e possui parceria com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) das áreas de abrangência. A ESF tem o propósito de reverter à forma de oferta da assistência à saúde, ou seja, incorporando ações coletivas de cunho promocional e preventivo a substituir progressivamente os atendimentos individualizados, curativos, de alto custo e de baixo impacto. Neste aspecto, é imprescindível o estabelecimento de parcerias intersetoriais com educação, ação social, trabalho, outras instâncias governamentais e a sociedade civil (BRASIL, 1998). Para a realização da pesquisa, inicialmente, foram feitos contatos com a diretoria do serviço e com a chefia de enfermagem e, posteriormente, com as técnicas de enfermagem responsáveis pela ESF. A nossa inserção no campo de pesquisa deu-se em torno de trinta dias decorridos do primeiro contato até o início da coleta de dados, o que possibilitou nossa aproximação com o contexto mais amplo da assistência à saúde da mulher naquele serviço. O instrumento utilizado foi um roteiro para entrevista semi-estruturada elaborado pelas pesquisadoras (Apêndice F), que nos possibilitou ter acesso às informações necessárias á pesquisa. Utilizamos também um diário de campo para as anotações sendo possível anotar as 43 palavras chaves que nos permitiram descrever em detalhes as observações e a fala dos participantes durante as entrevistas em que registramos nossas experiências, sentimentos, dificuldades e facilidades encontradas durante a coleta de dados. 8.2 SUJEITOS DO ESTUDO O público alvo foi escolhido pelo critério de serem usuários (as) do serviço de planejamento familiar da Unidade Mista de Saúde do município de Biguaçu, durante o processo de refinamento da amostra foram selecionadas para este estudo seis usuárias atendidas pelo serviço de planejamento familiar. A assistência ao planejamento familiar é oferecida, atualmente, no Brasil, pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), um modelo de política pública de saúde que traz a proposta do trabalho em equipe, de vinculação dos profissionais com a comunidade e de valorização e incentivo à participação comunitária. Correspondem a uma das sete áreas prioritárias de intervenção na atenção básica, definidas na Norma Operacional da Assistência (BRASIL, 2001). 8.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA Para realização deste estudo, foram adotadas as recomendações do Parecer 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, como também respeitamos o Código de Ética de Enfermagem, assegurando aos participantes desta pesquisa, anonimato e sigilo de suas informações, por meio da utilização de pseudônimos, bem como, o direito de desistirem do estudo quando desejassem. Os valores éticos foram abordados também como aspectos valorizadores nas interações entre equipe de saúde, mulheres, homens e seus familiares. O presente projeto foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UNIVALI e esta sob a responsabilidade da Professora MSc. (Maria Catarina da Rosa (Apêndice E), de acordo com o Termo de Compromisso de Orientação). 44 Este estudo, portanto, está regido pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 196/96, que incorpora na sua coletividade, quatro referências básicas da Biótica, isto é, a saber: Autonomia, Não-maleficência, Beneficência e Justiça. Para cada participante do estudo foram explicados os objetivos propostos pela pesquisa, e a forma como seria realizada a coleta de dados para a realização da pesquisa, sendo também oferecido a cada participante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice C) e o Termo Consentimento Pós-esclarecimento de Pesquisa. (Apêndice D). Para os pesquisados foi assegurado o comprometimento de sigilo e anonimato, na organização da pesquisa, foram usados números para representá-los, uma vez que as pessoas envolvidas na pesquisa aceitaram colaborar com a mesma, motivada pelo interesse e pelos objetivos da investigação. Após aceitarem participar do estudo, leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e o termo pós-esclarecimento de pesquisa, elaborado segundo critérios da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisa com seres humanos, previamente aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Curso de Graduação em Enfermagem. Tanto durante o andamento da pesquisa quanto neste trabalho. Foi garantida também a liberdade para desistir de participar da pesquisa, em qualquer momento, o livre acesso ao conteúdo do estudo e às pesquisadoras. 8.4 SUJEITOS DO ESTUDO O público alvo foi escolhido pelo critério de serem usuários (as) do serviço de planejamento familiar da Unidade Mista de Saúde do município de Biguaçu, durante o processo de refinamento da amostra foram selecionadas para este estudo seis usuárias atendidas pelo programa de planejamento familiar. A assistência ao planejamento familiar é oferecida, atualmente, no Brasil, pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), um modelo de política pública de saúde que traz a proposta do trabalho em equipe, de vinculação dos profissionais com a comunidade e de valorização e incentivo à participação comunitária. Correspondem a uma das sete áreas prioritárias de intervenção na atenção básica, definidas na Norma Operacional da Assistência (BRASIL, 2001). Para os pesquisados foi assegurado o comprometimento de sigilo e anonimato. Na organização da pesquisa, foram usados números para representá-los. As pessoas envolvidas na 45 pesquisa aceitaram colaborar com a mesma, motivadas pelo interesse e pelos objetivos da investigação. Após aceitarem participar do estudo, leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e o termo pós-esclarecimento de pesquisa (apêndice D), elaborado segundo critérios da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisa com seres humanos, previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Curso de Graduação em Enfermagem. Tanto durante o andamento da pesquisa quanto neste trabalho. Foi garantida também a liberdade para desistir de participar da pesquisa, em qualquer momento, o livre acesso ao conteúdo do estudo e às pesquisadoras. No momento da coleta de dados, prestamos orientações de enfermagem referentes aos métodos contraceptivos, às mulheres usuárias do Programa de Planejamento Familiar da Unidade de Saúde, uma vez que, estávamos inseridas no contexto das rotinas do local. Nestes momentos de interação, procuramos seguir os pressupostos que caracterizam a pesquisa convergente-assistencial, que consistem na participação dos envolvido, na pesquisa e na assistência, que foram então os elementos centrais em nossa metodologia. Da articulação desses elementos como; participação dos envolvidos no estudo e a assistência prestada a eles, emergem outro, unificador, que denominamos convergência, este toma parte de um duplo jogo; o do "pensar" e ao mesmo tempo o de "fazer", articulando a teoria à prática. (TRENTINI e PAIM, 2004). 8.5 COLETA DE DADOS A coleta dos dados foi realizada no espaço físico da unidade mista de Biguaçu na sala reservada para o atendimento dos usuários (as) do Programa de Planejamento Familiar por considerarmos o lugar mais apropriado para a pesquisa, uma vez que possibilitou as pesquisadoras compreender melhor a relação entre os sujeitos da pesquisa e a forma como é abordado o fenômeno pesquisado. Utilizamos como material de pesquisa, um questionário semi-estruturado, termo de consentimento livre e esclarecido, e materiais auxiliares como: caneta, papel, diário de campo, com o intuíto de registrar todos os detalhes que por ventura pudesse-nos parecer útil, garantindo assim, a responsabilidade de transcrever dados fidedignos da coleta, esta se desenvolveu nos períodos matutinos e vespertinos, optamos pelos dois períodos por 46 considerarmos importante para observação da dinâmica do atendimento e das orientações realizadas pelas técnicas de enfermagem responsáveis por essas informações, em uma seqüência de trinta dias de 18 de setembro a 18 de outubro de 2009, duas vezes por semana, nas terças e quintas-feiras, pois de acordo com as técnicas de enfermagem que atendem no Programa de Planejamento Familiar nesses dias a procura é maior dendo as marcações de consultas com o médico para as orientações sobre laqueaduras e vasectomias. Para chegarmos às informações mais próximas do que pretendíamos obter em relação à pesquisa, elaboramos um questionário semi-estruturado contendo 7 (sete) questões para os usuários do programa de planejamento familiar (Apêndice F). Além do questionário utilizamos a técnica de observação participante do pesquisado e do ambiente no qual eles são inseridos, como uma fonte de informações de grande utilidade na interpretação e discussão dos resultados, anotando as palavras chaves que nos permitiram descrever em detalhes as observações e a fala dos participantes durante as entrevistas em que registramos nossas experiências, sentimentos, dificuldades e facilidades encontradas durante a coleta de dados. Os dados oriundos da observação participante e da reflexão sobre o andamento do estudo foram registrados no diário de campo logo após cada sessão de observação. Segundo Trentini e Pain (2004, p.144) “a observação participante constitui a parte fundamental da pesquisa de campo, pela propriedade que possui de captar uma variedade de fenômenos de uma situação social, os quais não são obtidos unicamente por meios de entrevistas”. As entrevistas foram realizadas pela dupla de pesquisadoras com o objetivo de garantir que os dados coletados fossem aproveitados com mais detalhes e de forma fidedigna. Cabe salientar, que utilizamos também como registro das informações, o diário de campo. O pesquisador, ao conduzir a entrevista, deve ter em mente o referencial teórico e o conhecimento adquirido referente ao tema de pesquisa, que certamente suscitarão direções para o questionamento, e não condicionarão o entrevistador a elaborar exatamente as mesmas perguntas para todos os entrevistados. (TRENTINI e PAIM, 2004). Ao concluir a coleta de dados tornou-se possível realizar a explanação dos resultados obtidos e suas respectivas análises, levando-se a uma discussão destes resultados e correlacionando-os com o marco conceitual adotado, optou-se em separá-la em três categorias e com suas respectivas subcategorias para agrupar de maneira compreensível nossa avaliação. 47 8.6 REGISTRO E ANÁLISE DOS DADOS De acordo com Trentini e Paim (2004), a pesquisa convergente-assistêncial, os processos de assistência e de coleta e análise de informações deverão ocorrer simultaneamente, o que facilitará a imersão gradativa do pesquisador nos relatos das informações, a fim de refletir sobre como fazer interpretações e descobrir vazios que poderão ser preenchidos ao longo do mesmo. As autoras ressaltam também, que a interpretação compromete-se com os resultados dos processos, dividindo-se em quatros etapas: apreensão, síntese; teorização e transferência. 48 9 RESULTADOS METODOLOGICOS Em qualquer tipo de pesquisa qualitativa, a análise das informações consta de quatros processos genéricos: apreensão, síntese, teorização e recontextualização, considerado estes três últimos como a Interpretação que ocorrem de maneira mais ou menos seqüencial (MORSE e FIELD, 1995 apud TRENTINI e PAIM, 2004). 9.1 APREENSÃO Segundo Trentini e Paim (2004), o processo de apreensão iniciado pela coleta de informações requer, para o início da análise, uma organização do relato das informações. Isso porque, as informações organizadas facilitarão a codificação, o que. Significa reconhecer no relato das informações palavras, frases, parágrafos ou temas-chave, que persistam no relato dos participantes. 9.2 INTERPRETAÇÃO De acordo com Trentini e Paim (2004), a fase de interpretação, como em qualquer outro desenho de pesquisa compreende três processos fundamentais correspondentes à lógica da análise de seus achados. Tais processos aqui são denominados como síntese, teorização e transferência. 9.2.1 Síntese É a parte da análise onde o pesquisador examina a associação e variações das informações subjetivamente, imergindo das informações apresentadas no processo de apreensão, com o objetivo de buscar a familiarização com o tema de investigação. (TRENTINI e PAIM, 2004). 49 Análise é o processo de ordenação dos dados, organizando-os em padrões, categorias e unidades básicas descritivas; interpretação envolve a atribuição de significado à análise, explicando os padrões encontrados e procurando por relacionamentos entre as dimensões descritivas (PATTON, 1980 apud DIAS, 2000). Esta pesquisa teve como objetivo avaliar de que modo à equipe da Atenção Básica da Unidade Mista de Biguaçu vem atuando junto à comunidade no foco de Planejamento Familiar, a partir de uma análise qualitativa, coletada junto a um grupo de 6 usuárias do Programa de Planejamento Familiar que aceitaram participar da pesquisa, os quais utilizam desse serviço na Unidade Central de Saúde (UCS). Foi utilizado um questionário semiestruturado contendo 7 (sete) questões para as usuárias (Apêndice F). Na realização da pesquisa se fez necessário à marcação prévia de uma reunião com a enfermeira coordenadora da unidade de saúde (local do estudo), quanto então foi apresentado o projeto de pesquisa, juntamente com os objetivos propostos pelas pesquisadoras. A finalidade desse primeiro encontro foi o de conhecer os profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento aos usuários do planejamento familiar e dessa forma facilitar a coleta de dados para a referida pesquisa. Após o primeiro contato com o local do estudo, fomos informadas pela enfermeira chefe da unidade que o atendimento no planejamento familiar é realizado por duas técnicas de enfermagem, pois a enfermeira responsável por esse programa pediu dispensa do cargo. Levando em consideração o que foi colocado optou-se pela coleta dos dados dentro da rotina de atendimento do serviço em questão o que de certa forma nos colocou em uma dinâmica de interação social, e no intuito de sermos coerentes com a proposta do próprio tema na forma como o compreendemos, estabelecemos um diálogo com a realidade estudada, conhecendo-a, criando, a partir dela, um novo conhecimento. Assim, procuramos observar o atendimento prestado pelas técnicas de enfermagem, identificando quais as diretrizes que norteiam as ações de educação em planejamento familiar e como se dá a interação entre os membros da equipe com a comunidade assistida. Antes de iniciar as entrevistas, era importante e obrigatória nossa explicação e nossa apresentação a respeito do que seria feito, para todas as usuárias pesquisadas e dentro dos princípios éticos e legais da legislação em vigor. Assim, os aspectos éticos foram preservados, sendo a identidade das mesmas não reveladas em nenhum momento da pesquisa e todas tomaram ciência dos objetivos e finalidades do presente estudo, ficando sabedoras de que não haveria qualquer procedimento invasivo ou algum aspecto que pudessem levar ao constrangimento. 50 Após a explanação dos objetivos de nosso estudo e da preocupação em deixar claro que a desistência da pesquisa seria de decisão própria dos participantes sem que houvesse necessidade de qualquer explicação, para os encontros com os sujeitos da pesquisa foi utilizada a sala reservada para o atendimento aos usuários do planejamento familiar sendo que cada entrevista deu-se de forma individualizada procurou-se então respeitar dessa forma a intimidade de cada participante. A partir do momento que iniciamos o estudo com as usuárias essas demonstraram interesse em participar do estudo proposto pelas pesquisadoras, relatando claramente como elas têm acesso às informações em planejamento familiar e aos métodos definitivos e/ou temporários. As respostas ao questionário foram avaliadas a partir do momento que eram reveladas e depois foram codificadas pelas autoras. A utilização desses dados possibilitou aprofundar informações sobre o perfil de cada um dos participantes: Observação: Aqui utilizaremos as iniciais UPF (Usuárias de Planejamento Familiar) para fazer referências às pessoas pesquisadas: UPF 1: 19 anos, natural de Florianópolis; residente em Biguaçu há 12 anos; nível escolar primário incompleto. Grupo familiar composto por 03 integrantes; 01 filho; 01 aborto espontâneo; está na terceira gestação e utiliza o programa de planejamento da unidade há mais de dois anos; UPF 2: 24 anos; natural de Biguaçu; nível escolar primário incompleto; grupo familiar composto por 06 integrantes; 02 filhos de partos normais; 01 aborto espontâneo e utiliza o programa há mais de 04 anos; UPF 3: 29 anos; natural São José e residente em Biguaçu há 13 anos, nível escolar ensino médio completo; grupo familiar composto por 02 integrantes 01 gestação 01 aborto e utiliza o programa há mais de 4 anos; UPF 4: 34 anos; natural do Rio Grande do Sul, residente em Biguaçu há 01 ano, nível escolar ensino médio completo, grupo familiar composto por 05 integrantes; 03 filhos, parto normal e utiliza o programa há mais de 06 meses; UPF 5: 39 anos; natural de Itajaí; residente em Biguaçu há 07 anos; nível escolar ensino médio completo; grupo familiar composto por 05 integrantes; 03 filhos, parto normal, e utiliza o programa há mais de 04 anos; UPF 6: 41 anos; natural de São José e residente em Biguaçu há 04 anos; nível escolar ensino médio completo; grupo familiar composto por 04 integrantes; 02 gestações; 02 filhos, sendo 51 01 parto normal e de 01 cesariana; utiliza o programa há mais de 04 anos. Quando questionadas em relação ao conhecimento sobre planejamento familiar antes de terem utilizado o programa daquela unidade, 04 das participantes responderam que sim, já tinham conhecimento sobre alguns métodos, sendo que os mais citados foram: o preservativo, a pílula e o DIU. Com relação às outras entrevistadas, ao responderem a mesma pergunta, demonstraram certas dificuldades para compreender o que lhes é transmitido, o que demonstra a importância fundamental dos profissionais de saúde, em particular os enfermeiros (as) da Estratégia de Saúde da Família, no sentido de utilizar recursos metodológicos para transmitir as informações pertinentes aos usuários de serviços de planejamento familiar. Há de se ter o cuidado para que estas informações não sejam incompletas nem imparciais e que suas dúvidas e anseios sejam sanados da melhor maneira possível. A metodologia participativa de ensino promove a troca de experiências e informações, facilitam a interação entre os usuários e a equipe, e a identificação de seus interesses, possibilitando a reflexão e obtenção do conhecimento necessário para a escolha livre e consciente dos contraceptivos, após a decisão de evitar ou espaçar a gravidez, podendo ser também utilizados recursos visuais como modelos anatômicos, álbum seriado e os próprios métodos anticoncepcionais. (CAMIÁ, et al, 2006, p.32). As mulheres participantes desse estudo alegaram terem sido orientadas sobre o preservativo, pílula, e DIU, mais de forma superficial e sem muita clareza. A Pílula, o DIU e o Preservativo masculino foram citados por todas as pesquisadas algumas relataram que já sabiam da existência, desses métodos, porém, a maior dificuldade seria sua utilização uma vez que, esqueciam de usar, isso quando se referiam as pílulas, e achavam que poderiam continuar tomando mesmo depois de 02 dias de esquecimento. De acordo com Sousa e Silva, (2004) A escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada, levando-se em conta fatores como a idade, o número de filhos, a compreensão e a tolerância ao método, o desejo de procriação futura, e a presença de doenças crônicas que possam agravar-se com o uso de determinado método. Como todos os métodos têm suas limitações, é importante que saibamos quais são elas, para que eventualmente possamos optar por um dos métodos. Todavia, na orientação sobre os métodos anticoncepcionais deve ser destacada a necessidade da dupla proteção contracepção e prevenção as DST/AIDS, mostrando a importância dos métodos de barreira, como os preservativos masculinos ou femininos. 52 No decorrer das entrevistas algumas, das participantes relataram ter sido bem atendidas por toda a equipe multiprofissional e que as informações recebidas lhes trouxeram de certo modo, alguma contribuição, sendo que uma das participantes referiu não ter tido nenhuma contribuição, pois já tinha suas próprias decisões; Já uma das participantes referiu só ter procurado a Unidade de Saúde para fazer o exame, pois acreditava estar grávida, preferindo ser encaminhada ao médico ginecologista, pois antes usava a tabelinha. Segundo ela “foi só mudar para o comprimido e aconteceu isso”. Nesse momento, foi necessário explicar os riscos desse método, e percebemos que há ainda a falta de conhecimento da população quanto à utilização dos métodos contraceptivos. Para Bruce (1990), apud Moura e Silva (2004, p.1023). informar o cliente em Planejamento Familiar envolve três componentes principais: 1) proporcionar aos clientes a apreciação dos MAC (Métodos Anticoncepcionais) e de suas principais características; 2) seu emprego eficaz de modo a reconhecer que o método pode provocar alterações físicas saudáveis ou não saudáveis e interferir em atividades cotidianas, inclusive na sexualidade do casal; e 3) desenvolver no cliente uma expectativa apropriada a respeito do que o serviço de saúde oferece e garante. A mesma autora, apropriando-se de estudo desenvolvido por Berelson (1966), assinala que, se os clientes não retiverem a informação do uso correto do MAC (Métodos Anticoncepcionais), não podem cumprir com as exigências dos métodos em uso. Assim, um método como o DIU não é explicado suficientemente e seus efeitos potenciais apreciado sendo mais provável que o usuário interrompa o uso. Ao término dessas entrevistas saímos com a certeza de ter contribuído com a aprendizagem dos usuários a partir da realização da coleta de dado, uma vez que se consolidou uma socialização das informações e de conhecimentos a respeito das questões de saúde. 9.2.2 Teorização No processo de teorização, o pesquisador desenvolve um esquema teórico, a partir das relações reconhecidas durante o processo de síntese. Os temas/conceitos serão definidos e as relações entre eles descritas detalhadamente. Esse processo implica em especulação, verificação, seleção, revisão e de descarte e uma maneira de descobrir e eliminar o que foi julgado insignificante (MORSE, FIELD, 1995 apud TRENTINI e PAIM, 2004). 53 É a partir dessa fase que descreveremos, tendo como ponto de partida os conceitos do referencial teórico, o que encontramos na prática pesquisada, buscando uma inter-relação entre a prática e pelos conceitos, tais como: Saúde, Enfermagem, Cuidado, Contexto Ambiental, Metodologia, Foco, Família, Ser Humano e Cultura. Ao analisarmos os dados coletados e as conversas com os sujeitos pesquisados, entendemos saúde como conseqüência da busca, no caso da tomada de decisão acerca do método contraceptivo para o planejamento familiar, permitindo assim o bem estar geral das usuárias, isto é, não é um fenômeno isolado, mas o resultado de interação das condições que cada mulher vive no seu contexto social, econômico e ambiental. Para essas mulheres, a adoção da contracepção foi a condição facilitadora de preservar a saúde, adequar-se à situação econômica e paradoxalmente, reafirmar o papel de reprodutora biológica e social da mulher, substituindo a ótica quantitativa de ter filhos pela ótica qualitativa de criar bem os filhos tidos. O planejamento familiar é desempenhado por equipes multidisciplinares, compostas por médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro (a) e técnico (a) de enfermagem. Nesse contexto, a enfermagem enquanto profissão é comprometida com o reconhecimento da saúde, com direitos e condições dignas de vida e atua de forma a garantir a integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos. Cabe então a estes profissionais planejar e propiciar à população, o conhecimento sobre saúde nos diferentes grupos e em distintos processos da vida, haja vista que buscar a promoção da saúde hoje e sempre, é um desafio lançado aos profissionais envolvidos, já que a atuação competente nessa área demanda um conhecimento amplo da população sob sua responsabilidade. Durante a coleta de dados para esse trabalho, foi possível perceber e nos inteirar do quanto é importante a integração entre o profissional, o paciente, a família e o meio em que estão inseridos. Neste estudo, as relações de cuidado podem ser percebidas na vivência diária com a equipe de saúde e no convívio social em geral. Salientamos, no entanto, que a pessoa que presta cuidado, também necessita de cuidados, tanto quanto aquele que está sendo cuidado. A Unidade Básica de Saúde, local do estudo, é o ambiente no qual os sujeitos pesquisados estão inseridos, portanto, a equipe deve estar comprometida em realizarem suas ações, de forma que ofereça a cobertura aos problemas de saúde na sua área de responsabilidade, pois acreditamos que o usuário sofre influência dos fatores ambientais onde eles estão inseridos, por isso acreditamos que o melhor lugar deve ser aquele que propicie 54 saúde de qualidade. Investir na prevenção é decisivo não só para garantir a qualidade de vida como também para evitar os agravos principalmente quando se considera o alto de doenças sexualmente transmissíveis, que de acordo com o (Ministério da Saúde 2002) é possível prevenir e evitar danos à saúde dos cidadãos, através de políticas de educação em saúde. É necessário também que se inicie um processo de conscientização para que a população comece a reconhecer os serviços de saúde e entender os diferentes níveis de complexidade o que facilitara na execução do próprio serviço. Segundo Saupe (1998), apud Ferrari (2003) esse é um processo contínuo e infinito que só pode existir no ato de ação-reflexão, assumindo assim o compromisso de transformação e que para isso se faz necessário uma peregrinação por uma estrada pavimentada pelas velhas formas do pensar, pelos antigos hábitos de agir, pois o nascimento de uma nova consciência não significa o rompimento total com o passado. O passado acompanha o presente, persegue as novas formas de entender o mundo, rumo à liberdade. A metodologia esta intimamente relacionada com as práticas pelas quais as equipes da Estratégia de Saúde da Família ESF abordam o tema explorado neste estudo desenvolvendo como educadores à população para prevenção das doenças e na promoção da saúde em seu meio. Em consonância com Coelho e Fonseca (2004), a atuação profissional nas atividades educativas em planejamento familiar deve respeitar subjetividades, ouvindo e discutindo com as famílias suas experiências de vida e criando condições para que elas participem ativamente do processo de escolha contraceptiva. As atividades educativas devem ser em grupos e/ou individualizadas de acordo com as necessidades de cada pessoa de vem anteceder as atividades clínicas, possibilitando às mulheres, atuar como pessoas capazes de decidir politicamente sobre o seu corpo e sua vida. As informações em Planejamento Familiar foram o foco das pesquisadoras, pois acreditamos que os (as) profissionais da área da saúde podem atuar e influenciar em todos os campos da saúde, atuando no desenvolvimento das políticas públicas, criando ambientes saudáveis fortalecendo as ações comunitárias e reorientando os serviços de saúde. De acordo com os dados analisados pelas pesquisadoras com relação ao perfil das usuárias do planejamento familiar, não apenas como um fenômeno histórico, mais que essa se encontra dentro de um contexto social, psicológico e educacional. Desta forma, ao atender uma pessoa temos que levar em consideração que a mesma esta inserida em uma família, e que há a necessidade de um trabalho multidisciplinar para o atendimento dessa pessoa 55 incluindo a possibilidade de atendimento individualizado e também as redes locais das quais a(s) família(s) faz (em) parte. Além do mais, para preservar a família como um contexto de desenvolvimento, o planejamento de um programa de atenção deverá contemplar tanto fatores intrafamiliares como extra familiar. Foi com baseado no conceito de ser humano identificado nesse estudo que nós enquanto pesquisadoras e futuras profissionais da saúde percebemos que temos como obrigação propiciar acesso a informações, revelando os direitos e deveres de cada indivíduo, fazendo com que os sujeitos possam participar das decisões acerca da escolha dos métodos contraceptivos disponíveis na Rede Básica de Saúde, foi baseadas nessa idéia que propomos nosso trabalho, e com o desenvolvimento deste, percebemos o quanto se faz essencial que a população esteja esclarecida, porém durante a coleta de dados percebemos que a maioria das entrevistadas desconhece a forma de utilização de alguns métodos para o Planejamento Familiar apesar de relatarem seu uso. De acordo com o conceito de cultura analisado nesse estudo percebemos que para entender a cultura é preciso entender as relações que precisam acontecer até que a mesma aconteça, sendo que os valores e crenças acabam definindo as relações interpessoais, desta forma é importante que o profissional de saúde conheça a cultura, as crenças e valores da comunidade onde realiza seu trabalho, pois, assim pode melhor planejar e realizar suas ações e oferecer a esses indivíduos um cuidado integral, respeitando a idéia de que cada ser possui o seu jeito de cuidar. 9.2.3 Transferência A transferência de resultados é o processo seguinte deste tipo de pesquisa, e consiste na possibilidade de dar significado a determinados achados ou descobertas e procurar contextualizá-los em situações similares, sem que esse processo venha a ser entendido como poder de generalização. Pelo contrário, a intenção da transferência é de socialização de resultados singulares, o que inclui até mesmo, arriscar a justificação de adaptações que venham a ser feitas (TRENTINI e PAIM, 2004). Baseado na metodologia utilizada neste estudo e após a codificação dos resultados, foram estipuladas 3 categorias: Que de acordo com as autoras citadas anteriormente trata-se 56 de é um “conjunto de expressões com características similares ou que tenham estreita relação de complementaridade estabelecida de acordo com determinado critério”. A 1ª categoria foi voltada para a Descrição do perfil do (a) usuário (a) atendidos no PF como (nome, sexo, idade, grau de escolaridade, procedência, tempo de residência em Biguaçu, número de integrantes do grupo familiar, gestação, tipos de partos, números de filhos, tempo de utilização do serviço de planejamento familiar); Esta categoria teve como suporte as entrevistas realizadas nas dependências da Unidade Central de Saúde, e a observação participativa das pesquisadoras. A 2ª categoria destina-se ao conhecimento dos participantes do estudo sobre planejamento familiar antes e depois de terem utilizado o programa da unidade. Métodos contraceptivos mais orientados antes de participar do programa de planejamento familiar; Métodos mais utilizados após a participação no programa da U. C. S.; Os métodos mais orientados pelos profissionais de saúde; Orientações sobre os métodos contraceptivos disponíveis na rede pública. A 3ª e última categoria aborda sobre a contribuição das informações sobre planejamento familiar para os participantes do estudo. 9.3 CATEGORIZAÇÃO 1ª Categoria: Perfil dos participantes do estudo De acordo com os resultados obtidos por meio do instrumento de coleta de dados, observou-se que dos 6 (seis) usuários do PF sujeitos de pesquisa são do gênero feminino. Sendo que todas as entrevistadas são adultas na faixa etária dos 19 aos 41 anos em média, apresentam grupo doméstico pequeno, morando de 2 a 5 pessoas por domicílio, escolaridade, das 6 entrevistadas, 4 concluíram o ensino médio e 2 possuem apenas o ensino fundamental incompleto, com relação à procedência 3 são de outros estados e 3 de outros municípios, quanto ao tempo de residência na cidade a média varia de 1 a 13 anos, números de filhos todas as pesquisadas são multíparas com uma média de três filhos. Sendo que 5 das usuárias 57 tiveram parto normal, e apenas 1 teve parto cessaria. Quanto ao tempo de utilização do serviço de planejamento da unidade 4 usuárias utilizam esse serviço a mais de 4 anos sendo que 2, utilizam a menos de 2 anos. Ao analisarmos o perfil das entrevistadas: Concluímos que essa predominância do gênero atribui-se ao fato da mulher participar mais ativamente no cuidado de prevenir a gravidez. Segundo Carvalho et al, (2001) apud Rios, (1993), o homem não é tão participante em relação aos problemas que dizem respeito ao controle da fecundidade, costumam ser poupado, pela mulher essa por sua vez acaba assumindo esse compromisso como se fossem apenas da competência delas. Comprova-se assim que a cultura das práticas contraceptivas “seria apenas dever da mulher” repassada de geração a geração desde os primórdios. Essa predominância feminina também foi citada em diversos estudos realizados em municípios brasileiros o que pode estar relacionado com a prevalência de métodos contraceptivos de uso feminino, que independem da participação masculina, como a pílula anticoncepcional e a esterilização feminina. De acordo com a autora citada anteriormente, a ênfase da maioria das iniciativas em programas de planejamento familiar ou saúde reprodutiva recai diretamente sobre a mulher. Praticamente inexistem serviços de planejamento familiar dirigido à clientela masculina nos serviços públicos, com horários adequados, desvinculados dos serviços de ginecologia e, que além de informação adequada sobre contracepção, entregas de condons e oferta de vasectomia, tratem de questões que abarquem a sexualidade e a prevenção de doenças sexualmente transmitidas. Com relação à idade das usuárias do PF, observa-se que todas as entrevistadas são adultas jovens na faixa etária dos 19 aos 41anos em média, provavelmente são mulheres que começaram a vida reprodutiva mais cedo tendo em média três filhos, em relação à escolaridade, consideramos esta variável como um elemento importante para a compreensão do comportamento reprodutivo, visto que, o acesso à informação e à profissionalização, cria melhores condições para as usuárias na hora da escolha pelo melhor método contraceptivo. Podemos observar que todas as entrevistadas são procedentes de outros lugares, mais que a maioria das usuárias moram a muitos anos no município de Biguaçu, estes dados em nosso ver é de grande importância, para a equipe de saúde, pois acreditamos que cada povo traz consigo valores, crenças e práticas de saúde de cada região, esta abordagem faz com que os profissionais conheçam bem a realidade sociocultural de cada usuário, possibilitando dessa 58 forma uma interação maior entre a unidade de saúde e a população, facilitando o desenvolvimento de ações educativas de prevenção de doenças e promoção da saúde. Segundo (RAMOS et al, 2000, p.20) na organização de nossas ações profissionais é fundamental o reconhecimento da suscetibilidade dos diferentes indivíduos e grupos a certos problemas e dificuldades e que a causa de gestações não planejadas não deriva diretamente de processos comportamentais, mas, mais amplamente, de processos sociais e políticos. 2ª Categoria: Conhecimento sobre planejamento familiar antes de utilizar o programa da unidade. “Não, só fui aconselhada sobre a pílula, DIU e a camisinha masculina e feminina em uma palestra em São José” (USUÁRIA 1) “Não sei, só sei que tenho que tomar comprimido” (USUÁRIA 2) “Não” (USUÁRIA 3) “Sim, trabalho na área fui orientada sobre camisinha masculina e feminina pílula e DIU” (USUÁRIA 4) “Sim fui orientada sobre comprimido e camisinha” (USUÁRIA 5) “Sim, camisinha e DIU” (USUÁRIA 6) Analisando as respostas acima, foi possível perceber que três usuárias responderam que tinham conhecimento sobre planejamento familiar antes de participarem do programa; e três não tinham conhecimento sobre o tema, observamos também, uma relação entre as participantes que afirmaram não ter conhecimento sobre planejamento familiar com um maior número de gestações, esse fato reforça mais uma vez sobre a importância da informação sobre os métodos disponíveis na rede publica assim como a maneira correta de utilizá-los. Conforme (CAMIÁ 2001, p.58) o planejamento familiar deve ser um elemento essencial na prevenção primária de saúde, auxiliando as pessoas que procuram tais serviços, oferecendo-lhes informações necessárias para a escolha e uso efetivo dos métodos anticoncepcionais que melhor se adaptem às condições atuais de saúde. O enfermeiro encontra-se em uma posição importante para auxiliar os casais a compreenderem as opções de métodos contraceptivos disponíveis. 59 Quando questionado as usuárias se estas passaram a utilizar algum método contraceptivo após iniciar o programa de planejamento familiar obtivemos as seguintes respostas: “Sim, passei a utilizar a pílula mais não fui orientada nesta unidade com clareza” (USUÁRIA 1) “Sim comprimidos” (USUÁRIA 2) “Não” (USUÁRIA 3) “Sim, pílula e preservativo” (USUÁRIA 4) “Sim, só camisinha” (USUÁRIA 5) “Sim, é a segunda vez que coloco Diu” (USUÁRIA 6) Podemos perceber que a maioria das usuárias passou a utilizar algum método contraceptivo sendo que apenas uma referiu não fazer o uso de nenhum método, sendo que novamente, assim como na questão anterior, a camisinha foi mencionada como sendo um dos métodos de escolha entre as usuárias isso nos revela que a uma preocupação por parte das usuárias não só em evitar a gravidez indesejada mais como também com as doenças sexualmente transmissíveis, dessa forma as Unidades de Saúde possuem papel importante no fornecimento de métodos contraceptivos, pois a maioria depende do Serviço de Saúde Publica para terem acesso a estes. De acordo com ESF proposto pelo Ministério da Saúde à assistência passa a ser de forma integral, resolutiva, contínua e de boa qualidade, intervindo sobre os fatores de risco, humanizando as práticas de saúde e criando vínculos de compromisso e de coresponsabilidade entre os profissionais e a comunidade. Segundo SILVA, (2004, p. 24) programas de educação sexual e de saúde global, proporcionam melhor abordagem no acompanhamento médico e na prevenção à gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. Devem assim auxiliar no entendimento da sexualidade como meio de enriquecimento pessoal, integração entre profissionais usuários e formação da responsabilidade de obter e proporcionar prazer sem riscos. 60 3ª Categoria: Contribuição das orientações dos profissionais de saúde para o conhecimento das usuárias sobre planejamento familiar sendo que as respostas obtidas foram: “Sim, porque usei a pílula estes anos todos contra a gravidez, ate o período que engravidei” (USUÁRIA 1) “Sim, porque antes eu não tomava nada” (USUÁRIA 2) “Não, antes eu usava a tabelinha e foi só eu mudar pro comprimido e fiquei grávida” (USUÁRIA 3) “Sim, me esclareceram dúvidas e me ajudou muito na minha primeira gestação” (USUÁRIA4). “Não, já vim com minha decisão tomada engravidei depois do meu marido ter feito uma vasectomia por isso decidir fazer laqueadura” (USUÁRIA 5) “Sim, por que acho que o Diu foi mais seguro por que não posso tomar pílula” (USUÁRIA 6) Diante dos relatos sobre o questionamento citado anteriormente; podemos observar que a maioria das usuárias relatou que as orientações passadas pelos profissionais de saúde contribuíram para seus conhecimentos sobre planejamento familiar sendo que apenas duas das usuárias relataram que as orientações dos profissionais não contribuíram para seus conhecimentos sobre planejamento familiar. Analisando as falas das usuárias percebemos que existe uma dificuldade no processo de comunicação entre a equipe de saúde em passarem as orientações sobre os métodos contraceptivos disponíveis e por parte dos usuários do serviço em questão, em aceitarem as orientações sobre a forma correto de uso, pois as mesmas de certa forma cultivam informações repassadas por outras pessoas. Ressalta-se que muitas vezes as informações repassadas de pessoa a pessoa são muitas vezes errôneas, uma vez que essas pessoas também podem ter algumas em relação ao seu próprio planejamento familiar, pois sempre conviveram com suas crenças e encontram 61 dificuldades para mudarem seus conceitos. Como citado pela teórica Leininger, à cultura abrange valores, crenças, normas e práticas de vida, aprendidas, compartilhadas e transmitidas em grupo específico, que direcionam seus pensamentos, decisões e ações em formas padronizadas. (MONTICELLI, et al, 1999). 62 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo foi elaborado com a finalidade de discutir e refletir as questões pertinentes; a Atuação dos Profissionais de Saúde em um Serviço de Planejamento Familiar junto à comunidade. Neste sentido, tivemos a oportunidade de manter um contato mais próximo com os profissionais de saúde responsáveis por esse serviço, como também com os usuários do mesmo, dando enfoque no atendimento e nas orientações sobre os métodos contraceptivos, desse modo, ressaltamos a importância do profissional Enfermeiro, em suas ações, agir de acordo com os princípios da dignidade da pessoa humana, valorizando a cultura das famílias, para que estas possam perpetuar suas crenças e evolucionar sua sabedoria a partir do conhecimento científico repassado pelos profissionais. A cidade de Biguaçu assim como os demais municípios do Estado de Santa Catarina tem um alto número de distribuição de métodos contraceptivos e de cirurgias de laqueadura e vasectomia e estes procedimentos dependem de recursos financeiros repassados pelo Estado através da Secretaria de Saúde de cada Município. Neste município, a instituição Unidades Central de Saúde que atende exclusivamente pelo SUS, essa apresenta alta demanda de usuários do município integrando-se as áreas de abrangência, realizando a referência e contrareferência no atendimento através da parceria com Estratégia de Saúde da Família. No Estado existem muitos outros municípios que realizam o serviço de planejamento familiar, porém a clientela atendida na Unidade Central de Saúde de Biguaçu apresentava-se com grande procura deste, por fatores financeiros e clínicos. Nesta instituição todos os custos financeiros são arcados pelo SUS Os usuários (as) são atendidos de maneira igualitária, respeitando os princípios básicos do SUS. Neste pensar, uma das atribuições do enfermeiro responsável pela ESF é promover a educação em saúde junto à população, sabendo que muitas vezes o caminho percorrido pelos usuários (as) desde o primeiro contato com serviço de planejamento familiar até a informação ou procedimento desejado é curto, nos leva a refletir em medidas que possam aumentar a procura desse serviço, através de bases nos fatores pesquisados junto aos usuários. As condições facilitadoras para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso destacam: o apoio da direção da UCS, ao serviço de planejamento familiar, da equipe de enfermagem da unidade, local do estudo e aos participantes da pesquisa que contribuíram de maneira significante para realização desta pesquisa, proporcionado informações, disponibilizando tempo para responder aos questionários, e por toda atenção disponibilizada 63 pelos usuários (as) em responder a entrevista. Por outro lado destacamos algumas dificuldades como: a ausência de profissional enfermeira (o), para obtenção de dados sobre o serviço prestado, e o agendamento de visitas domiciliares, pois estas não são realizadas pela UCS apenas pelas unidades de saúde da área de abrangência, por falta de tempo disponível devido às atividades diárias realizadas pelo estagio supervisionado pela instituição acadêmica não realizamos Visitas Domiciliares. Entretanto através deste estudo percebemos desafios ainda existentes para que a equipe de atenção básica da UCS atue junto à comunidade no foco de planejamento familiar sejam mais eficazes, pois se sabe que com a interação entre o atendimento prestado e a comunidade, o vínculo de adesão ao serviço torna-se um benefício para ambas as partes. Entretanto percebemos que em alguns momentos estas informações passam despercebidas da verdadeira atenção que deveria ser empenhada, por se tratar de compreensões subjetivas de cada individuo. Essas diante da equipe de enfermagem, a qual tem como responsabilidade de observar a pessoa como um todo, no âmbito psicossocial psicoespiritual e psicobiológico, respeitando seus saberes empíricos e contribuindo com informações objetivas e de fácil entendimento. Enfatizamos a importância da equipe de enfermagem em todo esse processo de atendimento ao usuário (as), pois é a equipe de enfermagem que consegue criar um vínculo junto à comunidade, devido essa proximidade esta mais suscetível a perceber as dúvidas apresentadas pelo mesmo. Entendemos que o comprometimento da equipe profissional de saúde junto a comunidade poderá trazer benefícios aos usuários (as), fazendo assim com que o mesmo procure mais vezes o serviço prestado, e torne-se esclarecido em relação as suas dúvidas, neste sentido é importante destacar a presença de fatores tecnológicos, econômicos, educacionais, socioculturais e de estilo de vida, atuando na perspectiva de favorecer ou limitar, e até impedir, a utilização de tudo aquilo disponibilizado pela tecnologia atual. Percebemos no que concerne á saúde reprodutiva dentro da atuação da ESF no âmbito do município de Biguaçu, local do estudo, que o suporte que amparam e apóiam as decisões e escolhas de um método contraceptivo, embora esses suportes não contemplem todas as necessidades percebidas junto aos usuários. Através das sugestões e/ou possibilidades a seguir; acreditamos que realizadas poderiam ajudar a minimizar o problema, no sentido de apoiar e melhorar as ações do serviço de planejamento Familiar, atentando para os aspectos culturais que aprimorarão as atuações dos enfermeiro apoiados na educação em saúde: 64 • Trabalhar a capacitação de recursos humanos da ESF da Expectativa, ensejando a melhoria das formas de atendimento aos usuários; • Disponibilizar uma maior variedade de contraceptivos orais na unidade de saúde, para uma ampliação do atendimento com uma melhor qualidade dos métodos fornecidos; • Investir na criação e desenvolvimento de um grupo de mulheres, a fim de serem trabalhadas as questões referentes ao conhecimento do corpo e da atuação dos contraceptivos e dos conceitos, direitos e ideologias que permeiam a saúde reprodutiva; • Trabalhar junto aos profissionais da ESF a Educação em Saúde sob o Enfoque de Desenvolvimento Pessoal, objetivando o desenvolvimento da personalidade dos indivíduos e suas famílias e comunidades e fortalecendo a crença dos casais na capacidade de controlarem sua própria fecundidade; • Inserir o Paradigma de Abordagem Holística da Educação em Saúde, destacando-a como ação da Estratégia Saúde da Família, empreendendo um movimento de ser este Paradigma transformador, apoiando os indivíduos como agentes promotores desta educação, visando o atendimento das necessidades psicobiológicas, sociais e psico-espirituais, permeadas pela perspectiva pessoal e coletiva. Entendemos que este estudo irá contribuir com a comunidade da UCS de Biguaçu, para um melhor planejamento de suas ações e para que possam ampliar a atuação dos profissionais de saúde no foco do planejamento familiar, ressaltando a importância da informação, o acesso e esclarecimentos para os usuários (as), e que possam ao levar em consideração as necessidades que foram levantadas durante a coleta de dados junto às mesmas, e com esse estudo plantamos um pilar em nossa profissão para aperfeiçoarmos ainda mais nossos conhecimentos na complexidade que envolve o tema, Planejamento Familiar. 65 REFERÊNCIAS BELO, M. A. V; SILVA, J. L. P. Conhecimento, atitude e prática sobre métodos anticoncepcionais entre adolescentes gestantes. Revista de Saúde Pública. 38 v, n. 4. São Paulo, 2004. ISSN 0034-8910. BIERRENBACH, M.I.R.S. Política e planejamento social, Brasil: Cortez. 2 v. 1956/1978. p.29. BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência ao Planejamento Familiar: Secretaria Executiva. 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Sr. Secretaria Municipal da Saúde Prezado Senhor Como alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí Centro de Educação Biguaçu temos a intenção de desenvolver a pesquisa intitulada PLANEJAMENTO FAMILIAR: Atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários. Para tanto, consideramos pertinente apresentar nossa intenção a essa direção, para a realização deste estudo junto a Unidade Mista de Biguaçu, após aceite documentado da aprovação do Projeto de Pesquisa, pelo Comitê de Ética em Pesquisa dessa Instituição. A atividade de coleta de dados, neste Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso prevê o acompanhamento desses clientes com o intuito de entrevistar e desenvolver educação em saúde durante o atendimento, a consulta de enfermagem e a visita domiciliar. Assumimos o compromisso ético de manter o anonimato dos participantes, sigilo das informações e proteção da imagem e prestígio dessa Instituição, sendo que os dados coletados serão utilizados em nosso estudo acadêmico. Contamos com sua compreensão, agradeço antecipadamente. Atenciosamente ____________________________ Professora Orientadora UNIVAL ____________________________ acadêmica de Enfermagem UNIVALI ____________________________ acadêmica de Enfermagem UNIVALI 72 Apêndice B - Autorização da instituição para a Realização da pesquisa Biguaçu, 17 de junho de 2009 Solicitação Previa de Autorização da Instituição Ilma. Sra. Secretaria Municipal de saúde de Biguaçu Venho por meio desta, solicitar a autorização para desenvolver uma pesquisa intitulada: PLANEJAMENTO FAMILIAR: Atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários, o estudo tem como objetivo: Identificar expressões e evidências de decisão dos usuários em relação ao planejamento familiar e a utilização de métodos anticoncepcionais. Como se trata de um trabalho de conclusão de curso de Graduação em Enfermagem estou sob a orientação da Docente da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, Enfermeira Maria Catarina da Rosa. Ter-se-á presente o compromisso ético em resguardar todos os sujeitos envolvidos no trabalho, assim como a instituição conforme todos os preceitos éticos de pesquisa. Agradecemos antecipadamente a compreensão e coloco a disposição para demais esclarecimentos. Atenciosamente, ___________________________________________ Professora Orientadora UNIVALI __________________________________________ Acadêmica de Enfermagem UNIVALI __________________________________________ Acadêmica de Enfermagem UNIVALI 73 Apêndice C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento Nos acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus Biguaçu. Estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada Planejamento Familiar: atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários, tendo a seguinte pergunta norteadora: De que modo à equipe da Atenção Básica da Unidade Mista de Biguaçu vem atuando junto à comunidade no foco de Planejamento Familiar? O estudo tem como objetivo. Identificar a atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestados aos usuários do Planejamento Familiar. Neste sentido, gostaríamos de contar com a sua participação, por meio de entrevista e por meio de encontros a serem agendadas previamente ou visitas domiciliares. Caso apresente alguma dúvida em relação à pesquisa, durante o desenvolvimento da mesma, ou também desistir de participar do estudo, em qualquer momento poderá entrar em contato comigo, através do telefone (48) 91185380 Se você estiver de acordo em participar, garanto que as informações fornecidas serão confidenciais respeitando a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde. As informações serão utilizadas em nosso Trabalho de Conclusão de Curso, bem como a publicação dos resultados em periódicos ou divulgação em eventos científicos, sempre preservando a sua privacidade. Será entregue a você uma cópia deste termo, e outra ficará arquivada com a pesquisadora. Desde já agradecendo sua colaboração e disponibilidade em participar do estudo. __________________________________________ Professora Orientadora UNIVALI ________________________________________________ Acadêmica de Enfermagem ________________________________________________ Acadêmica de Enfermagem 74 Apêndice D - Consentimento Pós –esclarecimento de Pesquisa Eu,........................................................................................................, fui esclarecido (a) sobre a pesquisa planejamento familiar: Atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura neste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE dará autorização ao realizador do estudo, ao Comitê de Ética da UNIVALI, e a organização governamental de saúde de utilizarem os dados obtidos quando se fizer necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, desde que respeitados os princípios de confidencialidade e respeito a individualidade exigido na pesquisa a ser realizada com seres humanos. “Assim o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse.” Florianópolis, _____ de ________________ de 2007 Assinatura:__________________________________ RG:____________________ Testemunhas: Nome:___________________________________ RG:________________ Assinatura:_______________________________ Nome:___________________________________ RG:________________ Assinatura:_______________________________ 75 Apêndice E - Termo de Compromisso de Orientação Eu Maria Catarina da Rosa, professora da disciplina Saúde da Família do Curso de Graduação em enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – Centro de Educação – Campos IV – Biguaçu, concordo em orientar a monografia de conclusão de curso das alunas Eliete da Silva Freitas e Lenilda Ramos Teles tendo como tema: planejamento familiar: atuação dos profissionais da Atenção Básica de Saúde frente ao atendimento prestado aos usuários. A orientadora está ciente das Normas para elaboração do trabalho monográfico de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem, bem como o calendário de atividades proposto. Biguaçu, 17 de junho de 2009 _______________________________________________ Professora Orientadora UNIVALI ________________________________________________ Acadêmica de Enfermagem ______________________________________________ Acadêmica de Enfermagem 76 Apêndice F - Questionário UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR CAMPUS BIGUAÇU Acadêmicas: ELIETE DA SILVA FREITAS LENILDA RAMOS TELES Questionário Semi-Estruturado de Pesquisa aplicado aos usuários do programa de planejamento familiar da Unidade Mista de Saúde em Biguaçu. 1-Perfil dos usuários do programa de planejamento familiar: Nome:..............................................................................................Sexo ( )M Idade: ..........anos. Grau de Escolaridade: ( ) Fundamental ( ( )F ) Médio ( ) Superior Procedência: ........................................ Mora em Biguaçu há .......anos Números de integrante do seu grupo familiar..................................................................... Número de gestação......................parto normal ( ) Sim ( ) não Parto cessaria ( )Sim ( ) Não Números de abortos...................... espontâneo ( )Sim ( )Não Números de filhos......................... Há quanto tempo você utiliza o serviço de planejamento familiar da unidade de Saúde? ( ) menos 6 meses ( ) 6 m. a 1 ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 2 a 4 anos ( ) + de 4 anos. 2- Você tinha algum conhecimento sobre Planejamento familiar antes de participar do programa de planejamento dessa unidade ? ( ) Sim ( ) Não 3- Na resposta afirmativa acima, cite 5 métodos contraceptivos que você foi orientada antes de participar do programa de planejamento familiar dessa unidade ? 1 .......................................................................................................................................... 2.......................................................................................................................................... 3......................................................................................................................................... 4....................................................................................................................................... 5........................................................................................................................................... 77 4- Após iniciar o programa de planejamento familiar dessa unidade você passou a utilizar algum métodos contraceptivos? ( ) Sim ( ) Não Quais? ........................................................................................................................... 5-Quais os métodos contraceptivos foram mais orientados pelos profissionais de saúde dessa unidade? ................................................................................................................. 6- Os profissionais de saúde lhe passaram alguma informação sobre planejamento familiar e os métodos disponíveis na rede pública? ( ) sim ( ) não Quais?......................................................................................................................... 7- As informações transmitidas pelos profissionais de saúde contribuíram para o seu conhecimento sobre planejamento familiar e os métodos disponíveis na rede pública? ( ) sim ( ) não Porque?................................................................................................................................