PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO EM ÁUDIO PARA
ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Vilmara Primo Lima¹; Giulia Maria Pignati¹; Sarah Barreto Marques¹
¹Bolsista de Extensão, Estudante do Curso de Licenciatura em Biologia – IFF
campus Campos-Centro [email protected]
¹Bolsista de Extensão, Estudante do Curso de Tecnologia em Design Gráfico – FF
campus Campos-Centro - [email protected]
¹Assistente em Administração, Coordenadora do projeto – IFF campus CamposCentro - [email protected]
Resumo
O Instituto Federal Fluminense - IFF, através do Núcleo de Apoio a Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais (NAPNEE), visa promover a inclusão social, a
autonomia e a preparação dessas pessoas no processo de ensino-aprendizagem. Nos dias
atuais existem várias tecnologias assistivas voltadas à educação inclusiva tais como
material em Braille, alto relevo e o áudio dentre outros. O áudio é um material prático que
serve não somente para pessoas com deficiência visual, mas para todos os estudantes
porque configura mais uma opção de estudo, que se constitui prática e versátil,
considerando as necessidades do dia-a-dia. Visto que muitos deficientes visuais têm o áudio
por única ferramenta, este projeto consiste em produzir arquivos neste formato, buscando
técnicas para melhorar sua qualidade e inteligibilidade a fim de inserir este educando de
forma democrática no processo de ensino-aprendizagem. Tendo por conteúdo material
acadêmico e/ou relevante para consulta e referência. É utilizado software específico para
conversão de texto em áudio. Após sua formatação, o texto passa a ser adequado para os
padrões dos softwares. Os deficientes visuais dispõem dos materiais dentro e fora da sala
de aula, viabilizando o acesso às mesmas informações obtidas pelos demais estudantes de
forma autônoma.
Palavras-chave: Pessoas com Deficiência; Tecnologia Assistiva; inclusão.
Introdução
O Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais
(NAPNEE), visa promover a inclusão social, a autonomia e a preparação das pessoas com
necessidades educacionais especiais para o mercado de trabalho através de ações
pedagógicas e principalmente através do apoio no processo de ensino-aprendizagem, como
dispõe a lei 7.853 de 24 de outubro de 1989, que assegura “às pessoas portadoras de
deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação”
(Art. 2).
Segundo Bonadiman (2011, p. 1), diante de um cenário em que a inclusão social é
uma preocupação mundial em diversas áreas de estudo, a inclusão nas instituições de
Educação estimula a reflexão acerca do comprometimento dos profissionais da Educação
com a inclusão de alunos com deficiência visual. Com o crescente número de alunos que
utilizam apenas informações auditivas, passou a produzir materiais em áudio para os
estudantes com deficiência visual convertendo-o em mídia sonora, oferecendo-lhes uma
alternativa de aprendizado ao fortalecer a sua leitura através do sistema áudio.
O objetivo deste projeto é proporcionar, principalmente aos deficientes visuais que
não tem acesso a outras tecnologias assistivas, vias para aceder os conteúdos utilizados em
sala de aula ou que sejam relevantes para a construção de seu conhecimento em geral, em
condições de igualdade em relação a pessoas sem deficiência.
Metodologia
As metodologias utilizadas se baseiam na formatação de materiais de forma
apropriada e da utilização de Tecnologias Assistivas para a conversão do arquivo de texto
para o formato de áudio. Durante o processo de elaboração desses materiais são utilizados
scanners, softwares e drive de cd. Depois de digitalizado o material, dá-se início a
formatação que requer atenção e sutileza para identificar palavras e/ou fonemas que
poderão ser lidos erroneamente pelo software, prejudicando o entendimento do discente.
Posteriormente, o material é salvo em dispositivos de mídia de acordo com as necessidades
de cada estudante.
Resultados e discussão
Os resultados obtidos são constatados através da aprendizagem do estudante. Por
meio do auxílio dos materiais em áudio, os estudantes com deficiência visual têm alcançado
bons desempenhos nas disciplinas, além de terem igualmente acesso aos conhecimentos
necessários, possibilitando realizar as atividades propostas em sala de aula. Porém, esta
ferramenta possui algumas limitações, como por exemplo, a diminuição da interatividade do
aluno com o conteúdo apresentado em relação às demais ferramentas comumente
utilizadas por pessoas com deficiência visual, como o braille e softwares leitores de tela para
computador. Este fato impede que o formato áudio seja ideal para o estudo de algumas
disciplinas que exigem que o estudante consulte e compare informações constantemente,
durante o aprendizado teórico e a resolução de questões, como inglês, matemática, química
e física. Apesar disso, esta ferramenta ainda surge como recurso para estudantes com
deficiência visual que não está adaptado aos outros meios de acesso aos conteúdos de
aprendizagem.
Figura 1 - Estudantes do ensino técnico, com deficiência visual, utilizando
material em áudio.
Figura 2 - Estudante do ensino superior com
deficiência visual, utilizando material em áudio.
Figura 3 - Estudante do ensino técnico, com
deficiência visual, utilizando material em áudio.
Figura 4 – Sala reservada para estudantes com deficiência visual.
Figura 5 – Ferramentas utilizadas pelos alunos com deficiência
visual.
Conclusão
O áudio é um recurso funcional para a aprendizagem do deficiente visual e por isso
constitui uma ferramenta importante para sua inclusão escolar. Assim, o NAPNEE do
Instituto Federal Fluminense pretende dar continuidade a este projeto que beneficia seus
estudantes com deficiência, além de outras pessoas pertencentes à comunidade externa
Agradecimentos
A todos que, de alguma forma vem contribuindo com o projeto Produção de Material
Didático em Áudio para Estudantes com deficiência visual e principalmente a Pró-Ex - PróReitoria de Extensão, DiEx - Diretoria de Extensão, DAE - Diretoria de Assuntos Estudantis,
ao NAPNEE - Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais do
Campus Campos-Centro.
Referências
BONADIMAN, Tereza Cristina Nunes de Queiroz. Produção de Material Didático para Alunos com
Deficiência Visual. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em
http://revistas.cefet-rj.br/index.php/revistaecultura/article/view/16. Acesso em: 09 de abril de 2013.
BRASIL. Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989.
BRASIL.Declaração de Salamanca de 1994. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139394por.pdf>. Acesso em: 10 de agosto
de 2012
SILVA, Karla Fernanda Wunder da; MACIEL, Rosângela Von Mühlen. Inclusão escolar e a
necessidade de serviços de apoio: como fazer? Revista Educação Especial, n. 26, 2005. Disponível
em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/educacaoespecial/article/view/4405/2578.
Acesso em 07 de abril 2013.
Tecnologias Assistivas na Educação. Rio Grande do Sul, 2006/2007. Disponível em:
<http://grupo4deftec.blogspot.com/>. Acesso em: 10 de agosto de 2012.
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