VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
II Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
30, 31 de outubro e 1o novembro de 2013
Florianópolis - Santa Catarina - Brasil
A TRAJETÓRIA DA PUÉRPERA DE ALTO RISCO: PODER VITAL
EXPRESSO NA NARRATIVA
Ariane Thaise Frello1
Telma Elisa Carraro2
Introdução: O puerpério, quando vivido durante a internação neonatal do
recém-nascido, impacta a vida da mulher que está experienciando o processo
restaurador do pós-parto, necessitando distanciar-se da família e cuidar de
seu bebê no hospital; situação denominada como Puerpério de Alto Risco. No
puerpério de alto risco, a mulher fica vulnerável em meio a internação neonatal
e sua estadia no hospital, abalando sua força interna, seu poder vital.
Objetivos: Reconhecer o poder vital expresso nas narrativas da puérpera de
alto risco. Método: Estudo qualitativo narrativo, realizado em instituição
pública do Sul do Brasil, entre janeiro a março de 2010. Participaram da
pesquisa 7 (sete) puérperas acima de 18 anos que estavam com bebê na
Unidade Neonatal. Este estudo teve aprovação pelo CEP da UFSC, sob Nº
1132/2010. Resultados: O parto prematuro foi um acontecimento inesperado,
impossibilitando o ritual de preparação para receber o filho: Foi péssimo, a
gente planeja tanta coisa, ter e depois ir pra casa, é bem estressante, fica com
dois corações divididos, lá em casa e aqui (P2). Essas mudanças drásticas, e
por vezes repentinas, podem causar na puérpera uma dificuldade em estar
junto à criança na unidade neonatal, especialmente durante a primeira visita,
destacando que ainda estão fragilizadas devido ao pós-parto, e se apresentam
angustiadas e abaladas física e emocionalmente. As puérperas de alto risco
narraram seus sentimentos ligados à situação de saúde de seu filho na
1
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidando e Confortando – C&C – Programa de Pós
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (PEN/UFSC).E-mail: [email protected].
2
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Aposentada do Departamento de Enfermagem e do PEN/UFSC. Membro
do Grupo de Pesquisa C&C. E-mail: [email protected].
unidade neonatal: Hoje eu estou bem tranquila assim em vista do que eu
fiquei até a hora de ver que ela saiu ali da UTI, eu tinha aquela preocupação:
“Será que ela vai sair daqui?” (P4) A hospitalização na unidade neonatal
insere o recém-nascido ao estresse e à dor comum às terapias complexas,
fazendo com que as mulheres, além de enfrentarem a experiência de se
tornarem mães em um contexto adverso, devem enfrentar seus medos e
fortalecer-se para cuidar de seus filhos. A busca da fé para tranquilizar e
auxiliar na recuperação do bebê é narrada: [...] graças a Deus correu tudo
bem, estamos aqui, acho que é uma segunda chance de vida (P6) Frente ao
sentimento de impotência experimentado pelas mães na contribuição da
recuperação do filho, a fé serve como amparo e esperança na melhora do
bebê. Esta a auxilia a dar sentido e enfrentar a história que vivencia.
Conclusão: As narrativas apresentam a fragilidade emocional enfrentada
durante o puerpério de alto risco, quadro que afeta seu poder vital extinguindo
suas forças interiores que deveriam estar mobilizadas para o processo
restaurador do pós parto, porem é esquecido em meio aos cuidados com o
bebê, situação que emerge a necessidade de cuidados de enfermagem
específicos. Descritores: Período Pós-Parto, Cuidados de Enfermagem,
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal.
Informações sobre o Trabalho: Recorte de Tese de Doutorado em
Enfermagem PEN/UFSC.
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