1 Programação e Trabalhos do VIII Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas Santa Maria, 12 a 15 de outubro de 2011 2 © 2011 by Eliana Lucia Ferreira (organizadora). Direitos desta edição reservados à Intertexto Editora e Consultoria Ltda. Os textos são de inteira responsabilidade dos seus autores. Dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) S612 Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas (8. : 2011 : Santa Maria) Programação e trabalhos... / Eliana Lúcia Ferreira (organizadora). – Niterói : Intertexto, 2011. 31 p. ; 23 cm. ISBN 978-85-87258-94-6. 1. Esportes para deficientes físicos. 2. Deficientes físicos – Reabilitação. I. Ferreira, Eliaana Lucia. CDD 796.109 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS NÚCLEO DE APOIO E ESTUDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA (NAEEFA) UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS GRUPO DE PESQUISA EM INCLUSÃO, MOVIMENTO E ENSINO A DISTÂNCIA (GIME) Reitor Felipe Martins Müller Vice-Reitor Dalvan José Reinert Pró-Reitor de Extensão João Rodolpho Amaral Flôres Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Hélio Leães Hey Reitor Henrique Duque de Miranda Chaves Filho Pró-Reitor de Pesquisa Marta Tavares D’Agosto Pró-Reitor de Extensão Marcelo Soares Dulci Secretário de Desenvolvimento Institucional Flávio Iassuo Takakura Coordenação de Acessibilidades Física e Informacional Eliana Lucia Ferreira Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) CONFEDERAÇÃO BRASLEIRA DE DANÇA EM CADEIRA DE RODAS Presidente Eliana Lucia Ferreira Vice presidente Luciano Marques de Souza Secretário Geral Michelle Aline Barreto 1º Primeiro Secretário Viviane Pereira Macedo Tesoureira Geral Flávia Regina Ferreira Alves 1º Tesoureiro Otávio Rodrigues de Paula Conselho Fiscal Maria Beatriz Rocha Ferreira Mara Rubia Antunes Regina Cunha 3 Comissão organizadora Coordenação Geral Eliana Lucia Ferreira – FAEFID / UFJF Mara Rubia Antunes / UFSM Luciana Erina Palma / UFSM Maria Amélia Roth / UFSM Comissão Científica Eliana Lucia Ferreira – FAEFID / UFJF Otávio Rodrigues de Paula – FAEFID / UFJF Lívia Fabiana Saço – FAEFID/UFJF Flávia Regina Ferreira Alves – FAEFID/UFJF Michelle Aline Barreto – FAEFID/UFJF Carolina Lessa Cataldi – FAEFID/UFJF Mara Rubia Antunes / UFSM Luciana Erina Palma / UFSM Maria Amélia Roth / UFSM Tatiana Dalmaso Jardim / UFSM Carolina Canha Santos / UFSM Comissão de Divulgação Daniel Defilippo – FAEFID / UFJF Lia Maria Manso Siqueira – FAEFID/UFJF Greice Rosso Lehnhard / UFSM Aline Rosso Lehnhard / UFSM Cristiane Posser da Silva / UFSM Comissão de Secretaria Frances Pimentel Leite Gomes – FAEFID / UFJF Sofia Wolker Manta / UFSM Laís Cavalheiro Rigo / UFSM Andressa Ferreira da Silva / UFSM Apoio Tecnológico – Informática Felipe Alhadas Cordeiro – CAEFI/UFJF Matheus de Souza Almeida – CAEFI/UFJF Ramon Cezário Lamas – CAEFI/UFJF Daniel Defilippo – FAEFID/UFJF Rafael Fernandes de Carvalho – GIME/UFJF Rafael Rodrigues de Araujo – CAEFI/UFJF Paula Lucion / UFSM Luana Fernandes / UFSM Mari Anne Messa / UFSM Distribuição gratuita 4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 6 PROGRAMAÇÃO ...................................................................................................... 7 TRABALHOS APRESENTADOS ............................................................................ 11 A DANÇA COMO POSSIBILIDADE DE ACESSO À ARTE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ Soyane de Azevedo Vargas do Bomfim, José Guilherme de Andrade Almeida e Dayana Ferreira dos Santos .................................................................... 12 A INFLUÊNCIA DA DANÇA NO CONTEXTO SOCIAL DO INDIVÍDUO CADEIRANTE Vanessa Rampelotto de Azevedo Bortolás, Lilian Simas Bilibio e Jéssica Jaíne Marques de Oliveira ........................................................................................ 13 A INFLUÊNCIA DA PREPARAÇÃO FÍSICA ESPECÍFICA EM MILITARES DO 8º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DA 6ª REGIÃO DE MINAS GERAIS Michelle Aline Barreto, Antônio Gilmar Tavares, Ramon Camilo Fonseca e Edilson Tadeu Ferreira Furtado ............................................................................. 14 A PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM DIAGNÓSTICO NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE SANTA MARIA/RS Sofia Wolker Manta, Rafaella Righes Machado, Greice Rosso Lehnhard e Luciana Erina Palma ................................................................................................ 15 A RELAÇÃO ENTRE CORPOS DEFICIENTES DANÇANTES E A NOÇÃO DE CORPO Laís Cavalheiro, Cristiane Posser, Luana Fernandes, Tatiana Dalmaso e Mara Rubia Antunes .............................................................................................. 16 ACESSIBILIDADE PARA BAILARINOS CADEIRANTES NO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Andressa Ferreira da Silva, Paula Lucion e Mara Rubia Antunes ........................... 17 ANSIEDADE E ESPORTES DE ALTO RENDIMENTO: O CASO DA DANÇA ESPORTIVA Em CADEIRA DE RODAS Otávio Rodrigues de Paula, Pâmela Aparecida Silva Ferreira, Roberta Gonçalves Gerhein e Eliana Lucia Ferreira ................................................ 18 CORPOS DEFICIENTES DANÇANTES E AS HABILIDADES MOTORAS Mariane Naziazeno Ferreira, Kelen Giovana Leite Ferreira e Aline Dal Bem Venturini ............................................................................................ 19 CORPOS MÚLTIPLOS QUE DANÇAM COM AS DIFERENÇAS Thuane Lopes Macedo, Carolina Canha Santos e Bruna Thaís Nascimento ..........20 DANÇA EM CADEIRA DE RODAS: A EXPERIÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO DE CAMPEONATOS Maria do Carmo Rossler de Freitas .......................................................................... 21 DANÇA EM CADEIRA DE RODAS, MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE Michelle Aline Barreto, Eliana Lucia Ferreira, Edilson Tadeu Ferreira Furtado e Flávia Regina Ferreira Alves .................................................................... 22 DANÇA INCLUSIVA E COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA Daniella Forchetti ...................................................................................................... 23 DANÇANDO SOBRE RODAS Luiz Giovani Soares da Rosa, Tiago Weber, Fabrício I. Duarte, Ederson W. Cassel, Maurício Oliveira Saldanha e Maria Cristina Chimelo Paim .................................................................................... 24 EVOLUÇÃO DA DANÇA EM CADEIRA DE RODAS NO BRASIL: A CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ATLETAS DA DANÇA EM CADEIRA DE RODAS ATRAVÉS DA CBDCR Flávia Regina Ferreira Alves e Michelle Aline Barreto ............................................. 25 FESTIVAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL: INTEGRANDO DANÇA E ESPORTE Martha Helena Segatto Pereira, Ursula Mulller e Flávio Antônio de Azeredo .......... 26 PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS EM SAÚDE NOS ESPAÇOS ESCOLARES Sílvia Maria de Oliveira Pavão e Janice Bittencourt Facco ...................................... 27 PROGRAMA PISCINA ALEGRE: ATIVIDADES AQUÁTICAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rafaella Righes Machado, Thais Machado Costa, Roberta Bevilaqua de Quadros, Laisa Ferst Bard e Luciana Erina Palma ............................ 28 O PROGRAMA CAMINHE LEGAL E A ACESSIBILIDADE Daniel Tochetto, Priscila T. Quesada e Sheila Comiran .......................................... 29 5 6 APRESENTAÇÃO Como presidente da Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas, me cabe apresentar este anais, que é o fiel reflexo das últimas pesquisas realizadas em Dança em Cadeira de Rodas no Brasil. Este evento é o mais importante foro de debate sobre esta temática, não só no Brasil como no mundo. Neste evento contaremos com a presença de pesquisadores da área, dançarinos, atletas, treinadores e coreógrafos desta modalidade, que se reúnem anualmente para intercâmbio e troca de experiências científicas, artísticas, esportivas e sociais. O X Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas, é considerado um êxito, principalmente pela participação das pessoas com deficiência, mas também pela repercussão junto à comunidade em geral, que vem prestigiando o crescimento desta modalidade. Neste ano, a CBDCR completa uma década de dedicação, desenvolvimento e expansão. Aos que se fizeram presentes nestes últimos 10 anos, estamos convencidos de termos acertados na decisão da constituição desta instituição que podemos chamar de “família”, pois, vencemos barreiras, quebramos paradigmas e fizemos HISTÓRIA. Assim, a todos nós, fica a esperança e a certeza de que tal acontecimento terá continuidade, sempre com o objetivo de compartilhar e disseminar os avanços da ciência e da experiência de cada um. Para finalizar, desejo manifestar meus mais sinceros agradecimentos aos sócios e diretoria da CBDCR e a Universidade Federal de Juiz de Fora que tanto fazem para a difusão do conhecimento da dança em cadeira de rodas. E especialmente, gostaria de agradecer a Universidade Federal de Santa Maria, por sediar de maneira tão peculiar, este evento, que representa para todos nós, a concretização do que foi um dia, em novembro de 2000, um grande sonho. Bom trabalho a todos! Eliana Lucia Ferreira Presidente da Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas 7 PROGRAMAÇÃO Quarta-feira: 12/10/2011 14h – Recepção dos congressistas Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 14h30min – Inscrições e entrega de material Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 14h30min – Mini curso (1) – Dança de salão: descobrindo ritmos Prof.ª Bettina Reid (Alemanha) Somente para atletas da CBDCR Local: Ginásio Didático n.º 2/CEFD/UFSM 15h30min – Cerimônia de Abertura Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 16h – Conferência de abertura: Arte e esporte na Dança em Cadeira de Rodas. Prof.ª Dr.ª Eliana Lucia Ferreira – Presidente da CBDCR/UFJF/MG Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 17h – II Encontro Nacional de Pesquisadores de/em Dança em Cadeira de Rodas: Relatos de pesquisas – Professores e acadêmicos Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 18h – Congresso Técnico – Membros da CBDCR Local: Mini auditório do Centro de Educação Física e Desportos/UFSM 19h – Reunião de árbitros da CBDCR Local: Mini auditório do Centro de Educação Física e Desportos/UFSM 19h30min – Churrasco e Mostra Cultural – Organização: DTG Noel Guarany/UFSM Local: Centro de Eventos da UFSM Quinta-feira: 13/10/2011 9h – Mesa Redonda: Acessibilidade – adaptações e normas: realizações e perspectivas. Prof.ª Dr.ª Nara Joyce Vieira (UFSM/RS) Arq. Sheila Comiran (Escritório da Cidade/Prefeitura Municipal-SM) Prof.º Dr.º Jocemar Ilha (ULBRA/SM) Mediadora: Prof.ª Dr.ª Luciana Erina Palma (UFSM) Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 10h30min – Intervalo 8 11h – Mini curso (1) – Dança de salão: descobrindo ritmos Prof.ª Bettina Reid (Alemanha) Somente para atletas da CBDCR Local: Teatro Caixa Preta/CAL/UFSM Mini curso (2) – Movimentação segura para deficientes físicos/ manejo da cadeira de rodas Prof.ª Ms. Caren Bernardi Prof.º Dr.°. Jocemar Ilha Local: Ginásio Didático n.º 2/CEFD/UFSM 12h – Intervalo 13h – Fixação dos Posters 13h30min – Exposição de Posters Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 14h30min – Mesa Redonda: Diferentes práticas pedagógicas desenvolvidas pelos profissionais na perspectiva da inclusão. Prof.º Ms. Marlini Dorneles (UFG/GO) Prof.ª Dr.ª Sílvia Wolff (UFPEL/RS) Prof.ª Dr.ª Aline Haas (UFRGS/RS) Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Rocha Ferreira (UNICAMP/SP) Mediadora – Prof.ª Dr.ª Maria Amélia Roth (UFSM) Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 16h – Intervalo 16h30min – Mini curso (3) – A educação somática e a (re)descoberta de corpos deficientes dançantes Prof.ª Ms. Marlini Dorneles Prof.ª Dr.ª Sílvia Wolff Local: Teatro Caixa Preta/CAL/UFSM Mini curso (4) – Dança em cadeira de rodas: os caminhos da dança artística e da dança esportiva Prof.º Ms. Henrique Amoedo (Portugal) Prof.ª Gerrie Van Dijk (Holanda) Local: Ginásio Didático n.º 2/CEFD/UFSM 17h30min – Intervalo 18h30min – Open de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas Local: Ginásio de Esportes – Colégio Marista Santa Maria 20h30min – X Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas Local: Ginásio de Esportes – Colégio Marista Santa Maria 9 Sexta-feira – 14/10/2011 9h – Mesa Redonda: Dança em Cadeira de Rodas: os novos desafios para o século XXI. Prof.ª Gerrie Van Dijk (Holanda) Prof.º Ms. Henrique Amoedo (Portugal) Prof.º Manoel Messias Cordeiro (Fundação Albertina Brasil/SE) Mediadora: Prof.ª Dr.ª Mara Rubia Antunes (UFSM) Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 10h30min – Mini curso (1) – Dança de salão: descobrindo ritmos Prof.ª Bettina Reid (Alemanha) Somente para atletas da CBDCR Local: Teatro Caixa Preta/CAL/UFSM Mini curso (2) – Movimentação segura para deficientes físicos/ manejo da cadeira de rodas Prof.ª Ms. Caren Bernardi Prof.º Dr.°. Jocemar Ilha Local: Ginásio Didático n.º 2/CEFD/UFSM 12h – Intervalo 14h – Mini curso (3) – A educação somática e a (re)descoberta de corpos deficientes dançantes Prof.ª Ms. Marlini Dorneles Prof.ª Dr.ª Sílvia Wolff Local: Teatro Caixa Preta/CAL/UFSM Mini curso (4) – Dança em cadeira de rodas: os caminhos da dança artística e da dança esportiva Prof.º Ms. Henrique Amoedo (Portugal) Prof.ª Gerrie Van Dijk (Holanda) Local: Ginásio Didático n.º 2/CEFD/UFSM 15h30min – Intervalo e eleições da CBDCR 16h – II Encontro Nacional de Pesquisadores de/em Dança em Cadeira de Rodas: relatos de pesquisas – professores e acadêmicos Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 20h30min – X Mostra de Dança Artística em Cadeira de Rodas Local: Salão de eventos – Colégio Marista Santa Maria Sábado – 15/10/2011 9h – Mini curso (1) – Dança de salão: descobrindo ritmos Prof.ª Bettina Reid (Alemanha) Somente para atletas da CBDCR Local: Ginásio Didático n.º 2/CEFD/UFSM 10h30min – Conferência de encerramento Prof.ª Ms. Marlini Dorneles (UFG/GO) Prof.ª Ms. Caren Bernardi (UFGRS/RS) Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 10 12h – Avaliação do evento científico e propostas temáticas para o próximo evento Prof.ª Ms. Michelle Barreto (Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas) Prof.ª Dr.ª Luciana Erina Palma (UFSM/RS) Prof.ª Dr.ª Eliana Lucia Ferreira (UFJF/MG) Local: Salão Imembuí – Reitoria/UFSM 12h30min – Encerramento 11 TRABALHOS APRESENTADOS 12 A DANÇA COMO POSSIBILIDADE DE ACESSO À ARTE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RJ Soyane de Azevedo Vargas do Bomfim*, José Guilherme de Andrade Almeida** e Dayana Ferreira dos Santos*** A dança sob a perspectiva artística para pessoas com deficiência, apesar de ainda pouco explorada, pode nos apresentar desafios e possibilidades – tanto para arte quanto para a prática de atividade física. Localizado no município de Niterói – RJ, o projeto Dançarte na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos – ANDEF – tem como principal objetivo ampliar as possibilidades de aprendizagens, acesso à arte e a contribuir para construção da cidadania das pessoas com deficiência. Na revisão da literatura, ficou claro que incluir pessoas com deficiência em aulas de dança, pode contribuir amplamente para o desenvolvimento biopsicossocial dessas pessoas. No entanto, em nosso projeto, não sabemos quais são os desafios que precisam ser superados, para que de fato esses objetivos possam ser atingidos? Por outro lado, quais seriam as possibilidades encontradas em nosso projeto, que podem incentivar a adesão e a permanência das pessoas com deficiência nas aulas de dança? Em nossa pesquisa, realizamos um estudo de caso de caráter exploratório, por meio de entrevista semiestruturada, 16 alunos e alunas do projeto, com faixa etária entre 16 e 39 anos de idade, sendo 14 do sexo feminino e 2 do sexo musculino Aplicamos o método de análise de conteúdo de Bardin, na tentativa de conhecer melhor a importância da arte da dança para aqueles que vivenciam esta prática. Observamos que os desafios são grandes, as categorias relacionadas aos desafios encontrados foram: cadeira de rodas (10), incompatibilidade entre os praticantes (1), dificuldades externas à instituição (13), técnica da dança (12), estrutura organizacional da instituição (2) e, não identificou dificuldades (1). Por outro lado, as possibilidades encontradas pelos praticantes são muito significativas. As categorias são: melhor sensação de bem estar (22), melhor relação com o próprio corpo (23), melhoria no relacionamento social (12), praticar atividade física (1), aquisição de conhecimentos (11), profissionalizar-se em dança (4) e, realização de um sonho (2). Foi possível perceber que o papel da dança inclusiva, naquele local, tem ido além da reabilitação das pessoas com deficiência. * Secretaria Municipal de Acessibilidade e Cidadania de Niterói. Professora do Convênio ANDEF/FAETEC. E-mail: [email protected]. ** Bailarino e acadêmico de Educação Física na UNIVERSO. *** Bailarina e acadêmica de Educação Física na UNIVERSO. 13 A INFLUÊNCIA DA DANÇA NO CONTEXTO SOCIAL DO INDIVÍDUO CADEIRANTE Vanessa Rampelotto de Azevedo Bortolás, Lilian Simas Bilibio e Jéssica Jaíne Marques de Oliveira* Antigamente era inimaginável que as pessoas com deficiências físicas pudessem dançar, fazer apresentações e muito menos competir, elas estavam à margem da sociedade, eram totalmente excluídas. Pensando nisso desenvolvemos esta pesquisa com o objetivo de compreender quais os benefícios trazidos da dança para as diferentes realidades e contextos em que esses sujeitos estão inseridos, neste caso os cadeirantes. Para tanto optamos por uma pesquisa de cunho qualitativo, tendo como tendência metodológica a pesquisa etnográfica, a qual o pesquisador se insere no contexto do sujeito pesquisado, mantendo um vínculo de ligação com o mesmo. Desse modo, percebemos que são muitos os benefícios que a dança trás ao sujeito cadeirante, tais como: as amizades, o companheirismo, a empatia e a independência, visto que estes são estímulos que favorecem a interação dos indivíduos no grupo, que as pessoas têm mudanças significativas e de modo diferenciado quanto ao caráter do desenvolvimento. Consideramos que as dificuldades sempre aparecem em toda e qualquer etapa da vida humana, principalmente em sua iniciação, mas que com a prática unida a vontade de mudança, é possível obter avanços sendo estes transformadores de autoestima, independência e da própria identidade do sujeito. A dança em cadeira de rodas é um exemplo de que limitações em contato com a mesma só aumentam as possibilidades de desenvolvimento e trazem inúmeros benefícios concretos aos indivíduos que a praticam. * E-mail: [email protected]. 14 A INFLUÊNCIA DA PREPARAÇÃO FÍSICA ESPECÍFICA EM MILITARES DO 8º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DA 6ª REGIÃO DE MINAS GERAIS Edilson Tadeu Ferreira Furtado*, Antônio Gilmar Tavares**, Ramon Camilo Fonseca*** e Michelle Aline Barreto**** O treinamento físico realizado de forma sistematizada e regular acarreta em importantes modificações morfofisiológicas no organismo. Considerando os princípios que norteiam o treinamento, os estímulos específicos responderão com adaptações específicas (adaptações específicas as demandas impostas) – Principio da Especificidade. Os policiais militares são expostos a situações de estresses físicos e mentais no seu cotidiano, sendo assim, um programa de treinamento físico bem planejado poderá provocar melhoras no condicionamento físico e na composição corporal desta população. O objetivo deste trabalho foi treinar um grupo de militares com exercícios destinados a aquisição de um condicionamento físico específico necessário a rotina da sua profissão. A amostra foi composta por vinte militares do sexo masculino com seguintes valores antropométricos 24 ± 3,4 anos; 174 ± 5,0 cm; 70,6 ± 9,6 kg; 23,3 ± 3,0 kg.m2 e 11,7 ± 5,6 % de gordura. Foram realizados testes cineantropométricos antes e após o programa de treinamento. Os militares foram divididos igualmente em dois grupos, grupo controle (GC) e grupo treinamento específico (GTE). Para um valor de p<0,05 houve diferença significativa nas variáveis VO2máx e barra fixa dinâmica. Os resultados encontrados neste estudo nos mostram que a aplicação de estímulos específicos para estes indivíduos foram vantajosos para a aquisição da aptidão aeróbia e da força muscular. A ausência de diferença significativa na composição corporal foi devido ao não controle da dieta. * ** *** **** Professor da Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON). Integrante do Núcleo de Estudos do Movimento Humano – Universidade Federal de Lavras (UFLA). Graduado em Educação Física pela FAGAMMON, Lavras, Minas Gerais. Professor da Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON). Professora-Mestre da Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON/UFJF/UFLA). E-mail: [email protected]. 15 A PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM DIAGNÓSTICO NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE SANTA MARIA – RS* Sofia Wolker Manta**, Rafaella Righes Machado***, Greice Rosso Lehnhard e Luciana Erina Palma**** Reconhecendo a importância da prática de atividade física para a população com deficiência visual (DV), este estudo teve como intuito realizar um levantamento das Escolas Públicas Regulares Estaduais que tem alunos com DV matriculados. O estudo é do tipo descritivo, para a coleta de dados foi utilizada uma Ficha de informações para diagnóstico das pessoas com DV nas escolas. Segundo informações da 8ª Coordenadoria Regional de Educação do RS das 36 escolas estaduais da cidade em 2 havia alunos com DV. O total de alunos das 2 escolas foi de 2175, dos quais 7 possuíam DV. No que diz respeito à idade, 1 aluno estava na fase da infância e 6 na adolescência. Em relação aos níveis de ensino, 3 estavam nas Séries Iniciais, 2 nas Séries Finais e 2 no Ensino Médio. Todos os alunos possuíam baixa visão, 5 do tipo congênita e 2 adquirida. A principal causa (5) são as doenças sexualmente transmissíveis e 2 desconhecem a causa. Destes 7 alunos 6 possuem deficiências associadas, 5 possuem deficiência intelectual e 1 deficiência auditiva. No que diz respeito à participação nas aulas de EF, apenas 2 participavam. A partir dos dados foi possível verificar que o número de escolas que possui alunos matriculados ainda é muito pequeno, além disso, a maioria desses alunos não participa das aulas de EF o que pode indicar que ainda há uma percepção de que os mesmos não possuem condições de participação e que a inclusão dos mesmos não ocorre nas aulas de EF. * ** *** **** Este estudo faz parte da pesquisa intitulada “A prática de atividades físicas por pessoas com deficiência visual: um diagnóstico” financiada pelo Fundo de Incentivo a Pesquisa (FIPE/UFSM). Especialista em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde pela UFSM. E-mail: [email protected]. Acadêmica do curso em Educação Física Licenciatura pela UFSM. Doutora em Ciência do Movimento Humano pela UFSM e Professora do DMTD/CEFD/UFSM. 16 A RELAÇÃO ENTRE CORPOS DEFICIENTES DANÇANTES E A NOÇÃO DE CORPO Laís Cavalheiro*, Cristiane Posser, Luana Fernandes, Tatiana Dalmaso e Mara Rubia Antunes Acreditamos no benefício de uma Dança que não tem limites, que permite ser o que somos: “diferentes”. Que os corpos deficientes dançantes consigam expressar seus sentimentos às pessoas a enxergar, representar uma sociedade aberta às diferenças. Conforme Porto (2005), a Dança em cadeira de rodas é uma das possibilidades de se explorar o dançar. É mais uma oportunidade para o corpo dançante poder sentir algo de próprio e singular. Temos como objetivos verificar e analisar a noção de corpo em crianças e adolescentes com deficiência física, que praticam Dança em cadeira de rodas; verificar e analisar os elementos do esquema corporal através de pré e póstestes; desenvolver atividades para aprimorar a consciência corporal de pessoas com deficiência física que praticam Dança em cadeira de rodas. Os participantes são pessoas com deficiência física, que praticam esta atividade, no mínimo, há 3 anos. Os instrumentos utilizados, para observar a percepção da Imagem Corporal, será o teste do “Desenho do corpo”, este objeto foi adaptado da Bateria de Testes de Fonseca (2006). Salientamos que o mesmo não será realizado na mesma perspectiva, e sim como um objeto concreto para facilitar a observação sobre a percepção da Imagem Corporal dos avaliados. A partir destas reflexões queremos mostrar que estes corpos possam, através da Dança, desenvolver sua percepção corporal. Espera-se que os resultados obtidos através das aulas de Dança, com ênfase nas técnicas de noção corporal e desenvolvimento das habilidades motoras, aprimorem estas habilidades auxiliando no cotidiano destas pessoas com deficiência física, tornando-as mais autônomas. * E-mail: [email protected]. 17 ACESSIBILIDADE PARA BAILARINOS CADEIRANTES NO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Andressa Ferreira da Silva*, Paula Lucion e Mara Rubia Antunes Com o intuito de oportunizar o acesso de cadeirantes a Dança Artística o Núcleo de Apoio e Estudos da Educação Física Adaptada (NAEEFA) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) criou o Projeto de Extensão “Dançando com as diferenças”, que se estabelece como foco dessa pesquisa. Objetivamos com esta, conhecer as opiniões desses cadeirantes quanto à acessibilidade e a qualidade da infra-estrutura do local onde se realiza a prática da Dança em Cadeira de Rodas e suas dependências. Para isso, foi realizada uma entrevista contendo 10 perguntas fechadas organizadas em escala do tipo Lickert, de 4 pontos de escore (inacessível, pouco acessível, acessível, muito acessível), juntamente com 4 perguntas abertas focadas na opinião dos cadeirantes sobre as estruturas de acesso. A amostra se constituiu de sete cadeirantes, e por meio da análise das respostas obtiveram-se os seguintes resultados: quanto ao acesso primário – calçadas: 57,14% pouco acessível; corredores: 42,86% inacessível e 42,86% pouco acessível; quanto ao acesso básico – banheiro: 85,71% inacessível; bebedouros: 71,43% inacessível e quanto ao acesso principal – Sala de Dança do Ginásio 2 do CEFD/UFSM: 42,86% inacessível; 42,86% pouco acessível. Segundo os entrevistados as maiores dificuldades estão relacionadas às rampas íngremes ou demasiadamente pequenas, portas estreitas, buracos no chão da sala de dança, falta de banheiros e bebedouros adaptados. Devido a isso 71,43% declaram não poder circular com autonomia pelos espaços do CEFD/UFSM. Portanto, cabe refletir se o direito Constitucional de Acessibilidade e a NBR 9.050/2004 estão sendo cumpridos e executados conforme instituídos em Lei. * E-mail: [email protected]. Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria. 18 ANSIEDADE E ESPORTES DE ALTO RENDIMENTO: O CASO DA DANÇA ESPORTIVA EM CADEIRA DE RODAS Otávio Rodrigues de Paula, Pâmela Aparecida Silva Ferreira, Roberta Gonçalves Gerhein e Eliana Lucia Ferreira * As competições de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas (DECR) são realizadas no sistema de rodadas em que os casais se apresentam simultaneamente. Neste tipo de competição, a presença de situações de pressão pode gerar significantes níveis de ansiedade nos atletas, sendo que esta é um dos componentes psicológicos que influenciam o atleta no momento da competição e que tem sido ponto de investigação no esporte competitivo, inclusive no adaptado. O Objetivo é verificar os níveis de ansiedade (cognitiva, somática e autoconfiança) dos atletas brasileiros da DECR. Foram avaliados 26 atletas, sendo 12 cadeirantes e 14 andantes, com a média de idade de 32,9±10,8 anos. O estudo foi conduzido durante a realização de três Campeonatos Brasileiros da DECR. Para a avaliação da ansiedade dos atletas foi utilizado o Inventário do Estado de Ansiedade Competitiva – II (CSAI-2) 24 horas e 1 hora antes de cada uma dessas competições. Não foi encontrada diferença para as três subescalas de ansiedade: cognitiva (15,96±5,3 e 15,77±5,6; p=0,682), somática (14,04±3,8 e 14,88±4,4; p=0,122) e autoconfiança (26,81±5,4 e 26,81±4,9; p=1,000) 24 horas e 1hora antes da competição, respectivamente. No entanto, quando foi avaliado se o tipo de parceiro influencia o estado de ansiedade do atleta cadeirante, constatou-se que houve diferença para a ansiedade cognitiva (p=0,026) e autoconfiança (p=0,047) entre os andantes e os cadeirantes, já para a ansiedade somática não encontramos diferenças estatísticas (p=0,071). Podemos concluir que as três subescalas de ansiedade: cognitiva, somática e autoconfiança não se alteram quando se aproxima da competição da DERC, no entanto, o tipo de parceiro influencia diretamente os escores de ansiedade no periodo pré competitivo, sendo que o atleta cadeirante parece estar mais ansioso do que o atleta andante. Uma possível explicação para estes resultados pode ter a ver com o fato de que, sob condições competitivas, os atletas com deficiência podem questionar sobre a confiança nas suas capacidades para renderem a um nível elevado e assim, alcançarem os seus objetivos, quando comparados com outros atletas sem deficiência. * E-mail: [email protected]. 19 CORPOS DEFICIENTES DANÇANTES E AS HABILIDADES MOTORAS Mariane Naziazeno Ferreira, Kelen Giovana Leite Ferreira e Aline Dal Bem Venturini Conforme Gaio (2006) a história do corpo deficiente, tem como ponto de partida e chegada a realidade, é produto das ações sociais, culturais, políticas, religiosas do ser, diferente em cada momento, forjada no encontro incessante com o meio ambiente. Espera-se que os resultados obtidos através das aulas, com ênfase no desenvolvimento das habilidades motoras, possam aprimorar as habilidades auxiliando na vida diária destas pessoas. Acreditamos no benefício da Dança para estes alunos, pois através desta arte/educação expressamos nossos sentimentos, percebemos nosso corpo, aumentamos nossa auto-estima e nossa capacidade sócioafetiva. Desde os primórdios dos tempos, o homem manifesta-se através da Dança, seja como celebração, participação ou espetáculo, Dança em cadeiras de rodas surgiu num primeiro momento como forma de reabilitação e terapia, com o passar dos anos como Dança artística. A mesma é analisada através de conceitos da cultura e identidade social, considerada uma Dança com a utilização de equipamento. O processo de sua constituição vem sendo construído pelas possibilidades abertas da Dança Moderna, de salão e terapêutica. Por ser recente ela está passando por um processo de construção de identidade no mundo da Dança, da Educação Física e da Fisioterapia. Porto (2005) acredita na Dança em cadeira de rodas como uma das inúmeras formas e possibilidades para se explorar o dançar. Notamos, através dos resultados, que houve melhora das habilidades apontadas, devido a escolha dos conteúdos e das estratégias selecionadas. 20 CORPOS MÚLTIPLOS QUE DANÇAM COM AS DIFERENÇAS Thuane Lopes Macedo, Carolina Canha Santos e Bruna Thaís Nascimento* Acredita-se que não deveriam existir diferenças entre os seres humanos, mas elas existem, e esta é a realidade a ser encarada. Sabe-se que todos são diferentes, possuem particularidades e individualidades próprias. Nesta perspectiva, questiona-se: como as pessoas com deficiência física vêem seus corpos? Sendo que a pessoa é corpo, é possível que essas pessoas sintam alegria e orgulho de seus corpos? O Projeto de Extensão “Dançando com as diferenças” tem como objetivos: oportunizar vivências em Dança; proporcionar um trabalho interdisciplinar entre as áreas do conhecimento; buscar a melhora da auto-estima das pessoas com deficiência física e a inclusão social destas. O público-alvo são crianças e adolescentes com deficiência física da cidade de Santa Maria – RS – Brasil. Contamos com a participação de 4 meninos e 6 meninas com idades entre 7 a 21 anos. O público envolvido são 3 acadêmicas e 5 professoras de Educação Física, 8 acadêmicas do Curso de Educação Especial. Os encontros são realizados aos sábados, na sala de Dança do CEFD/UFSM. As aulas são construídas baseadas nos princípios pedagógicos da “Dança-Educação”, que faculta a formação corporal, o espírito socializador, possibilita o processo criativo, proporcionando uma educação integral, seus pressupostos básicos baseiam-se em vivenciar o corpo dentro da sua especificidade; da “Dança Criativa”, que compreende o corpo como um instrumento que propicia resgatar aspectos como liberdade de expressão e de criatividade, além de servir como base de movimentos naturais, não considerando os predeterminados e técnicos como um fim e sim como um meio; e da “Dança-Educação Física”, voltada para um enfoque multidisciplinar, que enfatiza o desenvolvimento da consciência corporal e espaçotemporal, buscando uma maior conscientização da pessoa que dança, de suas possibilidades e limites. * Centro de Educação Física e Desportos/Universidade Federal de Santa Maria – RS – Brasil. 21 DANÇA EM CADEIRA DE RODAS: A EXPERIÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO DE CAMPEONATOS Maria do Carmo Freitas Relato das experiências no que se refere a organização de campeonatos de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, é necessário mostrar a relevância de um planejamento detalhado para o êxito do evento. Na realização deste é importante que alguns cuidados sejam tomados como: verificar se o local onde o evento será realizado tem as instalações adequadas para receber o publico alvo do evento (alojamento e sanitários); devem ser organizados e listados o meios de transportes que existem no local, bem como seus itinerários e os horários de transporte interno. Durante a organização de um campeonato é muito importante que a instituição responsável pelo evento busque parcerias na sua cidade para que estas venham a contribuir para a organização do mesmo como ajudar na divulgação, conseguir uma equipe de imprensa que irá cobrir o evento, conseguir as premiações do campeonato dentre outros. Durante o evento é realizado o congresso técnico onde se verifica a filiação dos atletas, com a sua documentação correta. Após estas etapas se realiza os últimos ajustes para competição, propriamente dita. Durante o campeonato é extremamente importante o apoio de uma equipe médica ou o contato do Corpo de Bombeiros para que todos no evento estejam resguardados. Por fim, deve-se verificar todos os documentos que registram o evento para que os mesmos sejam encaminhados para as suas federações ou confederações após o evento inclusive uma avaliação sobre o evento deve ser feita. 22 DANÇA EM CADEIRA DE RODAS, MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE Michelle Aline Barreto*, Eliana Lucia Ferreira**, Edilson Tadeu Ferreira Furtado***, Flávia Regina Ferreira Alves**** Na atualidade, um importante sistema cultural é, sem dúvida, o meio esportivo, principalmente para as pessoas com deficiência. Seus discursos perpassam cotidianamente as relações sociais mediando os processos de construção e deslocamento de identidades. Neste sentido, buscamos uma reflexão sobre a participação dos atletas como agente significante. Assim, acreditamos contribuir para a compreensão da construção de identidades desses atletas na sociedade contemporânea. Este trabalho analisou o papel da dança esportiva em cadeira de rodas na constituição de identidades dos atletas que a praticam. Através da metodologia da Análise do Discurso buscamos identificar nas entrelinhas como a prática esportiva da dança transforma, constrói e solidifica a identidade desses indivíduos. Após nossa análise, pôde-se dividir o processo de construção identitária empreendido pelo discurso dos sujeitos em três vertentes: a) como os indivíduos se identificaram socialmente; b) a competitividade; c) as mudanças sociais impulsionadas pela dança esportiva em cadeira de rodas. A partir da modalidade, competidores passaram a competir também enquanto indivíduo social, buscando carreiras que correlacionadas ao esporte, que poderiam trazer benefícios para a competição, como o estudo da dança, um curso superior de educação física ou fisioterapia, e até mesmo se posicionando enquanto responsáveis pela formação de novos atletas. Portanto a identidade é passível de mutação de acordo com os interesses individuais gerados pela inserção em um grupo, ou pelos interesses do grupo. Os sujeitos desse estudo motivados pela dança esportiva em cadeira de rodas, ao longo desses dez anos existência, se transformaram e ainda se transformam, enquanto produtos desse meio em que vivem. * ** *** **** Professora-Mestre da Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON/UFJF/UFLA). E-mail: [email protected]. Professora da Universidade Federal de Juiz de Fora. Professor da Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON). Integrante do Núcleo de Estudos do Movimento Humano – Universidade Federal de Lavras (UFLA). Professora do Centro Universitário de Varginha (UNIS) . 23 DANÇA INCLUSIVA E COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA Daniella Forchetti* Através da Dança podemos utilizar a arte como instrumento de diálogo entre os indivíduos com e sem deficiência. No intuito de desenvolver um trabalho que abrange a intersecção Arte/Saúde/Educação, criei o Projeto Arteiros, em fevereiro de 2000/SP. Os objetivos principais são o desenvolvimento da consciência corporal, criatividade, comunicação, socialização e autonomia de pessoas com deficiência (física, neurológica, sensoriais, intelectual, transtono global de desenvolvimento, surdocegueira, múltiplas) e sem deficiência. Dessa forma, passei a me dedicar à pesquisa em dança inclusiva como meio de desenvolver a comunicação expressiva. A metodologia é baseada nos estudos de Jan Van Djck (níveis de comunicação) e Ruldof Laban (Dança Educativa Moderna). Implementei esse projeto em 11 instituições voltadas para o atendimento de crianças, jovens, adultos e idosos com e sem deficiência e/ou em situação de risco. As parcerias foram feitas com Associações, ONGs, Secretaria da Cultura, da Cidadania e Justiça do Município e Estado de São Paulo/ Brasil, oferecidas gratuitamente. Atualmente esse trabalho é realizado em três áreas: 1 Projeto Arteiros– programas de arte educação através da dança inclusiva; 2 Cia Experimental DiDanDa – grupo aberto que conta com a participação de dançarinos com e sem deficiência com experiência em dança inclusiva; 3 Consultorias e Pesquisa – através dos temas “comunicação alternativa” e “dança inclusiva”, oferecendo formações em educação inclusiva e humanização na área da saúde. Como resultado desse trabalho, foi observado o desenvolvimento da autonomia e expressão de todos os participantes, trabalhando na disseminação da inclusão. Incluir é abrir-se para o mundo da valorização das diferenças. * E-mail: [email protected]. Projeto Arteiros – SP 24 DANÇANDO SOBRE RODAS Luiz Giovani Soares da Rosa*, Tiago Weber, Fabrício I Duarte, Ederson W. Cassel, Maurício Oliveira Saldanha e Maria Cristina Chimelo Paim Estima-se que cerca de 10% da população brasileira seja composta por pessoas com algum tipo de deficiência. Destes 10%, um quinto são deficientes físicos. Ou seja, uma em cada 10 pessoas apresenta algum tipo de deficiência, e duas em cada cem possuem deficiência física. Estas pessoas, além das complicações orgânicas, muitas vezes convivem com um distanciamento das atividades sociais. Isto ocorre devido ao valor negativo que é dado pela sociedade ao comprometimento físico, classificando o indivíduo, na maioria das vezes, como “incapaz”. O estudo tem como objetivo verificar os benefícios físicos, motores e emocionais dos participantes de um grupo de dança para pessoas com deficiência física. Quando realizamos as coletas o grupo estava composto por 12 pessoas, de ambos os sexos, com idades entre 8 a 21 anos. Percebeu-se através das observações que a Dança desenvolve a questão do controle da cadeira com os braços; que a dança é uma medida empregada as pessoas com deficiência física com o objetivo de melhorar o funcionamento orgânico e a sua independência; que a dança oportuniza a ludicidade e o bem estar; com a dança o cadeirante desenvolve a corporalidade através do ritmo da música junto com seus pares. Outro aspecto observado foi em relação ao prazer gerado pela atividade, pois o grupo conta os dias para chegar ao sábado à tarde, o dia da aula e também a satisfação de estar aprendendo habilidades novas e poder assim superarem suas dificuldades individuais para o bem comum da “Dança” que estão aprendendo. * E-mail: [email protected]. 25 EVOLUÇÃO DA DANÇA EM CADEIRA DE RODAS NO BRASIL: A CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ATLETAS DA DANÇA EM CADEIRA DE RODAS ATRAVÉS DA CBDCR Flávia Regina Ferreira Alves* e Michelle Aline Barreto A Dança Esportiva em Cadeira de Rodas é uma prática motora que vem se estabelecendo no Brasil. Baseada nos princípios da dança de salão contempla movimentos possíveis de ser realizados sobre uma cadeira de rodas. Essa modalidade esportiva permite uma nova postura frente às possibilidades artísticas, esportivas e estéticas, constituindo-se em um desafio à criatividade, pois rompe com as limitações impostas pelos princípios da dança de um modo geral. Sabe-se que a Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, esta em um processo de conhecimento de profissionais da área de Educação Física e Sociedade. Para que a evolução da dança em cadeira de Rodas se torne maior em nosso país a CBDCR promoveu em Curso Prático de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com objetivo de proporcionar para os profissionais uma maior vivência, trazendo a professora Gerrie Van Djik, da Holanda, para ministrar o curso no período de 3 de junho 2011 a 12 de junho 2011. Este curso de capacitação através de uma metodologia simples, onde a participação de grupos envolvidos com a Dança em Cadeira de rodas e iniciantes, proporcionando uma troca de experiências, com uma profissional reconhecida mundialmente. No decorrer do curso a professora Gerrie Van Djik, direcionou a uma vivência através de passos tão conhecidos apenas por atletas de ponta da dança esportiva em cadeira de rodas (categorias: três danças latinas, no ritmo de samba, rumba e jive, e cinco danças latinas acrescidas de chacha-cha e passo doble), todos convivendo, com a dança esportiva em cadeira de rodas, muitas vezes tão subjetiva, onde o corpo do dançarino da dança esportiva em cadeira de rodas não é visto como apenas uma imagem distorcida da realidade da dança. Através deste curso percebeu-se que houve uma quebra de paradigmas, pois com a troca de informações e principalmente com a grande capacidade de percepção da Professora Internacional, Gerrie Van Djik. * E-mail: [email protected]. 26 FESTIVAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL: INTEGRANDO DANÇA E ESPORTE Martha Helena Segatto Pereira*, Ursula Mulller e Flávio Antônio de Azeredo O Festival Integrado da UNISC reúne dança, ginástica (artística, rítmica e acrobática), patinação, arte circense e skate e há 13 anos integra artistas e atletas. O objetivo desse trabalho é apresentar os resultados da pesquisa de opinião do público presente a respeito da organização. Durante as apresentações de dança foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas. De uma forma geral, o evento foi considerado: Excelente para 44,2%, Muito Bom para 33,65%, Bom para 21,15% e Fraco para 1%. Quanto ao “nível das apresentações”: Muito Boas para 47,52%, Excelentes para 28,71%, Boas para 21,78% e Fracas para 1,98%. Sobre a divulgação: 53,33% souberam através de amigos, 19,17% parentes, 14,17% cartazes, 8,33% pela escola ou grupo de dança, 2,5% pelo jornal local impresso e 2,5% pelo do site da Unisc. Na questão aberta sobre: “aspectos a serem melhorados”, o público citou a divulgação. Em “outros aspectos”, o público elogiou: a organização do palco, a pontualidade e que essa foi a melhor edição. Pelos resultados, percebemos que o Festival é um evento de grande aceitação pela comunidade santa-cruzense. Percebemos que o micromarketing foi o meio de divulgação mais citado. Essa forma de divulgação, também chamada de boca-a-boca (amigos e parentes), parte do princípio de que a mensagem de marketing dirigida a cada indivíduo é muito mais poderosa porque é pessoal, pois se recomenda o que se gosta. Sendo assim, podemos inferir que o marketing do festival, na verdade, está melhorando a cada ano, pois o público aumenta a cada edição. * E-mail: [email protected]. 27 PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS EM SAÚDE NOS ESPAÇOS ESCOLARES* Sílvia Maria de Oliveira Pavão** e Janice Bittencourt Facco*** Na escola os saberes necessários à prática educativa em saúde muitas vezes são definidos de acordo com a demanda. O que torna a compreensão da realidade escolar um dos aspectos essenciais na definição dos temas sobre saúde que podem compor a matriz curricular, bem como a formação continuada dos professores, pois ambos devem estar dispostos de forma articulada. Diante disso, o presente estudo, do tipo qualitativo, tem como objetivo relacionar os conhecimentos básicos sobre educação e saúde no contexto escolar. Constatou-se o trabalho pedagógico desenvolvido no espaço escolar é essencial para o entendimento e replanejamento compreensivo das questões que envolvem a saúde. Os temas de saúde não podem ser discutidos unilateralmente, ou seja, em um determinado problema ou doença. O processo educativo em saúde implica no sentido de um comportamento preventivo, global e consequente dos cuidados de saúde. Quanto mais conhecimentos referentes a higiene, primeiros socorros e doenças sexualmente transmissíveis entre outros, melhores serão as condições de vida da população com um todo. Esses conhecimentos podem ser incentivados e desenvolvidos na escola, quando existe se prioriza nesse contexto, a construção de novas estruturas pedagógicas que viabilizem aos alunos pensar a própria realidade, questioná-la e atuar de forma capaz de incitar mudanças no plano de atenção e cuidado com a saúde. Concluiu-se que, além de ter conhecimentos sobre a saúde é preciso que todas as pessoas que atuam nos espaços escolares atuem de forma conjunta na elaboração e replanejamento de ações educacionais que possam garantir mudanças na saúde individual e coletiva. * ** *** Projeto Educação, Saúde e Inclusão. Apoio Financeiro: FIPE SÊNIOR – UFSM – Santa Maria – RS. Professora do Departamento de Fundamentos da Educação – UFSM – Santa Maria – RS. E-mail: [email protected]. Acadêmica do Curso de Educação Especial-Noturno – UFSM – Santa Maria – RS. 28 PROGRAMA PISCINA ALEGRE: ATIVIDADES AQUÁTICAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rafaella Righes Machado*, Thais Machado Costa, Roberta Bevilaqua de Quadros, Laisa Ferst Bard e Luciana Erina Palma Reconhecendo a importância da prática de atividades aquáticas para pessoas com deficiência, o Programa Piscina Alegre tem como objetivo proporcionar e estimular melhorias nos domínios do comportamento humano, nas condições morfofisiológicas e o desenvolvimento das capacidades e habilidades motoras de pessoas com deficiência física, intelectual, sensorial através de atividades aquáticas. As atividades são realizadas semanalmente, no Complexo de Piscinas Térmicas do Centro de Educação Física e Desportos da UFSM. Os trabalhos são desenvolvidos por professores de Educação Física e acadêmicos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado de Educação Física e Educação Especial da mesma Instituição. O Programa congrega cinco projetos em função das deficiências e suas particularidades e pelas idades dos inscritos. São eles: “Estimulação Essencial Motora Aquática para Bebês com Deficiência”; “Estimulação Essencial Motora Aquática para Crianças com Deficiência”; “Atividades Lúdicas Aquáticas para Alunos com Deficiência”; “Educação e Reeducação Motora Aquática para Pessoas com Deficiência”; “Natação para Pessoas com Deficiência”. Após cada aula são elaborados Pareceres Descritivos do aluno e da aula, os mesmos são entregues nas reuniões pedagógicas realizadas em cada projeto. Nessas reuniões também são feitos os planejamentos das aulas, assim como grupo de estudos e elaboração de pesquisas. Percebeu-se que as atividades no meio líquido além de estimularem a autonomia nas atividades de vida diária são importantes recursos para o desenvolvimento e a evolução nos domínios cognitivos, afetivos, físicos, sociais e comunicativos de pessoas com deficiência. O trabalho interdisciplinar com os cursos de formação acadêmica da Instituição e profissionais envolvidos contribui para a qualificação do Programa. * E-mail: [email protected]. 29 O PROGRAMA CAMINHE LEGAL E A ACESSIBILIDADE Daniel Tochetto*, Priscila T. Quesada** e Sheila Comiran*** O Escritório da Cidade (EC), Autarquia do Município de Santa Maria, responsável pela implantação e gerenciamento dos projetos e programas do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA), propôs, em 2010, dar continuidade ao Programa de Aumento e Diversidade da Acessibilidade Urbana. Dessa forma, foi estudado e desenvolvido um regulamento para o então chamado Programa Caminhe Legal. Além desse programa desenvolvido, a acessibilidade já vem sendo exigida no município através da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) e a Lei do Código de Obras e Edificações de Santa Maria (COE). Estas leis apresentam diretrizes para a aprovação e construção de novos loteamentos e edificações em conformidade com o Decreto Federal nº 5.296/2004, que regulamenta as Leis Federais nº 10.048/2000 e 10.098/2000. O programa “Caminhe Legal” trata da padronização e disciplinamento dos passeios públicos. Nele são apresentados padrões que se organizam e diferenciam através dos tipos de faixas, dimensões e materiais de revestimento. Juntamente são indicadas faixas para garantir a permeabilidade do solo, como implantar o mobiliário urbano, vegetação e as adequações necessárias para garantir a acessibilidade universal. O programa define padrões e composições diferenciados de acordo com as características das ruas e localização na área urbana. O padrão 1 é utilizado nos eixos de mobilidade, onde há maior fluxo de pedestres, sendo necessário um passeio mais largo e que garanta a percepção de unidade e continuidade do espaço. Já o padrão 2 foi pensando para as vias de menor fluxo de pedestres e ambientes mais calmos, como ruas locais e com predominância do uso residencial. Como extensão do padrão 2, o padrão 3 foi previsto para áreas de interesse social, seguindo o mesmo pensamento. Nos locais de valor histórico da cidade, foram previstos dois tipos de padrões especiais: o padrão especial 1: nos eixos de formação da cidade, Rua Dr. Bozano, Rua do Acampamento e Av. Rio Branco; e o Padrão Especial 2 para as demais vias do centro histórico. O Programa Caminhe Legal tem como objetivo básico o desenvolvimento urbano através de ações de qualificação da vida da população. E como objetivos específicos: tornar os passeios acessíveis, * Arquiteto e Urbanista, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da UFRGS. ** Arquiteta e Urbanista, Escritório da Cidade – Autarquia do Município de Santa Maria, Mestre em Geomática, Professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra/SM. *** Arquiteta e Urbanista, Diretora de Planejamento do Escritório da Cidade – Autarquia do Município de Santa Maria, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFSM. 30 eliminando obstáculos e barreiras; assegurar conforto e segurança ao pedestre; garantir a facilidade de manutenção; qualificar a paisagem urbana; promover a valorização turística e comercial da cidade; garantir a arborização adequada e permeabilidade dos passeios públicos; e ordenar o uso do mobiliário urbano. O trabalho foi elaborado de acordo com as seguintes etapas: 1 Diagnóstico dos passeios existentes, em um perímetro central escolhido do distrito sede, avaliando a situação, como a acessibilidade oferecida e as condições de manutenção; 2 Revisão bibliográfica da temática, normas técnicas e manuais; 3 Entrevistas com grupos específicos de portadores de necessidades especiais; 4 Identificação das áreas com características semelhantes para definir os padrões e fazer os respectivos detalhamentos, como materiais e tipos de faixas; 5 Elaboração da minuta do decreto e de ilustrações para estudos, que posteriormente foram utilizadas para explicar a composição e aplicação dos padrões no decreto; 6 Apresentações, reuniões e discussões com as secretarias do município afins e diversas entidades, na busca de democratizar as intenções e obter contribuições; 7 Adequações com base nas sugestões advindas das apresentações e formatação final do projeto e assinatura do Decreto; 8 Divulgação, sensibilização da comunidade, formação de parcerias e fiscalização. O Programa Caminhe Legal prevê resultados imediatos, de curto e médio prazo após a promulgação do Decreto Municipal, que ocorreu em 8 de julho de 2011: Prazo imediato: exigência da implantação do padrão indicado na aprovação de projetos, licenciamento de obras, habite-se; divulgação e conscientização; implementação do Padrão Especial 1: revitalização da Avenida Rio Branco (canteiro central) e revitalização da Vila Belga; Curto prazo: criação de parcerias com instituições financeiras e o comércio local, para auxiliar no financiamento e execução dos passeios adaptados aos padrões propostos; implantação dos novos padrões nos passeios das edificações públicas, para demonstrar a aplicação do decreto e esses servirem de referência. Fiscalizar a acessibilidade e a manutenção dos passeios existentes, quando esses estiverem com área superior a 30% danificada, será solicitado adequação ao padrão previsto. Médio prazo: complementação da implementação do Padrão Especial 1, pelo poder público e parceiros, implantação dos novos padrões nas demais edificações públicas; promoção de educação continuada, sensibilizando a comunidade e elaborando material de divulgação; exigência de adaptação dos passeios existentes ao novo padrão; fiscalização constante. O programa é um processo contínuo e transcende o intuito de padronização dos passeios, pois proporciona uma ação conjunta da administração municipal e da comunidade na qualificação da paisagem urbana e da acessibilidade aos espaços públicos. Dessa forma, o executivo municipal cumpre seu papel de porta-voz natural 31 dos interesses e das reivindicações. Implementa os programas previstos no PDDUA, promovendo um cenário urbano de ambiência qualificada e que, em conjunto com demais ações ainda previstas, resultará em uma cidade mais acessível, funcional, confortável, segura e bela para todos os santa-marienses.