Os percursos de visitas guiadas do Museu de
Mértola – definições e conteúdos
Lígia Rafael
28 de Junho 2010
Índice
Introdução
1. Os serviços educativos dos museus e a educação
2. A importância da formação dos guias/monitores
3. Estratégia de implementação dos serviços educativos no Museu de
Mértola
4. Reformulação dos percursos de visitas guiadas
Objectivos
Público-alvo
Os percursos temáticos
Percurso 1 - Museu de Mértola
Percurso 2 – Período Islâmico I
Percurso 3 – Período islâmico II
Percurso 4 – Período Romano e Antiguidade Tardia
Percurso 5 – Centro Histórico de Mértola
Percurso 6 – Complexo Mineiro da Mina de S. Domingos
Custos
Contactos
Percursos 1, 2, 3, 4, 5
Percurso 6
Divulgação
Formação aos técnicos do Museu de Mértola e Posto de Informação Turística
Divulgação através de mailing
O folheto do Museu de Mértola
O folheto dos serviços educativos
2
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Considerações gerais
Bibliografia
Anexos
3
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Introdução
“A noção de «serviço educativo» (…), corresponde a uma estrutura organizada,
dotada de recursos mínimos, designadamente pessoal, inscrita organicamente no museu em
que se insere, mesmo que de maneira informal, que desenvolve acções dirigidas ao público,
com objectivos educativos. Ao serviço educativo compete o cumprimento da função
museológica de educação, uma das indispensáveis funções inerentes ao conceito de museu,
que se articula com as restantes funções museológicas de estudo e de investigação, de
incorporação, de inventário e de documentação, de interpretação e de exposição” 1 .
A Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto, que aprova a Lei-Quadro dos Museus
Portugueses, no artigo 42º Educação refere “1- o museu desenvolve de forma
sistemática programas de mediação cultural e actividades educativas que contribuam para o
acesso ao património cultural e ás manifestações culturais; 2 – o museu promove a função
educativa no respeito pela diversidade cultural tendo em vista a educação permanente, a
participação da comunidade, o aumento e a diversificação dos públicos; 3 – os programas
referidos no n.º 1 do presente artigo são articulados com as políticas públicas sectoriais
respeitantes à família, juventude, apoio às pessoas com deficiência, turismo e combate à
exclusão social”.
A mesma Lei refere ainda no artigo 43º - Colaboração com o sistema de ensino,
no n.º 1 que, “o museu estabelece formas regulares de colaboração e de articulação
institucional com o sistema de ensino no quadro das acções de cooperação geral
estabelecidas pelos Ministérios da Educação, da Ciência e do Ensino Superior e da Cultura,
podendo promover também autonomamente a participação e frequência dos jovens nas suas
actividades (…)”.
Os museus são espaços de sociabilidade que potenciam a troca de ideias
promovem a aprendizagem social e cultural. O contacto entre os indivíduos e aos
CAMACHO, Clara Frayão, “ Serviços Educativos na Rede Portuguesa de Museus: panorâmica e
perspectivas” in, Serviços Educativos na Cultura, pg. 28.
1
4
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
objectos ou os espaços é um processo privilegiado de troca e desenvolvimento de
experiências.
O Museu de Mértola pelas suas características de museu polinucleado, com
núcleos dispersos pela Vila de Mértola, que integram alguns deles estruturas
arqueológicas in situ e com uma colecção que abraça desde o século I até ao século
XX, abrangendo as áreas da arqueologia, arte e etnografia, detém um manancial
por explorar quase ilimitado em termos sócio-educativos. Por outro lado, as suas
características especificas, relacionadas com esta dispersão logística e temática
levantam também algumas dificuldades nomeadamente ao nível da adaptação dos
espaços físicos ás actividades dos serviços educativos, à disponibilidade de
recursos humanos e financeiros e ao delineamento de uma estratégia que permita
abarcar todas as temáticas e os diversos tipos de públicos.
O Museu de Mértola é um espaço que deve actuar como repositório da
identidade da gentes e do território de Mértola pelo que, os serviços educativos do
Museu terão que desenvolver, em primeiro lugar, acções direccionadas para a
população local onde esta se aproprie dos espaços museológicos, os entenda como
seus e que a eles traga os seus descendentes e amigos.
1. Os serviços educativos dos Museus e a educação
“Os museus são “altos lugares da memória” que recolhem, conservam e apresentam
as imagens e os objectos com os quais uma comunidade estrutura e organiza segmentos ou
paráfrases, seja da memória colectiva das sociedades ou dos grupos que a constituem, seja
da memória histórica elaborada pelas elites académicas e científicas. Os nossos objectos são
muito claros: alargar a função do museu de incontornável lugar de memória em espaço de
encontro social. Transformando-o num actor social privilegiando junto das comunidades,
tornando-o também num lugar de criação e um lugar de parcerias estratégicas para o
desenvolvimento cultural” 2 .
2
Ana Duarte, “Museus e Comunidades” in, Serviços Educativos na Cultura, pg. 79.
5
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Tendo em conta a estreita relação entre memória colectiva, território e
objecto qualquer projecto educativo, principalmente no meio rural, em que os seus
habitantes estão completamente desligados da cultura de elite, da arte ou dos
museus, deve ter em conta a comunidade local e as suas especificidades para que a
acção educativa e pedagógica constitua um pólo de atracção no museu. O museu
deve transformar-se num local de encontro, de partilha e de transmissão de
saberes.
Esta partilha e transmissão de saberes está intimamente relacionada com a
educação no sentido em que pode aproximar grupo etários, criar laços, motivar
interesses e permitir a partilha de experiências e vivências. As escolas como locais
de educação por excelência são os principais veículos de transmissão de valores e
princípios e pode ser um importante aliado dos museus na prossecução de um
objectivo comum: educar para a vida e para a cidadania com valores baseados na
partilha, experiência e conhecimentos das raízes.
O Museu deve dispor de meios que possibilitem criar uma ponte entre os
seus espaços expositivos, de estudo e de conservação, e o universo escolar. As
acções devem ser direccionadas para os diferentes tipos de público que passam
por diferentes faixas etárias, diferentes backgrounds culturais e intelectuais,
diferentes crenças e religiões. Devem também ter em conta as características
geográficas e sociais do território e das suas gentes de forma a trabalhar as suas
particularidades e carências e transformá-las em elementos agregadores e de
proximidade.
Por outro lado, os técnicos dos museus envolvidos nas actividades
educativas devem conhecer os programas e conteúdos dos diferentes níveis
escolares de forma a ir de encontro a eles no momento de definição de acções e
actividades. Por outro lado, a escola deve entender o museu como local
privilegiado de conhecimento e desenvolver esforços no sentido de perceber a
forma como as suas colecções e estudos podem ir de encontro aos conteúdos
programáticos, não só no que se relaciona com as matérias a leccionar mas
também em termos de educação para a cidadania e para a vida.
6
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Conhecer as raízes e entender o património, no seu sentido mais lato, como
um factor de pertença e identidade, é meio caminho para uma educação e vivência
baseada na partilha e no respeito pelos outros. Neste sentido o Museu tem um
papel fundamental na educação dos indivíduos e é mais uma ferramenta a
utilizar. A articulação de um projecto educativo entre as escolas e as unidades
museológicas é muito mais que simples visitas guiadas: perceber o que é o museu,
a forma como ele se integra e relaciona com o território e a comunidade, é um
elemento imprescindível no processo de crescimento dos indivíduos e da
comunidade.
Este processo educacional vai mais longe já que é inter-geracional e pode
levar pais e filhos ao museu, fortalecendo os laços familiares o que,
consequentemente, terá fortes repercussões na sociedade local. Este processo de
apropriação das memórias e da história local vai ainda mais longe uma vez que
permite um conhecimento e relacionamento estreito entre o indivíduo, o território
e a memória, abrindo os seus horizontes e atribuindo-lhe novos mecanismos de
integração, desenvolvimento e inovação que contribuirão de forma inequívoca
para o desenvolvimento local.
Muito se tem evoluído nos últimos tempos em temos da definição de
programas educativos, não só nos grandes museus mas também nos museus
locais. Existem ainda alguns equívocos no que diz respeito aos públicos a abranger
pelos serviços educativos já que, frequentemente só se relacionam estes serviços
com as crianças e jovens em idade escolar. Este equívoco deve ser desfeito e
fortemente combatido no sentido de fazer ver que os serviços educativos e o
programa educativo de uma unidade museológica deve ser abrangente e
direccionado para todos, tendo um importante papel a desempenhar na criação de
acessibilidades para todos.
A criação de acessibilidades deve ser aqui entendida no seu sentido mais
lato, já que permite aproximar grupos marginalizados e diferenciados. Deve criar
condições para a eliminação de todo o tipo de barreiras que não só as físicas, deve
criar condições para que sejam anuladas também as barreiras intelectuais,
culturais, linguísticas, religiosas, entre outras.
7
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
De uma forma geral, o museu deve funcionar com elemento agregador que
permite a utilização e desenvolvimento de mecanismos de aprendizagem nas mais
diversas áreas e vertentes, sejam elas culturais, sociais ou outras. Os serviços
educativos devem ser estruturados para ir de encontro aos problemas e
necessidades dos indivíduos de forma a contribuir para a sua educação e formação
intelectual e cívica.
2. A importância da formação dos guias/monitores
A necessidade de implementar serviços educativos estruturados e
capacitados para desenvolver acções que respeitem as colecções e que a elas digam
respeito implica, sem dúvida, a constituição de uma equipa com formação
especializada, multifacetada, motivada e com forte espírito de trabalho colectivo.
Pelos motivos já acima apontados não é possível criar um serviço só dedicado à
parte educativa do Museu de Mértola, este constrangimento não deve no entanto
invalidar a realização de acções põe parte da equipa já existente.
As acções levadas a cabo pelo Museu de Mértola, na sua grande maioria
representadas pelas visitas guiadas a grupos organizados, têm sido realizadas
pelos funcionários do Museu (vigilantes-recepcionistas) e pelas funcionárias do
Posto de Informação Turística. Tanto os coordenadores como os funcionários
envolvidos têm noção das suas limitações e necessidades tendo por isso sido,
desde logo, valorizada a realização de acções de formação para colmatar as
lacunas detectadas.
Foram realizadas diversas acções de formação direccionadas para a
realização de actividades no âmbito dos serviços educativos (visitas guiadas e
acções de animação), para a definição de percursos e seus conteúdos, e para o
aprofundamento de conhecimentos acerca da história local. Para além disso, os
funcionários têm também realizado formação noutras áreas importantes como as
línguas estrangeiras (inglês e espanhol). Estas acções têm contribuído claramente
para o crescimento pessoal e profissional dos envolvidos e têm tido como
8
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
principal
impacto
a
melhoria
do
serviço
prestado
e
contirbuido,
consequentemente, para a melhoria da imagem do Museu e da Câmara.
Neste âmbito e com as limitações de recursos que temos a formação é
claramente assumida como essencial e indissociável da actividade dos serviços
educativos.
3. Estratégia de implementação dos serviços educativos no Museu de
Mértola
Não podendo afirmar que o Museu de Mértola dispõe de um serviço
educativo estruturado, não podemos também dizer que é inexistente. Desde a
constituição do primeiro núcleo museológico do Museu de Mértola que a
preocupação com a informação disponibilizada ao visitante tem sido uma
constante, não só através do discurso expositivo mas, principalmente, através da
abertura permanente dos núcleos e da realização de visitas guiadas ou orientadas.
Estas visitas, quer realizadas pelos funcionários/colaboradores do Museu,
tanto por parte da Autarquia como do Campo Arqueológico de Mértola, quer
pelas funcionárias do Posto de Informação Turística têm sido, e são, uma das
principais e mais importantes tarefas do Museu.
O aumento do número de núcleos museológicos e das temáticas abordadas,
a par do trabalho de investigação e divulgação do património cultural e natural do
Concelho de Mértola, tem significado também o aumento do número de visitantes
e consequente aumento da exigência em termos de funcionamento e atendimento
ao público. Assim, e tendo em conta a evolução da museologia e da adequação aos
novos tempos e a novas exigências da sociedade, também o Museu de Mértola se
tem tentado adaptar.
Tendo em conta as limitações existentes, directamente relacionadas com
questões logísticas e de recursos humanos e financeiros, as acções desenvolvidas
têm passado de uma forma claramente assumida pela realização de algumas
acções desenvolvidas pelos funcionários existentes, tanto ao nível da concepção e
coordenação como da execução.
9
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Foi também claramente assumida a impossibilidade de constituir um
serviço autónomo que se dedicasse somente ao desenvolvimento de acções no
âmbito dos Serviços Educativos do Museu. Por este motivo, as acções a
desenvolver teriam que ser assumidas pelos funcionários existentes que não
tinham qualquer formação específica nesta área. Com o objectivo de minimizar e
ultrapassar este problema têm vindo a ser realizadas, desde o ano de 2008,
diversas acções de formação em diversas áreas de forma a permitir aos
funcionários a familiarização com esta actividade específica ao mesmo tempo que
adquirem competências específicas.
Nos anos de 2008, 2009 e 2010 foram realizadas diversas acções de
formação, com especialistas em serviços educativos, como é o caso da Dr.ª Ana
Duarte 3 , e com especialistas em diversas temáticas relacionadas com a história
local como é o caso da Doutora Susana Gómez Martinez 4 e do Mestre Virgílio
Lopes 5 , investigadores do Campo Arqueológico de Mértola, e da Dr.ª Isabel
Campos 6 , Directora da Escola Profissional ALSUD.
Para além das acções de formação organizadas internamente pelo Museu, os
funcionários e colaboradores têm sido incentivados a assistir a outras acções de
formação noutras instituições e locais, sempre que estas estejam directamente
relacionadas com o seu trabalho e contribuam para a melhoria do seu desempenho
em termos individuais e colectivos.
Foram realizadas duas acções de formação: Museus e Comunidades, desenvolvida em três sessões
de 6 horas cada, em 7 e 14 de Abril e 26 de Maio de 2008 e Museus e Turismo, que estratégias?,
realizada em 17 de Maio de 2010 (7 horas).
3
Foram realizadas quatro acções de formação: Projecto Mercator: Conteúdos e Produtos elaborados no
âmbito do Projecto MERCATOR, em 17 de Janeiro de 2009 (com a duração de 2 horas e 30 minutos);
Mértola Islâmica I e II, realizadas respectivamente em 11 de Maio e 18 de Novembro de 2009 (com a
duração de 2 horas cada acção), e conjuntamente com a Dr.ª Isabel Campos, a formação Baú de
Aladino - Maleta Pedagógica do Período Islâmico, realizada em 14 de Abril de 2010 (com a duração de 2
horas).
4
Mértola Romana e na Antiguidade Tardia, realizada em 16 de Dezembro de 2009, com a duração de 2
horas e 30 minutos.
5
Acção de formação sobre a maleta pedagógica do período islâmico realizada conjuntamente com a
Doutora Susana Gómez Martinez em 14 de Abril de 2010 na Escola Profissional ALSUD.
6
10
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Por outro lado, tendo em conta o elevado número de visitas realizadas e
conhecendo as dificuldades inerentes à sua realização foi elaborado um
Regulamento 7 que permitisse a regulamentação deste serviço, tanto ao nível da
estruturação das visitas como ao nível do funcionamento, no que se relaciona com
questões de carácter prático como a definição dos destinatários, os objectivos
específicos, a calendarização e as marcações e os custos.
Já tinham sido identificados pelos funcionários e coordenadora do Museu
algumas dificuldades relacionadas com as visitas guiadas, nomeadamente a
extensão do percurso, a dificuldade de transmissão de informação a determinados
grupos, principalmente a crianças e seniores, e a necessidade de adequar os
conteúdos às necessidades específicas dos grupos. Era perceptível que, devido à
especificidade do Museu de Mértola, com núcleos disseminados pelo Centro
Histórico e periferia de Mértola por um lado, e à necessidade de explorar de forma
mais adequada as potencialidades dos núcleos museológicos, teriam que ser
criados percursos temáticos relacionados com as evidencias históricas e culturais
fornecidas pelos discurso expositivo do Museu e pela própria Vila enquanto
elemento enquadrador.
Assim, com o objectivo de melhor aproveitar as potencialidades dos 10
núcleos museológicos existentes, de diminuir a duração do percurso que incluía a
visita a todos os núcleos, e de criar uma nova atractividade em termos de visita,
foram delineados 6 percursos, estruturados tendo em conta os diferentes períodos
da história, de forma a incutir uma nova dinâmica e um novo incentivo à visita
guiada a Mértola, podendo esta ser também direccionada para diferentes tipos de
públicos.
Por outro lado, tendo em conta o desenvolvimento de um projecto de
implementação de visitas audioguiadas, foi também elaborado um regulamento 8
de disponibilização deste equipamento, de forma a permitir ao visitante, por si só,
fazer uma visita a todo o circuito patrimonial de Mértola, com recurso a
Regulamento aprovado em Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mértola realizada em 7
de Abril de 2010.
8 Regulamento de utilização aprovado em Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mértola
realizada em 17 de Dezembro de 2008.
7
11
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
informação detalhada sobre todos os pontos de interesse, não só em língua
portuguesa mas também em língua inglesa 9 , com uma versão para crianças, para
que a fruição seja total e incentive a um aprofundamento dos conhecimentos,
nomeadamente através da visita aos núcleos museológicos e a outros locais de
interesse como o Convento de S. Francisco, a Mina de S. Domingos e Pomarão e
outros pontos de interesse cultural e natural.
A reestruturação levada a cabo pelo Museu em termos de visitas guiadas e
de outros tipos de serviços não estará completa sem que se proceda a uma correcta
estratégia de divulgação. Assim, a estratégia de divulgação proposta passa pela
execução de um folheto do Museu de Mértola com informação acerca de todos os
núcleos museológicos e por um folheto específico sobre os serviços educativos do
Museu onde existirá informação específica acerca dos 6 percursos. A divulgação
passará também pelo contacto com as escolas no sentido de dar a conhecer os
novos percursos para que melhor se adequem as visitas aos currículos escolares.
Ainda neste âmbito, e tendo como objectivo a disponibilização da maleta
pedagógica do período islâmico às escolas do 1º Ciclo do Concelho de Mértola,
numa primeira fase 10 , será elaborado um regulamento que defina as normas de
utilização deste instrumento pedagógico e permita também relacionar esta
utilização com visitas ao Museu e programação de outras actividades com o
público escolar.
De referir ainda a importância das parcerias ao nível do desenvolvimento
de acções educativas como forma de rentabilizar recursos e optimizar resultados.
Estas parcerias existem tanto entre serviços da autarquia (principalmente, entre a
Divisão de Cultura, Desporto e Turismo e Divisão Sócio-Educativa), mas também
com outras instituições como é o caso do Campo Arqueológico de Mértola, a
Escola profissional ALSUD, a MERTURIS – Empresa Municipal de Turismo e o
Grupo de Teatro Wadi-Actos.
9
Esta em fase de candidatura a financiamento a introdução de conteúdos em espanhol e francês.
10 Numa segunda fase a maleta poderá ser disponibilizada para outras escolas, fora do Concelho de
Mértola, sendo para isso necessário criar mecanismos de organização e disponibilização.
12
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
O Museu está ainda aberto a outras parcerias com instituições do Concelho,
algumas já convidadas a participar nas acções de formação realizadas, como é o
caso da Santa Casa da Misericórdia, do Clube Náutico, da Associação de Defesa do
Património e do Parque Natural do Vale do Guadiana, não sendo também de
excluir parcerias e colaborações com outras instituições exteriores ao Concelho,
sejam outras unidades museológicas, instituições culturais, autarquias, associações
ou empresas.
O percurso de implementação dos serviços educativos do Museu de Mértola
tem sido lento e sinuoso no entanto, não devemos desvalorizar o seu principal
objectivo que é, de uma forma geral, obter resultados sólidos que permitam o
desenvolvimento de um trabalho de qualidade, devidamente estruturado e
“maduro” para a concretização de novas iniciativas. De ressalvar o empenhamento
dos funcionários e colaboradores que têm desenvolvido esforços no sentido de se
adaptar a estas novas funções, facto claramente atestado através de uma grande
motivação e interesse em melhorar a qualidade do serviço prestado.
4. Reformulação dos percursos de visitas guiadas
A reformulação da estrutura de visitas guiadas disponibilizadas pelo Museu
insere-se na estratégia de implementação dos serviços educativos do Museu de
Mértola e tem como principal objectivo contribuir para uma melhor divulgação do
seu acervo através da transmissão de informação de uma forma mais eficaz, e
direccionada a diferentes tipos de público.
De uma forma geral, e numa primeira fase, pretende-se dinamizar e
dignificar as visitas guiadas dando-lhe uma cunho mais educativo e direccionado a
distintos grupos, definindo percursos relacionados com diferentes temáticas, que
permitam ao visitante a apreensão de informação básica acerca da herança
histórica e cultural do Concelho de Mértola.
13
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.1. Objectivos
A criação de diferentes percursos de visita permite melhor adaptar os
conteúdos aos grupos específicos, tanto em termos de grupos etários como de
diferentes níveis intelectuais e culturais, mas possibilita também uma melhor
rentabilização de recursos com o objectivo de melhorar a qualidade do serviço
prestado, dando uma melhor imagem do trabalho realizado e do empenhamento
da Autarquia no aumento da qualidade do serviço que presta ao público.
4.2. Público-alvo
Os percursos temáticos definidos destinam-se a grupos organizados,
abarcando diversas faixas etárias e níveis de conhecimento, privilegiando o
público escolar. As marcações deverão ser efectuadas com antecedência e tendo
em conta o que se encontra definido no regulamento e deverão ser constituídos
por um mínimo de 10 e um máximo de 30 pessoas.
4.3. Os percursos temáticos
Os percursos integram total ou parcialmente o circuito patrimonial de
Mértola e o complexo mineiro da Mina de S. Domingos. A selecção de cada
percurso por parte do grupo visitante implica da parte do guia um total
envolvimento e noção de responsabilidade de forma a transmitir de forma
adequada e clara a informação.
O visitante 11 tem o direito de aceder a todos os locais que integrem o
percurso seleccionado pelo que, para cada visita o guia deve informar-se e
actualizar-se acerca de todos os detalhes de funcionamento de forma a responder a
dúvidas e reclamações, sempre na perspectiva de melhorar a qualidade do serviço
prestado, tanto numa perspectiva de trabalho individual como de imagem
colectiva do Museu e da Autarquia. Para isso deve também aprofundar e
actualizar os seus conhecimentos acerca de cada local e de toda a investigação
realizada sobre Mértola Vila Museu.
11 Os direitos e deveres do visitante no que se refere às visitas guiadas estão expressos no
Regulamento (ver cópia em anexo).
14
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Por outro lado, e também numa perspectiva de melhoria a Autarquia deve
proporcionar aos funcionários integrados neste serviço formação e meios para que
desenvolvam da melhor forma as acções educativas e outras inerentes às suas
funções.
4.3.1. Percurso 1 - Museu de Mértola
Este percurso destina-se somente a grupos de adultos que manifestem
especial interesse em realizar a visita completa aos núcleos museológicos do
Museu de Mértola e integra a visita à Oficina de Tecelagem, Igreja Matriz (Antiga
Mesquita), Alcáçova, Castelo, Forja do Ferreiro, Arte Islâmica, Arte Sacra, Casa
Romana e Basílica Paleocristã, tendo a duração de 3 horas.
Guião da Visita
Ponto 1 - Oficina de Tecelagem:
- Importância da actividade da tecelagem e sua importância no Concelho de
Mértola;
- Relacionar esta actividade com a produção de ovinos na região;
15
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Relacionar os motivos das mantas de lã com os motivos decorativos da
cerâmica islâmica;
- Realçar a importância da Oficina de Tecelagem para a preservação desta
actividade tradicional;
- Referir a importância de manter a oficina e o núcleo museológico no
mesmo espaço como forma de preservação e valorização da actividade, seus
instrumentos, produtos e intervenientes.
Ponto 2 – Igreja Matriz (antiga Mesquita):
- Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização
como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período
islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e
período romano;
- Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área
da Igreja, portas e mihrab);
- Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis
romanos/antiguidade tardia).
- Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com
poucas alterações à mesquita islâmica;
- Obras realizadas no século XVI que deram à Igreja o aspecto que mantém
actualmente (telhado de duas águas, portal principal, etc.);
- Obras da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais em meados dos anos
50 do Século XX que redescobriram o mihrab e as portas de arco em ferradura (até
aí entaipadas) e destruíram a sacristia lateral construindo a sacristia nas traseiras;
remoção de pinturas e outros elementos religiosos e artísticos que se encontram no
núcleo de Arte Sacra.
Ponto 3 – Circuito de Visitas da Alcáçova:
- Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em
Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e
valorização patrimonial na Vila e Concelho;
16
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação
com o Castelo e a Mesquita.
- Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis
arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período
islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério
até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona
escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente
acondicionados e em fase de estudo);
- Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico;
- Referir a grandiosidade do palácio episcopal facto atestado através da
excepcionalidade dos mosaicos e dos seus motivos decorativos (cronologia,
motivos decorativos e influências bizantinas);
- Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos;
referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo
de Arte Islâmica)
- Complexo baptismal (cronologia, dados acerca da funcionalidade e ligação
com as restantes estruturas do pórtico onde se encontram os mosaicos).
Ponto 4 - Castelo e núcleo da Torre de Menagem:
- Importância estratégica do castelo;
- Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de
Menagem em 1292);
- Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência
aos materiais islâmicos exumados (século XIX).
- Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de
Menagem;
- Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura
remodelação prevista.
- Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do
castelo e das muralhas.
17
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Ponto 5 - Forja do Ferreiro:
- Construção tradicional: taipa, telhado de caniço e telha mourisca.
- Importância da localização: antiga Rua da Afreita que contava com a
existência de diversas oficinas ligadas ás actividades tradicionais.
- Importância da profissão de ferreiro relacionada com diversas actividades
como a agricultura, a pecuária e as actividades domésticas (reparações).
- O ferreiro como homem sábio e muito respeitado em termos sociais.
- Núcleo museológico inaugurado em Junho de 2001, depois da aquisição
por parte da Autarquia do espólio e do edifício (referir que exposto só se encontra
parte do espólio e que foi mantida a disposição original dos objectos);
- O Ti Brito e a Dona Florinda sua filha como últimos representantes desta
actividade na Vila de Mértola (faleceu em 1986 e manteve-se em actividade até
inícios dos anos 80 do século XX).
Ponto 6 – Arte Islâmica:
- O edifício (recuperação do antigo celeiro da Casa de Bragança datado do
século XVIII; núcleo inaugurado em Dezembro de 2001);
- A colecção: representativa das intervenções realizadas em Mértola,
principalmente na Alcáçova.
- O documentário acerca das permanências e influências islâmicas na
cultura local;
- Organização da exposição por núcleos temáticos relacionados com a
funcionalidade dos objectos;
- A casa islâmica e os contentores (talhas);
- A cerâmica de corda seca;
- A epigrafia fúnebre;
- A mesquita;
- Cerâmica de luxo (parto da cena de e restantes elementos da vitrine onde
este se encontra);
- Percorrer a exposição a iniciar pela esquerda chamando a atenção para as
formas e funções dos objectos cerâmicos, metálicos, vítreos de osso trabalhado;
18
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
chamar também à atenção para a permanência de formas e funções ao longo dos
tempos.
Ponto 7 – Arte Sacra:
- A Igreja da Misericórdia (edifício do século XVII onde anteriormente se
encontrava a Igreja de S. Tiago)
- Adaptada a espaço museológico desde os inícios dos anos 80 onde se
realizaram exposições dos materiais recolhidos das intervenções arqueológicas e
da colecção de arte sacra recuperada das igrejas do Concelho de Mértola;
- Referir a recolha de objectos sacros como forma de preservação
(encontravam-se em igrejas votadas ao abandono e em perigo de perda devido ao
roubo e à degradação);
- Núcleo museológico inaugurado em Abril de 2001;
- Colecção de imaginária religiosa e alfaias litúrgicas representativa dos
séculos XV a XVIII.
Ponto 8 - Casa Romana:
- Referir a existência do núcleo museológico no edifício dos Paços do
Concelho (incêndio em inicio dos anos 80 e obras de recuperação que puseram a
descoberto as estruturas da casa Romana datada do século IV d.C.):
- Primeiro núcleo museológico do museu de Mértola, inaugurado em 1989.
- Organização espacial da casa romana: impluvium central e restantes
compartimentos à volta (possível casa dedicada a actividade comercial – relação
com a principal rua da cidade e com a proximidade do porto comercial – zona da
Torre do Rio).
- Materiais metálicos (referência às moedas cunhadas em Mértola, ao
armamento e a outros objectos do quotidiano);
- Elementos arquitectónicos;
- Epigrafia funerária,
- Estatuária (referir a estátua que se encontra no impluvium);
19
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Materiais cerâmicos (formas e tipologias fazendo especial referência às
ânforas e às sigillatas).
Ponto 9 - Basílica Paleocristã:
- Núcleo museológico inaugurado em 1993. Trata-se de um museu de sítio
que corresponde à musealização das estruturas de um basílica com vestígios de
utilização entre o século v e VIII d.C.;
- Explicar a volumetria e planta da antiga basílica,
- Diferenças entre a necrópole islâmica e paleocristã;
- Explicação de alguns objectos exumados: lacrimário, lucernas, fivelas e
brincos,
- Referência à existência de necrópoles de períodos anteriores fazendo
referência à lápide da Idade do Ferro;
- Fazer referência à lápide judaica, única em Portugal;
- Explicar que as restantes lápides expostas correspondem à colecção mais
importante de epigrafia funerária do período paleocristão.
Bibliografia recomendada:
BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, Imaginária de Mértola. Tempos, Espaços e
Representações, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1998.
IDEM, Museu de Mértola – Porta da Ribeira-Arte Sacra, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2001.
GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta
Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
IDEM, Mértola Arqueológica – 2003-2008, Mértola, Câmara Municipal de Mértola,
2008.
LOPES, Virgílio, Mértola na Antiguidade Tardia. A topografia histórica da cidade e do
seu território nos alvores do cristianismo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola,
2003.
20
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro
da Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996.
MACIAS, Santiago e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola,
Campo Arqueológico de Mértola, 2001.
MACIAS, Santiago et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2002.
IDEM, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo Arqueológico de
Mértola, 2005.
TORRES, Cláudio e ALVES, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 1989.
TORRES, Cláudio et alli, Museu de Mértola – Núcleo do Castelo, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 1991.
TORRES, Cláudio e MACIAS, Santiago, Museu de Mértola: Basílica Paleocristã,
Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1993.
TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do
Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de
Mértola, 2008.
21
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
22
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.3.2. Percurso 2 - Período Islâmico I
Neste percurso pretende-se abordar somente o período islâmico em Mértola
pelo que os conteúdos devem ser mais cuidados e aprofundados, adaptados à
maleta pedagógica que será utilizada no final da visita para sistematizar
informação e aplicar conhecimento de uma forma lúdica. A informação
disponibilizada deve ir de encontro aos conteúdos da maleta pedagógica de forma
a permitir a fácil percepção por parte dos intervenientes. O percurso tem a duração
de 2 horas e inclui a visita à Igreja Matriz (Antiga Mesquita), Alcáçova e arte
Islâmica onde se desenvolverá a actividade com a maleta pedagógica. Este
percurso destina-se a alunos do 1º Ciclo e 2ª Ciclo, com idades compreendidas
entre os 6 e os 12 anos.
Esta actividade será realizada por duas pessoas: a primeira irá ao encontro
do grupo no posto de Informação Turística e fará a visita à igreja e alcáçova e o
percurso até ao núcleo de Arte islâmica; enquanto esta parte da visita decorre o
segundo elemento preparará a actividade com a maleta e fará a visita ao núcleo de
23
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
arte islâmica. A segunda parte, ou seja, a actividade com a maleta pedagógica será
desenvolvida com os dois elementos da equipa que terão que se articular para que
a actividade se desenrole da melhor forma e com o envolvimento das crianças.
Guião de Visita:
Ponto 1 – Igreja Matriz (antiga Mesquita):
- Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização
como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período
islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e
período romano;
- Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área
da Igreja, portas e mihrab);
- Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis
romanos/antiguidade tardia).
- Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com
poucas alterações à mesquita islâmica;
- Obras realizadas no século XVI que deram à Igreja o aspecto que mantém
actualmente (telhado de duas águas, portal principal, etc.);
- Obras da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais em meados dos anos
50 do Século XX que redescobriram o mihrab e as portas de arco em ferradura (até
aí entaipadas) e destruíram a sacristia lateral construindo a sacristia nas traseiras;
remoção de pinturas e outros elementos religiosos e artísticos que se encontram no
núcleo de Arte Sacra.
Ponto 2 – Circuito de Visitas da Alcáçova:
- Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em
Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e
valorização patrimonial na Vila e Concelho;
- Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação
com o Castelo e a Mesquita.
24
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis
arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período
islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério
até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona
escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente
acondicionados e em fase de estudo);
- Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico;
- Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos;
referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo
de Arte Islâmica).
Ponto 3 – Arte Islâmica:
- A colecção: representativa das intervenções realizadas em Mértola,
principalmente na Alcáçova.
- O documentário acerca das permanências e influências islâmicas na
cultura local;
- A casa islâmica e os contentores (talhas);
- A cerâmica de corda seca;
- A epigrafia fúnebre;
- A mesquita;
- Cerâmica de luxo (parto da cena de e restantes elementos da vitrine onde
este se encontra);
- Percorrer a exposição a iniciar pela esquerda chamando a atenção para os
objectos e temática relacionadas com as actividades da maleta pedagógica.
- Actividades com a maleta que culminarão com o chá.
Bibliografia recomendada:
Caderno de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica – “O Baú de Aladino” – Manual de
Instruções, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d.
GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta
Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
25
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Herança e Cultura Islâmica. Caderno de Textos de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica
– “O Baú de Aladino”, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d.
IDEM, Museu de Mértola: Cerâmica de Corda Seca, Mértola, Campo o Arqueológico
de Mértola, 2002.
MACIAS, Santiago e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola,
Campo Arqueológico de Mértola, 2001.
MACIAS et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de
Mértola, 2002.
MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro da
Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996.
TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do
Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de
Mértola, 2008.
26
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
27
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.3.3. Percurso 3 - Período Islâmico II
Este percurso destina-se a todos os grupos etários e inclui uma visita
exclusivamente dedicada ao período islâmico em Mértola e às suas especificidades.
Tem uma duração de duas horas e inclui a visita à Oficina de Tecelagem, Igreja
Matriz (Antiga Mesquita), Alcáçova, Castelo e Arte islâmica.
Guião da Visita:
Ponto 1 - Oficina de Tecelagem:
- Importância da actividade da tecelagem e sua importância no Concelho de
Mértola;
- Relacionar esta actividade com a produção de ovinos na região;
- Relacionar os motivos das mantas de lã com os motivos decorativos da
cerâmica islâmica;
- Realçar a importância da Oficina de Tecelagem para a preservação desta
actividade tradicional;
- Referir a importância de manter a oficina e o núcleo museológico no
mesmo espaço como forma de preservação e valorização da actividade, seus
instrumentos, produtos e intervenientes.
28
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Ponto 2 – Igreja Matriz (antiga Mesquita):
- Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização
como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período
islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e
período romano;
- Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área
da Igreja, portas e mihrab);
- Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis
romanos/antiguidade tardia).
- Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com
poucas alterações à mesquita islâmica;
- Obras realizadas no século XVI que deram à Igreja o aspecto que mantém
actualmente (telhado de duas águas, portal principal, etc.);
- Obras da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais em meados dos anos
50 do Século XX que redescobriram o mihrab e as portas de arco em ferradura (até
aí entaipadas) e destruíram a sacristia lateral construindo a sacristia nas traseiras;
remoção de pinturas e outros elementos religiosos e artísticos que se encontram no
núcleo de Arte Sacra.
Ponto 3 – Circuito de Visitas da Alcáçova:
- Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em
Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e
valorização patrimonial na Vila e Concelho;
- Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação
com o Castelo e a Mesquita.
- Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis
arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período
islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério
até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona
escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente
acondicionados e em fase de estudo);
29
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico;
- Referir a grandiosidade do palácio episcopal facto atestado através da
excepcionalidade dos mosaicos e dos seus motivos decorativos (cronologia,
motivos decorativos e influências bizantinas);
- Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos;
referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo
de Arte Islâmica)
- Complexo baptismal (cronologia, dados acerca da funcionalidade e ligação
com as restantes estruturas do pórtico onde se encontram os mosaicos).
Ponto 4 - Castelo e núcleo da Torre de Menagem:
- Importância estratégica do castelo;
- Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de
Menagem em 1292);
- Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência
aos materiais islâmicos exumados (século XIX).
- Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de
Menagem;
- Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura
remodelação prevista.
- Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do
castelo e das muralhas.
Ponto 5 – Arte Islâmica:
- O edifício (recuperação do antigo celeiro da Casa de Bragança datado do
século XVIII; núcleo inaugurado em Dezembro de 2001);
- A colecção: representativa das intervenções realizadas em Mértola,
principalmente na Alcáçova.
- O documentário acerca das permanências e influências islâmicas na
cultura local;
30
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Organização da exposição por núcleos temáticos relacionados com a
funcionalidade dos objectos;
- A casa islâmica e os contentores (talhas);
- A cerâmica de corda seca;
- A epigrafia fúnebre;
- A mesquita;
- Cerâmica de luxo (parto da cena de e restantes elementos da vitrine onde
este se encontra);
- Percorrer a exposição a iniciar pela esquerda chamando a atenção para as
formas e funções dos objectos cerâmicos, metálicos, vítreos de osso trabalhado;
chamar também à atenção para a permanência de formas e funções ao longo dos
tempos.
Bibliografia recomendada:
GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta
Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Museu de Mértola: Cerâmica em Corda Seca de Mértola,
Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001.
MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro da
Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996.
MACIAS et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de
Mértola, 2002.
MACIAS, Santiago e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola,
Campo Arqueológico de Mértola, 2001.
MACIAS, Santiago, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2005.
TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do
Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de
TORRES, Cláudio et alli, Museu de Mértola – Núcleo do Castelo, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 1991.
31
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
32
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.3.4. Percurso 4 - Período Romano e Antiguidade Tardia
O percurso destina-se a todos os grupos etários e aborda exclusivamente o
período relativo à ocupação romana e Antiguidade tardia com o objectivo de
transmitir informação específica relativamente a vestígios, arquitectura ou
artefactos relativos a este período utilizando como pano de fundo o caso de
Mértola. A visita tem a duração de duas horas e inclui a passagem pela Alcáçova,
Castelo, Torre do Rio, Casa Romana e Basílica Paleocristã.
Guião da Visita:
Ponto 1 – Circuito de Visitas da Alcáçova:
- Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em
Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e
valorização patrimonial na Vila e Concelho;
- Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação
com o Castelo e a Mesquita.
- Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis
arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período
islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério
até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona
escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente
acondicionados e em fase de estudo);
33
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico;
- Referir a grandiosidade do palácio episcopal facto atestado através da
excepcionalidade dos mosaicos e dos seus motivos decorativos (cronologia,
motivos decorativos e influências bizantinas);
- Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos;
referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo
de Arte Islâmica)
- Complexo baptismal (cronologia, dados acerca da funcionalidade e ligação
com as restantes estruturas do pórtico onde se encontram os mosaicos).
Ponto 2 - Castelo e núcleo da Torre de Menagem:
- Importância estratégica do castelo;
- Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de
Menagem em 1292);
- Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência
aos materiais islâmicos exumados (século XIX).
- Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de
Menagem;
- Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura
remodelação prevista.
- Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do
castelo e das muralhas.
Ponto 3 – Torre do Rio (monumento nacional)
Descer a até perto da Torre do Rio e fazer a explicação do monumento e da
zona envolvente referindo:
- Cronologia, arquitectura e funcionalidade;
- Localização: referir a importância do rio Guadiana como principal via de
comunicação e de escoamento de produtos;
- Porta da Ribeira (porta de acesso ao porto).
34
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Ponto 4 - Casa Romana:
- Referir a existência do núcleo museológico no edifício dos Paços do
Concelho (incêndio em inicio dos anos 80 e obras de recuperação que puseram a
descoberto as estruturas da casa Romana datada do século IV d.C.):
- Primeiro núcleo museológico do museu de Mértola, inaugurado em 1989.
- Organização espacial da casa romana: impluvium central e restantes
compartimentos à volta (possível casa dedicada a actividade comercial – relação
com a principal rua da cidade e com a proximidade do porto comercial – zona da
Torre do Rio).
- Materiais metálicos (referência às moedas cunhadas em Mértola, ao
armamento e a outros objectos do quotidiano);
- Elementos arquitectónicos;
- Epigrafia funerária,
- Estatuária (referir a estátua que se encontra no impluvium);
- Materiais cerâmicos (formas e tipologias fazendo especial referência às
ânforas e às sigillatas).
Ponto 5 - Basílica Paleocristã:
- Núcleo museológico inaugurado em 1993. Trata-se de um museu de sítio
que corresponde à musealização das estruturas de um basílica com vestígios de
utilização entre o século v e VIII d.C.;
- Explicar a volumetria e planta da antiga basílica,
- Diferenças entre a necrópole islâmica e paleocristã;
- Explicação de alguns objectos exumados: lacrimário, lucernas, fivelas e
brincos,
- Referência à existência de necrópoles de períodos anteriores fazendo
referência à lápide da Idade do Ferro;
- Fazer referência à lápide judaica, única em Portugal;
- Explicar que as restantes lápides expostas correspondem à colecção mais
importante de epigrafia funerária do período paleocristão.
35
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Bibliografia recomendada:
GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta
Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
LOPES, Virgílio, Mértola na Antiguidade Tardia. A topografia histórica da cidade e do
seu território nos alvores do cristianismo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola,
2003.
MACIAS, Santiago, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2005.
PALMA, Maria de Fátima e GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Mértola e Niebla: Na
Confluência de Dois Territórios, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2006.
TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do
Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de
Mértola, 2008.
TORRES, Cláudio et alli, Museu de Mértola – Núcleo do Castelo, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 1991.
TORRES, Cláudio e MACIAS, Santiago, Museu de Mértola: Basílica Paleocristã,
Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1993.
36
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
37
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.3.5. Percurso 5 - Centro Histórico de Mértola
Com este percurso pretende-se dar a conhecer o Centro Histórico de
Mértola e evidenciar algumas especificidades relacionadas com o património
edificado, a arquitectura, a organização espacial e a envolvente natural. A visita
terá a duração de 3 ou 3 horas e meia e inclui o percurso pela muralha da vila,
alguns exemplos de arquitectura tradicional e especificidades locais, recuperação
de imóveis (Casa Amarela, Casa do Lanternim, Edifício dos Paços do Concelho,
Casa dos Azulejos, etc.) e outros locais de interesse como o Castelo, a Igreja Matriz,
a Torre do Rio, a Torre do relógio, as vias romanas e o Convento de S. Francisco).
Este percurso é destinado a adultos que pretendam o aprofundamento de
temáticas relacionadas com a história/memória local. Não inclui a entrada nos
núcleos museológicos que serão somente sinalizados e sobre os quais serão dadas
algumas informações relativas à colecção e ao edifício onde está instalado cada
núcleo.
Guião de Visita:
Ponto 1 - Rua da Igreja – Visita à Oficina de Tecelagem
- Importância da actividade da tecelagem e sua importância no Concelho de
Mértola;
- Relacionar esta actividade com a produção de ovinos na região;
38
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Relacionar os motivos das mantas de lã com os motivos decorativos da
cerâmica islâmica;
- Realçar a importância da Oficina de Tecelagem para a preservação desta
actividade tradicional;
- Referir a importância de manter a oficina e o núcleo museológico no
mesmo espaço como forma de preservação e valorização da actividade, seus
instrumentos, produtos e intervenientes.
Ponto 2 - Igreja Matriz
- Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização
como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período
islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e
período romano;
- Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área
da Igreja, portas e mihrab);
- Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis
romanos/antiguidade tardia).
- Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com
poucas alterações à mesquita islâmica;
Ponto 3 – Castelo
- Importância estratégica do castelo;
- Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de
Menagem em 1292);
- Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência
aos materiais islâmicos exumados (século XIX).
- Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de
Menagem;
- Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura
remodelação prevista.
39
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
- Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do
castelo e das muralhas.
Ponto 4 - Largo da igreja - Capela do Calvário
A Capela do Senhor do Calvário foi fundada em finais do século XVI, início
do século XVII, na plataforma fronteira à Igreja Matriz. Trata-se de um edifício de
pequenas dimensões, de planta centralizada, coberto por uma cúpula, solução
adoptada com frequência nos templos que por todo o país se ergueram evocando o
calvário.
Embora arquitectónicamente modesto, este é um dos espaços de maior
carga simbólica para as gentes de Mértola devido à forte ligação com as
celebrações em trono da paixão e morte de Cristo. A manifestação devotiva mais
relevante é a Procissão do Senhor dos Passos que se realiza até aos dias de hoje.
O conjunto escultórico do altar, alusivo aos momentos nucleares do ciclo da
paixão – Cristo crucificado, ladeado pelo Senhor da cana Verde (apresentação ao
povo) e Senhor Preso à Coluna (Flagelação), é datado da segunda metade do
Século XVIII.
Ponto 5 - Rua Elias Garcia (antiga Rua da Afreita) - Forja do Ferreiro
- Construção tradicional: taipa, telhado de caniço e telha mourisca.
- Importância da localização: antiga Rua da Afreita que contava com a
existência de diversas oficinas ligadas ás actividades tradicionais.
- Importância da profissão de ferreiro relacionada com diversas actividades
como a agricultura, a pecuária e as actividades domésticas (reparações).
- O ferreiro como homem sábio e muito respeitado em termos sociais.
- Núcleo museológico inaugurado em Junho de 2001, depois da aquisição
por parte da Autarquia do espólio e do edifício (referir que exposto só se encontra
parte do espólio e que foi mantida a disposição original dos objectos);
- O Ti Brito e a Dona Florinda sua filha como últimos representantes desta
actividade na Vila de Mértola (faleceu em 1986 e manteve-se em actividade até
inícios dos anos 80 do século XX).
40
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Ponto 6 - Rua Elias Garcia - Muralhas da Vila e envolvente (Ribeira de Oeiras)
Actualmente o Centro Histórico de Mértola ainda se encontra rodeado por
um perímetro de muralhas com perto de 1000 metros que encerra uma área
aproximada de 6 hectares. Os seus muros, adaptados à topografia do terreno,
têm adoçados torreões de planta quadrada.
Três portas davam acesso ao interior da cidade e um postigo, a Porta
Falsa, permitia aos habitantes do castelo sair para o exterior. Sobre a Porta da
Ribeira, que dava acesso ao porto, foi construído no século XVI o Hospital da
Misericórdia, actual núcleo de Arte Sacra do Museu de Mértola que ocupou o lugar
de uma outra capela dedicada a S. Tiago. Não se conserva a outra porta
principal, a Porta de Beja que abria para Norte; era ladeada por duas poderosas
torres semicilíndricas e foi destruída na primeira metade do século XX. Também
não se conserva a porta do Buraco virada para a ribeira de Oeiras que, nas
imediações, era atravessada a vau por uma via que, partindo de Mértola, se
dirigia para Sª. Bárbara e Almodôvar.
Actualmente é difícil datar os panos de muralha tendo em conta as
intervenções levadas a cabo ao longo dos anos no entanto, de uma forma geral,
no aparelho construtivo é sempre utilizada pequena alvenaria de cal, sendo a
única excepção as cortinas construídas na Antiguidade Tardia (entre os séculos
IV e VI). Este conjunto de grande aparelho constitui a parte exterior do
criptopórtico; esta galeria subterrânea abre para o exterior por 4 seteiras que
foram entaipadas posteriormente, quando o criptopórtico foi transformado em
cisterna.
Em época islâmica, esta construção foi integrada na muralha e reforçada
com sólidos torreões de planta quadrada ligados por um adarve. Possivelmente
em finais da época islâmica ou no início do domínio cristão, foi construída, na
zona norte, uma segunda linha defensiva, espécie de barbacã, reforçada com
algumas torres quadrangulares assentes em alicerces de pedra e alçado de taipa.
41
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Ponto 7 - Convento de S. Francisco
O Convento de S. Francisco foi edificado no século XVII, por iniciativa do
Cónego Diogo Nunes de Figueira Negreiros e situa-se a sul da Vila, junto da
confluência da ribeira de Oeiras com o Rio Guadiana. Com a extinção das ordens
religiosas na década de 30 do século XIX, o espaço é votado ao abandono.
No início dos anos 80 do século XX, o convento é adquirido por particulares
que o transformam em sua residência, tendo a igreja sido reservada para concertos,
exposições e outras iniciativas culturais. Nos terrenos adjacentes, a recuperação de
uma nora e do sistema de irrigação e um conjunto de instalações artísticas
configuram o Museu da Água.
Ponto 8 - Rua António José de Almeida - Casa Amarela e Núcleo de Arte
Islâmica
A Casa Amarela é um edifício de grandes dimensões, de traça e construção
tradicional que foi recuperado para albergar a sede do Campo Arqueológico de
Mértola e do Centro de Estudos Islâmicos e do Mediterrâneo. Nele estão instalados
os serviços administradores e de investigação do CAM e a biblioteca especializada
em arqueologia medieval e islâmica. Este edifício serve também de apoio ao
Museu de Mértola já que dispõe de duas salas para exposições temporárias e se
situa junto aos núcleos museológicos de Arte islâmica e Arte Sacra.
O Núcleo de Arte Islâmica está instalado nos antigos celeiros da Casa de
Bragança, um edifício de dois andares construído no século XVIII e recuperado
para albergar a colecção de arte islâmica. A colecção é constituída por materiais
cerâmicos, pétreos, metálicos e vítreos representativos da ocupação de Mértola em
período islâmico, entre os séculos IX e 1ª metade do século XIII.
Ponto 9 - Rua da Misericórdia – Visita ao Núcleo de Arte Sacra e Porta da
Ribeira
O núcleo de Arte Sacra na Igreja da Misericórdia, situada sobre a porta que
abre para o antigo porto de Mértola. Na primeira metade do século XVI, foi criada
a confraria da Misericórdia de Mértola, principalmente dedicada a tarefas de
42
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
assistência social e, mais tarde, em 1558, foi construída a sua Igreja no espaço de
uma antiga ermida medieval dedicada a S. Tiago (da construção quinhentista
sobrevive um portal lateral inserido numa estrutura de finais do século XVII).
A Igreja da Misericórdia é constituída por uma nave coberta com uma
abóbada de berço, uma capela-mor encostada às muralhas e uma sacristia situada
a poente. Na fachada principal, abre-se um portal simples e levanta-se um
campanário. Mais tarde, o torreão medieval que se erguia sobre a porta foi
sacrificado e substituído por um edifício com dois compartimentos dedicados a
sala capitular e arquivo da confraria.
Esta Igreja, hoje parcialmente desafecta ao culto, (só utilizada na Páscoa
para a Procissão do Senhor dos Passos) guarda uma interessante colecção de arte
sacra cristã e serve de espaço expositivo. A colecção de estatuária, pintura e alfaias
religiosas foi recolhida nos finais da década de 70, inicio dos anos 80 do século XX,
em algumas igrejas do Concelho de Mértola, dada a pouca segurança e o
abandono a que estas estavam votadas e é representativa dos séculos XV, XVI,
XVII e XVIII.
Ponto 10 - Torre do Rio
Desde a Antiguidade Tardia (séculos III/IV) que esta estrutura defensiva
permitia proteger a zona portuária da Porta da Ribeira, sobretudo os locais onde
acostavam e eram reparadas as embarcações que faziam a carreira fluvial ou que
provinham de rotas de longo curso. Este monumento, único no Mediterrâneo
Ocidental, devido à sua sólida construção, tem resistido à pressão devastadora das
águas do rio, mantendo solidamente implantada uma torre ligada por uma
sequência de seis arcos às muralhas da cidade.
Os pegões que sustêm os arcos têm planta semicircular a jusante, sendo
apoiados a montante por sólidos contrafortes com a forma de quebra-mar.
Embebidos numa resistente alvenaria de xisto, destacam-se como paramento
grandes blocos de granito e mármore trabalhado, certamente originários de outras
construções de época imperial romana.
43
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Ao nível da água são visíveis marcas de amarração de uma estrutura em
madeira que parece ter tido como objectivo facilitar a acostagem de barcos de
maiores dimensões. Além de permitir o acesso à água sem se abandonar a
protecção das ameias, este prolongamento da muralha não só defendia a zona do
porto, como controlava os movimentos da corrente que naquele local atravessava o
rio para impedir o avanço de embarcações hostis.
Ponto 11 - Rua dos combatentes da Grande Guerra até Largo Luís de Camões:
Edifício dos Paços do Concelho/Casa Romana; Casa do Lanternim; Antigo
edifício do Tribunal e Casa dos Azulejos
Nos finais do século XVI e inícios do século XVII a praça do município
sofreu grandes alterações. Nesta altura foi construído o edifício dos Paços do
Concelho, o da Auditoria e do Açougue, todos eles formando uma banda unificada
única (edifício do antigo Tribunal), junto à muralha virada ao Guadiana. Nos
espaços fronteiros e laterais a estes, o da Prisão, o do Tabelionado, o das
Recebedorias e as casas de alguns dos principais membros do governo da Vila e da
elite local. Estes edifícios correspondem aos actualmente existentes: Paços do
Concelho e antigo Tribunal aliados a serviços da Autarquia, Casa do Lanternim,
actual sede do Parque Natura do Vale do Guadiana. A antiga Praça do Município
foi muito alterada no Século XIX, principalmente coma construção da Casa dos
Azulejos que reduziu consideravelmente a dimensão da praça.
Ponto 12 - Rua Professor Baptista da Graça -Torre do Relógio – Rua D. Sancho II
Não existem registos que permitam precisar quando foi construída a Torre
do Relógio de Mértola. É provável que tenha sido erguida em finais do século XVI
ou inícios do Século XVII, no contexto da reorganização da zona urbana da Praça
do Município. Esta torre foi erguida nas proximidade de um conjunto de
construções representativas do poder político, administrativo, judicial e
económico, no local onde a rua principal da vila inflectia e começava a ter uma
inclinação acentuada. Reaproveitou a estrutura de um antigo torreão da muralha e
44
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
passou a marcar o limite da Praça do Município e a assumir-se como um dos
elementos emblemáticos da Vila.
Desde 1690 que no rol de funcionários da Câmara Municipal aparece o
cargo de relojoeiro; foi extinto em 1920 tendo passado os contínuos da autarquia a
desempenhar essas funções. Em 1896 o relógio primitivo é substituído por um
adquirido ao relojoeiro Francisco da Costa e Sousa, de Lagos, que se encarregou
pessoalmente de o instalar, sendo a nova engrenagem responsável pela marcação
do tempo para os mertolenses durante cerca de cem anos. Passado este período
devido a sucessivas avarias e ao cansaço da engrenagem os atrasos dos seus
ponteiros levaram a que fosse silenciado. No início do novo milénio mãos hábeis e
experientes devolveram-lhe a vida passando a Torre do Relógio a marcar
novamente o tempo dos habitantes do Centro Histórico.
Ponto 13 – Rua Alonso Gomes – Biblioteca Municipal - Porta de entrada da Vila
Da antiga Porta de Beja não existem quaisquer vestígios, sendo a sua
localização exacta bem conhecida, Actualmente está identificada como a zona de
entrada no Centro Histórico, marcado pela presença do edifício do mercado
municipal, instalado sobre um antigo torreão da muralha, demolido na primeira
metade do século XX, e pelo edifício da Biblioteca Municipal, utilizado como
cadeia no século XIX e início do século XX.
Bibliografia recomendada:
BOIÇA, Joaquim, “Topografia histórica de Mértola. As ocupações funcionais do
terreiro junto à Porta da Ribeira, da época medieval à contemporânea: Capela de
Santiago – Igreja da Misericórdia – Espaço Museológico” in, Arqueologia Medieval 3,
Porto, Edições Afrontamento, 1993.
IDEM, A Torre do Relógio, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2001.
IDEM, Museu de Mértola – Porta da Ribeira - Arte Sacra, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2001.
GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta
Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
45
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
MACIAS, Santiago, et alii, Mértola Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2002.
PALMA, Maria de Fátima e GÓMEZ, Susana, Mértola e Niebla na Confluência de Dois
Territórios, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2006.
TORRES, Cláudio et alii, Museu de Mértola: Núcleo do Castelo – Catálogo, Mértola,
Campo Arqueológico de Mértola, 1991.
IDEM e SILVA, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo Arqueológico
de Mértola, 1996.
IDEM et alii, Itinerário Cultural Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade
portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
VARANDA, Fernando, Mértola no Alengarve. Tradição e mudança no espaço
construído, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002.
46
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
47
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.3.6. Percurso 6 - Complexo mineiro da Mina de S. Domingos
Através de protocolo celebrado entre a Fundação Serrão Martins e a
Autarquia o núcleo museológico Casa do Mineiro foi integrado no Museu de
Mértola.
A
gestão
e
funcionamento
deste
núcleo
museológico
é
da
responsabilidade da Fundação pelo que as visitas e percursos são também da sua
responsabilidade, existindo um regulamento e preçário próprio 12 . As marcações
terão também que ser efectuadas através de contacto com a Fundação.
Existem duas modalidades de visita:
Visita Tipo A – A visita inclui o aceso à exposição patente no edifício do CineTeatro, à zona industrial da Mina de S. Domingos e à recriação de uma Casa do
Mineiro patente no Centro de Documentação. O percurso tem a duração de 1:30
horas/2:00 horas.
Na zona industrial, a visita Tipo A permite visitar a zona de extracção e
carregamento do minério, oficinas e armazéns, central eléctrica, malacate, lagoas
de abastecimento de água, sistemas de drenagem, vestígios da mineração romana
e vários outros itens.
12
Regulamento e Preçário em anexo.
48
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Visita Tipo B – A visita guiada inclui a proposta anterior complementada pelo
Percurso do Minério (17 km), que consiste em seguir, por estrada e terra, o antigo
caminho-de-ferro até ao porto fluvial do Pomarão. Esta alternativa de visita
implica a utilização dos veículos ligeiros dos participantes e a inclusão do guia
acompanhante como passageiro numa das viaturas. O percurso tem a duração de
3:00 horas/3:30 horas.
A visita Tipo B permite visitar, além das zonas acima referidas, o percurso da linha
férrea (com as suas obras suspensas e subterrâneas, além das estações), lagoas de
tratamento de águas ácidas, a Central de Britagem da Moitinha (com um forno de
ustulação do Século XIX), a Fábrica de Enxofre da Achada do Gamo e o porto
fluvial do Pomarão.
Bibliografia recomendada:
ALVES, Helena, Mina de S. Domingos: Génese, Formação Social e Identidade Mineira,
Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1997.
REGO, Miguel (Coord.), Mineração no Baixo Alentejo, Castro Verde, Câmara
Municipal de Castro Verde, 1996.
49
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
IDEM (Coord.), Mina de S. Domingos – 150 Anos de História. Fotogramas da Memória,
Mértola, Cãmara Municipal de Mértola, 2004.
IDEM (Coord.), Mina de S. Domigos – 150 Anos de História. Monumento ao mineiro
(des)conhecido, Mértola, Cãmara Municipal de Mértola, 2004.
TORRES, Cláudio e ALVES, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 1989.
50
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
51
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.4. Custos
Os custos das visitas guiadas e das entradas nos núcleos museológicos do
Museu de Mértola estão expressos no Regulamento e Tabelas de Taxas e Outras
Licenças Municipais de Mértola sendo, no momento, os seguintes:
- Visita guiada …………………………………………………….. 2,00€
- Bilhete geral núcleos museológicos do Museu de Mértola … 5,00€
- Bilhete de núcleo ……………………………………………….. 2,00€
- Desconto de 50% para estudantes e maiores de 65 anos.
- Entrada gratuita para naturais e residentes no Concelho de Mértola e
crianças até aos 12 anos (inclusive).
A Fundação Serrão Martins estabeleceu um regulamento de visitas guiadas
e preçário em que:
- Visita Tipo A – 15,00€
- Visita Tipo B – 24,00€
4.5. Contactos para informações ou marcação de visitas
As visitas deverão ser previamente marcadas e cumprir com o estabelecido
no Regulamento de Visitas do Museu de Mértola e da Fundação Serrão Martins.
4.5.1. Percursos 1, 2, 3, 4 e 5
Os contactos deverão ser efectuados por escrito, telefone ou e-mail para:
- Câmara Municipal de Mértola, Praça Luís de Camões – 7750-329 Mértola,
telefone 286610100 ou [email protected]
- Posto de Informação Turística, Rua da Igreja n.º 31 – 7750-338 Mértola,
telefone 286810109 ou [email protected]
- Museu de Mértola para o telefone 286610100 – ext. 1591 ou [email protected]
52
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
4.5.2. Percurso 6
O contacto deverá ser efectuado para a Fundação Serrão Martins, Rua de
Santa Isabel – 30-31, Mina de S. Domingos – 7750-146 Corte do Pinto ou através
dos telefones 286647534 ou 961940458 ou do e-mail [email protected]
4.6. Divulgação
Para que qualquer tipo de evento tenha impacto nos cidadãos é essencial
que se faça uma boa divulgação de forma a dar a conhecer as iniciativas e a
transmitir uma mensagem que seja atractiva. Para pequenas localidades, afastadas
dos grandes centros urbanos, esta divulgação tem que ser ainda mais cuidada
sendo necessário definir desde logo qual o público que se pretende atingir e
delinear a forma de lhe chegar.
Para o Museu de Mértola, nesta primeira fase pretende-se consolidar o
contacto com o público escolar a nível do Concelho mas também dos concelhos
limítrofes e das instituições que nos costumam visitas. Posteriormente, e depois de
consolidar os novos percursos, o leque de público a abarcar será alargado para um
nível regional e nacional. Pretende-se também manter o contacto com instituições e
empresas turísticas que são já nossos visitantes assíduos mas que é sempre
necessário fidelizar através de novos incentivos.
4.6.1. Formação aos técnicos do Museu de Mértola e Posto de Informação
Turística
Antes de iniciar qualquer processo de divulgação dos novos percursos é
necessário realizar uma pequena acção de formação que contará com a presença
dos envolvidos nestes novos percursos de visitas: os funcionários do Museu e do
Posto de Informação Turística 13 . Como se pretende que estes novos percursos
estejam disponíveis para o público a partir de Setembro, antes do início do ano
13 Participarão nesta acção os seguintes funcionários: Mariana Costa, Rosa Roxo, Paula Martins,
Fernando Martins, Ana Neto, Mafalda Silva, Sílvia Valente, Manuel Eduardo Carrilho e
Guilhermina Bento.
53
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
lectivo 2010/2011, esta terá lugar no dia 13 de Julho 14 , na Basílica Paleocristã, e
será ministrado por Lígia Rafael.
O primeiro teste à realização destes percursos, nomeadamente as
actividades com a maleta pedagógica do período islâmico, será no dia 26 de
Setembro, inserida nas comemorações das Jornadas europeias do património, e
dirigida a crianças entre os 6 e os 9 anos, filhos dos funcionários da Autarquia. Esta
iniciativa tem como finalidade testar as competências dos funcionários para
trabalhar com a maleta mas também levar as crianças e suas famílias ao museu.
4.6.2. Divulgação através de mailing
Durante o mês de Julho será efectuada uma divulgação através de e-mail:
primeiro para as instituições de ensino e grupos que já nos visitaram e,
posteriormente para outras unidades de ensino, instituições e autarquias a nível
nacional.
4.6.3. O folheto do Museu de Mértola
Estão já preparados os conteúdos para o folheto do Museu de Mértola que
será representativo de todos os núcleos museológicos e servirá como uma forma
de divulgação para o visitante que se dirige ao Posto de Informação Turística ou ao
Museu. Este folheto faz uma pequena apresentação do Museu de Mértola e tem
um pequeno resumo de cada um dos núcleos museológicos. O design e impressão
estão integrados no Projecto Redes Urbanas para o Património e será realizado
ainda durante o ano de 2010.
4.6.4. O folheto dos serviços educativos
Com o objectivo de divulgar as acções realizadas no âmbito dos serviços
educativos do Museu de Mértola será executado um pequeno folheto com a
apresentação deste serviço e a definição dos percursos de visita e a forma de
funcionamento. Os conteúdos estão a ser trabalhados e o design e impressão estão
14 Proponho o encerramento do Posto de Informação Turística e núcleos museológicos às 16:00
horas.
54
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
também integrados no Projecto Redes Urbanas para o Património e será executado
durante o ano de 2010.
55
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Considerações finais
Tendo em conta a necessidade que existia de operacionalizar novos
percursos de visitas guiadas, este documento é de extrema importância já que
justifica os percursos definidos e estabelece também os seus conteúdos de forma a
sistematizar e clarificar a informação transmitida pelos guias aos visitantes.
É também extremamente importante a existência de um regulamento que
estabeleça as normas gerais destes percursos para que o serviço prestado seja mais
qualificado e simplificado em termos de apoio logístico.
A implementação dos serviços educativos do Museu de Mértola tem sido
um processo lento mas consciente já que teve sempre em linha de conta a
especificidade do museu e os seus constrangimentos no que diz respeito às
dificuldades relacionadas com os recursos humanos, financeiros e logísticos. Por
outro lado, a aposta na formação dos intervenientes nas acções educativa foi
extremamente importante tendo em conta a necessidade de especialização nesta
temática.
Podemos considerar este como o primeiro passo na estruturação deste
serviço. Não deve existir uma preocupação com a quantidade das acções
realizadas, deve existir sim uma grande preocupação com a qualidade e com o
impacto no público. Os novos percursos de visitas começarão a ser desenvolvidos
no início do próximo ano lectivo e terão uma avaliação no final deste ciclo. Nessa
altura será avaliado o impacto nos visitantes, a qualidade do serviço prestado e a
satisfação dos intervenientes seja ao nível dos utilizadores seja ao nível dos
dinamizadores e coordenadores. Passado este período poderemos fazer uma
reavaliação e limar algumas arestas sempre na perspectiva de melhorar a imagem
do Museu e do serviço que presta à comunidade.
Não deverá nunca ser descurada a necessidade de pensar em novas acções e
potenciar sempre a parceria com instituições públicas e privadas que possa
desenvolver projectos que se insiram no âmbito dos objectivos e temáticas do
Museu.
56
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Bibliografia:
Acta do Encontro Museus e Educação, Lisboa, Instituto Português de Museus, 2001.
BARRIGA, Sara e SILVA, Susana Gomes da, Serviços Educativos na Cultura, Porto,
Setepés, 2007.
BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, Imaginária de Mértola. Tempos, Espaços e
Representações, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1998.
IDEM, A Torre do Relógio, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2001.
IDEM, Museu de Mértola – Porta da Ribeira - Arte Sacra, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2001.
Caderno de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica – “O Baú de Aladino” – Manual de
Instruções, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d.
CAMACHO, Clara Frayão, “Serviços Educativos a Rede Portuguesa de Museus:
panorâmica e perspectivas in, BARRIGA, Sara e SILVA, Susana Gomes da, Serviços
Educativos na Cultura, Porto, Setepés, 2007.
DUARTE, Ana, “Museu e Comunidades” in, BARRIGA, Sara e SILVA, Susana Gomes
da, Serviços Educativos na Cultura, Porto, Setepés, 2007.
GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Museu de Mértola: Cerâmica de Corda Seca, Mértola,
Campo o Arqueológico de Mértola, 2002.
IDEM (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia,
Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008.
IDEM, Mértola Arqueológica – 2003-2008, Mértola, Câmara Municipal de Mértola,
2008.
Herança e Cultura Islâmica. Caderno de Textos de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica
– “O Baú de Aladino”, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d.
Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto, Aprova a Lei-Quadro dos Museus Portugueses.
LOPES, Virgílio, Mértola na Antiguidade Tardia. A topografia histórica da cidade e do
seu território nos alvores do cristianismo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola,
2003.
MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro
da Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996.
57
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
IDEM e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 2001.
IDEM et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de
Mértola, 2002.
IDEM et alii, Mértola Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de
Mértola, 2002.
IDEM, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo Arqueológico de
Mértola, 2005.
PALMA, Maria de Fátima e GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Mértola e Niebla: Na
Confluência de Dois Territórios, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2006.
SEMEDO, Alice e LOPES, J. Teixeira (Coordes.), Museus, discursos e representações,
Porto, edições Afrontamento, 2005.
TORRES, Cláudio e ALVES, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo
Arqueológico de Mértola, 1989.
TORRES, Cláudio et alii, Museu de Mértola: Núcleo do Castelo – Catálogo, Mértola,
Campo Arqueológico de Mértola, 1991.
TORRES, Claúdio e MACIAS, Santiago, Museu de Mértola: Basílica Paleocristã,
Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1993.
TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural Mértola nas rotas comerciais do
Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de
Mértola, 2008.
VARANDA, Fernando, Mértola no Alengarve. Tradição e mudança no espaço
construído, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002.
VIII Colóquio galego de Museus. Os museos e o seu público, Ponteareas, Museo
Municipal de Ponteareas, 2004.
58
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
ANEXOS
59
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Regulamento de Visitas Guiadas
Preâmbulo
Considerando o riquíssimo património histórico-cultural da Vila de Mértola é
necessária a sua promoção de modo a dinamizar a actividade turística, pelo que
é fulcral disponibilizar a realização de visitas guiadas destinadas a público
agrupado, sendo o serviço proporcionado por pessoal qualificado, ou seja, por
funcionários do Museu de Mértola e do Posto de Informação Turística.
Nos usos dos poderes regulamentares conferidos às autarquias locais pelo
art.241.º da Constituição da República Portuguesa e no âmbito art.64.º n.º7 e do
art.53.º n.º2 a) da Lei n.º169/99, de 18/09, com as alterações introduzidas pela
Lei n.º5-A/2002, de 11/01, foi elaborado o presente regulamento.
Artigo 1.º
Destinatários
1. O presente regulamento destina-se a público agrupado em geral e a grupos
de todos os níveis de ensino.
2. O grupo deverá ter um mínimo de 10 e um máximo de 30 pessoas.
3. As alterações ao disposto nos números 1 e 2 serão decididas pela Tutela.
Artigo 2.º
Objectivos
Pretende-se desta forma que os visitantes adquiram conhecimentos básicos
sobre a herança histórica e cultural do Concelho de Mértola.
60
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Artigo 3.º
Descrição
As visitas integram total ou parcialmente o circuito patrimonial de Mértola e o
Complexo Mineiro da Mina de S. Domingos, tendo em conta os percursos infra
definidos.
Artigo 4.º
Percursos
Tendo em conta a especificidade do Museu de Mértola, constituído por diversos
núcleos museológicos dispersos pela Vila de Mértola, e o interesse de outros
monumentos e locais definiram-se vários percursos tendo em conta temáticas
histórico/culturais:
A) Museu de Mértola: Oficina de Tecelagem, Castelo, Forja do Ferreiro, Arte
Islâmica, Arte Sacra, Casa Romana, Basílica Paleocristã (duração 3 horas).
B) Período Islâmico:
1. Grupos de crianças até aos 12 anos (inclusivé): Igreja Matriz (Antiga
mesquita), Alcáçova, Arte Islâmica (inclui actividades com maleta pedagógica)
(duração 2 horas)
2. Restantes grupos etários: Oficina de Tecelagem, Igreja Matriz (Antiga
mesquita), Alcáçova, Castelo, Arte Islâmica (duração 2 horas).
C) Período Romano e Antiguidade Tardia: Alcáçova, Castelo, Torre do Rio,
Casa Romana, Basílica Paleocristã (2 horas).
D) Centro Histórico: Igreja Matriz (antiga Mesquita), Alcáçova, Castelo, Forja
do Ferreiro, Arte Islâmica, Arte Sacra. Durante o percurso pelo centro histórico
serão introduzidas temáticas relacionadas com a arquitectura, organização
espacial e património natural que incluem: muralha da vila, organização
espacial, tipologia arquitectónica e recuperação de imóveis (ex. Casa Amarela,
61
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
edifício dos Paços do Concelho, Casa do Lanternim e Casa dos Azulejos), outros
locais de interesse (Torre do Rio, Torre do Relógio, vias romanas, convento de S.
Francisco). Serão também abordadas questões relacionadas com o Rio Guadiana
e a sua importância no passado e na actualidade para a Vila de Mértola
(duração 3 horas). Visita direccionada a grupos de adultos que pretendam
maior aprofundamento de temáticas relacionadas com a história/memória local
(duração 3/3h30).
E) Visitas guiadas ao complexo mineiro da Mina de S. Domingos que inclui dois
tipos de visitas:
1. Exposição patente no edifício do Cine-Teatro, zona industrial da Mina
de S. Domingos e Casa do Mineiro (duração 1h30/2 horas).
2. Exposição patente no edifício do Cine-Teatro, zona industrial da Mina
de S. Domingos, Casa do Mineiro e percurso do Minério (17 km a realizar com a
utilização dos veículos ligeiros dos participante que devem contemplar a
inclusão do guia. Duração 3h/3h30).
Artigo 5.º
Calendarização
Todos os interessados poderão agendar as visitas durante todo o ano, excepto
nos dias de encerramento do Museu (2ª feira, 1 Janeiro, 1 de Maio e 25 de
Dezembro).
Artigo 6.º
Marcações
1. As marcações poderão ser feitas pessoalmente no posto de informação
turística ou por escrito.
2. Para os percursos a realizar em Mértola, por escrito poderão ser remetidas
por correio para as seguintes moradas: Câmara Municipal de Mértola, Praça
Luís de Camões 7750-329 Mértola ou Posto de Informação Turística, Rua da
Igreja, nº 31, 7750 Mértola. Poderão ainda ser remetidas via fax para o número
62
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
286610101, por e-mail para o endereço electrónico [email protected] ou
[email protected], bem como, através dos números de telefone:
286610100/286610109.
3. Para os percursos a realizar na Mina de S. Domingos, por escrito deverão ser
remetidos para a Fundação Serrão Martins, Rua de Santa Isabel, 30-31 7750-146
Corte do Pinto. Poderão ainda ser remetidos via fax para o número 286647534,
por e-mail para o endereço electrónico [email protected] bem como,
através dos números de telefone: 286647534 ou 961940458.
4. A marcação será aceite se recebida com a antecedência mínima de 48 horas.
5. A alteração do exposto no número anterior só pode ser efectuada com uma
das seguintes autorizações: um dos membros do Executivo, o Chefe da DCDT, o
Director ou o coordenador do Museu e o Coordenador da Fundação Serrão
Martins.
6. O cancelamento de visitas deve ser comunicado pelo menos com 48 horas de
antecedência.
7. No caso de não comparência, em que não seja dado conhecimento aos
serviços com a devida antecedência, será cobrado ao grupo o valor
anteriormente estipulado.
8. O atraso na hora de chegada deve ser comunicado ao Posto de informação
Turística ou ao Guia quando possível: as visitas com mais de 30 minutos de
atraso estão sujeitas à disponibilidade do guia e ao horário dos serviços.
Artigo 7.º
Custos
1. Para as visitas realizadas em Mértola, por pessoa será cobrado o valor
expresso na Tabela de Taxas desta Autarquia.
2. O pagamento será efectuado no dia da visita, ao técnico responsável pela
mesma ou ao funcionário do Posto de Informação Turística.
3. Para as visitas realizadas na Mina de S. Domingos será cobrado 2,50 €/pessoa
para a visita E1 e Preço 4,00€/pessoa para a visita E2; 50% desconto para
menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos.
63
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Art.8.º
Omissões
As dúvidas ou omissões referentes ao presente regulamento serão resolvidas
pela Câmara Municipal de Mértola.
Art.9.º
Entrada em vigor
O presente regulamento entra em vigor no dia útil seguinte ao da sua
publicação.
64
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Regulamento Municipal de Utilização de Sistema Guia Áudio Portátil
(Audioguias)
Preâmbulo
Considerando o património histórico-cultural da vila de Mértola é imperioso
melhorar a qualidade da oferta turística nesse âmbito aos seus inúmeros
visitantes pelo que a disponibilização de equipamentos de sistema de guia
áudio portátil será uma mais-valia para os visitantes que passam a ter um
papel activo na interpretação do património da vila, garantido pelo nível
cientifico e a eficácia de conteúdo de interesse histórico-cultural desta Vila,
em vários idiomas.
Nos usos dos poderes regulamentares conferidos às autarquias locais pelo
art.241.º da Constituição da República Portuguesa e no âmbito art.64.º n.º7
e do art.53.º n.º2 a) da Lei n.º169/99, de 18/09, com as alterações
introduzidas pela Lei n.º5-A/2002, de 11/01, foi elaborado o presente
regulamento.
Art.1.º
Objecto
O presente regulamento aplica-se ao conjunto de unidades portáteis com
capacidade de armazenamento de conteúdos relativos ao património
histórico-cultural desta Vila, em formato áudio de elevada qualidade
técnica-cientifica, em diversos idiomas.
Art.2.º
Condições Gerais de Aluguer
1– Os equipamentos estão a cargo das funcionárias do Posto de Informação
Turística (PIT), responsáveis pela sua manutenção e disponibilização ao
público.
65
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
2– Por aluguer deve entender-se a cedência temporária do equipamento ao
visitante por um período máximo de 3 horas (tempo útil) pelo que no PIT
deve ficar registado a hora de saída devendo ser comunicado ao visitante
qual a hora de entrega.
3-
A
disponibilização
dos
audioguias
faz-se
durante
o
horário
de
funcionamento do PIT.
4- Cada visitante terá direito à disponibilização de um único audioguia
podendo solicitar, caso o pretenda, o respectivo auricular.
5- O visitante deverá preencher um formulário com os seus dados pessoais
e assinatura (anexo1) que lhe será devolvido no final da visita, mediante a
entrega do equipamento em boas condições.
6- Cada audioguia será acompanhado de um mapa com a localização de
todos os stops e com as instruções de utilização.
7- As anomalias detectadas nos equipamentos devem ser comunicadas no
acto da entrega de forma a serem rectificadas.
8- A degradação dos equipamentos decorrente de uso indevido será
penalizada com o pagamento de uma quantia correspondente ao valor do
equipamento, no valor de 595,00 € (quinhentos e noventa e cinco Euros).
Art.3.º
Preço
A disponibilização dos audioguias ao visitante será efectuada mediante o
pagamento dos seguintes valores:
- s/ bilhete Museu – 2,00 €;
- c/ bilhete Museu - 1,00€;
Art.5.º
Registo de utilização
66
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
O PIT deve registar a utilização dos equipamentos de acordo com o modelo
definido (anexo 2) assim como fornecer aos superiores hierárquicos
informação estatística mensal sobre a utilização dos mesmos.
Art.6.º
Omissões
As dúvidas ou omissões referentes ao presente regulamento serão
resolvidas pela Câmara Municipal de Mértola.
Art.7.º
Entrada em vigor
O presente regulamento entra em vigor no dia útil seguinte ao da sua
publicação.
67
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Visitas Guiadas ao Complexo Mineiro de S. Domingos
Definição de condições e preços
A Fundação Serrão Martins (FSM) proporciona visitas guiadas ao complexo
mineiro, sujeitas a marcação prévia e à disponibilidade de elementos da FSM para
conduzir a visita. Actualmente são proporcionados dois tipos de visita (A e B).
Visita Tipo A
A visita guiada inclui o acesso à exposição patente no edifício do Cine Teatro, à
zona industrial da Mina de São Domingos e à recriação de uma Casa do Mineiro
patente no Centro de Documentação (cerca de 1h30/2h00 de duração, preço 2,50
Euros e 50% menos para menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos).
Na zona industrial, a visita tipo A permite visitar a zona de extracção e
carregamento do minério, oficinas e armazéns, central eléctrica, malacate, lagoas
de abastecimento de água, sistemas de drenagem, vestígios da mineração romana
e vários outros itens. Não é possível ver todos os elementos citados numa visita
apenas mas é possível ver muitos deles, podendo os interessados seleccionar quais
os elementos que mais os interessam.
Visita Tipo B
A visita guiada inclui a proposta anterior complementada pelo Percurso do
Minério (17 km), que consiste em seguir, por estrada de terra, o antigo caminhode-ferro até ao porto fluvial do Pomarão (cerca de 3h00 a 3h30, preço 4,00 Euros e
50% menos para menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos). Esta
segunda alternativa implica a utilização dos veículos ligeiros dos participantes e a
inclusão do guia acompanhante como passageiro numa das viaturas.
A visita tipo B permite visitar, além das áreas acima referidas, o percurso da linha
férrea (com as suas obras suspensas e subterrâneas, além das estações), lagoas de
tratamento de águas ácidas, a Central de Britagem da Moitinha (com um forno de
ustulação do século XIX), a Fábrica de Enxofre da Achada do Gamo e o porto
fluvial do Pomarão.
68
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Alguns esclarecimentos
A visita à Casa do Mineiro é gratuita e pode ser feita sempre dentro do horário de
funcionamento do Centro de Documentação (9h00 – 12h30 / 14h00 – 17h30). Na
Casa do Mineiro são disponibilizados gratuitamente elementos interpretativos
(folhetos) sobre a Casa do Mineiro, sobre o complexo mineiro (geologia), sobre o
concelho de Mértola (mapa) e sobre a faixa piritosa (minas visitáveis no Alentejo e
Algarve).
O espaço do couto mineiro da Mina de São Domingos é um espaço aberto com
elementos interpretativos disponíveis em determinados locais chave, que pode ser
visitado sem acompanhamento por guia, devendo sempre o visitante tomar as
devidas precauções porque o espaço em causa contém elementos potencialmente
perigosos (desníveis, ocos, elementos químicos venenosos ou corrosivos,
estruturas sem estabilidade, etc.)
Apesar de possível nalguns pontos do complexo industrial, nomeadamente até à
Achada do Gamo, a circulação de autocarros de turismo só é aconselhável na zona
urbana da Mina de São Domingos. Frisa-se, para evitar expectativas infundadas,
que a maior parte dos equipamentos metálicos do parque mineiro foram vendidos
para sucata ou vandalizados ou furtados durante os vários anos que sucederam
entre o fecho da mina em 1966 e as actuais acções de recuperação patrimonial, pelo
que apenas podem ser visitadas, na maior parte dos casos, as instalações ou sítios
onde estiveram as máquinas e equipamentos.
O número mínimo de participantes para a realização de visitas em grupo é de 6
pessoas; na eventualidade de um indivíduo ou grupo de menor tamanho
pretender efectuar a visita, o preço a cobrar será equivalente ao que pagaria um
grupo com o número mínimo de visitantes, sem desconto, ou seja, 15,00 € para a
visita A e 24,00 € para a visita B.
A visita aos espaços mineiros implica deslocações de algumas centenas de metros
entre os vários núcleos: se algum dos visitantes tiver dificuldades de locomoção
poderá necessitar de realizar as deslocações entre núcleos numa viatura, a ser
fornecida pelo próprio.
69
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
A marcação de visitas pode ser solicitada através do número de telefone fixo
286647534 (telefone ou fax) mas deverá ser confirmada por escrito através do
seguinte endereço electrónico: [email protected]
Quando pretender marcar uma visita guiada esclareça, por favor, os seguintes
tens: dia e hora para a visita, tipo de visita pretendida, número de pessoas, número
de pessoas com direito a desconto, número de telemóvel e nome para contacto
durante o dia de visita, identidade da instituição organizadora / proveniência do
grupo e, eventualmente, outros elementos necessários (NIF no caso de pretender
factura, etc.)
70
Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos
Lígia Rafael
Download

Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definições e