Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definições e conteúdos Lígia Rafael 28 de Junho 2010 Índice Introdução 1. Os serviços educativos dos museus e a educação 2. A importância da formação dos guias/monitores 3. Estratégia de implementação dos serviços educativos no Museu de Mértola 4. Reformulação dos percursos de visitas guiadas Objectivos Público-alvo Os percursos temáticos Percurso 1 - Museu de Mértola Percurso 2 – Período Islâmico I Percurso 3 – Período islâmico II Percurso 4 – Período Romano e Antiguidade Tardia Percurso 5 – Centro Histórico de Mértola Percurso 6 – Complexo Mineiro da Mina de S. Domingos Custos Contactos Percursos 1, 2, 3, 4, 5 Percurso 6 Divulgação Formação aos técnicos do Museu de Mértola e Posto de Informação Turística Divulgação através de mailing O folheto do Museu de Mértola O folheto dos serviços educativos 2 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Considerações gerais Bibliografia Anexos 3 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Introdução “A noção de «serviço educativo» (…), corresponde a uma estrutura organizada, dotada de recursos mínimos, designadamente pessoal, inscrita organicamente no museu em que se insere, mesmo que de maneira informal, que desenvolve acções dirigidas ao público, com objectivos educativos. Ao serviço educativo compete o cumprimento da função museológica de educação, uma das indispensáveis funções inerentes ao conceito de museu, que se articula com as restantes funções museológicas de estudo e de investigação, de incorporação, de inventário e de documentação, de interpretação e de exposição” 1 . A Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto, que aprova a Lei-Quadro dos Museus Portugueses, no artigo 42º Educação refere “1- o museu desenvolve de forma sistemática programas de mediação cultural e actividades educativas que contribuam para o acesso ao património cultural e ás manifestações culturais; 2 – o museu promove a função educativa no respeito pela diversidade cultural tendo em vista a educação permanente, a participação da comunidade, o aumento e a diversificação dos públicos; 3 – os programas referidos no n.º 1 do presente artigo são articulados com as políticas públicas sectoriais respeitantes à família, juventude, apoio às pessoas com deficiência, turismo e combate à exclusão social”. A mesma Lei refere ainda no artigo 43º - Colaboração com o sistema de ensino, no n.º 1 que, “o museu estabelece formas regulares de colaboração e de articulação institucional com o sistema de ensino no quadro das acções de cooperação geral estabelecidas pelos Ministérios da Educação, da Ciência e do Ensino Superior e da Cultura, podendo promover também autonomamente a participação e frequência dos jovens nas suas actividades (…)”. Os museus são espaços de sociabilidade que potenciam a troca de ideias promovem a aprendizagem social e cultural. O contacto entre os indivíduos e aos CAMACHO, Clara Frayão, “ Serviços Educativos na Rede Portuguesa de Museus: panorâmica e perspectivas” in, Serviços Educativos na Cultura, pg. 28. 1 4 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael objectos ou os espaços é um processo privilegiado de troca e desenvolvimento de experiências. O Museu de Mértola pelas suas características de museu polinucleado, com núcleos dispersos pela Vila de Mértola, que integram alguns deles estruturas arqueológicas in situ e com uma colecção que abraça desde o século I até ao século XX, abrangendo as áreas da arqueologia, arte e etnografia, detém um manancial por explorar quase ilimitado em termos sócio-educativos. Por outro lado, as suas características especificas, relacionadas com esta dispersão logística e temática levantam também algumas dificuldades nomeadamente ao nível da adaptação dos espaços físicos ás actividades dos serviços educativos, à disponibilidade de recursos humanos e financeiros e ao delineamento de uma estratégia que permita abarcar todas as temáticas e os diversos tipos de públicos. O Museu de Mértola é um espaço que deve actuar como repositório da identidade da gentes e do território de Mértola pelo que, os serviços educativos do Museu terão que desenvolver, em primeiro lugar, acções direccionadas para a população local onde esta se aproprie dos espaços museológicos, os entenda como seus e que a eles traga os seus descendentes e amigos. 1. Os serviços educativos dos Museus e a educação “Os museus são “altos lugares da memória” que recolhem, conservam e apresentam as imagens e os objectos com os quais uma comunidade estrutura e organiza segmentos ou paráfrases, seja da memória colectiva das sociedades ou dos grupos que a constituem, seja da memória histórica elaborada pelas elites académicas e científicas. Os nossos objectos são muito claros: alargar a função do museu de incontornável lugar de memória em espaço de encontro social. Transformando-o num actor social privilegiando junto das comunidades, tornando-o também num lugar de criação e um lugar de parcerias estratégicas para o desenvolvimento cultural” 2 . 2 Ana Duarte, “Museus e Comunidades” in, Serviços Educativos na Cultura, pg. 79. 5 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Tendo em conta a estreita relação entre memória colectiva, território e objecto qualquer projecto educativo, principalmente no meio rural, em que os seus habitantes estão completamente desligados da cultura de elite, da arte ou dos museus, deve ter em conta a comunidade local e as suas especificidades para que a acção educativa e pedagógica constitua um pólo de atracção no museu. O museu deve transformar-se num local de encontro, de partilha e de transmissão de saberes. Esta partilha e transmissão de saberes está intimamente relacionada com a educação no sentido em que pode aproximar grupo etários, criar laços, motivar interesses e permitir a partilha de experiências e vivências. As escolas como locais de educação por excelência são os principais veículos de transmissão de valores e princípios e pode ser um importante aliado dos museus na prossecução de um objectivo comum: educar para a vida e para a cidadania com valores baseados na partilha, experiência e conhecimentos das raízes. O Museu deve dispor de meios que possibilitem criar uma ponte entre os seus espaços expositivos, de estudo e de conservação, e o universo escolar. As acções devem ser direccionadas para os diferentes tipos de público que passam por diferentes faixas etárias, diferentes backgrounds culturais e intelectuais, diferentes crenças e religiões. Devem também ter em conta as características geográficas e sociais do território e das suas gentes de forma a trabalhar as suas particularidades e carências e transformá-las em elementos agregadores e de proximidade. Por outro lado, os técnicos dos museus envolvidos nas actividades educativas devem conhecer os programas e conteúdos dos diferentes níveis escolares de forma a ir de encontro a eles no momento de definição de acções e actividades. Por outro lado, a escola deve entender o museu como local privilegiado de conhecimento e desenvolver esforços no sentido de perceber a forma como as suas colecções e estudos podem ir de encontro aos conteúdos programáticos, não só no que se relaciona com as matérias a leccionar mas também em termos de educação para a cidadania e para a vida. 6 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Conhecer as raízes e entender o património, no seu sentido mais lato, como um factor de pertença e identidade, é meio caminho para uma educação e vivência baseada na partilha e no respeito pelos outros. Neste sentido o Museu tem um papel fundamental na educação dos indivíduos e é mais uma ferramenta a utilizar. A articulação de um projecto educativo entre as escolas e as unidades museológicas é muito mais que simples visitas guiadas: perceber o que é o museu, a forma como ele se integra e relaciona com o território e a comunidade, é um elemento imprescindível no processo de crescimento dos indivíduos e da comunidade. Este processo educacional vai mais longe já que é inter-geracional e pode levar pais e filhos ao museu, fortalecendo os laços familiares o que, consequentemente, terá fortes repercussões na sociedade local. Este processo de apropriação das memórias e da história local vai ainda mais longe uma vez que permite um conhecimento e relacionamento estreito entre o indivíduo, o território e a memória, abrindo os seus horizontes e atribuindo-lhe novos mecanismos de integração, desenvolvimento e inovação que contribuirão de forma inequívoca para o desenvolvimento local. Muito se tem evoluído nos últimos tempos em temos da definição de programas educativos, não só nos grandes museus mas também nos museus locais. Existem ainda alguns equívocos no que diz respeito aos públicos a abranger pelos serviços educativos já que, frequentemente só se relacionam estes serviços com as crianças e jovens em idade escolar. Este equívoco deve ser desfeito e fortemente combatido no sentido de fazer ver que os serviços educativos e o programa educativo de uma unidade museológica deve ser abrangente e direccionado para todos, tendo um importante papel a desempenhar na criação de acessibilidades para todos. A criação de acessibilidades deve ser aqui entendida no seu sentido mais lato, já que permite aproximar grupos marginalizados e diferenciados. Deve criar condições para a eliminação de todo o tipo de barreiras que não só as físicas, deve criar condições para que sejam anuladas também as barreiras intelectuais, culturais, linguísticas, religiosas, entre outras. 7 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael De uma forma geral, o museu deve funcionar com elemento agregador que permite a utilização e desenvolvimento de mecanismos de aprendizagem nas mais diversas áreas e vertentes, sejam elas culturais, sociais ou outras. Os serviços educativos devem ser estruturados para ir de encontro aos problemas e necessidades dos indivíduos de forma a contribuir para a sua educação e formação intelectual e cívica. 2. A importância da formação dos guias/monitores A necessidade de implementar serviços educativos estruturados e capacitados para desenvolver acções que respeitem as colecções e que a elas digam respeito implica, sem dúvida, a constituição de uma equipa com formação especializada, multifacetada, motivada e com forte espírito de trabalho colectivo. Pelos motivos já acima apontados não é possível criar um serviço só dedicado à parte educativa do Museu de Mértola, este constrangimento não deve no entanto invalidar a realização de acções põe parte da equipa já existente. As acções levadas a cabo pelo Museu de Mértola, na sua grande maioria representadas pelas visitas guiadas a grupos organizados, têm sido realizadas pelos funcionários do Museu (vigilantes-recepcionistas) e pelas funcionárias do Posto de Informação Turística. Tanto os coordenadores como os funcionários envolvidos têm noção das suas limitações e necessidades tendo por isso sido, desde logo, valorizada a realização de acções de formação para colmatar as lacunas detectadas. Foram realizadas diversas acções de formação direccionadas para a realização de actividades no âmbito dos serviços educativos (visitas guiadas e acções de animação), para a definição de percursos e seus conteúdos, e para o aprofundamento de conhecimentos acerca da história local. Para além disso, os funcionários têm também realizado formação noutras áreas importantes como as línguas estrangeiras (inglês e espanhol). Estas acções têm contribuído claramente para o crescimento pessoal e profissional dos envolvidos e têm tido como 8 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael principal impacto a melhoria do serviço prestado e contirbuido, consequentemente, para a melhoria da imagem do Museu e da Câmara. Neste âmbito e com as limitações de recursos que temos a formação é claramente assumida como essencial e indissociável da actividade dos serviços educativos. 3. Estratégia de implementação dos serviços educativos no Museu de Mértola Não podendo afirmar que o Museu de Mértola dispõe de um serviço educativo estruturado, não podemos também dizer que é inexistente. Desde a constituição do primeiro núcleo museológico do Museu de Mértola que a preocupação com a informação disponibilizada ao visitante tem sido uma constante, não só através do discurso expositivo mas, principalmente, através da abertura permanente dos núcleos e da realização de visitas guiadas ou orientadas. Estas visitas, quer realizadas pelos funcionários/colaboradores do Museu, tanto por parte da Autarquia como do Campo Arqueológico de Mértola, quer pelas funcionárias do Posto de Informação Turística têm sido, e são, uma das principais e mais importantes tarefas do Museu. O aumento do número de núcleos museológicos e das temáticas abordadas, a par do trabalho de investigação e divulgação do património cultural e natural do Concelho de Mértola, tem significado também o aumento do número de visitantes e consequente aumento da exigência em termos de funcionamento e atendimento ao público. Assim, e tendo em conta a evolução da museologia e da adequação aos novos tempos e a novas exigências da sociedade, também o Museu de Mértola se tem tentado adaptar. Tendo em conta as limitações existentes, directamente relacionadas com questões logísticas e de recursos humanos e financeiros, as acções desenvolvidas têm passado de uma forma claramente assumida pela realização de algumas acções desenvolvidas pelos funcionários existentes, tanto ao nível da concepção e coordenação como da execução. 9 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Foi também claramente assumida a impossibilidade de constituir um serviço autónomo que se dedicasse somente ao desenvolvimento de acções no âmbito dos Serviços Educativos do Museu. Por este motivo, as acções a desenvolver teriam que ser assumidas pelos funcionários existentes que não tinham qualquer formação específica nesta área. Com o objectivo de minimizar e ultrapassar este problema têm vindo a ser realizadas, desde o ano de 2008, diversas acções de formação em diversas áreas de forma a permitir aos funcionários a familiarização com esta actividade específica ao mesmo tempo que adquirem competências específicas. Nos anos de 2008, 2009 e 2010 foram realizadas diversas acções de formação, com especialistas em serviços educativos, como é o caso da Dr.ª Ana Duarte 3 , e com especialistas em diversas temáticas relacionadas com a história local como é o caso da Doutora Susana Gómez Martinez 4 e do Mestre Virgílio Lopes 5 , investigadores do Campo Arqueológico de Mértola, e da Dr.ª Isabel Campos 6 , Directora da Escola Profissional ALSUD. Para além das acções de formação organizadas internamente pelo Museu, os funcionários e colaboradores têm sido incentivados a assistir a outras acções de formação noutras instituições e locais, sempre que estas estejam directamente relacionadas com o seu trabalho e contribuam para a melhoria do seu desempenho em termos individuais e colectivos. Foram realizadas duas acções de formação: Museus e Comunidades, desenvolvida em três sessões de 6 horas cada, em 7 e 14 de Abril e 26 de Maio de 2008 e Museus e Turismo, que estratégias?, realizada em 17 de Maio de 2010 (7 horas). 3 Foram realizadas quatro acções de formação: Projecto Mercator: Conteúdos e Produtos elaborados no âmbito do Projecto MERCATOR, em 17 de Janeiro de 2009 (com a duração de 2 horas e 30 minutos); Mértola Islâmica I e II, realizadas respectivamente em 11 de Maio e 18 de Novembro de 2009 (com a duração de 2 horas cada acção), e conjuntamente com a Dr.ª Isabel Campos, a formação Baú de Aladino - Maleta Pedagógica do Período Islâmico, realizada em 14 de Abril de 2010 (com a duração de 2 horas). 4 Mértola Romana e na Antiguidade Tardia, realizada em 16 de Dezembro de 2009, com a duração de 2 horas e 30 minutos. 5 Acção de formação sobre a maleta pedagógica do período islâmico realizada conjuntamente com a Doutora Susana Gómez Martinez em 14 de Abril de 2010 na Escola Profissional ALSUD. 6 10 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Por outro lado, tendo em conta o elevado número de visitas realizadas e conhecendo as dificuldades inerentes à sua realização foi elaborado um Regulamento 7 que permitisse a regulamentação deste serviço, tanto ao nível da estruturação das visitas como ao nível do funcionamento, no que se relaciona com questões de carácter prático como a definição dos destinatários, os objectivos específicos, a calendarização e as marcações e os custos. Já tinham sido identificados pelos funcionários e coordenadora do Museu algumas dificuldades relacionadas com as visitas guiadas, nomeadamente a extensão do percurso, a dificuldade de transmissão de informação a determinados grupos, principalmente a crianças e seniores, e a necessidade de adequar os conteúdos às necessidades específicas dos grupos. Era perceptível que, devido à especificidade do Museu de Mértola, com núcleos disseminados pelo Centro Histórico e periferia de Mértola por um lado, e à necessidade de explorar de forma mais adequada as potencialidades dos núcleos museológicos, teriam que ser criados percursos temáticos relacionados com as evidencias históricas e culturais fornecidas pelos discurso expositivo do Museu e pela própria Vila enquanto elemento enquadrador. Assim, com o objectivo de melhor aproveitar as potencialidades dos 10 núcleos museológicos existentes, de diminuir a duração do percurso que incluía a visita a todos os núcleos, e de criar uma nova atractividade em termos de visita, foram delineados 6 percursos, estruturados tendo em conta os diferentes períodos da história, de forma a incutir uma nova dinâmica e um novo incentivo à visita guiada a Mértola, podendo esta ser também direccionada para diferentes tipos de públicos. Por outro lado, tendo em conta o desenvolvimento de um projecto de implementação de visitas audioguiadas, foi também elaborado um regulamento 8 de disponibilização deste equipamento, de forma a permitir ao visitante, por si só, fazer uma visita a todo o circuito patrimonial de Mértola, com recurso a Regulamento aprovado em Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mértola realizada em 7 de Abril de 2010. 8 Regulamento de utilização aprovado em Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mértola realizada em 17 de Dezembro de 2008. 7 11 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael informação detalhada sobre todos os pontos de interesse, não só em língua portuguesa mas também em língua inglesa 9 , com uma versão para crianças, para que a fruição seja total e incentive a um aprofundamento dos conhecimentos, nomeadamente através da visita aos núcleos museológicos e a outros locais de interesse como o Convento de S. Francisco, a Mina de S. Domingos e Pomarão e outros pontos de interesse cultural e natural. A reestruturação levada a cabo pelo Museu em termos de visitas guiadas e de outros tipos de serviços não estará completa sem que se proceda a uma correcta estratégia de divulgação. Assim, a estratégia de divulgação proposta passa pela execução de um folheto do Museu de Mértola com informação acerca de todos os núcleos museológicos e por um folheto específico sobre os serviços educativos do Museu onde existirá informação específica acerca dos 6 percursos. A divulgação passará também pelo contacto com as escolas no sentido de dar a conhecer os novos percursos para que melhor se adequem as visitas aos currículos escolares. Ainda neste âmbito, e tendo como objectivo a disponibilização da maleta pedagógica do período islâmico às escolas do 1º Ciclo do Concelho de Mértola, numa primeira fase 10 , será elaborado um regulamento que defina as normas de utilização deste instrumento pedagógico e permita também relacionar esta utilização com visitas ao Museu e programação de outras actividades com o público escolar. De referir ainda a importância das parcerias ao nível do desenvolvimento de acções educativas como forma de rentabilizar recursos e optimizar resultados. Estas parcerias existem tanto entre serviços da autarquia (principalmente, entre a Divisão de Cultura, Desporto e Turismo e Divisão Sócio-Educativa), mas também com outras instituições como é o caso do Campo Arqueológico de Mértola, a Escola profissional ALSUD, a MERTURIS – Empresa Municipal de Turismo e o Grupo de Teatro Wadi-Actos. 9 Esta em fase de candidatura a financiamento a introdução de conteúdos em espanhol e francês. 10 Numa segunda fase a maleta poderá ser disponibilizada para outras escolas, fora do Concelho de Mértola, sendo para isso necessário criar mecanismos de organização e disponibilização. 12 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael O Museu está ainda aberto a outras parcerias com instituições do Concelho, algumas já convidadas a participar nas acções de formação realizadas, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia, do Clube Náutico, da Associação de Defesa do Património e do Parque Natural do Vale do Guadiana, não sendo também de excluir parcerias e colaborações com outras instituições exteriores ao Concelho, sejam outras unidades museológicas, instituições culturais, autarquias, associações ou empresas. O percurso de implementação dos serviços educativos do Museu de Mértola tem sido lento e sinuoso no entanto, não devemos desvalorizar o seu principal objectivo que é, de uma forma geral, obter resultados sólidos que permitam o desenvolvimento de um trabalho de qualidade, devidamente estruturado e “maduro” para a concretização de novas iniciativas. De ressalvar o empenhamento dos funcionários e colaboradores que têm desenvolvido esforços no sentido de se adaptar a estas novas funções, facto claramente atestado através de uma grande motivação e interesse em melhorar a qualidade do serviço prestado. 4. Reformulação dos percursos de visitas guiadas A reformulação da estrutura de visitas guiadas disponibilizadas pelo Museu insere-se na estratégia de implementação dos serviços educativos do Museu de Mértola e tem como principal objectivo contribuir para uma melhor divulgação do seu acervo através da transmissão de informação de uma forma mais eficaz, e direccionada a diferentes tipos de público. De uma forma geral, e numa primeira fase, pretende-se dinamizar e dignificar as visitas guiadas dando-lhe uma cunho mais educativo e direccionado a distintos grupos, definindo percursos relacionados com diferentes temáticas, que permitam ao visitante a apreensão de informação básica acerca da herança histórica e cultural do Concelho de Mértola. 13 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.1. Objectivos A criação de diferentes percursos de visita permite melhor adaptar os conteúdos aos grupos específicos, tanto em termos de grupos etários como de diferentes níveis intelectuais e culturais, mas possibilita também uma melhor rentabilização de recursos com o objectivo de melhorar a qualidade do serviço prestado, dando uma melhor imagem do trabalho realizado e do empenhamento da Autarquia no aumento da qualidade do serviço que presta ao público. 4.2. Público-alvo Os percursos temáticos definidos destinam-se a grupos organizados, abarcando diversas faixas etárias e níveis de conhecimento, privilegiando o público escolar. As marcações deverão ser efectuadas com antecedência e tendo em conta o que se encontra definido no regulamento e deverão ser constituídos por um mínimo de 10 e um máximo de 30 pessoas. 4.3. Os percursos temáticos Os percursos integram total ou parcialmente o circuito patrimonial de Mértola e o complexo mineiro da Mina de S. Domingos. A selecção de cada percurso por parte do grupo visitante implica da parte do guia um total envolvimento e noção de responsabilidade de forma a transmitir de forma adequada e clara a informação. O visitante 11 tem o direito de aceder a todos os locais que integrem o percurso seleccionado pelo que, para cada visita o guia deve informar-se e actualizar-se acerca de todos os detalhes de funcionamento de forma a responder a dúvidas e reclamações, sempre na perspectiva de melhorar a qualidade do serviço prestado, tanto numa perspectiva de trabalho individual como de imagem colectiva do Museu e da Autarquia. Para isso deve também aprofundar e actualizar os seus conhecimentos acerca de cada local e de toda a investigação realizada sobre Mértola Vila Museu. 11 Os direitos e deveres do visitante no que se refere às visitas guiadas estão expressos no Regulamento (ver cópia em anexo). 14 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Por outro lado, e também numa perspectiva de melhoria a Autarquia deve proporcionar aos funcionários integrados neste serviço formação e meios para que desenvolvam da melhor forma as acções educativas e outras inerentes às suas funções. 4.3.1. Percurso 1 - Museu de Mértola Este percurso destina-se somente a grupos de adultos que manifestem especial interesse em realizar a visita completa aos núcleos museológicos do Museu de Mértola e integra a visita à Oficina de Tecelagem, Igreja Matriz (Antiga Mesquita), Alcáçova, Castelo, Forja do Ferreiro, Arte Islâmica, Arte Sacra, Casa Romana e Basílica Paleocristã, tendo a duração de 3 horas. Guião da Visita Ponto 1 - Oficina de Tecelagem: - Importância da actividade da tecelagem e sua importância no Concelho de Mértola; - Relacionar esta actividade com a produção de ovinos na região; 15 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Relacionar os motivos das mantas de lã com os motivos decorativos da cerâmica islâmica; - Realçar a importância da Oficina de Tecelagem para a preservação desta actividade tradicional; - Referir a importância de manter a oficina e o núcleo museológico no mesmo espaço como forma de preservação e valorização da actividade, seus instrumentos, produtos e intervenientes. Ponto 2 – Igreja Matriz (antiga Mesquita): - Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e período romano; - Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área da Igreja, portas e mihrab); - Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis romanos/antiguidade tardia). - Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com poucas alterações à mesquita islâmica; - Obras realizadas no século XVI que deram à Igreja o aspecto que mantém actualmente (telhado de duas águas, portal principal, etc.); - Obras da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais em meados dos anos 50 do Século XX que redescobriram o mihrab e as portas de arco em ferradura (até aí entaipadas) e destruíram a sacristia lateral construindo a sacristia nas traseiras; remoção de pinturas e outros elementos religiosos e artísticos que se encontram no núcleo de Arte Sacra. Ponto 3 – Circuito de Visitas da Alcáçova: - Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e valorização patrimonial na Vila e Concelho; 16 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação com o Castelo e a Mesquita. - Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente acondicionados e em fase de estudo); - Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico; - Referir a grandiosidade do palácio episcopal facto atestado através da excepcionalidade dos mosaicos e dos seus motivos decorativos (cronologia, motivos decorativos e influências bizantinas); - Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos; referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo de Arte Islâmica) - Complexo baptismal (cronologia, dados acerca da funcionalidade e ligação com as restantes estruturas do pórtico onde se encontram os mosaicos). Ponto 4 - Castelo e núcleo da Torre de Menagem: - Importância estratégica do castelo; - Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de Menagem em 1292); - Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência aos materiais islâmicos exumados (século XIX). - Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de Menagem; - Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura remodelação prevista. - Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do castelo e das muralhas. 17 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Ponto 5 - Forja do Ferreiro: - Construção tradicional: taipa, telhado de caniço e telha mourisca. - Importância da localização: antiga Rua da Afreita que contava com a existência de diversas oficinas ligadas ás actividades tradicionais. - Importância da profissão de ferreiro relacionada com diversas actividades como a agricultura, a pecuária e as actividades domésticas (reparações). - O ferreiro como homem sábio e muito respeitado em termos sociais. - Núcleo museológico inaugurado em Junho de 2001, depois da aquisição por parte da Autarquia do espólio e do edifício (referir que exposto só se encontra parte do espólio e que foi mantida a disposição original dos objectos); - O Ti Brito e a Dona Florinda sua filha como últimos representantes desta actividade na Vila de Mértola (faleceu em 1986 e manteve-se em actividade até inícios dos anos 80 do século XX). Ponto 6 – Arte Islâmica: - O edifício (recuperação do antigo celeiro da Casa de Bragança datado do século XVIII; núcleo inaugurado em Dezembro de 2001); - A colecção: representativa das intervenções realizadas em Mértola, principalmente na Alcáçova. - O documentário acerca das permanências e influências islâmicas na cultura local; - Organização da exposição por núcleos temáticos relacionados com a funcionalidade dos objectos; - A casa islâmica e os contentores (talhas); - A cerâmica de corda seca; - A epigrafia fúnebre; - A mesquita; - Cerâmica de luxo (parto da cena de e restantes elementos da vitrine onde este se encontra); - Percorrer a exposição a iniciar pela esquerda chamando a atenção para as formas e funções dos objectos cerâmicos, metálicos, vítreos de osso trabalhado; 18 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael chamar também à atenção para a permanência de formas e funções ao longo dos tempos. Ponto 7 – Arte Sacra: - A Igreja da Misericórdia (edifício do século XVII onde anteriormente se encontrava a Igreja de S. Tiago) - Adaptada a espaço museológico desde os inícios dos anos 80 onde se realizaram exposições dos materiais recolhidos das intervenções arqueológicas e da colecção de arte sacra recuperada das igrejas do Concelho de Mértola; - Referir a recolha de objectos sacros como forma de preservação (encontravam-se em igrejas votadas ao abandono e em perigo de perda devido ao roubo e à degradação); - Núcleo museológico inaugurado em Abril de 2001; - Colecção de imaginária religiosa e alfaias litúrgicas representativa dos séculos XV a XVIII. Ponto 8 - Casa Romana: - Referir a existência do núcleo museológico no edifício dos Paços do Concelho (incêndio em inicio dos anos 80 e obras de recuperação que puseram a descoberto as estruturas da casa Romana datada do século IV d.C.): - Primeiro núcleo museológico do museu de Mértola, inaugurado em 1989. - Organização espacial da casa romana: impluvium central e restantes compartimentos à volta (possível casa dedicada a actividade comercial – relação com a principal rua da cidade e com a proximidade do porto comercial – zona da Torre do Rio). - Materiais metálicos (referência às moedas cunhadas em Mértola, ao armamento e a outros objectos do quotidiano); - Elementos arquitectónicos; - Epigrafia funerária, - Estatuária (referir a estátua que se encontra no impluvium); 19 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Materiais cerâmicos (formas e tipologias fazendo especial referência às ânforas e às sigillatas). Ponto 9 - Basílica Paleocristã: - Núcleo museológico inaugurado em 1993. Trata-se de um museu de sítio que corresponde à musealização das estruturas de um basílica com vestígios de utilização entre o século v e VIII d.C.; - Explicar a volumetria e planta da antiga basílica, - Diferenças entre a necrópole islâmica e paleocristã; - Explicação de alguns objectos exumados: lacrimário, lucernas, fivelas e brincos, - Referência à existência de necrópoles de períodos anteriores fazendo referência à lápide da Idade do Ferro; - Fazer referência à lápide judaica, única em Portugal; - Explicar que as restantes lápides expostas correspondem à colecção mais importante de epigrafia funerária do período paleocristão. Bibliografia recomendada: BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, Imaginária de Mértola. Tempos, Espaços e Representações, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1998. IDEM, Museu de Mértola – Porta da Ribeira-Arte Sacra, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. IDEM, Mértola Arqueológica – 2003-2008, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. LOPES, Virgílio, Mértola na Antiguidade Tardia. A topografia histórica da cidade e do seu território nos alvores do cristianismo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2003. 20 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro da Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996. MACIAS, Santiago e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. MACIAS, Santiago et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2002. IDEM, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2005. TORRES, Cláudio e ALVES, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1989. TORRES, Cláudio et alli, Museu de Mértola – Núcleo do Castelo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1991. TORRES, Cláudio e MACIAS, Santiago, Museu de Mértola: Basílica Paleocristã, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1993. TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. 21 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 22 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.3.2. Percurso 2 - Período Islâmico I Neste percurso pretende-se abordar somente o período islâmico em Mértola pelo que os conteúdos devem ser mais cuidados e aprofundados, adaptados à maleta pedagógica que será utilizada no final da visita para sistematizar informação e aplicar conhecimento de uma forma lúdica. A informação disponibilizada deve ir de encontro aos conteúdos da maleta pedagógica de forma a permitir a fácil percepção por parte dos intervenientes. O percurso tem a duração de 2 horas e inclui a visita à Igreja Matriz (Antiga Mesquita), Alcáçova e arte Islâmica onde se desenvolverá a actividade com a maleta pedagógica. Este percurso destina-se a alunos do 1º Ciclo e 2ª Ciclo, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos. Esta actividade será realizada por duas pessoas: a primeira irá ao encontro do grupo no posto de Informação Turística e fará a visita à igreja e alcáçova e o percurso até ao núcleo de Arte islâmica; enquanto esta parte da visita decorre o segundo elemento preparará a actividade com a maleta e fará a visita ao núcleo de 23 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael arte islâmica. A segunda parte, ou seja, a actividade com a maleta pedagógica será desenvolvida com os dois elementos da equipa que terão que se articular para que a actividade se desenrole da melhor forma e com o envolvimento das crianças. Guião de Visita: Ponto 1 – Igreja Matriz (antiga Mesquita): - Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e período romano; - Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área da Igreja, portas e mihrab); - Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis romanos/antiguidade tardia). - Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com poucas alterações à mesquita islâmica; - Obras realizadas no século XVI que deram à Igreja o aspecto que mantém actualmente (telhado de duas águas, portal principal, etc.); - Obras da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais em meados dos anos 50 do Século XX que redescobriram o mihrab e as portas de arco em ferradura (até aí entaipadas) e destruíram a sacristia lateral construindo a sacristia nas traseiras; remoção de pinturas e outros elementos religiosos e artísticos que se encontram no núcleo de Arte Sacra. Ponto 2 – Circuito de Visitas da Alcáçova: - Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e valorização patrimonial na Vila e Concelho; - Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação com o Castelo e a Mesquita. 24 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente acondicionados e em fase de estudo); - Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico; - Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos; referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo de Arte Islâmica). Ponto 3 – Arte Islâmica: - A colecção: representativa das intervenções realizadas em Mértola, principalmente na Alcáçova. - O documentário acerca das permanências e influências islâmicas na cultura local; - A casa islâmica e os contentores (talhas); - A cerâmica de corda seca; - A epigrafia fúnebre; - A mesquita; - Cerâmica de luxo (parto da cena de e restantes elementos da vitrine onde este se encontra); - Percorrer a exposição a iniciar pela esquerda chamando a atenção para os objectos e temática relacionadas com as actividades da maleta pedagógica. - Actividades com a maleta que culminarão com o chá. Bibliografia recomendada: Caderno de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica – “O Baú de Aladino” – Manual de Instruções, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d. GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. 25 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Herança e Cultura Islâmica. Caderno de Textos de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica – “O Baú de Aladino”, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d. IDEM, Museu de Mértola: Cerâmica de Corda Seca, Mértola, Campo o Arqueológico de Mértola, 2002. MACIAS, Santiago e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. MACIAS et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2002. MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro da Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996. TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. 26 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 27 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.3.3. Percurso 3 - Período Islâmico II Este percurso destina-se a todos os grupos etários e inclui uma visita exclusivamente dedicada ao período islâmico em Mértola e às suas especificidades. Tem uma duração de duas horas e inclui a visita à Oficina de Tecelagem, Igreja Matriz (Antiga Mesquita), Alcáçova, Castelo e Arte islâmica. Guião da Visita: Ponto 1 - Oficina de Tecelagem: - Importância da actividade da tecelagem e sua importância no Concelho de Mértola; - Relacionar esta actividade com a produção de ovinos na região; - Relacionar os motivos das mantas de lã com os motivos decorativos da cerâmica islâmica; - Realçar a importância da Oficina de Tecelagem para a preservação desta actividade tradicional; - Referir a importância de manter a oficina e o núcleo museológico no mesmo espaço como forma de preservação e valorização da actividade, seus instrumentos, produtos e intervenientes. 28 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Ponto 2 – Igreja Matriz (antiga Mesquita): - Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e período romano; - Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área da Igreja, portas e mihrab); - Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis romanos/antiguidade tardia). - Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com poucas alterações à mesquita islâmica; - Obras realizadas no século XVI que deram à Igreja o aspecto que mantém actualmente (telhado de duas águas, portal principal, etc.); - Obras da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais em meados dos anos 50 do Século XX que redescobriram o mihrab e as portas de arco em ferradura (até aí entaipadas) e destruíram a sacristia lateral construindo a sacristia nas traseiras; remoção de pinturas e outros elementos religiosos e artísticos que se encontram no núcleo de Arte Sacra. Ponto 3 – Circuito de Visitas da Alcáçova: - Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e valorização patrimonial na Vila e Concelho; - Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação com o Castelo e a Mesquita. - Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente acondicionados e em fase de estudo); 29 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico; - Referir a grandiosidade do palácio episcopal facto atestado através da excepcionalidade dos mosaicos e dos seus motivos decorativos (cronologia, motivos decorativos e influências bizantinas); - Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos; referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo de Arte Islâmica) - Complexo baptismal (cronologia, dados acerca da funcionalidade e ligação com as restantes estruturas do pórtico onde se encontram os mosaicos). Ponto 4 - Castelo e núcleo da Torre de Menagem: - Importância estratégica do castelo; - Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de Menagem em 1292); - Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência aos materiais islâmicos exumados (século XIX). - Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de Menagem; - Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura remodelação prevista. - Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do castelo e das muralhas. Ponto 5 – Arte Islâmica: - O edifício (recuperação do antigo celeiro da Casa de Bragança datado do século XVIII; núcleo inaugurado em Dezembro de 2001); - A colecção: representativa das intervenções realizadas em Mértola, principalmente na Alcáçova. - O documentário acerca das permanências e influências islâmicas na cultura local; 30 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Organização da exposição por núcleos temáticos relacionados com a funcionalidade dos objectos; - A casa islâmica e os contentores (talhas); - A cerâmica de corda seca; - A epigrafia fúnebre; - A mesquita; - Cerâmica de luxo (parto da cena de e restantes elementos da vitrine onde este se encontra); - Percorrer a exposição a iniciar pela esquerda chamando a atenção para as formas e funções dos objectos cerâmicos, metálicos, vítreos de osso trabalhado; chamar também à atenção para a permanência de formas e funções ao longo dos tempos. Bibliografia recomendada: GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Museu de Mértola: Cerâmica em Corda Seca de Mértola, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro da Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996. MACIAS et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2002. MACIAS, Santiago e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. MACIAS, Santiago, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2005. TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de TORRES, Cláudio et alli, Museu de Mértola – Núcleo do Castelo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1991. 31 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 32 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.3.4. Percurso 4 - Período Romano e Antiguidade Tardia O percurso destina-se a todos os grupos etários e aborda exclusivamente o período relativo à ocupação romana e Antiguidade tardia com o objectivo de transmitir informação específica relativamente a vestígios, arquitectura ou artefactos relativos a este período utilizando como pano de fundo o caso de Mértola. A visita tem a duração de duas horas e inclui a passagem pela Alcáçova, Castelo, Torre do Rio, Casa Romana e Basílica Paleocristã. Guião da Visita: Ponto 1 – Circuito de Visitas da Alcáçova: - Referir que foi neste local que se iniciaram as escavações arqueológicas em Mértola em 1978 e que foi o início de todo o processo de musealização e valorização patrimonial na Vila e Concelho; - Explicar de forma sucinta o que é a Alcáçova e estabelecer a sua relação com o Castelo e a Mesquita. - Explicar que neste local podemos perceber a sobreposição de níveis arqueológicos (estruturas do período romano, da antiguidade tardia e do período islâmico; após o abandono do bairro islâmico o local foi utilizado como cemitério até ao século XVI (a título de curiosidade dar a informação de que da zona escavada já foram exumados mais de 700 esqueletos que se encontra devidamente acondicionados e em fase de estudo); 33 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Explicar as casas islâmicas e organização do bairro islâmico; - Referir a grandiosidade do palácio episcopal facto atestado através da excepcionalidade dos mosaicos e dos seus motivos decorativos (cronologia, motivos decorativos e influências bizantinas); - Criptopórtico (cronologia, diversas funcionalidades ao longo dos tempos; referi que daqui foram exumadas os objectos mais importantes expostos no núcleo de Arte Islâmica) - Complexo baptismal (cronologia, dados acerca da funcionalidade e ligação com as restantes estruturas do pórtico onde se encontram os mosaicos). Ponto 2 - Castelo e núcleo da Torre de Menagem: - Importância estratégica do castelo; - Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de Menagem em 1292); - Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência aos materiais islâmicos exumados (século XIX). - Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de Menagem; - Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura remodelação prevista. - Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do castelo e das muralhas. Ponto 3 – Torre do Rio (monumento nacional) Descer a até perto da Torre do Rio e fazer a explicação do monumento e da zona envolvente referindo: - Cronologia, arquitectura e funcionalidade; - Localização: referir a importância do rio Guadiana como principal via de comunicação e de escoamento de produtos; - Porta da Ribeira (porta de acesso ao porto). 34 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Ponto 4 - Casa Romana: - Referir a existência do núcleo museológico no edifício dos Paços do Concelho (incêndio em inicio dos anos 80 e obras de recuperação que puseram a descoberto as estruturas da casa Romana datada do século IV d.C.): - Primeiro núcleo museológico do museu de Mértola, inaugurado em 1989. - Organização espacial da casa romana: impluvium central e restantes compartimentos à volta (possível casa dedicada a actividade comercial – relação com a principal rua da cidade e com a proximidade do porto comercial – zona da Torre do Rio). - Materiais metálicos (referência às moedas cunhadas em Mértola, ao armamento e a outros objectos do quotidiano); - Elementos arquitectónicos; - Epigrafia funerária, - Estatuária (referir a estátua que se encontra no impluvium); - Materiais cerâmicos (formas e tipologias fazendo especial referência às ânforas e às sigillatas). Ponto 5 - Basílica Paleocristã: - Núcleo museológico inaugurado em 1993. Trata-se de um museu de sítio que corresponde à musealização das estruturas de um basílica com vestígios de utilização entre o século v e VIII d.C.; - Explicar a volumetria e planta da antiga basílica, - Diferenças entre a necrópole islâmica e paleocristã; - Explicação de alguns objectos exumados: lacrimário, lucernas, fivelas e brincos, - Referência à existência de necrópoles de períodos anteriores fazendo referência à lápide da Idade do Ferro; - Fazer referência à lápide judaica, única em Portugal; - Explicar que as restantes lápides expostas correspondem à colecção mais importante de epigrafia funerária do período paleocristão. 35 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Bibliografia recomendada: GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. LOPES, Virgílio, Mértola na Antiguidade Tardia. A topografia histórica da cidade e do seu território nos alvores do cristianismo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2003. MACIAS, Santiago, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2005. PALMA, Maria de Fátima e GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Mértola e Niebla: Na Confluência de Dois Territórios, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2006. TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural – Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. TORRES, Cláudio et alli, Museu de Mértola – Núcleo do Castelo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1991. TORRES, Cláudio e MACIAS, Santiago, Museu de Mértola: Basílica Paleocristã, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1993. 36 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 37 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.3.5. Percurso 5 - Centro Histórico de Mértola Com este percurso pretende-se dar a conhecer o Centro Histórico de Mértola e evidenciar algumas especificidades relacionadas com o património edificado, a arquitectura, a organização espacial e a envolvente natural. A visita terá a duração de 3 ou 3 horas e meia e inclui o percurso pela muralha da vila, alguns exemplos de arquitectura tradicional e especificidades locais, recuperação de imóveis (Casa Amarela, Casa do Lanternim, Edifício dos Paços do Concelho, Casa dos Azulejos, etc.) e outros locais de interesse como o Castelo, a Igreja Matriz, a Torre do Rio, a Torre do relógio, as vias romanas e o Convento de S. Francisco). Este percurso é destinado a adultos que pretendam o aprofundamento de temáticas relacionadas com a história/memória local. Não inclui a entrada nos núcleos museológicos que serão somente sinalizados e sobre os quais serão dadas algumas informações relativas à colecção e ao edifício onde está instalado cada núcleo. Guião de Visita: Ponto 1 - Rua da Igreja – Visita à Oficina de Tecelagem - Importância da actividade da tecelagem e sua importância no Concelho de Mértola; - Relacionar esta actividade com a produção de ovinos na região; 38 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Relacionar os motivos das mantas de lã com os motivos decorativos da cerâmica islâmica; - Realçar a importância da Oficina de Tecelagem para a preservação desta actividade tradicional; - Referir a importância de manter a oficina e o núcleo museológico no mesmo espaço como forma de preservação e valorização da actividade, seus instrumentos, produtos e intervenientes. Ponto 2 - Igreja Matriz - Implantação da igreja Matriz em espaço sagrado: evidências da utilização como local de culto, atestadas pelas intervenções arqueológicas, no período islâmico (vestígios ainda existentes da antiga mesquita), antiguidade tardia e período romano; - Mesquita almóada: cronologia (século XII), vestígios ainda existentes (área da Igreja, portas e mihrab); - Reaproveitamento de materiais mais antigos (exemplo dos dois capiteis romanos/antiguidade tardia). - Utilização do espaço entre o inicio do século XIII e o século XVI com poucas alterações à mesquita islâmica; Ponto 3 – Castelo - Importância estratégica do castelo; - Cronologia e ligação com a Ordem de Santiago (construção da Torre de Menagem em 1292); - Explicação sumária das sondagens arqueológicas realizadas e referência aos materiais islâmicos exumados (século XIX). - Materiais arquitectónicos (séculos V a IX) expostos na Sala da Torre de Menagem; - Sala 2 da Torre de Menagem – exposições temporárias com futura remodelação prevista. 39 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael - Vista panorâmica de Mértola e explicação da importância estratégica do castelo e das muralhas. Ponto 4 - Largo da igreja - Capela do Calvário A Capela do Senhor do Calvário foi fundada em finais do século XVI, início do século XVII, na plataforma fronteira à Igreja Matriz. Trata-se de um edifício de pequenas dimensões, de planta centralizada, coberto por uma cúpula, solução adoptada com frequência nos templos que por todo o país se ergueram evocando o calvário. Embora arquitectónicamente modesto, este é um dos espaços de maior carga simbólica para as gentes de Mértola devido à forte ligação com as celebrações em trono da paixão e morte de Cristo. A manifestação devotiva mais relevante é a Procissão do Senhor dos Passos que se realiza até aos dias de hoje. O conjunto escultórico do altar, alusivo aos momentos nucleares do ciclo da paixão – Cristo crucificado, ladeado pelo Senhor da cana Verde (apresentação ao povo) e Senhor Preso à Coluna (Flagelação), é datado da segunda metade do Século XVIII. Ponto 5 - Rua Elias Garcia (antiga Rua da Afreita) - Forja do Ferreiro - Construção tradicional: taipa, telhado de caniço e telha mourisca. - Importância da localização: antiga Rua da Afreita que contava com a existência de diversas oficinas ligadas ás actividades tradicionais. - Importância da profissão de ferreiro relacionada com diversas actividades como a agricultura, a pecuária e as actividades domésticas (reparações). - O ferreiro como homem sábio e muito respeitado em termos sociais. - Núcleo museológico inaugurado em Junho de 2001, depois da aquisição por parte da Autarquia do espólio e do edifício (referir que exposto só se encontra parte do espólio e que foi mantida a disposição original dos objectos); - O Ti Brito e a Dona Florinda sua filha como últimos representantes desta actividade na Vila de Mértola (faleceu em 1986 e manteve-se em actividade até inícios dos anos 80 do século XX). 40 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Ponto 6 - Rua Elias Garcia - Muralhas da Vila e envolvente (Ribeira de Oeiras) Actualmente o Centro Histórico de Mértola ainda se encontra rodeado por um perímetro de muralhas com perto de 1000 metros que encerra uma área aproximada de 6 hectares. Os seus muros, adaptados à topografia do terreno, têm adoçados torreões de planta quadrada. Três portas davam acesso ao interior da cidade e um postigo, a Porta Falsa, permitia aos habitantes do castelo sair para o exterior. Sobre a Porta da Ribeira, que dava acesso ao porto, foi construído no século XVI o Hospital da Misericórdia, actual núcleo de Arte Sacra do Museu de Mértola que ocupou o lugar de uma outra capela dedicada a S. Tiago. Não se conserva a outra porta principal, a Porta de Beja que abria para Norte; era ladeada por duas poderosas torres semicilíndricas e foi destruída na primeira metade do século XX. Também não se conserva a porta do Buraco virada para a ribeira de Oeiras que, nas imediações, era atravessada a vau por uma via que, partindo de Mértola, se dirigia para Sª. Bárbara e Almodôvar. Actualmente é difícil datar os panos de muralha tendo em conta as intervenções levadas a cabo ao longo dos anos no entanto, de uma forma geral, no aparelho construtivo é sempre utilizada pequena alvenaria de cal, sendo a única excepção as cortinas construídas na Antiguidade Tardia (entre os séculos IV e VI). Este conjunto de grande aparelho constitui a parte exterior do criptopórtico; esta galeria subterrânea abre para o exterior por 4 seteiras que foram entaipadas posteriormente, quando o criptopórtico foi transformado em cisterna. Em época islâmica, esta construção foi integrada na muralha e reforçada com sólidos torreões de planta quadrada ligados por um adarve. Possivelmente em finais da época islâmica ou no início do domínio cristão, foi construída, na zona norte, uma segunda linha defensiva, espécie de barbacã, reforçada com algumas torres quadrangulares assentes em alicerces de pedra e alçado de taipa. 41 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Ponto 7 - Convento de S. Francisco O Convento de S. Francisco foi edificado no século XVII, por iniciativa do Cónego Diogo Nunes de Figueira Negreiros e situa-se a sul da Vila, junto da confluência da ribeira de Oeiras com o Rio Guadiana. Com a extinção das ordens religiosas na década de 30 do século XIX, o espaço é votado ao abandono. No início dos anos 80 do século XX, o convento é adquirido por particulares que o transformam em sua residência, tendo a igreja sido reservada para concertos, exposições e outras iniciativas culturais. Nos terrenos adjacentes, a recuperação de uma nora e do sistema de irrigação e um conjunto de instalações artísticas configuram o Museu da Água. Ponto 8 - Rua António José de Almeida - Casa Amarela e Núcleo de Arte Islâmica A Casa Amarela é um edifício de grandes dimensões, de traça e construção tradicional que foi recuperado para albergar a sede do Campo Arqueológico de Mértola e do Centro de Estudos Islâmicos e do Mediterrâneo. Nele estão instalados os serviços administradores e de investigação do CAM e a biblioteca especializada em arqueologia medieval e islâmica. Este edifício serve também de apoio ao Museu de Mértola já que dispõe de duas salas para exposições temporárias e se situa junto aos núcleos museológicos de Arte islâmica e Arte Sacra. O Núcleo de Arte Islâmica está instalado nos antigos celeiros da Casa de Bragança, um edifício de dois andares construído no século XVIII e recuperado para albergar a colecção de arte islâmica. A colecção é constituída por materiais cerâmicos, pétreos, metálicos e vítreos representativos da ocupação de Mértola em período islâmico, entre os séculos IX e 1ª metade do século XIII. Ponto 9 - Rua da Misericórdia – Visita ao Núcleo de Arte Sacra e Porta da Ribeira O núcleo de Arte Sacra na Igreja da Misericórdia, situada sobre a porta que abre para o antigo porto de Mértola. Na primeira metade do século XVI, foi criada a confraria da Misericórdia de Mértola, principalmente dedicada a tarefas de 42 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael assistência social e, mais tarde, em 1558, foi construída a sua Igreja no espaço de uma antiga ermida medieval dedicada a S. Tiago (da construção quinhentista sobrevive um portal lateral inserido numa estrutura de finais do século XVII). A Igreja da Misericórdia é constituída por uma nave coberta com uma abóbada de berço, uma capela-mor encostada às muralhas e uma sacristia situada a poente. Na fachada principal, abre-se um portal simples e levanta-se um campanário. Mais tarde, o torreão medieval que se erguia sobre a porta foi sacrificado e substituído por um edifício com dois compartimentos dedicados a sala capitular e arquivo da confraria. Esta Igreja, hoje parcialmente desafecta ao culto, (só utilizada na Páscoa para a Procissão do Senhor dos Passos) guarda uma interessante colecção de arte sacra cristã e serve de espaço expositivo. A colecção de estatuária, pintura e alfaias religiosas foi recolhida nos finais da década de 70, inicio dos anos 80 do século XX, em algumas igrejas do Concelho de Mértola, dada a pouca segurança e o abandono a que estas estavam votadas e é representativa dos séculos XV, XVI, XVII e XVIII. Ponto 10 - Torre do Rio Desde a Antiguidade Tardia (séculos III/IV) que esta estrutura defensiva permitia proteger a zona portuária da Porta da Ribeira, sobretudo os locais onde acostavam e eram reparadas as embarcações que faziam a carreira fluvial ou que provinham de rotas de longo curso. Este monumento, único no Mediterrâneo Ocidental, devido à sua sólida construção, tem resistido à pressão devastadora das águas do rio, mantendo solidamente implantada uma torre ligada por uma sequência de seis arcos às muralhas da cidade. Os pegões que sustêm os arcos têm planta semicircular a jusante, sendo apoiados a montante por sólidos contrafortes com a forma de quebra-mar. Embebidos numa resistente alvenaria de xisto, destacam-se como paramento grandes blocos de granito e mármore trabalhado, certamente originários de outras construções de época imperial romana. 43 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Ao nível da água são visíveis marcas de amarração de uma estrutura em madeira que parece ter tido como objectivo facilitar a acostagem de barcos de maiores dimensões. Além de permitir o acesso à água sem se abandonar a protecção das ameias, este prolongamento da muralha não só defendia a zona do porto, como controlava os movimentos da corrente que naquele local atravessava o rio para impedir o avanço de embarcações hostis. Ponto 11 - Rua dos combatentes da Grande Guerra até Largo Luís de Camões: Edifício dos Paços do Concelho/Casa Romana; Casa do Lanternim; Antigo edifício do Tribunal e Casa dos Azulejos Nos finais do século XVI e inícios do século XVII a praça do município sofreu grandes alterações. Nesta altura foi construído o edifício dos Paços do Concelho, o da Auditoria e do Açougue, todos eles formando uma banda unificada única (edifício do antigo Tribunal), junto à muralha virada ao Guadiana. Nos espaços fronteiros e laterais a estes, o da Prisão, o do Tabelionado, o das Recebedorias e as casas de alguns dos principais membros do governo da Vila e da elite local. Estes edifícios correspondem aos actualmente existentes: Paços do Concelho e antigo Tribunal aliados a serviços da Autarquia, Casa do Lanternim, actual sede do Parque Natura do Vale do Guadiana. A antiga Praça do Município foi muito alterada no Século XIX, principalmente coma construção da Casa dos Azulejos que reduziu consideravelmente a dimensão da praça. Ponto 12 - Rua Professor Baptista da Graça -Torre do Relógio – Rua D. Sancho II Não existem registos que permitam precisar quando foi construída a Torre do Relógio de Mértola. É provável que tenha sido erguida em finais do século XVI ou inícios do Século XVII, no contexto da reorganização da zona urbana da Praça do Município. Esta torre foi erguida nas proximidade de um conjunto de construções representativas do poder político, administrativo, judicial e económico, no local onde a rua principal da vila inflectia e começava a ter uma inclinação acentuada. Reaproveitou a estrutura de um antigo torreão da muralha e 44 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael passou a marcar o limite da Praça do Município e a assumir-se como um dos elementos emblemáticos da Vila. Desde 1690 que no rol de funcionários da Câmara Municipal aparece o cargo de relojoeiro; foi extinto em 1920 tendo passado os contínuos da autarquia a desempenhar essas funções. Em 1896 o relógio primitivo é substituído por um adquirido ao relojoeiro Francisco da Costa e Sousa, de Lagos, que se encarregou pessoalmente de o instalar, sendo a nova engrenagem responsável pela marcação do tempo para os mertolenses durante cerca de cem anos. Passado este período devido a sucessivas avarias e ao cansaço da engrenagem os atrasos dos seus ponteiros levaram a que fosse silenciado. No início do novo milénio mãos hábeis e experientes devolveram-lhe a vida passando a Torre do Relógio a marcar novamente o tempo dos habitantes do Centro Histórico. Ponto 13 – Rua Alonso Gomes – Biblioteca Municipal - Porta de entrada da Vila Da antiga Porta de Beja não existem quaisquer vestígios, sendo a sua localização exacta bem conhecida, Actualmente está identificada como a zona de entrada no Centro Histórico, marcado pela presença do edifício do mercado municipal, instalado sobre um antigo torreão da muralha, demolido na primeira metade do século XX, e pelo edifício da Biblioteca Municipal, utilizado como cadeia no século XIX e início do século XX. Bibliografia recomendada: BOIÇA, Joaquim, “Topografia histórica de Mértola. As ocupações funcionais do terreiro junto à Porta da Ribeira, da época medieval à contemporânea: Capela de Santiago – Igreja da Misericórdia – Espaço Museológico” in, Arqueologia Medieval 3, Porto, Edições Afrontamento, 1993. IDEM, A Torre do Relógio, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2001. IDEM, Museu de Mértola – Porta da Ribeira - Arte Sacra, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. GÓMEZ MARTINEZ, Susana (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. 45 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael MACIAS, Santiago, et alii, Mértola Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2002. PALMA, Maria de Fátima e GÓMEZ, Susana, Mértola e Niebla na Confluência de Dois Territórios, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2006. TORRES, Cláudio et alii, Museu de Mértola: Núcleo do Castelo – Catálogo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1991. IDEM e SILVA, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996. IDEM et alii, Itinerário Cultural Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. VARANDA, Fernando, Mértola no Alengarve. Tradição e mudança no espaço construído, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002. 46 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 47 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.3.6. Percurso 6 - Complexo mineiro da Mina de S. Domingos Através de protocolo celebrado entre a Fundação Serrão Martins e a Autarquia o núcleo museológico Casa do Mineiro foi integrado no Museu de Mértola. A gestão e funcionamento deste núcleo museológico é da responsabilidade da Fundação pelo que as visitas e percursos são também da sua responsabilidade, existindo um regulamento e preçário próprio 12 . As marcações terão também que ser efectuadas através de contacto com a Fundação. Existem duas modalidades de visita: Visita Tipo A – A visita inclui o aceso à exposição patente no edifício do CineTeatro, à zona industrial da Mina de S. Domingos e à recriação de uma Casa do Mineiro patente no Centro de Documentação. O percurso tem a duração de 1:30 horas/2:00 horas. Na zona industrial, a visita Tipo A permite visitar a zona de extracção e carregamento do minério, oficinas e armazéns, central eléctrica, malacate, lagoas de abastecimento de água, sistemas de drenagem, vestígios da mineração romana e vários outros itens. 12 Regulamento e Preçário em anexo. 48 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Visita Tipo B – A visita guiada inclui a proposta anterior complementada pelo Percurso do Minério (17 km), que consiste em seguir, por estrada e terra, o antigo caminho-de-ferro até ao porto fluvial do Pomarão. Esta alternativa de visita implica a utilização dos veículos ligeiros dos participantes e a inclusão do guia acompanhante como passageiro numa das viaturas. O percurso tem a duração de 3:00 horas/3:30 horas. A visita Tipo B permite visitar, além das zonas acima referidas, o percurso da linha férrea (com as suas obras suspensas e subterrâneas, além das estações), lagoas de tratamento de águas ácidas, a Central de Britagem da Moitinha (com um forno de ustulação do Século XIX), a Fábrica de Enxofre da Achada do Gamo e o porto fluvial do Pomarão. Bibliografia recomendada: ALVES, Helena, Mina de S. Domingos: Génese, Formação Social e Identidade Mineira, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1997. REGO, Miguel (Coord.), Mineração no Baixo Alentejo, Castro Verde, Câmara Municipal de Castro Verde, 1996. 49 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael IDEM (Coord.), Mina de S. Domingos – 150 Anos de História. Fotogramas da Memória, Mértola, Cãmara Municipal de Mértola, 2004. IDEM (Coord.), Mina de S. Domigos – 150 Anos de História. Monumento ao mineiro (des)conhecido, Mértola, Cãmara Municipal de Mértola, 2004. TORRES, Cláudio e ALVES, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1989. 50 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 51 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.4. Custos Os custos das visitas guiadas e das entradas nos núcleos museológicos do Museu de Mértola estão expressos no Regulamento e Tabelas de Taxas e Outras Licenças Municipais de Mértola sendo, no momento, os seguintes: - Visita guiada …………………………………………………….. 2,00€ - Bilhete geral núcleos museológicos do Museu de Mértola … 5,00€ - Bilhete de núcleo ……………………………………………….. 2,00€ - Desconto de 50% para estudantes e maiores de 65 anos. - Entrada gratuita para naturais e residentes no Concelho de Mértola e crianças até aos 12 anos (inclusive). A Fundação Serrão Martins estabeleceu um regulamento de visitas guiadas e preçário em que: - Visita Tipo A – 15,00€ - Visita Tipo B – 24,00€ 4.5. Contactos para informações ou marcação de visitas As visitas deverão ser previamente marcadas e cumprir com o estabelecido no Regulamento de Visitas do Museu de Mértola e da Fundação Serrão Martins. 4.5.1. Percursos 1, 2, 3, 4 e 5 Os contactos deverão ser efectuados por escrito, telefone ou e-mail para: - Câmara Municipal de Mértola, Praça Luís de Camões – 7750-329 Mértola, telefone 286610100 ou [email protected] - Posto de Informação Turística, Rua da Igreja n.º 31 – 7750-338 Mértola, telefone 286810109 ou [email protected] - Museu de Mértola para o telefone 286610100 – ext. 1591 ou [email protected] 52 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 4.5.2. Percurso 6 O contacto deverá ser efectuado para a Fundação Serrão Martins, Rua de Santa Isabel – 30-31, Mina de S. Domingos – 7750-146 Corte do Pinto ou através dos telefones 286647534 ou 961940458 ou do e-mail [email protected] 4.6. Divulgação Para que qualquer tipo de evento tenha impacto nos cidadãos é essencial que se faça uma boa divulgação de forma a dar a conhecer as iniciativas e a transmitir uma mensagem que seja atractiva. Para pequenas localidades, afastadas dos grandes centros urbanos, esta divulgação tem que ser ainda mais cuidada sendo necessário definir desde logo qual o público que se pretende atingir e delinear a forma de lhe chegar. Para o Museu de Mértola, nesta primeira fase pretende-se consolidar o contacto com o público escolar a nível do Concelho mas também dos concelhos limítrofes e das instituições que nos costumam visitas. Posteriormente, e depois de consolidar os novos percursos, o leque de público a abarcar será alargado para um nível regional e nacional. Pretende-se também manter o contacto com instituições e empresas turísticas que são já nossos visitantes assíduos mas que é sempre necessário fidelizar através de novos incentivos. 4.6.1. Formação aos técnicos do Museu de Mértola e Posto de Informação Turística Antes de iniciar qualquer processo de divulgação dos novos percursos é necessário realizar uma pequena acção de formação que contará com a presença dos envolvidos nestes novos percursos de visitas: os funcionários do Museu e do Posto de Informação Turística 13 . Como se pretende que estes novos percursos estejam disponíveis para o público a partir de Setembro, antes do início do ano 13 Participarão nesta acção os seguintes funcionários: Mariana Costa, Rosa Roxo, Paula Martins, Fernando Martins, Ana Neto, Mafalda Silva, Sílvia Valente, Manuel Eduardo Carrilho e Guilhermina Bento. 53 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael lectivo 2010/2011, esta terá lugar no dia 13 de Julho 14 , na Basílica Paleocristã, e será ministrado por Lígia Rafael. O primeiro teste à realização destes percursos, nomeadamente as actividades com a maleta pedagógica do período islâmico, será no dia 26 de Setembro, inserida nas comemorações das Jornadas europeias do património, e dirigida a crianças entre os 6 e os 9 anos, filhos dos funcionários da Autarquia. Esta iniciativa tem como finalidade testar as competências dos funcionários para trabalhar com a maleta mas também levar as crianças e suas famílias ao museu. 4.6.2. Divulgação através de mailing Durante o mês de Julho será efectuada uma divulgação através de e-mail: primeiro para as instituições de ensino e grupos que já nos visitaram e, posteriormente para outras unidades de ensino, instituições e autarquias a nível nacional. 4.6.3. O folheto do Museu de Mértola Estão já preparados os conteúdos para o folheto do Museu de Mértola que será representativo de todos os núcleos museológicos e servirá como uma forma de divulgação para o visitante que se dirige ao Posto de Informação Turística ou ao Museu. Este folheto faz uma pequena apresentação do Museu de Mértola e tem um pequeno resumo de cada um dos núcleos museológicos. O design e impressão estão integrados no Projecto Redes Urbanas para o Património e será realizado ainda durante o ano de 2010. 4.6.4. O folheto dos serviços educativos Com o objectivo de divulgar as acções realizadas no âmbito dos serviços educativos do Museu de Mértola será executado um pequeno folheto com a apresentação deste serviço e a definição dos percursos de visita e a forma de funcionamento. Os conteúdos estão a ser trabalhados e o design e impressão estão 14 Proponho o encerramento do Posto de Informação Turística e núcleos museológicos às 16:00 horas. 54 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael também integrados no Projecto Redes Urbanas para o Património e será executado durante o ano de 2010. 55 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Considerações finais Tendo em conta a necessidade que existia de operacionalizar novos percursos de visitas guiadas, este documento é de extrema importância já que justifica os percursos definidos e estabelece também os seus conteúdos de forma a sistematizar e clarificar a informação transmitida pelos guias aos visitantes. É também extremamente importante a existência de um regulamento que estabeleça as normas gerais destes percursos para que o serviço prestado seja mais qualificado e simplificado em termos de apoio logístico. A implementação dos serviços educativos do Museu de Mértola tem sido um processo lento mas consciente já que teve sempre em linha de conta a especificidade do museu e os seus constrangimentos no que diz respeito às dificuldades relacionadas com os recursos humanos, financeiros e logísticos. Por outro lado, a aposta na formação dos intervenientes nas acções educativa foi extremamente importante tendo em conta a necessidade de especialização nesta temática. Podemos considerar este como o primeiro passo na estruturação deste serviço. Não deve existir uma preocupação com a quantidade das acções realizadas, deve existir sim uma grande preocupação com a qualidade e com o impacto no público. Os novos percursos de visitas começarão a ser desenvolvidos no início do próximo ano lectivo e terão uma avaliação no final deste ciclo. Nessa altura será avaliado o impacto nos visitantes, a qualidade do serviço prestado e a satisfação dos intervenientes seja ao nível dos utilizadores seja ao nível dos dinamizadores e coordenadores. Passado este período poderemos fazer uma reavaliação e limar algumas arestas sempre na perspectiva de melhorar a imagem do Museu e do serviço que presta à comunidade. Não deverá nunca ser descurada a necessidade de pensar em novas acções e potenciar sempre a parceria com instituições públicas e privadas que possa desenvolver projectos que se insiram no âmbito dos objectivos e temáticas do Museu. 56 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Bibliografia: Acta do Encontro Museus e Educação, Lisboa, Instituto Português de Museus, 2001. BARRIGA, Sara e SILVA, Susana Gomes da, Serviços Educativos na Cultura, Porto, Setepés, 2007. BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, Imaginária de Mértola. Tempos, Espaços e Representações, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1998. IDEM, A Torre do Relógio, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2001. IDEM, Museu de Mértola – Porta da Ribeira - Arte Sacra, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. Caderno de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica – “O Baú de Aladino” – Manual de Instruções, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d. CAMACHO, Clara Frayão, “Serviços Educativos a Rede Portuguesa de Museus: panorâmica e perspectivas in, BARRIGA, Sara e SILVA, Susana Gomes da, Serviços Educativos na Cultura, Porto, Setepés, 2007. DUARTE, Ana, “Museu e Comunidades” in, BARRIGA, Sara e SILVA, Susana Gomes da, Serviços Educativos na Cultura, Porto, Setepés, 2007. GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Museu de Mértola: Cerâmica de Corda Seca, Mértola, Campo o Arqueológico de Mértola, 2002. IDEM (Coord.), Alcáçova de Mértola (1978-2008) – Trinta Anos de Arqueologia, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. IDEM, Mértola Arqueológica – 2003-2008, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. Herança e Cultura Islâmica. Caderno de Textos de Apoio Pedagógico à Maleta Pedagógica – “O Baú de Aladino”, Mértola, Escola Profissional ALSUD, s.d. Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto, Aprova a Lei-Quadro dos Museus Portugueses. LOPES, Virgílio, Mértola na Antiguidade Tardia. A topografia histórica da cidade e do seu território nos alvores do cristianismo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2003. MACIAS, Santiago, Mértola Islâmica – Estudo Histórico-Arqueológico do Bairro da Alcáçova (Séculos XII-XIII), Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1996. 57 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael IDEM e TORRES, Cláudio, Museu de Mértola: Arte Islâmica, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2001. IDEM et alii, Mértola – Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2002. IDEM et alii, Mértola Mesquita/Igreja Matriz, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2002. IDEM, Mértola, O Último Porto do Mediterrâneo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 2005. PALMA, Maria de Fátima e GÓMEZ MARTINEZ, Susana, Mértola e Niebla: Na Confluência de Dois Territórios, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2006. SEMEDO, Alice e LOPES, J. Teixeira (Coordes.), Museus, discursos e representações, Porto, edições Afrontamento, 2005. TORRES, Cláudio e ALVES, Luís Alves da, Mértola Vila Museu, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1989. TORRES, Cláudio et alii, Museu de Mértola: Núcleo do Castelo – Catálogo, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1991. TORRES, Claúdio e MACIAS, Santiago, Museu de Mértola: Basílica Paleocristã, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, 1993. TORRES, Cláudio et alii, Itinerário Cultural Mértola nas rotas comerciais do Mediterrâneo: de cidade portuária a Vila Museu, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2008. VARANDA, Fernando, Mértola no Alengarve. Tradição e mudança no espaço construído, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002. VIII Colóquio galego de Museus. Os museos e o seu público, Ponteareas, Museo Municipal de Ponteareas, 2004. 58 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael ANEXOS 59 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Regulamento de Visitas Guiadas Preâmbulo Considerando o riquíssimo património histórico-cultural da Vila de Mértola é necessária a sua promoção de modo a dinamizar a actividade turística, pelo que é fulcral disponibilizar a realização de visitas guiadas destinadas a público agrupado, sendo o serviço proporcionado por pessoal qualificado, ou seja, por funcionários do Museu de Mértola e do Posto de Informação Turística. Nos usos dos poderes regulamentares conferidos às autarquias locais pelo art.241.º da Constituição da República Portuguesa e no âmbito art.64.º n.º7 e do art.53.º n.º2 a) da Lei n.º169/99, de 18/09, com as alterações introduzidas pela Lei n.º5-A/2002, de 11/01, foi elaborado o presente regulamento. Artigo 1.º Destinatários 1. O presente regulamento destina-se a público agrupado em geral e a grupos de todos os níveis de ensino. 2. O grupo deverá ter um mínimo de 10 e um máximo de 30 pessoas. 3. As alterações ao disposto nos números 1 e 2 serão decididas pela Tutela. Artigo 2.º Objectivos Pretende-se desta forma que os visitantes adquiram conhecimentos básicos sobre a herança histórica e cultural do Concelho de Mértola. 60 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Artigo 3.º Descrição As visitas integram total ou parcialmente o circuito patrimonial de Mértola e o Complexo Mineiro da Mina de S. Domingos, tendo em conta os percursos infra definidos. Artigo 4.º Percursos Tendo em conta a especificidade do Museu de Mértola, constituído por diversos núcleos museológicos dispersos pela Vila de Mértola, e o interesse de outros monumentos e locais definiram-se vários percursos tendo em conta temáticas histórico/culturais: A) Museu de Mértola: Oficina de Tecelagem, Castelo, Forja do Ferreiro, Arte Islâmica, Arte Sacra, Casa Romana, Basílica Paleocristã (duração 3 horas). B) Período Islâmico: 1. Grupos de crianças até aos 12 anos (inclusivé): Igreja Matriz (Antiga mesquita), Alcáçova, Arte Islâmica (inclui actividades com maleta pedagógica) (duração 2 horas) 2. Restantes grupos etários: Oficina de Tecelagem, Igreja Matriz (Antiga mesquita), Alcáçova, Castelo, Arte Islâmica (duração 2 horas). C) Período Romano e Antiguidade Tardia: Alcáçova, Castelo, Torre do Rio, Casa Romana, Basílica Paleocristã (2 horas). D) Centro Histórico: Igreja Matriz (antiga Mesquita), Alcáçova, Castelo, Forja do Ferreiro, Arte Islâmica, Arte Sacra. Durante o percurso pelo centro histórico serão introduzidas temáticas relacionadas com a arquitectura, organização espacial e património natural que incluem: muralha da vila, organização espacial, tipologia arquitectónica e recuperação de imóveis (ex. Casa Amarela, 61 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael edifício dos Paços do Concelho, Casa do Lanternim e Casa dos Azulejos), outros locais de interesse (Torre do Rio, Torre do Relógio, vias romanas, convento de S. Francisco). Serão também abordadas questões relacionadas com o Rio Guadiana e a sua importância no passado e na actualidade para a Vila de Mértola (duração 3 horas). Visita direccionada a grupos de adultos que pretendam maior aprofundamento de temáticas relacionadas com a história/memória local (duração 3/3h30). E) Visitas guiadas ao complexo mineiro da Mina de S. Domingos que inclui dois tipos de visitas: 1. Exposição patente no edifício do Cine-Teatro, zona industrial da Mina de S. Domingos e Casa do Mineiro (duração 1h30/2 horas). 2. Exposição patente no edifício do Cine-Teatro, zona industrial da Mina de S. Domingos, Casa do Mineiro e percurso do Minério (17 km a realizar com a utilização dos veículos ligeiros dos participante que devem contemplar a inclusão do guia. Duração 3h/3h30). Artigo 5.º Calendarização Todos os interessados poderão agendar as visitas durante todo o ano, excepto nos dias de encerramento do Museu (2ª feira, 1 Janeiro, 1 de Maio e 25 de Dezembro). Artigo 6.º Marcações 1. As marcações poderão ser feitas pessoalmente no posto de informação turística ou por escrito. 2. Para os percursos a realizar em Mértola, por escrito poderão ser remetidas por correio para as seguintes moradas: Câmara Municipal de Mértola, Praça Luís de Camões 7750-329 Mértola ou Posto de Informação Turística, Rua da Igreja, nº 31, 7750 Mértola. Poderão ainda ser remetidas via fax para o número 62 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 286610101, por e-mail para o endereço electrónico [email protected] ou [email protected], bem como, através dos números de telefone: 286610100/286610109. 3. Para os percursos a realizar na Mina de S. Domingos, por escrito deverão ser remetidos para a Fundação Serrão Martins, Rua de Santa Isabel, 30-31 7750-146 Corte do Pinto. Poderão ainda ser remetidos via fax para o número 286647534, por e-mail para o endereço electrónico [email protected] bem como, através dos números de telefone: 286647534 ou 961940458. 4. A marcação será aceite se recebida com a antecedência mínima de 48 horas. 5. A alteração do exposto no número anterior só pode ser efectuada com uma das seguintes autorizações: um dos membros do Executivo, o Chefe da DCDT, o Director ou o coordenador do Museu e o Coordenador da Fundação Serrão Martins. 6. O cancelamento de visitas deve ser comunicado pelo menos com 48 horas de antecedência. 7. No caso de não comparência, em que não seja dado conhecimento aos serviços com a devida antecedência, será cobrado ao grupo o valor anteriormente estipulado. 8. O atraso na hora de chegada deve ser comunicado ao Posto de informação Turística ou ao Guia quando possível: as visitas com mais de 30 minutos de atraso estão sujeitas à disponibilidade do guia e ao horário dos serviços. Artigo 7.º Custos 1. Para as visitas realizadas em Mértola, por pessoa será cobrado o valor expresso na Tabela de Taxas desta Autarquia. 2. O pagamento será efectuado no dia da visita, ao técnico responsável pela mesma ou ao funcionário do Posto de Informação Turística. 3. Para as visitas realizadas na Mina de S. Domingos será cobrado 2,50 €/pessoa para a visita E1 e Preço 4,00€/pessoa para a visita E2; 50% desconto para menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos. 63 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Art.8.º Omissões As dúvidas ou omissões referentes ao presente regulamento serão resolvidas pela Câmara Municipal de Mértola. Art.9.º Entrada em vigor O presente regulamento entra em vigor no dia útil seguinte ao da sua publicação. 64 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Regulamento Municipal de Utilização de Sistema Guia Áudio Portátil (Audioguias) Preâmbulo Considerando o património histórico-cultural da vila de Mértola é imperioso melhorar a qualidade da oferta turística nesse âmbito aos seus inúmeros visitantes pelo que a disponibilização de equipamentos de sistema de guia áudio portátil será uma mais-valia para os visitantes que passam a ter um papel activo na interpretação do património da vila, garantido pelo nível cientifico e a eficácia de conteúdo de interesse histórico-cultural desta Vila, em vários idiomas. Nos usos dos poderes regulamentares conferidos às autarquias locais pelo art.241.º da Constituição da República Portuguesa e no âmbito art.64.º n.º7 e do art.53.º n.º2 a) da Lei n.º169/99, de 18/09, com as alterações introduzidas pela Lei n.º5-A/2002, de 11/01, foi elaborado o presente regulamento. Art.1.º Objecto O presente regulamento aplica-se ao conjunto de unidades portáteis com capacidade de armazenamento de conteúdos relativos ao património histórico-cultural desta Vila, em formato áudio de elevada qualidade técnica-cientifica, em diversos idiomas. Art.2.º Condições Gerais de Aluguer 1– Os equipamentos estão a cargo das funcionárias do Posto de Informação Turística (PIT), responsáveis pela sua manutenção e disponibilização ao público. 65 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael 2– Por aluguer deve entender-se a cedência temporária do equipamento ao visitante por um período máximo de 3 horas (tempo útil) pelo que no PIT deve ficar registado a hora de saída devendo ser comunicado ao visitante qual a hora de entrega. 3- A disponibilização dos audioguias faz-se durante o horário de funcionamento do PIT. 4- Cada visitante terá direito à disponibilização de um único audioguia podendo solicitar, caso o pretenda, o respectivo auricular. 5- O visitante deverá preencher um formulário com os seus dados pessoais e assinatura (anexo1) que lhe será devolvido no final da visita, mediante a entrega do equipamento em boas condições. 6- Cada audioguia será acompanhado de um mapa com a localização de todos os stops e com as instruções de utilização. 7- As anomalias detectadas nos equipamentos devem ser comunicadas no acto da entrega de forma a serem rectificadas. 8- A degradação dos equipamentos decorrente de uso indevido será penalizada com o pagamento de uma quantia correspondente ao valor do equipamento, no valor de 595,00 € (quinhentos e noventa e cinco Euros). Art.3.º Preço A disponibilização dos audioguias ao visitante será efectuada mediante o pagamento dos seguintes valores: - s/ bilhete Museu – 2,00 €; - c/ bilhete Museu - 1,00€; Art.5.º Registo de utilização 66 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael O PIT deve registar a utilização dos equipamentos de acordo com o modelo definido (anexo 2) assim como fornecer aos superiores hierárquicos informação estatística mensal sobre a utilização dos mesmos. Art.6.º Omissões As dúvidas ou omissões referentes ao presente regulamento serão resolvidas pela Câmara Municipal de Mértola. Art.7.º Entrada em vigor O presente regulamento entra em vigor no dia útil seguinte ao da sua publicação. 67 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Visitas Guiadas ao Complexo Mineiro de S. Domingos Definição de condições e preços A Fundação Serrão Martins (FSM) proporciona visitas guiadas ao complexo mineiro, sujeitas a marcação prévia e à disponibilidade de elementos da FSM para conduzir a visita. Actualmente são proporcionados dois tipos de visita (A e B). Visita Tipo A A visita guiada inclui o acesso à exposição patente no edifício do Cine Teatro, à zona industrial da Mina de São Domingos e à recriação de uma Casa do Mineiro patente no Centro de Documentação (cerca de 1h30/2h00 de duração, preço 2,50 Euros e 50% menos para menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos). Na zona industrial, a visita tipo A permite visitar a zona de extracção e carregamento do minério, oficinas e armazéns, central eléctrica, malacate, lagoas de abastecimento de água, sistemas de drenagem, vestígios da mineração romana e vários outros itens. Não é possível ver todos os elementos citados numa visita apenas mas é possível ver muitos deles, podendo os interessados seleccionar quais os elementos que mais os interessam. Visita Tipo B A visita guiada inclui a proposta anterior complementada pelo Percurso do Minério (17 km), que consiste em seguir, por estrada de terra, o antigo caminhode-ferro até ao porto fluvial do Pomarão (cerca de 3h00 a 3h30, preço 4,00 Euros e 50% menos para menores de 12 anos, estudantes e maiores de 65 anos). Esta segunda alternativa implica a utilização dos veículos ligeiros dos participantes e a inclusão do guia acompanhante como passageiro numa das viaturas. A visita tipo B permite visitar, além das áreas acima referidas, o percurso da linha férrea (com as suas obras suspensas e subterrâneas, além das estações), lagoas de tratamento de águas ácidas, a Central de Britagem da Moitinha (com um forno de ustulação do século XIX), a Fábrica de Enxofre da Achada do Gamo e o porto fluvial do Pomarão. 68 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael Alguns esclarecimentos A visita à Casa do Mineiro é gratuita e pode ser feita sempre dentro do horário de funcionamento do Centro de Documentação (9h00 – 12h30 / 14h00 – 17h30). Na Casa do Mineiro são disponibilizados gratuitamente elementos interpretativos (folhetos) sobre a Casa do Mineiro, sobre o complexo mineiro (geologia), sobre o concelho de Mértola (mapa) e sobre a faixa piritosa (minas visitáveis no Alentejo e Algarve). O espaço do couto mineiro da Mina de São Domingos é um espaço aberto com elementos interpretativos disponíveis em determinados locais chave, que pode ser visitado sem acompanhamento por guia, devendo sempre o visitante tomar as devidas precauções porque o espaço em causa contém elementos potencialmente perigosos (desníveis, ocos, elementos químicos venenosos ou corrosivos, estruturas sem estabilidade, etc.) Apesar de possível nalguns pontos do complexo industrial, nomeadamente até à Achada do Gamo, a circulação de autocarros de turismo só é aconselhável na zona urbana da Mina de São Domingos. Frisa-se, para evitar expectativas infundadas, que a maior parte dos equipamentos metálicos do parque mineiro foram vendidos para sucata ou vandalizados ou furtados durante os vários anos que sucederam entre o fecho da mina em 1966 e as actuais acções de recuperação patrimonial, pelo que apenas podem ser visitadas, na maior parte dos casos, as instalações ou sítios onde estiveram as máquinas e equipamentos. O número mínimo de participantes para a realização de visitas em grupo é de 6 pessoas; na eventualidade de um indivíduo ou grupo de menor tamanho pretender efectuar a visita, o preço a cobrar será equivalente ao que pagaria um grupo com o número mínimo de visitantes, sem desconto, ou seja, 15,00 € para a visita A e 24,00 € para a visita B. A visita aos espaços mineiros implica deslocações de algumas centenas de metros entre os vários núcleos: se algum dos visitantes tiver dificuldades de locomoção poderá necessitar de realizar as deslocações entre núcleos numa viatura, a ser fornecida pelo próprio. 69 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael A marcação de visitas pode ser solicitada através do número de telefone fixo 286647534 (telefone ou fax) mas deverá ser confirmada por escrito através do seguinte endereço electrónico: [email protected] Quando pretender marcar uma visita guiada esclareça, por favor, os seguintes tens: dia e hora para a visita, tipo de visita pretendida, número de pessoas, número de pessoas com direito a desconto, número de telemóvel e nome para contacto durante o dia de visita, identidade da instituição organizadora / proveniência do grupo e, eventualmente, outros elementos necessários (NIF no caso de pretender factura, etc.) 70 Os percursos de visitas guiadas do Museu de Mértola – definição e conteúdos Lígia Rafael