A Otimização do Uso no Desenvolvimento do Vestuário para Dança de Salão The use optimization in the development of clothing for ballroom dancing Souza, Patrícia de Mello; Mestre em Design, docente da Universidade Estadual de Londrina; Doutoranda do programa de pós-graduação em Design da Universidade Estadual Paulista. [email protected] Ueda, Juliana Mayumi; Bacharel em Design de Moda; Universidade Estadual de Londrina [email protected] Resumo O presente trabalho aborda a otimização do uso no desenvolvimento de produtos de moda para dança de salão, de forma a ampliar a utilização das roupas para outras situações além das aulas de dança. O método de ensino Jaime Arôxa orienta o estudo do corpo e de seus movimentos, necessários para a obtenção de produtos versáteis que possibilitem variadas configurações e priorizem a multifuncionalidade nas diversas situações de uso. Palavras Chave: design de moda; multifuncionalidade; dança de salão; corpo e movimento. Abstract This paper broaches the use optimization in the fashion product development for ballroom dancing in order to expand the use of clothing to other situations than the dance classes. The Jaime Arôxa teaching method guides the study of the body and its movements necessary to obtain versatile products that allow varied configurations and prioritize the multifunctional in different use situations. Keywords: fashion design; multifunctional; ballroom dancing; body and movement. A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão Introdução A dança de salão engloba diversos ritmos atendendo as necessidades dos mais jovens até a terceira idade. Para Almeida (2005), a sua popularidade vem crescendo com grande contribuição da mídia que mostra esta atividade como algo que melhora a qualidade de vida do seu praticante, beneficia o corpo e reduz os estados depressivos, além dos vários outros motivos pelos quais as pessoas buscam a dança de salão: diversão, lazer, fuga dos problemas, por amor e dedicação, entre outros. Massena (2007) afirma que a busca pela prática de tal atividade parece relacionar-se a busca de tornar-se mais sensual, sedutor, e sentir-se mais seguro na relação com o sexo oposto. Rocha e Almeida (2007, p.77) argumentam que a mídia exerce grande papel na popularização da dança de salão, pois [...] novelas como “Dancing Days” e “Rainha da Sucata”, tiveram o dom de popularizar o ritmo da discoteca e da lambada. Já “Salsa e Merengue” e “Laços de Família”, incumbiram-se de disseminar os ritmos caribenhos e o “samba liso”, que relembra a bossa nova. Por seu turno “O Clone” e, mais recentemente, o “Sabor da Paixão”, difundiram o samba de gafieira e o samba quadradinho. Além dessas novelas, o programa “Domingão do Faustão”, que apresenta o quadro “Dança dos Famosos”, onde celebridades competem apresentando ritmos diferentes a cada semana, sem dúvida, é um dos principais motivadores da prática dessa atividade na atualidade. Volp, Deutsch e Schwartz (1995) resumem as características desta modalidade de dança como sendo uma atividade dançada aos pares, onde um dança para o outro e com o outro estabelecendo um contato, utilizando-se de estruturas de passos variados que redesenham o espaço: são variações do andar associados a giros feitos com harmonia entre o casal e entre o movimento e a música, objetivando entretenimento ou competição. Sendo uma atividade típica de reuniões sociais, o deslocamento nos salões se realiza no sentido anti-horário, podendo ser executado com ou sem técnica. Segundo estes mesmos autores, tecnicamente, a dança de salão desenvolve a postura, condução, percepção rítmica e execução de passos; e quanto à etiqueta social, trabalha a atitude individual quanto à abordagem de outra pessoa, e a atitude em grupo. A diversidade é a principal característica dos praticantes da dança de salão. Freqüentam as escolas – de jovens à pessoas da terceira idade – independente de classes, raças ou crenças. O anseio por socialização, por conhecer novas pessoas, por aprender a dançar, por buscar uma fuga da rotina ou simplesmente por praticar uma atividade de lazer, é o que os iguala. Portanto, a dança de salão, que por um tempo era vista como uma atividade da terceira idade, é praticada, hoje, por um público bem variado. Maia (2007) lista os seguintes benefícios da dança: o desenvolvimento da musculatura de forma integrada e natural, o trabalho da percepção do espaço, a coordenação motora, o ritmo e a agilidade, além do auxilio na melhoria da auto-estima ou mesmo de determinadas doenças, levando o praticante ao convívio social. 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão Uma vez que se percebe a busca do prazer e do convívio social como um dos principais motivos da procura pela prática da dança de salão, o presente projeto foca o desenvolvimento de produtos versáteis para atender o público feminino de forma abrangente, que sejam prazerosos tanto esteticamente quanto nas condições de uso, podendo ser usados não apenas em aula, mas também nos bailes, onde as pessoas procuram usar uma vestimenta com maior apelo estético. Afinal, entre os praticantes da dança de salão, uma das características que mais chama a atenção é uma grande preocupação com a aparência física e com a escolha das roupas e ornamentos. A elegância é uma categoria fundamental para se compreender os dançarinos de salão, e a vaidade é uma atitude incentivada durante as aulas (MASSENA, 2007, p.132). Além disso, cabe ressaltar que a pesquisa do termo “roupas para dança de salão” em sites de buscas, em geral remete a figurinos para apresentação de peças ou produtos com pouco atrativo estético. Frente a esta demanda e considerando a popularização da dança de salão, a criação de produtos voltados para esta atividade mostra-se oportuna, assim como a preocupação com a otimização do uso e a atemporalidade, quando se considera a sustentabilidade um assunto emergente em meio à sociedade atual. Para tanto, torna-se necessário: • analisar o significado do corpo, do movimento e da expressão no contexto da dança; • estudar o corpo em movimento na prática da dança; • identificar materiais e formas que contribuam para o conforto e a mobilidade do usuário; • minimizar a subordinação dos produtos às tendências de moda. O método Jaime Arôxa Segundo Silva (2006), trata-se de um método de ensino desenvolvido pelo professor Jaime Arôxa, com base no contato e na improvisação, no qual aspectos como: a musicalidade, o ritmo, a criatividade, a dramatização, além da emoção e sentimentos são considerados de grande importância. A improvisação na prática da dança, quando em contato com o parceiro, gera movimentos inéditos que não tem uma seqüência pré-marcada. O autor afirma que o método é baseado na natureza, pois se o homem e a mulher se movem e tem domínio sobre seu movimento, eles podem juntos aprender os segredos da dança de salão. Jaime Arôxa, vê a dança de salão como uma celebração do homem, da mulher e da música, onde o papel do cavalheiro é orientar e conduzir a dama fazendo-a feliz, enquanto ela enfeita e responde aos estímulos de seu parceiro (SILVA,2006). Ele vê o cavalheiro como uma figura viril, pois conduz sua dama no caminho escolhido, respeitando acima de tudo o seu prazer e bem-estar. Ried (2003) acrescenta que a forma de conduzir do cavalheiro exige segurança, determinação, objetividade, habilidade e domínio técnico, mas sem confundir com dominância sobre a mulher; o seguir da dama requer sensibilidade, empatia, criatividade e 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão emotividade, não significando passividade e submissão, ou seja, a dança de salão não se trata de uma disputa de poder, mas sim de cooperação efetiva entre o casal para obter um resultado conjunto. O método de Arôxa se difere dos demais pelo fato de não priorizar os passos, e sim a harmonia com que são executados levando em consideração a música, o casal e o grupo de dançarinos, sendo ministrado de forma tranqüila e bem humorada para que o aluno não veja o erro como um obstáculo, e sim como um desafio a ser vencido no seu aprendizado. Arôxa trabalha principalmente a consciência e a inteligência dos movimentos que se desenvolvem a partir da emoção provocada pela música, ensinando os alunos a como reagir em relação aos parceiros. A descontração, harmonia e emoção presentes no método de Jaime Arôxa são aspectos importantes na decodificação dos produtos cujo desenvolvimento é abordado pelo presente trabalho. A indumentária Em pesquisa no Centro de Dança Jaime Arôxa, Massena (2007) constatou que a vaidade é incentivada nas aulas de dança, uma vez que a observação alheia é sempre presente, seja na academia de dança, em bailes, festas ou gafieiras. A autora percebeu que a cor preta é a mais usada nos bailes, acreditando que este fato esteja relacionado à conotação de um visual sexy e sensual conferido às roupas de noite mais ousadas. Além disso, o vermelho também foi percebido como uma cor muito presente nas roupas tanto de mulheres quanto de homens, mesmo que em menor proporção para eles. Existe uma associação simbólica do vermelho à paixão, ao sexo e ao erotismo. A sedução e a sensualidade são fatores muito disseminados na dança de salão de Jaime Arôxa. Massena (2007) afirma que a cultura visual da dança de salão é marcada pelo excesso, principalmente nos bailes, onde acontece uma maior flexibilização do padrão visual masculino, caracterizado pela adoção de salto alto ou cores mais vivas, atitudes consideradas do universo feminino. Percebe-se ainda um retorno a costumes do passado associados ao romantismo. Para Saltzman (2004), a vestimenta e seu usuário se influenciam mutuamente: a roupa empresta suas características e atributos a quem a veste, enquanto este se mascara ou se desmascara por meio dela. Na indumentária, o movimento é o resultado da interação entre o corpo e o vestuário. Nesse caso, Souza (2006) atenta para fato de que o conteúdo da vestimenta, isto é, o corpo, tem movimento próprio e, portanto, as características mutantes da sua forma são transferidas ao têxtil com a finalidade de que operem conjuntamente com os movimentos do corpo. O vestuário pode limitar-se a acomodar, de modo adequado, os movimentos do corpo ou beneficiar-se deles para criar inovações. No contexto da prática da dança de salão, uma multiplicidade de opções formais se revelam, ao se aplicar no vestuário, os mecanismos do movimento, permitindo inclusive, que um mesmo produto se apresente em diferentes configurações morfológicas transformando-se 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão de acordo com a postura adotada pelo corpo ou mesmo assumindo outra morfologia e função. Tais aspectos são considerados relevantes no desenvolvimento da presente pesquisa. Corpo, movimento e expressão “O corpo constitui nosso espaço cotidiano: é nele e por ele que sentimos, desejamos, agimos e criamos” (SANT'ANNA, apud ALMEIDA, 2005, p.131). Para os dançarinos de salão, o corpo é concebido como um instrumento de prazer e expressão regido pela música. Um corpo comunicativo que se permite abrir ao outro e a si mesmo, sem fazer das diferenças motivo de estranhamento ou separação, e sim, usando-as como propiciadoras de novos encontros (VILLAÇA, 2007). Segundo Rosa (2008), o principal campo de estudo da dança é o movimento do corpo, no qual se descobrem habilidades e limitações e compreendem-se influências implícitas de linguagens e culturas. Na prática da dança o corpo passa a atentar-se a sua própria movimentação, e ao executar repetidamente os mesmos movimentos, assimila as qualidades de suas ações. Nesse sentido, a experiência de dançar traz autonomia, domínio e consciência do corpo. Kleinubing (2008) acrescenta que a dança conduz a uma percepção mais integral do corpo, uma vez que o movimento experimentado desencadeia a descoberta e o aprimoramento de novas habilidades. Para Vianna (2005), as emoções e projeções se passam na configuração do espaço gerado por um movimento que brota de impulsos interiores e exterioriza-se pelo gesto, podendo o corpo gerar uma infinidade deles, e assim relacionar-se intimamente com o ritmo, com o espaço, e com o desenho das emoções, sentimentos e intenções. A dança é como um modo de existir, onde cada um possui seu movimento particular; uma atividade onde corpo, espírito e emoção encontram-se em perfeita sintonia. Rocha e Almeida (2007, p.78) comparam a dança à linguagem oral, pois é também uma forma de expressão e comunicação: “assim como as palavras são formadas por letras, os movimentos são formados por elementos”. A dança de salão é uma atividade rica em expressões não verbais, fazendo-se necessário a busca de subsídios na forma mais pura da linguagem oral e escrita para poder entender e descrever a linguagem expressada pelos corpos que dançam. Sendo o corpo o principal instrumento para a dança, é de grande relevância estudá-lo para o desenvolvimento de roupas para a dança de salão, pois a vestimenta se projeta com base nas formas do corpo e seus movimentos. A localização das articulações e seus diferentes ângulos de abertura e direção obrigam a pensar a morfologia da roupa segundo as atividades do usuário. Neste sentido, as articulações impõem limites formais que devem ser considerados para evitar tensões ou impedimentos ao desenvolvimento natural do corpo. (SALTZMAN,2004,P.30). Otimização do uso e obsolescência estética A otimização do uso das roupas de dança de salão se baseia na definição de Kazazian (2005) para objetos miméticos: termo que faz referência a um filme de Woody Allen cujo 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão personagem principal tem o poder de se adaptar a diferentes grupos étnicos ou sociais por mimetismo, trazendo assim a idéia da capacidade de adaptação para os produtos a serem desenvolvidos nessa pesquisa. Outro assunto abordado por Kazazian (2005) é a obsolescência subjetiva, motivada pela aparência e pela moda, fazendo com que os produtos tenham uma vida mais curta devido ao seu descarte, antes mesmo de suas funções se tornarem inválidas. Nesse sentido, Vezzoli (2008) argumenta que quanto mais se intensificar o uso de um produto e quanto menor for sua obsolescência – tecnológica e estética – menor será a necessidade de gerar novos produtos para substituí-lo reduzindo o descarte. Mesmo que o uso mais intenso possa reduzir seu tempo de vida, haverá um aumento do uso efetivo. Além disso, para o autor, os produtos devem ser projetados considerando que podem ser reconhecidos como sendo melhores porque adquirem valor com o seu tempo de uso. Visto desta forma, no atendimento às questões projetuais, esse trabalho busca contemplar produtos com menor obsolescência estética, minimizando a subordinação às tendências de moda – roupas atemporais – bem como ampliando os seus limites de uso e função. Materiais A pesquisa de materiais elege a malha de modal de fio flammé, com ou sem elastano, como uma boa opção para o desenvolvimento dos produtos para dança de salão, pelo fato da fibra possuir uma maior resistência a seco e a úmido, sendo capaz de absorver e eliminar a umidade mais rapidamente que o algodão. Além disso, mesmo quando misturado com uma pequena porcentagem de elastano, o modal confere ao tecido um brilho sedoso, aspecto apreciado e valorizado pelas questões anteriormente expostas. Quanto às malhas de fio flammé, elas são finas e delicadas proporcionando mais leveza as roupas, condição necessária à pratica da dança. Para as peças mais justas, a malha de poliamida mostra-se mais adequada, pois a fibra possui elevado índice regain – propriedade referente a capacidade de absorção de umidade entre as fibras sintéticas. A liganete, sendo composta também por poliamida e elastano, é selecionada pelo caimento e movimento conferidos às peças nela confeccionadas. O plush e o molecotton são indicados para aplicação nos produtos que necessitam cumprir com a função de aquecer o corpo, sem comprometer, no entanto, sua movimentação. Tanto a renda quanto a malha de devorê são adotadas pela questão estética, como forma de conferir mais feminilidade a alguns produtos. Produtos propostos Como resultado da presente pesquisa e atendimento aos aspectos projetuais aqui discutidos, as tabelas 1,2,3 e 4 abaixo, mostram os produtos desenvolvidos. Atendem aos requisitos de: conforto térmico, conforto tátil, liberdade de movimento, versatilidade de uso, ciclo de vida prolongado – considerados como necessidades práticas; e no que se refere às 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão necessidades estético-simbólicas, contemplam: sensualidade, descontração, expressividade e emoção, além de atemporalidade. Tabela 1: blusa- saia com top Blusa-saia com top Desenho Técnico Descrição Blusa de malha flammé (modal e elastano) com alça removível e top; pode ser usada como saia Estática Em Movimento Uso 1: Blusa Uso 2: Saia 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão Tabela 2: calça morcego Calça morcego Desenho Técnico Descrição calça de liganete (100% poliamida) que pode ser usada com as laterais soltas ou presas na altura da cintura Estática Em Movimento (lateral solta) Uso 1: Lateral solta Uso 2: Lateral presa nas costas ou na frente respectivamente Uso 3: Lateral presa de lado 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão Tabela 3: blusa-saia ampla Blusa - saia ampla Desenho Técnico Descrição Blusa de malha flammé ( modal com elastano; e 100% elastano) que pode ser ajustada na cintura; ou saia onde as mangas se tornam bolsos, com passantes na cintura para ser usada com cinto Estática Em Movimento Uso 1: Blusa Uso 2: Saia 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão Tabela 4: saia-blusa morcego Saia blusa morcego Desenho Técnico Descrição Saia de malha flammé (modal e elastano) que pode ser usada com a frente mais curta ou fechada ficando mais comprida. Pode ser usada também como blusa tomara-que-caia com a parte mais curta para frente ou para trás. Estática Em Movimento Uso 1: Saia aberta ou fechada Uso 2: Blusa mais curta atrás ou na frente 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design A otimização do uso no desenvolvimento do vestuário para dança de salão Considerações finais Os resultados da pesquisa atendem aos objetivos inicialmente propostos: desenvolvimento de produtos versáteis que podem ser utilizados tanto em aulas quanto em outras ocasiões. Isto foi obtido tanto por roupas que de alguma forma se transformam para poderem ser usadas de diferentes maneiras, quanto pela estética, com aparências que remetem às tendências características da dança, que mesclam a sensualidade com os tecidos esvoaçantes e as saias rodadas, configuradas de modo a transitar em diversos ambientes caracterizando a otimização do uso. Diferentes recursos materiais e construtivos viabilizam a obtenção de produtos únicos, porém de formas múltiplas, que permitem pensar a vestimenta em função da sua capacidade de transformação. No presente projeto, a transformação do produto, caracterizada pela interação entre a malha – material têxtil adotado – e o corpo, se realiza de duas maneiras: naturalmente, como reação ao movimento provocado pela dança que resulta numa infinidade de silhuetas possíveis; ou mediante a intervenção do usuário que adiciona ou elimina elementos e aciona mecanismos de articulação ou desarticulação. Para Saltzman (2004), tais mudanças pressupõem investigação das possibilidades morfológicas e utilitárias, que aliadas a critérios sustentáveis ampliam a capacidade de responder aos inúmeros problemas projetuais que se apresentam. Referências ALMEIDA, Cleuza Maria de. Um olhar sobre a prática da dança de salão. Movimentação e Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.5, n.6, jan./jun. 2005. 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