A Plataforma Flex-fuel: Um estudo sobre os Valores percebidos e a lealdade dos consumidores aos automóveis bicombustíveis Autoria: Américo Pierangeli Costa, Daniel Leite Mesquita, Cleber Carvalho de Castro, Luiz Marcelo Antonialli Resumo: Este estudo objetivou avaliar a plataforma flex-fuel nos termos de valores percebidos pelo consumidor a partir da elaboração de um modelo multidimensional. O modelo verificou o impacto destes construtos no valor percebido e o impacto deste valor sob a lealdade do consumidor ao automóvel flex. O construto “inovação” exerceu o maior impacto sob o valor percebido seguido do construto “segurança”. O construto “aspectos ecológicos” exerceu impacto negativo sobre o valor percebido. Concluiu-se que o modelo apresentou boa capacidade de previsão de antecedentes de valor percebido, porém apresentou um baixo poder de explicação da lealdade de consumidores ao automóvel flex. 1 1. Introdução Novas células de combustível e automóveis híbridos tem se transformado em um tópico de grande interesse para a indústria automotiva, devido aos recentes problemas ambientais e de oferta de energia. Consequentemente, métodos de avaliação da economia de combustível se tornaram um tópico popular de pesquisa (Zheng, et al. 2012). Historicamente, o Brasil promoveu o desenvolvimento dos automóveis leves movidos exclusivamente a etanol para mais recentemente adotar a utilização dos automóveis bicombustíveis ou flex-fuel. Porém, nos últimos anos, o perfil dos automóveis vendidos no Brasil tem convergido para modelos maiores e menos eficientes sendo que entre os automóveis brasileiros há uma tendência de maior consumo de combustível (Bastin; Szklo; Rosa, 2010). Segundo inventário de 2011 do Ministério do Meio Ambiente, a partir de dados de 2009, os automóveis a gasolina ainda são a maioria em circulação no país (57%) com 37% de automóveis flex-fuel e 6% de automóveis movidos a etanol (Ministério do Meio Ambiente 2011). Hall et al. (2011) afirmam que, por terem obtido no Brasil maior legitimidade comercial e tecnológica do que outros modelos, os automóveis flex atuais têm sido aprimorados com sistemas embutidos para controlar melhor os níveis de consumo e emissão de CO2 reduzindo seus impactos ambientais e atendendo as exigências governamentais do Ministério do Meio Ambiente. Para geração desta tecnologia, a plataforma de negócios flex-fuel ou plataforma flexfuel (Mesquita e Sugano 2011), representou uma aliança estratégica entre montadoras e fornecedores automotivos que permitiu o desenvolvimento e a criação de valor para os consumidores finais melhorando as características dos automóveis (Mesquita e Sugano, 2011). Tais valores podem ser considerados como uma importante estratégia de diferenciação uma vez que estes quando percebidos pelos consumidores podem acarretar em tendências de recompra gerando lealdade no consumo (Parasuraman e Greal, 2000). Assim, neste estudo, consideramos que a plataforma flex-fuel está materializada na criação da tecnologia flexfuel(Mesquita e Sugano 2011). Dessa forma, este estudo se propôs a avaliar a plataforma flex-fuel definida com base no estudo de Mesquita e Sugano (2011), criando-se um modelo de análise a partir dos seus benefícios levantados por Mesquita (2009). Desse modo, assumimos os benefícios da plataforma flex-fuel e consequentemente da tecnologia flex-fuel a partir de cinco construtos: inovação, segurança, flexibilidade, aspectos ecológicos e desempenho. Como objetivo central desse artigo, propusemos um modelo de análise para verificar o impacto destes construtos sob o valor percebido pelo consumidor e o impacto deste valor sob a lealdade dos consumidores de automóveis flex. Este artigo encontra-se organizado da seguinte maneira: apresenta-se a seguir a, abordagem da plataforma de negócios e o conceito da plataforma flex-fuel; após destacam-se aspectos do valor percebido pelo consumidor e a lealdade no consumo aplicada aos automóveis flex-fuel; apresenta-se os benefícios da plataforma flex-fuel, o modelo de analise proposto, os aspectos metodológicos da pesquisa, e por fim os resultados e as considerações finais. 2. O desenvolvimento da plataforma flex-fuel e o consumidor final Segundo Gawer e Cusumano (2002), uma plataforma pode ser definida por um sistema formado de partes interdependentes, sobre cada uma das quais pode se inovar separadamente e em que o dono da plataforma possui uma tecnologia central. West (2003) afirma que o proprietário de uma plataforma consiste de uma arquitetura de padrões correlatos controlados por uma ou mais firmas. Uma firma que pretende conduzir uma plataforma de 2 negócios deve se apoiar em três elementos: direcionar as inovações de arquitetura (produto) e as inovações sistêmicas, estimular a inovação em firmas complementares e coordenar o sistema (Ishii, 2006). Uma “plataforma de negócios” se refere a um conjunto de capacidades de negócios que possibilita o acesso a uma base de consumidores (Wonglimpiyarat, 2004). Nesse sentido, verifica-se que esse desenvolvimento pode ser observado, na tecnologia flex-fuel. Baseada em um sensor eletrônico acoplado ao motor, a tecnologia flex-fuel estabeleceu novo padrão tecnológico na indústria automobilística. Ela dependeu de uma de troca de competências entre as organizações envolvidas (montadoras e fornecedores), gerando um sistema interdependente de inovações ou uma possível “plataforma de negócios” (Gawer e Cusumano, 2002; Seth, 2006; Sugano, 2005; Mesquita e Sugano 2011). A plataforma flex-fuel e por consequência a tecnologia flex-fuel são fruto, de um sistema integrado em um produto que promovem inovações tecnológicas tanto do etanol quanto da indústria automobilística (Mesquita e Sugano 2011). A indústria automobilística utiliza o conceito de plataformas há tempos e tem alcançado crescentes economias em custos de desenvolvimento, aumento de vendas e de fatias de mercado (Seth, 2006). Desse modo, a demanda em uma plataforma depende da demanda do sistema inteiro, ou seja, empresas e consumidores finais (Gawer e Henderson, 2007). Alguns autores consideram que uma abordagem de plataformas abrange diversos tipos de participantes em estruturas modulares, incluindo os usuários (consumidores) finais, possibilitando assim uma ampla gama de produtos e grande ganho conjunto além de maior desenvolvimento em tecnologias e em marketing (Meyer e Utterback, 1992; Gawer e Henderson, 2007; Eisenmann Parker e Alstyne, 2008). Assim o tópico a seguir discute aspectos de marketing como valor percebido e lealdade e sua aplicação no contexto dos automóveis flex-fuel; 3. O valor ou beneficio percebido pelo consumidor e a lealdade no consumo – o contexto dos automóveis ou da plataforma flex-fuel; O valor percebido ou valor para o consumidor vem sendo estudado em diversas pesquisas na área de marketing (Vieira, Murakami e Belizário, 2009). Woodruff (1997) o considera como uma fonte de vantagem competitiva. Sua perspectiva é baseada na visão do consumidor e o que estes vão considerar que vão receber comprando ou utilizando um produto. Para Zeithaml (1998), valor percebido representa uma avaliação ou percepção do consumidor sobre o que é recebido e o que é dado em troca. O valor percebido pelo consumidor é segundo Woodruff (1997) a preferência percebida do consumidor e a avaliação dos atributos do produto, das performances dos atributos e das consequências que advém da sua utilização, que facilitam ou prejudicam o alcance dos objetivos dos consumidores quando utilizam o produto. Para Woodall (2003), o modelo de valor percebido deriva do conceito de que sua formação advém de um conjunto de formas primárias que atuarão na mente do consumidor em função da contingência, ou seja, a cada situação vivida ou pelo conjunto. Neste caso o momento e a necessidade podem resgatar valores distintos em acordo com um continuum de utilização e experiências. O Valor percebido já foi constatado na literatura como determinante-chave para a lealdade no consumo (Parasuraman e Grewal, 2000). Segundo os autores, a formação do valor é constituída por preço e qualidade do produto e do serviço. Apesar da não existência de um consenso sobre os antecedentes da lealdade Sirdeshmukh, Singh e Sabol (2002), desenvolveram um modelo em que a confiança e a lealdade são relacionadas e mediadas pelo valor. Assim como Agustin e Singh (2002) confirmam a percepção de valor por consumidores em trocas relacionais tem efeito direto e positivo sobre a lealdade dos mesmos. Para 3 Espartelet al. (2008), assim como a satisfação, o valor para o consumidor tem encontrado suporte empírico em pesquisas recentes podendo ser utilizado como construto auxiliar no entendimento dos mecanismos que levam a formação da lealdade de consumo. Nesse sentido os automóveis bicombustíveis ou flex desencadearam uma mudança estrutural no mercado de automóveis leves no Brasil, alterando assim sua dinâmica, já que estes ampliam a escolha do consumidor (Silva, Isabela, Peguetti, 2012). A tecnologia flex tem nos últimos anos alcançado grande sucesso no mercado brasileiro e os consumidores têm valorizado atributos como praticidade e modernidade (Moura et al., 2012). A utilização do automóvel é geralmente acompanhada por uma percepção funcional, econômica, social e emocional, sendo que a percepção ecológica apresenta impacto significativo nessas quatro dimensões de valor (Koller, Floh e Zauner, 2011). Silva Isabela, Peguetti (2012) verificaram em um estudo sobre as motivações da escolha de combustível que os fatores “conveniência” e “confiança” favorecem tanto a escolha da gasolina quanto o abastecimento misto, ao passo que os fatores “crenças” e “combustível limpo” aumentam a probabilidade da escolha do etanol. Para Santos (2011) a adoção dos automóveis flex no Brasil pode ser caracterizada como uma postura inovadora pelos seus primeiros compradores e que inseguranças no consumo podem advir em sequencia devido aos problemas no mercado de etanol por exemplo. Na medida em que o produto foi lançado em 2003 cabe verificar se essas posturas inovadoras são de fato exercidas pelos consumidores e quais são os valores (benefícios) percebidos na adoção de automóveis flex e se os mesmos impactam na lealdade de consumidores a estes automóveis. Conforme revisão de literatura partiu-se de alguns pressupostos para a formação das hipóteses deste trabalho, são eles: O automóvel flex é inovador; O automóvel flex dá segurança no abastecimento; O automóvel flex dá opções de escolha no abastecimento; Automóvel flex é ecologicamente correto; Automóvel flex tem melhor desempenho; Automóvel flex oferece mais benefícios; O consumidor é leal ao automóvel flex. Desse modo, no próximo tópico serão apresentados os benefícios oferecidos ao consumidor pela plataforma flex-fuel (Mesquita, 2009; Mesquita e Sugano, 2011) seguido das respectivas hipóteses e por fim o modelo de análise proposto. 3.1 Os benefícios ou valores da plataforma flex-fuel- apresentação do modelo de análise Nos Estados Unidos, os primeiros automóveis flex-fuel foram desenvolvidos em 1984, para fins experimentais e entraram no mercado no início da década de 1990, baseados numa mistura de combustível de, no máximo, 85% de etanol anidro. No entanto, para a tecnologia flex-fuel no Brasil, o etanol disponível era o etílico hidratado carburante, sendo necessária a adaptação às condições do País (Giulio, 2006). Os estudos que visavam à utilização do metanol nos Estados unidos e do etanol no Brasil serviram como base para o desenvolvimento do primeiro conceito de um motor flex. De forma geral, o ‘motor flex’ é composto por um sensor eletrônico na linha de combustível, que mede o teor de etanol na gasolina. Diversas inovações vêm sendo desenvolvidas promovendo melhorias constantes nos automóveis flex-fuel que já se encontram na quarta geração de motores. Dentre estas características destacam-se adaptações nos motores e em relação ao clima frio possibilitando inclusive a exportação destes automóveis assim como o desenvolvimento de softwares específicos de comando a partir de sensores (Teixeira, 2005; Gatti Junior, 2010; Yu et al., 2010; Mesquita & Sugano, 2011; Mesquita et al., 2013). Assim formula-se a primeira hipótese do modelo: 4 H1: O valor percebido pelo consumidor de automóveis flex é impactado positivamente pelos aspectos de inovação neste veículo. Ao contrário do motor movido exclusivamente a etanol, esta tecnologia permite ao consumidor a opção de escolha entre o etanol, gasolina ou qualquer mistura dos dois combustíveis, no momento de abastecimento, promovendo assim, uma redução da incerteza do consumidor sobre a disponibilidade de combustível (Amatucci, 2012). O início da tecnologia flex-fuel no Brasil veio com o desenvolvimento da tecnologia do motor a etanol. De acordo com Alves e Brandão (2007), o primeiro protótipo deste tipo de automóvel, no Brasil, foi lançado em 1994. Mas, só em 1999, com a chegada do sistema Software Flex-fuel Sensor (SFS), totalmente desenvolvido no Brasil, utilizou-se um programa de computador inserido no módulo de comando da injeção eletrônica, fazendo com que o veículo pudesse rodar com etanol, gasolina ou qualquer mistura dos dois combustíveis. A tecnologia flex-fuel passa a ser sinônimo de flexibilidade e dá liberdade ao consumidor na escolha do combustível mais barato ou disponível (Delgado Araujo e Fernandes, 2007). Assim formulam-se as hipótesesH2eH3 do modelo: H2: O valor percebido pelo consumidor de automóveis flex é impactado positivamente pelo aspecto da segurança em abastecer com qualquer combustível. H3: O valor percebido pelo consumidor de automóveis flex é impactado positivamente pela flexibilidade na escolha de combustível. O sucesso de mercado do automóvel flex-fuel no Brasil representa fato inédito no mundo, e tem sido visto como uma alternativa a utilização do combustível fóssil na medida em que, o automóvel flex-fuel permite a adoção de fontes renováveis de energia, podendo promover uma redução no dano provocado ao meio ambiente (Alves e Brandão, 2007). Seja para os negócios ou para as motivações ecológicas é essencial uma maior compreensão do comportamento ecológico no ato de consumo (Jansson, 2011). Assim formula-se a hipótese H4 do modelo: H4: O valor percebido pelo consumidor de automóveis flex é impactado positivamente pelo construto ecológico. Giulio (2006) ressalta que a “flexibilidade” na escolha do combustível, o bom valor de revenda e a garantia de bom desempenho do veículo, são os principais motivos que têm levado os consumidores a optar por um “automóvel flex”. Segundo o recomendado por especialistas e destacado pela mesma autora, a opção pela gasolina deve ser feita se o valor do etanol (etanol) for superior a 70% do custo do litro da gasolina, o que faz o consumidor obter uma melhor relação custo-benefício (Giulio, 2006). Para Cusumano e Nobeoka (1994), o desenvolvimento de produtos ganha uma conotação importante na estratégia do fabricante de automóveis introduzindo no mercado novos designs e tecnologias, e elevado nível de desempenho Os automóveis flex-fuel nacionais são equipados com taxa de compressão mais elevada, conseguindo-se, dessa maneira, um melhor resultado, em termos de desempenho e economia de combustível (Siqueira e Siqueira, 2004; Mesquita, 2009). Dessa forma tem–se que: H5: O valor percebido pelo consumidor de automóveis flex é impactado positivamente pelo desempenho. 5 Em apenas cinco anos, mais de 90% dos automóveis novos comercializados no país contavam com a tecnologia flex-fuel (Gatti Jr.; Yu, 2011). A tabela a seguir demonstra a participação de mercado dos automóveis flex-fuel desde seu lançamento em 2003 até abril de 2012. Os números apontam um crescimento expressivo da porcentagem de automóveis flex no período e um decréscimo nos automóveis movidos exclusivamente à gasolina e atualmente o número de automóveis flex-fuel comercializados no País subiu para 85,7% do total em abril de 2012, contra 83,3% em abril de 2011 (UNICA, 2012). Dado esse contexto tem-se que: H6: O valor percebido pelo consumidor de automóveis flex impacta positivamente na lealdade dos consumidores. Tabela 1 Participação de mercado dos automóveis flex-fuel e a gasolina no Brasil: Ano 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Abril 2011 Abril 2012 Flex-Fuel 4% 22% 50% 78% 86% 87% 88% 86% 83,3% 85,5% Participação de Mercado Gasolina 89% 71% 43% 17% 10% 8% 7% 8% 13% 10% Fonte: Adaptado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC (2011) e UNICA (2012). Em razão do exposto, o modelo deste estudo (Figura 1) foi construído balizado nestas seis hipóteses sendo o valor percebido o construto central que recebe impacto dos atributos levantados na literatura em relação à plataforma flex-fuel e consequentemente impacta na lealdade dos consumidores de automóveis flex-fuel. Figura 1. Modelo de análise Fonte: Elaborado pelos autores 6 4. Método e Procedimentos – Caracterização da pesquisa e da amostra O objetivo da pesquisa foi verificar quais benefícios oferecidos pela plataforma flexfuel geram valor para o consumidor e como este valor impacta na lealdade ao automóvel flex. Para tanto foi realizado um survey a partir de um questionário cujas variáveis foram elaboradas baseadas na revisão de literatura e nos estudos de Mesquita (2009) e Mesquita e Sugano (2011). O modelo apresentado e suas hipóteses foram analisados a partir da modelagem de equações estruturais uma técnica eficiente quando uma variável dependente se torna independente em subsequentes relações de dependência e por fornecer um método direto para lidar com múltiplas relações estatísticas (Hair Jr. et al., 2009). Para as variáveis do modelo foi utilizada uma escala de concordância de seis pontos variando nos extremos de discordo totalmente a concordo totalmente. Variáveis demográficas foram incluídas no questionário, assim como algumas variáveis para qualificação da amostra. Duas questões de inclusão foram colocadas no início do questionário “Você já possuiu automóvel monocombustível?”, “Você possui um automóvel flex?”. Caso as respostas das questões fossem positivas dava-se continuidade à entrevista. A coleta de dados deste trabalho foi realizada na região sul do estado de Minas Gerais no período de junho a agosto de 2012. Um pré-teste foi aplicado com 40 questionários e após análise do entendimento do questionário pelos entrevistados, dos construtos e ajuste das variáveis retornou-se a campo resultando assim na coleta de 374 questionários considerados válidos em primeira análise. Após coletados, os dados foram tabulados e analisados com a utilização dos softwares SPSS 17.0 para estatísticas descritivas e análises exploratórias e AMOS 5.0 para modelagem de equações estruturais a partir do método dos mínimos quadrados. Os questionários foram aplicados por uma equipe de entrevistadores que foram previamente capacitados e orientados quanto aos objetivos do estudo, procedimentos de entrevista e conduta frente aos entrevistados. A amostra da presente pesquisa foi intencional por conveniência desde que fosse ao encontro dos critérios descritos na metodologia. Suas principais características demográficas foram: 63,1% dos respondentes eram homens, a distribuição das faixas etárias foi próxima de 20% para as cinco faixas analisadas (18 a 25; 26 a 35; 36 a 45, 46 a 55 e acima de 56 anos). Para a renda familiar mensal 34% dos entrevistados auferiam entre 5 a 10 salários mínimos. Já para escolaridade os entrevistados foram classificados em maioria entre o ensino médio completo 25,2% e superior completo 24,7%. E as maiorias dos entrevistados residiam com 3 (28,3%) ou 4 pessoas (34,1%) em casa. Quanto à caracterização da posse de automóveis a maioria havia possuído antes do automóvel flex, automóvel monocombustível a gasolina (48,5%) em relação a etanol (8%) e 43,4% dos entrevistados haviam possuído ambos. Possuíam apenas um automóvel 44,1% dos entrevistados e 36,1% possuíam dois. Quando o primeiro automóvel flex foi adquirido variou em maioria há 5-6 anos (28,9%) e há 7-8 anos (27,5%). A frequência de troca de automóveis pelos entrevistados foi na maioria entre 4 e 7 anos de utilização (49,6%). Duas questões perguntavam aos respondentes acerca da frequência de abastecimento somente com etanol e somente com gasolina e ao cruzar as respostas encontrou-se que 238 respondentes nunca ou raramente abasteciam os automóveis com etanol e 294 abasteciam sempre ou com muita frequência seus automóveis com gasolina 7 5. Resultados e Discussão 5.1 Análises Exploratórias e Descritivas Após tabulados os dados foram submetidos às análises exploratórias e descritivas. Na análise dos dados ausentes, foram excluídas sete observações por possuírem mais de 10% das variáveis não demográficas não respondidas. Nenhuma das variáveis apresentou taxa de dados ausentes consideráveis. Estes perfizeram um total apenas de 0,44% das possibilidades de resposta. Após análise do teste de M de Car constatou-se a ausência de dados completamente ausentes ao acaso devido ao resultado estatístico significante a menos de 0,1%%. Como as respostas que envolviam conhecimentos mais específicos ou técnicos em relação a automóveis possuíam uma correlação significativa os dados foram considerados Ausentes ao acaso, pois haviam poucas correlações comparado ao total das variáveis (Hair Junior et al., 2009). Como as análises futuras não preveem dados ausentes optou-se por substituí-los pela média em função das observações apresentadas. Para análise da normalidade dos dados adotou-se o teste de Komogorov-Smirnov que segundo Hair Júnior et al. (2009) é um dos testes estatísticos mais comuns na análise de normalidade dos dados. O teste confirmou a não normalidade dos dados o que fere um dos pressupostos para a adoção de técnicas estatísticas multivariadas. Entretanto devem-se considerar as dificuldades apontadas por Johnson e Wichern (1998) que apontam os desafios em se obter dados com distribuição normal em ciências sociais. A fim de verificar as observações atípicas univariadas, padronizaram-se os resultados de forma que a média da variável fosse 0 e seu desvio padrão, 1. Casos com escores padronizados de 2,5 podem ser considerados atípicos Foram encontrados 68 casos de observações atípicas em forma univariada. Foi analisada também a existência de observações atípicas multivariadas com a aplicação da D2 de Malahanobis, uma medida que avalia a posição de cada observação, comparada com o centro de todas as observações conjuntas (Hair Júnior et al., 2009). As observações sobre a estatística do teste seguiram a recomendação dos autores de que, ao aplicar-se o teste do qui-quadrado, a significância inferior a 0,001 é considerada outlier. Foram encontradas 42 observações e devido a grande quantidade de dados encontrados nenhuma atitude foi tomada devido à representatividade que os mesmos poderiam exercer na amostra. A linearidade é uma suposição implícita na modelagem de equações estruturais, assim como em outras técnicas multivariadas (Hair Junior et al., 2009). Para verificar a validade do modelo proposto teoricamente, várias afirmativas foram elaboradas para representar os construtos que consistiam nos elementos do modelo. Foi realizada a correlação de Pearson para verificar as relações lineares a multicolinearidade entre as variáveis do mesmo construto onde foram excluídas as variáveis com correlações não significativas em sua maioria ou com coeficientes abaixo de 0,300 seguindo os critérios de Hair Júnior et al. (2009), e segundo os critérios dos mesmos autores, nenhum par de variáveis apresentou multicolinearidade. A confiabilidade de cada construto foi calculada a partir do Alpha de Crombach, e após análises optou-se por mais um ajuste de variáveis visando valores calculados como no mínimo moderados (α > 0,6) segundo Hair Júnior et al. (2009). 5.2 Análise fatorial confirmatória O passo seguinte foi à realização da análise fatorial confirmatória do modelo que já tinha sido ajustado quanto aos critérios apresentados anteriormente. Nesta etapa foi construído o modelo de mensuração para que através da Análise Fatorial Confirmatória (AFC) fossem realizados os testes de validade convergente, discriminante e nomológica do modelo. 8 A validade convergente avalia o grau em que as variáveis que pretendem medir um mesmo conceito estão correlacionadas. Para tanto tais variáveis devem demonstrar proporção de variância comum. A validade convergente deve ser avaliada inicialmente através das cargas fatoriais que devem ser superiores a 0,50 e em termos ideais maiores ou iguais a 0,70 (Hair et al., 2009). A maioria das cargas foi significativa estatisticamente e as variáveis que apresentaram cargas inferiores a 0,500 foram retiradas do modelo. A lista de variáveis utilizadas no modelo final ficou disposta da conforme o quadro 1. Quadro 1 Variáveis por construto presentes no modelo final Construto Variáveis O Carro flex é mais simples de se utilizar em relação ao monocombustível. É mais fácil testar e avaliar um carro flex do que um monocombustível. Inovação O carro flex é um diferencial no mercado de automóveis. Carro flex é uma inovação e toda inovação é boa. O carro flex prejudica menos o meio ambiente. Aspectos Ecológicos Prefiro o carro flex por utilizar fontes energéticas renováveis. Prefiro o carro flex por não ser dependente de petróleo. O motor flex dura mais do que o motor monocombustível. A autonomia do carro flex é maior do que a do carro monocombustível. Desempenho O carro flex é mais econômico do que o carro monocombustível. O carro flex possui maior potência do que o carro monocombustível. Gosto de poder optar por álcool ou gasolina ha hora de abastecer. Flexibilidade Gosto de poder variar o abastecimento entre álcool e gasolina. Sinto-me seguro em poder abastecer com álcool ou gasolina. Segurança Tenho garantia de abastecimento por possuir um carro flex. Fico menos exposto a cries de combustíveis por possuir um carro flex. O carro flex me permite abastecimento mais barato. Valor Aproveitar a variação do preço do combustível é uma vantagem do carro flex. Percebido Considero o carro flex mais vantajoso em relação aos monocombustíveis. Eu compraria novas opções de carros monocombustíveis (Escala Invertida). Lealdade Eu compraria carros monocombustíveis mais baratos de igual marca e modelo flex. (Escala Invertida). Fonte: Dados da pesquisa. A variância média extraída (AVE) é uma medida que reflete a quantia geral da variância nos indicadores explicada pelo construto latente. Maiores valores de AVE indicam que os indicadores são representantes verdadeiros do construto latente. Tal medida é dada pelo somatório das cargas padronizadas ao quadrado em função da mesma medida acrescida pelos somatórios dos erros. A AVE deve exceder 0,50 para o construto ser considerado válido (Hair et al., 2009). Todos os fatores avaliados no modelo apresentaram AVE´s satisfatórias. A confiabilidade composta (CC) é dada pelo quadrado do somatório das cargas padronizadas dividido pelo seu valor acrescido do somatório do erro (Hair et al., 2009). Os autores consideram que valores acima de 0,70 são comumente aceitáveis para a confiabilidade apesar deste valor não ser um padrão absoluto em pesquisas exploratórias. O construto lealdade atingiu o valor de 0,640. Contudo a CC para a o construto foi próxima a 0,70, o que levou a manutenção do fator. A validade discriminante do modelo foi calculada baseada na proposta de Fornel e Larcker (1981). O resultado encontrado na matriz de correlação entre o quadrado dos pares dos fatores e as variâncias médias extraídas dos fatores atestou a validade discriminante para 9 todos os construtos, uma vez que os coeficientes de correlação ao quadrado foram menores que as AVE’s. O modelo estrutural apresentou boas medidas de ajuste absoluto e parcimonioso. O RMSEA foi de 0,060, o GFI ficou em 0,896, muito próximo do valor ideal (0,900), assim como na parcimônia do modelo, medida pelo qui-quadrado normalizado (c2/gl), foi considerada adequada uma vez que apresentou o valor de 2,315 e o AGFI ficou em 0,861. São demonstradas na tabela 2 as hipóteses do modelo que foram testadas, com destaque para as relações significativas. O valor da estimativa de regressão (Reg) corresponde aos pesos não padronizados da regressão dos construtos independentes sobre os construtos dependentes. O valor P indica a significância do teste da respectiva relação. Aqueles construtos marcados com ** indicam que a relação é significativa ao nível de 0,01, e os marcados com ***indicam a relação significativa ao nível de 0,001. Os valores padronizados (Pad) podem ser utilizados para interpretar quais construtos independentes têm maior relação com os construtos dependentes, bastando avaliar o tamanho absoluto dos valores padronizados. Tabela 2 Resultado das Hipóteses do Modelo Proposto H1 H2 H3 Independente VP VP VP Dependente Inov Seg Flex Pad 0,507 0,360 0,082 Reg 0,379 0,330 0,054 T 5,175 3,306 1,149 P *** *** 0,251 H Aceita Aceita Rejeitada H4 H5 VP VP Eco Des -0,140 0,039 -0,156 0,053 -1,669 0,535 ** 0,593 Aceita Rejeitada H6 Leal VP 0,261 0,367 3,239 *** Aceita Fonte: Dados da Pesquisa Nota: Inov- Inovação; Eco- Aspectos Ecológicos; Des- Desempenho; Flex- Flexibilidade; Seg- Segurança; VPValor Percebido; Leal- Lealdade Pode-se verificar que o modelo não foi confirmado em sua totalidade em função das hipóteses levantadas. Porém grande parte destas hipóteses se confirmou de forma significativa. Verifica-se que as hipóteses H1, H2, H4 e H6 foram confirmadas pelo modelo enquanto as H3 e H5 foram rejeitadas. O construto inovação exerceu o maior impacto 0,507 (p<0,001) sob o valor percebido. Corroboram que este resultado os estudos de Moura et al. (2012) que traz nas razões do sucesso do flex no mercado brasileiro o atributo modernidade. Da mesma forma, Santos (2011) destaca a postura inovadora dos compradores iniciais de automóveis com esta tecnologia. As hipóteses H2 e H3 tratavam da segurança em poder optar por etanol ou gasolina na hora de abastecer e da flexibilidade que os modelos brasileiros possuem em poder abastecer alternado ou com qualquer mistura entre os dois combustíveis. Porém somente a H2, foi aceita confirmando que a segurança em não ficar sem combustível prevaleceu como valor percebido 0,360 (p<0,001) para a amostra estudada e não a flexibilidade. A conveniência e confiança foram destacados por Silva, Isabella e Peguetti (2012) como fatores que favorecem motivações de escolhas entre a gasolina e o etanol. Os fatores ecológicos H4foram avaliados no modelo e o impacto foi significante a 0,140 (p<0,01), porém com cargas padronizadas e de regressão negativas contrapondo os estudos de Alves e Brandão (2007), Jansson (2011), Koller Floh e Zauner (2011) e Silva Isabella e Peguetti (2012) que consideraram atributos como adoção de fontes renováveis de 10 energia, alternativas à utilização de combustíveis fósseis e não renováveis e motivações ecológicas como “combustível limpo” constituem atributos importantes para o consumidor. Ao investigar o grau de importância das características ecológicas na tomada de decisão de compra de automóveis de luxo no Brasil, Carvalho (2006) apontou que o fator ambiental ou ecológico presentes nos automóveis era pouco valorizado pelos consumidores e agregavam pouco valor aos produtos no sentido de satisfação das necessidades dos consumidores, sobretudo pela informação não suficiente para tal. Da mesma forma Lutif Júnior et al. (2011) constataram baixo aproveitamento na divulgação de práticas ecológicas por um posto de gasolina junto aos seus consumidores que possuíam uma certa consciência ecológica. O desempenho H5 não configurou como uma hipótese aceita, não impactando de forma significativa no valor percebido pelo consumidor. Contrapondo a visão da plataforma de negócios que caracteriza o automóvel flex como de melhor desempenho a cada geração (Mesquita, 2009), assim como, com os estudos de Giulio (2006) e de Siqueira e Siqueira (2004), que apontaram melhorias no desempenho dos automóveis bicombustíveis nacionais. O modelo de mensuração apresentou um R2 em relação ao valor percebido de 0,58, conforme a figura 2, o que indica que as variações dos construtos dependentes são explicadas pelos construtos independentes da pesquisa de forma moderada, porém quando se avalia a mesma medida para o construto lealdade o R2 apresentado foi de apenas 0,07 sendo um valor fraco (Chin, 1998). Figura 2. Modelo final. Notas: ** Significativo p<0,01; *** Significativo p<0,001 R2 expressos em negrito e sublinhados. Apesar do impacto positivo e significativo do valor percebido na lealdade no modelo de mensuração da presente pesquisa a capacidade do modelo de prever a lealdade de consumidores a partir do valor percebido é muito baixa representando que s construtos ora analisados explicam bem o valor percebido com uma boa representação e este resulta em lealdade, porém com uma capacidade representativa muito baixa. Um motivo pelo qual este resultado pode ter sido expresso pode ser o fator amostral de um grupo que abastece os automóveis em grande maioria com gasolina. Esta frequência pode ser explicada pela influência do preço do petróleo no preço do etanol e possíveis 11 variáveis macroeconômicas (Oliveira et al., 2011) que podem ter interferido na competitividade do preço do etanol em relação à gasolina pela amostra estudada. Porém, há que se destacar que a inovação foi o construto com maior impacto sobre o valor percebido e este construto pode representar uma tendência apontada por Santos (2011), onde a postura inovadora pode gerar insegurança em relação ao mercado de etanol como exemplificado pelo autor. Ao analisar estas questões pode-se inferir que o valor percebido por consumidores de automóveis flex-fuel estão representados por atributos relacionados à inovação e segurança de forma positiva e a aspectos ecológicos de forma negativa. Ainda sim que a lealdade em relação a automóveis flex-fuel, possui baixo poder de explicação para o valor percebido e seus antecedentes. E que o desempenho e flexibilidade não configuraram como antecedentes de valor percebido como esperado. 6. Considerações finais O objetivo deste trabalho foi verificar quais atributos eram percebidos como benefício gerando valor percebido por consumidores de automóveis flex-fuel e como este valor percebido impactava na lealdade por parte destes consumidores. Esta pesquisa apresenta limitações que cabem ser consideradas como os aspectos regionais da amostra. Assim como o número de respondentes que apesar de ser considerado satisfatório para análise multivariada em questão pode ser considerado como um limitante. Observamos que o valor percebido é explicado de forma significativa pelas variáveis inovação e segurança representando uma tendência em acompanhar as evoluções tecnológicas de mercado e a segurança nas questões relacionadas à garantia de abastecimento com um combustível diferente, neste caso a alternância entre etanol e gasolina. Porém a flexibilidade rotineira em alternância de combustíveis não foi confirmada como valor percebido. Nesse sentido, observamos que o contexto organizacional e políticas governamentais incentivaram a estratégia de cooperação interorganizacional para a plataforma e consequentemente do automóvel flex nacional. Porém a percepção do mercado de etanol não tem sido tão favorável, o que pode ser comprovado com a amostra deste estudo O valor percebido por este consumidor poderia estar sendo comprometido em relação à flexibilidade de abastecimento. A segurança ainda se faz presente haja vista que crises não podem ainda se fazer presente na memória destes consumidores que prezam pela segurança da opção entre etanol ou gasolina no momento do abastecimento. A presente pesquisa apresentou uma relação negativa entre este construto e o valor percebido por consumidores destes automóveis demonstrando uma possível dissonância entre o anunciado no mercado e o que de fato gera valor. Podendo este ser um tema para novos estudos. A inovação apresentou um alto e significante impacto no valor percebido o que demonstra a tendência do valor percebido ser explicado fortemente pelo hábito dos consumidores de acompanhar os avanços tecnológicos no contexto automotivo. Apesar de parte destas questões e avanços remeter a apelos de cunho sustentável e ecológicos o valor percebido envolvendo estas questões foi impactado de forma negativa, fato que pode indicar que em função da segurança e da inovação, aspectos ecológicos são menos relevantes e contam até mesmo negativamente em relação à percepção de valor de um consumidor ao comprar um automóvel. O desempenho do automóvel flex não se configurou como um antecedente de valor. Uma vez que as afirmativas destes construtos foram elaboradas em relação aos automóveis monocombustíveis, cabe o entendimento de que o construto não foi significativo para gerar o valor percebido em consumidores que experimentaram os dois tipos de automóveis. 12 Por fim cabe a reflexão sobre a questão principal encontrada pelo modelo relativa ao valor percebido não impactar de forma representativa sob a lealdade. Cabe explicitar que o efeito significativo da carga de 0,261 (p<0,001) não foi capaz de gerar um R2 considerável e que o construto de lealdade para a amostra estudada não foi capaz de representar uma parte plausível de sua realidade. Algumas questões ficam latentes, após este estudo uma vez que os antecedentes de valor percebido foram representativos para o modelo e este não foi capaz de explicar a lealdade. Cabe questionar a existência de outros construtos que expliquem a lealdade de consumidores a automóveis flex. Sugere-se também como novos estudos a aplicação deste modelo em regiões onde o preço do etanol seja de fato competitivo em relação ao da gasolina. Outra sugestão seria aplicação deste modelo com motoristas profissionais autônomos de automóveis como os taxistas que podem ter uma visão mais ampla dos valores percebidos tratados nesta pesquisa. 7. Referências Bibliográficas AGUSTÍN, C.; SINGH, J. Satisfaction, trust, value and consumer loyalty: curvelinearities in relationship dynamics. In: CONFERENCE OF EUROPEAN MARKETING ACADEMY, 31., 2002, Portugal, Proceedings…, 2002. ALVES, M. de L.; BRANDÃO, L. E. T. Automóvel Flex fuel: quanto vale a opção de escolher o combustível? In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓSGRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 31., 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007. (CD-ROM). AMATUCCI, M Brazilian flex fuel lessons to hybrid vehicles: a bridge too far?Actesdu GERPISA, 2012Disponível em http://gerpisa.org/en/node/1644Acessoem 12/05\2012. BASTIN, C.; SZKLO, A.; ROSA, L. P. Diffusion of new automotive technologies for improving energy efficiency in Brazil’s light vehicle fleet. Energy Policy, v. 38, n. 7, p. 3586-3597, 2010. CARVALHO, V. A. DE. A Influência do Fator Ambiental na Decisão de Compra de Automóveis Premium: Um estudo com consumidores Brasileiros. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, p. 129 p, 2006. CHIN, W. W. (1998). The partial least squares approach for structural equation modeling. in G. A.MARCOULIDES (Ed.), Modern methods for business research (pp. 295–236). London: LawrenceErlbaum Associates. CUSUMANO, M. A.; NOBEOKA, K. Multi-project strategy and market-share growth: the benefits of rapid design transfer in new product development. IMVP/MIT Working Paper.Cambridge, May 1994. Disponívelem: <http://imvp.mit.edu/pubarcindx.html>. Acessoem: 02 fev. 2009. DELGADO, R. C. O. B.; ARAUJO, A. S.; FERNANDES JR., V. J. Properties of Brazilian gasoline mixed with hydrated ethanol for flex-fuel technology. Fuel Processing Technology, Elsevier, v. 88 n. 4, p. 365-368,2007. EISENMANN, T.; PARKER, G. van; ALSTYNE, M. Opening platforms: how, when and why? Working Paper.Harvard Business School, 2008.Disponívelem: <http://hbswk.hbs.edu/faculty/teisenmann.html>. Acesso em: 03 fev. 2009. ESPARTEL, L B; ROSSI, C A V; SAMPAIO, C H; PERIN, M G. Antecedentes da Lealdade: um Estudo Longitudinal. Faces (FACE/FUMEC), v. 7, p. 50-66, 2008. FORNELL, C.; LARCKER, D. F. Evaluating structural equation models with unobservable variables and measurement error.Journal of Marketing Research, v.18, p.39-50, febr. 1981. 13 GATTI JUNIOR, W. . 35 anos da criação do proetanol: do etanol-motor ao veículo flexfuel. In: XIII SEMEAD - SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO, 2010, São Paulo. XIII SEMEAD, 2010. GATTI JÚNIOR, W; YU, A. S. O As transformações do conhecimento no processo de Inovação: o desenvolvimento da tecnologia flexfuel nos sistemistasbrasileiros In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 35. 2011. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2011. (CD-ROM). GAWER, A.; CUSUMANO, M. A. Platform leadership: how Intel, Microsoft, and Cisco Drive Industry Innovation.Boston: Harvard Business School, 2002. 305 p. GAWER, A.; HENDERSON, R. Platform owner entry and innovation in complementary markets: evidence from Intel. Journal of Economics& Management Strategy, Cambridge, v. 16, n. 1, p. 1-34, 2007. GIULIO, G. D. I. Motor bicombustível ganha cada vez mais consumidores. Inovação Uniemp, Campinas, v.2, n.1, jan./mar. 2006. Disponível em: http://inovacao. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextepid=S180823942006000100022elng=ptenrm=is. HAIR JR., J F.; BLACK, W. C.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.; Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2009. HALL, J; MATOS, S;SILVESTRE, B;MARTIN, M; Managing technological and social uncertainties of innovation: The evolution of Brazilian energy and agriculture. Technological Forecasting and Social Change, v. 78, n. 7, p. 1147-1157, 2011 ISHII, M. A strategic method to establish sustainable platform business for next generation home network environments. 2006. 156 p. Thesis (Master in Business Administration) – Massachusetts Institute of Technology, Cambridge JANSSON, J. Consumer Eco-Innovation Adoption: Assessing Attitudinal Factors and Perceived Product Characteristics. Business Strategy and the Environment, v. 20, n. 3, p. 192-210, Mar 2011 JOHNSON, R. A.; WICHERN, D. W. Applied multivariate statistical analysis. New Jersey: Prentice Hall, 1998. KOLLER, M.; FLOH, A.; ZAUNER, A. Further Insights into Perceived Value and Consumer Loyalty: A "Green" Perspective. Psychology & Marketing, v. 28, n. 12, p. 1154-1176, Dec 2011 LUTIF JÚNIOR, J. A.; MOURA, G.; OLIVEIRA, R. F. DE; GALINDO, S. M. Marketing ambiental como fator decisivo de compra: um estudo de caso no posto de combustíveis São Luiz III. Convibra,VII Congresso , 2010. MESQUITA D. L.; SUGANO J. Y. The flex-fuel technology building process in Brazil: An analysis from the perspective of business platform. AfricanJournalof Business Management, v. 5, n. 20, september 2011. MESQUITA, D. L O Processo de construção da tecnologia flex-fuel no Brasil: a ótica da Plataforma De Negócio. Dissertação - Mestrado em Administração - Universidade Federal de Lavras, UFLA, Brasil. 108p 2009. MESQUITA, D. L. ; BORGES, A.F. ; SUGANO, J. Y. ; SANTOS, A. C. .O Desenvolvimento de Processos de Inovação Sob a Ótica da Teoria dos Custos de Transação: O Caso da Tecnologia Flex-Fuel. Revista de Administração e Inovação – RAI v. 10, n. 1 2013. MEYER, M H.; UTTERBACK, J. M. The product family and the dynamics of core capability. International Center for Research on the Management of Technology. Sloan School of Management.Massachusetts Institute of Technology, 1992.Disponívelem: <http://imvp.mit.edu/pubarcindx.html>. Acesso em: 05 nov. 2008. 14 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). Etanol. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/. Acesso em: 04 maio. 2011. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE.1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários. Relatório final. Janeiro 2011 114p MOURA, L. R. C. ; TORRES, E P. ; CUNHA, N R. S. ; MOURA, L E. L. de ; CAIXETA, L .V. . Desenvolvimento e Teste de uma Escala Para Mensuração das Características Que Incentivam a Adoção de Novos Produtos: Um Estudo Sobre os AutomóveisBiCombustíveis.. In: III Encontro de Marketing (EMA) da ANPAD (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração)., 2008, Curitiba - PR. ANAIS (CD ROM) do III Encontro de Marketing (EMA) da ANPAD (Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Administração).. Rio de Janeiro - RJ: ANPAD, 2008.. OLIVEIRA, A. R. DE; CALEGÁRIO, C. L. L.; GAIO, L. E.; BONACIM, C. A. G. Economic and financial analysis of the Brazilian fuel market. Custos e agronegócio online, v. 7, n. 2 May/Aug, p. 143–158, 2011. PARASURAMAN and GREWAL, "Serving Customers and Consumers Effectively in the Academy of Marketing Science, Winter 2000, Vol. 28, No. 1, pp. 9-16. SANTOS, C T. Influência da adoção do automóvel flex-fuel na estratégia competitiva dos distribuidores de combustíveis. 2011. Dissertação (Mestrado em Administração) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. SETH, D.A platform based approach for embedded systems software development. 2006. 97 p. Thesis (S.M. Engineering and Management) – Massachusetts Institute of Technology, Cambridge. SILVA, A. M. ; ISABELLA, G. ; PEGETTI, A. L. . Etanol ou Gasolina? Determinantes da escolha de Postos de Gasolina e Tipo de Combustível. In: XV SEMEAD Seminários em Administração FEA/USP, 2012, São Paulo. XV SEMEAD Desafio da Gestão: Econômica, Social e Ambiental, 2012. SIQUEIRA, D. A.; SIQUEIRA, A. A. Estudo e avaliação da tecnologia Flex Fuel. Rio de Janeiro: IPRJ-UERJ, 2004. Disponível em: <http://www.abcm.org.br/xi_creem/resumos/AA/CRE04-AA04.pdf>. Acesso em: 03 set. 2008. SIRDESHMUKH, D., SINGH, J., &SABOL, B. (2002). Consumer Trust , Value , and Loyalty in Relational Exchanges. Journal of Marketing, 66(January), 15–37. SUGANO, J. Y.The structure of web platform strategy: mapping organizational interrelationships trough an exploratory analysis of the internet-based companies.2005. 186 p. Thesis (Phd Management)– Osaka University, TEIXEIRA, E. C. O desenvolvimento da tecnologia Flex-fuel no Brasil. São Paulo: Instituto DNA Brasil, 2005. 28 p. Twenty-First Century: A Conceptual Framework and Overview," Journal of the UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR (UNICA). Participação de automóveis flex nas vendas de abril sobe para 85,7%. Disponível em: http://www.unica.com.br/noticias. Acesso em: 07/05/2012. VIEIRA, L. B.; MURAKAMI, L. C.; BELIZARIO, A. V. Como a confiança e o valor percebido influenciam a lealdade nas relações de troca entre os consumidors e uma concessionária de automóveis ? IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing, São Paulo, p. 1–18, 2009. WONGLIMPIYARAT, J. The use of strategies in managing technological innovation. European Journal of Innovation Management, v. 7, n. 3, p. 229-250, 2004. WOODALL, T. Conceptualising Value for the Customer: An Attributional , Structural and Dispositional Analysis. Academy of Marketing Science Review, v. 2003, n. 12, 2003. 15 WOODRUFF, R. B. Customer Value : The Next Source for Competitive Advantage. Journal of the Academy of Marketing Science, v. 25, n. Spring, p. 139–153, 1997. YU, A. S. O; NASCIMENTO, P. T. de; SILVA, L. L. C. da; JÚNIOR, A. S. C.; DURANTI, C. M.; MOURA, C. B. Evolution offlex-fueltechnology: a case studyon Volkswagen Brazil. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 34. 2010. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2010. (CD-ROM). ZEITHAML, V. A. Consumer Perceptions Of Price, Quality , And Value : A Means-End Model and Synthesis of Evidence. Journal of Marketing, v. 52 July, n. 3, p. 2–22, 1988. ZHENG, C. ; H.OH, C. E.PARK, Y.; I.CHA, S. W. Fuel economy evaluation of fuel cell hybrid vehicles based on equivalent fuel consumption. International Journal of Hydrogen Energy, v. 37, n. 2, p. 1790-1796, Jan 2012 16