SOFTWARE LIVRE E INCLUSÃO DIGITAL 1,2 Thais Torres Presti1, José Benedito Leandro2 Faculdade de Tecnologia de Botucatu ; 1Graduada no curso de Informática – ênfase em gestão de negócios [email protected], [email protected] 1. Introdução Na nova era da informação, o desenvolvimento da sociedade é sustentado pelo exercício da cultura, da educação e do pensamento crítico. O conhecimento passa a ter valor estratégico e o maior meio de obtê-lo é através do uso das tecnologias. No entanto, todos estes avanços ainda não estão disponíveis para toda a população. O Brasil vive um verdadeiro apartheid digital, onde poucos possuem acesso a essas tecnologias. Esse cenário pode ser alterado implementando-se na sociedade eficazes e “massivos” projetos para promover sua inclusão digital, com políticas capazes de socializar as tecnologias de informação e comunicação. Mas o alto custo de um projeto de informatização tem sido um dos maiores empecilhos para implantação desses projetos. Como solução está o software livre que ao contrário dos softwares proprietários, possui o código aberto à comunidade de usuários e desenvolvedores. 2. Inclusão Digital A Revolução da Informação é marcada pela vinda das tecnologias, afetando todo o comportamento da sociedade. Toffler [1] chamou o advento dos microeletrônicos como parte da ‘terceira onda de mudanças’ na história humana. No entanto, para que estes impactos gerados pelas tecnologias produzam progresso social geralmente a informação deve ser construída de uma maneira correta e igual socialmente. Deve haver a democratização do acesso às tecnologias, já que “[...] essa revolução não apenas pode consolidar desigualdades sociais como também elevá-las, pois aprofunda o distanciamento cognitivo entre aqueles que já convivem com ela e os que dela estão apartados” [2]. Mas infelizmente o Brasil ainda vive uma situação alarmante, apenas 12,46% da população brasileira tem acesso a computadores e 8,31% desses computadores estão ligados à Internet [3]. Diante desse panorama é importante a mobilização de esforços coordenados de empresas, governo e sociedade civil para a criação de condições à expansão da rede no país, fortalecendo a consciência social entre as empresas e governo. média R$ 1 bilhão e 100 milhões por ano com essas licenças proprietárias Com o software proprietário o indivíduo também se priva do progresso de seu conhecimento, por seu uso extremamente limitado e não possuir seu código-fonte aberto. Stallman [5] reflete sobre essa realidade, destacando a importância da informação ser verdadeiramente disponível aos cidadãos. As vantagens que o software livre oferece não se limitam somente aos usuários, mas também a todo um país. As nações estão em constante busca pela independência tecnológica sempre procurando o crescimento. Mas como obter um desenvolvimento significante utilizando software proprietários que monopolizam todo um mercado e cobram pelo seu uso? É surpreendente que em um mundo tão dependente das máquinas para seu funcionamento, a maior parte dos programas que o regem sejam fornecidas por um único fabricante e a preços cada vez maiores. Não só para a alfabetização digital, conclui-se que o software livre é de grande importância para o país e também para as empresas. 4. Conclusões A impossibilidade do acesso a computadores irá representar em futuro muito próximo a marginalização das populações ou países que não tenham os recursos necessários para investimento nesta área. Como solução há os telecentros, que são lugares onde a população através de uma rede de computadores, possui acesso à Internet e ao conhecimento das ferramentas computacionais, por meio de cursos ministrados. Para uma redução nos custos gerados pela sua implantação, há como recurso, o software livre, que vem ganhando força e se tornando cada vez mais poderoso. Se a questão da inclusão digital for elevada à condição pública, se houver a junção de empresas privadas, governos e comunidades preocupadas em gerar conhecimento à população e com a adoção do software livre o mundo pode ser transformado, com uma sociedade mais justa, onde todos terão o direito de exercer sua cidadania. 5. Referências 3. Software Livre Segundo Silveira [4] o software livre não é só mais um produto contemporâneo e fruto do modismo causado pelo domínio das tecnologias computacionais, seu conceito trata-se de uma filosofia de distribuição do conhecimento liberal. Silveira [4] caracteriza o software livre em quatro liberdades, de “uso, cópia, modificações e redistribuições”. Dentre essas características também pode ser citado a questão econômica. O Brasil gasta em [1] Alvin Toffler, A terceira onda, p.11, Maio 1980 [2] S.A. da Silveira. Exclusão digital: a miséria na era da informação, p. 15-16, 2001. [3] M.C. Néri, O mapa da exclusão digital, disponível em: www2.fgv.br/ibre/cps/mapa_exclusao, Abr. 2003. [4] S.A. da Silveira, Software livre: a luta pela liberdade do conhecimento, p. 1-9, Março 2004. [5] Richard Stallman, The GNU manifesto, disponível em: www.gnu.org/gnu/manisfesto.html, 1984.