ALAYSIA TAUANA SANTOS GONÇALVES
JOANA MARA CORREIA CARVALHO
MARGARETE DE OLIVEIRA
MARIA DAS GRAÇAS MOREIRA
NATÁLIA DIVINA
CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS E A QUESTÃO DE
GÊNERO
BELO HORIZONTE
2006
ALAYSIA TAUANA SANTOS GONÇALVES
JOANA MARA CORREIA CARVALHO
MARGARETE DE OLIVEIRA
MARIA DAS GRAÇAS MOREIRA
NATÁLIA DIVINA
CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS E A QUESTÃO DE
GÊNERO
Prof. Arimar Colen Gontijo
Relatório
Final
do
Projeto
Interdisciplinar
apresentado
à
Coordenação
do
Curso
de
Administração da Faculdade Novos
Horizontes, Unidade Santo Agostinho,
como requisito para aprovação no 2º
semestre.
BELO HORIZONTE
2006
8
A Deus pela capacitação, à minha família pela
compreensão e dedicação, aos amigos pelo incentivo e às
amigas pela realização deste projeto e por cada momento
que passamos juntas. Sorriem, pois ultrapassamos mais
uma etapa desta jornada acadêmica.
Eu, Alaysia Tauana Santos Gonçalves, ofereço.
À minha família pelo apoio e incentivo em todos os
momentos de minha vida, ao Aender pelo carinho e
compreensão nos momentos de ausência, às minhas
companheiras sempre cuidadosas e a Deus por fazer
existir todas essas pessoas que tanto amo.
Eu, Joana Mara Correia Carvalho, ofereço.
A Deus por minha existência e oportunidade de
aprendizado, à minha mãe, meu irmão, meu esposo, que
souberam entender minhas ausências, à Lucinéia pelas
dicas e paciência, às minhas companheiras de grupo, pela
coesão e amizade, a todos os professores, em especial ao
Prof. Arimar pela paciência e bom humor, aos meus
amigos de classe sempre carinhosos e a todos aqueles
que contribuíram para a realização deste projeto.
Eu, Margarete de Oliveira Baía, ofereço.
À minha filha Laureane, pelo carinho, amizade e
compreensão, ao Marcos pela paciência e ternura em
todos os momentos de minha vida, aos meus
familiares por compreenderem a falta de convívio e à
minha equipe do interdisciplinar pelo empenho e
apoio de todas as horas.
Eu, Maria das Graças Moreira, ofereço.
Aos meus pais pelo carinho e compreensão, aos meus
colegas de classe, a todos aqueles que contribuíram para
a realização deste projeto e a Deus por minha existência e
por ter posto em meu caminho as minhas amigas de
grupo e o Vinicius, que estiveram ao meu lado nas horas
difíceis. Amo todos vocês!
Eu, Natália Divina, ofereço.
9
AGRADECIMENTOS
A Deus, nosso Criador e Protetor.
Ao Professor Arimar Colen Gontijo por sua orientação.
Ao Professores Antônio Vieira Resende, Lara Piau, Maria Amália Marques
Freitas e Maria Helena Michel, pela dedicação e capacidade em co-orientar a
elaboração deste projeto.
Aos colegas, alguns dos quais amigos sinceros, pelo convívio e pela energia
proporcionada nas horas difíceis.
Aos nossos familiares e amigos que sempre nos apoiaram.
Às colegas Graziela Cristina de Oliveira e Regiane Ribeiro Rupic, pela
compreensão e cooperação na realização das filmagens.
Aos funcionários Fabiana Develard Pimenta, Heliabe Amorim de Moraes,
Míriam Fernandes Amaral e Renata Calado Alves Pereira, pela colaboração.
Ao Vinícius Aguiar de Souza e Silva, por tornar possível a edição do filme.
À Rita Justina de Jesus, pelo apoio.
Ao Leonardo Miranda Esteves, pela disponibilidade cooperação.
Em especial, agradecemos às empreendedoras Alvina Bitencourt e Maria
Aparecida Fernandes, por nos permitir, a partir da sua contribuição e
disponibilidade, a concretização deste projeto.
10
“A força das mulheres não está nos músculos, mas no cérebro, na extrema
dedicação, na vontade de vencer. Essas são as armas utilizadas na verdadeira
guerra que vêm travando pela justa conquista de espaço e pelo
reconhecimento de seus méritos por parte de toda a sociedade”.
Rubens Approbato
Machado
11
RESUMO
O comportamento empreendedor constitui um dos principais requisitos na
obtenção de bons resultados nas organizações. Por isso o empresário deve ser
capaz de identificar as oportunidades transformando-as em planos de
negócios, passíveis de realização. Ser empreendedor significa ter liberdade
para pesquisar, experimentar e melhorar produtos e serviços. O presente
projeto teve por finalidade conhecer os problemas enfrentados pela mulher na
busca de sua realização profissional e identificar características
empreendedoras específicas do gênero feminino, confrontando-as com a teoria
estudada e analisando as empresas em relação à inovação e competitividade.
Como métodos para realização da pesquisa, foram feitas pesquisas
bibliográficas, e de campo que apresentou enfoque qualitativo e comparativo.
Fizeram parte da amostra duas empresas de pequeno porte, uma do setor de
transporte e logística e a outra de promoção de eventos. Utilizou-se a
entrevista estruturada e a realização de vídeo-reportagem como instrumentos
para coleta de dados. As entrevistadas, Alvina Bitencourt e Maria Aparecida
Fernandes demonstraram ser empreendedoras, enfrentando dificuldades
relativas ao gênero e à idade para que as empresas se estabelecessem e se
mantivessem competitivas no mercado.
12
SUMÁRIO
RESUMO
1 – INTRODUÇÃO............................................................................................ 15
O mundo atual se caracteriza pela influência das organizações na vida das
pessoas, especialmente das mulheres. Nesse contexto, as discussões sobre o
empreendedorismo, globalização, competitividade, sistemas de informação,
economia de mercado se referem, também, à mulher e ao seu direito de
conquistar seu espaço no ambiente empresarial.............................................. 15
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 17
2.1 – Conceituando Empreendedor e Empreendedorismo............................... 17
De acordo com Drucker (1987) o empreendedorismo constitui-se de um
comportamento e não de traços de personalidade e não existem requisitos para
se transformar em empreendedor. Qualidades como perseverança,
responsabilidade e dedicação são determinantes no empreendedorismo.
Segundo o autor, o entrepreneurship está relacionado à área de negócios
empresariais, na medida em que os fundamentos técnicos são provenientes de
escolas de pensamento lideradas por autores vinculados às áreas de economia
e da administração. Os autores Paula (2000), Albuquerque (2000) e Cerqueira
(2000), apontam o papel secundário do empresário nas teorias econômicas
consagradas e Drucker (1987) cita Schumpeter (1949), como representante
das análises que abordaram o papel secundário do empresário. Uma dessas
abordagens define o empreendedor como inovador e a outra, como aquele que
toma decisões em situações de incerteza. Analisando as abordagens é
possível perceber que não há como confundir o papel do empreendedor e o
papel do empresário, pois empreendedor é aquele que empreende um negócio
no qual incorpora uma idéia nova e o administrador é o indivíduo que gerencia
uma atividade em andamento, contudo, a diferença entre o empresário e o
administrador, é a atividade que o envolve, sempre inovador ao lidar com
situações de incerteza (Schumpeter, 1982). .................................................... 17
2.3 - Empreendedorismo feminino.................................................................... 22
2.3.1 - A personalidade empreendedora.............................................. 22
2.3.2 – Mulheres na gestão................................................................. 25
2.3.2.1 – Relação de gênero e poder.................................................. 27
2.3.2.2 – Tipos de empreendedoras.................................................... 28
2.4 – A mulher e a legislação............................................................................ 28
3 – METODOLOGIA.......................................................................................... 30
......................................................................................................................... 30
3.1 – Informações referentes às empresas estudadas..................................... 32
4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS............................................. 32
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 37
ANEXO 1 – Correspondência da Faculdade para a Empresária...................... 41
ANEXO 2 – Correspondência da Faculdade para a Empresária...................... 42
APÊNDICE A – Formulário para a coleta de dados da pesquisa de campo..... 43
13
1 – INTRODUÇÃO
O mundo atual se caracteriza pela influência das organizações na vida
das pessoas, especialmente das mulheres. Nesse contexto, as discussões
sobre o empreendedorismo, globalização, competitividade, sistemas de
informação, economia de mercado se referem, também, à mulher e ao seu
direito de conquistar seu espaço no ambiente empresarial.
Dados do Serviço Brasileiro de apoio ao micro e pequeno Empresário
(SEBRAE) apontam o Brasil como o sétimo país mais empreendedor e a
participação da mulher nesse universo cresce a cada dia. Segundo pesquisa
do Global Entrepreunership Monitor (GEM), o empreendedorismo feminino no
Brasil é o sexto mais atuante, com uma taxa de 10,8%.
O Brasil fica abaixo apenas nos índices da Venezuela (23,86%),
Tailândia (19,33%), Jamaica (15,69%), Nova Zelândia (13,75%) e China
(11,6%). Em números absolutos, esta pesquisa mostra ainda, que as
brasileiras líderes em empreendimentos em estágio inicial ocupam o terceiro
lugar no mundo, perdendo apenas para as norte-americanas e para as
chinesas.
Os pensamentos mudam, as conjunturas sociais e organizacionais
também e, podem ser vistas mudanças no universo profissional feminino. De
fato, na história da humanidade, a mulher foi subjugada tanto como ser
feminino quanto como ser pensante, porém nas últimas décadas ocorreram
modificações que causaram e ainda estão causando fortes impactos na
estrutura social dos países.
Entre as muitas mudanças, pode-se afirmar que as conquistas das
mulheres, bem como as privações por que passam, ainda presentes em seu
cotidiano, são temas que geram opiniões divergentes e conflitantes. Mas,
apesar disso, as mulheres estão conquistando espaço em praticamente todas
as áreas.
Nesse sentido, a escolha do tema é de grande relevância, uma vez que
a sociedade, desde os primórdios dos tempos, sequer pensava em uma
independência, ainda que relativa das mulheres. Assim, neste trabalho
14
pretende-se fazer um breve histórico do crescimento pessoal e profissional da
mulher, procurando demonstrar que igualdade conquista-se.
Serão abordadas também, áreas em que a discriminação é mais
evidente, como por exemplo, a desvantagem no mercado de trabalho, mesmo
quando a mulher é bem qualificada, a falta de espaço na vida pública e dos
pontos de tomada de decisão, seu comportamento e as barreiras por ela
encontradas ao inserir-se no mundo empreendedor.
Entende-se que ser empreendedor não é uma tarefa muito fácil exige
perseverança, habilidade, capacitação e técnicas atuais de trabalho. Por isso,
torna-se necessário procurar conhecer os problemas enfrentados pela mulher
na busca de sua realização profissional e, mais que isso, como ela consegue
lidar com essa conquista.
Diante do exposto e, considerando que ser empreendedor constitui um
desafio, o presente estudo surgiu a partir do seguinte questionamento: Existem
problemas específicos para a mulher empreendedora? Portanto, os
objetivos que nortearam a elaboração deste projeto foram:
Geral: identificar características empreendedoras específicas do gênero
feminino.
Específicos: levantar aspectos que comprovem a inserção da mulher no
mercado de trabalho; identificar mudanças no comportamento da mulher que
podem ter sido originadas da necessidade de ocupar seu espaço no
empresariado e discutir qual e como a legislação do trabalho reconhece a
mulher trabalhadora.
.
Objetivando esclarecer melhor os objetivos deste projeto realizou-se
uma pesquisa de campo, com enfoque qualitativo, nas seguintes empresas:
a) Espaço Alvina Bittencourt – Buffet. Empresa de médio porte
especializada na promoção de eventos;
b) Transfênix Transportes Ltda – Empresa de médio porte cuja
atividade principal constitui-se no transporte e logística.
15
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste
capítulo
serão
tratadas
questões
relativas
ao
tema
Empreendedor/Empreendedorismo cujo sub-tema é Mulher Empreendedora.
Será conceituado o tema integrador do projeto, abordando a evolução histórica
da mulher desde a antigüidade até o século XIX, enfatizando os séculos XX e
XXI,
o
empreendedorismo
feminino,
ressaltando
a
personalidade
empreendedora, as mulheres na gestão, a relação de gênero e poder, os tipos
de empreendedorismo e, a mulher e a legislação.
2.1 – Conceituando Empreendedor e Empreendedorismo
De acordo com Drucker (1987) o empreendedorismo constitui-se de um
comportamento e não de traços de personalidade e não existem requisitos para
se
transformar
em
empreendedor.
Qualidades
como
perseverança,
responsabilidade e dedicação são determinantes no empreendedorismo.
Segundo o autor, o entrepreneurship1 está relacionado à área de negócios
empresariais, na medida em que os fundamentos técnicos são provenientes de
escolas de pensamento lideradas por autores vinculados às áreas de economia
e da administração.
Os autores Paula (2000), Albuquerque (2000) e
Cerqueira (2000), apontam o papel secundário do empresário nas teorias
econômicas consagradas e Drucker (1987) cita Schumpeter (1949), como
representante das análises que abordaram o papel secundário do empresário.
Uma dessas abordagens define o empreendedor como inovador e a outra,
como aquele que toma decisões em situações de incerteza. Analisando as
abordagens é possível perceber que não há como confundir o papel do
empreendedor e o papel do empresário, pois empreendedor é aquele que
empreende um negócio no qual incorpora uma idéia nova e o administrador é o
indivíduo que gerencia uma atividade em andamento, contudo, a diferença
entre o empresário e o administrador, é a atividade que o envolve, sempre
inovador ao lidar com situações de incerteza (Schumpeter, 1982).
Conforme Goulart e Papa Filho (2004) o empreendedorismo, antes de
se transformar em novo paradigma das ciências gerenciais, definições relativas
1
Entrepreunership, palavra utilizada tanto na língua inglesa quanto francesa, originou-se da
palavra francesa entreprendre e significa empreender, experimentar (to undertake, em inglês).
16
ao que possam ser um empreendedor não têm uniformidade. Existem duas
abordagens do tema: a primeira traça perfis e características da personalidade
peculiares do empreendedor, e a segunda procura averiguar quais são as
ações compartilhadas por essas pessoas.
No contexto da primeira abordagem, surgem estudos acerca dos fatores
que influenciam a inovação e o empreendimento de um negócio. De acordo
com os autores, Schumpeter se preocupava com motivação empreendedora e
em seus estudos destacou o desejo de conquistar, a alegria de criar e o desejo
de ter seu próprio negócio como fatores principais para a montagem de um
empreendimento.
Goulart e Papa Filho (2004) ressaltam que, dentre os autores
preocupados com a ação empreendedora, Drucker classifica-se dentre os mais
conhecidos. Segundo eles, Drucker combina com Schumpeter quando define
empreendedor como sendo o indivíduo que inova, mesmo não sendo o dono
do empreendimento, pois a inovação é caracterizada pela transformação de
algo em um recurso útil ao ser humano. Assim, para que ocorra inovação, não
é necessário que a empresa seja nova, pois os empreendimentos surgem
também em grandes organizações:
(...) O termo, então, não se refere ao tamanho ou idade da
empresa, mas sim a um certo tipo de atividade. No coração
desta atividade está a inovação: o esforço para criar (...)
mudanças no potencial econômico e social da empresa.
(DRUCKER, 1998; p.149).
Schumpeter
administrador
empreendedor,
do
e
Drucker,
citados
empreendedor.
porém
isso
não
Para
pelos
autores,
eles,
administrador
constitui
uma
diferenciam
verdade
pode
absoluta:
o
ser
o
administrador para ser empreendedor precisa criar algo novo. Vale ressaltar
que Drucker não espera que os empreendedores percebam repentinamente a
possibilidade de inovação. Ele defende que a inovação é sistemática, ou seja,
constitui uma busca deliberada, organizada e conveniente de oportunidades.
Portanto, a inovação é um exame das áreas de mudança que oferecem
oportunidades empreendedoras.
17
2.2 - Evolução histórica da Mulher
Segundo Cavalcanti apud Hesketh (2003) em um passado não muito
distante, a associação que se fazia sobre a mulher, era de fitinhas cor-de-rosa,
rendas, lágrimas, ansiedade e fragilidade, idealizando Eva2.
2.2.1 – Da antigüidade ao século XIX
De acordo com os historiadores apud Hesketh (2003), a sociedade bem
como a centralização política sempre esteve em mãos masculinas.
Conforme Hesketh (2003), a figura da mulher foi criada pelos gregos
como um ser mitológico, porém para a medicina era um mero corpo a ser
dissecado; à frente; no plano filosófico, tornou-se uma figura social a ser
instituída. No plano intelectual, nas sociedades gregas e romanas é bastante
acentuada a forma que a mulher era “tratada”, pois não era citada em trabalhos
que exigissem competência e habilidade.
A igreja era representada literalmente pelo ser masculino, os chamados
padres, que faziam voto de castidade, consideravam a Virgem Maria3 um
modelo a ser seguido, tal igreja, defendia a libertação dos oprimidos, porém
numa posição extremamente contraditória, foi essa mesma igreja que
contribuiu para fortificar a submissão da mulher à ideologia cristã e foi um pilar
para aumentar ainda mais a opressão feminina.
Em Hesketh (2003), a mulher estava restrita ao âmbito doméstico, já ao
homem cabia um mundo para descobrir, ficando a mulher submissa ao marido
sob todos os aspectos. Mais tarde na França, surge um novo molde de relação:
o amor cortês, que deu sensível melhora na condição de vida das mulheres de
classe social mais elevada.
Contudo, houve neste período o maior genocídio da história, o período
de caça às bruxas; ocasião em que ocorreu o afastamento da mulher das
universidades e práticas relativas à medicina. Os Papas mantinham o poder
centralizador, tudo o que não estivesse de acordo com o controle da igreja,
2
3
Segundo as Sagradas Escrituras, primeira mulher criada por Deus.
Segundo as Sagradas Escrituras, era a mãe de Jesus de Nazaré.
18
sofreria extermínio e foi o que ocorreu com as mulheres, que, supostamente
foram consideradas subversivas, milhares delas morreram em quatro séculos
de perseguição.
Nessa época Joana D´Arc4, se destacou por lutar em favor de um ideal
de justiça, foi competidora entre os homens, desestabilizando as regras de
conduta por eles instituídos.
Hesketh (2003) expõe que o Renascimento trouxe algumas novas regras
de conduta para as mulheres, como o culto à domesticidade, criação do amor
materno e romântico, porém, o movimento de caça às bruxas se intensificou e
tudo de ruim que ocorria era de responsabilidade do ser feminino,
exemplificando: a má colheita, epidemias, mortes inexplicáveis, mediante ao
exposto, não houve a revalorização do estatuto social.
Darwin apud Hesketh (2003) citou que a seleção natural acompanha a
sexual que privilegia o homem, ser superior, e desta forma, a mulher sempre
seria mais atrasada em relação ao homem. Até 1870, no que tange ao direito
penal, o marido era o responsável pelos delitos da mulher, o que mostra o
poder marital sobre a mulher.
O Código Civil Francês, art. 213, previa que "o marido deve proteção à
sua mulher, a mulher deve obediência ao seu marido". A autoridade que a
natureza e a lei concederam ao marido tem por fim dirigir a mulher no seu
comportamento.
O Código Penal Francês era também bastante rigoroso para com as
mulheres, prescrevendo, no art. 337, pena de 3 meses a 2 anos de prisão, sem
admitir atenuante, para a mulher que cometesse o adultério. Outra
desigualdade gritante, fundada no art. 324, considerava desculpável o
assassinato, pelo marido, da esposa ou seu cúmplice, surpreendidos em
flagrante no domicílio conjugal.
Até o ano de 1965, a mulher precisava de permissão expressa do
marido para exercer uma profissão. Essa dependência da mulher tornou-se
extremamente incoerente no aspecto legal, quando previa ser indispensável a
permissão do marido caso ela pretendesse anular o casamento.
4
Joana D’Arc (1412-1431). Heroína francesa. Contribuiu de forma decisiva para mudar o rumo
da guerra dos cem anos entre Inglaterra e França. Canonizada em 1920.
19
2.2.2 - No Século XX e XXI
A história das mulheres sempre foi ditada pelos homens, elas só
conseguiram espaço porque os homens estavam dispostos a fazer-lhes essa
concessão.
Segundo Muraro citado por Hesketh (2003), as mulheres não podiam
competir com o homem no mercado de trabalho, pois, sendo companheira,
significava ser-lhe submissa. No final do século XX e início do século XXI
ocorreram os primeiros movimentos de mulheres, reivindicando direito ao voto,
melhor ambiente de trabalho e salários mais dignos.
Em 08 de março de 1908, nos Estados Unidos, cento e cinqüenta
operárias foram queimadas vivias no interior de uma fábrica, trancadas por
seus patrões. Esse dia ficou consagrado como o Dia Internacional da Mulher.
Nos Estados Unidos, no início do século XX, cerca de oito milhões de mulheres
recebia a terça parte do salário pago aos homens.
Após longo período de invisibilidade, um novo momento surge para a
mulher, propiciado pelo acesso à educação e pela participação da mulher em
lutas sociais, proporcionando a obtenção de direitos políticos e civis. Os
processos socioeconômicos difundidos na década de 70 afetaram as
instituições sociais, incluindo o casamento e a família. A divisão sexual do
trabalho foi redefinida, assim como a divisão entre o público e o privado
atribuído ao gênero.
Com isso a mulher passou a exercer múltiplas jornadas de trabalho e o
homem começou a participar, como maior freqüência, nos cuidados com a
educação dos filhos e da casa. Muitas mulheres deixaram de restringir suas
aspirações ao casamento e aos filhos (VAISTMAN, 2001).
Desta forma, as últimas décadas do século XX vêem crescer a
participação das mulheres no mercado trabalho mundial, inclusive no Brasil.
Este aumento da participação ocorreu junto com outras transformações da
sociedade, porém não foi suficiente para que as mulheres tivessem igualdade
dentro do mercado de trabalho (MELO, 2001).
No Brasil, o século XXI propõe mudanças radicais em relação à
natureza, dominada agora pela tecnociência. Surge a imagem de rede, a
profusão de espaços e identidades e a permeabilidade das fronteiras. Na era
20
da informação, do conhecimento, das máquinas, o sujeito se torna plástico,
múltiplo. Mas se esse novo panorama é a realidade de muitas mulheres no
Brasil que, usufruindo todos esses novos discursos e práticas, se tornaram
emancipadas, outras muitas mulheres continuam sobrevivendo em outros
“brasis”, não tendo acesso a essas novidades ou, ao contrário, tendo de
carregar sozinhas o peso de tantas mudanças.
Enfrentando a pobreza, continuam sendo as principais responsáveis
pela procriação e pelos cuidados domésticos, sem a presença de uma figura
masculina e de uma renda que sustente a sua família (VAISTSMAN, 2001).
2.3 - Empreendedorismo feminino
Para falar de empreendedorismo feminino, é necessário discutir
questões ligadas diretamente à personalidade feminina.
De acordo com o mito em torno dessa figura sempre popular, a
empresaria empreendedora é uma alma independente, uma pessoa
criativa que gosta de arriscar, e que, por sua própria forca de
vontade, faz de uma idéia um empreendimento lucrativo. No entanto,
a criatividade, a imaginação e uma queda pela ação, compõem a
penas um lado de sua personalidade; ela pode ser autocrítica,
severa e controladora, também. A típica empresaria sempre acha
que seu caminho e a única maneira de realizar algo.(WILKENS,
1989; p. 20)
Enfim, entender o que leva a uma mulher a adquirir sua independência
profissional de forma tão marcante quanto ter o seu próprio negocio, somente e
possível se separarmos o mito da verdadeira realidade.
2.3.1 - A personalidade empreendedora
O potencial econômico do empreendedorismo feminino brasileiro é
significativo, pois quando se consideram ambos os setores da economia,
formal e informal, os negócios possuídos por mulheres chegam a constituir
quase a metade deste universo. Os dados se confirmam em recente pesquisa
que evidencia que há em torno de 6,4 milhões de empreendedoras brasileiras,
o que representa 46% do total de empreendedores brasileiros5.
5
Informações obtidas no site do Serviço Brasileiro de Apoio ao micro e pequeno Empresário
(SEBRAE) - http://www.sebrae.com.br
21
Analisando o empreendedorismo feminino existente em diferentes
países, Weeks e Seiler, citados por Jonathan (2005), observam que as
mulheres empreendedoras da América Latina e do Caribe compartilham muitas
características
com
outras
empreendedoras,
independentemente
da
nacionalidade. Além da semelhança quanto aos tipos de negócio mantidos, há
semelhanças em relação aos desafios e questões enfrentados pelas
empreendedoras para fazer seus negócios crescerem, tais como o acesso à
informação, à tecnologia, ao crédito/capital e às redes sociais.
Após estudos, Jonathan (2005) e Rocha-Coutinho (2003), comprovam
que no contexto brasileiro, empreendedoras e executivas, respectivamente,
atribuem igual importância à realização profissional, à maternidade, ao
relacionamento afetivo estável com um par, bem como ao tempo dedicado a si
mesmas. Elas parecem abandonar a idéia de que o sucesso em uma dimensão
da vida signifique, necessariamente, fracasso nas demais.
Alcançar um equilíbrio entre as necessidades vinculadas aos espaços
profissional, familiar e pessoal é o que mais desejam as empreendedoras
brasileiras, donas de negócios. Ao perceberem, por exemplo, que trabalho e
família se ajudam e se beneficiam mutuamente, as empreendedoras parecem
encontrar um dos caminhos para sustentar tal equilíbrio e obter satisfação. Ao
tecerem os vínculos entre afeto e trabalho, produção e reprodução, tal como
argumentam Codo, Sampaio e Hitomi (1993), as mulheres alcançam o bemestar subjetivo.
Segundo Possati e Dias (2002), papéis que envolvem autonomia no
trabalho e poder de decisão trazem muita satisfação para as mulheres em
posição de liderança e são bons preditores do bem-estar psicológico de
mulheres casadas.
Muitos
pensadores
construíram
formas
de
compreender
os
empreendedores, os primeiros estudos datam de 1716. As duas linhas de
pensamento mais fortes tomam base em áreas afins à psicologia. A primeira
delas é comportamental, segundo ela, o empreendedor apresenta um
funcionamento muito semelhante uns ao outro em qualquer lugar e função
desempenhada, seus comportamentos são evidentemente os mesmos.
Uma outra forma de pensar toma base na psicanálise e na psicologia,
estudando a estrutura de personalidade do empreendedor, ou seja, procura
22
compreender
como
a
psique
destas
pessoas
subsidia
a
atitude
empreendedora. Além destas, há uma terceira linha que provém da área da
economia e da administração, nela, estuda-se os modelos de competências
empreendedoras
e
sobre
a
aplicação
de
ferramentas
ligadas
ao
desenvolvimento da potência empreendedora. (www.administradores.com.br).
A personalidade empreendedora, conforme comentado por Robbins
apud Jonathan (2005), é delineada por três fatores: a motivação intrínseca
movida pela alta necessidade de realização, a autoconfiança responsável pela
elevada crença de que é o indivíduo quem controla sua própria vida e a
disposição para correr riscos. Para que o comportamento empreendedor possa
ter lugar é importante então que a personalidade empreendedora esteja aliada
em um ambiente apoiador.
Organizações onde haja cultura que valorize o sucesso pessoal e que
possua uma tolerância maior ao fracasso. Proporciona à pessoa que possui
uma personalidade empreendedora uma maior possibilidade de colocar em
prática suas idéias. Combinar recursos materiais e humanos para alcançar
objetivos, na velocidade do ritmo das mudanças, é um dos desafios para quem
almeja ser competitivo.
De acordo com Dolabela (2006), os pressupostos da formação do
empreendedor baseiam-se mais em fatores motivadores e habilidades
comportamentais do que em um conteúdo puramente instrumental. A
personalidade
empreendedora
constitui,
atitude,
emoção,
sonho
e
individualidade, devendo contemplar, entre outras coisas: a motivação para
empreender; o processo visionário; a capacidade de identificação, análise e
aproveitamento
de
oportunidades;
a
criatividade;
o
comportamento
empreendedor e o plano de negócios.
Um empregado empreendedor (intraempreendedor), que inove, que
busque novos caminhos, que busque a melhoria de serviços, a melhoria de
produtos e o aproveitamento de oportunidades de nichos de mercado. A
formação do indivíduo empreendedor requer habilidades, conhecimento e
principalmente comportamento: capacidade de assumir riscos, elevada
criatividade, motivação muito grande por resultados, pela auto-realização e
busca de comprometimento, dentre outros.
23
De acordo com os estudos realizados pela Hagberg Consulting Group da
Califórnia, comparando as características de 400 jovens empresários e
executivos, definiram as componentes que caracterizam uma personalidade
empreendedora, ou seja, uma pessoa que reúne as condições básicas para ser
bem sucedida como empresária:
 Agressividade e obstinação na consecução de metas. Tão forte
que acaba levando consigo outras pessoas da equipe;
 Busca permanente de autonomia, independência e liberdade;
 Sua trajetória caracteriza-se pela consistência de foco, sem nunca
deixar se desviar de seus propósitos;
 Age e reage instantaneamente; "saca e atira" sem contemplação;
 Mantém-se distante de tudo o que não interessa e espera que as
outras pessoas façam o mesmo;
 Valoriza e privilegia soluções simples e práticas. Vai direto ao
fundamental e decisivo. Atalha a complexidade;
 Não tem medo de assumir riscos. Atua estimulado e seguro em
situações de dúvidas e incertezas;
 Manifesta-se de forma clara e precisa. Possui uma hierarquia de
valores definida que facilita a tomada de decisões e julgamentos
rápidos e precisos;
 Impaciente quanto à obtenção de resultados e com outras
pessoas; não gosta e não tem muita paciência para ouvir;

Permanentemente otimista. Passa confiança e tranqüilidade. A
certeza de que será capaz de fazer o que tem que ser feito.
(www.mmmkt.com.br/landmarketing).
2.3.2 – Mulheres na gestão
De acordo com Cramer (2001) o perfil gerencial das empreendedoras
gira em torno de objetivos culturais e sociais, sendo que os objetivos
financeiros ficam em segundo plano. Defende também, que há nelas uma
preocupação com os indivíduos envolvidos em suas atividades produtivas.
Afirma ainda, que no processo de gestão feminino os objetivos são claros e
24
difundidos entre todos na organização, pois assim, alcançarão satisfação de
todos que participam dos seus negócios, seja de maneira direta ou indireta.
Cramer (2001) aponta características predominantes na liderança
feminina, que são:
 Flexibilidade;
 Inovação;
 Integração; e
 Orientação para ação.
Segundo Machado (2003), esse perfil e características, fortes na
liderança da mulher empreendedora, se dão devido aos fatores/motivos
anteriores à iniciação do empreendimento feito por uma mulher. Para ele, entre
os gêneros homem e mulher existem algumas igualdades para iniciar seus
próprios negócios, quais sejam:
 Desejo de autonomia; e
 Desejo de realização.
Porém, ocorre que a mulher empreendedora possui motivos de outra
natureza, tais como:
 Desejo de conciliar trabalho e família; e
 Insatisfação com a carreira anterior.
Vries (1997) aponta alguns argumentos que dificultam o melhor
desempenho de liderança feminino. Segundo ele as mulheres:
 não têm a mesma dinâmica dos homens;
 não encaram seu trabalho como uma carreira, mas como uma série de
tarefas;
 sua emocionalidade atrapalha seu crescimento profissional;
 a família é mais importante que seu trabalho;
 não pertencem às “panelinhas”;
 têm mais dificuldade em encontrar seus mentores.
Ele faz uma comparação entre homens e mulheres, visualizada no
quadro a seguir:
Quadro 1 – Comparação entre homens e mulheres
Homens
Mulheres
Lógicos
Intuitivas
25
Racionais
Emocionais
Agressivos
Dóceis
Competitivos
Cooperativas
Independentes
Educadoras
Fonte: VRIES, Manfred F. R. Kets de. Como o comportamento
dos líderes afeta a cultura interna.
Com isso, Vries (1997) afirma que a mulher, dado seu papel social, é
mais adequada ao papel de lideradas, e não de líderes, como os homens, que
possuem verdadeiras capacidades de liderança. Percebe-se uma situação
machista neste argumento, mas convém analisar, que a mulher está aos
poucos vencendo esta cultura machista implantada ao longo da história, que
refletiu e ainda reflete nas organizações.
Segundo Vries (1997), o modelo de organização que está surgindo em
contraposição ao modelo machista, favorece a mulher, pois esse modelo busca
encontrar o ponto de equilíbrio entre as polaridades:
 Firmeza e Feminilidade
 Competitividade e Solicitude
 Fatos e Sentimentos
Dentro deste parâmetro as mulheres modificarão a cultura empresarial
existente, trazendo à tona uma organização muito mais humana e criativa.
Cappelle (2006) também afirma que as habilidades femininas,
constituídas na sua socialização, as mulheres passam a tender a um novo
perfil, voltado para a capacidade estratégica.
2.3.2.1 – Relação de gênero e poder
Vries (1997) faz uma reflexão das dificuldades que uma mulher encontra
na gestão ao decidir empreender. Segundo ele as mulheres ficam preocupadas
em manter seus relacionamentos e acabam ficando distante da realidade
competitiva; outra situação é a de reagir a sinais não verbais e os diferentes
estados de espírito que enfrentam, dificultando digerir informações mais
concretas; outra é o esforço em manter seus múltiplos papéis: não apenas
mulheres de negócios, líderes; mas também esposas e mães, o que causa a
sobrecarga e o stress. Aponta também, o fato de que os homens sentem-se
incomodados em receber ordens ou serem colegas de trabalho de uma mulher
26
empreendedora; e o que é mais lamentável, o fato de serem expostas a algum
tipo de assédio sexual.
Para Cappelle (2006; 101);
Atualmente, há muita variação nos tipos de preconceitos contra
mulheres no trabalho, muita variação no estilo de vida e de trabalho
de homens e mulheres em termos de carreiras, condições de
trabalho, bem como das estruturas e culturas organizacionais, o que
torna impossível descobrir mecanismos universais de discriminação
e de generificação.
Com isso, percebe-se o surgimento da modernização organizacional
produzido pelo feminismo, que provoca a emancipação da mulher e a
equiparação com o homem. (CAPPELLE, 2006 apud BERTERO, 2006).
2.3.2.2 – Tipos de empreendedoras
Machado (2003) propõe alguns tipos de empreendedoras:
 As empreendedoras por acaso – iniciam seus negócios a partir de algum
hobby que praticavam, assim não têm objetivos ou planos claros a
cumprir;
 As empreendedoras forçadas a iniciar os negócios por alguma
circunstância – a morte de algum ente querido ou separação;
 As empreendedoras criadoras, que criam suas empresas a partir da
própria motivação e coragem;
 As
empreendedoras
que
não
têm
outra
profissão,
onde
ser
empreendedora é a única alternativa – nesta situação as empresas são
individuais e pequenas. Devido a pouca experiência nos negócios; e
 As empreendedoras originadas do meio familiar – têm grande potencial
de crescimento, pois têm razões positivas como independência e
autonomia.
2.4 – A mulher e a legislação
De acordo com Silva (2003) a situação jurídica da mulher no Brasil
obteve uma evolução não muito satisfatória, em especial o direito civil e
27
constitucional, nos últimos tempos. Por muitos anos a mulher foi educada para
servir, enquanto os homens eram educados para assumir a posição de senhor
“todo poderoso”. A mulher era simplesmente um mero objeto.
No Brasil, a condição jurídica da mulher obteve alguns marcos históricos
básicos, por exemplo, o Estatuto da Mulher casada (por causa deste estatuto o
código civil foi alterado), a consolidação das leis da Previdência Social e a atual
Constituição Federal.
Estudar e aprender a ler, hoje pode ser natural tanto para o homem
quanto para a mulher, sendo que antigamente não era permitido para a mulher
estudar e a ler, as escolas eram administradas pelas igrejas, que somente
ensinava para as mulheres técnicas manuais e domesticas. Esta situação foi
alterada com a constituição de 1824 com a criação de escolas para mulheres.
O Decreto nº 181, de 24 de janeiro de 1890, manteve o domínio
patriarcal de forma mais suave sobre o casamento civil, retirando do marido
direitos de impor castigos corporais a mulher e filhos.
A mulher por muitos anos não teve a oportunidade de participar
diretamente em atividades lucrativas que era permitido para os homens, fato
esse que mudou após a vigência do Código Comercial, permitindo a mulher
comerciante. A inclusão da mulher no mercado de trabalho demonstra sua
independência.
Silva (2003), cita os direitos da mulher nas Constituições Brasileiras
desde 1824 onde se dispõem sobre o principio da igualdade:
 Constituição de 1824 (art. 178, XII): Principio da igualdade.
 Constituição de 1891 (art. 72, § 2º): Todos são iguais perante a lei. A
República não admite privilégios de nascimento, desconhece foros
de nobreza e extingue as ordens honoríficas existentes e todas as
suas prerrogativas e regalias, bem como os títulos nobiliárquicos e de
conselho.
 Constituição de 1934 (art. 113, § 1º): Todos são iguais perante a lei.
Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo de nascimento,
sexo, raça, profissões próprias ou do país, classe social, riqueza,
crenças religiosas ou idéias políticas.
 Constituição de 1937 (art. 122, § 1º): Todos são iguais perante a lei.
 Constituição de 1946 (art. 141, § 1º): Todos são iguais perante a lei.
28
 Constituição de 1967 (art. 153): Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de sexo, raça, trabalho, credo religioso e convicções
políticas. O preconceito de raça será punido pela lei.
 Emenda Constitucional n.º 1, de 1969 (art. 153, § 1º): Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de sexo, raça, trabalho, credo
religioso e convicções políticas. Será punido pela lei o preconceito de
raça.
 Constituição de 1988 (art. 5º): Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição.
3 – METODOLOGIA
A presente pesquisa realizou-se durante os meses de setembro, outubro
e novembro de 2006. Foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros, revistas e
artigos científicos (incluem-se nesta categoria, artigos científicos publicados
eletronicamente).
Com referência à pesquisa de campo, os primeiros contatos feitos com
duas empresárias de médio porte de Minas Gerais, foram efetuados
pessoalmente por uma integrante do grupo, ocasião em que foi agendada uma
reunião com cada uma delas, nos dias 27 e 31 de outubro de 2006,
respectivamente.
A reunião teve por finalidade apresentar às empresárias informações
relativas à Faculdade Novos Horizontes e o Projeto Interdisciplinar. A seguir,
foram fornecidas às empresárias informações referentes à pesquisa, que teve
como enfoque o empreendedorismo feminino, assim como a necessidade da
realização de uma filmagem, como parte integrante do projeto.
Cientes da finalidade do trabalho as empresárias aceitaram participar do
mesmo, porém devido a alguns imprevistos não foi possível realizar a filmagem
relativa a uma das entrevistadas, sendo realizada apenas a filmagem do
ambiente empresarial.
29
Toda a pesquisa teve um enfoque qualitativo e foi utilizada a entrevista
estruturada como técnica de coleta de dados (apêndice A).
O quadro abaixo representa o vínculo que há entre as questões feitas às
entrevistadas, as variáveis e os respectivos conteúdos apresentados no
referencial teórico e os objetivos do projeto.
Quadro de referência
Objetivos
Variáveis
Autor (es)
Robbins (2005)
Comportamento e/ou
traços
empreendedores
Motivação
Correr riscos
Aproveitamento de Oportunidades
Flexibilidade
Desejo de Autonomia
Desejo de realização
Conciliação de trabalho e família
Cramer (2001)
Machado (2003)
Cappelle (2003)
Machado (2003)
Mercado de Trabalho
Desafios
Dificuldades
Influência familiar
Cappelle (2003)
Silva (2003)
Mudanças no
comportamento da
mulher
Stress
Sobrecarga
Dificuldades no relacionamento
A mulher
empreendedora e a
Legislação
Benefícios
Vries (1997)
Silva (2003)
Questões
3
4
7
10
8
11
13
19
5
12
14
3
18
6
9
17
15
16
Fonte: As próprias pesquisadoras
Tendo-se como referência parâmetro o quadro acima, foram observados
aspectos relacionados às características de personalidade das entrevistadas,
com destaque para: segurança ao descrever sua vida profissional, entusiasmo
relativo à empresa, o sentimento de discriminação de gênero e inovações
implantadas na empresa.
Após a coleta dos dados, as informações foram confrontadas com a
literatura estudada, para melhor compreensão do empreendedorismo feminino.
É importante ressaltar que, considerando o ambiente pesquisado, os
resultados obtidos na presente pesquisa, não devem ser generalizados para
todas as empreendedoras, permitindo levantar hipóteses que poderão ser
testadas em pesquisas mais amplas.
30
3.1 – Informações referentes às empresas estudadas
O Buffet Alvina Bitencourt, foi fundado em 1990, por Alvina e seu marido,
Renë Araújo, possui sede à Rua Andr6omeda, 385 no Distrito Industrial Jardim
Riacho das Pedras com uma objetivo incansável de realizar sonhos. Portador
de diversos prêmios e certificações, o buffet evoluiu de forma tal, que em 2004,
construir seu próprio espaço, intitulado Espaço Alvina Bitencourt. Um império
que hoje é referencia no município de Contagem, o espaço conta com uma
infra-estrutura completa, uma exima equipe, mão-de-obra qualificada e
preparada para realizar projetos magníficos que são verdadeiros sonhos após
realizados pelo Espaço Alvina Bitencourt, de forma eficiente e eficaz.
A Transfenix Transportes atua no mercado a mais e dez anos
transportando ferro, aço e assemelhados, em todo território nacional. Sedeada
à Rua Matilde neves Martins, 443 Bairro Inconfidentes Contagem/MG. Empresa
com padrões conforme a norma ISSO 90001/2000. sendo seu objetivo manter
este sistema de qualidade. Hoje também certificada pelo “Premio Top Of Mind
Brazil”, concedido pelo Instituto brasileiro de Pesquisa de opinião Pública. Hoje
mantem duas filiais, sendo uma na cidade de Ipatinga/MG, outra em São
Paulo/SP. A Transfenix Transportes trabalha com frota própria, rastreada por
satélite e também com mais de 3.500 caminhões terceirizados, além de
possuir um gerenciador de risco. Seus valores são: Pontualidade, Integridade
da carga, Segurança, Confiabilidade e Informação.
4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Tendo em vista que o problema do presente projeto é identificar
características empreendedoras específicas do gênero feminino, apresenta-se
a seguir os dados coletados e análise dos mesmos à luz da teoria.
Pesquisadas duas empresas da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, perguntou-se às entrevistadas sobre sua formação profissional, a
entrevistada 2 não se manifestou, sendo que a entrevistada 1 respondeu:
“Tenho formação de nível médio. Vou iniciar a graduação no próximo
ano. Vou cursar Gastronomia, pois pretendo aprimorar, por meio da
31
teoria, tudo que está relacionado à minha área de atuação”.
(Entrevistada 1).
Confirmado na teoria de Dolabela (2006) o conhecimento constitui um
pressuposto para a formação do empreendedor. Na prática nem ocorre.
Questionadas sobre o surgimento do empreendimento, obteve-se a
seguinte resposta, sendo que a entrevistada 2 não respondeu:
“Tudo que sei, aprendi com minha mãe, o que constitui uma
hereditariedade. Minha mãe trabalhou durante 20 anos em um buffet,
e ao sair, montou seu próprio buffet. Iniciei minha carreira nessa
época ainda bem jovem. Logo após o casamento meu esposo
desempregou-se e ambos decidimos montar uma lanchonete. Os
recursos financeiros de que dispunhávamos não eram suficientes
para montar toda a estrutura do empreendimento, então meu próprio
esposo montou a referida estrutura. Depois de algum tempo a
lanchonete começou a dar retorno, ocasião em que resolvi expandir o
negócio começando então, a promover pequenos eventos. Nesse
período ainda não era possível contratar profissionais, por isso, eu
mesma produzia tudo o que era consumido na lanchonete e nos
eventos que promovia. Quando percebi que a situação financeira
estava melhorando e começando a dar lucros, resolvi com meu
esposo, dedicarmos exclusivamente a “realizar sonho”’. (Entrevistada
1).
De acordo com Machado (2003) que fala sobre os tipos de
empreendedoras, percebeu-se na entrevistada 1 que essa constitui a
empreendedora originária do meio familiar.
Perguntadas sobre o que as levou a empreender.
“Comecei muito jovem e com a perda do emprego do marido me vi na
necessidade de fazer algo. Portanto, minha carreira iniciou-se devido
a uma necessidade”.(Entrevistada 1).
“A vontade de vencer, conhecimento e a força de vontade.”
(Entrevistada 2).
Notou-se conforme Machado (2003) que o desejo de autonomia e a
necessidade são fatores que levam a empreender. A teoria foi ao encontro da
prática.
Quando as entrevistadas foram indagadas a citarem as dificuldades
encontradas pelas mulheres empreendedoras, observe-se a frase:
“A mulher casada precisa ter um esposo que a incentive, precisa ser
persistente, pois os obstáculos são os mais diversos. Em meu caso,
as maiores dificuldades são a disponibilidade de tempo e a
preferência do cliente”.(Entrevistada 1).
32
A entrevistada 2 não se manifestou. Analisando a resposta, para
Cappelle (2006) as dificuldades encontradas pela mulher empreendedora é a
conciliação do trabalho com a família.
Questionadas se existe alguma diferenciação pelo fato de ser mulher no
meio empreendedor. Obtiveram-se:
“Por ter começado ainda bem jovem, as visitas aos clientes eram
feitas por meu esposo, pois os clientes demonstravam ao telefone
certa insegurança. A pouca idade fazia com que minha voz
parecesse infantil transmitindo insegurança ao cliente. Assim, meu
esposo realizava o contato pessoal, transmitindo ao cliente a
segurança necessária para fechar o contrato”.(Entrevistada 1).
“Em todos os setores existem preconceitos, piadas e maldade. Mas
sei lidar com este fato”.(Entrevistada 2).
Conforme Cappelle (2006) há certo preconceito contra mulheres no
trabalho e para confirmar, Silva (2003) cita alguns artigos das Constituições
Brasileiras que dispõem sobre a igualdade de gênero.
Indagadas sobre a necessidade de mudanças comportamentais e/ou
vestuário e o que atribuía tais mudanças. Note-se:
“Precisei mudar meu comportamento e vestuário, porém a timidez
ainda permanece. Atribuo tais mudanças à necessidade de
conquistar o cliente, ressalto que a primeira impressão é a que
fica”.(Entrevistada 1)
“Sim, hoje sei que a aparência influi muito. Estando bem
apresentada, represento minha empresa”.(Entrevistada 2).
Para Vries (1997) mudanças comportamentais e de vestuários
constituem dificuldades e/ou necessidade da mulher empreendedora, pois
representa a sua empresa.
Interrogadas sobre a administração da vida profissional em relação ao
tempo dedicado à maternidade, esposo e a si mesmas. Observe-se:
“Gostaria de ter mais tempo para dedicar-me aos meus filhos, mas
como não é possível, tenho uma babá que ajuda muito. Porém
acredito que sou uma mãe dedicada, dando o melhor de mim para
meus filhos. Em relação ao esposo é mais fácil, pois trabalhamos
juntos; o que facilita a relação marido e mulher. Já em relação a mim
mesma, farei quando iniciar a graduação, pois acredito que terei parte
do dia para dedicar-me somente aos estudos, meu grande sonho.”
(Entrevistada 1).
“Trabalho 24 horas, mas sei administrar muito bem meu lado
materno, esposa e sei usar um tempo para mim”.(Entrevistada 2).
33
Essa questão reafirmou a situação já analisada que segundo Cappelle
(2006) as dificuldades encontradas pela mulher empreendedora é a conciliação
do trabalho com a família e nota-se ainda a necessidade do cuidado consigo
mesma.
Sobre a questão de existir alguma dificuldade ou resistência ao gerir
homens, responderam:
“Não tenho dificuldades, a relação se dá de forma natural, porém
prefiro deixar essa tarefa para meu marido”.(Entrevistada 1).
‘Não. Tenho domínio e certeza do que quero e preciso. Sou ‘dura na
queda’.”(Entrevistada 2).
Para Vries (1997) as mulheres têm dificuldades ao gerir homens devido
à sua emocionalidade e pouca dinâmica. A prática contradisse a teoria.
Sobre a questão de está aberta às sugestões de seus funcionários,
responderam:
“Tenho o hábito de reunir com os funcionários para discutir as ações
da equipe, estando sempre aberta às críticas e sugestões, pois uma
empresa para crescer, precisar estar aberta. Além disso, as críticas
constituem um aprendizado para toda a equipe”.(Entrevistada 1).
“Sim, somos uma equipe”.(Entrevistada 2).
Segundo Cramer (2001) a flexibilidade constitui uma característica
predominante na liderança feminina, sendo constatado na prática.
Perguntadas a autoconfiança para enfrentarem situações de incerteza e
correr riscos para levar o negócio adiante, e como isso influencia em suas
gestão. Observe-se:
“Situações de incerteza ocorrem a todo o momento. Por eu ser
ousada, não tenho medo de desafios. Enfrento qualquer obstáculo e
correria risco para levar meu empreendimento adiante. Acredito que
minha postura influencia positivamente no comportamento de meus
funcionários, filhos e também meu marido”.(Entrevistada 1).
“Acho que deve ser tentado, que tenho que tentar sempre, estudar
todas as possibilidades”.(Entrevistada 2).
Segundo Dolabela (2006), a capacidade de assumir riscos é uma
característica da personalidade empreendedora.
34
Quando se perguntou sobre quais foram dificuldades enfrentadas no
início do empreendimento e até que ponto a situação financeira influenciou na
implementou financeira, responderam:
“A dificuldade financeira foi a principal, seguida da minha pouca idade
e do ramo de atividade, pois lidar com alimento requer muita higiene
e cuidado”.(Entrevistada 1).
“A situação financeira influenciou muito e tive mesmo que entrar de
cabeça”.(Entrevistada 2).
Em
conformidade
com
Cramer
(2001)
o
perfil
gerencial
das
empreendedoras gira em torno de objetivos culturais e sociais, já os objetivos
financeiros ficam em segundo plano, e também, de acordo com Wilkens (1989)
confirma-se nas entrevistadas que mesmo com dificuldades financeiras,
movidas pela vontade de vencer, enfrentaram essa situação.
Quando se interrogou sobre se para diminuir riscos de um investimento,
há necessidade de pesquisa de mercado, e como deve ser feita. Note-se:
“O mercado está tão saturado que vejo necessidade em realizar uma
pesquisa de mercado sim, e deve ser feita por meio de dados
estatísticos e também indo a campo verificar a possibilidade do
empreendimento dar certo ou não”.(Entrevistada 1).
“Sim, precisamos analisar cada investimento, medir sempre os riscos
e estudar cada situação”.(Entrevistada 2).
Para Dolabela (2006), a análise e aproveitamento de oportunidades
constituem um pressuposto importante na formação do empreendedor, o que
confirmou na prática.
Questionadas sobre quais os desafios encontrados por elas em seu
ramo de atividade, relataram que:
“Para mim tudo é um desafio. Porém acredito que a mulher pode
tanto quanto o homem, ressaltando que no meu ramo, que é a
gastronomia, a mulher tem mais facilidade, pois é sua área de mais
atuação”.(Entrevistada 1).
“Para
tudo
existe
separar”.(Entrevistada 2).
dificuldade,
porém
sempre
sei
Essas respostas confirmam o que Robbins apud Jonathan (2005) afirma
que a mulher empreendedora é movida pela disposição de correr riscos e
desafios.
35
Quando se perguntou sobre quais fatores levaram a implantar tecnologias em
seus empreendimentos, responderam:
“Houve a tentativa de implantar alguns programas em minha
empresa, porém não houve aceitação dos funcionários e, atualmente,
o programa é utilizado apenas para cadastrar o cliente. Mas, não sei
qual é o nome do programa”.(Entrevistada 1).
“A facilidade de obter informações, de poder acompanhar os
processos. Possuo sistema de informação para acompanhamento
financeiro e dos veículos”.(Entrevistada 2).
Weeks e Seiler, citados por Jonathan (2005) observam os desafios e
questões enfrentadas pela mulher empreendedora em ter acesso à informação
e à tecnologia, para fazerem seus negócios crescerem, isso se observa na
entrevistada 1, que afirma ter tido certa dificuldade na implantação da
tecnologia, o que já contradiz ao que a entrevistada 2 diz, pois obtêm a
tecnologia e sabe lidar com ela.
Interrogadas sobre quais características consideravam que deveriam
predominar no perfil da mulher empreendedora, obteve-se:
“Acreditar em si própria, ter auto-estima, perseverança, motivação e
autonomia”.(Entrevistada 1).
“A razão. Agir sempre pela razão”.(Entrevistada 2).
A personalidade empreendedora, conforme Robbins apud Jonathan
(2005) é delineada por três fatores: a motivação intrínseca movida pela alta
necessidade de realização, a autoconfiança e a disposição em correr riscos.
Fatores que foram confirmados na prática.
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
As proprietárias das empresas pesquisadas são empreendedoras pois
possuem características do perfil empreendedor que são: motivação intrínseca,
necessidade de realização, autoconfiança e disposição para correr riscos,
todas citadas pelos teóricos, as quais ficaram evidentes quando relataram sua
trajetória.
Quando investiram em suas carreiras profissionais, superaram vários
desafios, inclusive as dificuldades relacionadas ao gênero e à idade. Porém
36
valeram-se
da
persistência,
o
que
possibilitou
a
consolidação
do
empreendimento.
As empresárias demonstram uma considerável capacidade para inovar,
seja no ramo de alimentos, seja na logística, trazendo melhorias no processo
produtivo, o que traduz características visionárias.
Em seus depoimentos, as entrevistadas deixaram claro que, cada
dificuldade superada no início da carreira se transformaram em fontes de
conhecimento, proporcionando-lhes uma gestão segura, de modo a levar sua
iniciativa adiante, sem temer os riscos que a economia brasileira oferece a
qualquer empresário.
Os objetivos foram alcançados uma vez que se identificou nas
empreendedoras, aspectos que comprovam sua inserção no mercado,
mudanças comportamentais e também a legislação que reza pela igualdade de
gêneros. Foram identificadas ainda, as seguintes características: semelhanças
em relação aos desafios enfrentados, desejo de realização profissional, grau de
importância em relação à maternidade e ao relacionamento afetivo, motivação
intrínseca, capacidade para correr riscos, criatividade, aproveitamento de
oportunidades e comprometimento com a profissão escolhida, possibilitando
assim, que o objetivo geral deste projeto, fosse alcançado.
Concluiu-se que a teoria demonstra problemas específicos da mulher
empreendedora. No caso das entrevistadas percebeu-se que a discriminação
de gênero e a idade fazem muita diferença no momento da negociação.
Apesar de o projeto contar com a coleta de dados reduzida, ou seja,
apenas duas entrevistas, o mesmo contribui para o entendimento do tema
possibilitando que outros investigadores continuem a partir desse ponto.
37
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www.mmmkt.com.br/landmarketing (acesso em 12/10/2006)
39
ANEXO 1 – Correspondência da Faculdade para a Empresária
R. Alvarenga Peixoto, 1270 - Santo Agostinho 30.180-121
- Belo Horizonte - MG Fones: 080Q
2837001/313293.7000 Fax: 31 3291.6633
www:unihorizontes.br
Belo Horizonte, 17 de outubro de 2006.
À
BUFFET AL VINA BITENCOURT
SRA. AL VINA DE S. BITENCOURT
Prezada Senhora,
A Faculdade Novos Horizontes foi instituída por um grupo de professores provenientes da
UFMG e pretende consolidar em Belo Horizonte uma das melhores Instituições de Ensino
Superior na área de gestão. No momento estamos desenvolvendo nove cursos superiores,
sendo cinco na área de Administração, um de Ciências Contábeis, um de Direito e dois de
Tecnólogo em Gestão. Dado a qualidade do projeto pedagógico e a equipe de professores
constituída em sua maioria por mestres ou doutores, a Faculdade recebeu da Comissão de
Especialistas do MEC, quando de sua criação o conceito A para os cursos de Administração e B
para o curso de Ciências Contábeis. O Curso de Administração foi Reconhecido pelo MEC
através da Portaria nº 3522 de 29/1 0/2004 e o de Ciências Contábeis pela Portaria nº 3454 de
22110/2004. Para o 2° Semestre de 2005, foi autorizado pelo MEC o Curso de Direito e
recomendado pela CAPES o Curso de Mestrado em Administração. No 1º Semestre de 2006,
Iniciamos com os cursos de Tecnólogo em Gestão de Varejo e Tecnólogo em Gestão de
Cooperativismo, autorizados pelo MEC através das Portarias nos 1046 e 1047 de 31/03/2005,
respectivamente.
Apresentamos-Ihe as alunas do 4° Semestre do Curso de Administração, abaixo relacionadas,
que estão desenvolvendo um trabalho sobre "EMPREENDEDORISMO" cujo tema central é A
Mulher Empreendedora", no que solicitamos-Ihe acolhida ao grupo para a realização do referido
trabalho:
Alaysia Tauana Santos Gonçalves
Joana Mara Correia Carvalho
Margarete de Oliveira
Maria das Graças Moreira
Natália Divina
Acreditamos que a oportunidade cedida por essa conceituada Instituição será de grande valia
para o desenvolvimento do tema escolhido pelo grupo.
Estamos certos que, além da contribuição para as nossas alunas na elaboração, oferecendo a
realidade prática, V.Sas. estarão ensinando a importância da parceria no mundo atual.
Colocando-nos à disposição para quaisquer informações complementares e convidando-Ihe
para uma visita à Faculdade, apresentamos-Ihe nossos agradecimentos antecipados.
Atenciosamente,
40
ANEXO 2 – Correspondência da Faculdade para a Empresária
R. Alvarenga Peixoto, 1270 - Santo Agostinho 30.180-121
- Belo Horizonte - MG Fones: 080Q
2837001/313293.7000 Fax: 31 3291.6633
www:unihorizontes.br
Belo Horizonte, 17 de outubro de 2006.
À
TRANSFÊNIX TRANSPORTES LTDA
SRA. MARIA APARECIDA FERNANDES
Prezada Senhora,
A Faculdade Novos Horizontes foi instituída por um grupo de professores provenientes da
UFMG e pretende consolidar em Belo Horizonte uma das melhores Instituições de Ensino
Superior na área de gestão. No momento estamos desenvolvendo nove cursos superiores,
sendo cinco na área de Administração, um de Ciências Contábeis, um de Direito e dois de
Tecnólogo em Gestão. Dado a qualidade do projeto pedagógico e a equipe de professores
constituída em sua maioria por mestres ou doutores, a Faculdade recebeu da Comissão de
Especialistas do MEC, quando de sua criação o conceito A para os cursos de Administração e B
para o curso de Ciências Contábeis. O Curso de Administração foi Reconhecido pelo MEC
através da Portaria nº 3522 de 29/1 0/2004 e o de Ciências Contábeis pela Portaria nº 3454 de
22110/2004. Para o 2° Semestre de 2005, foi autorizado pelo MEC o Curso de Direito e
recomendado pela CAPES o Curso de Mestrado em Administração. No 1º Semestre de 2006,
Iniciamos com os cursos de Tecnólogo em Gestão de Varejo e Tecnólogo em Gestão de
Cooperativismo, autorizados pelo MEC através das Portarias nos 1046 e 1047 de 31/03/2005,
respectivamente.
Apresentamos-Ihe as alunas do 4° Semestre do Curso de Administração, abaixo relacionadas,
que estão desenvolvendo um trabalho sobre "EMPREENDEDORISMO" cujo tema central é A
Mulher Empreendedora", no que solicitamos-Ihe acolhida ao grupo para a realização do referido
trabalho:
Alaysia Tauana Santos Gonçalves
Joana Mara Correia Carvalho
Margarete de Oliveira
Maria das Graças Moreira
Natália Divina
Acreditamos que a oportunidade cedida por essa conceituada Instituição será de grande valia
para o desenvolvimento do tema escolhido pelo grupo.
Estamos certos que, além da contribuição para as nossas alunas na elaboração, oferecendo a
realidade prática, V.Sas. estarão ensinando a importância da parceria no mundo atual.
Colocando-nos à disposição para quaisquer informações complementares e convidando-Ihe
para uma visita à Faculdade, apresentamos-Ihe nossos agradecimentos antecipados.
Atenciosamente,
41
APÊNDICE A – Formulário para a coleta de dados da pesquisa de campo.
FACULDADE NOVOS HORIZONTES
Projeto Interdisciplinar: Mulher Empreendedora
Orientador: Prof. Arimar Colen Gontijo
Prezada Senhora,
Diante das muitas transformações que o mundo tem sofrido, em curtos
espaços de tempo, ocorre também, o surgimento de empreendedores que
contribuem
para
a
economia
empreendedor/empreendedorismo
foi
do
definido
país.
pela
O
Faculdade
tema
Novos
Horizontes para a elaboração deste trabalho.
Acreditamos que sua participação seja de grande importância para este
projeto interdisciplinar, que busca investigar a existência de problemas
específicos para mulheres empreendedoras.
Sendo assim, elaboramos algumas perguntas, as quais constituem o
roteiro para nossa entrevista, solicitando e agradecendo a sua gentileza em
respondê-las.
1 – Primeiramente, gostaríamos que falasse um pouco sobre sua formação
profissional.
2 – Como surgiu a sua empresa?
3 – O que levou você a empreender seu próprio negócio?
4 – Sua iniciativa de começar o próprio negócio se deu diante de uma
oportunidade?
5 – Em sua opinião, quais são as dificuldades encontradas pelas mulheres
empreendedoras?
42
6 – Sente ou percebe que existe alguma diferenciação pelo fato de ser mulher?
7 – Houve necessidade de mudanças comportamentais e/ou vestuário? A que
você atribui tais mudanças?
8 – Como você administra sua vida profissional em relação ao tempo dedicado
à maternidade, esposo e à si mesma?
9 – Sente alguma dificuldade ou resistência ao gerir homens? Se sim, quais?
10 - Você está aberta às sugestões de seus funcionários?
11 – Sente-se autoconfiante o bastante para enfrentar situações de incerteza e
correr riscos para levar seu negócio adiante? Como isso influencia em sua
gestão?
12
-
Quais
foram
as
dificuldades
enfrentadas
no
início
de
seu
empreendimento? Até que ponto a situação financeira influenciou na
implementação de sua empresa?
13 - Em sua opinião, para diminuir o risco de um investimento, há necessidade
de pesquisa de mercado? Se sim, como deve ser?
14 – Em sua opinião, quais os desafios encontrados pela mulher nesse ramo
de atividade?
15 – Quais os fatores que a levaram a implantar tecnologias voltadas para essa
atividade?
16 – Existe algum sistema de informação implantado em sua empresa? Se sim,
quais as vantagens trazidas?
17 – Enfrenta dificuldades em conciliar diversos papéis, como: mulher de
negócio, líder, esposa e mãe? Se sim, quais?
43
18 – Em sua opinião, quais os fatores que dificultam o desempenho da gestão
feminina?
19 – Quais características você considera que deveriam predominar no perfil
da mulher empreendedora?
20 – Seria possível dar uma palavra de incentivo às mulheres que têm
características empreendedoras, porém não sabem como iniciar seu próprio
negócio?
Muito obrigada!
44
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Projeto Interdisciplinar - Faculdade Novos Horizontes