20 anos Motoclube BCP – Góis 2014 É oficial, foi comemorado o 20º aniversário do Motoclube BCP. Não foi com hotéis, nem com mordomias, não teve luxos nem grandes surpresas, mas foi passado, isso sim, no convívio entre os amigos que resolveram estar presentes neste significativo momento. E significativo porque ao longo destes 20 anos a organização sempre se esforçou por pautar os passeios pela camaradagem e amizade fazendo o possível para acolher todos os participantes da melhor maneira e fazê-los sentirem-se entre amigos. E foi muito gratificante para além de extremamente significativo que recordemos com saudade de passeios que fizemos há 15 ou mais anos atrás. Aconteceu isso em Góis e muito mais, e talvez com as mais singelas condições da história dos passeios. Obrigado amigos por tornarem isso possível. E agora a crónica. Sexta-Feira 15 Agosto 2014 O despertador tocou às 6h da manhã. Para trás ficava a azáfama da logística com o Duarte Lopes (a quem muito agradeço a excelsa ajuda prestada) a encarregar-se de arranjar um bom local na concentração de Góis e fazer o reconhecimento de um passeio e almoço pela serra da Lousã que nos deliciou a todos. Mas dizia eu que após o tocar do despertador foi arranjar o mais rápido possível e sair. O Paulo tinha ido dormir lá a casa porque vinha do Algarve. A má notícia é que não sabíamos como é que a Burgman dele se ia portar por causa de um problema na caixa automática que surgiu durante a viagem desde o Algarve. Eram 7h15 quando saímos de Mora já com as motos atestadas. O fresquinho da manhã compensava a apreensão com a mecânica e pelas 8h já estávamos em Abrantes. Como combinado parámos ao pé do Millennnium de Abrantes para o cafezinho da manhã e aguardar por algum companheiro que eventualmente se quisesse juntar a nós nesse ponto de encontro. Como ninguém apareceu, lá pelas 8h30 arrancámos, conforme planeado. Estávamos já a 30 km de Góis quando resolvemos atestar. Talvez ainda desse para chegar mas em Góis também seria difícil atestar a moto. E ainda bem que o fizemos porque logo depois de atestar entrámos na verdadeira serra onde a XX se sente como peixe na água, mas que é substancialmente penalizadora para os depósitos… Seriam perto das 10h30 quando chegámos à porta da concentração. A compra do ingresso não foi complicada e rapidamente nos colocámos no local previamente reservado pelo Duarte. Já lá estavam o Rui e a Teresa que tinham ocupado o espaço (delimitado por fita vermelha e tudo – até parecia um condomínio privado) e que aguardavam a nossa chegada. Iniciámos de imediato a montagem das tendas e de arrumar as motos e no entretanto chega o Edmundo e o Gonçalo. Após todos termos as tendas montadas e motos arrumadas lá fomos tentar comer qualquer coisa. Era muito cedo, cerca das 12h e foi realmente muito fácil adquirir o almoço. Entretanto lá ia recebendo chamadas deste e daquele a darem conta de onde estavam e qual a perspectiva de chegada. Depois de almoço fomos fazer o reconhecimento do espaço que é bastante interessante e sempre ao longo do Rio Ceira. Ou seja, para se ter uma noção, todo o Parque de Manutenção de Góis serve de espaço para montar a tenda. Depois, do outro lado do rio e ao longo deste (Av. Luís de Camões) estão as diversas infra estruturas. Mesmo após a zona delimitada da concentração acabar a diversão continua, mais uma vez e sempre ao longo do rio com uma das zonas nobres situada no Parque Hugo Miguel Piteira Barata, nomeadamente um bar em cima do rio. Muito bom, muito refrescante, muitas sombras, muito local onde beber um café ou comer uma sandes onde só consegui constatar um problema. As zonas de circulação são demasiado estreitas para a quantidade de gente que estava no recinto. Estávamos então nessa zona nobre de descanso debaixo de uma excelsa sombra com os pés dentro de água quando o Abel e o Henrique anunciam a sua chegada. O Gonçalo voluntariou-se para ir ter com eles. Para que se entenda bem este “voluntariado” temos que acrescentar que estávamos a 1.300 metros do acampamento! A certa altura decidimos molhar mais que os pés e andámos mais uns 50 metros até uma praia fluvial onde uma enchente tornava o local pouco apetecível. Resolvemos retroceder uns 20 metros até uma zona mais calma onde lá conseguimos o mergulho do dia. No entretanto o Henrique, distraidamente esbarrou contra uma árvore (a pé!) e partiu a cabeça. Após a visita ao centro médico lá chegaram os nossos companheiros preparados para uma “selfie” dentro de água. Acabado o banho de rio retornámos ao acampamento para tomarmos um banhito e vestirmos os agasalhos para a noite. O Rui que já lá tinha dormido na noite anterior avisou-nos. Após a banhoca (de água fria…) chegava a vez de satisfazer o estômago. Mas antes disso foi a vez do Duarte e do Moriés aparecerem. Ainda faltavam o João, o Manuel e o Constanço. Enquanto jantávamos acabei por saber que o Constanço deveria aparecer no início da noite mas ainda faltava saber de dois companheiros. Quando estava mesmo para lhes ligar eis que aparecem à nossa frente. Confusão com telemóveis e com números acabou por ditar a falta de comunicação entre um grupo e outro e só nos encontrámos à noite. Agora o grupo estava completo. Como havia quem queria fazer compras na feira da concentração ainda fomos dar uma volta antes dos concertos. O Edmundo que ia dormir a casa arrancou. Depois das compras feitas dirigimo-nos ao palco para assistir aos concertos. One Vision (banda nacional de tributo aos Queen) e os Xutos & Pontapés deliciaram-nos com a sua música. Mas a noite ia longa e acabámos por ir para as tendas ainda decorria o último concerto. Infelizmente um dos problemas de se ficar dentro da concentração é o barulho. É que após os concertos começa a tenda electrónica e prolonga-se noite fora. Sábado, 16 Agosto 2014 O passeio estava combinado para ter início às 10h com partida em direção à Lousã, Pampilhosa da Serra e com almoço combinado para Fajão. A Lousã serviu apenas para o cafezinho porque nos atrasámos a pôr a conversa em dia. Depois disso foi o ponto alto do dia com a travessia da serra até à Pampilhosa em que a XX deu asas à sua vocação abrindo-me um sorriso de orelha a orelha. A chegada à Pampilhosa também só serviu para ponto de encontro porque já estávamos um pouco atrasados para o almoço. Seguimos de imediato para Fajão onde o almoço nos esperava no restaurante O Pascoal, inserido num povoado muito típico. Seguiu-se uma verdadeira sessão de anedotas ainda antes do almoço. O almoço que teve início lá pelas 15h estendeu-se pela tarde dentro com a distribuição do “merchandising” alusivo à ocasião. Um agradecimento ao Clube Millennium bcp que apesar do evento não estar orçamentado contribuiu com verba para que os 20 anos não passassem em claro. Depois do almoço seguimos até à terra dos pais do Duarte, Ceiroquinho, onde uns se iam refrescar exteriormente na piscina natural e outros somente interiormente, no bar. Os segundos, onde eu estava incluído, ficaram pouco mais de meia hora e arrancaram para Góis pela M543-2 que nos pregou alguns sustos com curvas completamente cegas e areia nas curvas. Enfim ainda se suou para chegar a Góis, mas chegámos bem. Por esta altura o Paulo resolveu seguir viagem para outro parque de campismo por causa do barulho e o Gonçalo resolveu rumar a casa que distava somente 40 km da concentração enquanto o Edmundo seguiu direto de Góis nem chegando a entrar na concentração. Ficámos três e seguiu-se nova sessão de banhos mas desta feita bem mas difícil porque a concentração estava mesmo lotada. Depois do banhito seguimos novamente para a zona dos comes e bebes mas o almoço ainda estava bem presente pelo que a refeição foi ligeira, à base de sandes. O cafezinho logo de seguida na feira e estávamos prontos para ir ver os concertos do dia. Quem abriu as hostilidades foram os RAMP. Os “delicados” ouvidos do Henrique ressentiram-se da barulheira e dando voz aos nossos moídos corpos resolvemos abandonar o recinto dos concertos ainda antes de a banda terminar a atuação. Chegava a vez de o Abel partir em direção ao Porto, enquanto eu e o Henrique seguíamos uma vez mais para fora do recinto onde o António Gomes nos esperava numa esplanada. Depois da conversa colocada em dia lá recolhemos às tendas com a promessa de nos levantarmos cedinho para arrancar. A moto do Rui já lá estava (tinha ficado na piscina natural) pelo que nos deitamos mais descansados. O barulho, contudo continuou a ser o nosso fiel companheiro de tenda. Domingo 17 Agosto 2014 Como prometido às 6h30 estava a pé a começar a arrumar a tralha para me pôr a caminho. Tinha recebido um SMS do Paulo que tinha ficado em Pedrogão Grande no camping, pelo que decidi ir lá ter com ele para iniciar a viagem de volta. Arrumámos tudo e saímos mesmo sem tomar o pequeno-almoço, resolvendo fazê-lo ao longo do caminho. O Henrique ia para o Porto e eu para Sul, pelo que nos despedimos a saída do parque. A minha moto estava quase sem gasolina mas devia dar até à saída da serra onde tínhamos abastecido à vinda. E lá fiz a serra com o meu alegre andamento até chegar às bombas. Atestei a moto e atravessei a estrada para atestar o estômago. Durante o pequeno-almoço mandei um SMS ao Paulo para saber se ele estava despachado porque estava cerca de uma hora adiantado. Ele despachou-se ½ hora mais cedo e por volta das 9h30 estava em Pedrógão para iniciarmos viagem. O cafezinho foi tomado na Sertã e seguimos viagem até ao Centro Geodésico de Portugal, perto de Vila de Rei, que o Paulo queria conhecer. Nessa altura liga o Henrique a dizer que já estava no Porto. Seguimos então viagem para Mora e acabámos por vir almoçar a casa. Em jeito de conclusão foi um passeio muito agradável, um convívio excecional e um revisitar dos melhores momentos do Motoclube BCP. Quanto à concentração foi mais uma experiência (foi a primeira vez que fiquei a dormir lá dentro…) que como experiência foi importante, mas que não volto a repetir. Ficar num parque de campismo fora da concentração é indubitavelmente melhor! E estão completados 20 anos que começaram com uma carolice, mas que vingaram até hoje. Esperemos que haja continuidade e que possamos completar mais aniversários. Como atual responsável sinto-me orgulhoso do que foi conseguido ao longo destes 20 anos mas gostava de ver o panorama motociclistico melhorar e ver gente jovem tomar as rédeas de projetos motociclisticos como este e levá-los por diante. Enquanto esse dia não aparecer e enquanto eu tiver força e vontade para manter vivo o Motoclube BCP, este há de permanecer orgulhosamente ativo. Fotos: https://plus.google.com/photos/112388501762051175592/albums/6053848270890312225 By Aires Pereira