XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA
Inovação, Competitividade e Sustentabilidade
Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011.
A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA GAÚCHO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE PARA AS ORGANIZAÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL
THE IMPORTANCE OF QUALITY AND PRODUCTIVITY PROGRAM FOR
COMPANIES OF RIO GRANDE DO SUL
LA IMPORTANCIA DEL PROGRAMA DE CALIDAD Y PRODUCTIVIDAD DE
LAS ORGANIZACIONES DE RIO GRANDE DO SUL
Nilza Luiza Venturini Zampieri, UFSM, [email protected]
Tatiane Sartori, UFSM, [email protected]
Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade
(PGQP) e a sua contribuição para o desenvolvimento das organizações gaúchas, bem como o seu
papel no desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul. Para alcançar os objetivos propostos,
realizou-se um estudo descritivo a partir de uma abordagem qualitativa. As técnicas de coleta
de dados concentraram-se na análise documental, artigos científicos e site oficiais. Através
dos resultados alcançados, a partir da criação PGQP, percebe-se uma mudança de mentalidade
e de comportamento da sociedade Rio-Grandense ao constatar-se que a qualidade e a
inovação têm estado presente em diversas discussões e ações estratégicas, fazendo com que as
organizações busquem a melhoria de seus processos e uma maior reflexão sobre o modo de
construir uma cultura inovadora voltada para a qualidade, visando o desenvolvimento
sustentável para o Estado do Rio Grande do Sul.
Abstract
This article will analyze the Gaucho Quality Program and Productivity (PGQP) and its
contribution to the development of the organizations in Rio Grande do Sul as well as its role
in the development of the State of Rio Grande do Sul. To achieve the proposed objectives, a
descriptive study was conducted from a qualitative approach. The techniques of data
collection focused on documentary analysis, scientific articles and official site. Through the
results achieved from creating PGQP a change of mentality and behavior of society RioGrandense to note that the quality and innovation have been present in various discussions
and strategic actions, causing organizations to seek the improvement of its processes and
greater reflection on how to build an innovative culture-oriented quality, aiming at the
sustainable development to the State of Rio Grande do Sul.
Resumen
Este artículo pretende analizar el Programa Gaucho de Calidad y Productividad (PGQP) y su
contribución al desarrollo de las organizaciones así como su papel en el desarrollo del Estado
de Rio Grande do Sul. Para lograr los objetivos propuestos, se realizó un estudio descriptivo
de un enfoque cualitativo. Las técnicas de recolección de datos se centraron en el análisis
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documental, artículos científicos y oficial. Através de los resultados obtenidos desde la
creación de PGQP, un cambio de mentalidad y comportamiento de la sociedad RioGrandense, tomar nota de que la calidad y la innovación han estado presentes en diversos
debates y acciones estratégicas, causando que las organizaciones que buscan el mejoramiento
de sus procesos y una mayor reflexión sobre cómo construir una calidad innovadora orientada
a la cultura, con el objetivo de desarrollo sostenible para el estado de Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: Qualidade. Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).
Premiação.
Keyword: Quality. Quality and Productivity Program (PGQP). Reward.
Palabras clave: Calidad. Programa Gaucho de Calidad y La Produtcividad (PGQP). Premios.
1. Introdução
Qualidade existe desde que o mundo é mundo. Ao longo da história o homem sempre
procurou o que mais se adequasse às suas necessidades, fossem estas de ordem material, intelectual,
social ou espiritual. A relação cliente-fornecedor sempre se manifestou dentro das famílias, entre
amigos, nas organizações de trabalho, nas escolas e na sociedade em geral. Num mundo em que a
mudança é a única certeza, as organizações não podem estagnar. Elas precisam estar na vanguarda,
gerando idéias originais que se incorporem continuamente aos seus processos e produtos. Para tanto,
todos devem ser encorajados a desempenhar, além da rotina do dia-a-dia, o exercício da
criatividade.
Cultivar esta maneira de pensar deve ser uma filosofia de vida dentro da organização,
praticada em todos os níveis. Assim, o papel da alta direção e do sistema de liderança é fundamental
para que a inovação e a criatividade sejam uma realidade nas organizações.
A inovação não está somente associada à velocidade requerida em ambientes altamente
competitivos (FNQ, 2010). Ela está presente em soluções simples ou complexas, sistêmicas ou não,
advindas de simples observações ou de análises complexas. Tidd et al (2008) cita que a inovação
não deve estar restrita às áreas de pesquisa e desenvolvimento, mas abranger todos os aspectos dos
processos e do negócio, para elevar a capacidade de reação aos estímulos externos e internos, com
originalidade, de modo a gerar resultados favoráveis na busca da excelência do desempenho e da
competitividade.
Assim, o cenário, na dinâmica das organizações que se desenha para o século XXI, caminha
para uma completa revolução. As instituições estão trabalhando, cada vez mais, sob a forma de redes
dinâmicas e abertas viabilizadas pela complementaridade de múltiplas atividades e pela comunhão de
valores e princípios. Em seu conjunto, constituem verdadeiros ecossistemas, cujos integrantes
conscientes de sua interdependência investem significativamente na qualidade de suas relações. Esse
processo, aliado às possibilidades que o desenvolvimento das tecnologias da informação e da
comunicação proporciona, permite que se vislumbre uma nova era para as organizações. Estas se
tornam agentes de desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade em bases verdadeiramente
sustentáveis, contemplando simultaneamente os aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e
ambientais.
De acordo com a American Society for Quality (ASQ, 2009), foram identificados, para o
futuro da qualidade e a melhoria do desempenho organizacional, quatro vetores estratégicos:
- Aumento da relevância estratégica da qualidade e o seu contributo na sustentabilidade
organizacional de longo prazo;
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- Ligação da qualidade com a inovação;
- Aumento da conscientização da sociedade para as questões da qualidade;
- Promoção do uso das tecnologias de informação em prol da qualidade.
Para o desenvolvimento de uma cultura organizacional que realmente mude o curso da
organização em direção à competitividade, é necessário que os gestores identifiquem claramente os
fatores que são realmente básicos e fundamentais (CAMPOS, 1992). Entre estes fatores destacamse os motivacionais que, através de programas de educação e treinamento, guiam todas as pessoas
da organização a uma nova maneira de pensar. Assim, os gestores podem construir, ao longo do
tempo, um ambiente em que os colaboradores tenham prazer em trabalhar. Ainda que algumas
organizações assim o façam, a motivação não é conseguida por campanhas ou programas especiais.
Conforme Maslow (1970), os motivos do comportamento humano derivam de forças
interiores do próprio indivíduo, sendo que algumas necessidades manifestam-se conscientemente e
outras não. Baseado neste pensamento , Maslow (1970) dispôs as necessidades humanas na forma
de uma pirâmide onde na sua base estão as necessidades mais básicas e no topo as mais sofisticadas
e intelectuais. A seguir apresentam-se as necessidades propostas por Maslow, em ordem crescente
de prioridade. Necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais e
necessidades de estima. Satisfeitas essas necessidades, destacam-se as necessidades de autorealização como as mais elevadas, ocupando o topo da hierarquia. Estas necessidades são
relacionadas com autonomia, independência, autocontrole e competência. São estas necessidades
que induzem o indivíduo a desenvolver seu próprio potencial e a sua realização pessoal e
profissional. Percebe-se que as quatro necessidades iniciais podem ser satisfeitas com fatores
externos, enquanto que as necessidades de auto-realização só podem ser satisfeitas no nível
intrapessoal, podendo ser observadas, mas não controladas por outros indivíduos.
Segundo Feigenbaum e Feifenbaum (2004) as empresas de hoje, além de focar em
processos técnicos e operacionais da qualidade devem, obrigatoriamente, ver a qualidade como uma
forma estratégica para a sobrevivência e competitividade da suas empresas e devem implementar
programas de qualidade que vão além da redução de defeitos e exigências dos clientes, para
programas de melhorias que abranjam toda a cadeia de valor dos clientes, integrando todos os
diferentes processos chave.
Segundo Croft (2008) um sistema de gestão de qualidade deve evoluir para um modelo de
gestão de negócios, considerando toda a organização. A Qualidade vai, portanto, desempenhar um
papel único nas organizações, no sentido de promover o desenvolvimento, a implementação, a
avaliação e a melhoria contínua da gestão, abarcando, entre outros, os seguintes aspectos:
Competências; supply chain; desenvolvimento de oportunidades de negócios; desenvolvimento de
produtos; criação de novos negócios.
O objetivo principal deste trabalho consiste em analisar o Programa Gaúcho de Qualidade e
Produtividade e a sua contribuição para o desenvolvimento das organizações gaúchas, bem como o
seu papel no desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul.
Para o alcance de tais objetivos, o trabalho estrutura-se da seguinte forma: seção 1 – análise
da evolução do conceito de qualidade e sua evolução no Brasil; seção 2 – a evolução da qualidade
no Brasil; seção 3 – o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP); seção 4 – O Prêmio
Qualidade RS do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade; na seção 5 é apresentado o
PGQP em números. Por fim, na seção 6, são apresentadas algumas considerações acerca do estudo
realizado.
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2. Evolução do Conceito de Qualidade
Após a Segunda Guerra Mundial, as organizações foram desafiadas a satisfazerem as
necessidades sociais e tecnológicas de seus clientes, enquanto que, até então, elas se
preocupavam somente com a qualidade física de seus produtos. Os vários anos de esforços
gastos pelas empresas na tentativa de descobrir as causas de determinados defeitos resultaram
em grandes melhorias na qualidade técnica de seus produtos.
O conceito de qualidade vai evoluindo através dos anos. Entre os principais gurus
pode-se destacar, Ishikawa em 1949 com a visão da necessidade das empresas de uma rápida
percepção e satisfação das necessidades do mercado, adequação ao uso dos produtos e
homogeneidade dos resultados do processo (baixa variabilidade). Um marco histórico,
Deming em 1950 uma das maiores autoridades mundiais introduziu, no Japão, o Controle de
Qualidade com destaque o PDCA (Plan, Do, Check e Act), ou seja, planejar, fazer, revisar e
agir. Em 1951, Feigenbaum propõe que Qualidade é uma estratégia de gestão do negócio / da
empresa, sendo que o aprimoramento da Qualidade só pode ser alcançado numa empresa com
a participação de todos, e o resultado desejável a perfeita satisfação do cliente. Em 1954,
segundo Juran, a Qualidade é adequação ao uso e a conseqüente satisfação das aspirações do
cliente. (PEREIRA, 1995)
Nos anos 60 com o TQC (Total Quality Control) é introduzido o conceito de “Zero
Defeitos”, a premissa de que Qualidade é sentir orgulho no trabalho bem-feito, que o
aprimoramento da Qualidade eleva a produtividade, e que a regra é a da máxima utilidade
para o cnsumidor. Nos anos 80, Grosby substitui a ênfase no controle de qualidade para a
gerência da qualidade. Neste período o controle estatístico da qualidade (SQC) e o conceito de
“Zero defeitos” evolui para Do it right the first time, ou seja, fazer certo da primeira vez.
Podemos citar ainda, em 1990, Cerqueira Neto, com sua filosofia de que qualidade é sempre
resultado de esforços inteligentes; qualidade não é só para companhias: os indivíduos podem e
devem trabalhar para a excelência no seu dia-a-dia. (COLTRO, 1996)
Coltro (1996) cita ainda que para o guru da qualidade japonesa Kaoru Ishikawa a
qualidade é uma revolução da própria filosofia administrativa, exigindo uma mudança de
mentalidade de todos os integrantes da organização, principalmente da gestão de topo. Na
história da evolução da administração foram surgindo várias teorias, porém, é a perspectiva da
psicossociologia sobre o conceito de qualidade que finalmente enfatiza o seu lado humano.
Neste enfoque destaca-se Claus Moller, em 1999, com a proposta de que não haveria
mudanças nas organizações se não fosse considerado o envolvimento das pessoas, enfatizando
o “Lado humano da qualidade” e a Teoria do capital humano.
2.1 A Evolução da Qualidade no Brasil
No Brasil, desde o ano de 1976, o movimento pela qualidade já debutava em algumas
instituições, ou seja, muito antes dos primeiros sinais no Japão e até mesmo nos Estados Unidos.
Faltou, porém, o envolvimento e comprometimento que aconteceu no Japão e em outros países. A
partir de 1990, o Brasil apresenta um crescimento gigantesco em direção à qualidade, desenvolvido
na década de 1980, quando foram lançadas as bases deste movimento. Até meados da década de
1990 ainda era incipiente um movimento coordenado e global: aconteciam ações isoladas em alguns
segmentos empresariais, particularmente em empresas multinacionais que recebiam orientação de
suas matrizes no exterior. (AZAMBUJA, 1996)
Desde 1991, o Brasil realiza anualmente um congresso nacional sobre Qualidade e
Produtividade, coordenado pela União Brasileira de Qualidade (UBQ), através da Fundação
Nacional para o Prêmio da Qualidade, premiando as empresas que possuem um padrão de
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excelência mundial, a exemplo do que acontece no Japão desde a década de 1950, com o
Prêmio Deming de Qualidade, e nos Estados Unidos, com o Prêmio Malcolm Baldrige.
O Brasil é atualmente considerado um dos países que mais tem evoluído na área da
Qualidade a nível mundial. (AZAMBUJA, 1996)
3. O Programa Gaúcho de Qualidade (PGQP)
A qualidade é conceito de uso universal nas organizações e sua utilização é variada e
abrangente. O movimento das empresas em direção a obtenção de resultados em processos
com a visão de premiação e reconhecimento dos esforços pela qualidade é de longa data no
mundo.
Atualmente o Programa Gaúcho de Qualidade conta com mais de 40 Comitês
Setoriais/Regionais responsáveis pelo apoio e cumprimento dos compromissos que as
organizações assumiram ao assinar o termo de adesão, os quais se traduzem nos indicadores
de desempenho do PGQP. Sua missão visa promover a competitividade do Rio Grande do Sul
para melhoria da qualidade de vida das pessoas através da busca da excelência em gestão com foco
na sustentabilidade. A meta do programa consiste em ser o melhor Estado do País em
Competitividade e Qualidade de Vida, segundo os indicadores do WEF e do IDH, e a visão de
futuro é ser referência mundial na promoção da qualidade e gestão para a competitividade da sua
região. (PGQP, 2011)
O PGQP é organizado num sistema de rede que abrange Comitês Setoriais e
Regionais. Os Comitês Setoriais, em número de 38, abrangem organizações com atividades
afins destacando-se a da Saúde, da Educação, Turismo, Gestão Pública, Transportes,
Construção Civil, entre outras.
3.1 Histórico do PGQP
No Brasil, no início da década de 90, o Governo Federal lançava o Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade, destinado a melhorar os níveis de produtividade,
confiabilidade e qualidade na indústria. Em 1992, o Programa Gaúcho da Qualidade e
Produtividade (PGQP) começou a estruturar sua base para responder a questão: Como
melhorar os produtos e serviços, economizar tempo e otimizar recursos no Estado? Após uma
ampla articulação com segmentos representativos da sociedade Riograndense (stakeholders),
numa parceria entre o setor público e a iniciativa privada, o PGQP foi lançado oficialmente
durante um seminário, no dia 15 de outubro 1992. O objetivo do programa era divulgar a
filosofia e os principais conceitos da qualidade para a promoção de iniciativas dirigidas ao
aprimoramento dos produtos e serviços das empresas gaúchas e, conseqüentemente, da
melhor qualidade de vida da população do Estado. (FNQ, 2011)
No processo inicial do Programa, a meta era de que no ano 2000, metade das pessoas
em atividade no Estado estivessem usando as ferramentas e os conceitos da Qualidade Total.
Com o tempo, este objetivo foi sendo aperfeiçoado e expandido o que, com as parcerias entre
o setor público e a iniciativa privada, permitiu a divulgação da filosofia e dos princípios da
qualidade de forma democrática, dando a oportunidade à promoção de uma série de
iniciativas voltadas ao aprimoramento dos produtos e serviços das empresas e entidades
gaúchas (PGQP, 2011). Hoje, as melhorias que o Programa ajudou a promover podem ser
constatadas pela maior competitividade e qualificação nos serviços públicos e privados.
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Através do comprometimento do governo, empresários, trabalhadores e consumidores, os
sistemas de gestão foram ainda mais aprimorados.
Com o sucesso da implantação do Programa Gaúcho da Qualidade e
Produtividade, o Rio Grande do Sul passou a ser reconhecido em todo o Brasil como o
Estado que mais avançou na disseminação dos conceitos e na aplicação permanente das
técnicas e ferramentas de qualidade, melhorando os resultados das organizações.
Um dos maiores fatores diferenciadores do PGQP é a sua capacidade de mobilização,
cumprindo a sua missão de sensibilizar e mobilizar os agentes que integram a estrutura
econômica, política e social do Estado. Diversos eventos de divulgação do Programa e de
motivação para Qualidade têm sido realizados, através dos Comitês Setoriais e Regionais e de
entidades que integram a estrutura do PGQP.
A estratégia de mobilização baseia-se na adesão ao programa através do Termo de Adesão,
que tem o objetivo específico de identificar as organizações interessadas no tema e, sobretudo,
estabelecer compromissos para a evolução e o desenvolvimento da Qualidade no Rio Grande do
Sul.
Desde o lançamento do Programa, já foram realizadas mais de trinta Reuniões da Qualidade
RS, eventos que reúnem conferencistas de diversos países e contam também com a apresentação de
casos de sucesso. Atualmente, estes eventos contam com mais de 1000 participantes e têm como
objetivo o incentivo, a mobilização e a atualização dos integrantes do movimento da Qualidade no
Rio Grande do Sul. No decurso do programa da Reunião, são realizadas palestras de motivação,
depoimentos de empresários e apresentação de casos práticos de uso e aplicação das ferramentas da
Qualidade. Esta estratégia fortalece as ações em desenvolvimento. (PGQP, 2011)
Conforme dados do PGQP, em 1996, o programa cria o Prêmio Qualidade RS, como
resultado do trabalho desenvolvido nos primeiros anos do PGQP, o que possibilitou a realização, em
abril de 1996, da primeira edição do Prêmio Qualidade RS – atribuído, no primeiro ano, a cinco
organizações (três da área industrial e duas da área de serviços e saúde). A evolução da participação
das organizações gaúchas tem sido crescente. Com a notoriedade e expansão da iniciativa, o prêmio
passou a ser aberto aos interessados de outros estados, desde que tivessem o Termo de Adesão,
asotassem o Sistema de Avaliação do PGQP e que realizassem as três etapas requeridas
(capacitação, auto-avaliação e avaliação externa e apresentação de relatório de avaliação).
A partir de 1998, o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, previamente
sediado na Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, passou a ser uma
entidade comunitária, a Associação de Qualidade RS/PGQP. Uma das características da Associação
é ser integrada por representantes de toda a sociedade: empresas, trabalhadores, universidades,
consumidores, governo, entidades, etc. A sua estratégia de ação tem por base uma estrutura
matricial capacitada para possibilitar um funcionamento prático e objetivo, com transparência nas
decisões e procedimentos, ancorada em trabalho voluntário.
Em 1999, é criado o Congresso Internacional da Qualidade, evento realizado anualmente,
com a finalidade de trazer novos conhecimentos e tecnologias originais e inovadoras para as
organizações e para a sociedade. O Congresso Internacional, considerado o maior encontro do
mundo na área da Qualidade, reúne anualmente especialistas do mundo todo para discutir as novas
tendências em gestão e em liderança. Em 2010, o 11º Congresso reuniu 8 mil pessoas. No âmbito da
programação, são realizadas palestras internacionais, workshops, seminários setoriais, visitas
técnicas e exposições de casos de excelência empresarial. No ano de 2011, o Congresso teve como
tema a Competitividade Sustentável que está diretamente ligada a atividades econômicas que
promovem o crescimento e restauração da saúde dos sistemas naturais e sociais do qual o
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crescimento econômico atual e futuro dependem. O Congresso contou com 10 palestrantes da Índia,
Brasil, Argentina, Suécia, China e Estados Unidos para tratar sobre o assunto, os quais levaram
cases de empresas que investem na Sustentabilidade e mostraram a importância do lucro aliado a
iniciativas ecológicas.
3.2 Sistema de Avaliação do Programa Gaucho de Qualidade e Produtividade - SAG
Um dos principais produtos do PGQP é o Sistema de Avaliação (SAG) - um
instrumento de diagnóstico organizacional que verifica o estágio de desenvolvimento
gerencial das organizações, identifica lacunas e possibilita a elaboração do Plano de Ação do
Sistema Gerencial - PASG. (PGQP, 2011)
O Sistema de Avaliação foi estruturado em 1993, e foram adotados como base os
critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ, criado a partir do modelo do
Malcolm Baldrige National Quality Award, nos Estados Unidos. É uma ferramenta de gestão
que permite diagnosticar o estágio de desenvolvimento gerencial e planejar ações visando à
melhoria contínua. Este instrumento de avaliação possibilita a qualquer tipo de organização,
de qualquer porte, setor e estágio de gestão, avaliar o seu sistema gerencial e o seu
desempenho em relação às melhores práticas adotadas por organizações de alto desempenho.
Ao longo de sua história, desde o seu primeiro ciclo do Sistema de Avaliação, em 1994,
foram realizadas mais de 7.500 avaliações e treinados mais de 26.500 avaliadores,
demonstrando a consolidação dessa metodologia de avaliação. (PGQP, 2011)
A partir deste ano o sistema recebeu uma nova nomemclatura, ou seja, Sistema de
Avaliação da Gestão, uma adequação a sua aplicação e também para alinhar com dois novos
produtos que estão sendo lançados pelo PGQP neste ano: o SAGS - Sistema de Avaliação da
Gestão Simplificado e o SAGRI - Sistema de Avaliação da Gestão e Resultados da Inovação.
(PGQP, 2011)
Os Critérios de Avaliação são um dos componentes chave da metodologia do PGQP,
permitindo diagnosticar o estágio de desenvolvimento, gerenciar e planejar ações visando a
melhoria continua, abordando os seguintes pontos: Liderança, Estratégias e Planos, Clientes,
Sociedade, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados. Este instrumento
de avaliação possibilita a qualquer tipo de organização, de qualquer porte, setor e estágio de
maturidade, avaliar o seu sistema gerencial. (PGQP, 2011)
3.3 Premio Qualidade RS do PGQP
O Prêmio Qualidade RS, do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade – PGQP,
é um dos maiores prêmios de reconhecimento do Brasil, também conhecido por “Oscar da
Qualidade”. Foi criado em 1996 pelo PGQP, é um reconhecimento às organizações que mais
se destacaram na busca pela melhoria contínua do seu sistema de gestão. Conforme dados do
PGQP (2011), o prêmio têm como objetivos:
•
Avaliar o sistema de gestão através de uma avaliação externa, imparcial, que utiliza critérios
reconhecidos internacionalmente;
•
Proporcionar uma avaliação sistêmica, gerando uma realimentação formal;
•
Receber o Relatório de Avaliação, que contém Pontos Fortes e Oportunidades de Melhorias,
a partir do qual pode ser estruturado um consistente Plano de Aperfeiçoamento do Sistema
Gerencial;
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•
Reconhecimento estadual e visibilidade Nacional como Organização com sistema de gestão
alinhada aos princípios da qualidade;
•
Usufruir da visibilidade do PQRS para efeito publicitário;
•
Reconhecimento da força de trabalho;
•
Reconhecimento da comunidade com informações sobre práticas bem-sucedidas de gestão.
Para que as organizações possam concorrer ao Prêmio Qualidade RS, a organização
inscreve-se informando os seus dados, a sua opção pelo Compromisso com a Excelência ou
Rumo à Excelência, pela auto-avaliação com ou sem avaliação externa e indica os seus
avaliadores. A organização deve capacitar colaboradores para serem treinados e formar uma
massa crítica que auxiliará a equipe interna na elaboração da auto-avaliação, momento em que
a organização reflete sobre o seu sistema de gestão, sendo uma das principais etapas do
Sistema de Avaliação. É a oportunidade para elaborar o Plano de Ação do Sistema Gerencial
(PASG) com base nas lacunas identificadas. A organização realiza a sua auto-avaliação,
através das orientações transmitidas nos treinamentos. O Diploma será disponibilizado para
todas as organizações que participarem do Sistema de Avaliação. Para as organizações que
fizerem somente a auto-avaliação receberão um Diploma de Participação do ciclo, aquelas
que participarem da avaliação externa, receberão um Diploma de Reconhecimento. (PGQP,
2010)
A figura 1 demonstra como é o processo de avaliação e premiação do Prêmio
Qualidade RS.
Figura 1 - Modelos de Avaliação / Modelos de Premiação PGQP
Fonte: PGQP (2010)
Uma organização pode ser premiada até duas vezes na mesma modalidade. Para que a
organização conquiste o Troféu Diamante é necessário que atinja 750 pontos, para o Troféu
Ouro 500 pontos, Troféu Prata e Bronze 500 pontos e Medalha Bronze 250 pontos.
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3.4. Empresas premiadas pelo Prêmio Qualidade RS
A primeira edição do Premio Qualidade RS foi em 1996, tendo como participantes
somente cinco empresas. Com o passar dos anos, mais empresas aderiram ao programa e hoje
ele conta com várias empresas já certificadas, sendo estas situadas não somente em Porto
Alegre, mas em todo o Estado do Rio Grande do Sul.
O quadro 1 demonstra o ranking das ganhadoras dos Troféus Diamante e Ouro desde
2006 a 2011, conforme anunciado no site do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade.
ANO 2006
CENTRO TECNOLÓGICO DE MECATRÔNICA SENAI
TROFÉU OURO
MTU MEDIANEIRA TRANSPORTE LTDA.
ANO 2007
ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR MOINHOS DE VENTO
TROFÉU OURO
CEGELEC LTDA
ANO 2008
FRAS-LE S.A
TROFÉU DIAMANTE
GERDAU AÇOS LONGOS S.A.
ALTUS SISTEMAS DE INFORMATICA S.A.
RIO GRANDE ENERGIA S.A.
SANTA IGNÊS CEREAIS E TRANSPORTES LTDA.
TROFÉU OURO
SESC LAJEADO
SUSPENSYS SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA.
UNIMED - COOPERATIVA DE SERVIÇOS DE SAÚDE DOS VALES DO TAQUARI E RIO
PARDO LTDA.
VISATE - VIAÇÃO STA.TEREZA DE CAXIAS DO SUL LTDA.
ANO 2009
TROFÉU DIAMANTE
TROFÉU OURO
RANDON ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS LTDA.
CEMAR LEGRAND
ANO 2010
TROFÉU OURO
AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA DE ENERGIA S/A
RANDON S/A IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES (DIVISÃO IMPLEMENTOS)
TEREX CIFALI EQUIPAMENTOS LTDA
ANO 2011
AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA DE ENERGIA S/A
TROFÉU DIAMANTE
TROFÉU OURO
RANDON S/A IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES (DIVISÃO IMPLEMENTOS)
SUSPENSYS SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA.
BEBIDAS FRUKI S/A.
Quadro 1 – Empresas premiadas no Prêmio Qualidade RS de 2006 a 2011
Fonte: Adaptado com base do site do PGQP (2011)
Através do quadro 1 percebe-se que das empresas participantes no ano de 2006,
nenhuma foi premiada no ano seguinte. Isso possivelmente se deve ao fato de que a cada ano
o programa aprimora suas exigências e as mesmas devem ser mantidas pelas organizações a
fim de ganharem os prêmios anualmente.
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A partir do ano de 2008 houve o início da premiação do Troféu Diamante, onde para
que a empresa recebesse este prêmio deveria pontuar 750 pontos, ou seja, é necessário que a
organização apresente resultados que devem conter tendências favoráveis as práticas de
gestão escolhidas com alguns indícios de exemplaridade, conduzido pela Liderança e foco em
processos. Nesta edição houveram duas ganhadoras para o troféu diamante e no ano de 2009
somente uma empresa. Percebe-se também que nehuma das empresas da edição de 2008
premiadas com o troféu diamente obteve premiação na edição de 2009. Ainda em 2008 sete
empresas receberam o troféu ouro. No ano de 2010 não houve premiação do troféu diamante,
pois nenhuma das empresas atingiu a pontuação máxima de 750 pontos. Porém, na edição de
2011, duas empresas se sobressairam e voltaram a receber o troféu diamante, juntamente com
outra empresa, a qual não havia recebido esta premiação até então.
Os resultados, em números das premiações do troféu prata, bronze e medalha de
bronze podem ser visualizados no gráfico 1.
Gráfico 1 – Resultados das premiadas de 2006 a 2011 modalidade prata, bronze e medalha de bronze
Fonte: Elaboração própria
Percebe-se, através do gráfico, que a média de premiação do troféu prata ficou em 23,6, o
troféu bronze ficou com média de premiação de 39,3 e a medalha de bronze com 40,5 de média.
Com isso, é possível verificar o aumento quanto a adesão do programa, destacando o aumento
significativo das premiações no ano de 2011.
3. Considerações Finais
O presente artigo teve como objetivo analisar o Programa Gaúcho de Qualidade e
Produtividade (PGQP) e a sua contribuição para o desenvolvimento das organizações gaúchas, bem
como o seu papel no desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul. No momento, percebe-se
um novo cenário na busca da qualidade total nas empresas. As organizações buscam novas formas
de inovar e competir, buscando meios para que o desenvolvimento aconteça.
O Programa Gaúcho de Qualidade tem o objetivo de promover a competitividade do Rio
Grande do Sul para melhoria da qualidade de vida das pessoas e melhoria dos processos das
organizações nele envolvido. Este programa conta com várias etapas de avaliação, envolvendo
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desde a alta administração até os colaboradores de chão de fábrica. Além disso, percebe-se que a
implantação de um programa de qualidade passa fundamentalmente por uma mudança de cultura
na organização. Os resultados e os programas de educação e treinamento requeridos para preparar
os líderes e todos os demais indivíduos da organização, levam tempo considerável para serem
realizados. Por isso, deve-se considerar que esta jornada rumo a melhoria contínua deve ser
planejada e trabalhada com cuidado, pois qualquer falha neste processo, além de constituir
desperdício de recursos e de tempo, pode levar a desmotivação dos envolvidos. O clima
motivacional ou a moral do grupo pode representar o fator de sucesso ou de fracasso do processo de
melhoria contínua na organização.
Através dos dados apresentados pelas edições do Premio Gaúcho da Qualidade, percebe-se
que o mesmo tem apresentado um grande aumento quanto as adesões das empresas gaúchas, e com
isso tem aumentado a qualidade destas organizações. Sendo esta uma premiação anual, compromete
as organizações a manterem seus processos de qualidade sempre atualizados, pois as auditorias são
constantes.
Os resultados deste grande movimento da Qualidade no Rio Grande do Sul, expressos ao
longo dos 25 anos de existência do PGQP , 16 edições do Premio da Qualidade, 12 edições do
Congresso Internacional da Gestão, podem ser visto em números conforme segue: 43 Comitês
Regionais, 38 Comitês Setoriais, envolvendo diversas áreas, entre outras, indústria, comércio, saúde,
educação, serviços e serviços públicos; 9188 Organizações com Termos de Adesão ao Programa;
mais de 100 Entidades associadas; 15 mil agentes multiplicadores, totalizando mais de 250 mil
pessoas capacitadas e de 500 organizações premiadas, num total de mais de 1,5 milhões de pessoas
envolvidas.
Ao analisarmos os resultados alcançados até o presente momento, podemos afirmar que o
PGQP vem cumprindo com sua missão de “Promover a competitividade do Rio Grande do Sul para
melhoria da qualidade de vida das pessoas através da busca da excelência em gestão com foco na
sustentabilidade”. O número de pessoas e de organizações envolvidas com a qualidade no Rio
Grande do Sul, são alentadores e motivadores para os que acreditaram e acreditam que o Estado só
será sustentável se tiver a participação ativa, responsável e organizada de todos.
Concluimos o presente artigo com a citação de Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente do
Conselho Superior da Associação Qualidade RS – PGQP: "Hoje, o êxito de uma organização está
diretamente vinculado à implantação de uma cultura de mudança e de aperfeiçoamento contínuo. É
importante assumir desafios constantes, sempre em busca de inovações e criatividade. Fortalecer e
capacitar as organizações para o futuro. Se a sua organização compartilha desta filosofia, junte-se a
nós!" (PGQP, 2011)
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QUALIDADE
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edição201.
<http://www.mbc.org.br/mbc/pgqp/hot_sites/premio2011/ > [conferido em 02/09/2011]
Disponível
em
PROGRAMA GAÚCHO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE
http://www.mbc.org.br/mbc/pgqp/index.php [conferido em 09/09/2011]
Disponível
em
PGQP.
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