SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF VOLUME 02 AGRONOMIA Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 1 ISSN 1676-6814 XVII VOLUME 02 AGRONOMIA GARÇA/SP - 2014 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Exemplares desta publicação podem ser solicitados à: SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO - FAEF Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] Telefone: (14) 3407-8000 EDIÇÃO, EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL e CAPA Aroldo José Abreu Pinto Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de Ensino Superior e Formação - FAEF 630 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. S621a XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. Anais... – Garça: Editora FAEF, 2014. 261 p. vol 02 - (07 vols.) 15x22cm. ISSN 1676-6814 1. Ciências Agrárias 2.Ciências Contábeis 3. Administração 4. Agronomia 5. Engenharia Florestal 6. Medicina Veterinária 7. Pedagogia 8. Psicologia 9. Direito. 10 Turismo. 11 Comércio Exterior Os autores são responsáveis pelo conteúdo das palestras e trabalhos científicos. Reprodução permitida desde que citada a fonte. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1. CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] (14) 3407-8000 4 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII SUMÁRIO Apresentação ............................................................... 11 Comissão Organizadora ................................................... 13 Agradecimentos ............................................................ 15 Programação ................................................................ 17 TRABALHOS APRESENTADOS Agronomia ................................................................... 19 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE APLICAÇÃO DE COBALTO E MOLIBIDÊNIO VIA FOLIAR NA CULTURA DA SOJA Fouad Hassan PARACAT; Reginaldo Mendes SILVA; Felipe Camargo de Campos LIMA; Giovana LOPES ...................... 21 A INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA NO ENSINO DE MATEMÁTICA Deise DEOLINDO SILVA .................................................... 31 BIODIGESTOR ANAERÓBICO Leandro CAROLINO; João BERNARDO JUNIOR; Jessica SILVA; Alexandre Luis da Silva FELIPE ........................................ 39 CONSTRUÇÃO DE CULTIVO PROTEGIDO SUSTENTÁVEL COM USO DE BAMBU Luis Henrique Fernandes MEIRELLES; Anderson JORGE; Vinicius PRADO; Fabiana de Luca XAVIER ................................................. 45 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 5 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA CRIAÇÃO DE BUBALINOS NA FACULDADE E IMPLANTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ZOOTÉCNICAS PARA MANEJO E ORDENHA Nathane Colombo MENEGUCCI; Marcus Paulo Gomes ALVARES; Pedro Alpino HILA; Alexandre Luis da Silva FELIPE .................. 53 CRITERIOS BÁSICOS PARA SELEÇÃO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO Fabio Reis GREATTI; Renato Maravalhas de Carvalho BARROS ..... 61 DOENÇAS DOS CITROS Fernando Batista da SILVA; Gustavo ROMERO; Rosiane Cristina dos SANTOS; Willian Bucker de MORAES ................................... 75 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM CRIANÇAS DE 7 ANOS Lucas J. BERMEJO; Giovana A. PAIVA .................................. 81 EFEITO DA APLICAÇÃO DE BIOESTIMULANTE NA SOJA - AVALIAÇÃO FOLIAR Luiz Felipe Grejo IRENO; Fernando de Oliveira ROCHA; Gustavo Consoni ZANCHETTA ...................................................... 95 EFEITO DA APLICAÇÃO DE STIMULATE NA SOJA – AVALIAÇÃO ENRAIZAMENTO Gustavo Consoni ZANCHETTA; Luiz Felipe Grejo IRENO; Fernando de Oliveira ROCHA .......................................................... 105 EFEITOS DA APLICAÇÃO DE INOCULANTE NA CULTURA DA SOJA NO ENRAIZAMENTO Mateus Teodoro IRENO; Fernando de Oliveira ROCHA ............. 111 IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSO EROSIVO EM UMA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE GARÇA, SP Luis Henrique Fernandes MEIRELLES; Anderson Jorge ALVES; Fabiana de Luca XAVIER; Edgard Marino JULIOR .............................. 119 INFLUÊNCIA HÍDRICA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MILHO (Zea mays L.) Frederico Coqueiro DIAS; Reginaldo Mendes SILVA; Felipe Camargo de Campos LIMA; Roseli Aparecida CARVALHO ...................... 125 IRRIGAÇÃO LOCALIZADA: GOTEJAMENTO E MICROASPERSÃO Nathane Colombo MENEGUCCI; Renato Maravalhas de Carvalho BARROS .................................................................... 137 6 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF MELHORAMENTO GENÉTICO DO AMENDOIM – REVISÃO DE LITERATURA Diego Augusto Moura SILVA; Giovana de Azevedo PAIVA ........... 149 ATUALIDADES EM NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO EM AVES DE POSTURA Cilso FERREIRA; Wilson MAKOTO; Letícia de Abreu FARIA ......... 157 QUALIDADE DE MANÁ-CUBIU (SOLANUM SESSIFLORUM DUNAL) MINIMAMENTE PROCESSADO TRATADO COM ÁCIDO ASCÓRBICO Erika FUJITA; Rogério Lopes VIEITES; Karina FURLANETO ......... 165 QUALIDADE DO FRUTO DE BURITI (MAURITIA FLEXUOSA L. F.) ARMAZENADO SOB REFRIGERAÇÃO Erika FUJITA; Rogério Lopes VIEITES; Juliana Arruda RAMOS3 .... 175 REVISÃO SOBRE PARICÁ GOMES, Alana; BENITTIS, Luana; BOSQUÊ, Gisleine Galvão ...... 185 SELÊNIO O ELEMENTO BENÉFICO PROIBIDO NO BRASIL Letícia de Abreu FARIA .................................................. 193 SILO SECADOR E ARMAZENADOR DE GRÃOS MOVIDO A ENERGIA SOLAR Luiz Felipe Grejo IRENO; Mateus Teodoro IRENO; Gustavo Consoni ZANCHETTA; Alexandre Luiz da Silva FELIPE ........................ 205 SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DA BANANEIRA Guilherme NEVES; Leonardo TAVARES; Lucas SIQUEIRA; Valdir SALVADOR; Willian Bucker MORAES................................... 213 SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DE ALGUMAS DOENÇAS DA BATATA Fábio Reis GREATTI; Gustavo Jose Simão GOULART; Rubens Ferreira de CARVALHO FILHO; Willian Bucker MORAES ....................... 221 SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DE DOENÇAS DO CAFEEIRO Nathane Colombo MENEGUCCI; Bruno Henrique CREPALDI; Pedro Alpino HILA; Willian Bucker MORAES ................................. 231 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 7 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SUSTENTABILIDADE É UMA PROPOSTA ÉTICA QUE DEVE SER APLICADA NO SETOR AGROPECUÁRIO Ricardo PERRI ............................................................ 245 Normas para elaboração de artigo científico do Simpósio da FAEF ........................................................................257 8 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII APRESENTAÇÃO O décimo sétimo Simpósio de Ciências Aplicadas é um marco histórico para todos os membros da nossa prestigiada FAEF. Chegamos às vésperas de duas décadas de existência, tratandose do mais relevante evento anual de ensino, pesquisa e extensão da nossa IES, momento em que todos os membros da direção, coordenações, corpo administrativo, funcionários, colaboradores, docentes e discentes estão unidos para um único objetivo, qual seja, a construção e a divulgação do conhecimento. Prova dessa assertiva é a inscrição de aproximadamente 2000 pessoas entre alunos e profissionais das diversas áreas e um número elevado de trabalhos científicos, entre artigos, comunicações científicas e técnicas, relatos de casos, revisões de literatura e outros. A cada ano, felizmente, majora o volume e a qualidade dos trabalhos inscritos e aprovados para publicação nos anais. Todavia, para quem pensa que alcançamos tudo, vale aguardar para participar desses quatro dias de evento, pois, aspiramos continuar “mudando a história” da melhor maneira que sabemos: produzindo e divulgando conhecimento (tríade: ensino, pesquisa e extensão de excelência). Assim sendo, com muita dedicação, paixão e profissionalismo ao que fazemos, temos a certeza de que a décima sétima edição do Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF, leva-nos, a cada ano, a buscar o conhecimento como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 9 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA que pela primeira vez, pois objetivamos atingir a nossa parcela neste processo essencial para a formação dos nossos alunos, profissionais que já estão no mercado de trabalho e a população externa que nos visita para abrilhantar este grandioso evento científico. Sejam todos bem-vindos! PROF. MSC. OSNI ÁLAMO PINHEIRO JÚNIOR PRESIDENTE EXECUTIVO 10 DO XVII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente de Honra do Simpósio Profª. Drª. Dayse Maria Alonso Shimizu Presidente Executivo do Simpósio Prof. MSc. Osni Alamo Pinheiro Junior Vice Presidente Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Comissão Científica do Simpósio Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Profª. MSc. Vanessa Zappa Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria Comissão de Infraestrutura do Simpósio Prof. Esp. Daniel Aparecido Marzola Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. Esp. Fernando Rocha Prof. Esp. Alexandre Luis da Silva Felipe Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 11 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima Sra. Maria Aparecida da Silva Comissão de Captação de Parceiros Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Sr. Mateus Souza Avelar Prof. Esp. Paulo César Jacobino Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Comissão de Marketing, Comunicação Visual e Mídias Sociais Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Srta. Andréia Travenssolo Mansano Profª. MSc.Vanessa Zappa Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo Sr. Anderson de Oliveira Cardoso Moraes Comissão de Documentação e Expedição de Certificados Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Profª. MSc. Raquel Beneton Ferioli Srta. Ana Stela Agostinho Costa Srta. Andréia Travenssolo Mansano Srta. Suellen Sossolote Comissão de Cultura e Entretenimento Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo 12 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Srta. Andréia Travenssolo Mansano Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade Sra. Maria Aparecida da Silva Profª. MSc. Gisele Fabricia Martins dos Reis Prof. Msc.Diego José Zanzarini Delfiol Comissão de Secretaria e Tesouraria do Simpósio Profª. Msc. Priscilla dos Santos Bagagi Profª. Msc. Gisleine Galvão Bosque Prof. Msc. Augusto Gabriel Claro de Melo Profª. Esp. Amaly Pinha Alonso Srta. Rosilene Pedroso de Oliveira Srta. Ana Stela Agostinho Costa Sr. Wilson Shimizu Comissão Editorial do Simpósio Prof. Dr. Aroldo José de Abreu Pinto Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 13 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA COMISSÃO CIENTÍFICA DOS CURSOS Administração Prof. MSc. Ricardo Alves Perri Prof. Esp. Jorge Toshio Fushimi Agronomia Prof. Dr. Edgard Marino Júnior Prof. Esp. Giovana Paiva Azevedo Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria Ciências Contábeis Prof. Esp. Nildemar Andrade Gonçalves Gonzaga Prof. Esp. Cristiano dos Santos Dereça Direito Prof. Esp. Diogo Simionato Alves Prof. Dr. Silvio Carlos Alvares Profª. MSc. Simone Doreto Campanari Profª. Drª. Érika Cristina de Menezes Vieira Costa Tamae Profª. MSc. Claudia Telles de Paula Engenharia Florestal Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Prof. MSc. Murici Carlos Candelaria Prof. Esp. Victor Lopes Braccialli Medicina Veterinária Profª. Esp. Fernanda Tamara Neme Mobaid Agudo Romão Profª. Msc. Raquel Beneton Ferioli Profª. Msc. Vanessa Zappa Pedagogia Prof. MSc. Odair Vieira da Silva Profª. MSc. Neuci Leme de Camargo Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Psicologia Prof. MSc. Rangel Antonio Gazzolla Profª. MSc. Juliana Baracat Turismo Profª. Msc. Talita Prado Barbosa 14 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII AGRADECIMENTOS A Comissão Organizadora e a Administração Superior da Sociedade Cultural e Educacional de Garça agradecem imensamente a todos aqueles que participaram do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e, em especial, aos palestrantes, apoios e/ou patrocínios das empresas e órgãos públicos que contribuíram para o sucesso do evento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 15 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 16 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII PROGRAMAÇÃO Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 17 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA MINICURSOS XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF - Entretenimento Além de enriquecer o conhecimento profissional, no XVII Simpósio de Ciências Aplicadas os participantes puderam participar de atividades culturais, de entretenimento, de lazer e de educação ambiental. Confiram a programação: - Dia 6 de maio, a partir das 19h, na Estância FAEF: Concurso Miss e Mister FAEF e Nossos Talentos; - Dia 7, 8 e 9 de maio, das 17h30 às 19h, no campo: Campeonato de futebol; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no Haras: Atividades Equestres; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, na Estância FAEF: Dog Fashion Day; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no NUEMA: Oficina Ambiental. 18 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII TRABALHOS APRESENTADOS Agronomia Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 19 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 20 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE APLICAÇÃO DE COBALTO E MOLIBIDÊNIO VIA FOLIAR NA CULTURA DA SOJA Fouad Hassan PARACAT1 Reginaldo Mendes SILVA2 Felipe Camargo de Campos LIMA 3 Giovana LOPES4 1 2 3 Engenheiro Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil Docente do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil 4 Discente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil RESUMO Com o objetivo de avaliar, em condições de campo, o efeito da aplicação de cobalto e molibdênio sobre a nodulação da soja e a fixação biológica do nitrogênio favorecendo o desenvolvimento dos estádios, altura das plantas, foi realizado um experimento no município de Jandaia do Sul (PR). Os tratamentos foram constituídos pela combinação de doses de cobalto (0, 1, 0, 1 e 2 ml/L) e duas doses de molibdênio (0, 0, 1, 1 e 2 ml/L), aplicadas na forma de solução via foliar, na ausência de inoculante. As doses de 1ml/L cobalto não apresentaram resultados promissores, não causaram desenvolvimento visível na altura das plantas. Os resultados mostraram que a aplicação de cobalto e molibdênio via foliar na soja é necessária aplicar em doses de 2 ml/L, doses superiores é fito tóxico para a cultura da soja. Palavras chave: altura; foliar; estádios; nódulos; Soja. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 21 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT In order to evaluate , under field conditions , the effect of cobalt and molybdenum on soybean nodulation and biological nitrogen fixation promoting the development of stadiums , plant height , an experiment was conducted in the municipality Jandaia do Sul (PR). The treatments were a combination of cobalt doses (0, 1, 0, 1 and 2ml/L) and two doses of molybdenum (0, 0, 1, 1 and 2ml/L), applied as foliar solution, in the absence of inoculant. The doses of 1ml / L cobalt did not show promising results, did not cause any noticeable development in plant height. The results showed that the use of cobalt and molybdenum is required in soybean applied in doses of 2 ml/L, doses above aim is toxic to soybean. Keywords: height, leaf; furlongs; nodules; Soy. 1. INTRODUÇÃO A soja é um grão rico em proteínas, cultivado como alimento tanto para humanos quanto para animais. A soja pertence à família Fabaceae (leguminosa), assim como o feijão, a lentilha e a ervilha. A palavra soja vem do japonês shoyu. A soja é originária da China e do Japão. O maior produtor de soja do mundo são o Brasil (32%), seguido dos Estados Unidos (28%), Argentina (21%), China (7%) e Índia (4%). A produção mundial estimada para a safra 2013/2014 é estimada em 281,7 milhões de toneladas (COABRA, 2013). A importância da soja (Glycine max) nos dias atuais é indiscutível, principalmente em países produtores e exportadores, como Estados Unidos e Brasil, onde a geração de divisas e a influência na balança comercial são expressivas. A produção brasileira na safra 2012/2013, chegou a 82 milhões de toneladas e para a safra 2013/2014 é estimado um recorde de produção de 88 milhões de toneladas (COODETEC, 2013), e tanto o crescimento da produção quanto o aumento da capacidade competitiva da soja brasileira estão associados aos avanços científicos e à disponibilização de tecnologias ao setor produtivo (EMBRAPA, 1998). Segundo Reis (2004), houve um aumento na demanda mundial por alimentos, e muitos países não possuem mais área para expandir 22 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF a produção agrícola, portanto a uma necessidade constante de aumentar a produtividade por área das culturas, sendo que a cultura da soja uma das principais fontes de alimentos devido a sua concentração de proteína e óleo. A soja é uma das culturas que vem dando sustentabilidade econômica para a atividade agrícola no Brasil, ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional. Reis (2004) descreve que a soja se tornou no agronegócio Brasileiro uma grande geradora de riquezas. Hoje o Brasil é o maior produtor mundial do grão, seguido dos Estados Unidos. No Brasil a maior contribuição para a produção dos grãos é da região Centro Oeste a qual responde por 45,3% da produção nacional o que corresponde a 35,7 milhões de toneladas, a região Sul ocupa a segunda posição com produção de 40,8% cerca de 31,3 milhões de toneladas. A média nacional de produtividade segundo levantamento da Conab a produção de 2011/2012, foram colhidas 66,38 milhões de toneladas de soja, a safra 2012/2013 registrou novo recorde de 79 milhões de toneladas de soja. (CONAB, 2013). Como os solos utilizados na sucessão soja/milho safrinha já são corrigidos, o risco de deficiência de Mo é baixo, o que poderia acarretar má fixação do N. Mas de maneira geral, é recomendada a aplicação de Mo e Co via semente ou foliar para a cultura da soja, para aumentar a eficiência da fixação simbiótica do N (SOUSA et al., 1993). O cobalto (Co), apesar de não se apresentar como elemento essencial às plantas, é um elemento essencial aos microrganismos fixadores de N. O Co faz parte da enzima cobalamina (vitamina B12 e seus derivados), um componente de várias enzimas em microrganismos fixadores de N (VIDOR; PERES, 1988). O presente trabalho foi realizado como objetivo de avaliar a resposta da soja à aplicação na ausência e na presença de doses de cobalto e molibdênio, através da aplicação via foliar. 2. DESENVOLVIMENTO 2.2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em vasos e desenvolvido no período de Julho de 2013 a Setembro de 2013, com o cultivar de Soja Syngenta Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 23 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA VMax RR. Nesse estudo foi avaliado as respostas da soja à aplicação de cobalto e molibdênio via foliar. 2.2.1 Localização do Experimento e a caracterização do cultivar O experimento foi realizado no município de Jandaia do Sul, PR, em um Latos solo Vermelho de textura argilosa. O solo do tipo argiloso foi coletado dia 25/07/2013 na chácara da família De Nez, e feito a coleta de amostra do solo no mesmo dia a coleta e encaminhado para o Laboratório de análises de solo, os resultados de análises químicas do solo da camada de 0-20cm, realizadas antes da instalação do experimento, estão apresentados na tabela abaixo. A área onde foi realizado o experimento é uma residência, localizada geograficamente a “ 23° 36* 10” de latitude (S) e a 51° 38* 34" de longitude (O). Segundo (IAPAR ,2013) o clima está classificado, como Cfa (subtropical úmido mesotérmico), com uma precipitação média anual de 1500mm e temperatura média máxima de 26°C e mínima de 8,4°C. O cultivar VMax RR pertence a Syngenta, do grupo de maturação semiprecoce, com ciclo total de 126 dias, altura média da planta de 110cm e massa de 100 sementes em torno de 18g. Apresenta hábito 24 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF de crescimento indeterminado, sendo tolerante ao acamamento, hipocótilo de cor verde, flor branca, pubescência cinza, vagem marrom clara, hilo marrom claro, tegumento da semente amarelo e tolerante a deiscência da vagem, segundo (Syngenta ,2013). 2.2.2 Delineamento Experimental O delineamento experimental empregado foi o de delineamento de blocos ao acaso, em esquema fatorial 5x4, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos por três doses de cobalto: 0, 1, 0, 1 e 2ml e três doses de molibdênio: 0, 0, 1, 1 e 2ml, aplicadas via foliar em soja. Como fontes de cobalto e molibdênio, foram utilizados sulfato de cobalto (CoSO4.7H2O) e molibdato de sódio (Na2MoO4.2H2O), respectivamente. Para o preparo das formulações foi utilizada como veículo, água. As parcelas foram constituídas por vasos, cada contido com três plantas de soja, com espaçamento de 0,20cm entre as plantas. Compreendendo 20 vasos de 8 litros. Os dados foram analisados considerando o DBC com 4 repetições pelo programa SAS (2004) e, quando o teste F apresentou significância na ANOVA, realizou-se o teste Tukey (pd” 0,05). 2.2.3 Instalação e Condução do Experimento A semeadura foi realizada em 1 de Agosto de 2013, manualmente, em sistema convencional de preparo de solo, utilizando-se 5 sementes por vasos. Como adubação de base foram utilizados 2kg da fórmula 04-0010 (N-P2O5-K2O) da TimacAgro, 100g nos vasos no mesmo dia da semeadura, conforme a imagem abaixo. As sementes não foram inoculadas Bradyrhizobium. O início da emergência das plântulas ocorreu cinco dias após a semeadura, após 10 dias ocorreu geada onde retardou o desenvolvimento das plântulas, causando danos conhecido como pé de geada. A aplicação do cobalto e o molibdênio foi realizada no mesmo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 25 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA dia dissolvidos em 1/L de água cada tratamento, a forma de aplicação foi por meio de borrifador, como exemplo. O estádio das plantas quando foi realizada 20 dias após a semeadura, as plântulas estavam no estádio de VC (Cotilédones completamente abertos), conforme exemplos abaixo. O controle de plantas daninhas foi feito através de coletas manuais. 2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A germinação das sementes ocorreu de maneira homogênea e as plantas apresentaram desenvolvimento normal durante o início do ciclo da cultura. Os dados de precipitação pluvial e temperatura média do ar, ocorridos durante os meses em que se desenvolveu o experimento, mostraram que as condições foram favoráveis ao desenvolvimento das plantas, nos diversos estádios de desenvolvimento. É importante salientar que, no tratamento 1 foi aplicado 1 ml/L de cobalto, no tratamento 2 foi aplicado 1ml/L de molibdênio, no tratamento 3 foram aplicados 1ml/L de cobalto junto com 1ml/L de molibdênio, no tratamento 4 foram aplicados 2ml/L de cobalto junto com 2ml/L de molibdênio e nas testemunhas não foram feitas aplicações. 2.3.1 Altura da Planta A aplicação de cobalto e molibdênio no tratamento 4 promoveu maior desenvolvimento na altura da planta, contribuindo na precocidade dos estádios iniciais. 26 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A adubação com Cobalto e Molibdênio aplicados via foliar na cultura da soja, proporcionou incremento resultando no desenvolvimento da altura da planta, isso se deve à soja realizar Fixação Biológica de Nitrogênio, na qual foi capaz de suprir sua exigência pelo elemento. Marcondes e Caires (2005), realizaram um trabalho com aplicação de Cobalto via semente em função do fornecimento de Nitrogênio, em nenhuma das variáveis analisadas, não apresentou diferença significativa entre os tratamentos testados. 2.3.2 Comprimento da Raiz Verificou-se efeito significativo das fontes de fertilizantes cobalto e molibdênio sendo que todos os tratamentos apresentaram diferentes resultados até os 10 dias após a aplicação, após esse período o tratamento 4 foi o que apresentou diferença estatística dos demais tratamentos, conforme tabela 4. Os tratamentos que houve a presença de molibdênio apresentaram resultados superiores aos demais tratamentos, diferindo apenas nos tratamentos com os resultados semelhantes no trabalho realizado por Vieira (2001), na cultura do feijão. O cobalto e o molibdênio estimularam a produção de auxinas que atuam no mecanismo de controle do crescimento das raízes, sendo a principal ação o alongamento celular. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 27 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.3.3 Número de Folíolos Referente à variável número de folíolos, não houve diferença estatística entre os tratamentos, (Conforme tabela 5), quando comparado ao número de folíolos que é a variável que mais caracteriza entre si, podemos verificar que o resultado foi o mesmo, diferindo apenas da testemunha. Os tratamentos que houve a presença de cobalto e molibdênio apresentaram resultados superiores em relação as testemunhas, comprovando que, a presença da aplicação dos nutrientes apresentaram respostas elevadas. Trabalhos semelhantes com aplicação dos mesmos nutrientes, apenas apresentaram respostas em relação a fitotoxidade causada por dosagens elevadas, proporcionando deficiências de outros nutrientes. 2.3.4 Número de Nódulos Verificou-se efeito significativo dos diferentes tratamentos sendo que todos apresentaram resultados diferentes até os 10 dias após a aplicação, após esse período o tratamento 4 foi o que apresentou diferença estatística dos demais tratamentos. Conforme tabela 6. Comparando com experimentos semelhantes, os resultados de número de nódulos mostraram que não houve efeito significativo da aplicação de doses de cobalto sobre a nodulação da soja. Além da aplicação de cobalto não apresentar efeito significativo sobre a 28 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF nodulação da soja, a utilização de 8 g/ha do elemento causou fitotoxicidade nas plantas emergidas, caracterizada por clorose e necrose dos bordos das folhas primordiais. Ahmed (1960) obtive efeito positivo da aplicação de cobalto na nodulação da soja, o que não aconteceu no presente trabalho. Em outras culturas, como a ervilha e o amendoim, foi demonstrado que a aplicação de cobalto aumentou o número de nódulos e a fixação simbiótica do nitrogênio. 3. CONCLUSÃO A aplicação de cobalto e molibdênio via foliar que influenciou a nodulação, a absorção de nitrogênio, a altura da planta, comprimento das raízes, mostrando que a sua utilização é essencial para a cultura. A aplicação de cobalto e molibdênio no tratamento e 4 via foliar influenciou na altura, na nodulação, no comprimento das raízes e quantidade de folíolos, resultando em uma absorção maior de nitrogênio visivelmente. Nos tratamentos 1, 2 e 3 em alguns comparativos os resultados não diferiram entre si. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHMED, S. & EVANS, H. J. Effect of cobalt on the growth of soybeans in theabsence of supplied nitrogen. Biochem. Biophys. Res. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 29 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Commun., New York, v. 1, p.271-275, 1959. COABRA – Cooperativa Agro Industrial do Centro Oeste do Brasil. Unidade de ensino, pesquisa e assistência. Disponível em: <http:/ /www.coabra.com.br/site/Graos.aspx>. Acesso em: 10 Outubro 2013. CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Soja, Safra 2012/ 2013. Primeiro levantamento, Maio de 2013. 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Ferramentas Metodológicas. Informática na Educação. ABSTRACT This work aims to present a literature review on the relevance of the use of information technology in teaching Mathematics. The theme is justified by the fact that, as many students have difficulties in mathematics, this tool can help in the teaching and learning process, in addition, appropriates some teaching methodologies proposed by the National Curriculum Guidelines and may allow yields the best students. Keywords: Mathematics Education. Methodological Tools. Computers in Education. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 31 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 1. INTRODUÇÃO A Matemática é uma disciplina de suma importância para o desenvolvimento do pensamento lógico e científico. Ela está inserida na vida cotidiana das pessoas e seus conteúdos fornecem subsídios para resolver problemas reais. Possuir um saber matemático apurado é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio. Em concordância a esta afirmação, Falconi e Silva (2012) ressaltaram que a Matemática desempenha um papel decisivo na vida das pessoas, por permitir resolver problemas do cotidiano, por ser um instrumento de comunicação, por ser fundamental na formação do pensamento lógico e por desenvolver habilidades de raciocínio específicas. No entanto, estatísticas revelam que o desempenho dos alunos na disciplina de Matemática é baixo, caracterizando assim, a dificuldade na assimilação e aquisição do conhecimento matemático. Para assimilar de forma efetiva conceitos matemáticos se faz necessário ensiná-los de maneira correta para que eles sejam bem compreendidos, por este motivo existe uma preocupação crescente quanto aos métodos de ensino e aprendizagem a serem utilizados. Uma boa aula de Matemática é de responsabilidade do professor, que deve encontrar formas de trazer um significado atual para o que está sendo ensinado, adequando-o para a realidade dos alunos para que possa ficar claro o seu significado. É fundamental que os professores se apropriem cada vez mais de ferramentas tais como: a história da Matemática, o uso das tecnologias da informação e comunicação e das aplicações do mundo atual. Com isto, têm a possibilidade de pensar e planejar o ensino dessa disciplina de maneira adequada à realidade dos alunos, como sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN. Diante deste cenário, houve um crescimento das pesquisas acerca do uso da informática na educação Matemática, pelo fato do computador tirar o aluno da sala de aula e trazê-lo para uma realidade mais próxima da real. O autor supracitado diz que o estudo do uso do computador no ensino da Matemática, ou como ferramenta de investigação cognitiva, ou como maneira de renovar os cursos tradicionais, tem se firmado 32 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF como uma das áreas mais ativas e relevantes da Educação Matemática. Com os avanços tecnológicos, a modernização da Matemática se tornou imprescindível, visto que na era da tecnologia praticamente tudo pode ser feito no computador e isso se tornou uma preocupação para os educadores de vários países como cita D’Ambrósio (1999 apud SOUZA, 2001). A modernização da Matemática nas escolas tornou-se uma preocupação em todos os países, sobretudo em vista da entrada na era da alta tecnologia. Os trabalhadores e a população em geral, e sem dúvida técnicos e cientistas, necessitam da Matemática mais Moderna. Novas posturas, novos métodos de ensino e até mesmo novos conteúdos se fazem necessários (D’AMBROSIO, 1999 apud SOUZA, 2001). Neste sentido, este trabalho procura apresentar a importância do uso da informática no ensino de Matemática, visto que essa ferramenta pode facilitar o ensino da disciplina, incentivar o aluno a aprender com aulas interativas, pode permitir ao professor chegar mais facilmente aos discentes que apresentam alguma dificuldade em relação à disciplina e proporciona uma aprendizagem mais divertida, alcançando melhores resultados. 1. O ENSINO DA MATEMÁTICA E AS FERRAMENTAS METODOLÓGICAS A matemática é uma área muito importante do conhecimento humano pelo fato de estar presente em ações corriqueiras do nosso dia-a-dia como, por exemplo, fazer compras, abastecer o carro, fazer um seguro de vida, nas construções civis, dentre outros. Diante disto, é de suma importância que sua aprendizagem seja eficaz, mas muitas vezes têm-se resultados negativos neste processo o que pode desestimular o aluno. Outro fator desestimulante são os métodos aplicados no ensino que muitas vezes são feitos de maneira retrógrada, maçante e pouco atraente. Segundo o PCN (1997), a matemática costuma despertar dois tipos de sensações a constatação de que se trata de uma área de conhecimento importante; de outro, a insatisfação diante dos Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 33 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA resultados negativos obtidos com muita frequência em relação a sua aprendizagem. Tornou-se um desafio para os educadores buscarem alternativas para superar tais dificuldades. A aceitação da informática como ferramenta educativa levou muitos anos para ser aceita por se colocar no lugar de um hábito milenar e, também, por existir a resistência por parte de muitos professores que se sentem inseguros por não ter um preparo adequado. A escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quatro séculos, tem-se o uso moderado da impressão. Uma verdadeira integração da informática supõe o abandono de um hábito antropológico mais que milenar o que não pode ser feito em alguns anos. (LEVY, 1993 apud CARMO, 2002). Segundo Antunes (1998), o papel da escola renova-se com estudos e descobertas sobre o comportamento cerebral e, nesse contexto, a nova escola é a que assume o papel de “central estimuladora da inteligência”. Se o indivíduo já não precisa ir à escola para aprender, ela necessita da escolaridade para “aprender a aprender”, desenvolver suas habilidades e estimular suas inteligências. O professor não perde espaço nesse novo conceito de aula, ao contrário, transforma a sua profissão na mais importante de todas por ser um estimulador da inteligência e agente orientador. A utilização do computador como ferramenta educacional está em plena expansão e o seu devido uso permite que o aluno execute algo para expressar o conhecimento adquirido, desta forma a aprendizagem se dá através de resoluções de problemas. Assim, segundo Felippin (2004 apud MORELLATO et. all. 2006), o uso da informática na educação tem como objetivo promover a aprendizagem do aluno, ajudando na construção do processo de conceituação e no desenvolvimento de habilidades importantes para que ele participe da sociedade do conhecimento. Abordando esse mesmo conceito, mas direcionando-o para a matemática Borges Neto et all (1998 apud SOUZA 2001) afirmam que: O computador é um instrumento excepcional que torna possível simular, praticar ou vivenciar verdades Matemáticas (podendo até sugerir conjecturas abstratas), de visualização difícil por parte daqueles que desconhecem 34 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF determinadas condições técnicas, mas fundamentais à compreensão plena do que está sendo proposto (BORGES NETO et all 1998, p.149 apud SOUZA 2001). Esses avanços tecnológicos e o aumento da sua presença na educação levou o governo a criar programas para estimular o uso da informática nas escolas, dentre estes, pode-se citar o ProInfo (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) É um programa educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico de informática na rede pública de educação básica. O programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias. O ProInfo não é um programa tão recente, foi criado em 1997 buscando promover o uso das TICs (Tecnologias de Informática e Comunicações) nas escolas. (...) programa educacional criado pela portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs) na rede pública de ensino fundamental e médio.(PROINFO, 2013) O uso da informática nas escolas normalmente se da através da utilização de Softwares educacionais. Segundo Vesce (2012), os Softwares podem ser considerados programas educacionais a partir do momento em sejam projetados por meio de uma metodologia que os contextualizem no processo de ensino e aprendizagem. Neste sentido a escolha do Software por parte dos educadores é uma tarefa complexa devido à imensa quantidade de produto disponível e pelo fato de não existir nenhum parâmetro para auxiliálo nessa escolha. Segundo Dourado (2008), uma das dificuldades que os educadores enfrentam é selecionar, entre os diferentes Softwares disponíveis no mercado, aqueles que serão mais adequados para os seus objetivos educacionais e para seus alunos. O sucesso da informática na educação se deve principalmente Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 35 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA pelo fato de ser uma ferramenta que desperta um maior interesse nos alunos, possibilita a mudança de rotina na sala de aula, estimula o aluno e se revela como outra forma metodológica que aprimora o conhecimento matemático. De acordo com Weiss e Crus (2001apud MORELLATO et all 2006), o que ocorre é que diante do computador, a rotina da sala de aula pode ser esquecida pela criança. Desta forma, esta acaba por revelar conhecimentos que constrói e que já havia construído, tornando-se um ser em busca de autoconhecimento e melhor relacionamento com o outro. Neste sentido o uso da informática na educação faz com que o aluno construa o conhecimento através de resoluções de problemas ao invés de ser transmitido a ele pelo educador conseguindo desta forma atingir as expectativas. Para Passerino (2001, p.) “a aprendizagem com tecnologia, se embasa nas teorias construtivistas nas quais o conhecimento é construído pelo sujeito não transmitido”. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do cenário mundial, verifica-se que a modernização das metodologias aplicadas ao ensino da Matemática se torna imprescindível. Pois, tais ações podem melhorar a aquisição do conhecimento matemático, aumentando o raciocínio lógico. A informática é uma ferramenta que vem sendo aplicada com bastante intensidade nas Instituições Escolares e mostra-se eficaz no processo de ensino e aprendizagem. No entanto, os docentes devem ter a preocupação de se especializarem em novas estratégias de ensino para que a aprendizagem torne-se cada vez maior, e a assimilação do conhecimento matemático se efetive. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas E Seus Estímulos. 1998. Disponível em: http://books.google.com.br/books/about/ Intelig%C3%AAncias_M%C3%BAltiplas_E_Seus_Est%C3%ADmu.html?hl=pt36 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF BR&id=cYMF3L5b46sC. Acesso em: 22 de abril de 2013. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, 1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental. Matemática . Secretaria de Educação Fundamental, Brasília: MEC, SEF, 1997. CARMO, Josué G. B. do. O Ensino da Matemática em Ambientes Informatizados. 2002. Disponível em: http:// www.educacaoliteratura.com.br/index%2068.htm. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF BIODIGESTOR ANAERÓBICO Leandro CAROLINO¹ João BERNARDO JUNIOR¹ Jessica SILVA¹ Alexandre Luis da Silva FELIPE² ¹Discente de agronomia da FAEF, email: [email protected]. ²Docente de agronomia da FAEF, email: [email protected] RESUMO Biodigestores são construções as que ganharam destaque, , haja visto o anseio da sociedade atual por ações ecológicas e aliadas do meio ambiente, por se tratar de um equipamento que alia a produção de energia Limpa, tratamento de resíduos e a produção do subproduto – biofertilizante. Os maiores interessados e beneficiados diretamente com a instalação dos biodigestores são os produtores rurais, que sanam suas problemáticas com os dejetos animais e vegetais, obtém produtos para usufruto de suas propriedades, a exemplo, venda de energia elétrica obtida pela queima do gás metano proveniente dos biodigestores. O presente trabalho objetivou discursar sobre os mesmos. PALAVRA-CHAVE: Biofertilizante, Decomposição, Instalação, Resíduos. ABSTRACT Biodigestors are constructions which is gaining prominence, as well as a vast space, the longing of the current society for ecological Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 39 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA and Allied actions on the environment, because it is a device that combines the production of biomass energy, waste treatment and by-product production – biofertilizer. There is to be said that the major stakeholders and beneficiaries directly with the installation of biodigestors are rural producers, that its problems with the dejections sanam animals and vegetables, gets products for enjoyment of their properties or the third parties, short of allowing earnings, for example, the sale of electrical energy obtained by burning methane gas from biodigesters. The present work aimed to speak about the same. KEYWORD: Biofertilizer, Decomposition, Installation, Waste. 1.INTRODUÇÃO O anseio pela diminuição do impacto ocasionado pela sociedade moderna ao meio-ambiente, faz-se presente em nosso dia-a-dia, e deixou de ser um assunto somente para ecologistas. Nesta concepção, a atividade da suinocultura vem apresentando significativo crescimento, o que traz consigo uma grande preocupação quanto à degradação ambiental e consequentemente prejuízos à qualidade de vida das pessoas. Devido ao acréscimo da produtividade, aumenta a produção resíduos dispensáveis, ou seja, os dejetos, a exemplo, como consequência, a atividade da suinocultura, devido aos excrementos expelidos pelos suínos, é tida pelos órgãos ambientais como uma “atividade potencialmente causadora de degradação ambiental” (EPAGRI/EMBRAPA, 1995). Em termos os biodigestores são equipamentos que se tem conhecimento a mais de duzentos anos, respondendo bem ao apelo por aproveitamento e tratamento de resíduos, geração de energia e produção de biofertilizantes (BATISTA, 1980 et al., 2008). Sendo esses uma câmara fechada (protegido do contato com o ar atmosférico) onde os materiais orgânicos são fermentados anaerobicamente (decomposição) tendo como resultado uma mistura de gás, principalmente o metano (BATISTA, 1980). Os benefícios atribuídos a um biodigestor são inúmeros, mais podemos citar entre eles: melhoria das condições de higiene para os 40 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF animais e as pessoas; geração de biogás, energia renovável e limpa; produção de biofertilizante; tecnologia sustentável; benefícios ambientais; benefícios econômicos e sociais; Eles são projetados de acordo com as necessidades a serem atendidas, havendo disponíveis e variados modelos no mercado. Os tipos de biodigestores mais encontrados na literatura são, o Indiano, Chinês, por Batelada e o biodigestor em manta de laminado de PVC. A respeito da eficiência energética do setor rural do país temos que, salvo a de origem na própria fazenda, é praticamente originária de fontes centralizadas, como o petróleo e a energia elétrica. Esta condição tem feito do usuário agrícola um mero instrumento, manipulado pelas centrais de abastecimento elétrico e pela política externa do petróleo. Em consequência, o desenvolvimento agrícola tem sido, em parte, controlado pelos desejos e vontade dos vendedores de energia (BATISTA s.d.). São muitos os critérios e fatores que propiciam o emprego dessas construções no Brasil, para a produção de biogás e biofertilizantes, que poderá oferecer à comunidade rural energia adequada e barata, face à grande quantidade de matéria-prima disponível para sua produção. A constante mudança na economia mundial, provocada pelos sucessivos aumentos nos preços do petróleo, fez com que o Governo Brasileiro desse maior atenção à produção de biogás, que nas áreas rurais poderá rapidamente permitir a autossuficiência energética, devido à existência de grande quantidade de resíduos orgânicos (culturais e animais), para a utilização em biodigestores (BATISTA,1980). 2.PRODUTOS DA BIODIGESTÃO A fase de tratamento de materiais orgânicos que se desenvolve na ausência de oxigênio e, simultaneamente, uma opção energética com reconhecida vantagem ambiental, é conhecida por digestão anaeróbia. Um dos benefícios do processo, que logo contribuiu para um crescente interesse por esta tecnologia, reside na conversão da maior parte da carga poluente do efluente em uma fonte de energia: o biogás. O subproduto por nome de biogás, em biodigestores os quais fazem uso de dejetos animais como matéria-prima, não apresenta nenhum problema, pois as fezes dos animais já contém bactérias metanogênicas. Já nos biodigestores que funcionam com Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 41 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA resíduos celulósicos a inoculação deve ser realizada com dejetos de animais para garantir a presença de bactérias metanogênicas, sem as quais não há produção de biogás. Após a arrancada inicial (± 20 dias), substitui-se gradativamente, os dejetos animais pela matéria celulósicas que será utilizada como matéria-prima. Em seu início a produção de biogás, origina muito CO2, por isso deve desprezá-la, abrindo o registro até que o gasômetro esvazie até à metade. A partir daí utiliza-se normalmente o gás. Em uma típica composição do biogás, temos 60% de metano, 35% de dióxido de carbono e 5% de uma mistura de hidrogênio, nitrogênio, amônia, ácido sulfídrico, monóxido de carbono, aminas voláteis e oxigênio (WEREKO-BROBBY; HAGEN, 2000). A produção do mesmo é influenciado por diversos fatores, no entanto todos são perfeitamente controláveis. Segundo BATISTA (1980), a produção do biogás nada mais é do que uma função da composição da matéria-prima utilizada e da eficiência do sistema digestor, além de outros fatores. Ao final do processo, a biomassa fermentada deixa o interior do biodigestor em forma líquida, com grande quantidade de material orgânico, excelente para a fertilização do solo. Com a aplicação deste biofertilizante no solo, melhora-se as qualidades biológicas, químicas e físicas do mesmo, superando qualquer adubo mineral. De acordo com Sganzerla (1983) o qual salienta que, devido ao processo que ocorre na biodigestão, a matéria orgânica (biomassa), perde exclusivamente carbono, sob a forma do gás metano (CH4) e gás Carbônico (CO2), aquém de, influir no acréscimo do teor de nitrogênio e outros nutrientes. Desta maneira, o biofertilizante funciona como corretor de acidez do solo. O biofertilizante, ao contrário dos adubos minerais, melhora a qualidade do solo, deixandoo mais fácil de ser trabalhado e proporcionando uma melhor penetração de raízes. Além disso, faz com que o solo absorva melhor a umidade do subsolo, resistindo facilmente a longos períodos de estiagem. MÉTODOS 2.1. BIODIGESTOR CHINÊS Biodigestor anaeróbico modelo chinês. Constituído por uma 42 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF câmara cilíndrica em alvenaria (tijolo) para a fermentação, com teto abobado, impermeável, designado para o armazenamento do biogás. Tem seu funcionamento como base no princípio de prensa hidráulica, de modo que aumentos de pressão em seu interior resultantes do acúmulo de biogás resultarão em deslocamentos do efluente da câmara de fermentação para a caixa de saída, e em sentido contrário quando ocorre descompressão. O modelo Chinês escolhido devido ser quase que em toda a sua totalidade em alvenaria, não havendo necessidade do uso de gasômetro em chapa de aço, havendo considerável redução nos custos, devendo apenas se atentar para problemas com vazamento do biogás caso a estrutura não seja bem vedada e impermeabilizada. Haverá uma parcela do gás formado na caixa de saída e liberada para a atmosfera, reduzindo parcialmente a pressão interna do gás, não podendo suportar mais do que a capacidade especificado no projeto. O substrato deverá ser fornecido continuamente, com a concentração de sólidos totais em torno de 8%, para evitar entupimentos do sistema de entrada e facilitar a circulação do material. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os biodigestores são de imensurável valor aos novos moldes de produção agrícola, nos quais atenta-se muito para redução e reutilização de todos os resíduos, sendo nesse cenário os biodigestores excelentes para atender a essas expectativas. A construção desses são de baixa complexidade frente aos benefícios que proporcionam. 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA, L.F. Curso Biogás; energização rural. Brasília, Ministério das Minas e Energia, s.d. 35p. BATISTA, L.F. Manual Técnico; Construção e Operação de Biodigestores. Brasília, EMBRATER, 1980. 54p ilust. (Manuais, 24). DEGANUTTI, R. P. et al. Biodigestores Rurais: Modelo Indiano, Chinês e Batelada. Departamento de Arquitetura, Artes e Representações Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 43 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Gráficas, UNESP: Bauru, 2002. PEREIRA, M. F. Construções rurais. Editora nobel. São Paulo. 1986. p.299-318. GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de empresas. São Paulo, v. 35, n.3, p.20-29, maio/ jun. 1995. EMBRAPA, DIMENCIONAMENTO E MANEJO DE BIODIGESTORES, Foz do Iguaçu, 2010. EPAGRI. Aspectos Práticos do Manejo de Dejeto Suínos. Florianópolis: EPAGRI/EMBRAPA – CNPSA, 1995. KUNZ, Airton. Uso de biodigestores para tratamento de resíduos animais. 1. ed. Santa Catarina: Embrapa, 2008. 1 p. SGANZERLA, Edílio. Biodigestores: uma solução. Porto Alegre: Agropecuária, 1983. SILVA A.M. da. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONSTRUÇÃO DE CULTIVO PROTEGIDO SUSTENTÁVEL COM USO DE BAMBU Luis Henrique Fernandes MEIRELLES Anderson JORGE Vinicius PRADO Fabiana de Luca XAVIER RESUMO No manejo de uma horta ou de uma construção de uma estufa em propriedades rurais de pequeno porte, é necessário que o proprietário tenha em sua propriedade materiais a serem aproveitados e que tenha em sua ou na de um vizinho duas ou mais touceiras de bambu material este que serão carro chefe para a construção de uma estufa que no momento deverá apenas ter seu gasto financeiro ao plástico de proteção (sombrite) para cobertura da estufa, ficando a critério do produtor o tamanho e suas dimensões. No presente estudo, foi construída e testada uma estufa de baixo custo. O sistema é composto de materiais a serem aproveitados e reutilizados na mesma propriedade e tendo como material principal na construção o bambu, já se passaram 6 meses de sua construção e seu resultados sobre as intempéries deste período foram satisfatórias PALAVRAS-CHAVE: estufa de baixo custo, bambu, sustentabilidade. ABSTRACT In the management of a garden or a building a greenhouse on small farms, it is necessary that the owner has in his property being Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 45 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA recovered materials and has in his or a neighbor two or more clumps of material Bamboo this that will be flagship for the construction of a greenhouse at the time should just have your financial outlay for sombrite plastic and greenhouse cover, left to the discretion of the producer size and dimensions. In the present study, we constructed and tested a greenhouse low cost. The system consists of materials to be recovered and reused on the same property with the major construction material in bamboo, it’s been 6 months of its construction and its results on the storms of this period were satisfactory. KEYWORDS: low cost greenhouse, bamboo, sustainability. 1. INTRODUÇÃO Historicamente o bambu (Bambusa vulgaris) tem acompanhado o desenvolvimento do ser humano, fornecendo alimento, abrigo, calor e uma infinidade de outros itens. Hoje em dia continua sendo muito utilizado, especialmente na Ásia, onde contribui para as necessidades de sobrevivência de mais de um bilhão de pessoas (SASTRY, , 1999). A partir dos anos 80, especialmente na China (CBRC, 2001), tem havido uma intensificação do seu uso em diversas áreas industriais, tais como, alimento, celulose e papel, engenharia, química e produtos a base de bambu laminado colado. Aproximadamente 22 milhões de hectares de bambu são cultivados em nosso planeta, sendo descritos mais de 4.000 usos para esta planta (HSIUNG, 1998). O estabelecimento de uma plantação leva em média de 5 a 7 anos, quando a moita atinge as dimensões como diâmetro, espessura e altura do colmo características da espécie (KUSAK, 1999). Uma moita contém sempre certa quantidade de colmos de diversas idades, denominados Brotos (1 ano), Jovens(1-3 anos), e Maduros (>3 anos), sendo em média formados 10 novos colmos anualmente (LIESE, 1985). O Projeto bambu, em desenvolvimento na Unesp, conta com uma coleção de espécies de bambu, incluindo 12 espécies prioritárias (PEREIRA, 1996), utilizadas para pesquisas sobre produtos na forma laminada colada, como pisos, painéis, cabos de ferramentas agrícolas e elementos para a construção civil, rural e moveleira. Dados preliminares de resistência mecânica do bambu na forma 46 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF laminada (GONÇALVES & PEREIRA, 2000) e de produtividade em m3ha1 (PEREIRA & GARBINO, 2002), já foram obtidos, confirmando as excelentes características mecânicas deste material. Como são escassos os dados sobre a utilização do bambu em nosso meio, o objetivo foi avaliar o uso do bambu como matéria prima para construção de sistema alternativo de cultivo protegido. Levando em consideração a certos critérios que devem ser despeitados para um melhor aproveitamento e utilização do material em questão, devem-se seguir alguns princípios básicos: Quanto ao corte, maturidade, época, modo de tratamento e cura do bambu. O ponto de corte deve ser acima do primeiro entre nó aparente, rente ao solo, evitando deixar uma espécie de copo onde à agua da chuva pode ser armazenada apodrecendo o rizoma abaixo da terra. Neste caso é recomendado o uso de uma serra dentada ou um dente de tubarão para evitar trinca do bambu caso seja feita com facão. Com vista ao maturecimento dos colmos acontece quando estes atingem 3 anos para bambus de rizomas paquimorfos (entouceiraste) e 5 anos para bambus de rizomas leptomorfos (alastrante). Colmos maduros apresentam fungos e linques, tendo aspecto de sujos. Colmos jovens são limpos e muitas vezes apresentam pó esbranquiçado próximo dos nós, provenientes das folhas caulinar, que após alguns meses de vida do colmo, se desprende do mesmo. Quando o ultimo colmo gerado já apresentam superfície foliar suficiente para realizar a fotossíntese é que os colmos maduros podem ser removidos, sem prejudicar o crescimento dos colmos jovens e para obtenção de colmos de menor quantidade de amido, o alimento de fungos e de insetos. A respeito da época do ano, deve-se escolher a fase adequada da lua, sendo a lua minguante a ideal. Outra atenção especial a ser tomada é quanto a idade do bambu. Para fins de tecelagem ou cestaria usam-se bambus jovens e imaturos, pela sua flexibilidade. Para fins de construção que é o caso em que o trabalho em questão se trata deve-se usar bambus maduros, mas não podres, com cerca de 3 a 6 anos, quando atingira, sua resistência ideal. O processo de cura consiste na secagem e diminuição da seiva (alimentos dos insetos que atacam o bambu) contida no bambu. Não Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 47 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA confundir com o tratamento. Podendo ser feito esta cura na mata onde se corta o colmo do bambu e deixando apoiado sobre uma pedra, no próprio bambuzal por cerca de 3 dias, . Não é 100% eficiente. Outro processo consiste na imersão em água, as varas de bambu devem ficar totalmente imersas em água por quatro semanas que serão eliminado amido e açúcar ( mas não totalmente) com esse banho l. O amido ira degradar-se através de fermentação anaeróbica. Outro modo muito utilizado para a cura é a ferver o bambu em água. Aconselham-se períodos de 15 a 60 minutos para cada grupo. Porém, as varas curadas por este método ficam mais suscetíveis a trincar, Cura pela ação do fogo consiste em submeter os colmos ao aquecimento em fogo direto. Com um maçarico deve-se começar a secagem a partir da base da vara, indo em direção a parte superior. Técnica conhecida como “Penteamento de fibras”, por alinhar as fibras do bambu. Utiliza-se fogo baixo, sempre girando o bambu para que siga de forma uniforme. Este tratamento é indicado para bambus alastrantes (leptomorfos). . 1.1.Tratamentos O bambu possui um teor de amido relativamente elevado em sua constituição, por isso ele é bastante suscetível ao ataque de pragas. Para obter maior resistência e durabilidade, principalmente quando destinado a construção, é muito importante que algumas providências sejam tomadas no sentido de otimizar o aproveitamento desse material Tratamento natural com tanino contra fungos e insetos. Os taninos são componentes polifenólicos distribuídos em plantas, alimentos e bebidas (MAKKAR;BECKER,1998,SANTOS et al.1997). De acordo com Zucker(1983), os taninos e encontram-se distribuídos em plantas superiores, ocorrendo em aproximadamente 30% das famílias. Eles são solúveis em água e solventes orgânicos polares, sendo capaz de precipitar proteínas (HARTICH; KOLODZIEJ,1997).O tanino inibe o ataque ás plantas por herbívoros vertebrados ou invertebrados, como o caruncho ( diminuição da palatabilidade, 48 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF dificuldades na digestão, produção de compostos tóxicos a partir da hidrolise dos taninos) e também por microorganismos patogênicos tais como os fungos. 1.2.Tratamento químico Solução preservativa indicada (baixa toxidade) Receita: 1kg de derivado de boro (bórax ou ácido bórico)(inseticida) + 1kg de sulfato de cobre (fungicida) + 100l de água. Dissolver o Bórax e o sulfato de cobre em 15 litros de água fervente e depois diluir no restante da água. Não recomenda-se utilizar produtos CCB (boro+sulfato de cobre+dicromato) e CCA (cromo+boro+ansênio) para tratamentos de bambus ou madeiras, o dicromato e o arsênio são altamente tóxicos. 2. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em Agosto de 2013 com a construção de uma estufa para cultivo protegido na Fazenda Santa Julia-Garça-SP. O local de construção foi criteriosamente selecionado próximo de fonte de água e da fonte de matéria prima (bambu). Após a limpeza e demarcação do terreno em 6 x 6 m , totalizando 36 m², as colunas de sustentação (6) de madeira foram fixadas a 1,0 m de profundidade com pé direito de 1,8 m e diâmetro de 0,2 m (Figura 1). A base de sustentação foi feita com madeira visando maior durabilidade da construção e viabilidade de reforma. O bambu foi colhido considerando a fase da lua minguante no mês de agosto... de 2013. O critério de colheita considerou parâmetros como espessura da base do colmo e idade estimada. O material foi seccionado em peças pré-determinadas (Tabela 1) e manipulada pelo método de cura ao fogo com auxilio de um maçarico a gás uniformemente da base ao ponteiro com posterior limpeza e aplicação de óleo queimado como método de tratamento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 49 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Após a instalação das peças na estrutura da estufa, essas foram revestidas com o plástico com a finalidade de evitar atrito direto do bambu com o plástico de cobertura. A finalização da construção se deu com a realização da cobertura plástica e colocação de tela protetora nas laterais a fim de proporcionar circulação de ar dentro da estufa (Figura 2). 50 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base nos custos de matéria prima e mão de obra utilizados na construção da estufa foi realizado um estudo econômico a fim de verificar a viabilidade e potencial sustentável deste tipo de construção agrícola. As observações relacionadas quanto a mão de obra disponível e os valores gasto, foi possível ter um parâmetro positivo quanto ao custo e beneficio realizados para todas as etapas, apresentaram os resultados que configuram o desempenho a ser utilizado e sua durabilidade , e os valores foram discutidos nos itens que se seguem. 4. CONCLUSÕES De acordo com as pesquisas de preços de uma estufa com todos os aparatos comerciais, foi possível constatar e com toda certeza o baixo custo elaborado neste sistema sem contar dos materiais a serem Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 51 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA reposto em sua manutenção são de fontes naturais e conservacionistas e com condições de trabalho altamente favoráveis ao bem estar social. Concluiu-se que: A estufa construída de forma artesanal usando materiais disponíveis na propriedade tal como bambu e com custo mínimo quando comparado com outros métodos de construção de estufa e sem duvida nenhuma a mais viável devido ao baixo poder aquisitivo de um pequeno produtor. 5. REFERÊNCIAS UNESP- Bambu- PEREIRA, 1996; GONÇALVES, 2000; GARBINO, 2002. Estufa ecológica, uso de bambu em bioconstruções- Instituto EmaterCPRA 2006-2010; Eng. Agrônomo JÚLIO CARLOS BITTENCOURT VEIGA SILVA. SANTOS, R. L. dos e PETTINELLI JUNIOR, A. Bambu: material alternativo para construções rurais. Campinas: Instituto Agronômico, 1997. (Boletim técnico, 171), 18 p. GRAÇA, VERA L. Bambu: técnicas para o cultivo e suas aplicações. São Paulo: Ícone, 1988, 2, ed., 124 p. HIDALGO, LOPEZ O. Manual de construção com bambu. 52 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CRIAÇÃO DE BUBALINOS NA FACULDADE E IMPLANTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ZOOTÉCNICAS PARA MANEJO E ORDENHA Nathane Colombo MENEGUCCI 1 Marcus Paulo Gomes ALVARES¹ Pedro Alpino HILA ¹ Alexandre Luis da Silva FELIPE ² 1 Discentes do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] ² Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected]. RESUMO Vários são os tipos de instalações zootécnicas que podem ser utilizadas para diferentes atividades de manejo no rebanho de bubalinos. O objetivo do trabalho foi instalar um projeto na FAEF Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, levando em conta a funcionalidade das instalações e realizando ajustes nos modelos, com foco na produção de leite e seus derivados. Para resolver um dos problemas da ordenha, que é a limpeza dos tetos, pensamos na pré-lavagem dos mesmos, facilitando assim todo o processo. Palavras-chave: Bubalinos, instalações, leite, manejo. ABSTRACT There are several types of animal husbandry facilities that can be used for different management activities in the herd of buffalo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 53 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA The objective was to install a project on FAEF - College of Higher Education and Training Integral, taking into account the functionality of the facilities and making adjustments in the models, focusing on the production of milk and its derivatives. To solve one of the problems of milking, which is the cleaning of the teats, we prewashing thereof, thus facilitating the process. Keywords: Buffaloes, facilities, milk, handling. 1. INTRODUÇÃO O búfalo (Bubalus bubalis) é uma espécie animal natural do continente Asiático, atualmente, esta distribuído por todo o mundo devido sua domesticação, e por efeito da origem, se adaptam bem a todas as condições climáticas e típicas destas regiões (Campanile e Balestrine, 2002). A criação de búfalos vem crescendo em todo o mundo esta espécie ocupa um importante papel na produção de alimento nos países em desenvolvimento. A expansão da bubalinocultura no Brasil segue tendências de mercado, a partir da década de 90, os consumidores passaram a impor produtos de melhor qualidade nutricional e sanitária, e assim, o governo passou a tomar medidas mais drásticas em relação ao modo de preparação dos alimentos. Por essa e outras razões acredita-se que o aumento desacelerado do número de animais no território nacional se deve ao fato da necessidade de ajuste de mercado, que compreende desde a criação até o processamento dos produtos. Bubalinos são conceituados por vários autores animais por estarem adaptados à produção de leite, carne e trabalho. Para que os búfalos evidenciem essa sua capacidade de produção nas regiões tropicais, é importante fornecer condições ambientais semelhantes a aquelas em que a espécie foi selecionada, com sombreamento para reduzir a incidência de radiação solar diretamente na pele dos animais e água em abundância. As instalações essenciais para a produção de leite são: curral, sala de ordenha, cercas, tratadores e pastagem devem ser construídas de acordo com as condições da região, empregando o material disponível no local. 54 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A eficiência das instalações rurais irá depender da construção e manutenção do projeto, para a escolha do tipo das instalações deve se levar em consideração, principalmente, os custos, a durabilidade e a funcionalidade. Portanto, é importante a seleção de modelos apropriados para o local, podendo ser realizada adaptações no projeto quando necessário, a fim de implantá-lo com pleno sucesso. A introdução de bubalinos na FAEF - Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, localizada no município de Garça, Estado de São Paulo, poderá ser mais uma ferramenta de estudo para os alunos da Medicina Veterinária, além de trazer benefícios com a venda dos diversos tipos de queijo, que serão produzidos na queijaria, também implantada no projeto. A exploração da carne de búfalos poderá ser um novo empreendimento futuro devido o crescimento de sua demanda no país. Lembrando bubalinos e bovinos apresentam comportamentos distintos e por consequência, manejo diferente, por isso a bubalinocultura proporcionará uma melhor compreensão de como lidar com cada um desses animais. 2. DESENVOLVIMENTO Uma criação alternativa de bubalinos representa um aumento significativo na produção de carne e leite no país, em função da capacidade produtiva desses animais, que podem atingir 400 a 500 kg, aos dois anos de idade, em pastagens nativas ou cultivadas, e na qual a produção de leite pode alcançar a média de 5 litros/fêmea/ dia, em regime de pasto, sem qualquer suplementação. No Brasil o crescimento da atividade tem sido conduzido pela maior valorização do leite da búfala na indústria de produtos lácteos, decorrente da crescente demanda do mercado consumidor e da maior quantidade de sólidos totais no leite do animal. Os rebanhos para a produção de carne e leite apresentam índices zootécnicos muitas vezes superiores àqueles normalmente encontrados em rebanhos bovinos com o mesmo objetivo. O projeto conta basicamente com a instalação de: 1 curral, 1 ordenha, 1 sala de armazenamento de leite, 1 queijaria e 1 tratador. Para que o projeto fosse desenvolvido foi necessária uma visita até a criação de búfalas leiteiras, para o melhor entendimento do Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 55 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA manejo, além de inúmeras pesquisas feitas, baseadas em artigos científicos sobre a criação de bubalinos. As primeiras ideias surgiram com uma visita realizada na Fazenda de criação de búfalas leiteiras, na cidade de Pompéia, Estado de São Paulo, onde todos os processos foram acompanhados: a retirada dos animais do pasto, entrada na ordenha, limpeza dos tetos, presença do bezerro ao pé da búfala para efetuar a ordenha, processo de retirada do leite (ordenha mecânica) e recolha das búfalas para repouso e retorno ao pasto. 2.1. Murrah O Murrah, oriundo da Índia, foi a raça utilizada na implantação do projeto, caracterizado por sua conformação média e compacta, apresenta cabeça leve e chifres curtos, tem boa capacidade digestiva e dupla aptidão como fornecimento de carne e de leite. Este animal é forte, rústico, de grande ou médio porte, porém seu temperamento é dócil. Na tabela abaixo estão algumas características que o difere das outras raças: 56 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2. Produção de leite Será utilizado o sistema de duas ordenhas diárias (sistema convencional), que aumenta a produção leiteira em torno de 24%, frequentemente adotado em pastagem cultivada. O aleitamento dos bezerros é feito apenas durante o apojo do leite. Imediatamente antes da ordenha deve ser feita a limpeza do úbere com água clorada ou outro bactericida, a coleta de leite para teste de mamite e, após, o enxugamento do úbere do animal. A ordenha é um processo que precisa ser desenvolvido com todos os cuidados de higiene, afinal o leite trata-se de um alimento que será consumido. Por ser uma tarefa difícil e demorada, a pré-lavagem dos tetos facilitará o processo de ordenha. Trata-se de uma passagem por um corredor de 15 metros, que liga o curral à ordenha, no qual, será instalado um sistema de jatos d’ água no chão e nas laterais, na altura dos tetos dos animais, e que serão acionados à medida que cada um passar sentido à ordenha. Desse modo, a sujeira mais grossa, como a lama, por exemplo, será removida, tornando mais fácil e rápida a limpeza posterior. O leite de búfala apresenta rendimento industrial superior ao leite bovino, além de possuir maior valor nutritivo. Com apenas 8 litros de leite de búfala é possível obter 1 kg de queijo mussarela de alta qualidade e são necessários 12 litros de leite de vaca para o mesmo efeito. Em geral, as búfalas são consideradas excelentes produtoras de leite quando atingem média superior a 7 litros de leite/fêmea/ dia, durante uma lactação de aproximadamente 270 dias, quando se alimentam exclusivamente de pastagem cultivada. Em pastagem nativa esta média não ultrapassa 5 litros em um período de 250 dias. 2.3. Derivados do leite Para o projeto da queijaria será necessário instalações adaptadas, de acordo com a capacidade de produção e quantidade de tipos de queijos produzidos. A estrutura deverá ter contar com uma área para produção do queijo, área para recepção de matéria-prima, área para depósito de produtos prontos e área para armazenamento sob refrigeração constante. Além disso, o projeto conta com sanitários para o bem-estar e higiene dos funcionários. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 57 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3. CONCLUSÃO A criação de bubalinos na faculdade, não só representará um aumento significativo na produção de leite e derivados, na região 58 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF de Garça, onde se encontra grande concentração de bovinos. Os búfalos apresentam maior eficiência reprodutiva, maior longevidade que o bovino, mais resistência natural, menor mortalidade e menor susceptibilidade às doenças. Portanto um manejo adequado com instalações zootécnicas apropriadas a esses animais resulta em reconhecimento, lucro e expansão do rebanho. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EDUARDO BASTIANETTO. Criação de búfalos no Brasil: situação e perspectiva. Rev. Bras. Reprod. Anim. Supl., Belo Horizonte, n.6, p.98-103, dez. 2009. Disponível em www.cbra.org.br. História da Raça: Búfalo Murrah. Disponível em http:// ruralcentro.uol.com.br/noticias/historia-da-raca-bufalo-murrah50703. Acesso em 27/04/2014. JOSÉ R. F. MARQUES, RAIMUNDO N. C. CAMARGO Jr., LARISSA C. MARQUES, ALESSANDRA EPIFÂNIO RODRIGUES. A Bubalinocultura no Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 59 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Brasil: Criação, Melhoramento e Perspectivas. OTÁVIO BERNARDES. Bubalinocultura no Brasil: situação e importância econômica. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.31, n.3, p.293298, jul./set. 2007. Disponível em www.cbra.org.br. 60 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CRITERIOS BÁSICOS PARA SELEÇÃO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO Fabio Reis GREATTI1 Renato Maravalhas de Carvalho BARROS² 1 Discentes do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF. ²Prof. Msc. do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF. RESUMO A água é o fator limitante para o desenvolvimento agrícola, sendo que sua falta ou excesso afetam o desenvolvimento, a sanidade e a produção das plantas. A irrigação é a prática agrícola que visa atender as necessidades hídricas das culturas no momento adequado e, para isso, há diversos método de irrigação, que é a forma pela qual a água é aplicada às culturas. Basicamente, são quatro os métodos de irrigação: superfície, aspersão, localizada e subirrigação. O motivo pelo qual há vários tipos de sistemas de irrigação é devido à grande variação de solo, clima, culturas, disponibilidade de energia e condições socioeconômicas para as quais o sistema deve ser adaptado. Não há um sistema ideal de irrigação, capaz de atender satisfatoriamente todas essas condições e interesses envolvidos. Em conseqüência, deve-se selecionar o sistema de irrigação que seja mais adequado para certa condição e para atender os objetivos desejados. O processo de seleção requer a análise detalhada das condições apresentadas, em função das exigências de cada sistema de irrigação, de forma a permitir a identificação das melhores alternativa. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 61 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavras-chave: irrigação, métodos, seleção. ABSTRACT Water is the limiting factor for agricultural development, and its lack or excess affect the development, health and production plants. Irrigation is the agricultural practice that aims to meet the crop water requirements at the right time, and for this, there are several irrigation method, which is the way in which water is applied to crops. Basically, there are four methods of irrigation: surface, sprinkler and localized subirrigation. The reason why there are several types of irrigation systems is due to the great variation of soil, climate, crops, energy availability and socioeconomic conditions for which the system should be adapted. There is an ideal irrigation system, able to satisfactorily meet all of these conditions and interests involved. As a result, you must select the irrigation system that is most suitable for a certain condition and to meet the desired goals. The selection process requires a detailed analysis of the conditions, depending on the requirements of each irrigation system, so as to identify the best alternative. Keywords: irrigation methods, selection 1. Introdução A água é o fator limitante para o desenvolvimento agrícola, sendo que sua falta ou excesso afetam o desenvolvimento, a sanidade e a produção das plantas. A irrigação é uma prática agrícola que visa principalmente atender as necessidades hídricas das culturas no momento adequado. O adequado manejo das irrigações tem por objetivo maximizar a produção agrícola racionalizando o uso de mão-de-obra, energia e água, evitando a ocorrência de problemas fitossanitários relacionados às aplicações excessivas ou deficientes de água e o desperdício de fertilizantes (PIRES et al, 1999). O interesse pela irrigação, no Brasil, emerge nas mais variadas condições de clima, solo, cultura e socioeconômica. Não há um sistema ideal de irrigação, capaz de atender satisfatoriamente todas 62 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF essas condições e interesses envolvidos. Em conseqüência, deve-se selecionar o sistema que seja mais adequado para certa condição e para atender os objetivos desejados. Para o processo de seleção, requer uma análise detalhada das condições apresentadas, em função das exigências de cada sistema, de forma a permitir a identificação das melhores alternativa (ANDRADE, 2001). Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar os critérios básicos para a seleção dos sistemas de irrigação mais adequados às diversas culturas e às condições edafoclimáticas e socioeconômicas. 2. Principais Métodos e Seleção do Método de Irrigação 2.1. Principais Métodos e Sistemas de Irrigação Método de irrigação é o modo como a água é aplicada nas culturas. Basicamente, são quatro os métodos de irrigação: superfície, aspersão, localizada e subirrigação. Sendo que para cada método, existem vários sistemas de irrigação que podem ser empregados. O motivo por haver muito tipos de sistemas de irrigação é devido à variação de solo, clima, culturas, disponibilidade de energia e condições socioeconômicas para as quais o sistema de irrigação deve ser adaptado. 2.1.1. Irrigação por superfície Na irrigação por superfície, a água aplicada por gravidade, através da superfície do solo. As principais vantagens do método de superfície são: · custo fixo e operacional normalmente; · sofre pouco efeito de ventos; · de simples de operação e que requer equipamentos simples; · é adaptável à grande diversidade de solos e culturas; · requer baixo consumo de energia; · permite a utilização de águas com sólidos em suspensão; · não interfere nos tratamentos fitossanitários. As limitações mais importantes são: Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 63 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA · depende das condições topográficas, geralmente requerendo sistematização; · para solos excessivamente permeáveis é inadequado; · seu dimensionamento envolve ensaios de campo e o calendário das irrigações é difícil de ser aplicado cientificamente; · seus parâmetros de dimensionamento apresentam grande variabilidade espacial; · requer freqüentes reavaliações, para assegurar desempenho satisfatório; · os sistemas devem ser instalados antes da cultura, a menos que esta tenha sido planejada para ser irrigada por superfície; · requer medidas efetivas de controle da erosão; · possui baixa eficiência de distribuição de água se mal planejado e manejado; · desperta pequeno interesse comercial (ANDRADE, 2001). Dentre as modalidades de aplicação superficial, destacam-se a irrigação por sulcos, por inundação e em faixas (PIRES et al, 1999). 2.1.1.1. Irrigação por sulcos É o método de irrigação que consiste na condução da água em pequenos canais ou sulcos, situados paralelamente as fileiras das plantas, durante o tempo necessário para que a água infiltrada no solo ao longo do sulco seja suficiente para umedecer o solo na zona radicular da cultura (BERNARDO, SOARES, MANTOVANI, 2006). 2.1.1.2. Irrigação por inundação É o método de irrigação em que a aplicação de água é feita por meio de bacias ou tabuleiros, ou seja, áreas quase planas, de tamanho variado, limitadas por diques ou taipas, com inundação contínua ou permanente, durante grande parte do ciclo dessa cultura. Este método não deve ser usado em culturas sensíveis à saturação do solo na zona radicular ou em solos que formem uma crosta dura na superfície, quando saturados (BERNARDO, SOARES, MANTOVANI, 2006). 64 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.1.1.3. Irrigação em faixas É o método de aplicação de água ao solo por meio de faixas de terreno compreendidas entre diques e paralelos. Elas possuem pouca ou nenhuma declividade transversal, mas apresentam declividade longitudinal que determinará a direção do movimento da água sobre a faixa. Adapta-se melhor em solos de textura média, podendo também ser usado em solos pesados, principalmente com culturas com sistema radicular pouco profundo. Em solos muito leves, para evitar grandes perdas por percolação, as faixas teriam de ser muito curtas (BERNARDO, SOARES, MANTOVANI, 2006). 2.1.2. Irrigação por aspersão A água aplicada ao solo ocorre na forma de chuva artificial, através do fracionamento do jato de água em gotas, que é obtido pela passagem do fluxo de água sob pressão pelos bocais dos aspersores (PIRES et al, 1999). Segundo Andrade (2001) para tal efeito, a água é conduzida e aplicada por meio de equipamentos, como motobombas, tubulações e aspersores. As principais vantagens do sistema de irrigação por aspersão são: · é facilmente adaptável às diversas condições de solo, culturas e topografia; · possui maior eficiência potencial que o método da irrigação por superfície; · pode ser totalmente automatizado; · alguns sistemas podem ser transportados para outra área; · as tubulações podem ser desmontadas e removidas da área, facilitando o preparo do solo e evitanto “áreas mortas”. As principais limitações são: · alto custo de instalação e operação quando comparado com os método por superfície; · a vida útil do equipamento pode diminuir e causar danos a algumas culturas com utilização de água salina; · pode sofrer influência das condições climáticas, como vento Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 65 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA e umidade relativa; · pode favorecer o aparecimento de doenças e interferir com tratamentos fitossanitários em algumas culturas. Segundo Frizzone (2012) os sistemas de aspersão são classificados em dois grupos principais: sistemas convencionais e sistemas mecanizados. 2.1.2.1. Sistemas convencionais São compostos por linhas principal, secundárias e laterais e, sobre estas, são acoplados os aspersores e são apresentados em diferentes tipos. Dependendo da mobilidade das tubulações na área irrigada, esses sistemas podem ser subdivididos em: Fixos permanentes – as tubulações são enterradas e apenas as hastes dos aspersores e dos registros permanecem à superfície do terreno. Possui custo inicial alto, sendo indicado apena para irrigação de pequenas áreas, culturas de alto valor econômico, como e em locais onde a mão-de-obra é escassa e/ou cara. São bem adaptados a solos arenosos, com baixa capacidade de retenção de água e climas com alta demanda evaporativa. São também usados para irrigação de jardins e gramados. Fixos temporários – as linhas laterais, secundárias e principais permanecem fixas durante a realização das irrigações, cobrindo toda a área. Diferem dos sistemas permanentes porque apresentam as tubulações dispostas sobre a superfície do terreno, podendo ser removidas quando desejado. Semifixos – as linhas secundárias e principais permanecem fixas, enterradas ou não. Apenas as laterais cobrem parte do campo deslocando-se nas diferentes posições da área irrigada. O deslocamento das laterais pode ser efetuado manualmente ou, para economizar tempo e mão-de-obra, principalmente em culturas de porte alto, as laterais podem ser montadas sobre pequenas rodas e o deslocamento efetuado por um trator. Portáteis – todas as linhas que compõem o sistema são móveis, fabricadas de material leve como alumínio e PVC, e deslocam progressivamente na área irrigada. Até mesmo a unidade de bombeamento pode ser deslocada. 66 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.1.2.2. SISTEMAS MECANIZADOS Segundo Frizzone (2012), foram desenvolvidos para reduzir o emprego da mão-de-obra na movimentação das canalizações. Para a movimentação dos equipamentos podem ser utilizados mecanismos hidráulicos, como as turbinas e pistões hidráulicos, que utilizam como fonte de energia a própria pressão da água fornecida pela motobomba, ou então mecanismos elétricos. Até mesmo o trator agrícola pode ser utilizado para mudanças de posição de operação. São fabricados diversos tipos de sistemas mecanizados de irrigação por aspersão. Alguns deles são: Autopropelido Um canhão é montado num carrinho, que se desloca longitudinalmente ao longo da área a ser irrigada. A conexão do carrinho é feita por mangueira flexível aos hidrantes da linha principal. A propulsão do carrinho é proporcionada pela própria água. É o sistema que consome mais energia. É bastante afetado por vento e produz gotas de água grandes, que podem prejudicar algumas culturas. Recomendado principalmente para culturas como cana-deaçúcar e pastagem (ANDRADE, 2001). Sistema de irrigação por pivô central Consiste de uma linha lateral, que gira em torno do centro de um círculo (pivô). Os segmentos da linha são de material metálico, sustentados por torres em formato de “A” e conectados entre si por juntas flexíveis. O acionamento das torres ocorre de forma independente por um pequeno motor elétrico que é colocado em cada uma destas, e sua velocidade de deslocamento é ditada pela velocidade da última torre, que também determina a lâmina a ser aplicada. O ideal, é que não ultrapasse áreas de 50 a 70 ha. Quanto à topografia, para vãos entre torres de até 30 metros, podem ser toleradas declividades de até 30% na direção radial ou que essa declividade máxima só pode ser tolerada na direção tangencial (ao longo dos círculos) (ANDRADE, 2001). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 67 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Sistemas lineares Tem estrutura e mecanismo de deslocamento semelhante a do pivô central, mas com deslocamento continuamente na direção longitudinal da área. As torres deslocam-se todas com a mesma velocidade. A água é fornecida através de canal ou linha principal, dispostos no centro ou na extremidade da área. A água é succionada diretamente do canal ou mangueiras que são empregadas para conectar a linha lateral a hidrantes da linha principal. Em geral a bomba é acionada por motor de combustão interna e desloca-se junto com toda a lateral. É recomendado para áreas retangulares sem obstrução e planas (ANDRADE, 2001). 2.1.3. Irrigação localizada Na irrigação localizada, a água é aplicada ao solo diretamente na região das raízes, molhando apenas parte do volume do solo, com baixa vazão e pressão, permitindo alta freqüência de irrigação e conseqüentemente, mantendo o solo com umidade elevada (próxima à capacidade de campo) (PIRES et al, 1999). Principais vantagens da irrigação localizada · maior eficiência no uso da água; · maior produtividade; · maior eficiência na adubação; · maior eficiência no controle fitossanitário; · não interfere nas práticas culturais; · adaptação a diferentes tipos de solo e topografia; · utilização com água salina ou em solos salinos; · economia de mão-de-obra. Principais limitações · entupimento, principalmente dos gotejadores; · distribuição do sistema radicular, devido a formação e manutenção de um volume constante de solo umedecido, as raízes tendem a desenvolver nessa região, diminuindo a estabilidade das árvores frutíferas (BERNARDO, SOARES, MANTOVANI, 2006). Dentre as modalidades de irrigação localizada, o gotejamento e 68 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF a microaspersão são os mais utilizados (PIRES et al, 1999). 2.1.3.1. Gotejamento Neste sistema a aplicação de água é feita na forma de gotas na superfície do solo. A instalação dos gotejadores pode ser na linha, sobre a linha, numa extensão da linha ou serem manufaturados junto com o tubo da linha lateral, formando o que popularmente chamamos de “tripa”. Os gotejadores podem ser instalados próximos uns dos outros, junto à planta, possibilitanto o suprimento da quantidade de água necessária à planta, bem como proporcionar o umedecimento da área mínima da superfície do solo. A grande vantagem do sistema de gotejamento, comparado com o de microaspersão, é que a água, aplicada na superfície do solo, não molha as folhas ou o tronco das plantas (ANDRADE, 2001). 2.1.3.2. Microaspersão Como o nome indica, nesse sistema, a água é aplicada por emissores rotativos ou fixos. Permite o umedecimento de uma área maior, o que é uma vantagem para culturas de espaçamentos mais largos, plantadas em solos arenosos. A manutenção é mais simples que nos sistemas de gotejamento e. Há necessidade de filtragem da água, mas a propensão ao entupimento é menor, dado o maior diâmetro dos bocais dos microaspersores. Pode sofrer a influência do vento, com culturas de pequeno porte ou em pomares jovens, além do efeito da evaporação direta da água do jato, em locais muito secos. Pode estimular o desenvolvimento de doenças de ambiente úmido. No caso de citros, há a possibilidade de se empregarem microaspersores setoriais para evitar o molhamento do tronco das plantas (ANDRADE, 2001). 2.1.4. Subirrigação Na irrigação subterrânea, a água é aplicada diretamente sob a superfície do solo. Esta aplicação é realizada pela manutenção e controle do lençol freático a uma profundidade favorável ao Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 69 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA desenvolvimento da cultura, ou pela aplicação de água através de tubos ou manilhas perfuradas ou porosas. Principais vantagens da subirrigação · aplicação exata a uniforme de água e nutrientes diretamente na zona radicular; · diminuição de perdas de água e nutrientes pelo fracionamento das irrigações; · facilidade de adaptar as concentrações dos nutrientes de acordo com o estádio de desenvolvimento da cultura e das condições climatológicas; · possibilita que a superfície do solo (3 a 5 cm) permaneça seco diminuindo a incidência de plantas invasoras e de pragas e doenças. Principais limitações · a falta da visualização do caminhamento da água para a cultura; · a suscetibilidade ao entupimento dos emissores pelas raízes se não perfeitamente manejado; · danos pelo ataque de roedores e passagem de implementos agrícolas às tubulações e emissores; · descarga e lavagem da tubulação após as irrigações para evitar a precipitação de materiais em suspensão e quando semeado com baixa umidade pode ocorrer problemas na germinação de sementes (PIRES et al, 1999). 2.2. Seleção do Método de Irrigação Segundo Andrade (2001), para seleção do sistema de irrigação mais adequado para certa situação, consiste em selecionar antes o método de irrigação. Vários fatores afetam a seleção do método de irrigação. Os principais serão discutidos a seguir. 2.2.1. Topografia Qualquer método poder ser utilizado em área plana ou que pode ser nivelada sem gasto excessivo. Em áreas com declividades de até 70 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 5% o método de irrigação por superfície pode ser utilizado. Em áreas de até 30% pode ser utilizada aspersão, enquanto gotejamento pode ser utilizado em áreas com declives de até 60%. Na presença de obstrução na área (rochas, voçorocas, construções) o emprego do método de superfície e subirrigação são dificultados, podendo ser contornado com os métodos de aspersão e localizado. Áreas com declividade e formato irregulares são mais facilmente irrigáveis com métodos de aspersão e localizadas do que com o método de superfície (ANDRADE, 2001). 2.2.2. Solos Quanto ao tipo de solo deve-se verificar a velocidade de infiltração, se os horizontes A e B são pouco espessos ou não e a capacidade de retenção de água para escolha adequada do método de irrigação. Solos com alta velocidade de infiltração devem ser utilizados aspersão ou localizado, já os solos com baixa velocidade utilizar irrigação localizada. Em solos com horizontes pouco espesso evitar irrigação por superfície. Irrigação por aspersão e ou localizada propicia boa eficiência em solos com capacidade reduzida de retenção de água (ANDRADE, 2001). 2.2.3. Culturas Na seleção do método de irrigação muitos aspectos relacionados às culturas devem ser considerados, como o sistema de cultivo, o espaçamento de plantio, a profundidade do sistema radicular, a altura de plantas, se as culturas são sensíveis à aplicação de água nas folhas, o valor econômico e as exigências agronômicas. Culturas de maior valor econômico, em geral, requerem métodos de irrigação mais eficientes e com melhor distribuição de aplicação de água (ANDRADE, 2001). 2.2.4. Clima O clima tem forte influencia na escolha do método de irrigação, pois a quantidade e a freqüência das precipitações, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 71 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA condições de ventos, perdas de água por evaporação, geadas, podem ditar a importância da irrigação e qual método utilizar para produção. Em regiões úmidas a irrigação terá apenas caráter complementar, enquanto que em regiões secas se faz necessária. Em condições de ventos fortes o método por aspersão deve ser evitado, por tornar a distribuição de água desuniforme. Este método ocorre também maior perda por evapotranspiração, porém é o mais indicado quando ocorre a presença de geadas (ANDRADE, 2001). 2.2.5. Fonte de Água Para determinar o método mais adequado e a possibilidade de se irrigar deve ser analisado o volume total de água disponível e a vazão durante o ciclo da cultura. A vazão mínima da fonte deve ser igual ou superior à exigida no pico da cultura a ser irrigada. Reservatórios de água podem ser construídos, deixando o custo de instalação mais elevado. Concentração elevada de sólidos e presença de patógenos nocivos na água também são fatores determinantes na escolha do método de irrigação. Assim, sistemas de gotejamento não são indicados quando a concentração de sólidos na água for elevada, devido aos altos custos com sistemas de filtragem. Já, quando há presença de patógenos estes se torna o mais indicado, principalmente em culturas consumidas in natura. Portanto, quanto maior o custo da água, mais eficiente deve ser o método de irrigação. Com isso o custo da água deve ser considerado na seleção do método (ANDRADE, 2001). 2.2.6. Aspectos Econômicos, Sociais e Ambientais Mesmo tendo como meta principal obter maior retorno econômico em atividade agrícola que envolve irrigação, não podem ser deixados de lado os impactos nos aspectos sociais e ambientais do projeto. Todo sistema deve ser analisado e o que for mais adequada à situação e proporcionar melhor desempenho econômico deverá ser escolhido. 72 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Para sistemas, como o de irrigação localizada de maior custo inicial deve ser indicado para culturas de maior valor, como hortaliças. Normalmente os custos operacionais são maiores nos sistemas de irrigação por aspersão, intermediários nos de irrigação localizada e menores nos sistemas superficiais. Na manutenção, os custos são elevados nos sistemas de irrigação por superfície. Finalmente, devem ser considerados os impactos ambientais de cada método pode causar, como: erosão, degradação da qualidade da água e destruição de habitats naturais (ANDRADE, 2001). 2.2.7. Fatores Humanos O método de irrigação pode ser influenciado por muitos fatores, como: hábitos, preferências, tradições, preconceitos e modismo, que pode ser determinante na escolha do sistema de irrigação. O que também pode influenciar na escolha do método de irrigação é o nível educacional dos agricultores, sendo mais indicados para agricultores primitivos a irrigação por superfície, e aspersão e localizada indicadas para agricultores com certo treinamento (ANDRADE, 2001). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Não existe um sistema de irrigação considerado ideal, isto é, capaz de atender da melhor maneira possível a todas as condições do meio físico e a grande variedade de culturas e interesses econômicos e sociais. Deve-se selecionar o sistema mais adequado para cada condição em particular. Portanto, a seleção do sistema de irrigação mais adequado é o resultado do ajuste entre as condições existentes e os diversos sistemas de irrigação disponíveis. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, C. de L. T. de, Seleção do sistema de irrigação. Sete Lagoas, MG: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 73 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2001. 18p. (Circular Técnica 14). BERNARDO, S.; SOARES,A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. UFV, Viçosa – MG, 657p. 2006. FRIZZONE, J. A. Os métodos de irrigação. Escola superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”-USP, Piracicaba – SP, 2012. Disponível em: http://www.leb.esalq.usp.br/disciplinas/Frizzone/LEB_1571/ Texto%20complementar-Metodos%20de%20Irrigacao.pdf. Acesso em 05 maç. 2014. PIRES, R. C. de M. et al, Agrometeorologia como suporte ao manejo de recursos hídricos e preservação de mananciais: Métodos e manejo de irrigação. Centro de Ecofisiologia e Biofisica – Instituto Agronômico, 1999. 74 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF DOENÇAS DOS CITROS Fernando Batista da SILVA1 Gustavo ROMERO1 Rosiane Cristina dos SANTOS1 Willian Bucker de MORAES2 1 Acadêmicos do Curso de Agronomia da FAEF - Garça - SP - Brasil. E-mail: [email protected] 2 Docente da FAEF-Garça-SP RESUMO A citricultura ocupa lugar de destaque dentro do agronegócio brasileiro, o elevado volume de exportações e a geração de empregos diretos e indiretos. No entanto, essa cultura é afetada por inúmeras doenças, que muitas vezes são responsáveis por grandes perdas de produção e elevados prejuízos aos produtores. Por este motivo, é imprescindível o conhecimento dos sintomas e dos agentes causais destas doenças, pois só assim é possível determinar qual a melhor medida de controle a fim de minimizar os efeitos negativos ocasionados por elas. Palavras-chave: Citros, Fitopatologia, Sintomatologia ABSTRACT The citrus industry occupies a prominent place in the Brazilian agribusiness, high export and creation of direct and indirect jobs. However, this culture is affected by many diseases, which are often responsible for major production losses and high losses to producers. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 75 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA For this reason, it is essential to know the symptoms and causal agents of these diseases, because only then you can determine the best control measure to minimize the negative effects caused by them. Keywords: Citrus, Plant Pathology, Symptomatology 1.INTRODUÇÃO A citricultura tem grande importância no contexto nacional, pois gera riquezas ao setor agroindustrial, proporcionado o crescimento dos demais segmentos relacionados a ela (FERNANDES; ULIAN, 1999). Com a exportação de suco concentrado congelado e relevante importância no contexto mundial por sua produção e área cultivada, a citricultura é uma das maiores fontes de divisas para o país. No Brasil o estado de São Paulo de destaca na produção, sendo responsável por cerca de 80% da produção brasileira (RAMOS; DURIGAN, 1996) e 25 % da mundial (SILVA, 2000). Um dos principais fatores que limitam a produtividade dos citros é o surgimento de doenças nos pomares, que ocasiona a elevação dos gastos do produtor e redução no volume de produção. Doenças como o Cancro Cítrico e o Greening podem ser responsáveis pela erradicação total de pomares, causando grandes perdas econômicas para os produtores. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as principais doenças que ocorrem em plantas cítricas, abordando sua etiologia, sintomatologia e diagnose. 2.DESENVOLVIMENTO As doenças que afetam os pomares citrícolas foram aqui agrupadas de acordo com a classificação taxonômica de seus agentes causais. 2.1.DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS 2.1.1.CANCRO CÍTRICO A primeira ocorrência no Brasil foi em 1957, no município de Presidente Prudente, São Paulo (AMARAL, 1957; BITANCOURT, 1957). 76 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Mesmo com os esforços iniciais, a doença alastrou-se por outros estados provavelmente em razão da movimentação de material vegetal infectado (AMARAL, 1957). Acredita-se que a introdução do cancro cítrico no Brasil tenha ocorrido alguns anos antes da primeira detecção, quando materiais propagativos foram importados da Ásia (ROSSETTI, 1977). A bactéria Xanthomonas citri (Xanthomonas axonopodis pv. citri) é gram-negativa, na forma de bacilo, monotríquia e aeróbia (KIMARI et al., 1997). A temperatura ótima para seu desenvolvimento é na faixa de 25 a 39ºC. Sua sobrevivência no solo e em restos de culturas é curta, porém pode sobreviver por vários anos em tecido cítricos desidratados. Para ocorrência da doença, é necessário que a bactéria penetre e colonize os tecidos da planta. Estômatos e lesões constituem portas de entrada para a bactéria, e o risco de contaminação amenta se houver água na superfície da folha (FUNDECITRUS, 2008). Os sintomas são lesões puntiformes de cor creme ou parda e salientes, que ao decorrer do tempo ficam esponjosas e esbranquiçadas, circundadas por um halo amarelo. (KIMARI et al., 1997). Nas folhas, as lesões são salientes dos dois lados; em frutos são manhas amarelas que tornam-se marrons com o passar do tempo; e em ramos formam crostas de cor parda (FUNDECITRUS, 2008) Para diagnose, devem ser coletados tecidos com as lesões características da doença, e a análise pode ser feita por isolamento em meio de cultura ou através da técnica PCR (Reação da Polimerase em Cadeia). 2.1.2.CLOROSE VARIEGADA DOS CITROS (CVC) Com a Primeira ocorrência em 1987, no Triângulo Mineiro, a Clorose Variegada dos Citros se espalhou rapidamente pelas demais regiões produtoras do Brasil (KIMARI et al., 1997). Frutos de plantas com a doença perdem até 75% de seu peso, tornado-se impróprio para comercialização (FUNDECITRUS, 2008) É causada pela bactéria Xylella fastidiosa, uma bactéria gram negativa que infesta e coloniza o xilema da planta, obstruindo os vasos que levam água e nutrientes das raízes da planta para a parte Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 77 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA aérea e tem como vetor cigarrinhas da família Cicadellidae (KIMARI et al., 1997). Os sintomas são caracterizados por cloroses internervais de coloração amarela na face adaxial e palha na face abaxial da folha, que com o decorrer do tempo tornam-se necróticas (FUNDECITRUS, 2008). Frutos afetados ficam de tamanho reduzido (KIMARI et al., 1997). O diagnóstico é dado através da análise de folhas sintomáticas, onde a bactéria é isolada em meio de cultura ou através de testes onde é comparado o DNA da bactéria. 2.1.3.GREENING O Greening é uma doença recente (surgiu pela primeira vez em 2004), porém já é uma das mais sérias ameaças a citricultura, devido à dificuldade de controle e necessidade de erradicação das plantas doentes. Acredita-se que mais de uma bactéria possa ser o agente causal da doença, todas gram negativas, denominadas Candidatus Liberibacter que colonizam o floema da planta e ainda não tiveram seu isolamento em meio de cultura realizado (BELASQUE JR. et al., 2009). São transmitidas pelo Psilídeo Diaphorina citri (BOVÉ, 2006). Os sintomas aparecem nas folhas e frutos, que ficam com manchas amareladas, assimétricas com aspecto “mosqueado” (BELASQUE JR. et al., 2009) . Os frutos não amadurecem normalmente e ficam deformados, de tamanho reduzido e assimétricos, com sementes abortadas (FUNDECITRUS, 2008) O diagnóstico é realizado através da análise do DNA encontrado nas folhas sintomáticas, já que ainda não se conseguiu fazer com que a bactéria se reproduza em meio de cultura. 2.2.DOENÇA CAUSADA POR VÍRUS – LEPROSE A leprose é uma virose que ocasiona perdas de produção e definhamento das plantas (KIMARI et al., 1997). É causada por um vírus da família Rhahdoviridae, que parasita 78 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF células do mesófilo e do parênquima vascular, transmitidos por ácaros Brevipalpus phoenicis (KIMARI et al., 1997). Os sintomas característicos da doença nas folhas são lesões arredondadas e lisas de coloração verde-clara a amarela que evoluem para necróticas no centro. Em frutos as lesões são necróticas e ocorrem em toda a superfície. Nos ramos são no início amareladas, que evoluem para avermelhadas e tornam-se escamosas (FUNDECITRUS, 2009). A diagnose consiste em analisar tecidos que apresentam lesões por meio de técnicas de PCR e testes sorológicos. 2.3.DOENÇA CAUSADA POR FUNGO – PODRIDÃO FLORAL (ESTRELINHA) Observada pela primeira vez em 1956, a podridão floral ataca flores e frutos recém-formados, ocasionando sua queda e levando a redução da produtividade dos pomares (KIMARI et al., 1997). É causada pelo Fungo Colletotrichum acutatum (KIMARI et al., 1997). O fungo sobrevive por meio de estruturas de resistência em plantas daninhas ou nas próprias folhas de citros no período em que não há flores, é induzido pelos extratos florais levados através das gotas de chuva a produzir esporos, que são transportados para as flores e inicia-se a infecção (FUNDECITRUS, 2009). Os sintomas iniciais caracterizam-se por lesões róseas nas pétalas e lesões necróticas no estilete e estigma, com amarelecimento e queda prematura dos frutos recém formados, permanecendo os cálices que ficam com aspecto de “Estrelinha” (FUNDECITRUS, 2009). A Diagnose é feita por meio de observação a campo dos sintomas característicos da doença. 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS Várias doenças acometem os pomares de citros e são responsáveis por grandes prejuízos aos produtores. Entender o ciclo de cada doença, desde seu agente causal até a sua sintomatologia é essencial não só para o controle destas doenças, mas também para prevenir a entrada dos patógenos dentro do pomar. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 79 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, S. F. Providências para a erradicação do cancro cítrico. O Biológico p. 23:112-123, 1957. BELASQUE JR., J; et. al, Prováveis consequências do abrandamento da metodologia de erradicação do cancro cítrico no Estado de São Paulo. Tropical Plant Pathology. Vol. 35, N.5, Brasilia, 2010. BITANCOURT, A. A. O cancro cítrico. O Biológico p. 23:101-111, 1957. FERNADEZ, E.B.; ULIAN, L.F. 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Valência. 2000 – f.4 Monografia (Trabalho de Graduação em Agronomia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2000. 80 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM CRIANÇAS DE 7 ANOS Lucas J. BERMEJO Giovana A. PAIVA RESUMO A Educação Ambiental (EA) é de extrema importância para cada cidadão, transformando-o em pessoas conscientes em relação ao meio ambiente. Uma nova visão de mundo está ganhando cada vez mais espaço entre as pessoas por meio da Educação Ambiental. A fim de sensibilizar e formar cidadãos protetores do meio ambiente, por meio de um conhecimento mais amplo acerca da questão ambiental foram ministradas aulas teóricas para as crianças com 7 anos de idade na Escola Municipal de Presidente Alves. As atividades foram realizadas de março a abril de 2009, onde os alunos passaram por uma avaliação com desenhos ilustrativos de um ambiente preservado e outro destruído por ação do homem. Através dos resultados foi possível constatar a falta de uma disciplina especifica em relação ao meio ambiente. Palavras-chave: Educação Ambiental; Educação infantil; Conscientização Social e Ambiental ABSTRACT Environmental Education (EE) is of utmost importance to every citizen, turning it into conscious people in relation to the Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 81 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA environment. A new worldview is gaining more space between people through environmental education. In order to sensitize and educate citizens protectors of the environment, through a wider knowledge about the environmental issue lectures for children 7 years old at the Municipal School President Ahmed were given. The activities were conducted from March to April 2009, where students went through a review with illustrative drawing of a preserved environment and another destroyed by human action. From the results it was possible to the lack of a specific in relation to the environment discipline. Keywords: Environmental Education; Early childhood education; Social and Environmental Awareness 1. INTRODUÇÃO Com a exposição de objetivos e formatação que segue a formatação geral de textos. O texto geral deverá ser escrito em Times New Roman 12 justificado obedecendo a um recuo de 1,25 cm a cada início de parágrafo. O espaçamento entre linhas no texto deve se de 1,5 linhas. Sempre houve uma relação muito próxima do homem com a natureza, porém, a partir do momento em que o homem priorizou a sua ganância e o anseio da conquista ambiental, a natureza tornouse a sua primeira vítima. Hoje, vêem-se as marcas disso na poluição dos rios, do ar, do solo e das nossas cidades, principalmente pelo lixo, que se torna, cada vez mais, um problema grave, em razão da falta de locais apropriados para sua destinação final. Nesse sentido, sabendo-se que muitos problemas ambientais são gerados nas cidades e, assim, suas soluções devem ser igualmente nelas geradas, a ação local é necessária para a sobrevivência global. Segundo Pilette (1991), [...] a aprendizagem será mais significativa se a atividade estiver adaptada concretamente às situações da vida real da cidade, ou do meio do aluno e do professor. Quando lidamos com experiências diretas, a aprendizagem é mais eficaz, pois é conhecido que aprendemos através de nossos sentidos (83% visão, 11% audição, 03,5% olfato, 01,5% tato e 01% gustação) e que retemos 82 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF apenas 10% do que lemos, 20% do que ouvimos, 30% do que vemos, 50% do que vemos e escutamos, 70% do que ouvimos e logo discutimos e 90% do que ouvimos e logo fazemos. Os objetivos, as metas da Educação Ambiental (EA) e os enfoques de ensino constituem um todo. Nesse entrelaçamento de componentes, o final desejado é um compromisso de ação orientando por comportamentos adequados na busca da melhoria e elevação da qualidade de vida, e em consequência, da qualidade da experiência humana. Segundo Dias (2004) têm-se ha Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9765), inúmeros projetos e Programas de EA em desenvolvimento e uma rica listagem de literatura especializada. As alterações ambientais globais, induzidas por dimensões humanas, agravaram a crise ambiental, produzindo alterações climáticas, destruição de habitat, desflorestamento, perda do solo, extinção de espécies e de diversidade de ecossistemas, poluição, escassez de água potável, erosão cultural e outras. Segundo Branco (2007), [...] educadores e professores, imbuídos desse espírito aguerrido, enfrentam, diariamente, as realidades da sala de aula, frequentemente, necessitam, além da teoria, de uma prática que efetive sua ação pedagógica, para consolidar uma mudança de comportamento a partir de uma metodologia e prática de ensino que favoreçam o trabalho integrado entre o pensar e o fazer. Cada atividade propõe, através da prática de EA, repensar a posição do homem entre as mudanças de ordem social, ecológica e psicológica a que estamos sujeitos. A expansão da EA tem se dado não apenas pelo crescimento do número de profissionais que tratam do tema, mas também importante em ações de diversas áreas. No âmbito da Educação Ambiental, percebe-se uma intensificação na produção do material pedagógico, audiovisual, relacionando ao meio ambiente. A Educação Ambiental (AE) está cada vez mais em nosso cotidiano, vem mostrar a importância do meio ambiente preservado, com ações e alternativa para reduzir os danos causados pela ação antropica. Percebemos que AE está sendo divulgada em vários meios, como: fóruns, congressos, internet, televisões, rádios e outros, com o objetivo de sensibilizar a população em âmbito geral e informar sobre os Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 83 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA problemas ambientais do presente, bem como ela irá influenciar nosso futuro (RODRIGUES; COLESANTI, 2008). A EA brasileira é conhecida pelo seu engajamento político na construção de uma sociedade justa, sustentável e democrática. A perspectiva da cidadania tem importância fundamental na Educação Ambiental brasileira (REIGOTA, 2008). Atualmente a EA não está destinada só para o público das redes escolares municipais e estaduais, mais sim, com o objetivo, buscar atingir vários públicos, desde uma criança, até uma pessoa idosa, conscientizando e orientado de forma sucinta. A problemática ambiental e a EA tornaram-se temas importantes nas discussões das relações dos homens com o ambiente na atualidade. Nos cursos de graduação esses temas têm ocupado cada vez mais espaço. A EA exige duas dimensões para análise: a dimensão epistemológica e a dimensão pedagógica, isso porque exige reflexões acerca da problemática ambiental e da educação (TOZZONI-REIS, 2008). A transformação social tratada, a educação ambiental, visa à superação das injustiças, da desigualdade social, da apropriação capitalista e funcionalista da natureza da própria humanidade. A EA é um processo evolutivo educativo, que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas do convívio social e de mercado. Portanto, deve ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento, por meio da ação coletiva e organizadora, buscando a compreensão dos problemas ambientais (SORRENTINO et al, 2005). As explorações dos recursos naturais são de forma agressiva e descontrolada, levando a uma crise sócioambiental. Crise essa embasada em vários aspectos, como: social, econômica, cultural, tecnológica, ambiental, entre outros. Para obter educação é necessário desenvolver uma visão mais ampla dos nossos problemas ambientais da atualidade (BACCI, 2008). Durante o Rio-92 foi redigido o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que estabeleceu 16 princípios da educação para as sociedades sustentáveis. Com o avanço da tecnologia começaram aumentar os riscos para o meio ambiente, assim podendo concluir que a modernização destrói, modifica. As práticas de EA devem apontar propostas pedagógicas para que possam ocorrer mudanças em seus 84 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF hábitos, aumentando sua capacidade com cursos específicos, bem como a participação do educando para transformação em educação para cidade (JACOBI, 2005). A EA é um processo de aprendizagem educativo, cujo objetivo maior é a transformação de cidadão consciente em relação ao meio ambiente como um todo, tendo responsabilidade e praticando ações que trarão benefícios ao meio ambiente. A EA é entendida como um processo educativo da fundamentação teórica e prática, colocando o homem mais próximo da natureza (BARRA, 2006). Segundo Silva (2008), [...] a Lei Federal Nº 9795/1998, conhecida também como Política Nacional de Educação Ambiental, a qual prevê a Educação Ambiental, obrigatória para todos os níveis de ensino, mas não como disciplina à parte, e sim como um processo para construir valores sociais, conhecimentos, atitudes e competências, visando à preservação ambiental. O trabalho de campo é de extrema importância para o aluno, pois ele vai adquirir mais conhecimento e fará com que a aula seja mais dinâmica e de fácil aprendizagem. A matéria Geologia é de grande importância e contribui para um ensino de Ciências e de Educação Ambiental, uma vez estuda a história da natureza mais aprofundada (COMPIANI, 2007). As crianças são movidas por seu desejo de ser “grande”, sonhar, brincar, fantasiar. As trilhas feitas na floresta podem trazer uma noção de qualidade de vida melhor para essas crianças, sabendo respeitar a natureza e conhecendo-a mais de perto, fazendo com que as mesmas possam deixar fluir suas imaginações perante a natureza. O homem se sente indestrutível perante a natureza, com o avanço da tecnologia o transforma, aumentando o seu poder, superando as limitações de sua própria a natureza (VASCONCELLOS, 2006). A EA é de responsabilidade de todos, durante vários anos a população mundial convive com os reflexos da degradação do meio ambiente. O objetivo EA é focar e promover um processo de conscientização, refletir sobre as conseqüências que vem sendo feitas ao meio ambiente e supostas causas futuras. Se não houver iniciativa no presente, a flora e a fauna entrarão em extinção; a natureza Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 85 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA está sofrendo cada vez mais com tudo isso, há que se refletir sobre o futuro do planeta (CAZOTO, 2008). 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Local de Estudo A Escola Municipal EMEI “Maria Cecília Ribeiro dos Santos”, localizada no município de Presidente Alves-SP atende a população de 4200 habitantes. Assim como em outras escolas da rede publica não há um projeto específico para Educação Ambiental, desta forma, a inserção de atividades voltadas à sensibilização e conscientização ambiental tem o intuito não apenas de envolver os alunos selecionados, mas também de colaborar com a formação adequada dos professores em relação à EA, para que posteriormente, possam propagar esse conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. 2.2 Coleta de Dados A metodologia escolhida para a pesquisa foi de caráter qualitativo e quantitativo para que maior conteúdo de informações e dados embasem o estudo realizado. Esta pesquisa aconteceu em dois momentos: Pesquisa bibliográfica utilizando autores consagrados na temática do trabalho e uma pesquisa de campo com 19 alunos da 1° série. A duração desse projeto foi de três meses de março a abril, sendo que as aulas eram somente uma vez por semana no período da tarde com a durabilidade de 2 horas. Antes da realização das atividades voltadas à educação ambiental os pesquisados passaram por uma avaliação comparativa para que fosse feito um balanço do conhecimento mínimo sobre as questões ambientais, foram mostradas ilustrações em cartolina uma com ambiente preservado e outra com um ambiente destruído pela ação do homem. Nas salas de aula utilizou-se como recurso didático, livros de 86 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF educação infantil, como também slides, desenhos e filmes para serem trabalhadas as temáticas: importância da árvore, desmatamento, poluição do ar, dos rios e solo e a problemática do lixo nas cidades, através de uma linguagem de fácil aprendizagem. Cada tema durou uma aula por semana, logo após o término do tema abordado os alunos fizeram um desenho do que eles entenderam. Concluído o conteúdo teórico, foi aplicada a parte prática dividida nas etapas abaixo: · Mudas de feijão: cada aluno realizou o plantio de feijão em copo descartável com algodão e acompanhou desde a germinação da semente até o desenvolvimento inicial. Cada etapa do desenvolvimento foi desenhado e explicado. · Horta na escola: na escola foi implantada e construída uma horta, feita com telha ondulada de amianto com um comprimento de 6 metros e largura de 1 metro. Para a seleção das espécies plantadas foi feito um levantamento junto aos alunos, de quais verduras eles mais consumiam, resultando nas espécies de nome popular Alface, Almeirão e Cebolinha. Propuseram a fazer a composição orgânica para cultivar as hortaliças, que foi a mistura de 35% de torta de cana, 35% de esterco bovino e 30% de terra vermelha. Feito isso foi colocada à composição sobre a telha. · Visita ao Viveiro Municipal: na visita feita pelos alunos ao Viveiro Municipal de Presidente Alves foram abordados vários temas sobre meio ambiente. No local visualizaram e estudaram a função e a importância de um minhocário, no qual o húmus produzido foi utilizado na adubação da horta escola. Em tubetes com substrato plantaram sementes de ipê roxo e aroeira pimenteira e acompanharam a sua germinação por 10 dias até o desenvolvimento inicial e após dois meses foram plantadas em pontos escolhidos na cidade. Sementes de alface foram plantadas em bandejas de isopor, totalizando 200 mudas - a sua germinação foi de três dias e o plantio foi feito após 30 dias, e posteriormente foram utilizadas na horta-escola e na horta comunitária do viveiro. · Recuperação da Mata Ciliar: foi feito às margens do córrego Guaricanga, no Distrito São Luiz do Guaricanga, em uma área de Preservação Permanente (APP), o plantio de 200 mudas de árvores nativas de diversas espécies da flora da nossa região, cultivadas no viveiro municipal. O plantio foi realizado com mudas de árvores pioneiras, secundária inicial e tardia e clímax, com espaçamento três x três metros; a adubação nas covas do plantio foi feita por adubo orgânico (torta de cana 70% e 30% de terra retirada da cova). · Visita ao centro de reciclagem: No local os pesquisados foram informados como deve ser feita a separação do lixo reciclável em sua casa, como armazená-lo, o destino dado ao material e quem é beneficiado por ele. Foi, também, entregue sacos de estopa para cada aluno fazer a separação do lixo produzido em sua residência. Na escola foram colocados depósitos de lixo reciclável, doados pela prefeitura municipal, em diferentes cores e nomes para facilitar a separação. · Visita ao Aterro Sanitário: No Aterro Sanitário do município, que Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 87 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA atualmente encontra-se em estado irregular, os alunos observaram a quantidade de lixo gerado na área urbana. · Visita a Estação de Tratamento de esgoto: os alunos fizeram uma visita à lagoa de tratamento, acompanhada pelo técnico responsável pela SABESP, onde foi observada a captação do esgoto, sua canalização até a lagoa de tratamento, seu tratamento e devolução para o meio ambiente. · Visita ao Rio Segunda Ponte: Neste rio é evidente a ação antrópica, uma vez que sua margem está totalmente desmatada e destruída. Realizou-se, nesse local, a coleta de todo o lixo e armazenaram-no em sacos plásticos e, posteriormente, plantaram 08 mudas de ipê roxo no local. Ao final das atividades foi feita uma comparação, por meio de ilustrações em cartolinas, entre um ambiente preservado e outro destruído as mesmas utilizadas no inicio da pesquisa. 3.RESULTADOS No início da pesquisa foi efetuada uma análise do conhecimento de cada aluno em relação à questão ambiental, utilizando cartazes com desenhos de um ambiente destruído e conservado relacionados ao tema, a fim de saber quais as informações os envolvidos já sabiam sobre meio ambiente. A tabela 1 apresenta os dados coletados no início da pesquisa, informando que a maioria, 58% (11) dos pesquisados demonstraram conhecer o tema, enquanto que 42% (08) deles desconheciam. As aulas práticas e as visitas de campo com os alunos foram feitas com o intuito de focar algo que não estivesse em seu cotidiano. Durante as aulas e visitas foi possível observar a grande falta de conhecimento da realidade em relação à questão ambiental, entretanto o manuseio do solo, das plantas, enfim, as atividades 88 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF práticas proporcionaram uma interação direta dos pesquisados com a natureza, estimulando a criação de soluções para minimizar os impactos causados pelos seres humanos. Em relação às atividades relacionadas ao plantio de espécies vegetais, a germinação e desenvolvimento das mudas de feijão nos copos descartáveis e seu registro em desenho tornou evidente a discussão das condições favoráveis para uma planta desenvolver, assim como no plantio das mudas na área de APP, entretanto, nesta dinâmica os alunos adquiriram um conhecimento mais amplo sobre a flora, solo, a água e importância das árvores na contenção do assoreamento dos rios. Essa atividade mostrou um grande interesse por parte dos alunos, provavelmente por serem eles quem estava reflorestando uma área desmatada. A instalação da horta na escola motivou os alunos a desenvolver um plantio de verduras que serão consumidas e desde a projeção do local da horta, da escolha da hortaliça a ser plantada e dos compostos orgânicos a serem aplicados foram os alunos que o fizeram. Segundo informações da merendeira da escola houve um aumento no consumo de verduras, certamente, devido à interação e o envolvimento dos alunos como participantes em todo o processo. No Viveiro Municipal os alunos tiveram uma aula prática diferenciada, fizeram o plantio de sementes de árvores nativas em tubetes e as sementes de verduras na bandeja de isopor. O minhocário foi de extrema curiosidade pelos pesquisados, pelo fato da minhoca produzir os húmus, que é usado como adubo orgânico, bem como a importância da minhoca para o solo. A visita ao aterro sanitário mostrou a quantidade de lixo gerada pela cidade, fato que causou espanto aos pesquisados, pois muitos nunca haviam visto tanto lixo. Essa realidade vista de perto fez com que os alunos repensassem a sua contribuição para diminuir a quantidade de lixo em suas residências, a ação proposta foi a de realizar a separação do material reciclável para a coleta de lixo seletiva do município, sendo o lixo orgânico separado para produção de adubo orgânico. Dessa forma, a quantidade de lixo no aterro sanitário e a poluição do solo, da água e do ar, certamente diminuirão com o tempo. A visita à Lagoa de Tratamento fez com que os alunos aprendessem como é feita à captação do esgoto até seu destino final, bem como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 89 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA a importância do tratamento desses dejetos para o meio ambiente além de não desperdiçar água em suas residências e na escola, assim poderão reduzir o custo e ajudar o meio ambiente. No final da pesquisa foi possível observar a aquisição de conhecimentos, no qual 89% (17) demonstraram que apreenderam o conteúdo sobre Educação Ambiental, e somente 11% (02) permaneceram nas mesmas condições anteriores por motivos desconhecidos. Os dados obtidos na tabela 2 foram os mesmos utilizados no início do projeto, onde o meio de testar o conhecimento dos pesquisados foram com desenhos ilustrativos, de um ambiente preservado e outro destruído. Na comparação dos dados obtidos no início e no final do trabalho, apresentados acima, notou-se que houve um grande percentual de aproveitamento (31%) na aquisição do conteúdo, o que demonstra que foi proveitoso o desenvolvimento do projeto, sugerindo concluir que há a necessidade de que seja ampliado o ensino da Educação Ambiental na Educação Infantil, construindo desde a mais tenra idade uma consciência ecologicamente correta. 90 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3. CONCLUSÕES Um programa de Educação Ambiental, para ser efetivo, deve promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria de qualidade ambiental. Os resultados da pesquisa mostraram que há a necessidade de que seja ampliado o ensino da Educação Ambiental na Educação Infantil em escolas municipais e que os professores sejam mais capacitados e comprometidos para tal. Notou-se que com essa estratégia, conseguiu-se identificar e definir os problemas ambientais, coletando e organizando informações e, assim, gerando soluções alternativas. As práticas ambientais devem ser inseridas desde os primeiros passos da criança e também somente fomentando a participação comunitária, de forma articulada e consciente, um programa de Educação Ambiental atingiria seus objetivos. Para tanto se devem prover os conhecimentos necessários à compreensão do seu ambiente, de modo a suscitar uma consciência social que possa gerar atitudes capazes de afetar comportamentos. Observou-se ao longo desse trabalho a necessidade de o aluno não ter um estudo mais aplicado e amplo de várias matérias. Em relação à questão ambiental, os pesquisados não tinham muito conhecimento da realidade em que estamos vivendo, pois todo conteúdo oferecido pelas professoras eram em forma de desenhos, filmes infantis e histórias de conto de fadas. Os resultados ao meio do projeto eram nítidos, pois cada aluno já estava fazendo sua contribuição para o meio ambiente. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACCI, Denise de La Corte; PATACA, Ermelinda Moutinho. Educação para a água. Estud. av., São Paulo, v. 22, n. 63, 2008.Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142008000200014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 ago. 2009. BARRA, Vilma Maria Marcassa. Exploração de necessidades socioGarça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 91 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA educativas e análise de modelos formativos de educação ambiental com caráter experimental. Educ. rev., Curitiba, n. 27, jun. 2006 . 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EFEITO DA APLICAÇÃO DE BIOESTIMULANTE NA SOJA - AVALIAÇÃO FOLIAR Luiz Felipe Grejo IRENO1 Fernando de Oliveira ROCHA2 Gustavo Consoni ZANCHETTA3 1 Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected]. 2 3 Docente do curso de agronomia da FAEF – Garça- SP – Brasil. Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. RESUMO Esse experimento consiste em mostrar um estudo feito com bioestimulante visando à maior quantidade de folhas e altura da planta. Teve como principio o produto stimulate onde foi aplicado na área de tratamento, esse produto foi aplicado no sulco de plantio. Alem de ter diversos fatores externos onde impediram o experimento de ter maior conclusão, o experimento teve um bom indice de probabilidade onde podemos ver a diferença visualmente e significativamente com o analise de variância. Palavras Chave: Biorregulador, Crescimento, Hormônio, Pulverização. ABSTRACT This experiment is to show a study of biostimulating targeting the largest amount of leaves and plant height. Was to stimulate Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 95 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA product where the principle was applied in the area of treatment, this product was applied at planting. Besides having many external factors which prevented the experiment from having major conclusion, the experiment was a good index of probability where we can see the difference visually and significantly with the analysis of variance. Key words: growth regulator Growth Hormone spraying. 1.INTRODUÇÃO A soja (Glycine max) hoje no mundo é uma cultura de grande importância pelo seu alto poder econômico. Pois seus Graus são usados na fabricação de diversos produtos de grande importância como o óleo vegetal, ração animal e também hoje muito em alta o uso para a produção do biodiesel (COSTA NETO & ROSSI, 2000, p.4). A soja tem como origem e adequação no norte da Ásia, china e regiões. E sua dispersão pelo mundo foi através de embarcações navais (CHUNG & SINGH, 2008, p. 295-341). Transformações nos tecidos hormonais das plantas podem mudar totalmente o desenvolvimento das plantas. Nos quais envolvem a relação com fatores ambientais (CROZIER et al. 2000, p. 850-894). SANTOS et al. (2005, p.124-130) analisou diversas dosagens de bioestimulante na composição de citocinina, ácido indol butírico e ácido giberélico em plantas de algodão e a aboservação feita foi o crescimento da área foliar, e altura e crescimento também do estagio inicial das plantas. CARVALHO et al. (1994), estudou também a aplicação de fitorreguladores em plantas de algodão e poderiam concluir que aumentam o peso do capulho e dos grãos. Índices negativos são dados ao uso de cultivares de soja com resistência a glifosato. Segundo HARPER (1997, p.8) varias cultivares possui baixo índice de potencial genético para a produção, possui casos em que a produtividade baixa está ligada com danos do herbicida na soja. Para LARCHER(2006, p.295-338), a atuação de hormônios vegetais esta ligada ao estágio de desenvolvimento e da ação da planta, de incentivos externos, da parte da planta que recebe o incentivo e o tempo de ação. O Brasil, já teve culturas que conseguiram altos níveis 96 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF tecnológicos conseguindo alta produtividade porem algumas não por limitações nutricionais ou hídricas, então o uso de biorreguladores vem sendo constantemente usado, que podem ser viáveis em todos os sentidos (CASTRO, 2006, 46p). Hormônios vegetais são moléculas presentes nos vegetais, e alterações na concentração dos hormonios e na sensibilidade dos tecidos podem mediar os processos de desenvolvimento das plantas, muitos dos quais envolvem relação biossintéticas, catabólicas, onde juntas controlam a homeostase dos hormônios no vegetal (CROZIER, 2000, p. 850-894). Esse experimento teve como principio avaliar um produto bioestimulante na produção de folhagem de soja. 2. DESENVOLVIMENTO Brum et al (2005) afirmam, que o agronegócio no Brasil foi introduzido a partir da soja, por necessidade empresarial de administração da parte dos produtores, fornecedores dos insumos, manuseadores da matéria-prima e negociantes. Segundo Roessing, Sanches e Michellon (2005) a tecnologias pode ter sido um dos motivos fundamentais para que aumentasse a produção de soja no Brasil, ocupando o segundo lugar entre os maiores produtores de soja do mundo. Substâncias naturais ou não naturais consideradas controladoras de plantas, seu uso podem ser feitas na aplicação direta as plantas (folhas, frutos, sementes), provendo alternâncias no processo de vida e nas estruturas, com finalidade no aumenta da produtividade, melhor qualidade do produto e facilitar a colheita. Com essas substâncias, há uma interferência em vários processos, como no enraizamento, germinação, frutificação, floração, e senescência (Castro e Vieira, 2001, 132 p). Muitas pesquisas feitas sobre reguladores vegetais que interferem na agricultura, destaca-se as floricultura, de olericultura e de fruticultura. No entanto ainda há poucas pesquisas com grandes culturas, como acontece com a soja e milho (Klahold, 2006, p. 179-185) . Recentemente, estudos foram feitos em grandes culturas, como a soja, o arroz, o milho e o feijão (Vieira, 2001; Castro e Vieira, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 97 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2001, 2003). Estudos têm mostrado ganhos em produção devidos ganho no sistema radicular na estabilização da cultura logo após a germinação o ganho de vagens, na soja e feijão. Os hormônios vegetais são resíduos orgânicos, não são nutrientes, feitos pela planta, onde as baixas concentrações qualificam, modifica ou inibem os processos morfologicos e fisiologicos da planta (Castro e Vieira, 2001, 132p). Citocininas tem a grande capacidade que promovem divisão celular, fazendo parte assim do processo de alongamento e diferenciação celular, principalmente quando se relacionam com as auxinas. O ácido giberélico tem efeitos marcantes na germinação das sementes, ativando enzimas hidrolíticas que fazem desdobramento onde ha as substâncias de reserva. As giberelinas também fazem a estimulação ao alongamento e divisão celular. As auxinas têm ação sobreposta no crescimento celular, agindo assim aumentando a plasticidade da parede celular, corrigindo este alongamento irreversível (Arteca, 1995, 332p). A mistura de mais bioreguladores ou de bioreguladores vegetais com outras substâncias (aminoácidos, nutrientes, vitaminas), é nomeada de bioestimulante (Castro e Vieira, 2001 132p). O Stimulate foi classifico por Castro et al. (1998, p.338-341), sendo um bioestimulante contendo fitorreguladores. A composição básica desse bioestimulante há 0,005%, auxina, 0,009% citocinina e 0,005% giberelina. O benefício do uso dos bioestimulantes esta ligada ao aumento do crescimento e do desenvolvimento vegetal, onde estimula a divisão, e diferencia o alongamento celular. Os mesmos autores ainda falam sobre o aumento da absorção e do uso de água e de nutrientes. 2.1. MATERIAIS E METODOS STIMULATE é regulador de crescimento vegetal, onde os ingredientes at ocorrem naturalmente na planta: CINETINA, ÁCIDO GIBERÉLICO e ÁCIDO 4-INDOL-3-ILBUTÍRICO. Segundo a bula do produto, há vários modos de ser usado o produto como mostra a tabela abaixo: 98 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Os materiais utilizados foram enxada, enxadão, rastelo, bomba costal, semente, produto Stimulate, dentre outros equipamentos para o plantio e o manejo do solo. Os métodos utilizados foram os seguintes: Foi plantada a soja CV POTENCIA com o espaçamento de 50 cm entrelinha, 18 plantas por metro linear, 200g de adubo 4-14-8 por bloco, na profundidade de 2cm e a aplicação com a dose recomendada do produto stimulate. A área utilizada foi de 20/5m (DBC), repartindo oito blocos de 5/2,5m cada, com o sorteamento dos blocos ao acaso entre a testemunha e o tratamento. A avaliação desse experimento será somente a folhagem, tendo como principio comparar o tratamento e a testemunha. A aplicação do stimulate foi com a recomendação da bula, onde foi aplicado 5ml para os blocos de tratamento. O método foi aplicar o produto diluído em água, através de pulverização, no sulco de plantio, utilizando-se pulverizadores com bicos tipo leque (ângulo de 80º ou menor) fixados nas linhas de plantio das semeadoras. O volume de calda a se utilizar depende da vazão dos bicos, no caso usamos uma calda de 10L. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 99 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.2. RESULTADOS E DISCUSÕES O experimento foi deferido, pois ouve uma diferença significativa entre a testemunha e o tratamento, o uso de bioestimulante pode aumentar até o dobro da folhagem da soja, e com isso causando uma maior produção. Na tabela 2 esta o quadrado médio, valor de F, coeficientes de variação e valores médios para as variáveis em relação às cultivares. O método empregado foi à avaliação foliar onde foi feita a contagem das folhas por plantas. Porém houve alguns aspectos externos nas quais não deixaram ter uma maior media do experimento, que danificaram o solo e a planta, exemplo desses elementos externos foram a Lebre, onde foram encontradas plantas danificadas e fezes espalhadas pelo campo experimental como vemos na figura Abaixo. O excesso da chuva foi o mais prejudicial, pois impediu o apontamento das plantas pela camada expeça de solo que ficou sobre as sementes. 100 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A diferença foi vista visualmente como mostra nas figuras abaixo, as plantas com o tratamento do bioestimulante estão maiores e com maior numero de folhas. E assim então tornando o experimento considerado e de grande importância para o setor agronômico. Figura 4. Resultados visuais do experimento: A – Comparação de folhagens entre o tratamento e a testemunha; B – Comparação de plântulas. Fonte: Imagens próprias do experimento. 3. CONCLUSÃO Conclui se que o experimento teve significância tanto aparentemente como mostra nas Figuras acima, como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 101 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA estatisticamente. Os bioestimulantes são de grande importância para o setor agronômico, pois como podemos ver um experimento simples com bastantes restrições ouve um rendimento espetacular pelo produto utilizado, que foi o stimulate. Esse método pode visar maior produção aumentando então o sistema lucrativo do produtor que no caso é o principal motivo no qual se implantou esse projeto. 4.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CROZIER, A.; KAMIYA, Y.; BISHOP, G.; YOKOTA, T. Biosynthesis of hormones and elicitor molecules. In:BUCHANAN, B.B.; GRISSEN, W.; JONES, R.L. (Ed.) Biochemistry and Molecular Biology of Plants. Maryland: Amercian Society of Plant Physiologists, 2000. p. 850-894. SANTOS, C.M.G.; VIEIRA, E.L. Efeito de bioestimulante na germinação de grãos, vigor de plântulas e crescimento inicial do algodoeiro. Magistra, v.17, p.124-130, 2005. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF . COSTA NETO, P. R. & ROSSI, L. F. S. Produção de biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja usado em fritura. Química Nova, v.23, p. 4, 2000. CHUNG, G.; SINGH, R.J. Broadening the Genetic Base of Soybean: A Multidisciplinary Approach. Critical Reviews in Plant Sciencies, Boca Raton, v. 27, n.5, p. 295-341, 2008. CASTRO, P. R. C.; VIEIRA, E. L. Aplicações de reguladores vegetais na agricultura tropical. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária, 2001. 132 p. KLAHOLD, C.A; GUIMARÃES, V.F.; ECHER, M.M.; KLAHOLD,.A.; CONTIERO, R.L.; BECKER, A. Resposta da soja (Glycine max (L.) Merrill) à ação de bioestimulante. Acta Scientiarum Agronomy. Maringá, v. 28, n. 2, p. 179-185, 2006. CASTRO, P.R.C.; VIEIRA, E. L. Ação de bioestimulante na cultura do feijoeiro. In: FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, V. (Ed.). 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E-mail: [email protected]. 2 Acadêmico do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. 3 Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. RESUMO O uso de bioestimulantes na cultura da soja visando uma melhor produtividade vem sendo cada vez mais utilizada por agricultores. A utilização de bioestimulantes proporciona um acréscimo no desenvolvimento das plantas, porem poucos estudos abordam característica fisiológica da soja relacionada à aplicação deste produto. O experimento foi realizado com uma variedade de soja (potencia), com a aplicação do stimulate no sulco do plantio, onde foi observado o crescimento radicular das plantas com a aplicação do Biorregulador e comparada com o sistema radicular das plantas que não receberão dose nenhuma do produto. Palavra chave: Biorreguladores, Crescimento, Produtividade, Raiz. ABSTRACT The use of bio-stimulants in soybean aiming better productivity Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 105 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA is being increasingly used by farmers. The use of bio-stimulants provides an increase in plant development, however few studies of physiological characteristics of soybean related to the application of this product. The experiment was conducted with a variety of soybean (power), to stimulate the implementation of the planting furrow, where the root growth of plants with the application of plant growth regulator was observed and compared with the root system of the plants that did not receive any dose of product. Keywords: Bioregulator, Growth, Productivity, Root. 1.INTRODUÇAO O Brasil esta entre os grandes produtores mundiais de soja (Estados Unidos, Brasil e Argentina), o Brasil tem o maior potencial de expansão das áreas cultivadas, dependendo das necessidades do consumo do farelo e do óleo, pode mais do que duplicar a sua produção em curto prazo, tornar-se o maior produtor e exportador de soja e de seus derivados (DALL’AGNOL et al., 2004). Alterações feitas na concentração hormonal dos tecidos podem mediar todos os processos de desenvolvimento das plantas, muitos têm relações com aspectos e fatores ambientais envolvidos (CROZIER et al. 2000). Segundo (ono ET AL., 1999). Os bioestimulantes possui complexibilidade que acelera o equilíbrio hormonal das plantas, favorecendo seu desenvolvimento genético, estimulando as plantas terem um desenvolvimento, mas rápido. O órgão das plantas tende a muda morfologicamente com a aplicação de bioestimulantes, onde o crescimento e o desenvolvimento das plantas são favorecido ou inibidos, onde influencia ou modifica os processos fisiológicos das plantas que tem a aplicação dos bioestimulantes, e também exerce controle da atividade meristemática. (Weaver, 1972). Em grande parte dos órgãos vegetais tem, o crescimento da gema apical bloqueia o crescimento das gemas axilares. A auxina um hormônio encontrado nos meristemas apicais é responsável por este fenômeno, e responsável também pelo crescimento das plantas, onde influencia diretamente na expansão celular. A função das giberelinas 106 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF está aplicada ao crescimento caulinar. Plantas que tem o contato com a aplicação de giberelinas podem ter um maior crescimento das raízes e da sua estrutura (TAIZ e ZEIGER, 2004). A hipótese deste estudo é de que com a aplicação do bioestimulante terá um aumento da produtividade da soja devido ao seu maior desenvolvimento de raiz e de sua estrutura. A ação dos hormônios vegetais é variável conforme o estágio de desenvolvimento, sendo mais eficaz na emergência das plantas e no seu desenvolvimento inicial. Este estudo tem como objetivo analisar o sistema radicular das plantas com a aplicação do bioestimulante e de plantas sem o a aplicação do produto. 2.DESENVOLVIMENTO Segunda a (Embrapa, 2008), na safra de 2006/2007, o Brasil obteve o segundo lugar no cenário mundial de produção de soja, com uma área de 20,7. 106 ha, equivalente à produção de 58,4. 106 t. A produção da soja corresponde a 94,5 % das leguminosas cultivadas no país, e é um dos principais produtos de exportação. Nos últimos anos teve um aumento significativo da sua área cultivada, devido à abertura de novas áreas agrícolas, no caso da Amazônia e do cerrado, devido a sua utilização na rotação de culturas com a pastagem onde tem a integração da agricultura com a pecuária, e tem uma excelente capacidade de fixação nitrogênio. O grão da soja é oleaginoso e é ótima fonte de proteína, atendendo o paladar de humanos e animais. Atualmente, em vista alimentar e econômica, é a mais importante leguminosa cultivada no mundo. Segundo (CASTRO, 2001), Os biorreguladores são substâncias naturais que podem ser aplicadas diretamente tanto em plantas ou em sementes e ate mesmo no solo, e tem como finalidade o aumento da produção e melhorar a qualidade das sementes. Os biorreguladores têm influencia diretamente no metabolismo das plantas, podendo aumentar a síntese de enzimas envolvidas no processo de germinação das sementes e ainda na frutificação, enraizamento, floração e senescência de plantas. Os biorreguladores têm em suas formulações, micronutrientes, para diminuir problemas vindos da deficiência dos mesmos, no processo de germinação, desenvolvimento e produção dos grãos. A Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 107 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA importância dos micronutrientes tem a função de agir no metabolismo das plantas, tendo principalmente como função de catalisadores de várias enzimas (LOPES, 1989). 2.1. MATERIAIS E METODOS No dia 28/09/2013 foi medida a área para fazer o experimento, foi medida 20m por 5m e foi dividida em 8 blocos onde será plantado uma variedade de soja (potencia), 4 blocos vão ser aplicado o produto stmulate no sulco do plantio, e os outros 4 vão ficar para testemunha. Foi utilizada fita métrica, estacas de bambu, bomba costal de veneno, inchada, e fitas para separar os blocos. O trabalho tem como finalidade avaliar o enraizamento da planta com stimulate e da planta sem o stmulate. 2.2. RESULTADOS E DISCUSÕES O resultado do trabalho foi significante para o uso de bioestimulantes na aplicação no sulco do plantio de soja, onde observei as raízes das plantas com a aplicação de stimulate e de plantas sem o stimulate. Nos blocos que aplicamos os bioestimulantes as plantas tiveram um maior desenvolvimento do que as do bloco que não foi aplicado o produto, a raiz das plantas que tiveram a aplicação do bioestimulante estava em um estagio de desenvolvimento maior do que as demais, onde resultou em plantas maiores e com maiores quantidades de folhas. Como podemos ver na figura abaixo a imagem A teve um melhor resultado. 108 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3. CONCLUSAO Conclui-se que o trabalho foi de grande importância, como podemos observar a aplicação de stimulate rendeu plantas, mas desenvolvidas do que as demais que não teve nenhum tipo de aplicação, o trabalho teve como base avaliar o enraizamento das plantas de soja com a aplicação do stimulate, onde podemos ver nas figuras acima que as plantas com a aplicação do produto tiveram um maior desenvolvimento, tornando plantas, mas desenvolvidas tanto na parte de raiz como a planta toda. 4.REFERECIAS BIBLIOGRAFICA DALL’AGNOL, A. D., ROSSING, A. C., LAZZAROTTO, J. J., HIRAKURI, M. H. e EMBRAPA. Ata da XXVI Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil. ISSN 1516-781X. Outubro, 2004. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3.ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2004. 559p. CROZIER, A.; KAMIYA, Y.; BISHOP, G.; YOKOTA, T. Biosynthesis of hormones and elicitor molecules. In: BUCHANAN, B.B.; GRISSEN, W.; JONES, R.L. (Ed.) Biochemistry and Molecular Biology of Plants. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EFEITOS DA APLICAÇÃO DE INOCULANTE NA CULTURA DA SOJA NO ENRAIZAMENTO Mateus Teodoro IRENO1 Fernando de Oliveira ROCHA2 1 Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected]. 2 Docente do curso de agronomia da FAEF – Garça- SP – Brasil. RESUMO Neste trabalho teve como objetivo a avaliação de viabilidade da aplicação de inoculantes no plantio de soja via semente, onde foi testado resultados de enraizamento e criação de nódulos, chamados rizóbios, onde a raiz tem a finalidade de sustentação para a planta e o principal local onde ocorre nutrição dela mesma, no caso dos rizóbios eles são responsáveis pela fixação biológica de nitrogênio, o principal nutriente de uma leguminosa. Palavras Chave: Nitrogênio, Nódulos, Rizóbio. ABSTRACT This study aimed to evaluate the feasibility of inoculant application in soybean planting by seed, which was tested results of rooting and establishment of nodules, called rhizobia, where the root has the purpose of support for the plan and the principal location where it occurs herself nutrition, in the case of rhizobia they are responsible for biological nitrogen fixation, the main nutrient of legumes.. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 111 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Keywords: Nitrogen, Nodules, Rhizobium. 1.INTRODUÇÃO A Glycine Max (Soja), planta de origem asiática, nos dias de hoje, é a leguminosa de grãos mais cultivada no Brasil, e isso foi conseqüência dos programas de pesquisa que permitiriam o prolongamento desta cultura por todo a extensão nacional. Os projetos de desenvolvimento da cultura da soja no Brasil foram orientados para que a planta pudesse ser cultivada em proporção comercial, com altos níveis de produção, onde a solicitação de nitrogênio (N), que é um nutriente primordial para o melhoramento vegetal, seria concedida com o N derivado da inoculação com rizóbio. Para a Glycine Max (Soja), o rizóbio é uma designação de bactérias do gênero Bradyrhizobium, neste artigo foi usado um produto que contém as bactérias Bradyrhizobium elkanii e Bradyrhizobium japonicum, apropriadas para formar nódulos nas raízes e trocar nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3), processo este denominado como Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). As plantas usam o nitrogênio na composição de algumas morfologias e, em seguida, os concedem a todos os indivíduos da cadeia alimentar. Certas amostras de vegetais manifestam-se com as bactérias fixadoras de nitrogênio, afastando rigorosamente do ar o nitrogênio em forma gasosa e resultando-se em formas absorvíveis. Fixação Biológica de Nitrogênio é uma indispensável origem de N para a cultura da soja. Bactérias do gênero Bradyrhizobium, quando em junção com as raízes da soja, infeccionam as raízes, via pêlos radiculares, produzindo os nódulos. A Fixação Biológica de Nitrogênio pode, decorrendo de sua eficiência, fornecer todo o Nitrogênio que a soja precisa. Várias espécies de plantas expressam a aptidão natural de agregação com bactérias que fixam o nitrogênio, a competência da fixação do nitrogênio pode ser acrescentada com a aplicação de bactérias mais eficientes. Essa eficiência foi averiguada por pesquisas que afastaram bactérias com alta competência de fixação de nitrogênio. As bactérias averiguadas são vendidas no mercado apenas 112 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF com o nome de inoculante. O agricultor pode comprar o inoculante ou as sementes já tratadas com espécies escolhidas de bactérias fixadoras de nitrogênio e, assim, aumentar a produtividade de sua cultura. O nitrogênio é o nutriente exigido em maior massa pela cultura da Glycine Max (Soja). Avalia-se que para render 1000 kg de grãos de soja são precisos 80 kg de Nitrogênio. Fundamentalmente, as fontes de Nitrogênio acessíveis para a lavoura de soja são os adubos nitrogenados e a fixação biológica do nitrogênio. 2.DESENVOLVIMENTO “O manejo de inoculação de rizóbios é indispensável em área de primeiro ano de cultivo da cultura da soja. Mas a aplicação normal, via semente, nem sempre é eficaz, particularmente para a aplicação associada do rizóbio com fungicidas, inseticidas e micronutrientes, que ajudam á causar toxidez às bactérias e estragos incontroláveis às sementes da cultura da soja” (Vargas & Suhet, 1980). “Quando a inoculação é manipulada somente na semente de soja, a nodulação no começo acontece nos primeiros pêlos da raiz (Dart, 1977) e se termina antes de totalmente começar a formação de grãos, processo esse que acontece no período crítico de pedido de nitrogênio pela planta da cultura da soja” (Vargas et al., 1982). “Os nódulos criados nas raízes, em solo com amostra já iniciada de rizóbio, deixam mais longo o ciclo de fixação biológica de nitrogênio na soja” (Ciafardini & Barbieri, 1987). “Possivelmente, em local natural, a inoculação no solo desenvolvido no sulco poderia ocasionar essa nodulação secundária, proporcionando um melhor estabelecimento de rizóbios no solo e um melhoramento na nodulação” (Voss, 2002). “A maioria das plantações brasileiras com a soja, no entanto, é plantado no sistema plantio direto, que estimula um ambiente ecológico diferente daquele do sistema convencional, geralmente nos primeiros centímetros do solo, onde as reduções na temperatura e nas mudanças térmicas e melhoramento na umidade no solo ajudam a atividade microbiana” (Campos & Gnatta, 2006). “As evoluções são também informados na simbiose rizóbioGarça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 113 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA leguminosa, analisando, no caso da soja, maior número de células e desigualdade de Bradyrhizobium, elevado número e massa dos nódulos, compartilhamento mais profundo dos nódulos no perfil do solo e um aumento das taxas de fixação biológica de nitrogênio” (Hungria, 1999). “A prática de inoculação do rizóbio, unido à semeadura da soja no sistema de plantio direto, poderia decorrer no aumento da nodulação, pois situaria o rizóbio de forma mais aglomerada e a abrangência das raízes, logo após a emergência da planta” (Voss, 2002). Com a pequena agitação do solo ocasionado na semeadura, depois daquele momento em que as raízes se desenvolvessem além da parte de destituição do inoculante, poderá ocorrer menor contato com os rizóbios e, assim sendo, uma baixa fixação biológica de nitrogênio. Existem poucas referências disponíveis em relação dos efeitos da aplicação do rizóbio no sulco de plantio em relação ao procedimento de colocá-lo junto à semente, assim como a conferência entre os seus efeitos em áreas já cultivadas e nãocultivadas. Desta forma, este trabalho teve como finalidade avaliar a probabilidade da aplicação de inoculante na cultura da soja via semente. 2.1. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento será conduzido no campus da FAEF, aonde será feito oito parcelas do plantio da soja, onde cada parcela terá 12,5 m². O Inoculante será aplicado na semente na hora do plantio, e depois será feito a análise da quantidade de risóbios que a planta irá criar com e sem o inoculante. A adubação de plantio foi feita com o NPK 04-14-08 e plantado 15 sementes por metro linear. O produto comercial usado foi o “Masterfix Soja”, um inoculante sólido turfoso para a cultura da soja, onde pode ocasionar 1,4 milhão de bactérias por semente plantada. O Masterfix Soja é um inoculante à base de turfa contendo as bactérias Bradyrhizobium elkanii e Bradyrhizobium japonicum, resultante do trabalho de pesquisas e controle de qualidade e desenvolvimento pela Stoller do Brasil Ltda. 114 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A dosagem é de 100g de Masterfix Soja por saca de 50 Kg de sementes, a dosagem utilizada pode depender do histórico da gleba onde a cultura será implantada, do nível de tecnologia adotado e da produtividade esperada, de outros fatores a critério do técnico responsável pela cultura. A aplicação deve ser feita em local fresco e à sombra, utilizar equipamentos específicos para tratamento de sementes, após a inoculação, as sementes devem permanecer em local fresco e á sombra, até o momento da semeadura, e é de extrema importância que a semeadura seja feita no máximo até 18 horas após a inoculação. 2.2. RESULTADOS E DISCUÇÕES O plantio foi feito no dia 29/10/13 e teve a coleta de dados no dia 21/11/13, ou seja, teve a duração de 25 dias, a soja ainda estava no estágio fenológico v3 no primeiro trifólio. Foi retirada uma planta de cada parcela feita no experimento, onde foram observados os resultados da inoculação das raízes e formação de rizóbios. Os nódulos de rizóbio, para estar em perfeita atividade, devem estar em sua parte interna com a coloração rósea, pois é sinal que a leghemoglobina esta em perfeitas condições de fazer a fixação biológica, podemos observar bem na figura abaixo, desenvolvida neste experimento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 115 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3.CONCLUSÕES Conclui-se que se teve um resultado bem visível e sinuoso, pois no caso da testemunha, onde não foi feito a aplicação do inoculante, entre quatro plantas observadas teve a formação de apenas um rizóbio e raiz má desenvolvidas. Já na raiz com inoculante são bem visíveis os rizóbios, entre quatro plantas observadas teve a formação de 10 nódulos de rizóbios. Um aproveitamento de 90%. 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMPOS, B.H.C. & GNATTA, V. Inoculantes e fertilizantes foliares na soja em área de populações estabelecidas de 116 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Bradyrhizobium sob sistema plantio direto. R. Bras. Ci. Solo, 30:6976, 2006. CIAFARDINI, G. & BARBIERI, C. Effects of cover inoculation of soybean on nodulation, nitrogen fixation, and yield. Agron. J., 79:645-648, 1987. DART, J. Infection and development of leguminous nodules. In: HARDY, R.W.F. & SILVER, W. S. A treatise on dinitrogen fixation. Section IIIBIOLOGY. New York, John Wiley & Sons, 1977. p.307-472. HUNGRIA, M. Características biológicas em solos manejados sob plantio direto. In: REUNIÓN BIENAL DE LA RED LATINOAMERICANA DE AGRICULTURA CONSERVACIONISTA, 5., Florianópolis, 1999. Anais. Florianópolis, Empresa de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural de Santa Catarina., 1999. VARGAS, M.A.T.; MENDES, I.C.; SUHET, A.R. & PERES, J.R.R. Inoculação de soja em solos de Cerrado com populações estabelecidas de Bradyrhizobium japonicum. R. Microbiol, 25:24550, 1994. VOSS, M. Inoculação de rizóbio no sulco de semeadura para soja, em um campo nativo, no norte do Rio Grande do Sul. Passo Fundo, Embrapa Trigo, 2002. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 117 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 118 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSO EROSIVO EM UMA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE GARÇA, SP Luis Henrique Fernandes MEIRELLES1 Anderson Jorge ALVES1 Fabiana de Luca XAVIER1 Edgard Marino JULIOR 2 1 Acadêmicos do curso de agronomia da FAEF 2 Docente do curso de agronomia da FAEF RESUMO Os processos de erosivos são caracterizados pelo desprendimento das partículas do solo, devido a vários fatores tais como precipitação infiltração, vegetação, topografia, natureza do solo e a ação do homem (quanto ao seu manejo) podendo ser distinguidos de acordo com sua intensidade e dimensões. O presente trabalho objetivou identificar o processo erosivo de uma propriedade do município de Garça-SP e relatar quais foram suas possíveis causas, tendo em mãos o histórico da área. Palavras-chave: Erosão, Conservação de Solo, Pastagem. ABSTRACT The processes of erosions occur by the loss of soil particles due to various factors such as precipitation, vegetation, topography, type of soil and the action of man (regarding the management). This study aimed to report the erosion of a property of the municipality of Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 119 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Garça-SP, Brazil, and described the causes of the erosion. Keywords: Erosion, Soil Conservation, Pasture. 1. INTRODUÇÃO A erosão é caracterizada pelo processo de desprendimento e arraste das partículas do solo causados pela ação da água e vento. Os fatores que podem influenciar são: chuvas, infiltração, topografia do terreno, cobertura vegetal e a natureza do solo. Deste modo, a erosão do solo é um processo complexo que envolve vários fatores de forma e magnitude de acordo com o local de ocorrência. Um dos principais problemas de manejo dos solos está relacionado com a erosão hídrica, que contribui para o empobrecimento e redução ou perda de sustentabilidade dos agro-ecossistemas devido ao arraste de solo, água, nutrientes e carbono orgânico a ela associada (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2005). A erosão dos solos brasileiros apresenta variabilidade espacial e temporal devido à diversidade climática o que influência o potencial erosivo das chuvas e variabilidade de solos que influenciam a susceptibilidade erosiva. Assim sendo, tanto quanto a fatores intrínsecos e a fatores extrínsecos, ocorrem solos mais ou menos suscetíveis à erosão (BERTOL et al., 2002). Assim sendo, o presente trabalho objetivou identificar o processo erosivo de uma propriedade do município de Garça-SP e relatar quais foram suas possíveis causas, tendo em mãos o histórico da área. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo foi realizado em uma propriedade rural localizada no município de Garça-SP situada na estrada de vicinal para o patrimônio da corredeira do município de Pirajuí-SP denominada Fazenda Santa Julia. A precipitação média anual da região é de 1.450 mm e a temperatura média anual é de 22° C. O levantamento de solo foi realizado em pastagem (braquiária) com área de 5.438m² ou 0,5438 hectares com uma declividade de 13% (Figura 1). 120 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2. CARACTERIZAÇÕES DO SOLO O tipo de solo encontrado no local pertence à ordem Argissolo, de cor vermelho amarelado apresentando mudança textural abrupta, sendo classificado como Argissolo Vermelho Amarelado Abrupto. Este solo apresentava uma perda bastante significativa do horizonte “A” onde deveria haver uma composição de matéria orgânica com vegetais existentes, neste caso restando apenas o horizonte “B” apresentando uma maior quantidade de argila no qual aflorava na superfície devido a um grande período de erosão laminar. O relevo do local pode ser classificado como ondulado a moderadamente ondulado. 2.3. VEGETAÇÃO A vegetação local é pastagem de braquiária, (Brachiaria decumbens) com manejo tradicional ou uso continuo. No entorno desta área existe uma propriedade com plantio de seringueira e uma estrada municipal com bambus (Bambusa vulgaris) e ainda em alguns locais com Eucalyptus spp. 2.4. HISTÓRICO DO MANEJO E UTILIZAÇÃO DO SOLO Por se encontrar no antigo polo cafeeiro do interior de São Paulo, a área foi explorada com monocultura do cultivo de café seguido de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 121 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA eucalipto. Atualmente o local se encontra com pastagem sendo que foi implantado um sistema de terraceamento construído com o uso de máquinas pesadas. 2.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO O solo apresentava uma perda bastante significativa do horizonte “A” onde deveria haver uma composição de matéria orgânica com vegetais existentes, neste caso restando apenas o horizonte “B” apresentando uma maior quantidade de argila no qual aflorava na superfície devido a um grande período de erosão. Com base nos dados obtidos o processo erosivo foi a classificação como Erosão Laminar Severa onde mais de 75% do solo superficial (horizonte A) já havia sido removido e o subsolo (horizonte B) já aflorava na superfície. As erosões laminares ligeiras não apresentaram medidas suficientes para serem avaliadas com a trena, entretanto estão presentes na área, podendo ser vistas a olho nu, pelas camadas visíveis de solo. Podem ter sido provocadas por enxurradas sobre as partículas de solo havendo desagregação e ruptura das partículas que se movimentaram para outras posições (Figura 2). Foi encontrado também no mesmo local erosão em sulcos de 30 m de comprimento com 1,00 m de largura e em alguns casos de 0,80 cm de profundidade com espaçamento em entre eles de 1,5m a 2,0m aproximadamente. Dessa forma, os sulcos foram classificados como profundos e repetidos com frequência pois ocupam mais de 75% da área do terreno (Figura 3). 3. CONCLUSÃO Com o presente estudo, chegou-se à conclusão que os processos erosivos foram formados devido ao manejo inadequado do solo. As possíveis causas devem-se ao fato de que sem um devido planejamento adequado ao uso e manejo correto no solo, houve uma enorme concentração de fatores negativos quanto à função dos seus terraços e ao uso de sua área ao objetivo desejado, ou seja, com o intuito de obter maior viabilidade de sua área esqueceu-se do 122 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF declive em que havia no local, perdendo assim uma grande extensão de solo e nutrientes que foram sedimentados logo abaixo ocasionando um assoreamento em um veio de água. 4 .REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTOL, I.; SCHICK, J.; BATISTELA, O.; LEITE, D.; AMARAL, A.J. Erodibilidade de um Cambissolo Húmico Alumínicoléptico Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 123 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA determinada sob chuva natural entre 1989 e 1998 em Lages (SC). Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.26, n.2, p.465-71, 2002. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo, 5 ed., São Paulo: Ícone 2005, 355p. 124 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF INFLUÊNCIA HÍDRICA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MILHO (Zea mays L.) Frederico Coqueiro DIAS 1 Reginaldo Mendes SILVA2 Felipe Camargo de Campos LIMA 3 Roseli Aparecida CARVALHO4 1 Agronomia formado na Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta – FAEF 2 3 Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF Docente do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF 4 Discentes do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF RESUMO O Presente Trabalho teve como objetivo deste trabalho foi avaliar a germinação da cultura do milho (Zea mays L.) com diferentes doses de água.O experimento foi realizado no município de Garça, no estado de São Paulo (SP), no laboratório de solos da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, em copos plásticos descartáveis cheios com substrato de fibra de coco. Foram semeadas 2 sementes de milho a 5 cm de profundidade. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram constituídos por (0; 2,5; 1,25; 3,75) mililitros de água por copo diariamente. Palavras-chave: Milho; Água; Germinação; Teste de Germinação. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 125 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The present work had the objective of this study was to evaluate the germination of maize (Zea mays L.) with different doses of water.The experiment was conducted in the city of Heron, in the state of São Paulo (SP), the soil lab Faculty of Higher Education and Comprehensive Training in plastic cups filled with coconut fiber substrate. 2 to 5 seeds of maize were sown inches deep. The experimental design was randomized with four treatments and five replications. The treatments consisted of (0, 2.5, 1.25, 3.75) milliliters of water per cup daily. Keywords: Corn, Water, Germination, Germination Test. 1.INTRODUÇÃO A água é a substância mais encontrada nas plantas, e é uma das mais importantes na relação entre as plantas e a atmosfera. No entanto, no campo, o suprimento de água pode ser insuficiente para o desenvolvimento das plantas de forma satisfatória. Para a grande maioria das espécies cultivadas, o período compreendido entre a semeadura e a emergência representa uma das fases críticas do ciclo da cultura. A água é o fator que exerce a maior influência sobre o processo de germinação, devendo estar disponível para as sementes na quantidade exigida pela cultura implantada (PIANA et al. 1994). Na planta, o crescimento, o desenvolvimento e a translocação de fotoassimilados estão diretamente associados à disponibilidade de água no solo (FANCELLI; DOURADO-NETO, 2000). No processo de fotossíntese, o déficit hídrico influencia no acúmulo de matéria seca, limitando a quantidade de CO 2 disponível e os processos de crescimento (EMBRAPA, 1993). O milho que tem origem nas Américas, de forma mais precisa no México, é cultivado por antigas civilizações que ali habitavam há aproximadamente oito mil anos (SANTOS, 1997). Dentro a classificação botânica, o milho pertence à família Poaceae, gênero Zea, espécie Zea mays L. (CAMPOS, 1998). 126 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Das culturas economicamente interessantes para o país, destacase a de milho (Zea mays L.), pois tem um importante papel socioeconômico além de ser uma excelente matéria-prima de diversos setores agroindustriais (FANCELLI; DOURADO-NETO, 2000). O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, totalizando 53,2 milhões de toneladas na safra 2009/2010. A primeira ideia é o cultivo do grão para atender ao consumo na mesa dos brasileiros, mas essa é a parte menor da produção. O principal destino da safra são as indústrias de rações para animais. Cultivado em diferentes sistemas produtivos, o milho é plantado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O grão é transformado em óleo, farinha, amido, margarina, xarope de glicose e flocos para cereais matinais. O estudo das projeções de produção do cereal, realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, indica aumento de 19,11 milhões de toneladas entre a safra de 2008/2009 e 2019/2020. Em 2019/2020, a produção deverá ficar em 70,12 milhões de toneladas e o consumo em 56,20 milhões de toneladas. Esses resultados indicam que o Brasil deverá fazer ajustes no seu quadro de suprimentos para garantir o abastecimento do mercado interno e obter excedente para exportação, estimado em 12,6 milhões de toneladas em 2019/ 2020. Número que poderá chegar a 19,2 milhões de toneladas. O Brasil está entre os países que terão aumento significativo das exportações de milho, ao lado da Argentina. O crescimento será obtido por meio de ganhos de produtividade. Enquanto a produção de milho está projetada para crescer 2,67% ao ano nos próximos anos, a área plantada deverá aumentar 0,73%. O presente trabalho teve como objetivo avaliar germinação da cultura do milho com diferentes doses de água. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Milho De todos os cereais cultivados no país, o milho é o mais expressivo, com aproximadamente 40,8 milhões de toneladas de grãos produzidos, em uma área total de 14,7486 milhões de hectares (CONAB, 2008), Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 127 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA referente a duas safras, tradicional e safrinha. Por suas características fisiológicas a cultura do milho tem alto potencial produtivo, já se obteve produção superior a 16 t ha-1, em concursos de produtividade de milho. Entretanto, a média nacional de produtividade é baixa, por volta de 3.897 kg ha-1, demonstrando que os mais variados sistemas de produção de milho deverão ser ainda bastante melhorados para se conseguir um aumento na produtividade e na rentabilidade que a cultura pode proporcionar (CRUZ et. al., 2008). Assim como a maioria das culturas econômicas, o milho requer a interação de um conjunto de fatores edafoclimáticos apropriados para o seu desenvolvimento satisfatório. Sendo o milho uma planta cujo sistema radicular tem grande potencial de desenvolvimento, é desejável que o solo seja profundo (mais de 1 m). Solos rasos dificultam o desenvolvimento das raízes e possuem menor capacidade de armazenamento de água, estando sujeitos a um desgaste mais rápido em função da pouca espessura do perfil (LANDAU et. al., 2010). 2.2. Profundidade de Semeadura A profundidade de semeadura está ligada a diversos fatores, tais como temperatura do solo, umidade e tipo de solo. A semente deve ser colocada numa profundidade que permita um bom contato com a umidade existente no solo. No entanto, a escolha da profundidade de semeadura vai depender do tipo de solo. Em solos mais pesados, com drenagem deficiente ou outros fatores que possam dificultar o alongamento do mesocótilo, tornando mais difícil a emergência de plântulas, as sementes devem ser colocadas entre 3 e 5 cm de profundidade. Já em solos mais leves ou arenosos, as sementes podem ser colocadas em profundidades maiores, entre 5 e 7 cm de profundidade, para que elas se beneficiem do maior teor de umidade do solo que ali se encontra (CRUZ, et. al., 2008). 2.3. Necessidade Hídrica O milho é bastante exigente em água. No entanto, pode ser cultivado em regiões onde as precipitações variam desde 250 mm 128 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF até 5000 mm anuais, sendo que a planta consome, durante seu ciclo, a quantidade média de 600 mm. O consumo de água pela planta, na germinação e nos estádios iniciais de desenvolvimento, num clima quente e seco, raramente excede 2,5 mm/dia. Durante o período compreendido entre o espigamento e a maturação, o consumo pode subir para 5 a 7,5 mm diários. Porém, se a temperatura estiver muito alta e a umidade do ar muito baixa, o consumo poderá atingir até 10 mm/dia (LANDAU et. al., 2010). 2.4. Germinação As sementes têm como função perpetuar a sua espécie, e estas são a principal contribuinte para a expansão e desenvolvimento da agricultura (HADDAD, M. L.; VENDRAMIM, J. D., 2006). As sementes são compostas por três partes: cobertura, tecido de reserva e eixo embrionário. A cobertura tem como função unir as partes internas da semente, proteger e regularizar o processo germinativo (TAIZ; ZEIGER, 2006). O tecido de reserva nutre o eixo embrionário para que ele possa crescer inicialmente. O eixo embrionário é o que formará um novo indivíduo adulto. (MAGUIRE, J. D., 2006). Para germinar a semente exige uma certa porcentagem de água que varia entre as espécies. Sementes monocotiledôneas, como cereais por exemplo, devem alcançar de 35 a 40% de umidade para que germinem. Por outro lado, as dicotiledôneas só começam a germinar depois de atingirem de 50 a 55% de água (FILHO, M., 2005). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 129 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Em condições adequadas de campo, após a semeadura, as sementes absorvem água e começam a crescer. A radícula é a primeira a se alongar, seguida pelo coleóptilo, com plúmula incluída. Esse estádio, conhecido como VE, é atingido pelo rápido crescimento do mesocótilo, que empurra o coleóptilo em crescimento para a superfície do solo. Em condições de temperatura e umidade do ar adequadas, a emergência ocorre 4 a 5 dias após a semeadura, porém, em condições de baixa temperatura e pouca umidade, a germinação pode demorar até duas semanas ou mais (MAGALHÃES e DURÃES, 2010). 2.MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL Foi testada a germinação do milho, a semente DKB 370 VT PRO com diferentes doses de água. Como delineamento estatístico, foi utilizado o de blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições. Cada bloco continha vinte e cinco copos plásticos brancos de 150 ml cada, sendo que a cada cinco representava uma repetição cheios com substrato. 3.2 SUBSTRATO O Substrato utilizado para realizar este experimento foi o substrato comercial Bioplant Prata HT de fibra de coco, de pH de 5,8 com variância de 0,5 pra mais ou menos, umidade de 55%, cujo o registro no MAPA é MG – 89519 10023-1 e tem como data de fabricação o dia 09/01/2013. 130 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3.3 LOCALIZAÇÃO O experimento foi conduzido no laboratório de solos, no campus experimental “Rosa Dourada” da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, localizada no município de Garça – SP. 3.4 SEMENTES Para a realização deste trabalho foram utilizadas sementes de milho da variedade DKB 370 VT PRO com poder germinativo de 95% e pureza de 98%. Foram colocadas duas sementes em cada copo. 3.5 ÁGUA A água utilizada neste experimento foi controlada, e colocada com auxílio de uma pipeta sobre o local onde as sementes se encontravam no substrato dentro do copo plástico descartável. 3.6 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO 3.6.1 PREPARO DOS COPOS ENCHIMENTO COM SUBSTRATO Para a realização deste trabalho foram utilizados copos plásticos descartáveis brancos com capacidade líquida de 150 ml. Os copos tiveram a extremidade inferior furada e então foram cheios com substrato comercial Bioplant Prata HT de fibra de coco com características citadas acima. 3.6.2 SEMEADURA A semeadura foi realizada manualmente, depositando duas sementes de milho em cada copo plástico a uma profundidade de 2,5 cm e cobertas com substrato. 3.6.3 IRRIGAÇÃO Para fornecer água as sementes de milho foi utilizada uma pipeta plástica milimetrada para que pudesse colocar a dose adequada a cada tratamento que são: Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 131 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF · T1à 00ml de água · T2à 2,5ml de água · T3à 1,25ml de água · T4à 3,75ml de água S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A água foi fornecida para todos os tratamentos, exceto para a testemunha, em suas respectivas doses, diariamente. 3.7. AVALIAÇÕES 3.7.1 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS No presente trabalho foi avaliada a porcentagem de germinação de sementes de milho sob as condições de água impostas a elas de acordo com cada tratamento. 3.7.8 ANÁLISE DE VARIÂNCIA Os dados foram submetidos ao teste de variâncias através do (sisvar) ao nível de significância a 5%. E para o teste de médias, o teste de TUKEY a 5%. 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela abaixo é possível visualizar os resultados do teste de Tukey a 5%. Observando o gráfico abaixo podemos ver a diferença na porcentagem de germinação entre os tratamentos, porém estes 132 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF mesmos resultados não se diferem significativamente quando aplicados ao teste de Tukey a 5% no oitavo dia após a semeadura. No entanto, se diferem no período de germinação e na uniformidade como podemos observar nas fotos abaixo: Os tratamentos T2 e T3 são uniformes no tamanho de plântulas recém-germinadas ao contrário do T4. 7. CONCLUSÃO Com os resultados obtidos neste trabalho pode-se concluir que apesar da água ser um fator limitante para a germinação não houve diferença significativa entre os tratamentos já que todos germinaram. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 133 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A única diferença que pode ser observada foi a uniformidade entre as plântulas de um mesmo tratamento, as plantas que receberam as menores doses de água germinaram com maior igualdade. 8. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. T. Profundidade das Sementes em Diferentes Tipos de Solo Afetando a Emergência de Plântulas de Merremia aegyptia. Garça. 2013. 19p. CAMPOS, B. H. C., A cultura do milho no plantio direto. Cruz Alta: FUNDACEP/FECOTRIGO, 1998, 189p. CRUZ, J. C., FILHO, I. A. P., ALVARENGA, R. C., NETO, M. M. G., VIANA, J. H. M., OLIVEIRA, M. F., MATRANGOLO, W. J. R. Manejo da Cultura do Milho. Embrapa Milho e Sorgo. Sistemas de Produção 2. 4ª ed. – versão eletrônica. set./2008. Disponível em: <http:// sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/ CultivodoMilho_4ed/manejomilho.htm>. Acesso: 25 set 2013. FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, D. 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Sistemas de Produção 1. 6ª ed. – versão eletrônica. set./2010. Disponível em: <http:// www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_6_ed/climaesolo.htm >. Acesso em: 25 set 2013. MAGALHÃES, P. C., DURÃES, F. O. M. Ecofisiologia: Germinação e Emergência. Embrapa Milho e Sorgo. Sistemas de Produção 1. 6ªed. – versão eletrônica. set/2010. PIANA, Z.; CAVARIANI, C.; TILLMANN, M. A. A.; MINAMI, K. Disponibilidade Hídrica e Germinação de Sementes de Cebola (Allium cepa L.). Sci. Agric., Piracicaba. p. 486 – 487, set./dez., 1994. SANTOS, H. R. Cultivo do milho (Zea mays L.) no sistema de plantio direto. Garça. 2006, 29p. SANTOS, J. P.; MANTOVANI, E. C. Perdas de grãos na cultura do milho, pré-colheita, transporte e armazenamento. Sete Lagoas: EMBRAPA – CNPMS, 1997. 40p. (EMBRAPA – CNPMS. Circular Técnica, 24) SILVA, W. A. L. Teste de Germinação de Schizolobium parahyba (Guapurvu). Garça. 2013. 15p. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 4ªed. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2006. VERONEZZE, N. C. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF IRRIGAÇÃO LOCALIZADA: GOTEJAMENTO E MICROASPERSÃO Nathane Colombo MENEGUCCI ¹ Renato Maravalhas de Carvalho BARROS ² ¹ Discente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] ² Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] RESUMO A irrigação localizada é entendida pelos sistemas de irrigação nos quais a água é depositada ao solo, diretamente sobre a região radicular, em pequenas proporções, porém com alta frequência, de modo que conserve a umidade do solo na zona radicular próxima à “capacidade de campo”. O objetivo do presente trabalho foi propor uma análise comparativa entre os sistemas de irrigação localizada com gotejadores e microaspersores. Palavras-chave: Gotejadores, irrigação, microaspersores. ABSTRACT Localized irrigation is understood by irrigation systems in which water is deposited on the ground, directly over the root area, in small proportions, but with high frequency, so that conserve soil moisture in the root zone to the next “field capacity “. The aim of this study was to propose a comparative analysis of the systems of Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 137 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA drip irrigation with drip and micro sprinklers. Keywords: Drippers, irrigation, micro sprinklers. 1. INTRODUÇÃO Existem, essencialmente, quatro formas de aplicação de água às plantas, que determinam os principais sistemas de irrigação: por superfície, aspersão, localizada e subsuperficial. Seja qual for o sistema de irrigação, este deve ter por objetivo a reposição da quantidade de água exigida na área irrigada, buscando manter níveis elevados de eficiência e uniformidade. Todos os sistemas apresentam vantagens e desvantagens, porém cada situação em particular deve ser analisada, proporcionando soluções em que as vantagens específicas possam equilibrar as limitações naturais dos métodos: pode-se dizer que deve haver um sistema de irrigação ajustado para cada condição, cuja escolha é importante para o sucesso da cultura irrigada. Entre os sistemas, a irrigação localizada aparece como um dos métodos mais modernos de conduzir a água até plantas. Ainda que se pense que este método tem por objetivo principal a economia da água, mesmo que de fato economize, o princípio básico que levou ao seu desenvolvimento foi a manutenção de um determinado grau estável de água no solo, que pudesse dar às plantas, ao longo do seu ciclo, condições de vida mais homogêneas e regulares possíveis, quando se trata de umidade e fertilização. A princípio todos os sistemas de irrigação localizada forneciam água às plantas por fontes adaptadas, empregando dispositivos chamados gotejadores. Todavia, com o aparecimento dos microaspersores, dispositivos que aspergem água de forma a cobrir uma pequena área, os sistemas de irrigação localizada tornaram-se mais adaptáveis a diferentes condições de cultura e solo. Pode-se dizer que as formas de irrigação localizada, gotejamento e microaspersão, devem ser consideradas como uma nova concepção agronômica para a condução das culturas, sob condições intensamente controladas de umidade no solo, fertilização, salinidade, etc., e que possui um efeito significativo na reação das plantas, época de colheita e qualidade de produção. 138 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O objetivo do presente trabalho foi propor uma análise comparativa entre os sistemas de irrigação localizada com gotejadores e microaspersores. 2. DESENVOLVIMENTO Gotejamento e microaspersão são sistemas muito disseminados, sendo o primeiro mais antigo no Brasil (1972) e o segundo mais recente (1982). Diferem entre si quanto à aplicação de água: no gotejamento utilizam-se vazões menores, de 1 a 20 l/h, gota a gota, e na microaspersão as vazões são aplicadas de forma pulverizada, de 20 a 150 l/h. 2.1. Irrigação Localizada Irrigação localizada é caracterizada segundo Abreu et al. (1987) como a aplicação de água no solo em uma zona mais ou menos limitada do volume radicular, se caracterizando por: a) molhar apenas uma parte do sistema radicular, aplicando água sobre ou abaixo da superfície; b) utilizar pequenas vazões com baixa pressão; c) aplicar a água próximo às plantas através de pontos de difusão, que em alguns casos pode ser alto; d) ao reduzir o volume de solo encharcado e, portanto, sua capacidade de armazenamento de água, atua-se com a frequência necessária para manter um alto teor de umidade no solo (irrigação com alta frequência). Os primeiros sistemas de irrigação localizada, inicialmente em gotejamento, segundo Karmeli & Keller (1974), surgiram na Inglaterra, onde predominava a vegetação. Sua utilização no campo começou por volta de 1950, em Israel. A partir de 1960, a irrigação localizada cresceu, sendo utilizada hoje em dia em vários países, principalmente nos Estados Unidos, Austrália, México, Espanha e Israel. GUSTAFSON (1976) fez uma apuração das áreas irrigadas com irrigação localizada em vários países. Em meio aos fatores e condições que mais contribuíram para a ampliação desse método estão: a) regiões com baixa precipitação pluviométrica ou pouca disponibilidade de água e/ou má qualidade da água; b) plantio de pomares em áreas com marcante declividade; c) regiões onde o custo da água e da mão-de-obra são elevadas. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 139 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A utilização desse sistema pode ser proveitosa em diversas condições. DASBERG & BRESSER (1985) citaram que a principal vantagem da irrigação localizada é o alto grau de controle de aplicação de água que ela proporciona. O sistema condensa uma grande quantidade de emissores por unidade de área com alta igualdade de descarga. Com isto é possível conferir a eficiência de aplicação em campo dos métodos superficiais, aspersão e localizada, usando a definição de BOS (1977), em que a eficiência de aplicação é a relação entre a quantidade de água aplicada na área irrigada e a água necessária para manter o nível da mesma no solo acima do mínimo conveniente para cultura. WU & GITLIN (1983) entenderam que a eficiência da aplicação de 90 % pode simplesmente ser obtida com irrigação localizada comparada com os 60-80 % da aspersão e 50-60 % da superficial. Nesses cálculos admite-se que a variação do fluxo do emissor não deve ultrapassar 20 %, o que é um bom critério de acordo com SOLOMON & KELLER (1978). Segundo AZEVEDO (1986) o método de irrigação localizado alcança seu ponto máximo quando aplicado nas seguintes condições: cultura de grande espaçamento, igual ou superior a 2 metros entre linhas, onde pode ser usada, de preferência, uma tubulação com emissores para duas fileiras de plantas; culturas sensíveis a pequenas variações de umidade no solo, respondendo com perdas destacadas na produtividade; culturas que exigem doses constantes de fertilizantes, uma vez que o método possibilita a aplicação do adubo através da água de irrigação; culturas com alta lucratividade por unidade de área, a exemplo do mamão, uva, banana, etc.; pouca mão-de-obra; topografia com qualquer declividade, desde que seja homogênea. Entre as principais limitações podem-se destacar o alto custo inicial. Este custo, segundo ARMONI (1984), precisa de uma análise econômica da cultura, que leva em conta três fatores: 1) a contribuição do ecossistema na produtividade da cultura em kg ha-1; 2) a colaboração do sistema na melhor qualidade do produto; 3) o preço unitário do produto. Considera-se ainda, que devido as diminutas dimensões dos orifícios do emissores, há uma invariável, exigindo sistemas de filtragem altamente eficientes. O custo dos filtros pode constituir de 5 a 20 % do preço dos equipamentos. 140 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Segundo SCALOPPI (1986), outra limitação diz respeito à forte dependência que a execução do sistema apresenta à qualidade do equipamento e às condições observadas no dimensionamento. Equipamentos com baixa qualidade industrial, exibindo grande variabilidade entre as características operacionais dos emissores resultam em reduzida uniformidade de emissão, e podem causar perdas de água e nutrientes, ou deficiências hídricas às culturas. Pode-se citar ainda o grande número de tubulação na área irrigada, complicando o controle mecanizado de ervas daninhas, bem como a colheita mecanizada. Em geral os sistemas de irrigação localizada são fixos e constituídos de: a) motobomba; b) cabeçal de controle; c) linha principal; d) válvulas; e) linha de derivação; f) linha lateral; g) emissores. 2.1.1. Irrigação por Gotejamento Segundo ARMONI (1984) a irrigação por gotejamento existia no mundo há muitos anos, porém de forma primitiva. Nesse sistema a aplicação da água é feita por meio de pequenas peças, chamadas gotejadores ou emissores, acopladas em tubulações flexíveis de polietileno. A este conjunto é chamado linha de gotejadores, linha de emissores ou linha lateral de irrigação. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 141 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Introduzidos na linha lateral, os gotejadores dispersam a energia da água, de forma a emitir gotas ou um filete contínuo próximo da planta a ser irrigada. A sua inserção no tubo pode ser feita “sobre a linha”, “em linha entre duas seções do tubo” ou no “prologamento da linha”, com espaçamento constante ou não, de acordo com KELLER & KARMELI (1975). A relação entre a vazão e a pressão na entrada do gotejador, a perda de carga localizada com a sua introdução no tubo, o tamanho do gotejador e o regime de escoamento nele efetivo constitui suas características hidráulicas. Essas características, segundo GILLARD et al. (1974), são empenhadas pela geometria, material e processo do gotejador na linha lateral. SOLOMOM (1978) assegura também que a variação na fabricação do dispositivo de emissão é um considerável fator que influencia a uniformidade de emissão no sistema de irrigação por gotejamento. VERMEIREIN & HOBLING (1980) acreditam que o emissor, em um sistema de irrigação localizada, deve apresentar: a) descarga uniforme e constante; b) abertura suficiente para evitar entupimentos; c) baixo custo, robustez e homogeneidade. 142 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Os métodos normalmente empregados para dissipar energia de pressão nos emissores são os de orifícios e de percurso longo. Em qualquer um deles a relação entre descarga e pressão, de acordo com KELLER & KARMELI (1975) pode ser caracterizada pela seguinte equação: q= k . Hx em que: q= vazão do emissor (l/h); k= coeficiente de cada emissor; H= pressão na entrada do emissor; x= expoente de descarga do emissor que caracteriza o regime de fluxo. OLITTA (1984), afirma que em sistemas de dissipação por orifícios, frequentemente ocorre o regime de fluxo turbulento, e que o sistema de dissipação de longo percurso exibe o expoente x variando de 0,5 a 1,0. Isto significa que nos emissores de fluxo laminar o contato entre a vazão e a pressão é proporcionalmente linear, isto é, quando se dobra a pressão, a vazão também é dobrada. Nos emissores de fluxo turbulento a vazão é proporcional à raiz quadrada da pressão, isto é, para o dobro da vazão é necessário aumentar quatro vezes a pressão. Os emissores oferecem um pequeno orifício de saída da água (1 a 2 mm). Baixas variações neste orifício provocam grandes mudanças na descarga e uma mesma pressão. VERMEREIN & JOBLING (1980) comprovaram que essas diferenças podem exceder à 10 %, o que em alguns casos as tornam mais expressivas que variações da vazão devido as diferenças de pressão ao percurso da linha lateral. O coeficiente de variação de fabricação (CVF) é o parâmetro utilizado para medir a variação de vazão provocada pela divergência entre os emissores. É obtido pela seguinte expressão: CVF= gama (q) : qmf em que: CVF= coeficiente de variação de fabricação; gama (q)= desvio padrão da vazão à uma pressão de referência; qmf= vazão média à uma pressão de referência. NAKAYAMA & BUCKS (1986) indicaram, como as fundamentais causas na variação da fabricação, a falta de habilidade para admitir tolerâncias dimensionais devido a pressão e temperatura de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 143 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA fabricação, modificações no material utilizado, projeto do emissor e molde usado. Além do processo da fabricação e da variação de pressão ao longo da linha lateral, a alteração de temperatura da água também colabora para que haja mudanças na vazão dos gotejadores. Segundo PARCHOMEHOK (1976), mudanças na viscosidade, em função da temperatura da água, podem despertar variações na vazão dos emissores, maior do que o limite máximo, de mais ou menos 10 %, caso o regime de escoamento no emissor seja laminar. Quando o regime de escoamento no emissor for turbulento, a vazão não será prejudicada por mudanças na viscosidade, o que também foi observado por KELLER & KARMELI (1975). 2.1.2 Irrigação por Microaspersão A microaspersão é um dos sistemas de irrigação localizada, criado a partir de outro já existente, o gotejamento, que fornece água às plantas através de fontes naturais por meio de dispositivos conhecidos como gotejadores. Ela é executada através dos microaspersores, que nada mais são que pequenos aspersores que fazem uma irrigação localizada, requerendo baixa pressão, com maior economia de água. 144 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A irrigação por microaspersão tem sido muito desenvolvida nos últimos anos, ampliando-se a sua aplicação à irrigação em pomares, hortaliças, viveiros e estufas. Teve origem em Israel, na década de 70, sendo que seu uso acabou se difundindo pelo mundo inteiro. Segundo HOWELL & HILLER (1974) a microaspersão é um método de irrigação localizada em que a água é aplicada nas plantas com grande frequência e em quantidades próximas de seu uso, reduzindo assim as perdas por percolação profunda, escoamento superficial e evaporação. Este sistema utiliza tubulações plásticas de baixo diâmetro, com emissores denominados microaspersores, espaçados de maneira a depositar água na superfície do solo, em direção ao sistema radicular da planta. As vantagens da irrigação por microaspersão, segundo VERMEIREN & JOBLING (1980) são: manejo simples; aplicação de pouca mão-deobra; maior controle da água aplicada; uso de água salina e utilização de baixas vazões. O alto grau de desenvolvimento que o sistema tem alcançado nos últimos anos, se deve, em especial, às seguintes vantagens, mencionadas por FISHER (1977) e KOEKEMOER (1979): a) economia de água e energia; b) alta eficiência no sistema; c) uniformidade de aplicação de água; d) possibilidade de emprego de água mais salina que outros métodos; e) filtragem a baixo custo; f) possibilidade de fertirrigação; g) independe da topografia e tipo de solo; h) elimina perigos de erosão; i) simples localização de microaspersores entupidos; j) não interfere no tratamento fitossanitário; k) pouca mão-de-obra. Segundo ARMONI (1986), na irrigação por aspersão numa determinada acomodação de aspersores pode não se alcançar o nível desejado de uniformidade. Tal situação pode ser modificada pela mudança no espaçamento ou pela adição de um segundo bocal ao aspersor. Já na microaspersão a situação é absolutamente diferente, pois a água é aplicada diretamente ao solo, com quase ou nenhum reconhecimento. As linhas laterais ou linhas porta-emissores apresentam microaspersores espaçados de acordo com o tipo de solo, cultura a ser irrigada e as características dos microaspersores. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 145 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Os microaspersores, introduzidos na linha lateral, espalham a energia da água, transmitindo-a pelo solo em forma de gotas, de modo a propiciar uma superfície úmida. Essa superfície muda com as características do microaspersor e com a pressão de serviço. A adição do microaspersor na linha lateral, segundo BRUMMER et al. (1979) pode ser feita em linha por meio de adaptadores de rosca ou de pressão, ou ainda empregando uma haste prolongadora para linhas laterais enterradas. BRUMER et al. (1979) aponta que vários tipos de microaspersores foram desenvolvidos nos últimos anos, com a finalidade de dar vazão e distribuição precisa, adaptadas a um mecanismo durável, podendose encontrar uma série de opções adaptáveis e demarcar as culturas. SOLOMON (1979) propôs um coeficiente para medir a variação da forma dos emissores causada pelo processo de fabricação, em função da vazão média dos emissores e do desvio padrão da vazão, obtido a pressão de serviço dos emissores e a temperatura constante. Este coeficiente é um considerável componente na seleção dos emissores. O PNB 12:02.08.-022, da Associação Brasileira de Normas Técnicas 146 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ABNT (1986), apresenta a seguinte classificação para os microaspersores, de acordo com o valor do coeficiente de variação da vazão: 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com apoio na revisão bibliográfica feita e nos resultados levantados, a análise comparativa entre sistemas de irrigação localizada com gotejamento e microaspersão, apresentam as seguintes conclusões: a) o sistema de irrigação por gotejamento, hoje em dia, apresenta menor custo do que o sistema de microaspersão; b) os gotejadores são mais sujeitos a obstrução que os microaspersores; c) na microaspersão a distribuição de umidade lateral pouco depende das carcterísticas do solo. O mesmo não acontece com o gotejamento; d) o comprimento da linha lateral do sistema de gotejamento comumente é maior que o de microaspersão. Levando-se em conta principalmente o preço dos sistemas, recomenda-se o gotejamento à microaspersão. De maneira geral, o gotejamento é recomendado para culturas com pouco desenvolvimento radicular e, microaspersão para culturas com grande desenvolvimento radicular. Para os solos arenosos deve-se dar preferência para o sistema de microaspersão. No Brasil recomenda-se o gotejamento para as seguintes culturas: banana, cacau, café, hortaliças (tomate, morango, ervilha, pepino, beringela, etc.), mamão, melão, pimenta-do-reino, viveiro de mudas frutíferas e de plantas ornamentais. A microaspersão deve ser usada principalmente em: abacate, caju, citrus, guaraná, manga, seringueira, etc. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 147 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, J.M.; LOPEZ, J.R.; REGAZADO, A.P. & HERNANDEZ, J. F. G. El riego localizado. In: CURSO INTERNACIONAL DE RIEGO LOCALIZADO, Tenerife, 1987. Madrid, INIA, 1987. P. 15-35 ARMONI, S. El riego por goteo. Conceptos, sistemas e caracteristicas. Israel, Centro de Cooperacion International para o Desenvolvimento Agricola, 1984. 99p. ARMONI, S. Micro-sprinkler Irrigation. 1ª. Ed. Israel, Dan Sprinklers, 1986. 92p. ASBRASIL. Manual Básico sobre Irrigação. 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Desta forma, este trabalho tem como objetivo mostrar o avanço do melhoramento genético do amendoim no país. Palavra Chave: Arachis hypogaea L, genética vegetal, indústria alimentícia. ABSTRACT Groundnut is a dicot family of Legumiosae. The genus Arachis is native to South America, and is one of the most important oil crops Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 149 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA in the world. The peanut crop is gaining more space on the national scene due to the fact that culture is used in renewal areas other cultures, such as: sugar cane and pasture. Its use has as main target the candy and confectionery industry, in addition to their use for the production of biodiesel. The cycle of peanuts in the state of São Paulo is 130 to 140 days, depending on the genotype. Thus, this work aims to show the progress of peanut breeding in Brazil. Keyword: Arachis hypogaea, food industry, plant genetics 1.INTRUDUÇÃO O amendoim (Arachis hypogaea) é uma oleaginosa de grande valor econômico, com uma produção superior a 31 milhões de toneladas em grãos, e 6 milhões de toneladas em óleo, liderada pelos principais produtores mundiais: China, Índia e EUA (FAO, 2011). No Brasil, a produção da lavoura tem se situado em 345 mil toneladas de amendoim em vagens, oriunda das regiões Sul, Sudeste, CentroOeste e Nordeste (IBGE, 2012) O Brasil já foi um dos maiores produtores de amendoim do mundo, ocupando papel expressivo, tanto para o suprimento interno de óleo vegetal, quanto na exportação de subprodutos. Porém, a partir da década de 1970, diversos fatores mercadológicos, políticos e tecnológicos levaram à redução do cultivo nacional e, indiretamente, modificaram o perfil do mercado desta oleaginosa (FREIRE et al.,1998). Desde o início dessa década, o processo produtivo do amendoim, Arachis hypogaea L., passou por uma série de modificações, desde a adoção de novas cultivares, destacando-se as de hábito rasteiro (grupo Virginia) até a utilização de maquinário moderno adaptado a estas cultivares. Devido a boa aceitação de estas cultivares pelo mercado externo (grãos maiores e de coloração castanho clara), bem como pelas suas vantagens agronômicas (dormência das sementes, maior resistência a aflatoxina e maior produtividade) (GODOY, 2002). 2.DESENVOLVIMENTO O melhoramento de plantas é uma ciência multidisciplinar, à qual a humanidade deve grande parte do seu sustento, e que procura 150 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF agregar nas cultivares em vias de lançamento, boas características às já disponíveis, ou características que compensem perdas devidas à erosão genética, à evolução dos patógenos, a problemas de indisponibilidade ou ainda a custos crescentes de insumos, ou múltiplas outras causas que determinem insatisfação com as cultivares em uso (VALLS, 2003). A incorporação de características desejáveis via hibridação entre espécies selvagens e a cultivada é, de certo modo, laboriosa e necessita de manipulação genética devido às diferenças encontradas entre estas espécies nos níveis de ploidia e barreiras interespecíficas. Segundo Murty et al. (1981) alguns híbridos têm sido produzidos nestes últimos anos. A grande maioria deles foi utilizada em análises citológicas para avaliação do relacionamento entre as espécies, entretanto, ressaltam que é difícil produzir híbridos desejáveis devido às incompatibilidades interespecíficas. No melhoramento de plantas, três recursos básicos devem ser explorados para que se consiga maior variabilidade genética. O primeiro é o conhecimento das diferenças hereditárias entre os genótipos da espécie cultivada. O segundo, refere-se às diferenças que podem ser criadas artificialmente pelo uso de mutagens e o terceiro são as diferenças que ocorrem entre os relativos selvagens das espécies cultivadas (FARIAS, 1996). Um importante banco de germoplasma no Brasil é a Embrapa Cenargen, que é constituído de 928 acessos, 847 dos quais originários do Brasil, 48 do Paraguai, 13 da Bolívia, 13 da Argentina e 7 do Uruguai (VALLS, 1997). A maioria desses acessos é mantida no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em trabalhos de parceria com o Cenargen. A Embrapa Algodão quando iniciou as pesquisas com amendoim em 1986, constituiu uma coleção de Arachis hypogaea, a qual conta atualmente com 228 acessos. Embora seja composta apenas de materiais da espécie cultivada, resultados obtidos através de estudos de diversidade genética têm demonstrado que a variação infra-específica detectada entre os acessos tem sido suficiente para gerar variabilidade genética no programa de melhoramento da cultura desenvolvido pela empresa (SALES, et al. 1995). Os métodos convencionais do melhoramento envolvidos para a melhoria do gênero são: introdução, seleção, linha pura, seleção massal ou modificada, hibridação e recombinação seguidas pelas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 151 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA técnicas de pedigree (ALLARD, 1971). Segundo Wynne & Gregory (1981), podem ainda serem utilizados, para obtenção de uma população melhorada, o sistema de cruzamento múltiplo, seleção recorrente e o sistema dialelo de cruzamento seletivo. A maioria dos programas de melhoramento do amendoim explora apenas a variabilidade genética dentro da espécie cultivada, a utilização de espécies silvestres de Arachis e ainda limitada, devido a incompatibilidade cromossômica entre as espécies cultivadas e silvestres (GODOY et al., 2005) Trabalhos que visam obter hibridos férteis, ccurzandoo – se epecies silvestres com o amendoim cultivado, via duplicação cromossômica, têmsido conduzidos por (FÁVERO et al., 2006). De acordo com Coffelt & Hammons (1974), o melhoramento genético do amendoim pode ser dividido em três etapas: 1. criação de germoplasma um banco; 2. seleção de indivíduos superiores; e 3. utilização dos indivíduos selecionados para criar variabilidade genética. O uso da genética quantitativa para a estimativa das variâncias e dos parametros genéticos: herdabilidade e coeficiente de correlação podem ser de grande valor em todas as três etapas. A utilização de marcadores moleculares RAPD têm sido de grande importância para estudos de variabilidade genética (SUBRAMANIAN et al., 2000; RAINA et al., 2001; XAVIER et al., 2005) para identificação de espécies (MARTIN et al., 1997), para monitorar a eventual transferência de material genético de espécies diplóides selvagens para o amendoim cultivado (GARCIA et al., 2006), para determinar o grau de associação entre a distância genética entre parentes e a performance dos seus híbridos (DIAS et al., 2003), e para construção de mapas genéticos de ligação (MENÉNDEZ et al., 1997). A técnica dp RAPD pode ser eficaz na redução do numero de acessos analizados, uma vez que permite a indentificação de acessos contrastantes (XAVIER et al., 2005). Segundo Badami (1930), sugere que em uma população a ser melhorada, deve ser feita uma seleção preliminar baseada nas plantas que apresentem maior número de vagens maduras e uma seleção final nas plantas que apresentem maior peso de semente. A África é um importante centro secundário de variação. Os germoplasma oriundos deste Continente mostram uma grande plasticidade genética, esta plasticidade é devida às várias 152 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF combinações surgidas através de mutações naturais, cruzamentos e alguma instabilidade genética herdada em conseqüência da natureza tetraplóide do amendoim (GREGORY et al. 1973). A espécie selvagem A. monticola, oriunda do Nordeste da Argentina, cruza naturalmente com a espécie cultivada, A. hypogaea. Presume-se, a propósito, que essa espécie seja o descendente selvagem comum de A. hypogaea. Comparando-se A. monticola com A. hypogaea, (BAJAJ, 1984) relata que essa última tem vagens mais resistentes, pouco frágeis e os ginóforos são mais curtos. Infere-se que tais mudanças, por certo desvantajosas na selvagem, foram conseguidas através de uma seleção humana, sendo ainda de importância fundamental na domesticação e subsequente distribuição e diversificação da espécie, uma vez que grande variabilidade do hábito de crescimento e características das sementes foram acumuladas. Krapovickas (1968) distinguiu cinco grandes grupos do amendoim cultivado na América do Sul, os quais representam centros secundários de diversidade, desenvolvidos a partir de um outro centro primário de domesticação no Sudeste da Bolívia e Nordeste da Argentina. Do ponto de vista de utilização em programas de melhoramento genético, as espécies selvagens possuem características desejáveis, não encontradas nas cultivares comerciais. Citam-se como principais a alta resistência ao estresse hídrico e a algumas doenças de importância econômica bem como a rica qualidade da proteína encontrada nas sementes de algumas espécies. Nesse último aspecto, o melhoramento pode ser derivado para quaisquer um desses dois segmentos: melhoria da dieta alimentar para consumo humano ou animal. Segundo Pizarro (1997), a maioria das espécies do gênero Arachis prestam-se para produção de forragem, cuja qualidade nutricional é tão elevada quanto outras leguminosas forrageiras utilizadas comercialmente. As espécies A. pintoi, A. glabrata e A. hypogaea, por exemplo, apresentam ampla adaptação a vários tipos de clima e solo, alto rendimento de forragem e, especialmente, alto valor nutritivo tanto na parte vegetativa quanto na semente. As principais cultivares de amendoim lançadas pelo IAC são: IAC TUPÃ, IAC POITARA e IAC OIRÃ, liberadas em 1987. Todas são de porte ereto, ciclo entre 100 a 120 dias, sementes grandes e alongadas, sendo a última de coloração bege. A média de rendimento em vagens Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 153 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA dessas cultivares situa-se em 2.900kg/ha no período das águas e 1.900kg/ha no período seco. O rendimento em sementes situa-se em 75% e o teor médio de óleo é de 53% (Pompeu, 1987). Em 1997 foram lançadas as cultivares de porte rasteiro e sementes de coloração bege IAC CAIAPÓ (ciclo de 130-135 dias e sementes de tamanho médio) e IAC JUMBO (ciclo de 145-160 e semente extra grande). Ambas possuem duas sementes/vagem e são bastante produtivas; apresentam moderada resistência à Mancha parda, Pinta preta e Verrugose e resistência à Mancha barrenta (INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS, 1997). 3.CONCLUSÃO O melhoramento de plantas vem elevando o potencial das cultivares e diminuindo sua fragilidade e suscetibilidade a doenças e pragas com isso vem ganhando mais em produtividade podendo suprir a demanda mundial de alimentos, vale ressaltar que a cultura abordada já teve um grande avanço por parte do melhoramento genético podendo – se notar uma grande produtividade e um aumento significativo em áreas plantadas. 4.REFERÊNCIAS BORGES; W. L, XAVIER; G. R; RUMJANEK; N. G. VARIABILIDADE GENÉTICA ENTRE ACESSOS DE AMENDOIM. Embrapa Agrobiologia, BR 465, Km 07, CEP 23890-000 Seropédica, RJ. GRACIANO; E. S. A. ESTUDOS FISIOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DE CULTIVARES DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.) SUBMETIDO À DEFICIÊNCIA HÍDRICA. Recife – PE 2009. GOMES; L. D. R. 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Emai: [email protected] RESUMO A avicultura é setor de destaque no cenário agropecuário brasileiro, tendo forte impactado sobre a economia do país, e empregando milhares de pessoas direta e indiretamente na atividade. Devido à alta demanda que requer nos dias de hoje, se faz cada vez mais necessário que a atividade seja ainda mais eficiente, e um dos mais importantes fatores para que se tenha tal eficiência influi sobre a nutrição das aves, que necessitam de alimentação especifica de acordo com o seu estágio de desenvolvimento para que tenham êxito em sua finalidade, em termos de aves poedeiras essas necessitam ainda mais de uma nutrição balanceada, tem em vista que o ovo é um alimento rico em nutrientes. O presente trabalho teve o objetivo de relatar as novas tecnologias de nutrição de aves poedeiras no país. Palavras-chave: agronegócio, avicultura, manejo, poedeiras. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 157 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The poultry industry is featured in the Brazilian agricultural scenario, having strong impacted on the country’s economy, and employing thousands of people directly and indirectly in the activity. Due to high demand that requires these days, is increasingly necessary for the activity to be even more efficient, and one of the most important factors for such efficiency influences on nutrition of birds, which require food specifies according to their stage of development so that succeeding in its purposein terms of laying birds that need even more of a balanced nutrition, aims that the egg is a food rich in nutrients. The present work aims to report the new nutrition technologies of laying birds in the country. Keywords: agribusiness, poultry, management, layers. INTRODUÇÃO O cenário agropecuário do Brasil tem se destacado mundialmente pela sua forte produção dentro do agronegócio, sendo a avicultura um dos segmentos que mais evoluiu nos últimos anos. O pais está na posição de terceiro maior produtor de carne de frango no mundo e o maior exportador. Tal crescimento na produção tem sido constante, sendo que somente no ano de 2011 houve um aumento de 8,76% na produção de janeiro em relação ao mesmo período do ano de 2010 (PESSOA et al., 2011). Temos de certo que em torno de 70% do custo de produção de galinhas poedeiras está ligado à alimentação das mesma. Mediante a isso ela se torna uma das tarefas mais importantes em um sistema de criação, já que interfere diretamente no desenvolvimento das aves e consequentemente na rentabilidade do negócio. O produtor precisa fazer uso de rações de extrema qualidade para garantir resultados satisfatórios, bem como corretamente balanceada, para que se atendenda às exigências nutricionais nas distintas fases de cria-recria, pré-postura, postura, e final de postura. Diante dos diferentes períodos é crucial que o criador conte sempre com a orientação de um nutricionista, ele indicará a quantidade certa de ração e as proporções para cada idade das aves. 158 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Durante seu crescimento as galinhas poedeiras necessitam de alimento em abundancia, devido a dependerem disso para que se desenvolvam corporalmente e haja o amadurecimento para uma vida em postura. Por sua vez a fase de produção requer que a ração diária seja controlada, para que não tenha uma redução em sua vida produtiva. Para se ter uma base uma ave mais leve ira consumir cerca de 90-110g de ração/dia (LAZIA, 2011). Temos no ovo um alimento de suma importância, havendo um balanço em nutrientes exclusivo em sua composição nutricional e em suas propriedades de defesa naturais o que preserva seu conteúdo interno até a chegada à mesa do consumidor, sendo isso resultado de uma bom manejo nutricional das aves poedeiras. A alimentação balanceada de aves de poedeiras almeja a produção máxima de ovos de boa qualidade e o perfeito equilíbrio alimentar das aves. Cabendo ao produtor fazer uso de uma alimentação que promova a manutenção e produção dos animais, devendo-se lembrar ainda que, quando as aves entram em postura, não completaram totalmente o seu crescimento, devido ao fato de que as necessidades de crescimento também devem ser atingidas. DESENVOLVIMENTO Segundo Araujo (2005) a expressiva capacidade de produção animal no pais, em especial o setor avicultura, de dá devido aos fatores, como a excelência da capacidade dos profissionais da nutrição animal de formular dietas de qualidade e a custo reduzido, assim como a um setor empresarial altamente competitivo. No entanto o emprego de modernos compostos, advindos da biotecnologia, é fundamental pois podem aumentar a produtividade e ainda reduzir os custos de produção. Sendo que alimentos alternativos em muitos casos não são indicados por reduzirem os índices zootécnicos. Visando a redução deste comprometimento, alguns artifícios são utilizados, como a adição de probióticos, prebióticos, simbióticos e enzimas exógenas, que servem para auxiliar de forma direta ou indiretamente o animal a utilizar mais eficientemente os nutrientes contidos neste tipo de ingredientes (SCHWARZ, 2002). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 159 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Os probióticos são microrganismos vivos, os quais acarretam benefícios quando introduzidos no trato gastrintestinal, competindo com a flora patogênica por nutrientes, locais de adesão no epitélio intestinal e sintetizando ácidos orgânicos que criam resistência ao crescimento de organismos patogênicos (Junqueira & Duarte, 2005). Esses geram o equilíbrio da microbiota intestinal e ainda melhoram no ganho de peso e na eficácia alimentar das aves, devido ao fato de competirem com os patógenos no intestino e evitarem lesões no vilo, viabilizando a regeneração da mucosa intestinal (Sato et al., 2002). Tal competição em que os microrganismos benéficos são favorecidos é importante, pois o desequilíbrio em favor de bactérias indesejáveis pode resultar em infecção intestinal, no qual comprometeria a digestibilidade da ração. Tem-se como definição de prebióticos como ingredientes alimentares não digestíveis que estimulam seletivamente o crescimento de bactérias endógenas como os Lactobacillus, Bifidobacterium, os quais beneficiam o hospedeiro. Eles tem como principal ação o estimulo no crescimento e a ativação do metabolismo de algum grupo de bactérias benéficas do trato gastrintestinal. O emprego da adição de prebióticos na ração está ganhando destaque como aditivos biológicos devido a não provocarem a resistência bacteriana (ARAUJO et al, 2007). Dentre os prebióticos os mais importantes são: as hexoses como glicose, frutose, galactose e manose e pentosescomo ribose, xylose e arabinose A frutose e manose compõem os dois mais importantes grupos de prebióticos utilizados atualmente os FOS (frutoligossacarídeos) e MOS (mananoligossacarídeos) (Immerseel et al., 2004). Os frutoligossacarídeos são produtos da indústria que, quando adicionados às rações, fornecem carboidratos fermentáveis para as bactérias benéficas nativas que habitam o trato gastrintestinal, minimizando as populações de bactérias patogênicas, como a Escherichia colia e Salmonella, devido a exclusão competitiva (inibição da proliferação dos microrganismos patogênicos pela adição de determinados compostos que favorecem a multiplicação dos microrganismos naturais benéficos do trato gastrintestinal do hospedeiro) (Scapinello et al., 2001). 160 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Os MOS são mais complexo. Derivam da parede celular interna de leveduras e seu primeiro modo de atuação é ligando-se a certas bactérias patogênicas na área gastrintestinal, essas bactérias ligadas aos oligossacarídeos não podem aderir à infecção iniciada no intestino, mas algumas bactérias não possuem em suas membranas celulares sítios de ligação para fixação dos oligossacarídeos, a exemplo, a bactéria que causa a enterite necrótica no intestino. Mediante a presença desta bactéria, há a redução quando os MOS são administrados (Scapinello et al., 2001). Já por sua vez os simbióticos são a denominação de probiótico e prebiótico, o qual constitui um novo conceito na utilização de aditivos em dietas para aves (Junqueira & Duarte, 2005). A resultante da combinação entre probiótico e prebiótico serve para melhorar a sobrevivência do primeiro, pela disponibilidade do seu substrato, influindo em vantagens para o hospedeiro, tanto pela presença da flora benéfica quanto pela fermentação (Immerseel et al., 2004). Tratando de enzimas exógenas define-se por esse termo como catalisadores biológicos que aceleram as reações químicas. Sendo que as enzimas não são organismos vivos, e sim produtos de organismos vivos como bactérias e fungos (Hannas & Pupa, 2007). Elas vêm sendo usualmente empregadas de maneira a melhorar na digestibilidade de fontes alternativas de energia, como centeio, trigo, cevada e aveia, proporcionando, uma melhora no ambiente dos animais uma vez que se tem fezes mais secas e sem resíduo de alimento (Murakami et al., 2007). Os grãos de soja há altos índices de substâncias pécticas em sua parede celular, e quando considerado que a soja contribui com mais de 70% da proteína em dietas avícolas, a suplementação com enzimas pode ser uma excelente ferramenta para um melhor aproveitamento desse ingrediente e, consequentemente, aumento dos lucros da atividade (Murakami et al., 2007). Portanto as enzimas são alternativas excelentes para diminuir os custos de produção de ovos, devido ao fato que a melhora significativa na digestibilidade dos alimentos, obtida com o uso de enzimas, permite alterações nas formulações das rações de forma a minimizar o custo, aumentando o uso de ingredientes energéticos e proteicos nas rações. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 161 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA CONCLUSÃO Diante do exposto, temos que o setor de avicultura de postura é de suma importância para o pais, e que inovações em nutrição e alimentação dessas aves são cada vez mais necessários para que se tenha cada vez mais um elevado nível de excelência no setor. Destacando o uso dos prebióticos, probióticos, simbióticos e de enzimas exógenas, as quais proporcionam melhores resultados em termos de nutrição para as aves de postura. REFERENCIAS ARAUJO, J. A., et al. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF QUALIDADE DE MANÁ-CUBIU (SOLANUM SESSIFLORUM DUNAL) MINIMAMENTE PROCESSADO TRATADO COM ÁCIDO ASCÓRBICO Erika FUJITA1 Rogério Lopes VIEITES2 Karina FURLANETO3 1 Doutora em Agronomia, Dep. Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômica-UNESP/Botucatu, SP, Brasil – [email protected]; 2 Prof. Dr. Titula Rogério Lopes Vieites, Dep. Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômica-UNESP/Botucatu, SP, Brasil – [email protected] 3 Mestranda em Agronomia, , Dep. Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômica-UNESP/Botucatu, SP, Brasil – [email protected]. RESUMO O objetivo este trabalho foi avaliar o efeito do ácido ascórbico na conservação em maná-cúbiu minimamente processado. Foram utilizados quatro tratamentos: 0%, 1%, 2% e 3% de ácido ascórbico. Os produtos foram armazenados em bandejas, cobertas com um filme de polivinilcloreto e mantidos a 6ºC por 10 dias. A cada dois dias, avaliou-se o pH, teor de sólidos solúveis, acidez titulável, “Ratio” e perda de massa fresca. Os tratamentos com o ácido ascórbico tiveram menor perda de sólidos solúveis e mostrou o melhor sabor, mas o tratamento com 3% demonstrou a menor perda de massa fresca, mostrando-se de interesse econômico. Palavras-chave: Conservação, Minimamente Processados, Manácubiu. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 165 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The objective of this work is to evaluate the effect of ascorbic acid on conservation in mana cubiu minimally processed. Four treatments were 0%, 1%, 2% and 3% ascorbic acid. The products were stored in trays, covered with a film of polyvinylchloride and kept at 6 ° C for 10 days. Every other day, we evaluated the pH, soluble solids, titratable acidity, “Ratio” and loss of weight. Treatment with ascorbic acid had less loss of soluble solids and showed the best flavor, but treatment with 3% showed the least loss of weight, being of economic interest. Keyword: Conservation, minimally processed, Mana-cubiu. 1. INTRODUÇÃO O Brasil é privilegiado pela sua diversidade. As floras da Amazônia são verdadeiros pomares com centenas de espécies de frutas que precisam ser coletadas e domesticadas; ainda há muitas plantas nativas diferenciadas, plantas de excepcional valor, que necessitam ser conservadas e reproduzidas para garantir a preservação da variabilidade dentro da espécie. O interesse do consumidor nacional e internacional em obter uma alimentação saudável e natural levou a procurar frutas nativas e exóticas, que vem aumentando e se tornando interessante para os produtores rurais que procuram alternativas de fonte de renda (LORENZI et al., 2006). O principal atrativo destas frutas perante o consumidor são os diferentes sabores e propriedades medicinais que possibilitam a criação de pratos e medicamentos em prol à saúde humana (LORENZI et al., 2006). Dentre essas riquezas tem-se o cubíu. No Peru, é chamado de cocona e outro nome em espanhol é topiro ou tupiro, que antes dava nome à espécie. Na Amazônia é o cubíu, e mais recentemente tem sido chamado de maná. Também recebe os nomes de tomatede-índio, ou “peach tomato” e “oniroco apple”. Em tupi é kubi’u. Na região Sudeste é conhecida por maná-cubíu. A origem da espécie é dada como nativa das vertentes orientais dos Andes, na Amazônia 166 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF peruana, equatoriana, venezuelana e colombiana, mas também na Amazônia brasileira, no alto do rio Orinoco, onde é utilizada pelos índios. Os frutos são usados ao natural, na medicina popular e podem ser processadas. Podem-se produzir suco, geléia, néctar, batida e na culinária, são usados para cozidos de peixe. Na medicina popular, são utilizados para reduzir os níveis de colesterol, ácido úrico e glicose no sangue (DONADIO; MORO; SERVIDORE, 2002). A utilização de hortifrutícolas minimamente processados no Brasil é recente, mas com grande potencial de crescimento, devido à economia de tempo e trabalho que proporciona à nível doméstico, em redes de alimentação rápida e em restaurantes. A comercialização de produtos minimamente processados, no Brasil, iniciou-se na década de 90 e, nos últimos anos, este segmento do agronegócio apresentou grande crescimento tanto no mercado institucional, quanto no varejista. As perdas por amadurecimento precoce, por falta de tratamento pré e póscolheita se configuram em alguns milhões de toneladas por ano (OLIVEIRA, 2005). Nos EUA, a venda de produtos minimamente processados alcançou US$ 7,9 bilhões em 1997, prevendo-se crescimento para US$ 19 bilhões até 2003. No Brasil, o setor movimentou R$ 450 milhões em 1998 (AGRIANUAL, 2000). É uma atividade que está em expansão, devido à necessidade que os consumidores têm de adquirir produtos com qualidade e praticidade (WILLEY, 1994). O crescimento das vendas deste tipo de produtos deve-se também a expansão dos serviços de self-service (restaurantes, hotéis, lanchonetes) e nível doméstico, visto que estes produtos oferecem uma série de vantagens como: redução na geração de resíduos (casca e/ou sementes), aumento da qualidade higiênico-sanitária, padronização na forma e tamanho nas operações oferecidas, diminuição nos custos adicionais com mão-de-obra e estrutura física para o processamento e armazenamento da matéria-prima e do produto, redução do tempo gasto com o processamento, entre outros (SILVA, 2001). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade dos frutos de Maná Cubíu, minimamente processados, em diferentes concentrações de ácido ascórbico em armazenamento refrigerado. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 167 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Frutas e Hortaliças do Departamento de Horticultura da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP, Campus de Botucatu. Os frutos originaram-se do município de Iguape-SP, no litoral sul paulista. Após a colheita, seguiram para o Laboratório, foram selecionados, lavados em água corrente e imersos, por cinco minutos, em água fria (5ºC), contendo 100 mg L-1 de cloro, para desinfecção e retirada de parte do calor de campo. Estes frutos foram mantidos em câmara fria (10ºC) por 12 horas. O processamento foi feito manualmente com todos os utensílios devidamente higienizados e os colaboradores usaram luvas, aventais, gorros e máscaras, procurando proteger ao máximo o produto de prováveis contaminações. Os frutos foram descascados e cortados em rodelas com espessura de 3 a 4 mm, após o corte as rodelas foram submetidas as diferentes concentrações de ácido ascórbico (0%, 1%, 2% e 3%) escorridas para retirar o excesso de água e embalados em bandejas de isopor recobertas por filme de PVC flexível. Todas as bandejas foram acondicionadas em refrigeradores à 6ºC. As avaliações foram realizadas a cada dois dias, totalizando dez dias de armazenamento e cinco dias de retirada em todos os tratamentos. Os parâmetros utilizados foram: potencial higieniônico - pH, teor de sólidos solúveis (°Brix), acidez titulável (g de ácido total 100-1 de polpa) de acordo com a metodologia proposta pelo IAL (2008), “Ratio” (SS/AT) e perda de massa fresca (%). A acidez constitui fator de grande importância para o sabor e aroma dos frutos e, além disso, o pH influencia o escu-recimento oxidativo dos tecidos vegetais. A diminuição do seu valor acarreta redução da velocidade de escurecimento do fruto (CHITARRA; CHITARRA, 2005). 3. RESULTADO E DISCUSSÃO Na Figura 1, no dia 1 o valor de pH aumentou em todos os tratamentos. Os tratamentos com ácido ascórbico demonstraram 168 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF uma ligeira queda até o término do experimento, sem apresentar uma diferença significativa entre as concentrações utilizadas. Já o controle aumentou o pH, estabilizando próximo do final do experimento. Esse comportamento esta relacionado com o uso do ácido como solução conservadora levando a diminuição do pH, enquanto no tratamento sem o uso do ácido, os frutos iniciaram um processo de fermentação nos frutos (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Observando a Figura 2, no dia 1, os valores de acidez titulável tiveram uma grande diminuição em todos os tratamentos mantendose constantes durante todo o período de armazenamento, não demonstrando diferença significativa entre os mesmos. Os valores de sólidos solúveis diminuíram no dia 1 de análise e se mantiveram constante até o final indicando que o produto atingiu o equilíbrio, em todos os tratamentos, como mostra a figura 3. Essa redução nos teores de açúcares pode ser explicada pelo aumento na taxa respiratória dos frutos. A ação física do processamento mínimo induz à produção de etileno, denominado etileno de ferimento e também induz a uma elevação na respiração, respiração de ferimento, a qual utilizará rapidamente os substratos de reserva (WATADA, 1990). Nos frutos fatiados tratados com ácido ascórbico Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 169 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA não foi observada nenhuma queda acentuada nos teores de açúcares, o que, provavelmente, é explicado pelo fornecimento de ácidos para esses frutos, através dos tratamentos, os quais podem ser substratos respiráveis. Assim, no início do armazenamento, quando o fruto tendeu a aumentar sua taxa respiratória devido ao estresse promovido pelo corte, os ácidos fornecidos pelo tratamento possivelmente podem ter servido de substratos para a respiração. 170 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O “Ratio” representa a relação entre os sólidos solúveis e a acidez titulável (Figura 4). É um indicativo de sabor do fruto, pois relaciona a quantidade de açúcares e ácidos presentes. Mesmo o fruto tendo apresentado um valor do “Ratio” baixo, o armazenamento provocou um pequeno acréscimo, sendo o controle obteve o menor valor com relação aos outros tratamentos. Na figura 5 o comportamento das fatias de frutas tratadas e não tratadas com ácido ascórbico apresentaram a maior e a menor perda de massa, respectivamente. As fatias sem tratamento com ácido ascórbico, apresentaram menor perda de massa, pois os tecidos das fatias foram menos afetadas pelo acido utilizado no tratamento de conservação. A perda de água dos frutos relaciona-se, principalmente, ao processo de transpiração, respiração e ao tempo de arma-zenamento, e resulta em enrugamento, amolecimento dos tecidos e perda de brilho, tornando os frutos mais susceptíveis às deteriorações. Também pode ocasionar alterações na cor e sabor deles (KADER, 1992). A perda de massa é um dos principais fatores negativos na vida de armazenamento de muitos produtos hortícolas. Esta ocorre em razão do tempo de armazenamento e da transpiração. Essa perda tem efeitos marcantes sobre a fisiologia dos tecidos vegetais e, em alguns casos, antecipa a maturação e a senescência de frutos tropicais (YANG, HOFFMANN, 1984). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 171 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4. CONCLUSÃO Os tratamentos com ácido ascórbico se mostraram eficientes na conservação dos produtos minimamente processados, auxiliaram na diminuição do pH que retarda o escurecimento dos tecidos. Porém, os tratamentos com a utilização do ácido ascórbico levaram a uma diminuição no peso da massa fresca, o que torna o produto inviável economicamente, mas o tratamento á 3% de ácido ascórbico foi o que apresentou a menor perda de massa. Com isso conclui-se que o tratamento que melhor conservou as fatias foi a de 3% de ácido ascórbico. 5. REFERÊNCIAS AGRIANUAL 2000: anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2001, p.40 CHITARRA, M. I. F. ; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras, MG: ESAL/FAEPE, 2005. 320 p. COMISSÃO NACIONAL DE NORMAS E PADRÕES PARA ALIMENTOS. Normas técnicas especiais do Estado de São Paulo, revistas pela CNNPA 172 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF relativas a alimentos e bebidas. Resolução n°12/78 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos. Diário Oficial. Brasília, 24 de julho de 1978. Seção 1, pt I. DONADIO, L. C.; MORO, F. V.; SERVIDONE, A. A. Frutas Brasileiras. Jaboticabal, SP: Novos Talentos, 2002. p. 146-148. IAL. Métodos físicos e químicos para análise de alimentos. 3 ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 553p. KADER, A. A. Postharvest technology of horticultural crops. 12 ed. Oakland: University of California, Division of Agriculture and Natural Resources, 1992. 296p. LORENZI, H., BACHER, L. B., LACERDA, M. T. C., SARTORI, S. F. Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas (de consumo “in natura”). Nova Odessa, SP: Instituto Platanum de Estudos da Flora LTDA, 2006, 672 p. OLIVEIRA, A. M. 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Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômica-UNESP/Botucatu, SP, Brasil – [email protected]. RESUMO Este trabalho objetivou verificar a qualidade dos frutos de buriti refrigerados em B.O.D. nas temperaturas: 10°C, 12°C, 15°C com 60% ± 5% UR e temperatura ambiente de 23°C ± 5° com 80% ± 5% UR, na FCA/UNESP. A cada três dias durante 12 dias de armazenamento foram avaliados: sólidos solúveis, pH, acidez titulável, “ratio”. O delineamento foi inteiramente casualizado com três repetições, utilizando o Teste de Tukey (p<0,05). A conservação frigorificada mostrou-se eficaz em prolongar o período de armazenamento dos frutos em relação a temperatura. Os frutos à 10°C apresentaram a melhor conservação da qualidade pós-colheita. Palavra-Chave: Mauritia flexuosa L. f, Refrigeração, Póscolheita Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 175 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This study aimed to determine the quality of the fruit Buriti chilled in BOD at temperatures: 10 ° C, 12 ° C, 15 ° C with 60% ± 5% RH and ambient temperature of 23 ° C ± 5 ° with 80% ± 5% RH, the FCA / UNESP. Every three days during 12 days of storage were studied: soluble solids, pH, titratable acidity, “ratio”. The design was completely randomized with three replications, using the Tukey test (p <0.05). The refrigerated storage was effective in prolonging the shelf life of fruits in relation to temperature. The fruits at 10 ° C showed the best conservation of postharvest quality. Keyword: Mauritia flexuosa L. f, Refrigeration, Post Harvest. 1. INTRODUÇÃO O Brasil é um país dotado de uma grande extensão territorial, onde podemos encontrar uma imensa diversidade natural inexistente em qualquer outro país do mundo, com isso temos uma variedade de frutas e plantas benéficas para o homem com diferentes fins. Pela grande extensão territorial a disseminação de informações culturais devido a dificuldade do consumidor ter acesso a esses alimentos em outras regiões do país, por isso encontramos diferentes tipos de frutas e outros alimentos que não chegam ao conhecimento de toda a nação e na grande maioria das vezes não é dado o devido valor para essas plantas pelas suas características nutricionais e fitopatológicas. O Cerrado é uma grande fonte de recursos naturais, dentre essas riquezas temos o buriti, também denominado de muriti. É uma palmeira muito conhecida na região Amazônica e nos cerrados devido a sua importância, pois se aproveita de tudo desde o fruto até as raízes, denominada pela população de “árvore da vida”. Apresenta vária características como, auxilio nas enfermidades do homem moderno como, por exemplo, as raízes do buriti são utilizadas na medicina popular em infusão (chá) para “dores de barriga” e má digestão e da polpa pode se obter um óleo viscoso de cor laranja a vermelha, com alto teor de betacaroteno, muito usado na culinária. O óleo da polpa de fruto é empregado no tratamento de queimaduras levando ao alívio imediato e auxilia na cicatrização, e 176 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF é usado pelos índios como protetor solar, com isso algumas empresas farmacêuticas e de cosméticos utilizam na formulação de remédios, cremes para a pele e protetores solar. O tronco, as folhas e o pecíolo são utilizados na construção de casas, calhas, móveis, artesanatos e brinquedos. O fruto é uma drupa, elíptico de 5 a 7 centímetros de comprimento com 4 a 5 centímetros de diâmetros. Sua casca tem uma coloração castanho-vináceo, com típicas escamas rômbicas, cartilaginosas, com polpa alaranjada, carnosa, oleaginosa. O epicarpo ou casca é escamosa, com a cor que varia de vermelha, vinho ou mais escura. O mesocarpo ou polpa com somente de 4 a 6 milímetros de espessura, tem sabor agridoce bastante característico, a cor varia do alaranjado ao laranja-avermelhado. Pode ser encontrado desde a floresta Amazônica até os cerrados de vários estados brasileiros da região Norte, Nordeste e CentroOeste e no estado de Minas Gerais. Atingindo o Pantanal MatoGrossense, chegando até a Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Nesses países existem grandes áreas cultivadas de buritizeiro. Há uma discussão entre os cientistas brasileiros e peruanos para definir o seu centro de origem (CAVALCANTE, 1991). Os frutos são fontes importantes de proteínas, vitaminas, sais minerais, etc. Com significativa aceitabilidade do seu fruto e produtos na culinária regional, como a polpa do fruto e a medula do tronco, que fornece uma farinha usada em mingaus e contribui para o suprimento de parte das exigências nutricionais dessa população (ALMEIDA; SILVA, 1994). A palmeira tem papel social para a população como fonte de renda e de emprego, devido o uso em pequenas empresas ou cooperativas no fabrico de produtos como licores, vinhos, doces, sucos e sorvetes. Porém, essa atividade não tem encontrado suporte técnico e científico para tornar o buritizeiro uma cultura sustentável e economicamente interessante, que pode solucionar problemas encontrados na produção. O fruto é colhido somente no período das águas (dezembro à junho), nos demais períodos do ano não há frutos para serem processados dificultando o fornecimento constante de matéria-prima para pequenas empresas processadoras ou produção caseira. O método de armazenamento não está definido claramente, existem tentativas como despolpar o fruto em raspas que são desidratadas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 177 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA no ambiente, no qual é armazenado na temperatura de refrigerador doméstico ou sob congelamento da polpa fresca ou do fruto inteiro, por período ainda não determinado, porém são métodos simples que a população encontrou com intuito de aumentar o período de armazenamento para futuro processamento (ALMEIDA; SILVA, 1994). O presente trabalho teve como objetivo verificar a qualidade e conservação frigorificada do fruto de buriti. 2. MATERIAL E MÉTODOS Os frutos originaram-se da reserva ecológica de Jalapão próximo do município de Dianópolis do estado de Tocantins, nas coordenadas geográficas de longitude: 46º 00' e 51º 00' e latitude 05º 00' e 13º 00' S com solo arenoso, situado no sudoeste do estado, próximo da divisa com o estado da Bahia e do Goiás. O cacho foi acondicionado num contentor devidamente arejado com temperatura aproximada de ±16°C. O cacho colhido tinha 55 kg fornecendo 40 kg de frutos Logo após a colheita, os frutos foram enviados para o Laboratório de Pós-Colheita do Departamento de Horticultura – UNESP-BotucatuSP. Neste mesmo laboratório foram realizadas as análises nos frutos. Os mesmos foram separados aleatoriamente em 4 lotes, armazenados a 10°, 12° e 15°C na umidade relativa de 85% ± 5% e em temperatura ambiente de 23°C ± 5°C com umidade relativa de 60% ± 5%. Após a definição dos tratamentos foram acondicionadas em 3 (três) câmaras refrigeradas nas respectivas temperaturas. As análises foram realizadas a cada 3 dias totalizando 12 dias, pois após este período os frutos não apresentaram condições de serem consumidos, assim foram realizados 5 dias de análises, em todos os tratamentos, com exceção do tratamento testemunha, pois foi descartado após 9 dias depois do início do experimento devido a incidência de patógenos impossibilitando as análises. Foram avaliadas as seguintes características, conforme metodologias especificadas: sólidos solúveis – SS (°Brix): conforme metodologia de AOAC (1995); acidez titulável – AT (%): utilizando-se 5g de polpa homogeneizada, diluída em 100 ml de água destilada. Os valores foram expressos em gramas de ácido total, expresso em porcentagem, conforme metodologia recomendada pelo Instituto 178 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Adolfo Lutz (2005); “Ratio” (SS/AT): foi obtido através da relação entre os “sólidos solúveis” e a “acidez titulável”. R= SS/AT; pH: a leitura de pH foi realizada em três amostras, utilizando-se um potenciômetro digital, conforme metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2005). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 (tratamentos) x 5 (cinco dias de análise). Os dados foram analisados pelo programa SISVAR 4.6 segundo Ferreira (1998) sendo as médias dos tratamento e as interações (tratamentos x dias), comparadas utilizando-se Teste de Tukey a 5% de probabilidade (GOMES, 1987). 3. RESULTADO E DISCUSSÃO No teor de sólidos solúveis (Tabela 1), no decorrer do experimento os tratamentos a 10°C, 12°C e 15°C, apresentaram valores semelhantes, sendo que com 12°C não houve diferença significativa entre os dias de armazenamento. O tratamento a temperatura ambiente, após o 3º dia, o valor diminuiu mantendo-se constantes até o descarte no 9º dia devido ao intenso ataque inicial de Monilinia fructicola (Wint) Honey (Monilia fructicola) impossibilitando possível consumo dos mesmos. Para identificação do patógeno encontrado nos frutos, uma amostra foi retirada aleatoriamente e levada para o Departamento de Produção Vegetal, no Laboratório de Fitopatologia na Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP. Somente no 6º dia houve diferença significativa entre os tratamentos 10°C, 12°C e 15°C, já os demais não tiveram. O tratamento em temperatura ambiente manteve os menores valores de sólidos solúveis. No 3º dia de armazenamento houve uma tendência no aumento do valor do pH, no tratamento ambiente, isso se deve ao do início da fermentação nos frutos no processo da senescência (CHITARRA; CHITARRA, 2005). O aumento no valor do pH foi observado durante todo o experimento. O tratamento 10°C, apresentou valores constantes no 0 e 3º dia, já no 6º dia houve um aumento até o 9º dia seguindo uma diminuição no 12º dia. O tratamento 12°C mostra uma diminuição no 3º dia, sendo que no 6º até o 12º dia os valores aumentaram com uma queda no 9º dia. No tratamento ambiente os valores do pH aumentaram até o último dia de análise antes do Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 179 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA descarte. O tratamento 10°C foi o que apresentou o maior valor no pH observando a média. Possivelmente o aumento do pH no 6º dia (Tabela 2). Observou-se que durante o armazenamento houve aumento do valor de pH nos tratamentos 10° e 15°C. O aumento do pH esta diretamente ligado à diminuição da acidez titulável, devido a maturação ou da excelente reserva energética do fruto. A acidez titulável (Tabela 3) no 3º dia apresentou valores que aumentaram em todos os tratamentos em relação ao dia zero, a partir disso houve um declínio nos valores chegando a estabilidades até o término do experimento. Entre os tratamentos, os valores foram 180 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF semelhantes no decorrer dos dias de análise. No 6º dia houve queda na acidez. O tratamento a temperatura ambiente apresentou um valor da acidez baixo, por causa da infestação de patógenos e o consumo de ácido no metabolismo (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Os valores do “Ratio” (Tabela 4) apresentaram um aumento até o término dos dias de análises, havendo algumas variações nos tratamentos. Nos 0, 3º e 12º dia não ocorreram diferenças significativas entre os tratamentos. A temperatura de 10°C foi a que se destacou dos demais tratamentos com os maiores valores. O aumento do valor demonstra uma melhora no sabor dos frutos, e é necessário valores elevados para obtenção de um sabor aceitável, na qual aumenta com o amadurecimento devido ao decréscimo na acidez (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Observouse perda de rendimento em todos os tratamento até o término do experimento (Tabela 6). Os tratamentos ambiente, 12°C e 15°C foram os que tiveram a menor perda no rendimento. Nos 0, 6º, 9° e 12° dias de avaliação não houve diferença significativa entre os tratamentos 10°C, 12°C e 15°C. Nos tratamentos com armazenamento refrigerado as perdas do rendimento foram menores, pois a refrigeração retarda a deterioração, provocadas pelas bactérias e fungos e regula as taxas de todos os processos fisiológicos e bioquímicos associados (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 181 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4. CONCLUSÃO A conservação frigorificada dos frutos do buritizeiro mostrou-se eficiente na manutenção à sua a vida útil chegando até 12º dia após esse período observou-se a impossibilidade de consumo dos frutos. Os frutos do tratamento controle foi descartado devido ao intenso ataque de patógenos, sendo desencadeado pelo Monilinia fructicola (Wint) Honey (Monilia fructicola) já no dia 6º dia. O tratamento a 10°C foi o que manteve as melhores características físico-química e química dos frutos durante o armazenamento, porém apresentou uma perda de massa próxima de 30%, com isso o tratamento 12°C foi o que melhor manteve a qualidade. 5. REFERÊNCIAS ALMEIDA, S. P.; SILVA, J. A. Piqui e Buriti – Importância alimentar para a população dos cerrados. Planaltina, DF: EMBRAPA-PAC, 1994. p. 25-34. AOAC. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry International. 16th ed, Arlington, 1995. v. 2.. CAVALCANTE, P. B. Frutas Comestíveis da Amazônia. 5º ed. ver. Belém: Ed. CEVUP, 1991. p. 168-171. CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:fisiologia e manuseio. Lavras, MG: ESAL/FAEPE, 2005. 785p. 182 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF FERREIRA, D. N. Sistemas de análise estatística para dados balanceados. Lavras, MG: UFLA/DEX/SISVAR, 1998. GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 12. ed. Piracicaba, SP: Nobel, 1987. 467 p. IAL. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físicos e químicos para análise de alimentos. 4ª ed. Instituto Adolfo Lutz, 2005. 1018p. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 183 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 184 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF REVISÃO SOBRE PARICÁ GOMES, Alana1 BENITTIS , Luana ¹ BOSQUÊ, Gisleine Galvão² 1 Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF, Garça/SP ( [email protected]) ² Coordenadora do curso de Agronomia da FAEF, Garça/SP RESUMO Fugir da dependência da liberação de planos de manejo e garantir o fornecimento da própria matéria-prima, que estava escassa. Estes foram alguns dos motivos para empresários do Pará investirem no paricá (Schizolobium amazonicum Huber). “A escolha se deve ao fato dele ser uma espécie de rápido crescimento, com abundância de sementes, excelentes desenvolvimentos em plantios comerciais, facilidade na produção de mudas e produção de madeira de cor clara, homogênea e sem nó, que conquistou o mercado interno e externo”, afirmou Marco Antônio Siviero, diretor do grupo Árboris (ALTERNATIVAS VIÁVEIS). O plantio com paricá em escala comercial em Dom Eliseu (PA) teve início no final de 1993. O paricá é uma das poucas espécies florestais com silvicultura relativamente fácil, sendo um destaque a desrama natural. O principal cuidado é a limpeza nos primeiros anos para evitar o matocompetição. “No geral o paricá é uma espécie muito rústica”, completa Alessandro Lochinoski, engenheiro florestal do CPP (Centro de Pesquisas do Paricá). Palavras Chave: espécie arbórea; Pará, Schizolobium amazonicum Huber Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 185 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT Escaping the dependence of release management plans and ensure the supply of the commodity itself , which was scarce. These were some of the reasons for entrepreneurs to invest in paricá ( Schizolobium amazonicum Huber ) . “ The choice is due to the fact that it is a kind of rapid growth , with plenty of seeds , excellent developments in commercial plantations , ease of seedling production and timber production in a clear , homogeneous and without node, which won the domestic and color external , “said Marco Antonio Siviero , director of ARBORIS group ( VIABLE ALTERNATIVES ) . Planting with paricá on a commercial scale in Dom Eliseu ( PA ) began in late 1993 . Paricá is one of the few forest species with forestry relatively easy , with a highlight natural pruning . The main caveat is cleaning in the early years to prevent weed competition . “Overall the paricá is a very rustic species ,” adds Alessandro Lochinoski , forester CPP ( Research Center Paricá) . Keywords : Paricá ; Schizolobium amazonicum Huber 1. INTRODUÇÃO “Economicamente o paricá despontou no cenário nacional como a terceira espécie florestal mais plantada no Brasil, conquistando o mercado nacional e externo devido a excelente madeira”, disse Siviero. Ele afirma que os projetos em andamento têm apresentado uma taxa de retorno financeiro satisfatório, ao ponto de estimular a ampliação da área platada (ALTERNATIVAS VIÁVEIS). O paricá atualmente é colhido por volta o sexto ou sétimo ano de idade através de corte raso ou desbaste, sendo que o incremento médio anual para a espécie é superior a 30 metros cúbicos/ hectare.ano. O ciclo de corte de sete anos é praticado para lâminas para compensados (ALTERNATIVAS VIÁVEIS). Atualmente o paricá tem grande aceitação no mercado externo e também no mercado nacional. Na região sul do país, é também utilizado para capa de compensados com enchimento de outras espécies. Segundo levantamentos do CPP a espécie é a terceira mais plantada perdendo naturalmente para eucalipto e pinus, que apresenta queda de 1,4% 186 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF (comparando 2006 e 2007), segundo dados da Abraf (Associação Brasileira dos Produtores de Florestas). 2. DESENVOLVIMENTO De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist, a posição taxonômica de Schizolobium amazonicum obedece à seguinte hierarquia: - Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae) - Classe: Magnoliopsida (Dicotyledonae) - Ordem: Fabales - Família: Caesalpiniaceae (Leguminosae: Caesalpinioideae) - Gênero: Schizolobium - Espécie: Schizolobium amazonicum - Publicação: in Bol. Mus. Goeldi, vii 152 (1913). Abaixo observam-se as características morfológicas da espécie: Forma biológica: árvore decídua. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 40 m de altura e 100 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. Seu tempo de vida é considerado curto a médio, em relação às espécies clímax. Tronco: De acordo com Matsubara (2003) apresenta tronco bem cilíndrico, bem formado e reto, sem nós, revestido por casca grossa. Nas árvores jovens, o tronco tem coloração verde acentuada e com cicatrizes transversais deixadas pela queda das folhas. Às vezes, apresenta sapopemas basais. O fuste mede até 25 m de comprimento. Ramificação: é dicotômica. A copa é galhosa, aberta e obovóide formando uma abóbada perfeita, mas não impede o crescimento da vegetação de sub-bosque (Lima et al., 2003). Casca: grossa medindo até 15 mm de espessura, com ritidoma liso ou granular de cor cinza-esverdeada quase negra (RODRIGUEZ ROJAS & SIBILLE MARTINA, 1996; MATSUBARA, 2003). A casca externa é lisa a finamente fissurada, de coloração cinza-clara, com abundantes lenticelas conspícuas, suberificadas e proeminentes, dispostas em fileiras longitudinais (PENNINGTON & SARUKHÁN, 1998). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 187 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Nos indivíduos velhos, a casca fica esbranquiçada, tornando-se esfoliada em placas retangulares. A casca interna é creme-rosada, granulosa, amarga e tem um odor desagradável de almíscar (PARROTA et al., 1995). Folhas: são longipecioladas, bipinadas, grandes (de 60 cm a 150 cm de comprimento), tem um raque lenhoso e elegante quando jovem, mas nos indivíduos velhos as folhas diminuem consideravelmente de tamanho, com muitas pinas e eralmente com 15 a 20 pares de folíolos oblongos, de 2 cm a 3,5 cm de comprimento; o pecíolo é viscoso. As gemas e folhas tenras apresentam consistência pegajosa (figura 1). Inflorescências: em panículas terminais vistosas na ponta dos ramos, abundantes e erguidas, medindo de 15 cm a 30 cm de comprimento. Flores: são de coloração amarela-clara, de aroma doce, zigomorfas, medindo de 2 cm a 2,2 cm de comprimento.Fruto: é uma criptosâmara, em forma espatulada, oblanceolada, aberta até o ápice; mede de 6 cm a 10 cm de comprimento por 1,5 cm a 3 cm de largura; produz de uma a duas sementes por fruto (OLIVEIRA & PEREIRA, 1984). Os frutos são deiscentes e liberam as sementes facilmente quando expostos ao sol (BIANCHETTI et al., 1998) (figura 2). Semente: é coberta com um endocarpo papiroso e ao fruto. A semente é anátropa, base atenuada, cor de café, com o bordo mais escuro,medindo de16mma 21mm de comprimento por 11mm a 14 mm de largura. O hilo é localizado na base e oposto à rafe e a micrópila em posição lateral ao hilo. A testa é lisa brilhante e óssea (figura 3). A espécie possui grande aceitação na indústria de compensados pela produção de excelentes lâminas para o mercado externo (Galeão et AL 2005), sendo seu cultivo bastante difundido no Pará, onde cerca de 40% das empresas reflorestadoras possuem plantios (Galeão 2000). Quase todo o paricá processado pelo maior utilizador de madeira de reflorestamento da espécie do país é vendido para os Estados Unidos, ficando uma pequena parcela para o mercado europeu, principalmente o italiano. Somente 10% da produção é vendida no mercado nacional (Diário do Pará, 27 de dezembro de 2004). 188 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 189 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3. CONCLUSÃO Concluiu-se que o Paricá apresenta características bem marcantes e é uma espécie promissora no setor produtivo. 4. REFERÊNCIAS ALBRECHTSEN, E. Um exemplo prático de ensaios de espécies na região bragantina (parte baixa da Amazônia brasileira). Brasil Florestal, Rio de Janeiro, v. 6, n. 21, p. 12-19, 1975. ALTERNATIVAS VIÁVEIS. Disponível em: <http:// w w w. t r o p i c a l f l o r a . c o m . b r / u p l o a d / t r o p i c a l f l o r a / p t / alternativas_viaveis.pdf>. Acesso em: 22 de Jul. 2009. ALVINO, F.O. 2006. Influência do espaçamento e da cobertura do solo com leguminosas sobre o crescimento do paricá. 101p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém. AMOROZO, M. C. de M. Algumas notas adicionais sobre o emprego de 190 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF plantase outros produtos com fins terapêuticos pela população cabocla do Município de Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v.13, n. 2, p. 191-213, 1997. ARAÚJO, H. J. B. de; SILVA, I. G. da. Lista de espécies florestais do Acre: ocorrência com base em inventários florestais. Rio Branco: Embrapa Acre, 2000. 77 p. (Embrapa Acre. Documentos, 48). LORENZI, H.; Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Vol. 1, 2 e 3. - 2.ed. – Nova Odessa, SP. Ed. Plantarum, 2002. PEREIRA, A. P.; MELO, C. F. M. de; ALVES, S de M. O paricá (Schizolobium amazonicum), características gerais da espécie e suas possibilidades de aproveitamento na indústria de celulose e papel. In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE ESSÊNCIAS NATIVAS, 1982, Campos do Jordão. Anais. São Paulo: Instituto Florestal, 1982. p. 1340-1344. Publicado na Silvicultura em São Paulo, v. 16 A, parte 2, 1982. SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA. Fatos e Números do Brasil Florestal. Dezembro de 2008. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 191 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 192 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SELÊNIO O ELEMENTO BENÉFICO PROIBIDO NO BRASIL Letícia de Abreu FARIA1 1 Professora Doutora em Ciências, Dep. Solos e Nutrição de Plantas, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz -USP/Piracicaba, SP, Brasil – [email protected]; RESUMO O Selênio é essencial aos animais e embora muito discutido, permanece classificado como elemento benéfico às plantas. As baixas concentrações nos alimentos se devem principalmente aos baixos teores nos solos e a sua ausência em fertilizantes. O Brasil é um dos países que demonstram baixas concentrações no solo, porém diferente do que é verificado em alguns países, não há permissão legislativa para o uso deste elemento como fertilizante. O objetivo foi levantar informações e incentivar pesquisas sobre o Se na agricultura brasileira. Palavra-Chave: antioxidante, elemento benéfico, micronutriente, selenato de sódio ABSTRACT Selenium (Se) is essential for animals, although much discussed it remains classified as a benefical element for plants. Low contents of Se in foods are mainly consequence of low levels in soils and its absence in fertilizers. Brazil is one of the countries with low levels Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 193 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA of Se in soil, but different of other countries, it has no legislative permission for application of this element in fertilizers. The aim was an overview about Se and to encourage research about it in Brazilian agriculture. Keyword: antioxidant, beneficial element, micronutrient, sodium selenate 1. INTRODUÇÃO O Selênio (Se) é um micronutriente para o reino animal e, nos últimos anos sua atuação como antioxidante tem chamado a atenção também para o reino vegetal, no qual tem sido classificado como um elemento benéfico às plantas embora, muitas pesquisadores têm discutido o impasse de sua essencialidade. Embora possa ser tóxico mesmo em baixas concentrações, sua divulgação como “vilão” tem se convertido a “mocinho” devido à atuação na prevenção de doenças em animais e seres humanos, assim o Se tem sido alvo de muitos estudos visando seus efeitos benéficos. O Se contido no solo é resultado do intemperismo do conteúdo de rochas, atividade vulcânica, resíduos (queima de combustíveis nas proximidades), alguns fertilizantes fosfatados e algumas águas, que também podem servir de fonte Se para os solos (COMBS JR. e COMBS, 1986). Conforme Malavolta (1980) o selênio é encontrado em rochas ígneas e calcárias em teores baixos e nas rochas sedimentares os teores são variáveis. O Se ligado ao solo ou em sedimentos depende do pH, competição com anions, óxidos de ferro e tipo de mineral de argila (DHILLON e DHILLON, 2003). Segundo Malavolta (1980), em solos alcalinos bem arejados é comum o Se aparecer na forma de selenato (SeO42-), a qual predomina a absorção pelas plantas, e em terras ácidas ou com pH próximo a neutralidade, o elemento frequentemente esta presente como selenito podendo estar fixado ao ferro e formar complexos com a matéria orgânica e dependendo do pH, grau de aeração e da atividade microbiana, pode estar em diversos estados de oxidação. A biofortificação agronômica, com a aplicação do elemento via fertilizantes, visando o aumento de seu teor e biodisponibilidade 194 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF nos alimentos tem sido estudada como potencial forma de remediar os baixos teores nos solos. O Brasil está entre os países com baixos níveis de Se no solo (SILLANPÄÄ e JANSSON, 1992), mas diferentemente do que se observa em alguns países sob mesma condição, que atualmente aplicam ou até exigem a aplicação de Se na adubação. No Brasil a área total de pastagens nativas e cultivadas gira em torno de 180.000.000 milhões de hectares utilizados como base da alimentação animal conforme Zimmer e Barbosa (2005), e é inexistente a presença do Se em formulações de adubos minerais, sendo sua suplementação na nutrição animal realizada junto ao fornecimento do sal mineral na forma de selenito de sódio, principalmente no Estado de São Paulo devido a constatação de deficiência generalizada de Se em gramíneas pelo estudo de Lucci et al. (1984). A aplicação de Se via fertilizante no Brasil exigiria mudança na legislação, que atualmente não inclui o Se como micronutriente (BRASIL, 1982). Segundo Moraes (2008), atualmente a deficiência ocasionada pela falta de Se se situa entre as deficiências causadoras de maior preocupação em relação à saúde humana, principalmente em países em desenvolvimento. O Se é responsável pela cura de algumas disfunções dos homens e dos animais com papel ativo no sistema imune (SELÊNIO, 2002). O objetivo foi levantar informações sobre a influência do Se na fertilidade do solo e nutrição de plantas e sua situação no Brasil. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. SELÊNIO Em sua classificação química, o Se é definido como um elemento não metálico relacionado ao enxofre e ao telúrio, é raro encontrá-lo em seu estado natural, podendo combinar-se tanto com metais como com não metais formando compostos orgânicos e inorgânicos (SELÊNIO, 2002). A concentração de selênio nos solos varia de 0,005 a 1200 mg kgcom ocorrência de altas concentrações em muitas partes do mundo (CASTEEL e BLODGETT, 2004). Encontrado em pequenas quantidades 1 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 195 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA em quase todos os materiais que compõem a crosta terrestre, é um dos elementos com elevada variação de seus teores (MALAVOLTA, 1980). As propriedades químicas são similares ao enxofre, e pode ser encontrado na natureza em diversos estados de oxidação incluindo selenato (SeO4-²), selenito (SeO3-²), selênio elementar (Se0) e seleneto (Se-2) (CASTEEL e BLODGETT, 2004). Conforme a Selenium-Tellurium Development Association (STDA), (2007) por ser um elemento essencial à vida, 5% da demanda total de Se têm sido utilizada para fins biológicos/ agrícolas através da adição em quantidades traço nos alimentos dos animais, produtos veterinários para prevenção de certas doenças para animais em crescimento, em fertilizantes para correção de solos deficientes, além de sua utilização na medicina e como suplemento na dieta humana para controle de certas doenças. 2.2. O SELÊNIO NO BRASIL No Brasil tem-se observado já algum tempo significativa quantidade de pesquisas relacionadas ao selênio na alimentação humana e animal e sua influencia no sistema imune, porém pesquisas com selênio, selenato e selenito de sódio, na forma de fertilizante aplicado às plantas são estudos recentes no país. O Brasil está entre os países com baixos níveis de Se no solo (SILLANPÄÄ e JANSSON, 1992), embora a pesquisa tenha abrangido apenas a região sul e parte do sudeste e centro-oeste. Deficiência marginal em bovinos a pasto foi verificada no Rio Grande do Sul (VALLE et al., 2003), enquanto em São Paulo e Mato Grosso do Sul verificaram baixas concentrações de Se nas plantas forrageiras (LUCCI et al., 1984; MORAES et al., 1999; FARIA, 2009). Ferreira et al. (2002) encontraram baixos teores de selênio em alimentos consumidos no Brasil e atribuíram as variações observadas à concentração de selênio entre amostras do mesmo tipo de alimento, inclusive nos alimentos de origem animal a presença de Se em determinadas formulações fertilizantes e rações animais e o teor de Se no solo como possibilidade de explicação. Teores de Se inferiores a 0,5 mg kg-1 no solo são considerados baixos (MILLAR, 1983). Os solos do estado de São Paulo e Minas Gerais 196 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF apresentam faixas que variam, respectivamente, de 0,09 a 1,61 e 0,05 a 2,14 mg kg-1, sendo que em ambos os levantamentos houve significativa quantidade de amostras com teores inferiores ao limite de quantificação do método analítico (GABOS, 2012; SILVA et al., 2012). O uso de Se como fertilizante tem sido empregado em alguns países com sucesso, principalmente na adubação de grãos e pastagens. No Brasil, embora comprovado os baixos níveis de Se no solo em algumas áreas do país, não é regulamentada a aplicação de Se via fertilizantes. Nos anos 90 houve lançamento de fertilizantes para pastagem contendo Se, no entanto não houve sucesso no registro do produto junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), impedindo que fosse indicada a garantia de teor mínimo de Se (SELÊNIO, 2002). 2.3. A INGESTÃO DE SELÊNIO PARA OS ANIMAIS E SERES HUMANOS Os animais e seres humanos entram em contato com Se através da água, ar, pele e alimentos, sendo esta última a principal forma de entrada do elemento no organismo (ABREU et al., 2011). Sintomas de deficiência em animais e seres humanos são comumente observados quando os níveis de Se em alimentos são baixos (ATSDR, 2003). A deficiência severa de Se causa doença do músculo branco (CONRAD et al., 1984; MALAVOLTA, 2006), mas o nível subclínico de deficiência pode causar fraqueza muscular em recém nascidos, imunossupressão, redução no ganho de peso e de escore, infertilidade, aborto e retenção de placenta (SURAI, 2006). Em muitos países, áreas com biodisponibilidade natural de Se, a aplicação de Se via fertilizantes tem sido uma opção com bons resultados para que haja adequado suprimento deste micronutriente aos animais e consequentemente melhor desempenho animal, além da boa qualidade nutricional dos alimentos provenientes, como leite e carne (ABREU et al., 2011). Na Nova Zelândia a administração de Se aos animais era permitida apenas via injetável até a década de 80, quando surgiu, com comprovada eficácia, a aplicação anual junto à adubação fosfatada das pastagens (WATKINSON, 1983). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 197 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA O Se inorgânico da ração pode ser absorvido no intestino delgado na forma orgânica, mas a composição da dieta pode influenciar a forma de Se que chega ao intestino delgado (GERIUS, 2007). A maior biodisponibilidade do Se nas formas orgânicas é verificada com o maior acúmulo nos tecidos e órgãos (ZANETTI e CUNHA, 1997; DAVIS et al. 2008), e maior eficiência em aumentar a concentração de Se no sangue e leite de vacas, se comparado às inorgânicas (GERIUS, 2007). 2.4. SELÊNIO NA RELAÇÃO SOLO-PLANTA A essencialidade do Se no reino vegetal não é considerada convincente (ADRIANO, 1986; CARTES et al., 2005; SORS et al., 2005) embora há muitas discussões e controvérsias (TERRY et al., 2000; MALAVOLTA, 2006). Foi demonstrado que as Selenocisteínas tRNAs, que ocorrem nos representantes de três dos cinco reinos (Monera, Animal e Protista) e que atuam na codificação do códon de UGA, também ocorrem nos dois reinos restantes, das plantas e fungos, sugerindo que UGA, além de ser responsável em cessar a síntese de proteínas, também codifica a Selenocisteína do código genético universal (HATFIELD et al., 1992). Resultados de estudos indicaram que o Se contido no tRNA parece estar presente no reino das plantas. Contudo, a distribuição dos selenonúcleosídeos no tRNA varia qualitativamente e quantitativamente para diferentes plantas, um novo selenonucleosídeo, ainda não caracterizado, diferente dos selenonucleosídeos bacterianos, está onipresente em todas as plantas examinadas (WEN et al., 1988). Em contradição, Terry et al. (2000), questionaram se o Se é requerido para o crescimento de plantas superiores, enquanto Cartes et al, (2005) comprovaram o aumento da atividade da glutationa peroxidase e a redução da peroxidação de lipídios em plantas superiores submetidas ao Se. A planta absorve selenato, selenito e formas orgânicas, de acordo com Adriano (1968) a maior taxa de adsorção no solo é verificada com o selenito e a taxa de conversão selenato-selenito (vice-versa) é bastante lenta, assim a aplicação de selenato no solo apresenta 198 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF potencial em elevar a concentração de Se na planta (HARTIKAINEN et al., 2000; FARIA et al., 2009; RIOS et al., 2010). No Brasil, Faria (2009) verificou potencial de fornecer Se via fertilizante às pastagens, porém doses até 20 g ha-1 de Se na forma de selenato de sódio em distintos solos não foram suficientes para que a Brachiaria brizantha atingisse o mínimo requerido por bovinos, que seria de 0,1 a 0,3 mg kg-1 na massa seca (NRC, 2001). A escolha do selenato como fertilizante é consequência de sua maior biodisponibilidade no solo e maior capacidade em elevar o teor de Se na planta, além de apresentar menor potencial fitotóxico (CARTES et al., 2005; RIOS et al., 2010). Hartikainen et al. (2000) e Rios et al. (2010) obtiveram incremento na produção de azevém e alface, respectivamente, com a aplicação de Se, porém em ambas as pesquisas foram observados efeito pró-oxidante do Se quando em elevadas doses culminando em depressão na produção e sintomas de fitotoxidez. O Se atua em defesa das plantas por meio de sua influência na atividade da glutationa peroxidase, a qual é responsável em controlar espécies reativas de oxigênio geradas em situações de estresse que podem ser danosas as moléculas e estruturas da célula (ADRIANO, 1986; HARTIKAINEN et al., 2000; CARTES et al., 2005; RIOS et al., 2010). Rios et al. (2010) verificaram a atuação do Se aumentando o metabolismo do N na planta por meio da ativação de enzimas nitrato redutase, glutamina sintetase e glutamate sintase, bem como a maior concentração de N total reduzido. Em Souza et al. (1998), o selenato e o selenito apresentaram taxas diferentes de absorção, translocação, assimilação e volatilização na mostarda indiana (Brassica juncea), e identificaram a diferença na especialização do selenato e selenito que são informações úteis para melhorar a eficiência da fitorremediação. Conforme Zanetti (2005) a variação pode ocorrer em diferentes espécies, diferentes tipos de solo e estádios vegetativos da planta e em relação à idade da planta, nas gramíneas tropicais a composição pode alterar muito em um curto espaço de tempo. Correia (1986) relatou que o Se tende a acumular-se de forma decrescente nas partes: sementes, folhas e caules, diminuindo o teor à medida que o estágio de maturação avança. As prováveis relações entre as formas orgânicas e inorgânicas nas gramíneas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 199 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA dependem da maturidade e da matéria seca da planta (HINTZE et al, 2001). Nos vegetais e grãos de cereais está associado a frações de proteínas e pode substituir o enxofre dos aminoácidos, tal como a cisteína e metionina, e quando encontrado na forma Se-metionina é considerado mais biodisponível que quantidades iguais de selenito de sódio (ROGERS et al. 1990). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os avanços em pesquisas que comprovam a importância do Se na alimentação humana em consequência da sua ação antioxidante na prevenção de doenças e sua influencia positiva no desempenho animal, juntamente com a eficácia de seu fornecimento via fertilizantes em outros países, fica evidente a necessidade de incrementos na pesquisa brasileira com selênio em fertilizantes. 5. REFERÊNCIAS ABREU, L.B.; CARVALHO, G.S.; CURI, N.; GUILHERME, L.R.G.; MARQUES, J.J.G.S.M. Sorção de selênio em solos do bioma cerrado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.35, p.1995-2003, 2011. ADRIANO, D.C. Selenium. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SILO SECADOR E ARMAZENADOR DE GRÃOS MOVIDO A ENERGIA SOLAR Luiz Felipe Grejo IRENO1 Mateus Teodoro IRENO 2 Gustavo Consoni ZANCHETTA 3 Alexandre Luiz da Silva FELIPE 4 1 Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected]. 2 Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. 3 Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. 4 Acadêmico do curso de agronomia da FAEF- Garça – SP – Brasil. RESUMO O presente trabalho tem o objetivo de oferecer informações sobre um silo secador e armazenador com baixo custo de instalação, com uso de tecnologias sustentáveis e renováveis como no caso a energia solar para melhor secagem dos grãos. O qual trará maiores benefícios e economia para um produtor rural. Palavras Chave: Autossustentável, Silo, Solar. ABSTRACT This paper aims to provide a dryer and storer silo with low installation cost, using sustainable and renewable technologies as in solar energy for drying the grain better. Where will bring greater Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 205 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA benefits and savings for farmers who want to install on your property this self-sustaining silo. Keywords: self-sustaining, Silo, Solar. 1. INTRODUÇÃO As políticas de estocagem no Brasil prejudicam demais os pequenos produtores por ser muito equivocadas, o país perde por deixar de arrecadar mais imposto, e o produtor perde por não ter um lugar adequado para estocar seu produto e com isso perde lucratividade e também, o consumidor perde porque com isso vai pagar mais caro no produto final além de correr o risco de não ser de boa qualidade (MARTINS, 2002). A qualidade que é sempre perseguida pelos produtores, trata-se de um tema polêmico cujo significado depende da finalidade ou do uso final do produto (SILVA et al., 2000). Logicamente é o consumidor que define os padrões de qualidade e características que os grãos devem ter, no entanto cabe ao produtor oferecer isso, assim o comprador e produtor têm que estar cientes das qualidades para sua comercialização. Muitos pesquisadores não concordam com o fato de que as alterações no valor nutricional do milho ou da soja sejam devidas às altas temperaturas de secagem, porém são unânimes em afirmar que as características físicas e químicas no que se referem a consistência, energia, dureza, cor, umidade e teor de proteínas e aminoácidos são afetadas pela temperatura de secagem (SILVA et al., 2000). O objetivo desse trabalho é oferecer informações sobre silo secador com baixo custo de instalação, com uso de tecnologias sustentáveis e renováveis como no caso a energia solar para melhor secagem dos grãos. 2.DESENVOLVIMENTO 2.1. Processos de Secagem Uma das etapas do pré – processamento de produtos agrícolas é a secagem, que tem como objetivo retirar a água contida nos mesmos. 206 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A secagem é definida como um processo simultâneo de trocar de calor e massa. Nesse processo a umidade é retirada até que o nível dos produtos fique em equilíbrio com o ar do ambiente onde será armazenado (SILVA; AFONSO; DONZELLES, 2000). Com isso reduz a disponibilidade de água para o desenvolvimento de fungos e bactérias, assim evita o surgimento de grãos ardidos e micotoxinas, dificulta o processo de respiração dos grãos que provoca perda de peso e gera calor e prejudica as reações bioquímicas que promovem a auto degeneração do produto (SILVA, 2005). O objetivo da armazenagem é conservar a matéria seca evitandose possíveis gastos sem necessidade. Para as condições brasileiras, o teor de umidade ideal para armazenar os grãos e sementes é de 13%. Quando os grãos atinge essa taxa de umidade estabiliza-se a atividade aquosa e assim inviabilizar o desenvolvimento de fungos e bactérias (SILVA, 2005). A secagem é muito importante e ganha mais importância à medida que a produção aumenta, com isso ainda se tem vantagens como a antecipação da colheita, a redução de perdas de produto no campo, ganhos em tempo de armazenamento sem ocorrências de prejuízos no produto armazenado, manutenção do poder germinativo (SILVA; AFONSO; DONZELLES, 2000). Na construção de um silo secador – armazenador exige-se características especiais tais como o piso tem que deve ser feito de chapa metálica perfurada com 20% de perfurações para melhor distribuição do ar. A instalação de um ventilador forçando a aeração se faz necessária, sendo suficiente para secar toda a massa dos grãos sem causar fermentação, e suas dimensões e potência devem ser calculadas considerando a demanda e o tipo de grão (SILVA, 2008). A secagem de produtos agrícolas pode ser realizada de forma natural ou artificial. A secagem natural emprega a radiação solar para aumentar o potencial de secagem do ar. No Brasil, esta tem sido empregada para a secagem de café, cacau em barcaças, milho, arroz e feijão, sendo a grande desvantagem dessa modalidade a dependência das condições climáticas e a maior vantagem é o fato de propiciar menor ocorrência de grãos trincados e, ou, quebrados (SILVA, 2005). A secagem artificial usa métodos que aceleram o processo contando com equipamentos tais como, sistema de aquecimento do Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 207 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ar através de fornalhas, ou queimadores a gás; sistemas de movimentação do ar, como ventiladores, ou sistemas de movimentação dos grãos, como elevadores de caçambas, transportadores helicoidais ou fitas transportadoras (SILVA, 2005). Os grãos de cereais são higroscópicos, o que faz com que sua superfície fique com uma camada delgada de ar constituindo um microclima com umidade relativa com valores iguais a 100 vezes o índice de atividade aquosa, por outro lado o ar também tem sua umidade relativa, o que pode repassar ou receber vapor de água. O sentido e intensidade do fluxo é dado pela diferença dos valores, ocorrendo sempre do maior valor para o de melhor valor de umidade relativa, e isso pode gerar a secagem do produto, o umedecimento dos grãos e causar o equilíbrio higroscópico (SILVA, 2005). Segundo SILVA (2005), o processo de secagem ocorre em três passos, o primeiro, em que o ar de secagem cede calor ao grão, isso força a umidade do grão a migrar para o local de microclima, aumentando a umidade relativa do mesmo. Em seguida, como a umidade relativa do microclima é maior que a do ar de secagem, estabelece-se um fluxo de vapor no sentido do microclima para o ar de secagem. E por final, como o ar de secagem repassou calor ao grão e recebeu vapor de água, sua temperatura diminui, e sua umidade relativa aumenta. O ar de secagem passa então a ser denominado de ar de exaustão, e quanto mais próxima de 100% for à umidade relativa do ar de exaustão, maior será a eficiência da secagem. 2.2. Vantagens do uso do Secador de leito fixo O secador de leito fixo tem sido empregado na secagem de milho em espiga,feijão em ramas, café e arroz. O formato da câmara de secagem pode ser variado e esta pode ter o fundo inclinado para propiciar a descarga por gravidade (SILVA, 2005). Este tipo tem como vantagens a necessidade de pouca potência elétrica para acionar os motores dos ventiladores, utiliza fonte renovável de energia que é a solar, portanto, não causa poluição ao meio ambiente, é adotado principalmente por pequenas propriedades agrícolas, poupa muita mão de obra para o produtor, compõe-se de um equipamento de baixo custo de implantação e de 208 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF fácil manutenção, com fácil acesso à peças, proporciona qualidade aos grãos, pois sua secagem é feita 10ºC acima da temperatura ambiente e com isso os grãos não trincam, não perdem volume e mantêm sua coloração (SILVA, 2005). 2.3. Descrição O secador deve ser construído com um leito fixo em alvenaria com tijolo maciço e um coletor solar armazenador feito com pedra britada com capacidade para 50 sacos. A Câmara de secagem deve ser feita em alvenaria, com tijolos maciços com argamassa de cimento e areia na proporção de 1:4. O leito de secagem, deve ser construído a base de madeira ripada e ser utilizado sacos de aniagem para substituir à tela metálica assim, torna-se uma opção mais econômica (MARTINS, 2002). 2.4. Painel solar O Silo construído com painéis fotovoltaicos, formados por células solares, transformando energia solar em energia elétrica é um sistema vem que surge com o objetivo de não atacar o meio ambiente e substituir a lenha. A energia solar é captada através de um coletor solar que faz com que o ar seja encaminhado a uma camada de grãos com auxílio de um ventilador promovendo a secagem. O objetivo deste é aproveitar a energia solar, já que o Brasil é um país rico nesse tipo de fonte energética, além das vantagens do aparelho na secagem dos grãos sem danificá-los (SILO..., 2014). 2.5. Difusor e ventilador O difusor deve ser feito de alvenaria de tijolos maciços com traço da argamassa de cimento 1:4 e concreto armado na proporção de 1: 2 : 3, cimento, areia e brita. O ventilador recomendado deve ser do tipo com pás inclinadas para trás com perfil “air foil” (asa de avião), pois possibilitam maiores vazões com menor potência instalada (MARTINS, 2002). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 209 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Por ser movido a energia solar, uma fonte de energia limpa e renovável, não gera prejuízos ao meio ambiente, porém uma vez carregado, com qualquer produto, não poderá ser desligado até que se complete o ciclo. No período noturno o ventilador deve permanecer ligado para resfriamento dos grãos. Deve considerar a umidade inicial dos produtos de 25%. É muito importante para a conservação do armazenamento, a limpeza dos grãos após a secagem e antes de guarda-los no silo, para que não sofra ação de insetos e fungos. 2.6. Recomendações para sua construção Os Silos devem ser divididos em 2 partes telhado e corpo. O telhado tem como componentes as telhas que podem ser auto portantes ou apoiadas na estrutura do telhado. Há padronização na quantidade de telhas por chapa do corpo, sendo que empresas utilizam de 3 a 4 telhas (SCALABRIN, 2008). O corpo do silo deve possuir como componentes uma chapa lateral perfilada com diferentes ondulações com comprimentos de onda de 101,6 mm e altura de 12 mm formando anéis cuja espessura varia de acordo com a carga que deverá resistir. Os silos brasileiros seguem padrões americanos, e o comprimento de cada chapa costuma ser de 2,8 m.. Os montantes, denominam as colunas dos silos internas ou externas. O projeto deve padronizar o perfil de espessura destas peças de acordo com a carga, e também padronizar a quantidade de montantes por chapa lateral. Os anéis de reforços, são artifícios usados para enrijecer o silo quando o mesmo for sujeito a pressões de ventos, visando reforçar a resistência do conjunto chapa lateral e montante (SCALABRIN, 2008). A estrutura deve ser construída com materiais não inflamáveis, a cobertura deverá ser vedada evitando a entrada de pó e água, porém cada silo deve ter um respiro curvado ou inclinado para evitada destes (NPT 027, 2012). 2.7. Instalações elétricas Os cuidados com instalações elétricas devem atender às normas 210 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF estabelecidas na NBR 5410/04 e NBR IEC 60079-14, sendo que, todas as luminárias devem ser à prova de explosão e de pó (NPT 027, 2012). Além disso, todo silo deve dispor de proteção contra raios, assim de acordo com as normas técnica esses devem ser aterrados (NPT 027, 2012). Os sensores de temperatura devem ser localizados entre os dispositivos de calor e o secador, sendo que tais indicadores de aquecimento devem ser instalados em todo o silo (NPT 027,2012). 2.8. Controle de poeira Toda poeira depositada deve ser coletada, em todos os pontos dentro da unidade, com maior atenção demandada para os pontos de transferência de grãos, como nas moegas rodoviárias (NPT 027, 2012). 3. CONCLUSÃO O secador descrito é de fácil construção e operação, todavia, são necessários cuidados para obter o máximo de rendimento e qualidade dos produtos. 4.REFERÊNCIAS MARTINS, R.R. et al. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.1, jan./mar, 2002. NPT 027, ARMAZENAMENTOS EM SILOS, Corpo de Bombeiros,2012. 9p. SCALABRIN, L.A. Dimensionamento de Silos Metálicos para armazenagem de grão, 2008. SILVA, J.S.; AFONSO, A.D.L.; DONZELLES, S.M.L. Secagem e secadores. In: SILVA, J.S. (Ed.). Secagem e armazenagem de produtos agrícolas. Viçosa: Aprenda Fácil, 2000. p.107-138. SILVA, J.S.; BERBET, P.A.; AFONSO, A.D.L.; RUFATO, S. Qualidade dos Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 211 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA grãos. In: Secagem e armazenagem de produtos agrícolas. Editor Juarez de Souza e Silva. Viçosa: Aprenda Fácil, 2000. 502p.:il. SILVA, J.S. et al. Secagem em silos:uma opção para o café – Viçosa, MG: UFV/DEA, 2008 31p.:il. SILVA, L.C. UFES – Universidade Federal do Espírito Santo Campus de Alegre – Alegre: ES Boletim Técnico: AG: 04/05 em 29/03/2005. Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAACBEAC/ ag0405-secagem-graos>. Acesso em: 12 abril 2014. SILO secador movido à energia solar. Disponível em http:// www.dasolabrava.org.br/2011/06/silo-secador-movido-a-energiasolar/. Acesso em: 14 abril 2014. 212 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DA BANANEIRA Guilherme NEVES¹ Leonardo TAVARES¹ Lucas SIQUEIRA¹ Valdir SALVADOR¹ Willian Bucker MORAES² ¹ Discentes do curso de Agronomia da FAEF-Garça -SP – Brasil, e-mail: [email protected] ² Docente do curso de Agronomia da FAEF-Garça-SP-Brasil, e-mail: [email protected] RESUMO A bananeira tem grande importância econômica mundial, por ser um fruto bastante popular no Brasil ele esta em segundo lugar em cultivo perdendo apenas para o citros, a bananeira requer vários cuidados como manejo, temperatura, umidade principalmente na parte de doenças, pois esta sujeita a alguns efeitos negativos e danosos a cultura como fungos, bactérias e vírus. No entanto fazendo observações e uma boa diagnose com base na sintomatologia e etiologia podemos chegar ao agente causal e fazer o devido controle. Palavra chave: bananeira; cuidados, controle. ABSTRACT The banana is of great economic importance worldwide, being a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 213 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA very popular fruit in Brazil he is second in crop second only to citrus, banana requires several precautions as handling, temperature, humidity mostly on diseases, as this subject to and some negative effects such as damaging the crop fungi, bacteria and viruses. However making observations and a good diagnosis based on symptomatology and etiology can get to the causative agent and make proper control. Keyword: banana, care, control. 1 INTRODUÇÃO A bananeira é originaria, pesquisas revelam que desde 5000 AC ou ate mesmo em 8000 AC (CARVALHO et al., 2011). A bananeira é de cultivo perene, pois os frutos da mesma podem ser colhidos o ano todo. A banana é de grande importância mundial, sendo o quarto produto a ser produzido no mundo todo, o Brasil fica em segundo lugar na produção de banana, em 2012 a área cultivada do mesmo chega em torno de 476,744 mil hectares e o volume de frutas produzidos no Brasil (6.846,611 milhões de toneladas) perde-se somente do cultivo da laranja segundo dados do (IBGE, 2013). Diversas classes sócias consomem a banana, pois ela é rica em nutrientes e de fácil acesso e economicamente barata no bolso do brasileiro. No Brasil a região que possui a maior produção da fruta é a região Nordeste, mas a cultura esta espalhada em todo território nacional, a bananeira é uma planta tipicamente tropical, no Estado do Amazonas não possui restrições em relação à temperatura, luminosidade, altitude, umidade relativa e vento, a produtividade dos bananais é insuficiente e acaba obrigando o Estado a fazer importações frequentes para atender a demanda interna. Alguns fatores que têm ajudado para a baixa produtividade dos bananais amazonenses, é a ocorrência de doenças vasculares, tais como o moko ou murcha-bacteriana da bananeira e o mal-do-panamá, e a doenças foliares, como a sigatoka-negra e a amarela. Contudo o objetivo deste trabalho é falar um pouco sobre algumas doenças comuns e mais frequentes que ocorrem na bananeira, falando também um pouco sobre a etiologia, sintomatologia e diagnose da mesma. 214 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2 REVISÃO DE LITERATURA Umas das frutas mais consumidas em todo mundo é a banana e é explorada na maioria dos países tropicas destacando se em uma grande empregadora de mão-de-obra principalmente na agricultura familiar. A uma estimativa que em um hectare da cultura emprega cerca de seis pessoas por ano, e esta distribuída em todo território brasileiro. Alves (1985). Segundo Alves (1985) a bananeira tem seu origem do sudeste asiático e pode ser encontrado, nos estados brasileiros da Bahia, São Paulo e Santa Catarina ou na América Latina nos países Equador Colômbia e Costa Rica. A bananeira precisa grande quantidades de nutrientes para desenvolver e na obtenção de altos rendimentos, por produzir muita massa vegetativa, absorvendo e distribuindo grandes quantidades de nutrientes, sendo um deles o potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes que são necessários e absorvidos para o crescimento e produção da bananeira (LAHAV, 1983). 2.1 Mal do panamá Em áreas de deficiência nutricional onde a cultura da bananeira é predominante, a ocorrência de varias doenças causadas por patógeno vem aumentando principalmente a o Maldo-Panamá, ocorre nos tecidos do hospedeiro através do sistema radicular, atingindo o xilema da planta, há abundante esporulação sendo transportados pelo fluxo transpiratório. (CORDEIRO 1995). As murchas vasculares são causados por patógenos de disseminação lenta, capaz de, causar grande devastação como é o caso do mal-do-Panamá, isto não significa que as murchas tenham menor importância do que as doenças foliares de rápida disseminação. (Amorim, Resende, Filho 2011) p.27. Nas folhas, os sintomas manifestam-se com amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas, iniciando-se pelos bordos do limbo foliar, evoluindo no sentido da nervura principal. Estas folhas podem apresentar murchar, secar e quebrar Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 215 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA na região do pseudocaule, se assemelhando a um guarda-chuva fechado. (MICHEREFF, 2011). 2.2 Sigatoka negra No vale de sigatoka no continente asiático, em Fiji foi identificada pela primeira vez a sigatoka negra, a primeira aparição foi em 1972 em Honduras e na Costa do Marfim em 1979 disseminando para outros países a partir da ai. (CORDEIRO, 2001; CAVALCANTE, 2004) A sigatoka negra é causada pelo fungo M. fijiensis Morelet (Anamorfo: Paracercospora fijiensis (Morelet Deighton). A propagação do fungo é por dois tipos de esporos, conídios e ascóspboros. Os conídios se formam a partir do ápice dos conidióforos, acontecem no primeiro estádio da lesão na folha, no lado inferior. Os ascósporos se formam mais tarde em manchas mais evoluídas de coloração branco-acinzentado, principalmente nas folhas necrosadas ou mortas. (FERRARI; NOGUEIRA, 2004, citado por NOGUEIRA, et al., 2009). Nas áreas onde ocorria a sigatoka amarela, sigatoka negra acabou predominando (PEREIRA et al., 1998, citado por NOGUEIRA et al., 2009). Comentam se que o desaparecimento da sigatoka amarela veio ser realizado após o surgimento da sigatoka negra, por ser precoce na produção de esporos, e por isso possui maior densidade na manifestação, e acabou não dando espaço para o desenvolvimento da sigatoka amarela (STOVER, 1983, citado por FIORAVANÇO et al., 2005). 2.3 moko O moko-da-bananeira foi relatado inicialmente por no Brasil por Tokeshi e Duarte em 1976 no Estado do Pará, é causado pela bactéria Ralstonia solanacearum, (TOKESHI; DUARTE, 1976). O moko foi relatado em todos os Estados da Região Norte do Brasil além do Estado da Bahia. Os sintomas do moko são distinguíveis basicamente pela exsudação de pus-bacteriano, em testes de copo, pela descoloração vascular centralizada no pseudocaule e pela murcha-das-plantas, em qualquer fase do ciclo vegetativo. (ZAMBOLIM et al., 2002). 216 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.4 Sigatoka amarela A sigatoka amarela foi descoberta em Java por Zimmermann no de 1902. Já no Brasil a sigatoka amarela foi encontrada no estado do Amazonas no ano de 1944, depois disseminada por outros estados brasileiros. (FOURÈ, 1994). A infestação ocorre no estômato das folhas novas na superfície abaxial, o tempo da infestação varia muito com estado ambiental da área e a suscetibilidade da planta ( ROCHA, 2008). A sigatoka amarela afeta a região foliar verde das plantas, contudo diminui o numero de frutos por cacho, menor tamanho de fruto, redução de cachos por planta. As perdas podem chegar de 50% a 100% dependendo do microclima. (CORDEIR & MATOS 2005). 2.5 Podridão mole Foi uma destrutiva doença nos bananais causada pela bactéria Erwinia musa, foi descrita em 1949 em Honduras, é uma bactéria gran negativa, e perde sua patogenicidade em meio de cultura (REZENDE 2005). A doença apodrece o rizoma da planta e avança ate o pseudocaule, evoluindo na base ate a ápice da planta, os sintomas aparecem na parte área e se confunde bastante com a doença com o Moko e o Mal do Panamá, a planta expressa sintomas como murcha e amarelecimento das folhas podendo haver quebras da folha no meio do limbo (AMORIM 2005). 2.6 Mosaico da bananeira É uma das mais comuns viroses que ocorre com as bananeiras, o vírus é do gênero cucumovírus da família Bromoviridae apresenta um grande numero de estirpes e tem o diâmetro de 30 nm e a relação vírus - vetor não é persistente e a transmissão do mesmo é feito por afídeos. (AMORIM 2005) Os sintomas do mosaico são algumas estrias a ate a necrose interna atingido as folhas velhas, ocorre nanismo e a morte da planta, há formação de rosetas na saídas das folhas, as bainhas acabam se Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 217 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA despregando do pseudocaule, as folhas ficam atrofiadas lanceoladas vindo a ficar cloróticas e exibindo o mosaico (MARINHO, 2005) 2.7 Podridão da Cora Com a comercialização dos frutos, um dos problemas que mais afeta em bananeiras é a podridão da coroa ou almofada, essa doença é causada por fungos que são Cephalospariun sp, Fusariun spp, Colletotrichum musae, Diaghthoniella torulosa e Ceratocytis parados, esses fungos são encontrados, flores, folhas velhas, frutos, restos florais, são patógenos que ficam aderidos no ferimento. O problema se agrava quando o transporte dos frutos passam de 10 dias. ( REZENDE, 2005) O ferimento causado pelo despenca mento, á criação de um ponto de fácil acesso para patógenos oportunistas como fungos e bactérias, após a entrada destes patógenos provoca o escurecimento e necrose do tecido, logo após aparecem sinais do patógeno onde foi afetado. Os sintomas aparecem depois de setes dias da inoculação do mesmo. (REZENDE, 2005) 2.8 Estrias da Bananeira O primeiro sinal desta doença foi na Costa do Marfim e depois disseminado em outros países em diferentes cultivares, no Brasil esta ligada a variedade Mysore, sintomas já são vistos na variedade nanica e nanicão porem sem a confirmação da presença do vírus, é transmitido pela cochonilha da cana-de- açúcar para a bananeira, a principal via para a transmissão dessa doença é através de material propagativo infectado. (AMORIM, 2005) Os sintomas são semelhantes ao o mosaico do pepino e evoluindo para estrias necróticas, geralmente não mostra os sintomas em toda a folha, a redução de tamanho e redução do cacho. Na variedade Mysore as vezes ocorre a morte de plantas jovens (AMORIM, 2005) 2.9 Antracnose da Bananeira Algumas doenças ocorridas após a colheita são um dos problemas que afetam a exportação e qualidades das frutas em um modo geral, 218 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF na bananeira não podia ser diferente, nessa fase a ocorrência de varias podridões e uma dessa doença é antracnose, ela é causada pelo fungo Colletotrichun musae, esse fungo se manifesta principalmente nas frutas maduras (VENTURA & HINZ, 2002) Essa doença se caracteriza por formação de lesões escura com o eixo principal paralelo ao eixo longitudinal, as lesões são geralmente superficiais, em casos onde o ataque é severo, pode atingir a polpa da fruta (KIMATI et al., 2005). 2.10 Nematoides Os nematoides são chamados de vermes, são microscópicos e essencialmente aquáticos, algumas espécies se alimenta de fungos e bactérias, esse essencialmente são chamados de nematoides de vida livre, já outros nematoides são parasitas alguns são parasitas de animais (zooparasitas) e outros são de plantas (fitoparasitas). Os parasitas de planta habitam o solo ou no interior de algumas estruturas vegetais, como folhas, caule, mas principalmente em raízes. Possuem o estilete em seu aparelho bucal com o qual introduzem substancias nas células digerindo-as e em seguida sugando o liquido resultante, é dessa forma em que o nematoide se alimenta. (THOME, 1961). A bananeira é uma forte candidata a nematoides fito parasitas, a ocorrência de infestação de varias espécies dando uma atenção maior a essas espécies como R. similis, P. coffeae, e H. multicinctus e, os sedentários Meloidogyne spp que são nematoides migradores. Esses nematoides são encontrados principalmente em países tropicais e subtropicais. A ocorrência de 28 gêneros de nematoides, mas a citadas anteriormente são de maior importância pois trazem risco econômico. (JESUS, 2006) A presença de nematoides será observada quando a infestação chegar a grandes proporções isto é em longo prazo, pois os mesmo reduzem a longevidade da bananeira, queda de produção, às folhas na desenvolvem e as folhas ficam pequenas, as raízes ficam curtas e com pouca sustentação a planta acaba caindo (Rossi, 2010) 3 CONCLUSÃO O presente trabalho teve por finalidade demostrar a sintomatologia, etiologia e diagnose da bananeira para que possa Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 219 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA chegar ao agente causal com maior certeza e fazer o devido controle sem que haja erros, no intuito de ajudar no controle de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, relacionados à bananeira intimamente ligados no começo do plantio ate a colheita. 4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, E.J. Programa de melhoramento genético da banana e plátano na Embrapa-CNPMF: planejamento, implantação e progressos. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, BA: v.15, nº 3, p.83-94, 1992. AMORIN, L; REZENDE, J. A. M; BERGAMIN FILHO, A. Importância das Doenças de Plantas In: Manual de Fitopatologia 4 ed. Piracicaba: Agronômica Ceres, 2011. P 26 e 27 CORDEIRO, Z. J. M; KIMATI, H. Doenças da Bananeira. In: Manual de fitopatologia/ editado por KIMARI, H... [et al]. 3. Ed. São Paulo: Agronômica Ceres. 1995- 1997. 2v.:il. P113 a 136. Embrapa. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Dados sobre a banana no Bra’sil. Cenargenda OnLine. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Ano I. 2005. FIORAVANÇO, J. C.; PAIVA, M. C. SIGATOKA-NEGRA DA BANANEIRA rev isão bibliográfica. 2005 Disponíveis em: http:// www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v11n2/artigo02.pdf visto em 22/03/2014 MARINHO, V.L.A.; BATISTA, M.F. Interceptação, pelo serviço de quarentena de mudas, de vírus em mudas meristemáticas de bananeiras importadas. Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 5, p. 552, 2005. MOREIRA, R. S. Banana: teoria e prática de cultivo. Campinas: Fundação Cargill. 1985. 335p. 220 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DE ALGUMAS DOENÇAS DA BATATA Fábio Reis GREATTI¹ Gustavo Jose Simão GOULART¹ Rubens Ferreira de CARVALHO FILHO¹ Willian Bucker MORAES² ¹Discentes do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF. ²Prof. Dr. do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF. RESUMO A cultura da batata, como qualquer outra pode sofrer ataque de patógenos causadores de doença, quando este encontrar ambiente favorável e hospedeiro susceptível para seu desenvolvimento. Estes patógenos podem ser diversas espécies de bactérias, fungos, vírus e nematóides e causar diversos danos para cultura. Para o conhecimento da doença e a identificação de seu agente causal é necessário que se faça a sintomatologia, etiologia e a diagnose para correta identificação. Palavras-chave: sintomatologia, etiologia, diagnose. ABSTRACT The potato crop may suffer as any other attack pathogens causing disease when it encounters a susceptible host and favorable Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 221 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA environment for their development. These pathogens can be several species of bacteria, fungi, viruses and nematodes and cause extensive damage to crop. To the knowledge of the disease and the identification of its causative agent is necessary to make the symptoms, etiology and diagnosis for proper identification. Keywords: symptoms, etiology, diagnosis. 1. INTRODUÇÃO Como qualquer cultura, as plantações de batata também estão sujeitas a doenças, ou seja, ao ataque de diversas espécies de bactérias, fungos, vírus e nematóides que comprometem a produtividade. Para conhecermos as doenças que atacam e se manifestam em uma lavoura de batata é necessário que se faça a sintomatologia, etiologia e posteriormente com convicção à diagnose, para correta identificação da doença e seu agente causal. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar algumas doenças da batata, com sua sintomatologia, etiologia e diagnose. 2. SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DE ALGUMAS DOENÇAS DE BATATA Sintomatologia: estuda os sintomas e sinais de doenças de plantas, visando posteriormente sua diagnose (MICHEREFF, 2001). Etiologia: é o estudo da causa da doença, abordando as características do agente causal como o modo de penetração, crescimento e multiplicação no interior dos tecidos do hospedeiro (MICHEREFF, 2001). Diagnose: refere-se à identificação de uma doença e seu agente causal, com base nos sintomas e sinais (AMORIM, 2011). 2.1. Doença causada por bactéria 2.1.1. Sarna comum (Streptomyces scabies) Sintomas: podem ocorrer nas raízes, tubérculos e caule em contato com o solo. Verifica-se uma pequena elevação na cutícula, 222 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF tornando a superfície áspera. As lesões possuem coloração que varia de pardo-claro a escura, com uma superfície irregular, podendo estar mais elevada que o tecido sadio. Etiologia: o agente causador é a bactéria Streptomyces scabies, que tem crescimento em temperaturas entre 5 – 40°C. Pode viver saprofiticamente no solo e em outras plantas hospedeiras e seus propágulos podem ser disseminados por diversos agentes (água, vento, insetos, tubérculos (KIMATI et al 1997). Diagnose: para diagnose de infecção bacteriana pode-se lançar mão da chamada “corrida bacteriana”, de preparações que permitam a visualização da bactéria ao microscópio de luz ou mesmo do isolamento em meio de cultura. Para identificação da bactéria e complementar a diagnose pode-se fazer o uso de métodos culturais, bioquímicos, sorológicos e moleculares (AMORIM, 2011). 2.2. Doenças causadas por fungos 2.2.1. Requeima: Phytophthora infestans Sintomas: pode afetar toda parte aérea da planta. Nas folhas os sintomas podem variar de acordo com a temperatura, intensidade Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 223 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA luminosa, umidade e resistência do hospedeiro. As lesões são inicialmente pequenas, irregulares, de coloração verde-claro ao escuro, podendo aumentar rapidamente em condições favoráveis tornando-se escura, necrosando os tecidos e matando os folíolos. É possível observar um halo encharcado que separa a lesão do tecido sadio. Em condições de alta umidade, verifica-se um crescimento esbranquiçado na página interior da folha. A lesão pode avançar para o pecíolo e caule, chegando ocasionar morte da planta. As plantas apresentam-se queimadas e exalam um odor putrefato. Etiologia: o agente causal é o fungo Phytophthora infestans , que nos trópicos, o patógeno sobrevive principalmente em restos de culturas e tubérculos doentes, sendo disseminados pelo vento e chuva (KIMATI et al 1997).. 2.2.2. Pinta preta ou alternaria: Alternaria solani Sintomas: ocorre principalmente em plantas adultas e a infecção se inicia pelas folhas mais velhas, onde surgem pequenas manchas escuras, posteriormente, estas crescem, adquirindo um formato ovóide, delimitado pelas nervuras da folha de coloração escura. O tecido entre e ao redor das lesões apresenta-se normalmente 224 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF clorótico. Nos tubérculos, as lesões são escuras, de formato circular a irregular, deprimidas tendo a provocar podridão seca. Etiologia: o agente causal é o fungo Alternaria solani, que também é patogênico a outras solanáceas. Sobrevivem em restos de culturas, solo e outros hospedeiros. A alternância de períodos úmidos e secos favorece o rápido desenvolvimento da doença, sendo mais severa em plantas que sofreram algum tipo de estresse hídrico ou nutricional (KIMATI et al 1997).. 2.2.3. Podridão seca: Fusarium spp. Sintomas: afeta principalmente tubérculos tanto durante a estocagem como no plantio. Tubérculos infectados apresentam podridão seca e deprimida de tamanho variável. As lesões, em condições de alta umidade, podem revelar “flocos cotonosos” de cor branca a rosada. Com a progressão da doença, as partes afetadas vão se ressecando até a completa mumificação do tubérculo. Etiologia: o agente causal é o fungo Fusarium spp. e o patógeno encontra excelente condições de desenvolvimento em temperaturas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 225 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA de 15 a 25°C e umidade relativa de 50 a 75%. Presença de ferimentos, plantio em solos contaminados e armazenamento inadequado favorecem o desenvolvimento da doença (KIMATI et al 1997). Diagnose: nas infecções causadas por fungos a identificação é, na maioria das vezes simples, por estes geralmente produzirem estruturas reprodutivas na superfície dos órgãos atacados. O exame na lupa seguido de coleta dessas estruturas e posterior observação em microscópio de luz, frequentemente permite a identificação do fungo e sua associação com os sintomas (AMORIM, 2011). 2.3. Doença causada por vírus 2.3.1. Mosaico Y: “Potato virus Y” Sintomas: a infecção primária pode causar anéis ou pontuações necróticas nas folhas apicais. Manifestam-se na forma de mosaicos, depressão das nervuras nas folhas apicais e redução no crescimento, como sintomas secundários. Etiologia: o agente causal é o vírus “Potato virus Y”, que apresenta partículas alongadas, flexuosas e helicoidais. A elevada 226 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF estabilidade da partícula viral permite que esta seja transmitida por contato, durante a remoção dos brotos ou pela ação de escovas de limpeza ou por enxertia e por afídeos (KIMATI et al 1997). Diagnose: a diagnose de doenças causada por vírus inicia-se pela observação dos sintomas. Caso esta não seja possível, a diagnose e identificação do vírus são feitas pelos seguintes procedimentos: teste de transmissão do vírus para espécie hospedeira; exame do material vegetal ao microscópio eletrônico de transmissão para observar a morfologia das partículas virais; testes sorológicos podem ser empregados para os casos em que há antissoros específicos; diagnose molecular, baseado na detecção e/ou caracterização viral (AMORIM, 2011). 2.4. Doença causada por nematóides 2.4.1. Nematóide-das-lesões: Pratylenchus penetrans Sintomas: provoca lesões nas raízes e manchas circulares castanho-púrpura nos tubérculos infectados, impróprios para o comércio. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 227 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Etiologia: o agente causal é o nematóide Pratylenchus penetrans. Sobrevivem na lavoura, principalmente em plantas vivas, uma vez que são parasitas obrigatórios. No entanto, ovos e larvas podem sobreviver por períodos prolongados na matéria orgânica e nas camadas mais profundas e úmidas do solo (PEREIRA et al, 2011). Diagnose: a identificação de nematóides pode ser feita com base em características morfológicas que podem ser obtidas pelo exame de exemplares em microscópio de luz (AMORIM, 2011). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Enfim, com o bom estudo dos sintomas e sinais e das causas da doença, abordando todas as características do agente causal podemos posteriormente chegar com convicção na correta identificação da doença e do seu agente causal. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; FILHO BERGAMIN, A. Manual de fitopatologia: Princípios e conceitos. Vol. 1. São Paulo: Editora 228 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Agronômica Ceres, 2011 KIMATI, H. et al, Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. Vol. 2. São Paulo: Editora Agronômica Ceres Ltda, 1997. MICHEREFF, S.J. Fundamentos de Fitopatologia. Departamento de Agronomia. Universidade Federal de Pernambuco. Recife-PE. 2001 PEREIRA, A. da et al, Produção de batata no Rio Grande do Sul. Embrapa Clima Temperado, 2011. (Embrapa Clima Temperado. Sistema de Produção, 19). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 229 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 230 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DE DOENÇAS DO CAFEEIRO Nathane Colombo MENEGUCCI ¹ Bruno Henrique CREPALDI ¹ Pedro Alpino HILA ¹ Willian Bucker MORAES ² ¹ Discentes do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] ² Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] RESUMO O objetivo do presente trabalho foi apresentar as principais doenças do café, seus sintomas, etilogia e diagnose. O cafeeiro pode ser atacado por várias doenças infecciosas que causam muitos prejuízos ao produtor. Elas são ocasionadas por fungos, bactérias e vírus. O diagnóstico correto das doenças e das condições que indicam a sua ocorrência é elementar para o êxito das medidas de controle ou precaução de tais problemas. É básico conhecer os fatores ambientais e de manejo, que podem causar alterações fisiológicas nos cafeeiros, e os sintomas resultantes desses fatores para evitar análises e indicações incorretas. Palavras-chave: Cafeeiro, diagnose, doenças, etiologia. ABSTRACT The objective of this study was to present the main coffee diseases, their symptoms, diagnosis and etiology. Coffee plants can Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 231 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA be attacked by various infectious diseases that cause much harm to the producer. They are caused by fungi, bacteria and viruses. The correct diagnosis of diseases and conditions that indicate its occurrence is elemental to the success of control measures or precautions such problems. You know the basic environmental and management factors that may cause physiological changes in coffee, and symptoms resulting from these analyzes and factors to avoid incorrect indications. Keywords: Coffee, diagnosis, disease etiology. 1. INTRODUÇÃO O estudo dos sintomas de doenças é chamado sintomatologia, e exerce grande utilidade na diagnose. Qualquer expressão das reações de uma planta a um agente contrário pode ser considerada um sintoma, o diagnóstico se refere ao reconhecimento de uma doença e do seu agente causal, com fundamento nos sintomas e sinais. A verificação de uma provável doença na plantação usualmente é feita pelo próprio produtor, técnico ou fitopatologista, por meio dos sintomas exibidos pelas plantas atingidas, pois representam um desvio do que normalmente é aguardado pela cultura. A análise antecendente é feita no campo, logo após o material é coletado, sendo neste momento importante distinguir os sintomas quanto à posição em relação ao local de ação do patógeno (folha, flor, caule, fruto, raiz e solo), posteriormente, a amostra é enviada para uma clínica fitopatológica. Assim, uma lesão na folha do cafeeiro, apresentando urediniósporos do fungo Hemileia vastatrix, é o sintoma da ferrugem do cafeeiro, onde estão presentes sinais (esporos) do agente causal. Durante o desenvolvimento da doença, sintomas desiguais ocorrem em uma determinada sequência, voltando à ferrugem do cafeeiro. O primeiro sintoma do ataque de H. Vastatrix apresenta-se como uma pequena mancha amarelada, de 1 a 2 mm de diâmetro, chamada “fleck”, na face inferior da folha., que notifica o início da colonização dos tecidos do hospodeiro. Aos poucos, esta mancha aumenta de tamanho, apresentando-se circular, até atingir de 1 a 2 cm. Neste ponto, a face superior da folha exibe uma mancha lisa e amarela, à 232 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF qual corresponde, na face inferior, uma mancha alaranjada, com uma massa pulvurulenta, saliente, formada de urediniósporos do fungo. A correta diagnose e o conhecimento da epidemiologia da doença são pré-requisitos indispensáveis para definir medidas para o seu manejo. 2. SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNOSE DE DOENÇAS DO CAFEEIRO O cafeeiro pode ser atacado por diferentes patógenos, como fungos, bactérias e nematóides. As doenças fúngicas, como a ferrugem, formam o maior número e são consideradas as mais importantes. Além disso, em algumas regiões do país, determinadas espécies de namatóides causadores de galhas, pertencentes ao gênero Meloidogyne, vêm apresentando sérios danos à cultura do café. 2.1. MANCHA AUREOLADA A mancha aureolada é uma doença bacteriana, apurada pela primeira vez em 1955 na região de Garça, no Estado de São Paulo, ocorre principalmente nas regiões mais frias, no Paraná, em São Paulo, no sul de Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul, sem provocar problemas nas demais regiões cafeeiras. Sintomas: A doença incide sobre folhas, rosetas, frutos novos e ramos do cafeeiro, atingindo mudas no viveiro e pantas no campo. Nas folhas, a bactéria acarreta sintomas necróticos do tipo mancha, de coloração pardo-escura, com 0,5-2,0 cm de diâmetro e centro necrótico, cercada por um halo amarelo. A mancha é composta por um tecido seco e quebradiço, que constantemente se rompe e cai, deixando uma abertura no seu lugar, dando um contorno irregular à folha. Nos viveiros, as mudas atingidas sofrem desfolha e o ponteiro morre, chegando a causar a morte das plantas. Etiologia: A bactéria Pseudomonas syringae pv. garcae afeta, basicamente, folhas em desenvolvimento, motivo pelo qual os sintomas aparecem com maior frequência em plantas jovens e em folhas novas de plantas adultas. A bactéria penetra por lesões Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 233 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA causadas por danos mecânicos, feridas causadas por insetos ou por outras doenças. Diagnose: Requer a coleta dos órgãos doentes, por ser um sintoma localizado. 2.2. FERRUGEM DO CAFEEIRO Dois tipos de ferrugem podem ocorrer no cafeeiro. A ferrugem farinhosa, causada por Hemileia coffeicola Maubl. & Rogers, descoberta e classificada em 1932, é de menor importância, ocorrendo somente sobre Coffea arabica e limitada à África Central e Ocidental. A ferrugem alaranjada, descrita no Ceilão (Sri Lanka), em 1868, por Berkeley, tendo como agente causal o fungo Hemileia vastatrix Berk. & Br., tem sido a principal dificuldade da cultura do café em todas regiões do mundo onde ele é estabelecido. Das doenças que ocorrem no cafeeiro no Estado, a ferrugem é a mais importante, pois causa grandes prejuízos à cultura. Esta doença aparece em todas as regiões produtoras de café no Brasil, América 234 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Central e América do Norte (Schieber & Zentmyer, 1984). No café arábica, a perda é cerca de 35 a 40% (Garçon et al., 2000). Sintomas: A ferrugem do cafeeiro é uma doença foliar que, no início, causa manchas cloróticas translúcidas com 1-3 mm de diâmetro, notadas na face inferior do limbo foliar. Em poucos dias, essas manchas aumentam, atingindo 1-2 cm de diâmetro. Na face inferior, propagam-se massas pulvurulentas de coloração amarelolaranja, formadas por uredósporos do patógeno que, quando coalescem, podem revestir grande parte do limbo. Etiologia: A doença é causada pelo fungo Hemileia vastatrix, pertencente à família Pucciniaceae. A fonte de inóculo é composta pelas lesões em folhas infectadas onde são criados os uredósporos. A disseminação ocorre pela ação do vento, pelas gotas de chuva, pelo homem (excução de tratos culturais) e por insetos e outros animais que iniciem o contato com plantas infectadas. Diagnose: Requer a coleta dos órgãos doentes, por ser um sintoma localizado. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 235 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.3. CERCOSPORIOSE OU OLHO PARDO A cercosporiose, também denominada de olho pardo, mancha circular, mancha parda ou olho de pombo, é uma doença muito antiga nos cafezais brasileiros e nas Américas, datada no Brasil em 1887 (Godoy et al., 1997). Hoje está presente de forma endêmica em praticamente todas as regiões que apresentem condições apropriadas, como solos pobres, contituindo-se numa doença de importância econômica, que causa desfolha e reduz a produção. Sintomas: Os sintomas nas folhas apresentam-se como manchas de aparência relativamente circular, com 0,5-1,5 cm de diâmetro, de coloração pardo-clara ou marrom-escura, com centro brancoacinzentado, compreendidas por anel arroxeado, dando a ideia de um olho. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolha e seca dos ramos. A desfolha é causada pela grande produção de etileno no processo de necrose, sendo suficiente uma lesão por folha para provocar sua queda. Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando estes estão ainda pequenos. Etiologia: O agente etiologico da doença é o fungo Cercospora coffeicola. As condições favoráveis para a esporulação são umidade relativa alta e temperatura amena. A disseminação é promovida pelo vento, água ou insetos. Quando ocorre infecção dos frutos, o patógeno pode atingir as sementes e ser transmitido por meio destas. Diagnose: Requer a coleta dos órgãos doentes, por ser um sintoma localizado. 236 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.4. RHIZOCTONIOSE A rhizoctoniose, também conhecida como podridão de colo, tombamento e mal do colo, admite uma grande importância econômica em viveiros e sementeiras, limitando o número e vigor das mudas. No campo, em local de plantio definido pode afetar mudas até um ano após o plantio, atrasando o desenvolvimento normal das plantas. Sintomas: Segundo Godoy et al. (1997), Carvalho & Chalfoun (2000) e Mendonça et al. (2000); o ataque quando em préemergência, causa a morte da plântula antes desta atingir a superfície do solo. No canteiro, constatam-se falhas, em reboleiras, caracterizando o desenvolvimento anormal da germinação. Em pós-emergência, os principais sintomas aparecem na região do caule, próximo ao solo, onde são formadas lesões com 1 a 3 cm de extensão, que circulam o caule, causando um estrangulamento e paralisação da circulação de seiva, o que promove a murcha e posterior morte da muda. Em condições de alta umidade, pode-se observar um bolor cinzento sobre a lesão, formado pelo micélio do fungo. Etiologia: A rhizoctoniose é causada pelo deuteromiceto Rhizoctonia solani, que tem como estádio perfeito o basidiomiceto Thanatephorus cucumeris. É um habitante do solo, com grande capacidade soprofítica, podendo resistir durante longos períodos em restos de cultura ou de um ano para outro na forma de escleródios. Diagnose: Requer amostras de diferentes posições do local onde ocorre - viveiro ou campo, coletando-se plantas inteiras (sistema radicular e solo). 2.5. MAL-DE-QUATRO-ANOS O mal-de-quatro-anos, também conhecido como roseliniose, podridão de raízes e mal de Araraquara, acontece geralmente em cafezais novos, com 3 a 4 anos de idade, plantados em terras recémdesbravadas, aparecendo em reboleiras de plantas que morrem a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 237 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA partir do centro, onde há troncos de árvores em decomposição e restos de mata antiga. Sintomas: O nome mal-de-quatro-anos associa-se com a origem do patógeno, que se aloja inicialmente nos tocos de árvores em decomposição e, a partir desses, alastra-se para o cafeeiro. Esse processo requer um período longo (3 a 4 anos). As plantas atacadas começam a mostrar sintomas secundários de deficiências nutricionais na parte aérea, como amarelecimento, murcha, queda de folhas e morte dos ramos. Sintomas parecidos podem ser determinados por outras causas parasitárias ou fisiológicas. Etiologia: O mal-de-quatro-anos é causado por fungos do gênero Rosellinia. Em condições propícias, o fungo estende seus rizomorfos no solo, até alcançar raízes de cafeeiro plantados em terras recémdesbravadas. A penetração dos rizomorfos acontece geralmente na região do colo ou nas raízes localizadas próximas à superfície do solo, mediante os ferimentos provocados por capinas mal feitas. Diagnose: Requer o exame do sistema radicular. 238 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.6. SECA DOS PONTEIROS E RAMOS LATERAIS A seca dos ponteiros ou ramos laterais, compreendida também por “dieback”, é causada por um conjunto de fatores, predominandose as condições climáticas desfavoráveis, má nutrição das plantas e ocorrência de pragas e doenças. Ocorre em cafeeiros de qualquer idade e se distingue pela desfolha e morte descendente dos ramos. Sintomas: A doença acontece em duas épocas fundamentais. Nos períodos de inverno chuvoso (que adiam o ciclo vegetativo da planta, e as folhas novas estão mais sujeitas ao frio, aos ventos e à entrada de patógenos) e na época de granação dos frutos (quando os ramos carregados se esgotam, desfolham e apresentam morte da ponta para a base). O desequilíbrio nutricional do cafeeiro pode provocar a doença, que se destaca durante a granação e maturação dos frutos, oportunidade de máxima exigência nutricional. Como efeito, ocorre a má granação dos frutos, devido à desfolha, provocando uma redução na produção do ano em questão e na do ano seguinte, e uma bebida de menor qualidade. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 239 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Etiologia: Essa doença é causada pelo ataque dos fungos Colletotrichum spp. e Phoma spp. No caso de Colletotrichum spp., ele é encontrado como saprófito, ocupando a parte externa da casca dos ramos de café e passando a atacar os ramos, folhas e frutos, invadindo-os através de ferimentos ou lesões de outras doenças e pragas, ou tecidos debilitados. Diagnose: Requer a coleta dos órgãos doentes, por ser um sintoma localizado. 2.7. ANTRACNOSE A antracnose do cafeeiro é uma doença difundida na maioria das regiões cafeiculturas, diversificando muito a natureza e a intensidade dos danos causados. Em muitas regiões da África, onde o café é cultivado, é considerada a doença mais séria do cafeeiro. Sintomas: Todas as partes da planta podem ser atacadas por Colletotrichum coffeanum, que costumam colonizar o tecido externo do café. Nas flores, o primeiro sintoma é a presença de uma mancha 240 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ou listra castanho-escura sobre o tecido branco da pétala, sendo a flor ocupada e abatida em pouco tempo. Em frutos verdes, os sintomas iniciam-se com pequenas manchas necróticas escuras. A doença manifesta-se nas folhas como manchas irregulares, necróticas, cinzas e grandes, ocorrendo geralmente próximo às margens. Com o envelhecimento das manchas, formam-se anéis concêntricos, cujo podem ser visualizadas massas de esporos do fungo. Em sementeiras e viveiros, a antracnose pode ser notada sobre os cotilédones, como manchas pardas, que de modo geral, provocam a morte da plântula. Etiologia: Os conídios de C. Coffeanum podem ser disseminados a breves distâncias pelos respingos de chuva, que levam consigo os esporos do fungo e os colocam sobre outras partes da mesma planta ou de outra. A maioria dos esporos de C. Coffeanum são liberados do topo do cafeeiro. Diagnose: Requer amostras de diferentes posições do local onde ocorre (sementeira ou viveiro). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 241 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.8. NEMATÓIDES O cafeeiro é atacado por inúmeras espécies de nematóides. Os mais frequentes são: Meloidogyne incognita, Meloidogyne exigua e Meloidogyne coffeicola. Muitas destas espécies podem ocorrer ao mesmo tempo no sistema radicular do cafeeiro, porém os danos causados por algumas delas não sejam confirmados. A vasta disseminação das espécies de Meloidogyne nos cafezais brasileiros, junta à sua alta capacidade de reprodução e agressividade, torna este grupo de nematóides, conhecido de nematóide das galhas, o responsável por 15% da redução total da produção de café, em relação aos 20% de prejuízos causados por todos os fitonematóides. Sintomas: A espécie de maior importância no Brasil é M. incognita. Esse nematóide afeta violentamente o sistema radicular do café, causando necroses e rachaduras nas raízes, que ficam com a característica de cortiça, reduzindo a absorção de água e nutrientes pela planta e provocando queda na produção. Etiologia: M. incognita tem grande espectro de hospedeiros, quer sejam estes plantas cultivadas ou ervas daninhas que assolam os cafezais. Essa característica impede a rotação de culturas. Os nematóides espalham-se principalmente através do uso de mudas atacadas de café ou de outras plantas de sombra, pelas enxurradas, que levam o solo infestado de uma área para outra, e também pelos implementos agrícolas. Diagnose: Requer a coleta do sistema radicular e solo. 3. CONCLUSÕES As doenças descrevem os fatores mais restritivos para a produção e produtividade do café, podendo causar perdas que chegam a deter a exploração da cultura. Sejam elas de origem biótica (fungos, bactérias, nematóides e vírus) ou abiótica (fatores ambientais do local de estabelecimento e principalmente de formação das mudas), criam problemas consideráveis na cultura e podem prejudicar todas as partes da planta. Para se alcançar o máximo de eficiência de controle é necessária uma diagnose precisa das doenças. 242 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M.S. & SOUZA, S.M.C. Café: nematódeos. Informe Agropecuário 11:50-1, 1978. AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M. & BERGAMIN FILHO, A. eds. Manual de Fitopatologia. Volume 1 - Princípios e Conceitos. 4ª Edição. Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo. 2011. 704p. CHAVES, G.M.; CRUZ, J.F.; CARVALHO, M.G.; MATSUOKA, K.; COELHO, D.T.; SHIMOYA, C. A ferrugem do cafeeiro. Seiva, 1970. 75 pp. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 243 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 244 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SUSTENTABILIDADE É UMA PROPOSTA ÉTICA QUE DEVE SER APLICADA NO SETOR AGROPECUÁRIO Ricardo PERRI RESUMO Este trabalho tem como objetivo promover uma discussão sobre as questões de sustentabilidade e agricultura, e principalmente, da necessidade da criação de uma consciência única de preservação do nosso planeta, pela gerações atuais e futuras. Deixou-se aqui perguntas para que crie uma onda de reflexão para o início imediato de uma reação em cadeia de ações sustentáveis, não importando o seu tamanho nem impacto. Palavras-chaves: sustentabilidade, agricultura, meio ambiente ABSTRACT This work aims to promote discussion of the issues of sustainability and agriculture, and especially the need to create a unique awareness of preserving our planet for current and future generations. Questions allowed here to create a wave of reflection for the immediate start of a reaction chain of sustainable actions, no matter your size or impact. Key words: sustainability, agriculture, environment. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 245 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 1. INTRODUÇÃO 1.1. Origem da palavra Sustentabilidade é uma palavra que tem origem do Latim – sustentare – e significa sustentar, defender, suportar, conservar ou manter (Ehlers, 1996), e no Dicionário Aurélio é um substantivo feminino que significa ‘a qualidade do sustentável’. Sabe-se que estas definições acima estão sempre relacionadas a um sistema ou processo que deve se sustentável, ou seja, que deva permanecer em um determinado nível durante um determinado prazo. 1.2. O início da visão do homem voltada à sustentabilidade A partir de 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada na Suécia, na cidade de Estocolmo de 5 a 16 de junho, este termo começou a ter seu sentido voltado para o meio ambiente, relacionando a ele, as atividades humanas. A Conferência de Estolcomo, organizada pela ONU, teve como objetivo conscientizar a sociedade a melhorar a sua relação com o meio ambiente, atendendo assim as necessidades das gerações presente e futura do nosso planeta. Esta conferência foi a primeira atitude a nível mundial para iniciar a preservação do meio ambiente (Infoescola). No Item 3 do documento intitulado Protocolo de Estolcomo anotou-se o seguinte: “O homem carece constantemente de somar experiências para prosseguir descobrindo, inventando, criando, progredindo. Em nossos dias sua capacidade de transformar o mundo que o cerca, se usada de modo adequado, pode dar a todos os povos os benefícios do desenvolvimento e o ensejo de aprimorar a qualidade da vida. Aplicada errada ou inconsideradamente, tal faculdade pode causar danos incalculáveis aos seres humanos e ao seu meio ambiente. Aí estão, à nossa volta, os males crescentes produzidos pelo homem em diferentes regiões da Terra: perigosos índices de poluição na água, no ar, na terra e nos seres vivos; distúrbios grandes e indesejáveis no equilíbrio ecológico da biosfera; destruição e exaustão de recursos insubstituíveis; e enormes deficiências, prejudiciais à saúde física, mental e social do homem, no meio 246 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ambiente criado pelo homem, especialmente no seu ambiente de vida e de trabalho”. Neste mesmo ano, foi relacionado com o futuro da humanidade no livro Blueprint for Survival (Kidd, 1992). E, no final dos anos 70 incorporou dimensões sociais e econômicas, passando a ser amplamente utilizado (Ehlers, 1996). Outro livro, lançado 10 anos antes, que despertou a comunidade mundial a respeito de sustentabilidade foi o The Silent Spring (Primavera silenciosa) de Raquel Carson, que fez duras críticas aos efeitos não ecológicos da utilização generalização de defensivos agrícolas nas monoculturas, na Revolução Verde. 1.3. Conceito de Sustentabilidade De acordo com Kidd (1992), todos os conceitos de sustentabilidade evidenciam a interação entre o uso de recursos, pressão sobre o meio ambiente e o crescimento populacional. Relata ainda que existem 6 diferentes correntes de pensamentos que deram origem ao conceito de sustentabilidade, dentre as quais, destacamos as três que são mais importantes: a) a corrente ecológica, que é crítica ao uso de tecnologia; b) a do eco desenvolvimento, que defende a ecologia com seus princípios básicos; c) as correntes de pensamento que pregavam o não crescimento, ou seja, da redução do crescimento econômico. Tem-se a ideia que sustentabilidade é detentora de um conceito muito complexo e dinâmico, e que depende muito do contexto a qual é aplicado; e, não ter uma definição única e mundialmente aceita. Em 1987, o Relatório Bruntland ou também conhecido como Nosso Futuro Comum – Our Common Future, criou um conceito sobre o desenvolvimento sustentável, e o definiu como sendo aquele que “garante às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras também atenderem às suas” (World Commission on Environment and Development, 1987). Utilizando-se da pesquisa acima, procurou-se a seguir, discutir a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 247 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA abrangência das questões sustentáveis em relação ao setor agropecuário. 2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA A agricultura começou na Era Neolítica, também conhecida como Era da Pedra Polida, logo após a Idade da Pedra, onde os homens notaram que algumas plantas poderiam ser ‘enterradas’ que produziam de novo, isto é, poderiam ser semeadas. Vamos nos dedicar ao período mais recente para uma análise mais focada. 2.1. Primeira Revolução Agrícola Contemporânea A agricultura que conhecemos hoje, chamada de moderna, teve a sua origem nos séculos XVIII e XIX na Europa, com a Primeira Revolução Agrícola Contemporânea, período este, onde ocorreram profundas mudanças na desestruturação do feudalismo e no surgimento do capitalismo (VEIGA, 1991). A principal caracterização desta revolução foram de origem econômica, social e tecnológica, pelo abandono de áreas de pousio e consequente desenvolvimento de sistemas rotacionais de lavoura, utilizando-se, principalmente, leguminosas e tubérculos – plantas que eram utilizadas tanto na adubação do solo, quanto na alimentação de pessoas e animais (Oliveira Jr., 1989) Estes acontecimentos promoveram o uso mais intensivo da terra e aumentarm significativamente a produção agropecuária, tendo como resultado positivo, a diminuição gradativa da escassez crônica de alimentos que ocorreram nos séculos anteriores (Ehlers, 1996) 2.2. Segunda Revolução Agrícola Contemporânea A Segunda Revolução Agrícola Contemporânea marcou uma nova etapa no setor agropecuário, e ocorreu no final do Século XIX e início do Século XX. Novamente, profundas transformações ocorreram neste período, embasadas em novas descobertas científico tecnológicas, como por exemplo: fertilizantes químicos, motores de combustão 248 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF interna, melhoramento genético de plantas; isto impôs um novo padrão para a agricultura, que teve novas alterações na sua forma de existir, sendo que as mudanças mais significativas foram: o contínuo abandono do uso de adubação verde e de esterco na fertilização do solo, a perca da importância da rotação de culturas, a separação de áreas para produção agrícola e pecuária, e principalmente, as indústrias absorveram algumas etapas do processo de produção agropecuário. Tantas mudanças fizeram surgir sistemas intensivos de produção, fatos que marcaram uma nova era na história da agropecuária no mundo, que foi marcado pela menor dependência dos recursos locais na produção agropecuária. (Ehlers, 1996). Nesta fase houve a introdução de máquinas agrícolas como tratar, arados, colheitadeiras e início do uso de defensivos agrícolas e rações animais (Oliveira Jr., 1989). Cita ainda, que estes avanços – transportes, armazenamento e conservação de produtos agrícolas – fizeram surgir um mercado em escala internacional e unificado. 2.3. Revolução Verde – Green Revolution No final da década de 60 e início da década de 70, alicerçadas pelas conquistas nas áreas de pesquisa química, mecânica e genética, juntamente com o fortalecimento do setor industrial que se voltou para a agropecuária, surge a Revolução Verde, que é considerada uma fase dentro da Segunda Revolução Agrícola Contemporânea. Caracteriza-se pela intensificação através da especialização (Crouch, 1995) e tem como eixos principais: a monocultura e a produção estável de alimentos (arroz, trigo, milho, principalmente). Outra ponto a ser considerado é o que diz respeito a tecnologias como: motomecanização, fertilizantes com alta solubilidade, pesticidas, uso de variedades geneticamente melhoradas e a evolução da tecnologia da irrigação. Tudo isto aconteceu em meio a Guerra Fria, em um mundo dividido em dois blocos superpoderosos, que determinou a aplicação massiva de tecnologia nos campos de produções agrícolas dos EUA e do terceiro mundo sob seu poder, na busca de mostrar que o comunismo não tinha capacidade tecnológica para isto (Butter, 1995). O objetivo foi o de maximizar a produtividade agrícola mundial. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 249 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Como escreveu DEO et al. (1990) “Por razões políticas, as tecnologias da Revolução Verde foram vistas como uma ferramenta, para produzir os alimentos necessários, e assim lutar contra o crescimento das doutrinas de esquerda no campo. (Deo et al.,1990).” A expansão da pesquisa pública relacionada com as tecnologias da Revolução Verde foi financiada pelos governos dos países desenvolvidos e por agências internacionais controladas por estes governos, como por exemplo: USAID (United States Agency International Development), Ford Foundation, Banco Mundial, The Rockfeller Foundation, entre outras. Foi neste contexto mundial que surgem as questões abordadas no Item 1.2 deste trabalho, onde o mundo, perplexo com estas transformações e com as possibilidades de altos níveis de degradação do meio ambiente, que surgiu os primeiros conceitos e entendimentos sobre sustentabilidade do mundo. 2.4. Cinco frases que mudaram o mundo Cita-se cinco frases abaixo, as quais, pode se dizer, mudaram a forma de pensamento do mundo e de seu crescente e desenfreado crescimento econômico: Frase 1 – Rachel Carson – do livro Silent Spring (1962): “A dúvida é se a civilização pode mesmo travar esta guerra contra a vida sem se destruir e sem perder o direito de se chamar de civilizada.” Frase 2 – James Lovelock – autor da Teoria de Gaia: “1 bilhão (de pessoas) poderia aproveitar a Terra. 6 bilhões vivendo como nós vivemos é muita coisa, e podem acabar com o planeta rapidinho.” Frase 3 - Ernst Friedrich Schumacher - do livro Small is beautiful (1973): “A busca obstinada da riqueza – ou seja, o materialismo – não cabe neste mundo, porque ela não contém em si nenhum princípio limitador, enquanto o meio ambiente onde se encontra é decididamente limitado.” Frase 4 – Wangari Maathai – conhecida como “mulher árvore”, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2004 e fundadora do Movimento Cinturão Verde do Quênia (1977): “Em poucas décadas, a relação entre meio ambiente, recursos e conflito 250 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF pode parecer quase tão óbvia como a ligação que vemos hoje entre direitos humanos, democracia e paz.” Frase 5 – Al Gore – 45º Vice Presidente do Estados Unidos da América (Presidente era Bill Clinton), em uma entrevista coletiva na China (2008): “De certa forma, a luta para salvar o meio ambiente é muito mais difícil do que a luta contra Hitler, porque agora a guerra é contra nós mesmos. Nós somos o inimigo, assim como temos apenas nós mesmos como aliados. Em uma guerra como esta, o que é a vitória e como vamos reconhecê-la?” 3. - DISCUSSÕES SOBRE OS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE E A AGRICULTURA SUSTENTÁVEL Após o estudo acima relacionando a evolução do conceito de sustentabilidade e suas várias definições e associações, observa-se que a questão da sustentabilidde não é algo para ser definido, mas sim, para ser declarado. Deve ser um princípio ético da humanidade para com ela mesma, e suas gerações futuras, que deve seguir como um guia, para todos, desde as pessoas no seu dia a dia, até as mais poderosas instituiçoes econômicas do mundo nas suas mais simples decisões (Brown et al, 1987). Pensando em agricultura sustentável, e relacionando-a com os conceitos de sustentabilidade discutidos até então, e analisando a questão do parágrafo acima, pode-se dizer que é uma agricultura ecologicamente equilibrada, economicamente viável, socialmemte justa, humana e adaptativa (Reinjntjes et al.,1992). Outras definições de agricultura sustentável, normalmente, incluem qualidade de vida, segurança alimentar e produtividade, conforme diz Stockle et al. (1994). A definição de agricultura sustentável que mais se apropria de todos estes conceitos e sua relatividade contextual é o de Lehman et al. (1993) que diz: “Agricultura sustentável consiste em processos agrícolas, isso é, processos que envolvam atividades biológicas de crescimento e reprodução com a intenção de produzir culturas, que não comprometa nossa capacidade futura de praticar agricultura com sucesso. Assim…nós podemos dizer que agricultura sustentável consiste em processos agrícolas que não exaurem nenhum recurso que seja essencial para a agricultura”. Vale a pena voltar ao Relatório Bruntland, para fazer uma comparação positiva sobre a definição de agricultura sustentável Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 251 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA acima, onde coincide a afirmação sobre o desenvolvimento sustentável ser aquele que “garante às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras também atenderem às suas”. Desta forma, os princípios para uma agricultura sustentável devem ser vistos como uma processo dinâmico de alta complexidade que envolve as questões econômicas, sociais, políticas, ecológicas e culturais; e, de acordo com tudo que foi apresentado acima, vamos arriscar relacionar algumas características que acredita-se, serem importantes no desenvolvimento de uma nova agricultura, uma agricultura que atenda as expectativas populacionais do mundo e a limitação de nossos recursos terrestre, enfim, uma agricultura que busque a sustentabilidade, unificando todos os conceitos vistos até aqui, desde Butter (1995) até Veiga (1991). Segue abaixo alguns destes pontos: a. Ser humana: que satisfaça todas as necessidades humanas básicas e que sustente as gerações presente e futura do nosso planeta; b. Ser ambientalmente correta: protegendo os recursos e biodiversidades naturais e prevenindo a degradação ambiental para garantir a existência das gerações presente e futura; c. Ser viável: economicamente; d. Ser produtiva: que mantenha e sempre aumente os índices de produtividade para que possa atender as necessidade de consumo; e. Ser estável: garantindo sempre a sua produção; f. Ser participativa: lembrando sempre da necessidade de ser construída coletivamente, para que haja sempre compartilhamento do conhecimento em função do atendimento das necessidade do homem; g. Ser autônoma: para garantir a sobrevivência das diversas comunidades em todos os lugares do mundo; h. Ser igualitária a todos: no que diz respeito aos recursos naturais básicos – solos, água e outros – para todas as populações do mundo; i. Ser preservada: genética e culturalmente nas comunidades que a desenvolverem; j. Ser educacional: buscando a transferência dos conhecimentos adquiridos, de geração para geração, como no tempo de nossos avós. 4. CONSIDERAÇÕES Discutir e discursar sobre sustentabilidade, agricultura sustentável e outros temas relacionados é uma tarefa árdua e com poucos resultados efetivos a cada momento deste. 252 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Pergunta-se, então, para que dedicar tanto esforço nesta tarefa? Responde-se, claramente, que o objetivo principal é para a criação de uma consciência mundial para as questões de sobrevivência, de alimentação, de crescimento populacional, de desenvolvimento e níveis de tecnologias, e, certamente, para percebermos que somos partes interrelaciodas de um todo, e que este todo, sofre pela ação indevida de cada um. Somos um só corpo terrestre. Devido a complexidade do assunto, que este estudo proponha o interesse em desenvolver novos e novos estudos, na mais pura tentativa de criar uma ferramentas para que a consciência de cada um aja na sua unidade e isto faça diferença no todo. Outras perguntas que gostaria de responder ou que poderiam ser respondidas: a) se Sustentabilidade é um tema tão complexo, limitante, atual e necessita das pequenas ações de cada ser vivo deste planeta, por quê não buscar esta consciência planetária a partir do nosso dia a dia? b) será que existe um hiato entre sustentabilidade e desenvolvimento que seja tão grande, que impossibilite nossa recuperação consciencial e emergencial de uso diferenciado e preservação permanente do nosso planeta? c) Será que não é hora de criarmos uma corrente de educação ambiental desde o ensino fundamental até pós doutorados, pedindo de cada um a sua contribuição de ser sustentável no seu dia a dia? d) Pode-se dizer que há mais de 100 mil anos – época em que o homem conseguiu dominar o fogo – as atividades por ele desenvolvidas vêm transformando o nosso meio ambiente (Phillipi Jr., 2004). Não será hora de criar um novo mundo? e) será que o importante, na verdade, é começar a fazer qualquer tipo de ação e esquecer a busca de um modelo único? Que estas perguntas iniciem uma reflexão em cadeia e, oxalá, nossos netos, bisnetos, tataranetos, possam nos ter como exemplos do sucesso da vida no nosso planeta. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 253 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA REFERÊNCIAS BROWN, B.J.. Global Sustainability: toward definition. In Enviromental Management : USA, 1987. BUTTEL, F.H.. The Global impacts of agricultura biotechnology: a post green revolution perspective. Nothhingham : Nottingham University Press, 1995. CROUCH, M.L.. Biotechonology is not compatible with sustainable agriculture. Journal of Agricultural an Environmental Ethics. USA, 1995. DEO, S.D. Structure of agricultural research in the third world. New York : McGraw-Hill, 1990. DIAS, Genebaldo Freire. 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Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 255 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 256 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII MANUAL DE PUBLICAÇÕES DO SIMPÓSIO DA FAEF QUEM SERIAMENTE ESTUDA NO NÍVEL SUPERIOR FAZ PESQUISA... QUEM PESQUISA QUER PUBLICAR 1. Por que quem estuda nível superior deve fazer pesquisa? Porque o ensino superior visa à formação de um profissional liberal e este profissional somente será liberal e autônomo se aprendeu a pesquisar de forma sistemática e científica e se adquiriu este hábito permanentemente em sua vida. 2. E se o universitário não realizar pesquisa, em sua formação superior, será um profissional fracassado? Certamente, primeiro porque não saberá atualizar seus conhecimentos na área profissional e ficará ultrapassado, pois as ciências e as tecnologias evoluem a cada dia e quem não sabe pesquisar não saberá se atualizar, e depois porque não saberá resolver problemas novos na sua área profissional, devendo assim ser comandado e monitorado, ou seja, poderá exercer cargos mais baixos onde seus superiores comandem suas ações profissionais. Resumindo: terá o diploma de nível superior mas exercerá apenas as funções de nível técnico, por absoluta incompetência. 3. Onde posso publicar minhas pesquisas? Uma das opções é nos Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF realizados anualmente. 4. O que é “Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF”? A FAEF realiza anualmente o “Simpósio de Ciências Aplicadas”, durante o primeiro semestre de cada ano, tratando-se de um evento Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 257 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA científico, devidamente planejado, visando à apresentação de trabalhos científicos de toda comunidade acadêmica: professores e alunos. Os trabalhos aceitos pela Comissão Científica são apresentados oralmente ou em painéis e são publicados nos ANAIS de cada simpósio. 5. Como devo apresentar os trabalhos realizados para serem aprovados e publicados? De acordo com as Normas para Publicação nos “Simpósios de Ciências Aplicadas” descritas abaixo: 1. Encaminhamento: os trabalhos para apreciação, devem ser identificados como para “Simpósio” (especificar a área de conhecimento – Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Pedagogia, Psicologia, Turismo e Sistemas de Informação) e poderão ser enviados pela Internet, no endereço [email protected] (atentando para o tamanho do arquivo que não deverá ultrapassar 3 Mb, já inclusos tabelas e gráficos) ou via correio em CD (devidamente identificado), gravado em editor de texto Word for Windows, para o endereço: Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso à Garça km 1, Campus Rosa Dourada – caixa postal 61, CEP 17400-000, Garça/SP. Os textos devem apresentar as seguintes especificações: página A4, fonte Times New Roman, corpo 12, entrelinhas 1,5, com 3cm de margem superior, inferior, esquerda e direita. Os trabalhos devem conter de 6 a 15 páginas, incluindo as referências bibliográficas. 2. Informar endereço completo, telefone e e-mail para contato futuro. 3. Serão aceitos trabalhos escritos nos seguintes idiomas: espanhol, inglês e português. 4. Apresentação dos trabalhos: 4.1. Título e Identificação do(s) autor(es) 4.1.1 Título completo do artigo em LETRA MAIÚSCULA: em negrito, centralizado e fonte tamanho 12. 4.1.2 Nome completo do(s) autor(es) (por extenso e apenas o SOBRENOME EM MAIÚSCULA): alinhado à direita, fonte tamanho 12, com indicação para nota de rodapé. 258 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 4.1.3 Na nota de rodapé, deve constar filiação científica, na seguinte ordem: Departamento, Instituto ou Faculdade, Universidade – SIGLA – CIDADE/ESTADO – PAÍS e endereço eletrônico, fonte tamanho 10. 4.1.4 Entre o título e os dados de identificação do(s) autor(es), deve existir espaço de uma linha. 4.1.5 Todos os subtítulos devem estar alinhados à esquerda, em CAIXA ALTA, negrito e fonte tamanho 12. 4.2. Resumo e Abstract RESUMO de, no máximo, 100 palavras e de três a cinco palavraschave (termos ou expressões que identifiquem o conteúdo do trabalho). O título, o resumo e as palavras-chaves deverão ser no idioma do texto. O corpo do texto pertencente ao resumo deve estar em espaçamento entre linhas simples e fonte tamanho 10. A seguir, deve constar o ABSTRACT e Keywords, nos mesmos moldes do resumo. 4.3. Corpo do texto: 4.3.1 Subitens destacados em negrito, no mesmo corpo do texto, alinhados à esquerda. 4.3.2 Texto contendo, sempre que possível: a) INTRODUÇÃO (com exposição de objetivos e metodologia); b) DESENVOLVIMENTO (com subtítulo derivado do título; corpo do texto com as reflexões ou ainda Material e Métodos, Resultados e Discussão), c) CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Obs: Os artigos que, por preferência do autor, não tenham a estrutura contida neste item não serão excluídos. 4.3.3 Todo o corpo do texto deve estar em espaçamento 1,5, contendo sempre o espaço de uma linha entre os subtítulos e o texto. 4.3.4 Notas de rodapé devem ser, na medida do possível, incluídas no corpo do texto. 4.3.5 Tabelas e gráficos deverão ser numerados, sequencialmente, em algarismos arábicos e encabeçados por seus respectivos títulos. 4.3.6 Fotografias e ilustrações poderão ser coloridas e deverão ser inseridas no corpo do texto, numeradas, sequencialmente, e com legendas. 4.3.7 Referências no corpo do texto deverão ser feitas pelo sobrenome do autor, entre parênteses e separado por vírgula da data de publicação e da(s) página(s) utilizada(s) tanto para citação direta como indireta.Ex: (SILVA, 1984, p. 123). Caso o nome do autor esteja citado no texto, deverá ser acrescentada a data e paginação entre parênteses. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 259 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Por exemplo, “Silva (1984, p. 123) aponta...”. As citações de diversas obras de um mesmo autor, publicadas no mesmo ano, deverão ser discriminadas por letras minúsculas em ordem alfabética, após a data, sem espaçamento (SILVA, 1984a; 1984b). Quando a obra tiver até três autores, estes deverão ser separados por ponto e vírgula (SILVA; SOUZA, 1987). No caso de três ou mais, indica-se o primeiro, seguido da expressão “et al”. (SILVA et al., 1986). As citações literais, com mais de três linhas devem seguir este modelo, estando o texto entre linhas simples, com fonte tamanho 11, entre aspas e seguida da referência do autor, com nome, data e página referente” (SILVA, 1987, p.82). 4.3.8 Vale ressaltar que, “as citações literais com no máximo três linhas deverão estar entre aspas, como parte do texto, seguidas de sua referência”. 4.3.9 Anexos e/ou Apêndices serão incluídos somente quando imprescindíveis à compreensão do texto. 4.4. Referências bibliográficas: 4.4.1 As referências bibliográficas deverão ser arroladas no final do trabalho, pela ordem alfabética do sobrenome do(s) autor(es), obedecendo às normas da ABNT (NBR 6023, de agosto de 2002). Ex: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1986. 4.4.2 Para referência de segunda mão, um autor citado pelo autor do texto siga o exemplo: (LAKATOS apud SEVERINO, 1990, p. 25). 5. Os trabalhos de alunos e de orientandos deverão, antes de serem encaminhados, receber a aprovação dos professores em cujas disciplinas, práticas ou estágios eles foram elaborados; ou de seus orientadores de projetos de iniciação científica ou de trabalhos de conclusão de curso. 6. Serão publicados os trabalhos aprovados e recomendados por pareceristas das áreas correspondentes, que constituem a Comissão Científica do Simpósio. 7. É vedada a reprodução dos trabalhos em outras publicações eletrônicas. 8. Os trabalhos que não estiverem de acordo com estas normas de formatação serão devolvidos ao(s) autor(es); podendo ser refeitos e apresentados em outra oportunidade, mediante os critérios 5 e 6. 260 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 9. Os casos não previstos por estas Normas serão resolvidos pela Comissão Científica do Simpósio. 10. Os dados e conceitos emitidos nos trabalhos, bem como a exatidão das referências bibliográficas, são de inteira responsabilidade de seus autores. Garça, 3 de março de 2014. COMISSÃO CIENTÍFICA DO SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420 Via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] (14) 3407-8000 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 02 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 261