2008
Relatório Anual / PELD
Pesquisas Ecológicas
de Longa Duração
14
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
PELD
Capítulo
AVIFAUNA
Camila Crispim de Oliveira Ramos (Mestranda)
Sáuria Lúcia Rocha de Castro (Doutoranda)
Dr. Luiz dos Anjos (Coordenador)
RESUMO
As pesquisas envolvendo a avifauna na região da planície alagável do alto rio Paraná,
já tiveram como objeto de estudo a comunidade de aves das ilhas, alguns grupos com
importantes funções ecológicas como Falconiformes, por serem predadores de topo de cadeia;
Ciconiiformes, por sua relação estreita com a comunidade aquática e a família Trochilidae por
seu papel essencial na polinização das plantas. Atualmente os trabalhos têm dado um enfoque
maior às aves de ambientes florestais o que fez que houvesse um aumento superior a quarenta
espécies na lista elaborada por esse grupo de pesquisa e apresentada no livro lançado em
2007. Os recentes trabalhos na mata ripária acrescentaram até o momento mais duas espécies
a essa lista e o estudo com frugívoros iniciado, no mesmo ambiente, fará um acréscimo
importante ao conhecimento dos processos envolvendo o consumo e a dispersão de sementes
pela avifauna.
INTRODUÇÃO
No ano de 2008, os estudos sobre a avifauna inseridos no Programa de Pesquisas
Ecológicas de Longa Duração (PELD – sítio 6) - A planície alagável do Alto rio Paraná,
enfocaram a representatividade da avifauna em remamescentes de mata ripária e a frugivoria e
dispersão de sementes nestes mesmos ambientes.
A mata ripária, que segundo Rodrigues e Nave (2001) apresenta características
singulares, como a baixa similaridade entre formações, flora com adaptações ao regime
fluvial, elevada diversidade, vegetação em mosaico e elevada seletividade de espécies aos
microhabitats, ocorre ao longo de toda extensão da planície. Neste ambiente são incontáveis,
do ponto de vista ecológico, as interações tanto para o domínio abiótico quanto para o biótico,
principalmente no que tange aos aspectos de manutenção das condições ambientais e do
aspecto físico dos corpos de água, geração de refúgio e de vias de deslocamento para a fauna
e flora (SOUZA, 1999; AB`SÁBER, 2001; LIMA; ZAKIA, 2001). Este ambiente, tão
específico e relativamente desconhecido quanto à composição avifaunística, apresenta
grandes variações na estrutura e arquitetura da vegetação e, por conseqüência, inúmeras
associações de espécies de aves com essas formações vegetais (SILVA; VIELLIARD, 2001).
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A mata ciliar da região sem dúvida carece de mais estudos, pois segundo Brown Jr.
(2001) este ambiente é capaz de suportar uma grande diversidade biológica, favorecendo
organismos que necessitam de condições ou recursos mais raros ou ausentes nos sistemas
adjacentes mais abertos. O uso de indicadores secundários globais, como comunidades ou
grupos de animais associados obrigatoriamente ou empiricamente a essas formações
dinâmicas, pode servir ao melhor conhecimento e monitoramento de ambos. (BROWN JR.,
2001, SILVA; VIELLIARD, 2001). As aves frugívoras são particularmente sensíveis às
alterações de seus habitats florestais e estão entre as primeiras a desaparecerem ou
diminuírem suas densidades em áreas fragmentadas (TERBORGH, 1974; WILLIS, 1979;
ALEIXO; VIELLARD, 1995; GOERK, 1997; ANJOS, 2001; ALEIXO, 2001; PIZO, 2001).
Neste contexto serão aqui relatados os principais resultados no que se refere ao
levantamento da avifauna da região e as atividades atualmente desenvolvidas.
MATERIAL E MÉTODOS
Levantamento da Avifauna
O número de espécies registradas até o momento se baseia em: (1) estudos conduzidos
em anos anteriores, os quais se encontram, em sua maioria, publicados em periódicos
científicos, capítulos de livro e num livro sobre as aves da planície (GIMENES; ANJOS,
2004a, 2004b, 2006; LOURES-RIBEIRO; ANJOS, 2004a, 2004b, 2006; MENDONÇA;
GIMENES; ANJOS, 2004; MENDONÇA; ANJOS 2006; GIMENES; ANJOS, 2007;
GIMENES; LOPES; LOURES-RIBEIRO; MENDONÇA; ANJOS, 2007; (2) expedições
ornitológicas à área de estudo para levantamentos complementares da avifauna; (3) resultados
obtidos durante as amostragens de campo dos doutorandos Luciana Baza Mendonça e Edson
Varga Lopes, os quais, respectivamente, desenvolveram teses sobre as assembléias de aves
frugívoras e as comunidades de aves florestais na região e, (4) resultados obtidos durante as
amostragens de campo da mestranda Camila Crispim de Oliveira Ramos em remanescentes de
mata ripária.
Considerando todos os esforços as áreas amostradas estão situadas no trecho compreendido
entre o lago da usina de Porto Primavera e a foz superior do rio Ivinhema, adentrando a
planície na região do Parque Estadual das Várzeas do rio Ivinhema e na região do rio Baía.
Foram abrangidos diversos corpos d´água da região e várias áreas terrestres, incluindo ilhas e
remanescentes florestais próximos às margens direita e esquerda do rio Paraná.
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Aves em remanescentes de vegetação ripária
Este estudo é objetivo da dissertação de mestrado de Camila Crispim de Oliveira
Ramos. Para obtenção dos dados em campo foram determinadas, duas transecções: uma a
margem do baixo curso no Córrego Caracu e outra a margem do baixo curso Ribeirão São
Pedro, ambas com 850m a partir da foz. Foram realizados dois tipos de levantamentos em
dois diferentes períodos de amostragens: um qualitativo e outro quantitativo.
As amostragens qualitativas foram realizadas mensalmente no período de agosto de
2007 a agosto de 2008, durante quatro dias consecutivos, iniciando sempre ao alvorecer e
terminando cerca de cinco horas após. Foram acumuladas no total das amostragens
qualitativas 288 horas de observação da avifauna (144 em cada área). Todas as espécies
contatadas auditiva ou visualmente foram registradas. Durante o percurso, o observador
identificou cada ave observada, com o auxílio de um binóculo e guias de campo, anotando
também informações sobre os padrões ecológicos da espécie, tais como: alimentação e estrato
da mata ocupado. As vocalizações não reconhecidas foram registradas em um gravador
portátil, com auxílio de microfone unidirecional, para posterior identificação no Laboratório
de Ornitologia e Bioacústica da Universidade Estadual de Londrina. Cada espécie foi
registrada somente uma vez em cada ambiente em um mesmo dia de amostragem. A
nomenclatura das espécies seguiu o proposto pelo CBRO (2008).
Para o levantamento quantitativo foi utilizada a metodologia de amostragem por
pontos de escuta de distância ilimitada (BLONDEL; FERRY; FROCHOT, 1970;
VIELLIARD; SILVA, 1990). Com este método é possível, além do registro da espécie no
local, obter uma estimativa de sua abundância através do índice pontual de abundância (IPA),
que corresponde ao número total de contatos da espécie, dividido pelo número total de pontos
amostrados.
As amostragens foram mensais, em quatro dias consecutivos, dois em cada mata
ripária, no período de setembro a novembro de 2008. Os pontos amostrais foram
determinados a pelo menos 50 m das extremidades das trilhas pré-existentes, distantes 200m
entre si. As amostragens iniciaram sempre ao alvorecer e terminaram cerca de quatro horas
após. Cada ponto foi amostrado duas vezes em uma mesma manhã; a seqüência de
amostragem foi pontos 1, 2, 3, 4 e em seguida pontos 4, 3, 2, 1; na manhã do dia seguinte a
ordem foi inversa. Durante as amostragens, foram registrados todos os indivíduos de todas as
espécies detectados pelo observador em um período de quinze minutos em cada ponto
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amostral, com quinze minutos para deslocamento entre um ponto e outro. Cada sessão de
quinze minutos foi considerada uma amostra.
Assim, foi obtido um total de seis dias de amostragem em cada área, com oito pontos
amostrados por dia, totalizando 96 amostras (48 em cada área).
Aves frugívoras e potenciais dispersoras de sementes em remanescentes de
vegetação ripária
O estudo sobre o tema está sendo desenvolvido pela doutoranda Sáuria Lúcia Rocha
de Castro desde outubro de 2008.
Os trajetos ao longo de 800 m do córrego Caracu e ao longo de 800 m do ribeirão São
Pedro serão percorridos mensalmente, entre outubro de 2008 e dezembro de 2009, para a
coleta de dados botânicos e/ou zoológicos (aves). Esses percursos têm início na região da sua
foz, no rio Paraná, e seguem em direção às suas nascentes. Ambos os lados dos cursos d’água
têm sido amostrados.
Os remanecentes ao longo dos corpos d’água amostrados foram classificados sob
maior ou menor ação antropogênica e, consequentemente, em diferentes estados de
conservação de acordo com (STAGGEMEIER; GALETTI, 2007).
Estão sendo selecionadas em campo, espécies de plantas arbóreas, com perímetro a
altura do peito (PAP) ≥ 10 cm e com dispersão zoocórica (especialmente ornitocoria), nas
matas ciliares do ribeirão São Pedro e do córrego Caracu.
Caso as aves frugívoras observadas nas áreas de estudo estejam se alimentando de
frutos ou sementes de árvores que apresentem outro tipo característico de dispersão, que não a
zoocoria, esses dados também serão coletados.
Indivíduos das espécies arbóreas a serem amostradas, tanto na área do São Pedro
quanto na do Caracu, serão contados e marcados com plaquetas de alumínio ou fita plástica
colorida (caso ainda não tenham sido marcados nos estudos sobre a vegetação local). Em caso
de dúvidas quanto ao reconhecimento das plantas em campo será feita a coleta de material
fértil para comparação com exemplares provenientes de estudos botânicos realizados na área,
os quais têm sido depositados no Herbário da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A
marcação permitirá a distinção dos indivíduos coletados e/ou daqueles cuja fenologia será
acompanhada.
As amostras plantas serão coletadas com podão e/ou tesoura de poda, posteriormente
serão prensadas, colocadas para secar em estufa e armazenadas no herbário já referido. Os
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procedimentos de coleta e preparação estão de acordo com as recomendações propostas por
Fidalgo e Bononi (1999). A identificação do material também será auxiliada pela equipe da
Profa. Dra. Maria Conceição de Souza, responsável pelas pesquisas botânicas na área do
PELD.
O estudo da fenologia das árvores seguirá as recomendações de Galetti, Pizo e
Morelatto (2004), sendo que: 1) A amostragem será realizada pelo método de transecção; 2)
Entre cinco (no caso de espécies raras) e 10 indivíduos de cada espécie, com perímetro a
altura do peito (PAP) maior que 10 cm, serão selecionados aleatoriamente. A escolha desses
indivíduos também se dará de acordo com a boa visibilidade de suas copas; 3) As fenofases
reprodutivas (floração e frutificação) serão acompanhadas mensalmente durante o período de
um ano, havendo interesse especial pelos registros referentes à frutificação; 4) O método
utilizado para estimativa da produção de frutos será o de Fournier (1974), no qual cada
fenofase é quantificada segundo uma escala de 5 categorias (0 a 4), com intervalo de 25%
entre as classes. Esse método foi escolhido também com base no trabalho de Bencke e
Morelatto (2002). Dessa forma será possível calcular a intensidade destas fenofases, ou seja, a
porcentagem de frutos disponíveis aos frugívoros ao longo do período de amostragem.
Frutos das plantas estudadas serão coletados para medida de seu tamanho
(comprimento e largura; ou diâmetro), tomada de seu peso total e das porções polpa e semente
(porcentagem com relação ao peso). A relação semente/polpa elevada indicará frutos com
baixo teor de polpa comestível.
Recomenda-se que pelo menos 10 frutos de cada espécie e de indivíduos diferentes
sejam coletados para esse fim (GALETTI; PIZO; MORELATTO, 2004). Neste estudo optouse pelo número de 30 frutos, conforme sugestão de Ragusa-Netto (2002). O número de
sementes de cada fruto será contado, assim com o seu tamanho será tomado. As medidas
serão feitas com paquímetro digital.
Os frutos serão agrupados em tipos morfológicos, seguindo a classificação de Barroso,
Morim, Peixoto e Ichaso (1999), de modo que os resultados obtidos possam ser comparados
com os de outros estudos sobre frugivoria e/ou dispersão de sementes (STAGGEMEIER;
GALETTI, 2007).
Para caracterização da vegetação na área, serão amostradas parcelas de 5x20 m para
caracterização da vegetação, de ambos os lados dos cursos d’água, a cada 200 m ao longo das
transecções percorridas, seguindo as orientações de Durigan (2004). Os seguintes parâmetros
serão anotados nas parcelas, com relação às plantas arbóreas: 1)Diâmetro a altura do peito,
que será medido com trena; 2)Altura, a qual será estimada sempre por um mesmo observador;
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3)Número de indivíduos (densidade absoluta); 4)Riqueza de espécies.
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Também serão
registradas as síndromes de dispersão características, os estágios sucessionais das espécies de
plantas amostradas nas parcelas, assim como a ocorrência de espécies exóticas. Estes dados
serão obtidos com base em levantamento bibliográfico.
Para amostragem da avifauna serão percorridos mensalmente, os dois trajetos de 800
m ao longo dos cursos d’água (os mesmos utilizados na amostragem botânica), por 5-7 dias,
durante 36 h mensais, no período das 6:00 às 10:00 h e das 15:00 às 18:00 h (geralmente
horários de maior atividade da avifauna). Este percurso estará marcado a cada 200m, sendo
que o local de que início das observações e a direção a ser seguida a partir do ponto inicial
serão sorteados a cada período de amostragem (manhã ou tarde). A medida do trajeto será
feita com uso de trema e a marcação dos pontos com fitas coloridas.
As plantas mais raras poderão ser amostradas também pelo método de observação
focal, pois estas podem ser desfavorecidas pela amostragem ao longo de transecções. O
método de observação focal é comumente utilizado em estudos sobre interação animal-planta
(RAGUSA-NETO, 2002; PIZO, 2004; RAGUSA-NETO, 2004; SAZIMA; SAZIMA;
SAZIMA, 2005). Dessa forma, serão registradas todas as aves visitantes das espécies vegetais
amostradas.
As observações serão feitas com auxílio de binóculos 8x23, procurando-se
permanecer a uma distância entre 8-15m da planta (conforme recomendação na literatura).
Os seguintes parâmetros serão registrados acerca das aves: 1) Número de espécies
visitantes dos frutos e número de indivíduos de cada espécie; 2) Número de frutos
consumidos por cada espécie; 3) Número de visitas às plantas em frutificação; 4) Tempo de
permanência das aves nas plantas; 5) Freqüência de visitação, que será obtida pela divisão do
número total de visitas das aves pelo tempo de observação da planta; 6) Taxa de consumo de
frutos, que será representada pela razão entre o número total de frutos removidos por todas as
aves visitantes; 7) O comportamento de coleta (de poleiro, em vôo, etc.) e de consumo dos
frutos (frutos inteiros, aos pedaços, etc), ou seja, o comportamento alimentar. As táticas de
forrageamento estarão de acordo com as padronizadas por Moermond e Denslow (1985); 8) O
local para onde as aves se dirigem após o consumo dos frutos. Verificar se vão para longe da
planta-fonte ou do remanescente de mata e estimar a distância percorrida; 9) A ocorrência de
interações agonísticas (intra e interespecíficas). Serão consideradas como espécies potenciais
dispersoras de sementes aquelas aves que ingerirem frutos inteiros e se deslocarem da árvore
após forrageio, de acordo com Ragusa-Netto (2002).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Levantamento da Avifauna
A maior parte dos resultados aqui mencionados se encontram descritos no livro “Aves
da planície alagável do alto rio Paraná”, que foi publicado em 2007. Este livro traz o primeiro
levantamento expressivo de aves na região após o alagamento para a construção desta usina
de Porto Primavera. São apresentados registros das aves observadas na planície alagável do
alto rio Paraná, bem como informações sobre a região dos registros, hábitats utilizados e
dados da biologia de cada espécie. Este conhecimento é fruto de cerca de oito anos de estudos
na região, que geraram e estão gerando, além do livro mencionado, dissertações de mestrado,
teses de doutorado, publicações em periódicos científicos e capítulos de livro. Até o
momento, os esforços para o conhecimento da avifauna da planície alagável do alto rio Paraná
resultaram no registro de 297 espécies de aves, distribuídas em 63 famílias (Tabela 1). A
floresta foi o ambiente com maior riqueza de espécies, sobretudo a mata ciliar, cuja interface
com o meio aquático representa um ecótono rico em recursos para grande número de espécies
de aves.
Tabela 1 Relação das espécies registradas na planície alagável do alto rio Paraná. A
classificação taxonômica está de acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos
– CBRO (2008).
Taxa
RHEIDAE
Rhea americana
TINAMIDAE
Crypturellus undulatus
Crypturellus parvirostris
Crypturellus tataupa
Rhynchotus rufescens
Nothura maculosa
ANHIMIDAE
Anhima cornuta
ANATIDAE
Dendrocygna viduata
Dendrocygna autumnalis
Cairina moschata
Amazonetta brasiliensis
CRACIDAE
Penelope superciliaris
Crax fasciolata
PHALACROCORACIDAE
Phalacrocorax brasilianus
ANHINGIDAE
Nomes populares
Ema
Jaó
Inhambu-chororó
Inhambu-chintã
Perdiz
CodornaAnhuma
Irerê
Marreca-cabocla, Asa-branca
Pato-do-mato
Pé-vermelho
Jacupemba
Mutum-de-penacho
Biguá
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Taxa
Anhinga anhinga
ARDEIDAE
Tigrissoma lineatum
Nycticorax nycticorax
Butorides striata
Bubulcus ibis
Ardea cocoi
Ardea alba
Syrigma sibilatrix
Pilherodius pileatus
Egretta thula
THRESKIORNITHIDAE
Mesembrinibis cayennensis
Phimosus infuscatus
Theristicus caudatus
Platalea ajaja
CICONIDAE
Ciconia maguari
Jabiru mycteria
Mycteria americana
CATHARTIDAE
Cathartes aura
Cathartes burrovianus
Coragyps atratus
Sarcoramphus papa
PANDIONIDAE
Pandion haliaetus
ACCIPITRIDAE
Elanoides forficatus
Gampsonyx swainsonii
Elanus leucurus
Rostrhamus sociabilis
Ictinia plumbea
Circus buffoni
*Accipiter striatus
Geranospiza caerulescens
Buteogallus urubitinga
Heterospizias meridionalis
**Harpyhaliaetus coronatus
Busarellus nigricollis
Rupornis magnirostris
*Buteo brachyurus
FALCONIDAE
Caracara plancus
Milvago chimachima
Herpetotheres cachinnans
*Micrastur semitorquatus
Falco sparverius
Falco rufigularis
Falco femoralis
ARAMIDAE
Aramus guarauna
RALLIDAE
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Nomes populares
Biguatinga
Socó-boi
Socó-dorminhoco, Savacu
Socozinho
Garça-vaqueira
Garça-moura
Garça-branca-grande
Maria-faceira
Garça-real
Garça-branca-pequena
Coró-coró
Tapicuru-de-cara-pelada
Curicaca
Colhereiro
Maguari
Jaburu, Tuiuiú
Cabeça-seca
Urubu-de-cabeça-vermelha
Urubu-de-cabeça-amarela
Urubu-de-cabeça-preta
Urubu-rei
Águia-pescadora
Gavião-tesoura
Gaviãozinho
Gavião-peneira
Gavião-caramujeiro
Sovi
Gavião-do-banhado
Gavião-miúdo
Gavião-pernilongo
Gavião-preto
Gavião-caboclo
Águia-cinzenta
Gavião-belo
Gavião-carijó
Gavião-de-cauda-curta
Caracará
Carrapateiro
Acauã
Falcão-relógio
Quiriquiri
Falcão-morcegueiro, Cauré
Falcão-de-coleira
Carão
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PELD
Taxa
Aramides cajanea
Aramides saracura
Porzana albicollis
*Pardirallus nigricans
Gallinula chloropus
Porphyrio martinica
*Porphyrio flavirostris
HELIORNITHIDAE
*Heliornis fulica
CARIAMIDAE
Cariama cristata
CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis
Charadrius collaris
RECURVIROSTRIDAE
Himantopus melanurus
SCOLOPACIDAE
Gallinago paraguaiae
Tringa solitaria
Tringa flavipes
Calidris fuscicollis
JACANIDAE
Jacana jacana
STERNIDAE
Sternula superciliaris
Phaetusa simplex
RYNCHOPIDAE
Rynchops niger
COLUMBIDAE
Columbina minuta
Columbina talpacoti
Columbina squammata
Columbina picui
Claravis pretiosa
Patagioenas picazuro
Patagioenas cayennensis
Zenaida auriculata
Leptotila verreauxi
Leptotila rufaxilla
**Geotrygon montana
PSITTACIDAE
Ara ararauna
Ara chloropterus
**Orthopsittaca manilata
Primolius maracana
Aratinga leucophthalma
Aratinga aurea
Pyrrhura frontalis
Forpus xanthopterygius
Brotogeris chiriri
Pionus maximiliani
Amazona aestiva
CUCULIDAE
Nomes populares
Saracura-três-potes
Saracura-do-mato
Sanã-carijó
Saracura-sanã
Frango-d’água-comum
Frango-d’água-azul
Frango-d’água-pequeno
Picaparra
Seriema
Quero-quero
Batuíra-de-coleira
Pernilongo-de-costas-brancas
Narceja
Maçarico-solitário
Maçarico-de-perna-amarela
Maçarico-de-sobre-branco
Jaçanã, Cafezinho
Trinta-réis-anão
Trinta-réis-grande
Talha-mar
Rolinha-de-asa-canela
Rolinha-roxa
Fogo-apagou
Rolinha-picui
Pararu-azul
Asa-branca, Pombão
Pomba-galega
Pomba-amargosinha, Pomba-de-bando
Juriti-pupu
Juriti-gemedeira
Pariri
Arara-canindé
Arara-vermelha-grande
Maracanã-do-buriti
Maracanã-verdadeira
Periquitão-maracanã
Periquito-rei
Tiriba-de-testa-vermelha
Tuim
Periquito-de-encontro-amarelo
Maitaca-verde
Papagaio-verdadeiro
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Taxa
Piaya cayana
*Coccyzus americanus
Coccyzus melacoryphus
Crotophaga major
Crotophaga ani
Guira guira
Tapera naevia
*Dromococcyx pavoninus
TYTONIDAE
Tyto alba
STRIGIDAE
Megascops choliba
*Pulsatrix koeniswaldiana
*Glaucidium minutissimum
Glaucidium brasilianum
Athene cunicularia
Rhinoptynx clamator
NYCTIBIIDAE
Nyctibius griseus
CAPRIMULGIDAE
Lurocalis semitorquatus
Podager nacunda
Nyctidromus albicollis
*Caprimulgus rufus
Caprimulgus parvulus
Hydropsalis torquata
APODIDAE
Streptoprocne zonaris
**Tachornis squamata
TROCHILIDAE
Phaethornis pretrei
**Eupetomena macroura
**Florisuga fusca
Anthracothorax nigricollis
Chlorostilbon lucidus
Thalurania glaucopis
Hylocharis chrysura
Polytmus guainumbi
TROGONIDAE
Trogon surrucura
Trogon rufus
ALCEDINIDAE
Megaceryle torquata
Chloroceryle amazona
Chloroceryle americana
MOMOTIDAE
Baryphthengus ruficapillus
Momotus momota
GALBULIDAE
Galbula ruficauda
BUCCONIDAE
*Notharchus macrorynchos
Nystalus chacuru
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Nomes populares
Alma-de-gato
Papa-lagarta-de-asa-vermelha
Papa-lagarta-acanelado
Anu-coroca
Anu-preto
Anu-branco
Saci
Peixe-frito-pavonino
Coruja-da-igreja, Suindara
Corujinha-do-mato
Murucututu-de-barriga-amarela
Caburé-miudinho
Caburé
Coruja-buraqueira
Coruja-orelhuda
Mãe-da-lua, Urutau
Tuju
Corucão
Curiango, Bacurau, Amanhã-eu-vou
João-corta-pau
Bacurau-chintã
Bacurau-tesoura
Taperuçu-de-coleira-branca
Tesourinha, andorinhão-do-buriti
Rabo-branco-acanelado
Beija-flor-tesoura
Beija-flor-preto
Beija-flor-de-veste-preta
Besourinho-de-bico-vermelho
Beija-flor-de-fronte-violeta
Beija-flor-dourado
Beija-flor-de-bico-curvo
Surucuá-variado
Surucuá-de-barriga-amarela
Martim-pescador-grande
Martim-pescador-verde
Martim-pescador-pequeno
Juruva-verde
Udu-de-coroa-azul
Bico-de-agulha, Ariramba-de-cauda-ruiva
Macuru-de-testa-branca
João-bobo
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PELD
Taxa
RAMPHASTIDAE
Ramphastos toco
Pteroglossus castanotis
PICIDAE
Picumnus cirratus
Picumnus albosquamatus
Melanerpes candidus
Melanerpes flavifrons
Veniliornis passerinus
Colaptes melanochloros
Colaptes campestris
Celeus flavescens
Dryocopus lineatus
*Campephilus robustus
THAMNOPHILIDAE
*Hypoedaleus guttatus
Taraba major
Thamnophilus doliatus
*Thamnophilus ruficapillus
*Thamnophilus caerulescens
*Dysithamnus mentalis
Herpsilochmus longirostris
Herpsilochmus rufimarginatus
Formicivora rufa
*Pyriglena leucoptera
CONOPOPHAGIDAE
*Conopophaga lineata
DENDROCOLAPTIDAE
Sittasomus griseicapillus
Xiphocolaptes albicollis
Dendrocolaptes platyrostris
Lepidocolaptes angustirostris
Campylorhamphus trochilirostris
FURNARIIDAE
Furnarius rufus
*Synallaxis ruficapilla
Synallaxis frontalis
Cranioleuca vulpina
Certhiaxis cinnamomeus
Phacellodomus ruber
Automolus leucophthalmus
Hylocryptus rectirostris
TYRANNIDAE
*Leptopogon amaurocephalus
Hemitriccus margaritaceiventer
Myiornis auricularis
Poecilotriccus latirostris
Todirostrum cinereum
*Myiopagis caniceps
Myiopagis viridicata
Elaenia flavogaster
Elaenia spectabilis
**Elaenia parvirostris
Nomes populares
Tucanuçu, Tucano-toco
Araçari-castanho
Pica-pau-anão-barrado
Pica-pau-anão-escamado
Pica-pau-branco, Birro
Benedito-de-testa-amarela
Picapauzinho-anão
Pica-pau-verde-barrado
Pica-pau-do-campo, Chan-chan
Pica-pau-de-cabeça-amarela
Pica-pau-de-banda-branca
Pica-pau-rei
Chocão-carijó
Choró-boi
Choca-barrada
Choca-de-chapéu-vermelho
Choca-da-mata
Choquinha-lisa
Chorozinho-de-bico-comprido
Chorozinho-de-asa-vermelha
Papa-formiga-vermelho
Papa-taoca-do-sul
Chupa-dente
Arapaçu-verde
Arapaçu-de-garganta-branca
Arapaçu-grande
Arapaçu-de-cerrado
Arapaçu-beija-flor
João-de-barro
Pichororé
Petrim
Arredio-do-rio
Curutié
Graveteiro, Garrinchão
Barranqueiro-de-olho-branco
Fura-barreira
Cabeçudo
Sebinho-de-olho-de-ouro
Miudinho
Ferreirinho-de-cara-parda
Ferreirinho-relógio
Guaracava-cinzenta
Guaracava-de-crista-alaranjada
Guaracava-de-barriga-amarela
Guaracava-grande
Guaracava-de-bico-curto
Capítulo 14
AVIFAUNA
315
2008
Relatório Anual / PELD
Pesq uisas Ecológicas
de Longa Duração
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
Taxa
**Elaenia mesoleuca
*Elaenia chiriquensis
Camptostoma obsoletum
Serpophaga subcristata
*Capsiempis flaveola
*Pseudocolopteryx sclateri
Euscarthmus meloryphos
Tolmomyias sulphurescens
*Myiophobus fasciatus
Hirundinea ferruginea
Lathrotriccus euleri
Cnemotriccus fuscatus
Pyrocephalus rubinus
Satrapa icterophrys
Xolmis velatus
Gubernetes yetapa
Fluvicola albiventer
Arundinicola leucocephala
Colonia colonus
Machetornis rixosa
*Legatus leucophaius
Myiozetetes similis
Pitangus sulphuratus
*Conopias trivirgatus
Myiodynastes maculatus
Megarynchus pitangua
Empidonomus varius
**Griseotyrannus aurantioatrocristatus
Tyrannus melancholicus
Tyrannus savana
Sirystes sibilator
Casiornis rufus
Myiarchus swainsoni
Myiarchus ferox
Myiarchus tyrannulus
COTINGIDAE
Procnias nudicollis
PIPRIDAE
Pipra fasciicauda
TITYRIDAE
Tityra inquisitor
Tityra cayana
Pachyramphus polychopterus
Pachyramphus validus
VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis
Vireo olivaceus
CORVIDAE
Cyanocorax chrysops
HIRUNDINIDAE
Pygochelidon cyanoleuca
Stelgidopteryx ruficollis
Progne tapera
316
Capítulo 14
AVIFAUNA
PELD
Nomes populares
Tuque
Chibum
Risadinha
Alegrinho
Marianinha-amarela
Tricolino
Barulhento
Bico-chato-de-orelha-preta
Filipe
Gibão-de-couro
Enferrujado
Guaracavuçu
Príncipe, verão
Suiriri-pequeno
Noivinha-branca
Tesoura-do-brejo
Lavadeira-de-cara-branca
Freirinha
Viuvinha
Suiriri-cavaleiro
Bem-te-vi-pirata
Bentevizinho-de-penacho-vermelho
Bem-te-vi
Bem-te-vi-pequeno
Bem-te-vi-rajado
Bem-te-vi-de-bico-chato, Neinei
Peitica
Peitica-de-chapéu-preto
Suiriri
Tesourinha
Gritador
Caneleiro
Irré
Maria-cavaleira
Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado
Araponga
Uirapuru-laranja
Anambé-branco-de-bochecha-parda
Anambé-branco-de-rabo-preto
Caneleiro-preto
Caneleiro-de-chapéu-preto
Pitiguari
Juruviara
Gralha-picaça
Andorinha-pequena-de-casa
Andorinha-serradora
Andorinha-do-campo
2008
Relatório Anual / PELD
Pesquisas Ecológicas
de Longa Duração
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
PELD
Taxa
Progne chalybea
Tachycineta albiventer
*Tachycineta leucorrhoa
Hirundo rustica
TROGLODYTIDAE
Troglodytes musculus
Campylorhynchus turdinus
Cantorchilus leucotis
DONACOBIDAE
Donacobius atricapilla
TURDIDAE
Turdus rufiventris
Turdus leucomelas
Turdus amaurochalinus
*Turdus subalaris
MIMIDAE
Mimus saturninus
MOTACILLIDAE
Anthus lutescens
THRAUPIDAE
*Cissopis leverianus
Nemosia pileata
Thlypopsis sordida
#**Eucometis penicillata
Ramphocelus carbo
Thraupis sayaca
Thraupis palmarum
#*Pipraeidea melanonota
Tangara cayana
Tersina viridis
*Dacnis cayana
Hemithraupis guira
Conirostrum speciosum
EMBERIZIDAE
Zonotrichia capensis
Ammodramus humeralis
Sicalis flaveola
Emberizoides herbicola
Volatinia jacarina
Sporophila plumbea
Sporophila collaris
Sporophila lineola
Sporophila caerulescens
Sporophila leucoptera
**Sporophila bouvreuil
Sporophila angolensis
Arremon flavirostris
Coryphospingus cucullatus
Paroaria capitata
CARDINALIDAE
Saltator similis
PARULIDAE
Parula pitiayumi
Nomes populares
Andorinha-doméstica-grande
Andorinha-do-rio
Andorinha-de-sobre-branco
Andorinha-de-bando
Corruíra
Catatau
Garrinchão-de-barriga-vermelha
Japacanim
Sabiá-laranjeira
Sabiá-barranco
Sabiá-poca
Sabiá-ferreiro
Sabiá-do-campo
Caminheiro-zumbidor
Tietinga
Saíra-de-chapéu-preto
Saí-canário
Pipira-da-taoca
Pipira-vermelha
Sanhaçu-cinzento
Sanhaçu-do-coqueiro
Saíra-viúva
Saíra-amarela
Saí-andorinha
Saí-azul
Saíra-de-papo-preto
Figuinha-de-rabo-castanho
Tico-tico
Tico-tico-do-campo
Canário-da-terra-verdadeiro
Canário-do-campo
Tiziu
Coleiro-do-brejo
Bigodinho
Coleirinho
Chorão
Caboclinho
Curió
Tico-tico-de-bico-amarelo
Tico-tico-rei
Cavalaria, Galo-da-campina
Trinca-ferro-verdadeiro
Mariquita
Capítulo 14
AVIFAUNA
317
2008
Relatório Anual / PELD
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
Pesq uisas Ecológicas
de Longa Duração
PELD
Taxa
Nomes populares
Geothlypis aequinoctialis
Pia-cobra
Basileuterus culicivorus
Pula-pula
ICTERIDAE
Cacicus haemorrhous
Guaxe
*Cacicus chrysopterus
Tecelão
Icterus cayanensis
Melro, Encontro
Icterus croconotus
João-pinto
Gnorimopsar chopi
Pássaro-preto, Graúna
Amblyramphus holosericeus
Cardeal-do-banhado
Agelasticus cyanopus
Carretão
Chrysomus ruficapillus
Garibaldi
Pseudoleistes guirahuro
Chopim-do-brejo
Molothrus rufoaxillaris
Chopim-de-axila-vermelha, Vira-bosta-picumã
*Molothrus oryzivorus
Iraúna-grande
Molothrus bonariensis
Chopim, Vira-bosta
Sturnella superciliaris
Polícia-inglesa-do-sul
FRINGILLIDAE
Carduelis magellanica
Pintassilgo
Euphonia chlorotica
Fim-fim
*Euphonia violacea
Gaturamo-verdadeiro
PASSERIDAE
Passer domesticus
Pardal
* espécies que cujos registros anteriormente não abrangiam a região do site 6.
** espécies cujos registros não constavam nem para áreas adjacentes ao site 6.
# espécies registradas pela primeira vez na região do site 6.
Das 297 espécies, duas até então não haviam sido registradas nesse trecho da planície
e uma delas não havia sido registrada nem em áreas adjacentes a este sistema. As espécies em
questão foram Pipraeidea melanonota e Eucometis penicillata, ambas pertencentes à família
Thraupidae, registradas na trilha situada na margem do ribeirão São Pedro.
É importante salientar que, apesar de grande, o esforço empregado até o momento no
estudo das aves na planície alagável do alto rio Paraná não foi suficiente para o conhecimento
de toda a avifauna local. Assim, a possibilidade de ocorrência de diversas outras espécies,
bem como a escassez de dados populacionais padronizados, deve estimular a realização de
novos estudos na região, abrangendo um maior número de localidades na planície e a análise
qualitativa e quantitativa da avifauna em diferentes hábitats e épocas do ano.
Aves em remanescentes de vegetação ripária
O projeto da mestranda Camila Crispim de Oliveira Ramos tem por objetivo
caracterizar a avifauna encontrada em áreas de mata ripária da margem esquerda do Rio
Paraná e avaliar sua representatividade em relação à avifauna global da região. Este trabalho
318
Capítulo 14
AVIFAUNA
2008
Relatório Anual / PELD
Pesquisas Ecológicas
de Longa Duração
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
PELD
se encontra em fase de compilação e identificação de espécies e análise dos dados e pretende
avaliar a importância da mata ripária na biodiversidade global de aves da região. Esta
avaliação será beneficiada pelo conhecimento da avifauna regional, que em levantamentos
realizados
recentemente
na
planície
(GIMENES;
LOPES;
LOURES-RIBEIRO;
MENDONÇA; ANJOS, 2007) e na área que seria alagada em Porto Primavera (THEMAG;
ENGEA, 1994; STRAUBE; BORNSCHEIN; SCHERER-NETO, 1996), que apontaram
grande biodiversidade de aves florestais. Paralelamente pretende-se comparar as duas áreas
estudadas para avaliar como a pressão antrópica influencia na riqueza e abundância de
espécies em um remanescente de mata ripária, visto que há aparentemente uma diferença no
grau de antropização das áreas.
Até o presente momento tem-se o registro de 140 espécies, no total, 117 no Ribeirão
São Pedro e 114 no Córrego Caracu.
140
A
120
N° de espécies
100
80
60
40
20
0
1
3
5
7
9
11
13 15 17
19 21 23
25 27 29
31 33 35
37 39 41
43 45 47
Dias de am ostragem
120
120
100
B
N° de espécies
N° de espécies
100
A
80
60
40
20
0
C
A
80
60
40
20
0
1
3
5
7
9 11 13 15 17 19 21 23
Dias de am ostragem
1
3
5
7
9 11 13 15 17 19 21 23
Dias de am ostragem
Figura 1 - Número acumulado de espécies: A. nos dois riachos estudados; B. apenas no
Córrego Caracu; C. apenas no Ribeirão São Pedro.
Capítulo 14
AVIFAUNA
319
2008
Relatório Anual / PELD
Pesq uisas Ecológicas
de Longa Duração
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
PELD
A diferença na riqueza entre os riachos pode ser explicada pelo registro de algumas
espécies exclusivamente no Ribeirão São Pedro, dentre essas: espécies sensíveis a
antropização como Campephilus robustus e Taraba major e espécies aquáticas como
Tigrisoma lineatum, Ardea cocoi, Cairina moscata e Dendrocygna autumnalis. No entanto, a
presença
de
espécies
com
elevada
sensitividade
como
Hylocryptus
rectirostris,
Campylorhamphus trochilirostris e Pteroglossus castanotis em ambas as áreas, pode ser
indicativa de que apesar da acentuada diferença no grau de conservação, estas têm
importância similar na conservação da avifauna local.
Aves frugívoras e potencias dispersoras de sementes em remanescentes de
vegetação ripária
Estudos sobre aves frugívoras e potenciais dispersoras, tema deste estudo, ainda não
foram realizados na região. Espera-se que os resultados obtidos nesse estudo possam
contribuir com o conhecimento sobre a frugivoria e dispersão de sementes em formações
ripárias e que forneçam subsídios para a recomposição vegetal de áreas similares degradadas.
Esta pesquisa tem como objetivo principal comparar interações entre aves frugívoras e
espécies de plantas arbóreas nativas e com dispersão zoocórica em dois remanescentes de
floresta ripária. Estes se encontram diferentes graus de ação antropogênica e,
conseqüentemente em diferentes estados de conservação.
O trabalho teve início em outubro de 2008 e, portanto, encontra-se em sua fase inicial.
320
Capítulo 14
AVIFAUNA
2008
Relatório Anual / PELD
Pesquisas Ecológicas
de Longa Duração
A Planície Alagável do Alto Rio
Paraná - Sítio 6
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Capítulo 14
AVIFAUNA
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