CURSO LIVRE DESENHO E PINTURA
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TEXTOS SUGERIDOS PARA LEITURA
ARTE: A verdadeira essência da arte e a do artista é poder transformar a realidade de acordo com os seus ideais e
pensamentos, na sua diversidade, como artes decorativas, plásticas, do espetáculo, visuais, ou literatura,
retratadas através da história da Beleza da Arte. Para GIULIO CARLO ARGAN (2002), a arte, enquanto pura arte é
indispensável à vida e à sociedade. A questão da arte, para o teórico, se apresenta não especificamente estética,
mas pela experiência ela preserva e mantém sua própria autonomia. “O artista também faz parte da sociedade, a
arte não só decorre de uma estética, mas, diante de sua atuação, ou seja, ela constrói uma estética”
PROCESSO DE CRIAÇÃO: Para FAYGA OSTROWER (1920) a criatividade implica uma força crescente que se
reabastece nos próprios processos através dos quais se realiza. Isto quer dizer que a motivação não é meramente
um estímulo externo, embora este também faça parte do processo criativo. Neste sentido, a tensão psíquica é uma
noção constante do potencial criador e um aspecto relevante para a criação. Os processos de criação ocorrem no
âmbito da intuição e tornam-se conscientes na medida em que são expressos. A materialidade seria a matéria com
suas qualificações e seus compromissos culturais. É a matéria cultural que propõe os confins do possível para
cada indivíduo: as matérias e a culturas que podem ser transformadas. Formar implica transformar, de modo que
todo processo de elaboração e desenvolvimento abrange um processo dinâmico de transformação, em que a
matéria, que orienta a ação criativa, é transformada pela mesma ação. Segundo FAYGA OSTROWER (1920), além
dos impulsos do inconsciente, nos processos criativos entra tudo o que o homem sabe, os conhecimentos, as
conjecturas, as propostas, as dúvidas, tudo o que ele pensa e imagina. O ato criador, sempre um ato de
integração, adquire seu significado pleno apenas quando entendido globalmente. Somado a isto, está a intuição
como um dos mais importantes modos cognitivos do homem e encontra-se na base dos processos de criação. A
intuição caracteriza todos os processos criativos. Ao ordenar, intuí-se. O que caracteriza os processos intuitivos e
os torna expressivos é a qualidade nova da percepção. Pode-se, então, dizer que ambas, intuição e percepção,
são modos de conhecimento, vias de busca de certas ordenações e significados. O homem é um ser social que
desde o nascimento tem a experiência de relacionamento, da compreensão da forma e dos significados. A
integração da experiência em padrão referencial é um processo que continua pela vida afora. A forma será sempre
compreendida como a estrutura de relações, isto é, como o modo que as relações se ordenam e se configuram.
Desde que a forma é estrutura e ordenação, todo fazer abrange a forma em seu como fazer.
Ainda nas
considerações de FAYGA OSTROWER (1920), a forma configurada concretiza o exato momento de um equilíbrio
alcançado. Para o ser humano, o equilíbrio é algo que a todo instante precisa ser reconquistado. Os desequilíbrios
em busca de equilíbrio são inevitáveis, são da essência do viver, do nosso crescimento e desenvolvimento. Eles
integram o conteúdo de nossas experiências, de nossas motivações e de nossas possibilidades reais. Poder
alcançar um estado de equilíbrio é como uma verdadeira conquista. O equilíbrio não anula as forças diferentes,
contudo possibilita o homem ampliar a apreensão da realidade. Por outro lado, a percepção não está isenta de
projeções valorativas. A maneira pela qual o indivíduo lida e avalia certos problemas traduz algo de sua
personalidade. O homem desdobra o seu ser social em formas culturais. O estilo, por exemplo, abrange a maneira
de pensar, de imaginar, de sonhar, de sentir, de se comover, abrange a maneira de agir e reagir, a própria maneira
de o homem vivenciar o consciente e as incursões ao inconsciente. O estilo é forma de cultura, correspondendo a
visões de vida. O adulto criativo altera o mundo que o cerca, o mundo físico e psíquico. Em suas atividades
produtivas ele acrescenta sempre algo em termos de informação e, sobretudo, em termos de formação. Para
OSTROWER (1920), o verdadeiro e natural caminho para que o homem realize seu potencial criador, reside no
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processo elementar de cada um poder crescer em seu tempo vital e poder amadurecer, de poder integrar-se como
ser individual e cultural. No argumento de FAYGA OSTROWER (1920), a individualidade de cada um, vista como
valor, é parte do acervo humanista. Ser espontâneo significa ser coerente consigo mesmo. Na espontaneidade
seletiva se fundamentam os comportamentos criativos. Poder responder de maneira espontânea aos
acontecimentos significa dispor de uma real abertura, sem rigidez ou preconceitos, ante o futuro imprevisível. O ser
humano espontâneo torna-se flexível. Ao mesmo tempo em que espontaneamente se abre ao novo e o absorve,
também espontaneamente o estrutura. Os processos de descobertas são sempre processos seletivos de
estruturação. O que se reforça aqui é precisamente o conteúdo da liberdade de expressão. A compreensão íntima
de si dá ao homem sua verdadeira dimensão. Criar é poder relacionar com precisão, é relacionar com adequação.
Do respeito às delimitações advém a verdadeira coragem ante a vida. Essa capacidade de reconhecer limites de si,
em si, para si e em relação aos outros, permite ao indivíduo agir livremente. Trata-se do acatamento às
possibilidades reais de cada coisa e de cada ser, à transição contínua, porém contida, de tudo com que se lida,
sejam objetos com que se trabalha, a linguagem que se usa, a própria vida que se vive. O referencial dos limites
permite que nos relacionamentos se use o senso de proporção, se avalie a justeza no que se faça. Ser livre
significa compreender, o sentido mais lúcido e amplo que a palavra pode ter. Assim, a criação é um perene
desdobramento e uma perene reestruturação. É uma intensificação da vida. Criar é tão difícil ou tão fácil como
viver. E é do mesmo modo necessário.
Referência Bibliográfica e Fontes
ARGAN, Giulio Carlo. As fontes da arte moderna. Tradução: Rodrigo Naves. In: Revista Novos Estudos CEBRAP nº 18, setembro 87.
Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?>. Acesso em: 17 nov. 2012.
Para conhecimento:
Vídeo sobre A Intuição e a Criação de FAYGA OSTROWET: Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=M4p0ORnWI2E&feature=youtu.be.>. Acesso em: 12 abr. 2012.
Introdução ao desenho
1 - Características do desenho:
Diferente da pintura que usa a mancha para preencher superfícies com a cor, o desenho
caracteriza-se pela representação gráfica de traços. O seu uso isolado ou na construção de
formas, dependendo do propósito, pode gerar sobre uma superfície física ou em meios virtuais,
imagens figurativas ou abstratas.
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2 - O desenho quanto à forma
Como desenho, propriamente dito, pode ser reconhecido desde um simples risco ate
configurações complexas. E ao desenhista não deve ser responsabilizada a obrigação de imitar
unicamente a natureza visível com a perfeição esperada. O seu universo gráfico pode transitar
pela figuração abstrata que habita a imaginação humana ou os motivos invisíveis, a olho nu,
pertencentes a realidade microscópica. Em síntese, identificamos a forma do desenho em duas
categorias a saber:
a) Desenho figurativo: Tem a finalidade de representar formas que reproduzem a aparência da
realidade. Tanto as naturais quanto as criadas pelo homem. A sua execução pode ser a partir da
observação, de memória ou de criação.
b) Desenho abstrato: Representação gráfica não figurativa que tem como motivo de referencia,
formas orgânicas (formas da natureza) e geométricas (composição com linhas, planos e ou
sólidos geométricos).
3 - Tipos de desenho
O desenho pode ter, como ponto de partida, vários enfoques. Há os que reproduzem o mundo
real, outros que revelam a memória do seu autor e ainda os que são propostas originais de novas
formas. Vejamos sobre cada uma dessas facetas nos três tópicos a seguir:
a) Desenho de observação: É a representação, na maioria das vezes figurativa, a partir da
observação de um modelo se propondo a transferir para o papel de desenho sua forma, textura,
iluminação, cor, etc., com auxílio de instrumentos de mensuração visual a distância ou medidas e
cálculos mentais por meio da observação direta.
b) Desenho de memória: Representação gráfica que se espelha na forma de elementos da
realidade visualizada anteriormente.
c) Desenho de criação: Apresenta configuração original. Pode ser obra da pura imaginação,
abstração ou o resultado da combinação de outras formas já existentes, inspiradas nos elementos
da realidade.
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