Ser livre no dom de si próprio «O individualismo trouxe a corrupção do conceito e exercício da liberdade. A liberdade pessoal aparece, frequentemente, como afirmação de si próprio e dos interesses egoístas e não como capacidade de se dar ao outro numa relação afectiva profunda e definitiva. Numa sociedade em que o ideal de vida é a independência, as relações conjugais e familiares são vistas como uma pesada carga que rouba a liberdade e que é causa de sofrimento e de infelicidade. Esta deformação do significado da liberdade tem introduzido perturbações graves no seio da vida familiar, quer na relação do casal quer na relação entre pais e filhos. A família torna-se, assim, um conjunto de indivíduos com direitos e deveres regulados pela Lei, e não uma comunidade de vida e amor, onde o exercício da liberdade se traduz no dom de si próprio, na partilha, na solidariedade e no serviço feito por amor.» (Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa, A Família, esperança da Igreja e do mundo, Maio 2004, nº 17) A família enfrenta muitas vezes dificuldades de relacionamento, que não sabe diagnosticar, enfrentar nem resolver. • A delicadeza das circunstâncias exige muitas vezes presença sem intromissão. Como poderemos ajudar estas famílias disfuncionais a encontrar-se e descobrir a riqueza da vida familiar? • As famílias alargadas e comunidades coesas desempenham um importante suporte para apoiar famílias disfuncionais ou em crise. Como poderemos fomentar o estabelecimento destas redes de suporte? • Até que ponto as falsas ideias de liberdade são, para nós, contrárias aos compromissos do casal e prejudicam uma atitude de entrega?