CONGREGAÇÃO DOS OBLATOS DE SÃO JOSÉ
Província Nossa Senhora do Rocio Brasil
Prezados Sras. e Srs. fieis,
paroquianos do estimado Santuário e Paróquia Santa Edwiges,
devotos de nossa querida Santa Edwiges,
líderes e funcionários das Obras Sociais mantidas pelo Santuário,
Religiosas e Religiosos, Srs. Padres Diocesanos,
Irmãos, Freis e Padres Oblatos de São José,
Sr. Reitor e Pároco, Pe. Paulo Siebeneichler, e seus vigários paroquiais.
Saudações!
A Congregação dos Oblatos de São José está presente neste Santuário de Santa
Edwiges há 40 anos! Isto é uma vida, desde a infância até a maturidade. Seguindo esta
metáfora, a presença dos Oblatos em Santa Edwiges atingiu já a estatura da experiência
e a plenitude que os quarenta anos fornecem a quem os têm.
No início dos anos ’70 o então Provincial dos Oblatos de São José, Pe. Pedro
Magnone, que entre nós tem uma importância histórica e simbólica muito elevada, decidiu ampliar a presença dos filhos de São José Marello em São Paulo. No segundo semestre de 1973 ele veio até a capital do Estado desejando estabelecer-se próximo dos
de institutos de Teologia, um conduzido pelos religiosos e outro pela Arquidiocese. Buscavam uma Igreja próxima que pudesse acolher uma Comunidade Religiosa pastoral e
formativa medianamente numerosa. Visitaram a Igreja da Vila Carioca e a pequena capela de Santa Edwiges, há alguns meses sem Pároco, assistida pelos Padres da Paróquia São Vicente, no bairro do Moinho Velho.
Muito rapidamente os dois Padres se interessaram pela pequena Capela da Santa Polonesa, deles ainda desconhecida. A Igreja era muito pequena, não exatamente
bonita, mas acolhedora. O lugar era calmo, com muito espaço aberto ao redor. A estreita
estrada, chamada “das Lágrimas”, passava bem ao lado, mas era sossegada. Havia um
grande hospital, isolado em meio a um descampado com árvores e umas poucas casas.
Era um lugar muito bom para desenvolver a pastoral paroquial e para que os estudantes
de Teologia, vindos de Curitiba, PR, pudessem estudar com serenidade.
Os Oblatos de São José iniciaram oficialmente sua presença aqui no dia 16 de
setembro de 1973, sendo o primeiro Pároco (naquele tempo dizia-se “Vigário”) o Pe. Giovanni Battista Cerutti. Poucos meses depois vieram os estudantes de Teologia. Naqueles meses iniciais alguns fieis, juntamente com o Pe. Giovanni, ou Padre João Cerutti,
decidiram iniciar a devoção a Santa Edwiges, que tinha ainda muito pouco destaque. E
começaram, com celebrações e novenas, bem como promoção humana. Isto tem acontecido de modo sistemático já há quarenta anos, inclusive com a criação da Obra Social
Santa Edwiges, a OSSE, que ampliou-se em diversos serviços sociais, até com a assistência e socorro a idosas e a educação de crianças.
Neste período, que como dissemos é de uma vida, praticamente todos os Oblatos
de São José passaram por esta Comunidade paroquial que também é Santuário. Estiveram aqui ou como Padres, ou como estudantes ou como Irmãos religiosos. Aqui foram
ordenados os Padres José Valdir Rodrigues, Celso Fernandes Griffo, Alexandre Alves
dos Anjos Filho e Bennelson da Silva Barbosa, sendo que os dois últimos descobriram
sua vocação dentro das pastorais do Santuário. Aqui uma quantia enorme de Religiosos
renovaram seus Votos Religiosos e fizeram sua Profissão Perpétua e uma quantia também muito grande deles foram ordenados Diáconos.
Este Santuário e Paróquia já ofereceu à Congregação dos Oblatos de São José
muitos líderes: dois Provinciais, Pe. Mário Guinzoni e Pe. Antonio Ramos de Moura Neto
e um Superior Geral, Pe. Miguel Píscopo. Isto sem contar com os diversos Conselheiros
Provinciais e Conselheiros Gerais. Este Santuário já colaborou de modo muito significativo com a Igreja de São Paulo, de modo especial com os movimentos e as pastorais.
Destaco entre algumas: a Pastoral Missionária, a Infância Missionária, a Pastoral Familiar, as diversas pastorais juvenis, como os Adolescentes, os jovens e a Pastoral da
Crisma. Recordo também outras pastorais de serviço eclesial, como a Catequese pré
Sacramental, a Catequese com Adultos, a Pastoral do Batismo, da Liturgia, dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, do canto litúrgico, o Serviço de Animação
Missionária. Dentre os movimentos recordemos os Vicentinos e o Apostolado da Oração, dois dos mais antigos grupos aqui existentes. O Movimento Familiar Cristão, a Renovação Carismática Católica, o Terço dos Homens, a Fraternidade de São José e os
Leigos Josefinos. Aqui tiveram lugar também diversas pastorais sociais e de identidade,
como a Pastoral Operária e a Pastoral Afro Brasileira.
Em 1991, no contexto amplo da segunda visita do Santo Padre, Papa João Paulo
II ao Brasil, este Santuário foi abençoado por um de seus representantes. Eu estava aqui e vivi aqueles momentos. Em 1998 o então Arcebispo de São Paulo, Cardeal Paulo
Evaristo Arns, elevou oficialmente a Paróquia Santa Edwiges a Santuário diocesano. No
mesmo ano o querido Dom Celso Antonio Queiroz, então Bispo Auxiliar de São Paulo na
Região Ipiranga, consagrou o Santuário e o Altar, fixando as relíquias de Santa Edwiges
onde até estão. Pude também testemunhar este fato.
Neste Santuário e Paróquia trabalharam muitas fieis. Posso dizer, sem medo de
errar, milhares e milhares de fieis. Nos dias 16 de cada mês são muitos, muitos os que
se apresentam como voluntários e aqui desenvolvem um pouco do dom de servir. Muitas Congregações religiosas também atuaram aqui, com as Irmãs Palotinas, as Irmãs
Oblatas de São José e, atualmente, as Irmãs Franciscanas Angelinas, que também desenvolvem um admirável trabalho de promoção humana.
Nos dias 16 de cada mês, nos Domingos e Solenidades Litúrgicas, são também
muitos aqueles que trabalham no bazar, na acolhida, no atendimento de saúde, no bazar de roupas, na cantina, na segurança, em vários serviços importantes e desejados. A
Pastoral do Dízimo, o Conselho de Pastoral Paroquial, o Conselho de Assuntos Econômicos e outros tantos grupos dão sustentação aos serviços pastorais.
Aqui muitos já cantaram a Liturgia, apresentaram jograis, teatros e expressões
corporais. Aqui muitos já fizeram palestras, organizaram encontros, semanas de espiritualidade, congressos. Recentemente houve um trabalho de importância singular e
grandiosidade sem precedente: o Encontro Internacional da Juventude Oblata de São
José, com centenas de jovens, Oblatos e Oblatas de diversos países. Um espetáculo de
participação e testemunho organizado pelos fieis, Freis e Padres, entre os quais merecem destaque os Padres Paulo Siebeneichler, Pároco e Reitor, Bennelson da Silva Barbosa, Formador, e Paulo Sérgio Rodrigues, Vigário Paroquial.
Fico pensando: quantas bênçãos aqui já foram dadas, quantas confissões atendidas, quantas catequeses apresentadas, quantos matrimônios abençoados, quantas
primeiras comunhões e crismas feitas, quantas novenas celebradas, quantas batismos e
unções de enfermos foram realizados. Aqui muitos puderam regularizar seu Matrimônio
com o Casamento Comunitário. Penso se é possível contar os telefonemas feitos a este
Santuário e atendidos pelas Sras. Secretárias e atendentes do bazar. Acho que não dá
para contar…
E a presença das Comunidades ligadas a este Santuário, como a Comunidade
Nossa Senhora Aparecida, no Heliópolis, a antiga Comunidade Santo Antonio e outras
que até já não existem, mudadas de ambiente e lugar físico pelo progresso da metrópole. Elas são todas parte da história deste Santuário.
Nestes quase quarenta anos de existência o Santuário teve as suas formas de
comunicação. Dentre todas, recordo a impressa, sendo que atualmente este serviço é
prestado pelo Jornal Santa Edwiges. Este jornal, precedido por outras publicações com
nomes diversos, tem uma perseverança admirável nestes quase quarenta anos. Ele é
uma fonte admirável de informações históricas, da pastoral e das devoções, bem como
das pessoas que por aqui passaram.
É complicado para mim, nos meus limites de memória e informações, recordar do
nome de líderes, participantes, pastorais, movimentos e serviços que aqui estiveram
nestes anos todos e que ainda se fazem notar. Eu também faço parte, humildemente,
desta história e agradeço a Nosso Senhor, à Virgem Aparecida, a São José e à querida
Santa Edwiges a graça da Congregação dos Oblatos de São José ter vivido, nestes quarenta anos, neste lugar cheio de vida e de experiências estimulantes e desafiadoras.
Vim aqui a primeira vez no final dos anos ’70, como fiel. Retornei aqui várias vezes em ’82, como estudante Oblato de São José. Ouvi muitas histórias pastorais deste
lugar e vivi também as minhas, nos anos em que aqui servi, seja como Vigário Paroquial, seja como Formador do Seminário ou editor do Jornal Santa Edwiges. Conheço
muitos dos que aqui estão e aprendi muito com todos.
Vindo recentemente de um encontro com o Padre Geral dos Oblatos de São José, Pe. Miguel Píscopo, já Reitor e Pároco deste Santuário, ele me pedia: “Diga a todos
de lá que eu os amo, que tenho uma saudade enorme das pessoas e do Santuário e
que desejo, depois de meu serviço de Padre Geral, se Deus e a Congregação assim o
permitir, voltar para este Santuário e ali residir e servir.” Ele, que muitos aqui conhecem,
está unido a nós neste momento, tenham certeza.
A Congregação tem muito a agradecer a este muito querido Santuário e Paróquia
de Santa Edwiges. Desde os tempos mais antigos de nossa presença esta Comunidade
de fiéis foi sempre acolhedora e amiga de todos os Oblatos que por aqui passaram. Cito
agora alguns destes Oblatos, tenham sido eles Párocos ou Vigários Paroquiais ou colaboradores temporários: Padres Giovanni Battista Cerutti; Duílio Liburdi; Agostino Cola;
Segundo Piotti; Mário Tésio; Alberto Thomal; Eurico Dedino; Álvaro de Oliveira Joaquim;
Hilton Carlos Soares; Miguel Píscopo; Antonio Ramos de Moura Neto; Alberto Antonio
Santiago; Fernando Baptistute; João Batista da Silva; Orlando Piva; Mauro Negro; Mário
Guinzoni; José Valdir Rodrigues; Alfeu Leônidas Teodoro; Giovanni Battista Erittu; Alexandre Alves dos Anjos Filho; Sérgio José de Souza; Devanil Ferreira. Atualmente o
Santuário e as Obras Sociais estão sob a guia do Pe. Paulo Siebeneichler, auxiliado pelos Padres Paulo Sérgio Rodrigues; Roberto Palloto e Bennelson da Silva Barbosa.
Na realidade, praticamente todos os Oblatos de São José desta Província Nossa
Senhora do Rocio, no Brasil, trabalharam pastoralmente neste Santuário ou estiveram a
ele ligados durante seu período formativo.
Este é outro ponto que merece nossa atenção e gratidão. O Santuário Santa
Edwiges acolheu, de três formas distintas, os formados de Teologia da Congregação
dos Oblatos de São José. Na primeira vez, nos primeiros anos de nossa presença, na
década de ‘70. Depois, com a acolhida na Casa Paroquial e intensa atividade pastoral,
no final dos anos ‘80. Finalmente com a criação do Seminário de Teologia Padre Pedro
Magnone. Neste local, há quase vinte anos, os novos religiosos Oblatos de São José,
Irmãos e estudantes de Teologia, aprendem a viver como Igreja tendo por modelos os
queridos paroquianos e devotos de Santa Edwiges.
Neste ponto, quero anunciar um passo importante para nós, Oblatos de São José. Pensando na melhor forma de conduzir os novos religiosos, Irmãos e Padres, a Província, liderada pelo Padre Provincial, Pe. Ailton Ferreira de Almeida, decidiu juntar aos
estudantes de Teologia, os Freis que já ali habitam, os religiosos Irmãos, também estudantes de Teologia e os Freis estudantes de Filosofia, saídos do Noviciado. Assim o
Seminário será chamado, a partir de 2014, de Juniorato Padre Pedro Magnone, pois ali
estarão os juniores, isto é, os novos, os jovens Oblatos que se formam Irmãos Religiosos e Padres Ordenados, inclusive de outros países onde estão os Oblatos. A escolha
do local para a concentração dos nossos estudantes não poderia ser outra, pois o Santuário Santa Edwiges é o local que mais oferece espaço para as diversas e intensas atividades pastorais. Desta forma, a Congregação deve agradecer também a todos os srs.
a importante e decisiva colaboração que oferecem com a formação dos novos Oblatos
de São José.
Então é assim: temos muito a agradecer na história destes quarentas anos. E eu
o faço a todos, seja os que estão aqui presentes seja os que já não estão mais. Citei
nomes de meus Confrades, mas foram tantos que é até difícil recordá-los. Em nome de
todos estes meus Confrades, em nome do Padre Geral dos Oblatos de São José, Pe.
Miguel Piscopo, em nome do Padre Provincial, Pe. Ailton Ferreira de Almeida, por mim e
por tantos outros, louvo ao Senhor esta história de quarenta anos. E ouso lançar um desafio.
Quando iniciei estas simples palavras, usei a metáfora da idade: os quarenta anos, para uma pessoa, são os anos da maturidade, da maior produtividade. São o início
do mais fértil e produtivo período da vida, pois à experiência dos anos vividos, soma-se
a disposição da meia idade, a sabedoria acumulada com acertos e erros e os projetos
ainda alimentados, não fantasiosos, mas realistas. Tudo isto compõem um rico mosaico
de possibilidades para quem está nesta faixa etária. O Santuário está neste período e
momento. Ele já está definido perante a sociedade, a Congregação e a Igreja, tal como
uma pessoa com os seus quarenta anos também deve estar. Então, que tal o Santuário
dar um passo profético? Um sinal eclesial, isto é, de Igreja, no sentido de testemunhar a
fé, dentro do Ano da Fé. Um sinal social de importância e eloquência em meio à esta
sociedade consumista e incrédula, politicamente corrupta e corruptora, mas que ainda
guarda alguns valores, cristãos e humanos que podem ser despertados! Santuário Santa Edwiges: assuma um compromisso novo, intensifique um antigo compromisso, faça
uma opção que seja um autêntico testemunho de vida e de fé na Igreja e na Sociedade.
Em outras palavras: Santuário Santa Edwiges, dê um salto de qualidade, otimize a sua
história para poder ir mais além, mais fundo, mais dentro.
Seja criativo, seja inovador, seja provocativo, seja proativo, seja testemunho de fé
e esperança no meio da cidade caótica. Continue a história começada e já vivida de
quarenta anos e, à sombra da grande Santa Edwiges, com a Virgem Aparecida, São José e São José Marello, gere mais vida, com mais intensidade e abundância.
Que todos tenham Graça e Paz.
São Paulo, 16 de Outubro de 2013,
Solenidade de Santa Edwiges
Pe. Mauro Negro, OSJ
Em nome do Padre Provincial
e do Conselho Provincial dos Oblatos de São José
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Pelos 40 anos de Presença dos Oblatos de São José em Santa