ANAIS A INFLUÊNCIA DOS OBJETIVOS DE DESEMPENHO NA IMPLANTAÇÃO DE PRÁTICAS DE PRODUÇÃO ENXUTA: UMA ANÁLISE BASEADA EM GRUPOS ESTRATÉGICOS ORLANDO ROQUE DA SILVA ( [email protected] , [email protected] ) FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS ANGELO PALMISANO ( [email protected] , [email protected] ) FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS DÉLVIO VENANZI ( [email protected] , [email protected] ) UNIVERSIDADE DE SOROCABA / FATEC RESUMO Este artigo explora como as escolhas e implantações das práticas de produção enxuta são influenciadas pelos objetivos de desempenho priorizados pelas empresas no contexto da estratégia de operações. Foi analisado um conjunto de cinquenta e seis empresas da indústria de autopeças na região de Campinas e Jundiaí, divididas em quatro grupos estratégicos. Esses grupos de empresas, que adotam orientações estratégicas semelhantes, foram usados para investigar as relações entre implantação de práticas de produção enxuta e escolha dos objetivos de desempenho. Os resultados sugerem que a consideração de grupos estratégicos pode melhorar o entendimento sobre como os objetivos de desempenho podem definir as práticas de produção enxutas adotadas pelas empresas de manufatura. Palavras-chave: estratégia de operações, grupos estratégicos, produção enxuta, objetivos de desempenho ABSTRACT This article explores how the choices and implementation of lean production practices are influenced by performance goals prioritized by firms in the context of operations strategy. We analyzed a set of fifty six companies in the auto parts industry in Campinas and Jundiaí region, divided into four strategic groups. These groups of firms that adopt similar strategic orientations were used to investigate the relationship between implementation of lean manufacturing practices and choice of performance objectives. The results suggest that consideration of strategic groups can improve the understanding of how performance objectives can define lean manufacturing practices adopted by manufacturing companies. Keywords: Operations strategy, strategic groups, lean manufacturing, performance objectives 1. INTRODUÇÃO Slack e Lewis (2009) afirmam que a estratégia de operações pode ter um grande impacto na competitividade das empresas, não somente no curto prazo, mas também no longo prazo, o dilema é que quando se fala em operações fala-se em recursos distribuídos por toda a empresa 1/15 ANAIS e de difícil identificação em sua totalidade. Este é o paradoxo da estratégia de operações, ou seja, ela está no centro do gerenciamento, nas intenções estratégicas da empresa, as práticas e tem importância vital para o sucesso da organização, no entanto é tão abrangente que se torna fácil subestimar a sua importância. A estrutura e as estratégias competitivas da indústria de autopeças sofreram profundas modificações nos últimos anos, principalmente devido à difusão no complexo automotivo de um modelo de produção (produção enxuta), que reúne novas formas de organização, novas práticas de gestão e uso intensivo de equipamentos automatizados. Os pilares determinantes centrais das mudanças incluem a reestruturação das práticas das montadoras e do relacionamento entre estas e seus fornecedores, a aceleração do processo de inovação de produto e a criação dos blocos comerciais. A adoção do modelo de produção, através da implantação das práticas de produção enxuta tem contribuído para a melhoria no desempenho operacional de muitas empresas, mas também tem trazido algumas frustrações (WOMACK, JONES & ROOS, 2004). A questão que se coloca é: considerando a produção enxuta como uma estratégia de operações na indústria de autopeças porque nem sempre atingimos os níveis de desempenho esperado quando da implantação de suas práticas? Qual a relação existente entre a implantação das práticas de produção enxuta e as melhorias de desempenho? Neste artigo analisamos como a implantação de práticas de produção enxuta pode influenciar no desempenho operacional em empresas da indústria de autopeças. Como a implantação dessas práticas é raramente quantificada utilizando dados do tipo cross-section (CUA, MCKONE & SCHROEDER , 2001) utilizamos uma abordagem quantitativa amparada em estatística não paramétrica atrelada ao conceito de grupos estratégicos. Segundo Bozart & McDermott (1997) os grupos estratégicos tem recebido mais atenção nas pesquisas em estratégia de operações desde que fora tratado por Porter (1991) em seu livro “Estratégia Competitiva”. A utilidade dos grupos estratégicos se manifesta onde há muitos concorrentes, já que facilita tirar conclusões na análise de setores industriais. Nessas análises se perde precisão, já que ao focarmos no que as empresas têm de similar para colocá-las em grupos estratégicos, perdemos no nível de detalhamento no que faz com que cada empresa seja diferente. Mas, o beneficio é que podemos compreender melhor o que sucede no setor industrial ao focarmos apenas nos grupos estratégicos. O artigo está estruturado em seis seções. Após esta introdução, a seção dois apresenta o referencial teórico utilizado cujo foco é o papel das práticas de produção enxuta no quadro geral das estratégias de operações. A terceira seção descreve a metodologia utilizada, incluindo a amostra e as medidas. Posteriormente a quarta seção descreve as análises realizadas, a quinta seção discute os resultados e, finalmente, a sexta seção fornece as considerações finais e sugestões para futuras pesquisas. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Estratégias de Operações É vasta a literatura sobre estratégias de operações e, para este artigo consideramos tanto as publicações mais recentes quanto algumas que apesar de antigas são clássicas para a análise de estratégias de operações. Inicialmente desenvolvida por Skinner (1969) e mais recentemente trabalhada por Hayes e Wheelwright (1984), Platts e Gregory (1990) e Slack e Lewis (2009) procura mostrar que não há um único caminho ótimo para as empresas 2/15 ANAIS operarem seus recursos como acreditava Henry Ford. Os dois elementos centrais no quadro são as prioridades competitivas e as categorias de decisão de qual o padrão de decisões que compõem a estratégia de produção têm de ser feitas (HAYES e WHEELWRIGHT, 1984). Esta estrutura básica para a estratégia de operações apresentada em 1984 ainda é usado em trabalhos de pesquisa como, por exemplo, em Boyer e Lewis (2002). Há um alto grau de concordância de que a estratégia de operações foca na capacidade competitiva: custo, qualidade, entrega e flexibilidade (DANGAYACH e DESHMUKH, 2001), e em seguida, há um debate sobre constructos adicionais. No entanto, a estratégia de operações vem mudando de uma visão "baseada no mercado" para uma visão "baseada em recursos". A primeira visão vê as operações como um sistema perfeitamente ajustável e focado para seguir com sucesso as regras ditadas pelos mercados, enquanto a segunda visão sugere que é mais rentável focar no desenvolvimento, proteção e alavancagem dos recursos operacionais da empresa na obtenção de vantagens competitivas. Esta mudança de paradigma começou com evidências de que um alto desempenho é explicado principalmente pela força dos recursos de uma empresa, e não pela força da sua posição no mercado (RUMELT, 1984; WERNERFELT, 1984). A visão baseada em recursos ganhou mais importância, já que Prahalad e Hamel (1990) enfatizou a ligação entre as competências essenciais e a competitividade. Infelizmente, a aplicação desses conceitos em estratégias de negócios reais pode ter sido insuficiente (HAYES e PISANO, 1994). Ainda hoje é difícil encontrar as empresas que usam a função operações como uma arma competitiva. Um dos motivos é a dificuldade para "operacionalizar" o conteúdo da estratégia de operações (HUM e LEOW, 1996). Embora a teoria da visão baseada em recursos tenha um apelo claro, têm surgido pesquisas sobre a vantagem baseada no recurso dentro de um contexto de rede mais geral, ou seja, teoria da visão baseada em recursos estendida. Essa visão estendida assume que os recursos estratégicos que estão além dos limites da empresa enfatizam relacionamentos interfirmas, um exemplo é o desenvolvimento da rede de suprimentos altamente eficaz da Toyota (SLACK e LEWIS, 2009). As decisão da estratégia de operações, segundo Slack e Lewis (2009), consideram um conjunto de áreas de decisão como capacidade, rede de suprimentos, incluindo compras e logística, tecnologia de processo, desenvolvimento e organização como familiares aos gerentes em uma ampla variedade de operações. Pesquisadores envolvidos no Manufacturing Futures Survey têm sugerido que ações, em vez de decisões, são as que devem ser incluídas no âmbito da estratégia de operações (KIM e FROHLICH, 1994). A utilização de práticas de produção enxuta no âmbito da estratégia de operações representa tanto as decisões e como as ações e, portanto, pode ser uma parte importante do referencial, embora as práticas de produção enxuta não necessariamente possa cobrir todos os aspectos que compõem as áreas de decisão sugeridas por Slack e Lewis (2009). Por exemplo, questões sobre localização não são descritas exaustivamente na literatura sobre produção enxuta e nem uma parte das práticas sugeridas depois. Ainda assim, o modelo estratégico de operações é um meio pelo qual as empresas devem ser capazes de melhorar seus processos interno e externo, que deve levar a uma melhoria de desempenho (BOZARTH e MCDERMOTT, 1997). O modelo de Slack e Lewis (2009) de áreas de decisão e objetivos de desempenho é um referencial adequado para analisar a implantação da produção enxuta. 3/15 ANAIS 2.2 Práticas de Produção Enxuta e Objetivos de Desempenho Muitos artigos vem sendo publicados desde a década de 1990 sobre as relações entre as práticas de produção enxuta e desempenho (DANGAYACH e DESHMUKH, 2001). Geralmente, acreditava-se que as práticas de just in time conduziria a tempos mais curtos e inventários mais baixos, e que as práticas de gestão da qualidade total melhoraria a qualidade. Estudos empíricos realizados, mostram que essa relação nem sempre é verdadeira aliás, muito pouco tem sido feito com relação a produção enxuta como um conceito, de modo a validar ou refutar afirmações sobre práticas de produção enxuta e objetivos de desempenho. Cua, et.al. (2001) mencionam alguns trabalhos que consideram os principais pilares da produção enxuta como o JIT, TQM e TPM em conjunto. Enquanto os pesquisadores reconhecem o valor de investigar as práticas inter-relacionadas simultaneamente (JIT, TQM e TPM), há poucos estudos que forneçam um exame empírico da realização conjunta da TQM, JIT e práticas de TPM (WAKCHAURE, et.al., 2011). Com base em uma revisão da literatura considera-se como práticas os três pilares da produção enxuta, TQM, JIT e TPM. Vale notar que o pilar TQM é bastante amplo, compreendendo as relações de projeto do produto, fornecedor e cliente, enquanto os pilares JIT e TPM apresentam características mais específicas. Os objetivos de desempenho, portanto, refletem as prioridades competitivas tradicionais, como por exemplo a qualidade, o custo, a entrega no prazo e a flexibilidade para mudanças de volume. Wakchaure, et.al. (2011) analisaram as práticas que melhor explicam as diferenças de desempenho nas empresas. Isso foi feito em dois níveis: em conjunto (TQM, JIT, TPM e práticas comuns) e como prática individual. Os resultados mostraram que os pilares JIT, TPM e TQM foram significativos para explicar as relações entre a produção enxuta e os objetivos de desempenho. No nível de prática única, nem todas as práticas contribuíram para explicar essa relação daí, a conclusão relevante para este trabalho que é mais adequado considerar os pilares da produção enxuta JIT, TPM e TQM em conjunto para melhor compreender com eles são influenciados pelos objetivos de desempenho definidos como prioritários. 2.3 Grupos Estratégicos Um grupo estratégico é formado pelo conjunto de empresas que atuam com estratégias semelhantes. A análise da indústria feita com a noção de grupo estratégico pressupõe que uma dada empresa não está em concorrência com todas as outras na mesma intensidade. Geralmente, uma indústria é composta por vários grupos estratégicos, que agregam um conjunto de empresas que apresentam semelhanças ao longo de várias dimensões estratégicas, tais como grau de especialização, que se refere à extensão da linha de produtos, a imagem da marca, geralmente baseada na publicidade e força de vendas, a escolha dos canais de distribuição: próprios, distribuidores especializados ou generalistas, a qualidade do produto: em termos de matérias-primas utilizadas, de especificações, etc., o domínio tecnológico: líder na adoção de novas tecnologias ou imitador, o grau de integração vertical, a posição em termos de custos, a extensão dos serviços anexos propostos, tais como assistência técnica, a política de preços, as relações com os poderes públicos, que podem se refletir na obtenção de subsídios ou submeter a firma a regulamentos. A constituição dos grupos estratégicos está relacionada à posse pelas empresas de diferentes recursos e capacidades, o que habilita algumas delas a realizar certos investimentos em barreiras à mobilidade. As empresas podem vir a adotar diferentes estratégias, mesmo que 4/15 ANAIS detenham os mesmos recursos e capacidades, se possuírem diferentes preferências quanto ao investimento a realizar e aos seus posicionamentos em relação ao risco (CURTO, 1994). Outro fator que explica a diferença entre as estratégias das empresas é a evolução histórica da indústria, já que os custos inerentes à adoção de uma estratégia tendem a ser mais baixos para as primeiras empresas da indústria, visto que à medida que esta se desenvolve, as barreiras à mobilidade são fortalecidas por via de causas exógenas ou como resultado dos investimentos realizados pelas empresas já instaladas (PORTER & CAVES, 1977). 3. METODOLOGIA O quadro conceitual aplicado nesta pesquisa pode ser representado pela figura abaixo. É uma versão simplificada da estratégia de operações onde as empresas são agrupadas em grupos estratégicos conforme suas prioridades competitivas. OBJETIVOS DE DESEMPENHO GRUPOS ESTRATÉGICOS Custos Conformidade Confiabilidade Velocidade na entrega Tempo para entrada de novos produtos no mercado Valor agregado por empregado Design e Inovação Características, variedade e personalização do produto PILARES DE PRODUÇÃO ENXUTA Just in time (JIT) Manutenção produtiva total (TPM) Gestão da qualidade total (TQM) • Relação com clientes • Relação com fornecedores • Certificação de fornecedores Tecnologia (TECN) Figura 1 – Quadro conceitual Duas relações são investigadas, sendo uma a relação entre os grupos estratégicos e o desempenho operacional, e a outra as relações entre grupos estratégicos e graus de implantação dos pilares da produção enxuta (como escalas somadas). Devido a limitações de espaço para este artigo, a ligação entre as práticas da produção enxuta e o desempenho operacional não são investigadas diretamente, mas através da construção de relações com os grupos estratégicos. A ligação é abordada de forma indireta. 5/15 ANAIS 3.1 Amostra Um questionário foi aplicado pelo pesquisador em um grupo de cinquenta e seis empresas localizadas na região de Campinas e Jundiaí nos meses de março a outubro de 2012. Estas empresas são fabricantes de autopeças e estão agrupadas em cinco setores industriais: metalúrgico, transformação mecânica, plásticos, máquinas e equipamentos e eletro-eletrônico. O questionário é composto por quatro categorias de perguntas: questões contextuais, questões sobre prioridades competitivas, questões práticas e questões relacionadas com os objetivos desempenho, tanto os objetivos de desempenho atuais como os objetivos de desempenho ao longo dos últimos cinco anos. Os objetivos de desempenho considerados foram: Custos, qualidade, confiabilidade, velocidade de entrega ao cliente, tempo para entrada no mercado de novos produtos, valor agregado por empregado, design/inovação, características do produto, variedade de produtos e personalização de produto. 3.2 Medidas Nesta pesquisa utilizou-se o alfa de Cronbach para estimar a confiabilidade do questionário aplicado nesta pesquisa. Com ele mediu-se a correlação entre as respostas do questionário através da análise das respostas dadas pelos respondentes, apresentando uma correlação média entre as perguntas. Foi utilizado o software BioEstat, versão 5.3 para as análises dos dados. A regra geral utilizada foi que as escalas existentes deviam ultrapassar um nível alfa de Cronbach de 0,70. Este é o caso para os três pilares considerados JIT, TPM e TQM. Comparado a Cua, et.al. (2001), os pilares JIT e TPM têm o mesmo conteúdo, enquanto o pilar TQM foi dividido em TQM propriamente dito, Relações com o Cliente (RCLI), Relações com o Fornecedor (RFOR) e Certificação do Fornecedor (CFOR) para este estudo, muito embora o RCLI e o RFOR tenham apresentado o alfa de Cronbach abaixo de 0,70. O “pilar” Tecnologia (TECN) não é um pilar da produção enxuta per se, mas foi incluído para verificar a influência da tecnologia nas práticas de produção enxuta. Esses pilares e as práticas relativas a cada um deles é mostrado na tabela 1. 4. ANÁLISE DOS DADOS Antes de descrever a análise dos dados é preciso apresentar os resultados de uma outra análise que levou à formação dos grupos estratégicos. Quatro grupos estratégicos foram identificados, todos significativamente diferentes em suas mais importantes prioridades competitivas. As empresas receberam 100 pontos para distribuir entre uma série de objetivos de desempenho, e isso foi a base para a identificação dos grupos. Este processo tinha sido sugerido de um modo um pouco diferente por Hill (2000) e utilizado por Berry, Hill e Klompmaker (1999). Os grupos estratégicos são nomeados com base nos objetivos de desempenho considerados mais importantes, como é mostrado na tabela 2. Desta forma, o grupo estratégico A (GE-A) tem uma ênfase muito alta, quase exclusivamente, no custo. O grupo estratégico B (GE-B) e grupo estratégico C (GE-C) tem ênfase na qualidade e na confiabilidade na entrega, mas diferem sobre o tempo para introduzir novos produtos no mercado (o grupo estratégico B é dominante) e na velocidade na entrega (o grupo estratégico C é dominante). O grupo estratégico D (GE-D) tem uma dimensão extra para cuidar: a estética em seus produtos. Esta é uma nova perspectiva, onde a subjetividade do cliente e mudanças de estilo e moda podem influenciar fortemente o desempenho da empresa. 6/15 ANAIS Todos os testes para as diferenças entre os grupos estratégicos são não-paramétricos. Testes paramétricos assumem, entre outras coisas, a normalidade das populações do grupo e homogeneidade de variância. Na prática estes pressupostos são devido ao teorema do limite central, que normalmente exige a utilização de muitos casos (VIRGILLITO, 2006). Uma vez que nesta pesquisa foi utilizado uma quantidade pequena de casos os pressupostos para testes paramétricos não são necessariamente verdadeiros, razão pela qual utilizamos os testes nãoparamétricos. PILAR DA PRODUÇÃO ENXUTA PRÁTICAS DE PRODUÇÃO ENXUTA 1. Processos de produção 2. Redução do tempo de ciclo 3. Manufatura ágil 4. Técnicas de troca rápida de ferramentas JIT (α αC = 0,826) 5. Sistemas de produção focados na fábrica 6. Fluxo de produção JIT/Contínuo 7. Sistema puxado/Kanban 8. Gargalo/Remoção de restrição 1. Manutenção autônoma 2. Planejamento e programação da manutenção TPM (α αC = 0,717) 3. Manutenção preventiva ou preditiva 4. Programas de melhorias da segurança 1. Programas formais de melhorias contínuas 2. Programas de gestão da qualidade TQM 3. Gestão da qualidade total (α αC = 0,720) 4. Medidas da capabilidade do processo (CPK) 5. Benchmarking 1. Sistemas de planejamento e programação avançados 2. Sistemas ERP TECNOLOGIA 3. Programação de capacidade finita (α αC = 0,681) 4. Gestão da Demanda/Previsão 1. Programa de reposição contínua 2. Clientes participam do desenvolvimento de produto RCLI 3. Avaliação da planta industrial pelo cliente (α αC = 0,641) 4. Pesquisa de satisfação do cliente 1. Principais fornecedores fazem entregas com base em JIT 2. Estoques gerenciados pelo fornecedor RFOR 3. Fornecedores assumem compromisso de redução de custos (α αC = 0,742) 4. Fornecedores envolvidos com desenvolvimento de novos produtos 1. Programa de certificação de fornecedores CFOR 2. Fornecedor avaliado com base no custo total e não no preço (α αC = 0,619) unitário Tabela 1: Pilares de análise e suas práticas de produção enxuta ALFA DE CRONBACH (α αC) 0,610 0,571 0,742 0,733 0,708 0,658 0,754 0,523 0,679 0,601 0,904 0,748 0,570 0,794 0,885 0,667 0,617 0,630 0,741 0,832 0,678 0,771 0,712 0,606 0,701 0,730 0,595 0,773 0,720 0,680 0,572 Um dos testes utilizados foi o teste de Kruskal-Wallis utilizado para comparar três ou mais amostras. Ele foi usado para testar a hipótese nula de que todas as populações possuem funções de distribuição iguais contra a hipótese alternativa de que ao menos duas das populações possuem funções de distribuição diferentes. Este teste foi aplicado e revelou que o custo, a qualidade, a confiabilidade na entrega, velocidade da entrega, o design e inovação e 7/15 ANAIS características do produto diferem significativamente entre os grupos. O tempo de colocação do produto no mercado, a variedade de produtos e personalização do produto não foi significativamente diferente entre os grupos. Desta forma, o teste de Krustal - Wallis mostrou que os grupos estratégicos diferem significativamente uns dos outros. Os testes de Mann-Whitney, realizados posteriormente, mostraram ainda que os grupos diferem em seus objetivos de desempenho, ou seja, custos para o grupo estratégico A, qualidade e confiabilidade para o grupo estratégico B, confiabilidade e velocidade na entrega para grupo estratégico C e design e inovação para o grupo estratégico D. PRIORIDADE COMPETITIVA CUSTO Média Classificação GRUPOS ESTRATÉGICOS GE-B GE-C GE-A GE-D 46,3 1 18,0 3 18,2 2 3,8 4 14,1 4 36,2 1 20,3 3 18,4 2 10,9 3 26,2 2 30,1 1 9,8 4 11,4 2 7,3 3 20,1 1 3,2 4 4,8 4 24,4 1 5,9 3 6,3 2 8,8 3 12,8 2 5,1 4 41,9 1 CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO Média Classificação 8,9 3 15,2 2 5,9 4 17,5 1 VARIEDADE DE PRODUTO Média Classificação 10,9 3 15,1 2 6,2 4 20,1 1 PERSONALIZAÇÃO DO PRODUTO Média 8,9 14,1 8,7 Classificação 4 2 3 Tabela 2 – Classificação dos objetivos de desempenho nos grupos estratégicos 15,7 1 QUALIDADE Média Classificação CONFIABILIDADE Média Classificação VELOCIDADE NA ENTREGA Média Classificação TEMPO DE COLOCAÇÃO DO PRODUTO NO MERCADO Média Classificação DESIGN & INOVAÇÃO Média Classificação 8/15 ANAIS 4.1 Grupos estratégicos e desempenho Quando foi analisado o papel dos grupos estratégicos nas escolhas dos objetivos de desempenho prioritários uma questão apareceu: Os grupos estratégicos, por si só, podem explicar as escolhas dos objetivos de desempenho? Para responder a essa pergunta foi preciso mostrar as diferenças estatisticamente significativas entre os grupos e, em seguida, voltar a atenção para uma avaliação mais qualitativa. A Tabela 3 mostra as estatísticas. O grupo estratégico A apresenta o menor valor agregado por empregado do que os outros três grupos. O grupo estratégico D tem o maior valor agregado por empregado entre todos os grupos. Mas, como é revelado na tabela 3, o grupo estratégico D está numa posição vulnerável, porque nele o custo da garantia, a taxa de rejeição pelo cliente e o custos da produção aumentam significativamente mais do que nos outros grupos. Na verdade, os outros grupos experimentam valores decrescentes sobre estas três medidas. Uma possível explicação para grupo estratégico D ser muito diferente dos demais pode estar relacionada ao fato que cada vez mais os clientes estão se tornando mais exigentes com relação ao design do produto. Valor agregado por empregado no ano Custo de garantia Taxa e rejeição e cliente Custo de produção (sem o custo de compra de materiais) Custo de produção (com o custo de compra de materiais) GE-A x GE-B 0,056(B) - GE-A x GE-C 0,054(C) - GE-A x GE-D 0,164(D) 0,011(D) 0,068(D) GE-B x GE-C - GE-B x GE-D - GE-C x GE-D 0,018(D) 0,153(D) - - 0,020(D) - 0,043(D) - - - 0,091(D) - 0,241(D) 0,072(D) Tabela 3 – Diferenças significativas no desempenho entre grupos estratégicos com aplicação do teste de MannWhitney. A letra entre parênteses indica o grupo estratégico que tem o maior valor. Onde não há valor não houve diferença significativa. O fato do grupo estratégico A apresentar um valor agregado anual por empregado muito baixo indica que ele têm uma margem de contribuição baixa, provavelmente devido à concorrência de preços, portanto, este grupo tem que se concentrar em baixar os custos, logo custos é um objetivo prioritário. O grupo estratégico A apresenta uma escolha de objetivos de desempenho bem definida quando comparada com os outros grupos estratégicos, como mostrado na tabela 4. O grupo também atribui um bom grau de importância para a qualidade, mas essa importância não é tão evidente nos outros objetivos de desempenho. A priorização dos objetivos de desempenho custo e qualidade, pelo grupo estratégico A, passa como uma compensação contra a velocidade na entrega e a confiabilidade. O grupo estratégico B apresenta um grau de priorização maior para a qualidade, mas no total, este grupo tem a pior pontuação. Este grupo enfatiza a qualidade e a confiabilidade, o que também se reflete nas escolhas das práticas de produção enxuta escolhida. O grupo estratégico C tem sua priorização melhor distribuida na classificação total, mas sua ênfase é na velocidade de entrega e na confiabilidade. Este grupo estratégico mostra um alto grau de adequação externa, tanto que ele é capaz de entregar o que o mercado quer de forma rápida e confiável. Por fim, o grupo estratégico D apresenta indícios de priorização na velocidade de entrega mas, de maneira geral, esse grupo não enfatiza nehum dos objetivos de desempenho que tem relação direta com as práticas de produção enxuta, conforme mostrado na tabela 4. A 9/15 ANAIS qualidade só parece ter um grau elevado de importância, mas na realidade ela é consequência da priorização pelo design e inovação. A tabela 3 apresenta o grupo estratégico D com resultado significativamente pior do que os outros grupos em relação à taxa de rejeição do cliente. A análise dos dados coletados mostra que essa taxa de rejeição, ao contrário dos outros grupos que tem na qualidade seu foco de ação, é devido a aceitação do design do produto. Isso pode levar a concluir que está faltando um ajuste nas escolhas das práticas de produção enxuta por parte deste grupo. No entanto, este grupo estratégico é novo no contexto da configuração de pesquisa em operações, tem uma grande ênfase em objetivos de desempenho multifuncionais e, não deve, portanto, ser julgado apenas com base nos graus de prioridade dos objetivos de desempenho. Ainda assim, a análise dos objetivos de desempenho deste grupo indica que ele precisa melhorar suas escolhas se pretender no futuro ser capaz de sustentar um alto valor agregado por empregado. CUSTOS 1. Refugo e Retrabalho 2. Custo da Garantia 3. Custos de Qualidade 4. Giro de estoques de matérias-primas 5. Giro de estoques de produtos em processo 6. Giro de estoques de produtos acabados Média QUALIDADE 7. Produto acabado sem retrabalho 8. Taxa de defeitos na planta 9. Taxa de rejeição do cliente Média CONFIABILIDADE 10. Entrega no Prazo Média VELOCIDADE NA ENTREGA 11. Lead time de compra 12. Lead time de produção 13. Lead time de venda Média GP-A GP-B GP-C GP-D 1 1 1 1 3 3 3 3 2 2 2 2 4 4 4 4 2 3 4 1 2 1,63 4 3,13 1 2,00 3 3,25 2 3 2 2,33 3 1 1 1,67 1 4 3 2,67 4 2 4 3,33 4 4 2 2 1 1 3 3 3 4 4 3,67 4 3 3 3,33 2 2 2 2,00 1 1 1 1,00 Tabela 4 – Pontuação para classificação das prioridades competitivas relacionada com os objetivos de desempenho. Os pontos são baseados na classificação que cada grupo estratégico tem na medida de desempenho em questão. 4.2 Grupos estratégicos e Implantação dos Pilares da Produção Enxuta Para analisar a implantação dos pilares de produção enxuta pelos grupos estratégicos tomamos por base a análise dos pilares de produção enxuta mostrado na tabela 1, e o grau de aplicação desses pilares nos diferentes grupos. Vários testes para medir as diferenças entre os grupos foram realizados. Primeiro um Krustal - Wallis para diferenças entre os grupos, e depois realizamos um teste de Mann - Whitney para as diferenças entre os pilares, vistos individualmente, grupo a grupo. Finalmente, usando Wilcoxon foi testado se a implantação 10/15 ANAIS dos pilares de produção enxuta é diferente em cada grupo. Os resultados são apresentados na tabela 5. O teste de Krustal - Wallis não mostrou qualquer significância, o que evidencia que todos os grupos estratégicos devem ser consideradas como provenientes da mesma população com relação as práticas de produção enxuta. Este é um achado muito diferente comparado com o teste Krustal - Wallis nas prioridades competitivas dos grupos estratégicos. O teste de Mann Whitney para os diferentes graus de implantação dos pilares de produção enxuta aplicado nos quatro grupos estratégicos mostrou que grupo estratégico A difere do grupo estratégico C em seu grau de implantação da TPM e difere do grupo estratégico D no grau de implantação da TQM. Os testes de Wilcoxon para diferenças nos grupos confirmam que os grupos têm enfatizado diferentes pilares. Por exemplo, o grupo estratégico A têm um grau significativamente maior de implantação da TPM do que a maioria dos outros pilares, enquanto o grupo estratégico B têm um grau significativamente menor de implantação de relações com o fornecedor (RFOR). Os testes de Wilcoxon que mostram que os grupos diferem no que escolheram para aplicar, mas isso não é significativo entre os grupos. GRUPO ESTRATÉGICO JIT TPM TQM TECN RCLI RFOR CFOR GE-A - (1,2,3,4) (1,2) (2,4) (4) (1,3) (2) Média 2,915 3,362 2,942 2,310 2,694 2,433 2,914 1 1 1 4 3 1 2 GE-B (3,5,6,7) (1) (3,4,5) (1,3) (3,4) Média 2,440 2,898 2,711 3,280 2,822 2,087 2,953 4 2 2 1 2 3 1 GE-C (1,2,3,4) - - - - (1,2) - Média 2,875 2,803 2,693 2,769 2,884 2,066 2,564 2 3 3 3 1 4 3 GE-D (1,4) (4) (2) (4) (2,3) (4) - Média 2,813 2,810 2,197 2,805 2,486 2,258 2,205 3 4 4 2 4 2 4 Classificação Classificação Classificação Classificação (1) Tabela 5 - Grau de implantação das práticas de produção enxuta nos grupos estratégicos. Os números entre parêntesis referem-se às práticas de produção enxuta adotadas, conforme a tabela 1. A tabela 5 indica que grupo estratégico A enfatizou os pilares JIT, TPM, TQM e RFOR. A Tabela 1 mostra que as práticas de produção enxuta, compreendendo esses pilares, em geral são favoráveis para o baixo custo e menores prazos, portanto, este grupo estratégico tem um alto grau de ajuste interno. A ênfase na certificação de fornecedores (CFOR) é esperada para o grupo estratégico B porque ele tem foco na qualidade ao invés de custo. Por outro lado a implantação de novas tecnologias por esse grupo estratégico poderia ser explicada pela sua ênfase na confiabilidade na entrega. Também pode-se notar que o grupo estratégico mais orientado para o cliente é o grupo estratégico C, que têm a maior pontuação em relações com o cliente (RCLI). Este pilar trata 11/15 ANAIS principalmente dos aspectos de tempo com relação aos clientes, portanto, consistentes com o foco estratégico do grupo estratégico C. O grupo estratégico B é o número 2 em TQM enquanto que o grupo estratégico C é o número 2 em JIT, que também está de acordo com os seus objetivos, daí que estes grupos mostram alto grau de consistência interna. As escolhas do grupo estratégico D são difíceis de explicar, em parte porque outras práticas além dos pilares de produção enxuta podem ser muito relevante para essas empresas, e não se tem informações suficientes sobre essas práticas. No entanto, com base nos dados em mãos, pode-se ver que este grupo enfatiza a tecnologia e as relações com o fornecedor. A primeira tem a ver com a utilização de tecnologias de desenvolvimento de novos produtos e a segunda tem a ver com as relações com fornecedores com respeito ao baixo custo e aos prazos de entrega mais curto. Isto parece ser valido quando se considera os problemas de entrega, mas como a tabela 3 mostra esse grupo não prioriza custo nem qualidade. Olhando na tabela 2, pode se ver que este grupo não enfatiza o bom desempenho na entrega, portanto, este grupo não possue um alto grau de ajuste interno. Os números entre parênteses, na tabela 5, referem-se às práticas de produção enxuta e incluem a tecnologia (TECN), que não é realmente um pilar da produção enxuta mas é um auxiliar na compreensão das aplicações. Estes dados sugerem que o grupo estratégico A têm feito uma aplicação mais extensa das práticas de produção enxuta, seguido pelo grupo estratégico B, que por alguma razão está especialmente interessado na implantação de tecnologias de programação de capacidade finita. O grupo que menos tem implantado práticas de produção enxuta é o grupo estratégico D. A análise nos leva à conclusão que dos grupos estratégicos três deles (A, B e C) tem implantado práticas de produção enxuta em função dos objetivos de desempenho priorizados e que os grupos são seletivos sobre quais os pilares dão maior ênfase. Isto é mais claramente demonstrado pelo grupo estratégico A. O grupo estratégico C mostra que um bom desempenho global pode ser alcançada sem a implantação de uma série de práticas de produção enxuta. Uma análise da combinação do desempenho operacional do grupo estratégico D com as implantações de práticas enxutas pode levar a duas conclusões possíveis, ou essas empresas não são boas na execução de sua estratégia de operações ou algumas das empresas consideradas na análise não atribuem um papel importante para as estratégias de operações. Diante dessas possibilidades não podemos chegar a uma conclusão mais assertiva para esse grupo. 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A análise dos dados mostraram que os grupos estratégicos diferem, tanto no que diz respeito aos diferentes conjuntos de objetivos de desempenho quanto para os conjuntos de pilares de produção enxuta que escolhem para implantar. As análises indicaram também que existem ligações entre a implantação de um pilar de produção enxuta e os objetivos de desempenho priorizados, por exemplo, o grupo estratégico A mostrou que a implantação dos pilares TPM, TQM e RFOR aparentemente andam de mãos dadas com o bom desempenho no baixo custo. Mas um elevado grau de implantação não é necessário para alcançar um desempenho satisfatório em áreas importantes, como o grupo estratégico C demonstrou. Esse grupo estratégico tem um bom desempenho na velocidade na entrega, mas apenas utiliza pilares de produção enxuta (JIT e RFOR) em um nível moderado. 12/15 ANAIS Este estudo dá indícios que relações mais complexas entre pilares de produção enxuta e objetivos de desempenho podem ser encontradas. Nem todos os pilares são igualmente importantes para todos os objetivos de desempenho. Mais ainda, há elementos para supor que existem relações entre os membros de cada grupo estratégico, a implantação dos pilares de produção enxuta e os objetivos de desempenho que não foram descobertas ou mesmo compreendida em profundidade. Este artigo mostrou que o uso de grupos estratégicos pode contribuir para explicar como as escolhas dos pilares de produção enxuta e suas respectivas práticas são influenciadas pelos objetivos de desempenho priorizados pela empresa para alcançar níveis mais altos de competitividade. Os estudos que tratam dos objetivos de desempenho podem ganhar com a inclusão de considerações sobre as estratégias de operações das empresas. Dadas as restrições de recursos, as empresas não podem querer melhorar tudo a todo momento, é preciso ter foco. O grupo estratégico pode ser um instrumento valioso para a compreensão das escolhas que as empresas devem fazer para atingir altos níveis de excelência e auxilia-las nas escolhas das práticas de produção enxuta que são necessárias. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo estabeleceu ligações entre os grupos estratégico, os pilares de produção enxuta e objetivos de desempenho utilizando dados transversais. Diferentes grupos estratégicos têm objetivos de desempenho diferentes e enfatizam a aplicação de diferentes pilares e práticas de produção enxuta. Especialmente os grupos estratégicos A e D, demonstram que estão seguindo caminhos diferentes. Os resultados são apenas indicativos e o tamanho da amostra é pequeno para obter uma alta significância nos testes estatísticos, no entanto, os resultados resumidos nas tabelas 2-5 indicam que as avaliações das práticas de produção enxuta com a utilização de grupos estratégicos podem trazer resultados importantes no âmbito da estratégia de operações e que há razões para continuar a investigar as práticas produção enxuta neste contexto. Este estudo identificou um novo grupo estratégico, em que a estética e o design industrial é a prioridade. Diversos artigos tem sido publicados recentemente demonstrando a importância da imagem, do design e da estética para as empresas de manufatura e como o design pode influenciar as estratégias de operações. Dentro das limitações deste estudo e da amostra, a ligação entre os pilares de produção enxuta e o objetivos de desempenho foram bem exploradas, bem como o papel representado pelas práticas produção enxuta. De maneira geral, como Frohlich & Dixon (2001) argumentam, há uma necessidade de replicar estudos e, portanto, mais estudos devem ser conduzidos em diferentes setores da economia, em diferentes regiões geográficas para que possamos ter um quadro geral do modo como as estratégias de operações são tratadas pelos diferentes grupos estratégicos em suas práticas de produção enxuta e quais resultados são obtidos e de que forma eles são afetados pelos objetivos de desempenho priorizados. REFERÊNCIAS BERRY, W.L., HILL, T., KLOMPMAKER, J.E., Aligning marketing and manufacturing strategies with the market. International Journal of Production Research, Vol. 37, Nº 16, pp. 3599-3618, 1999. 13/15 ANAIS BOYER, K.K., LEWIS, M.W., Competitive priorities: Investigating the need for trade-off in Operations Strategy. Production and Operations Management, Vol. 18, Nº 4, pp. 356-73, 2002. BOZARTH, C., MCDERMOTT, C., Configurations in Manufacturing Strategy: A Review and Directions for Future Research. 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