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Prémios
A festa dos Gazeta 2006
O elogio da qualidade em tempos difíceis
A complexa situação que a nossa
classe profissional enfrenta
actualmente esteve em foco na
cerimónia de entrega dos Prémios
Gazeta 2006, que teve lugar em
Setembro último, nas ruínas do
Convento do Carmo, na presença
do Chefe de Estado, Aníbal Cavaco
Silvas, do ministro dos Assuntos
Parlamentares e responsável pela
tutela da pasta da Comunicação
Social., Augusto Santos Silva, e de
Carlos Santos Ferreira, Presidente
da Caixa Geral de Depósitos,
patrocinadora exclusiva dos Gazeta.
O presidente do CJ, Mário
Zambujal, deu início à festa anual
do jornalismo português com
agradecimentos ao Chefe de Estado
pela sua disponibilidade em
associar-se à cerimónia, e à CGD,
pelo generoso e decisivo apoio aos
mais prestigiados prémios de
Jornalismo. Saudações especiais aos
premiados, “exemplos de qualidade
que enobrecem uma profissão em
tempos difíceis”, e referências à
diversificada acção do Clube em
prol da informação e debate dos
problemas da classe e dos media em
geral (Programa na TV2, Revista JJ,
Site), pontuaram, igualmente, a
intervenção do presidente do CJ
que aludiu, ainda, em nota pessoal,
ao seu convívio nos tempos de
liceu, no Algarve, com Aníbal
Cavaco Silva.
Após destacar, também, a
qualidade dos trabalhos premiados,
Carlos Santos Ferreira, presidente
do Conselho de Administração da
Caixa Geral de Depósitos reafirmou
a importância dos Gazetas e a
satisfação com que Caixa se associa
iniciativas que promovam a
excelência a nível profissional, como
contributo para o desenvolvimento
do nosso país.
Na intervenção final da
cerimónia, o Presidente da
República associou os Prémios
Gazeta aos “bons exemplos e boas
práticas” proporcionados pela
sociedade civil e defendeu “o rigor e
a isenção dos jornalistas como
instrumentos de liberdade e
indicadores da democracia”.
Na imagem, da esquerda para a direita, Carlos Santos Ferreira, Presidente da CGD, João Pacheco (Gazeta Revelação), Jacinto
Godinho (Grande Prémio Gazeta), Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, Sara Pina (em representação de Manuel António
Pina, Gazeta de Mérito), António Sancho (Gazeta Imprensa Regional), Augusto Santos Silva (Ministro dos Assuntos Parlamentares)
e Mário Zambujal, Presidente do CJ
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JACINTO GODINHO
Prémio Gazeta
Exmo. Senhor Presidente
da Republica
Exmo. Senhor Presidente
do Clube de Jornalistas
Exmo. Senhor Presidente
do Conselho de Administração
da RTP.
Caros colegas e amigos.
Sensível às preocupações
manifestadas pelos premiados (ver
intervenções nestas páginas)
relativamente aos problemas que
afectam os jornalistas, Aníbal
Cavaco Silva sublinhou que o
momento “é muito especial, sério e
nobre para a classe” e manifestou a
esperança de que “o bom exemplo
de jornalismo dos premiados,
continue e frutifique”.
O PR destacou, ainda, o exemplar
percurso, num meio e em condições
bem complexas, da revista “Mais
Alentejo” (Prémio Gazeta de
Imprensa Regional) e teve palavras
de simpatia para a acção do CJ e, em
particular, para seu antigo
condiscípulo e actual presidente do
CJ, Mário Zambujal. JJ
Presidente da República, Aníbal Cavaco
Silva, e Carlos Santos Ferreira,
Presidente da CGD, no uso da palavra
Permitam-me apenas algumas
palavras de agradecimento pela
atribuição do Prémio Gazeta. É
realmente uma grande honra receber
este prémio pela segunda vez. Um
prémio que pela qualidade dos
trabalhos premiados ao longo dos
anos foi ganhando o respeito da
classe jornalística tornando-se o mais
ambicionado galardão e a melhor
referência para o jornalismo de
qualidade feito em Portugal.
Quando o meu colega, amigo e
excelente repórter, Luís Miguel
Loureiro me enviou os parabéns,
após a divulgação do Prémio Gazeta,
respondi-lhe que era apenas uma
“tábua de salvação para sobreviver à
tempestade”. Recebi de volta uma
resposta bem-humorada: “Pois mas
tu juntando as tuas tábuas já
consegues fazer uma jangada.” Entre
repórteres esta não é uma conversa
de faltas modéstias. Os prémios para
os repórteres servem como jangadas
para enfrentar as tempestades da
carreira.
Foi sobretudo o prestígio do
Gazeta, que ao longo dos anos foi
galardoando regularmente
repórteres da RTP, que ajudou a que
se fosse mantendo, na estação do
serviço público televisivo, um núcleo
de repórteres que insiste
teimosamente na realização e
manutenção dos programas de
grande reportagem. Uma insistência
que felizmente começa agora a dar os
seus frutos. Os programas de
reportagem voltaram nos últimos
dois anos a entrar na rotina da grelha
das estações de televisão, pelo menos
da SIC e da RTP. Na RTP este crédito
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Presidente da República entrega prémio a Jacinto Godinho na presença do Presidente da CGD
tem que ser concedido à actual
direcção de informação aqui
representada pelo director Luís
Marinho. Apesar da presença
semanal mais visível nos ecrãs de
televisão os problemas antigos
mantêm-se. Os programas de
reportagem continuam a orbitar a
máquina dos telejornais, sem
estrutura nem modelo próprios.
E no entanto os desafios que se
colocam ao jornalismo de
investigação são hoje mais exigentes
que há quinze anos atrás pelo que
ainda se torna mais absurda a
repetição de modelos. No início dos
anos noventa as reportagens
podiam-se suportar só com a
novidade dos temas. Os curtos e
politizados telejornais deixavam de
fora muitos fenómenos sociais e
criminais como o trabalho infantil, as
drogas, as doenças raras, por
exemplo. Hoje em dia já nada fica
fora da informação diária. Poucos
temas virgens existem e quando são
assuntos de impacto a pressão da
informação é tal que no conjunto da
informação emitida diariamente, já
poucos ângulos ou entrevistados
restam para realizar uma reportagem
de estilo clássico. O jornalismo de
investigação para sobreviver e fazer
a diferença precisa de investigar com
uma eficácia quase policial. Precisa
de mais tempo, um tempo
“alongado” quase impossível de
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alcançar no actual panorama
televisivo, curto, escasso e
valiosíssimo ao segundo. Mas é
preciso encontrar esse tempo, (ou
seja encontrar fórmulas rentáveis de
dar tempo ao jornalismo) porque
senão não sobreviverá à especulação,
às generalidades, ao infotainement,
às manipulações que transformam
simples estratégias de marketing
político e económico, em primeiras
páginas de jornais e aberturas de
telejornal.
Foi neste quadro que aceitei o
desafio lançado pela direcção de
programas e pelo seu actual director
Nuno Santos de realizar uma
História da Emigração a partir do
ângulo jornalístico. Trazer para o
jornalismo o mesmo grau de
exigência da investigação académica.
Mas não é fácil basear um trabalho
de televisão em investigações
académicas que se preocupam mais
com os grandes ciclos, os fluxos
populacionais, as estatísticas que
com as pequenas histórias.
Especialmente num tema
historicamente com poucas imagens
como é o caso da emigração
A produção deste tipo de
documentários é feita actualmente
por empresas como o Discovery
Channel que montaram uma
enorme industria para suprir a falta
de imagens “reais”. Conseguem
reconstituições históricas
semelhantes a filmes, simulações,
imagens construídas em
computador, etc., etc. Meios que em
Portugal não existem na mesma
dimensão.
O desafio era complicado. Apesar
de ser um dos fenómenos mais
importantes da vida portuguesa dos
últimos séculos, a emigração
raramente fez parte dos livros de
história. Apesar de quase toda a
gente em Portugal ter um emigrante
na família a emigração raramente
mereceu a atenção de romancistas e
cineastas. No jornalismo circula
quase sempre o pequeno relato
individual de sucesso ou de tragédia.
Mas muitas das histórias da
emigração ficaram esquecidas, longe
das objectivas, porque aconteceram
na clandestinidade. Para ficarmos
bem com a nossa consciência
devemos eterna homenagem àqueles
milhões de portugueses que em
sucessivas épocas foram condenados
pelo seus próprios governantes a
saírem do país como foragidos, a
salto como ele próprios diziam,
clandestinamente, apenas porque
desejavam um futuro mais digno
para as suas famílias. Vítimas de
uma estratégia perversa que os
obrigava à clandestinidade para
assim se separarem das famílias e
serem depois obrigados a enviarem
as famosas remessas que durante
anos foram o principal sustento
económico de Portugal.
Este foi um dos trabalhos mais
difíceis da minha vida. Um trabalho
só possível porque feito em equipa.
À minha equipa, que está aqui
presente eu agradeço o empenho, o
esforço, o profissionalismo que
possibilitaram a realização desta
série: a directora adjunta de
Programas da RTP Maria de São
José, o produtor Eduardo Ricou, o
operador de câmara Carlos Aranha
que ironicamente é hoje emigrante
porque trabalha no Qatar, o editor
de imagem Paulo Marcelino, todo o
som a cargo de António Garcia e a
documentalista Luísa Vaz.
Agradeço também aos meu
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colegas Fernanda Bizarro e Paulo
Costa pelos magníficos
documentários que ajudaram a série
a ter uma qualidade excepcional. Os
documentários serão talvez dos
programas de televisão onde o
esforço de trabalho é menos visível.
Nalguns casos são preciso meses e
anos para produzir uma ou duas
horas de televisão. O trabalho dos
profissionais da RTP neste tipo de
séries é um trabalho que por ser
mais difícil de se tornar visível
também é mais fácil de ser esquecido
ou mal avaliado.
No entanto o jornalismo de
investigação histórica é um dos
serviços mais importantes de uma
televisão pública. Primeiro pela
capacidade que tem de resgatar o
conhecimento, tirando-o do
esquecimento das prateleiras das
bibliotecas académicas e colocando-o
ao serviço do grande publico.
Segundo porque a batalha da
cultura se desenrola hoje no
audiovisual que não se pode deixar
entregue apenas aos valores do
entretenimento, do economicismo e
do facilitismo. As imagens são
gulosas mas não podem ser apenas
fonte de preguiça mental. Têm que
ser desviadas para tarefas mais
nobres ajudando as pessoas a
criarem hábitos mentais saudáveis.
Em terceiro lugar a identidade de
um povo constrói-se também com as
imagens que consegue produzir de
si para melhor se observar e
entender mas também para criar
memória colectiva.
Uma das maiores tragédias do
povo português é a falta de imagens.
Uma catástrofe no tempo do Estado
Novo e que os anos da democracia
pouco melhoraram. As gerações
futuras que queiram entender o
nosso tempo terão para ver muita
conversa, muitas cabeças falantes e
poucas imagens em bruto,
testemunhas isentas, imparciais do
que realmente foi acontecendo.
Basta ver a força que tem entre
nós o documentário Torrebela de
Thomas Harlan. Nenhum
documento nos mostra melhor o
PREC e a Reforma Agrária, por
dentro na vida das pessoas, que
aquele documentário que apenas se
preocupava em filmar e reproduzir o
que acontecia na frente da câmara.
Por isso o Premio Gazeta é e
continuará a ser, tenho a certeza, um
bastião essencial para quem tenta
fazer do jornalismo um suporte
fundamental da cultura portuguesa.
Obrigado
JOÃO PACHECO
Prémio Revelação
Obrigado.
Obrigado à minha família.
Obrigado aos jornalistas Alexandra
Lucas Coelho, David Lopes Ramos,
Dulce Neto e Rosa Ruela.
Obrigado a quem já conhece “O
almoço ilegal está na mesa”, “A caça à
pedra
maneirinha” e
“Guardadores de
sementes”.
Parabéns aos
repórteres
fotográficos
Nuno Ferreira
Santos e Rui
Gaudêncio, coautores das três
reportagens, com quem vou
partilhar o prémio monetário.
Parabéns também ao Jacinto
Godinho, ao Manuel António Pina e
à Mais Alentejo, que me deixam
ainda mais orgulhoso por estar aqui
hoje.
Como trabalhador precário que
sou, deu-me um gozo especial
receber o prémio Gazeta Revelação
2006, do Clube dos Jornalistas.
A minha parte do dinheiro servirá
para pagar dívidas à Segurança
Social. Parece-me que é um fim
nobre.
Não sei se é costume dedicar-se
este tipo de prémios a alguém, mas
vou dedicá-lo.
A todos os jornalistas precários.
Passado um ano da publicação
destas reportagens, após quase três
anos de trabalho como jornalista,
continuo a não ter qualquer
contrato.
Não tenho rendimento fixo, nem
direito a férias, nem protecção na
doença nem quaisquer direitos caso
venha a ter filhos.
Se a minha situação fosse uma
excepção, não seria grave. Mas como
é generalizada - no jornalismo e em
quase todas as áreas profissionais - o
que está em causa é a democracia.
E no caso específico do
jornalismo, está em risco a liberdade
de imprensa.
Obrigado.
MANUEL ANTÓNIO PINA
Prémio Gazeta de Mérito
Senhor Presidente da República
Camaradas
Na impossibilidade de, por
motivos de saúde, estar presente
nesta cerimónia, não quero deixar de
agradecer ao Clube de Jornalistas e
ao Júri dos Prémios Gazeta a
confiança que a atribuição deste
Prémio Gazeta de Mérito para mim
representa.
Se com os prémios acontece o que
Baudelaire diz que acontece com as
condecorações, isto é, que se
enobrecem ou aviltam de acordo
com os peitos que as ostentam estou, obviamente, a suavizar os
termos usados por Baudelaire então a atribuição deste Prémio
Gazeta de Mérito é para mim motivo
tanto de orgulho como de
preocupação.
Orgulho pelo passado do Prémio
e preocupação - não quereria afectar
modéstia, mas, que diabo!, eu
também avalio o meu trabalho e
tenho opinião sobre dele - por temer
destoar da galeria dos que o
receberam antes.
Num país que dá tantos prémios
literários e jornalísticos, ao fim de 35
anos de jornalismo e literatura só
por muito azar ou muito mérito não
se acaba por receber algum prémio.
Aliás, só isso já chegaria para se
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Sara Pina, em representação do pai, recebe o troféu Gazeta de Mérito
merecer ser premiado…
Também tenho tido o meu
quinhão de prémios, mas os que
recebi do Clube de Jornalistas –
primeiro, o Prémio Nacional de
Crónica, agora este – têm para mim
um significado muito particular, e
esta não é uma frase de
circunstância.
Em tempos pouco fáceis para o
exercício do jornalismo em
dignidade e em liberdade, o Clube
de Jornalistas tem sido “ao fundo do
desgosto, uma janela aberta, uma
janela iluminada”, como no poema à
liberdade escrito por Paul Eluard sob
a Ocupação.
Por isso, aceito este Prémio de
Mérito como se fosse de Revelação:
como um estímulo. Talvez o não
mereça pelo que fiz, mas procurarei
merecê-lo pelo que fizer a partir de
agora.
da qualidade.
Não tem sido fácil. Esta revista é
uma aventura nascida do sonho de
um louco/romântico que, obviamente
acompanhado por uma equipa
engenhosa, tem teimado em colocar
de pé, numa região marginalizada,
como ainda é hoje o Alentejo, um
projecto jornalístico que pretende ser
tão bom como aquilo que de melhor
se edita a nível da imprensa
portuguesa. Não tem sido fácil,
repito. No Alentejo não existe
mercado publicitário. Editar uma
publicação independente, em 2007, é
coisa difícil, mas ainda o é mais a
nível da imprensa regional, onde os
pequenos poderes de paróquia
pressionam por tudo e por nada.
Talvez venha a propósito recordar
ANTÓNIO SANCHO
Director da revista Mais Alentejo
Profundamente reconhecido,
agradeço ao Clube de Jornalistas e ao
prestigiado júri dos Prémios Gazeta a
honrosa distinção atribuída à revista
Mais Alentejo.
A revista Mais Alentejo é um
projecto jornalístico, com sete anos
de existência, com sede na esquecida
Beja, que procura desde o primeiro
número afirmar-se pelos caminhos
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Augusto Santos Silva, Ministro
dos Assuntos Parlamentares, entrega
o prémio a António Sancho
que a Mais Alentejo não possui
nenhuma instituição, entidade,
fundação ou mecenas que a suporte
financeiramente. De resto, cada
número é feito com o dinheirinho
todo contado, sabendo Deus o
quanto transpiramos para fazer sair
cada edição. Podia dizer-vos o
quanto este Prémio significa, para
mim, em termos pessoais e
profissionais, enquanto jornalista.
Podia falar-vos de uma paixão, a
paixão de fazer Mais Alentejo. Mas,
não, não vou maçar-vos com coisas,
eventualmente, difíceis de entender
para quem não tem a experiência
concreta do que é possuir uma
pequena empresa no Alentejo que
mal consegue respirar face à obscena
carga fiscal a que o Estado nos
obriga.
O Prémio Gazeta, que acabo de
receber, representa sobretudo um
gigantesco estímulo em prosseguir o
trajecto iniciado há sete anos. É por
aí que vai a equipa que produz e
edita a Mais Alentejo, procurando
ser cada vez e permanentemente
melhor.
Permitam-me que, além de
renovar os meus agradecimentos ao
Clube de Jornalistas e ao júri dos
Prémio Gazeta, agradeça a todos os
colaboradores da revista Mais
Alentejo, bem como especialmente à
equipa que me acompanha nesta
aventura. Filomena, Susana, Ana,
Dora, Gonçalo, Vítor, este Prémio é
vosso, é de todos nós!
Termino com uma
nota pessoal. Dedico
este Prémio à memória
da minha mãe e do
meu pai, Então Vá,
alentejanos que me
ensinaram a amar o
Alentejo, eu sei que
eles, onde quer que
estejam, estão a sorrir
para mim e a dizer
carinhosamente: “José
António, vê lá onde é
que te metes, juizinho nessa cabeça,
filho ”.
Muito obrigado!
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A festa dos Gazeta 2006