XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia
Livro de Resumos
9 a 12 de Maio de 2012
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Comissão Organizadora
Secção de Neonatologia da SPP
Sociedade de Cardiologia Pediátrica
Sociedade de Cirurgia Pediátrica
Comissão Organizadora Local
Albina Silva
Almerinda Barroso Pereira
António Matos
Carla Sá
Eduarda Abreu
Isabel Cunha
Comissão Cientifica
Maria Ana Sampaio
Maria João Baptista
Jorge Correia Pinto
Daniel Virella
Paula Guerra
Almerinda Barroso Pereira
Rosalina Barroso
Gustavo Rocha
José Luis Nunes
Secretariado
Teresa Ribeira
E-mail: [email protected]
Telefone: 2131841171
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Caros Colegas e Amigos:
As inovações em cirurgia e cardiologia neonatal justificam que organizemos as XLI
Jornadas Nacionais de Neonatologia em colaboração com a Sociedade de Cardiologia
Pediátrica e a Sociedade de Cirurgia pediátrica.
Vamos abordar o que há de novo em cirurgia neonatal e cardiologia neonatal numa
reunião multidisciplinar, desde o diagnóstico pré natal ao tratamento do RN. Teremos
oportunidade de ouvir e debater ideias com peritos nacionais e convidados estrangeiros.
No programa constam dois cursos teórico – práticos de muito interesse. Um workshop
sobre cuidados ao RN com ostomias intestinais e um curso sobre nutrição do RN.
As XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia vão realizar-se em Braga, em 2012 Capital
Europeia da Juventude, e muito perto da cidade de Guimarães este ano Capital Europeia
da Cultura.
A todos os congressistas desejamos que aproveitem as Jornadas para actualização de
conhecimentos em temas importantes no diagnóstico e tratamento dos RN, mas também
que usufruam das cidades de Braga e Guimarães, que no ano 2012 têm uma oferta
cultural diversificada e de qualidade.
Bem-vindos a Braga.
A Presidente da Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Almerinda Barroso Pereira
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Participantes / Prelectores
Ana Teixeira
Mª João Baptista
António Pires
Mónica Rebelo
Rufino Nascimento
Cláudia Moura
Conceição Trigo
Sofia Ferreira
Paolo Casella
Tiago H. Coelho
Correia Pinto
Alexandra Cadilhe
António B. Monteiro
Manuela Rodrigues
João Moreira Pinto
Christoph Bührer
Munther Haddad
Guido Moro
Mike Possner
Programa
10 de Maio de 2012
08.30 Abertura do secretariado
Cardiopatias congénitas
09.00 Diagnóstico pré natal
Ana Teixeira
09.20 Triagem, terapêutica e transporte
Maria João Baptista
09.40 Discussão
Moderadores
Manuel Primo
Maria Ana Sampaio Nunes
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Aspectos importantes no RN com cardiopatia
10.00 Interacção coração pulmão
António Pires
10.20 Monitorização do doente cardíaco
Mónica Rebelo
10.40 Discussão
Moderadores
Ana Guedes
Silvia Alvares
11.00 Café
11.30 Conferência
Contributo da ecocardiografia funcional na prática clínica diária
Rufino Nascimento
Moderador
Anabela Salazar
12.00 Sessão de Abertura
12.30 Almoço
14.00 Comunicações orais e posteres em sala
Arritmias
15.00 Diagnóstico
Claudia Moura
15.20 Terapêutica
Conceição Trigo
15.40 Discussão
Moderadores
Sofia Morais
António Vieira
16.00 Café
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Canal arterial no RN pré termo
16.30 Aceitar a hipótese nula?
Sofia Ferreira
17.00 Discussão
Moderadores
Rui Anjos
Elisa Proença
17.30 Assembleia Geral
20.30 Jantar
11 de Maio de 2012
08.30 Comunicações orais e posteres em sala
O passado e o presente da Cirurgia Neonatal
09.30 O passado
Paolo Casella
09.50 Novas técnicas cirurgicas
Tiago Henriques Coelho
10.10 Discussão
Moderadores
Micaela Serelha
Francelina Lopes
10.30 Conferência
Hérnia diafragmática congénita
Correia Pinto
Moderador
Hercilia Guimarães
11.00 Café
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Lábio leporino e fenda palatina
11.30 Diagnóstico pré natal
Alexandra Cadilhe
11.50 Tratamento cirúrgico
António Bessa Monteiro
12.10 Tratamento médico
Manuela Rodrigues
12.30 Discussão
Moderadores
João Costa
Regina Duarte
13.00 Almoço
14.30 Comunicações orais e posteres em sala
Enterocolite necrosante
15.30 Fisiopatologia
João Moreira Pinto
15.50 Probióticos na prevenção
Christoph Bührer
16.10 Tratamento
Munther Haddad
16.30 Discussão
Moderadores
Helena Carreiro
Miroslava Gonçalves
Conferência
17.30 Leite materno na nutrição do RN pré termo
Guido Moro
Moderador
Teresa Tomé
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Conferência
18.00 Tipo de parto e microbiota
Mike Possner
Moderador
Almerinda Pereira
18.30 Encerramento
Atribuição de bolsas e prémios
09 de Maio de 2012 – 14.30 - Workshop: Cuidados a RN com ostomias intestinais
Objectivo: Divulgação dos princípios básicos para o cuidado de ostomias intestinais no
recém-nascido.
Destinatários: Médicos e enfermeiros de Unidades de Neonatologia (cuidados
intensivos e cuidados intermédios neonatais) e de Unidades de Cirurgia Pediátrica com
cirurgia neonatal.
Programa:
1. Nota de Abertura – Prof. Dr. Jorge Correia Pinto.
2. Ostomias em Neonatologia. Indicações, técnicas e fisiopatologia – Dr. Pedro Garcia
e Dr. Daniel Virella.
3. Morbilidade e problemas nas ostomias intestinais em Neonatologia - Enfermeira
Sofia Nuno e Dr. Pedro Garcia.
4. Cuidados de enfermagem ao recém-nascido com ostomias intestinais - Enfermeiras
Sofia Nuno, Catarina Beirão e Marta Ferreira.
• protecção da pele e cuidados aos estomas (procedimentos, sistemas colectores e
produtos utilizados),
• complicações da pele/estoma e estratégias de actuação,
• medidas de conforto e controlo da dor,
• parceria de cuidados (envolvimento dos pais/cuidadores nos cuidados ao recémnascido)
5. O caso particular da drenagem peritonial no recém-nascido de extrema
prematuridade – Enfermeira Sofia Nuno.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
6. Apresentação do projecto da UCIN do Hospital de Dona Estefânia "Protecção da
Pele dos Recém-nascidos com estomas intestinais" – Enfermeira Sofia Nuno.
7. Demonstrações e práticas em modelos (participantes e formadores divididos em
pequenos grupos) - Enfermeiras Ana Isabel Ventura, Catarina Beirão, Marta
Ferreira, Raquel Matos e Sofia Nun, Drs Daniel Virella e Pedro Garcia.
8. Discussão participada.
Metodologia: Curso teórico-prático, na forma de workshop, com apresentações
teóricas, demonstrações e práticas em modelos e discussão participativa.
Carga horária: 4 horas efectivas.
Material pedagógico: Distribuição dos meios audiovisuais utilizados, separatas da
literatura, informação sobre material técnico específico.
Capacidade Formativa: 20 participantes.
Formadores: - Ana Isabel Ventura,
- Catarina Beirão,
- Daniel Virella,
- Marta Ferreira,
- Pedro Garcia,
- Raquel Matos
- Sofia Nuno.
Certificação: Foi solicitado o reconhecimento do curso à Ordem dos Médicos e à
Ordem dos Enfermeiros.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
12 de Maio de 2012 – 9.00 Curso: Nutrição do RN pré termo
Moderador: António Guerra, Almerinda Barroso Pereira
9 H 00 M - Necessidades nutricionais: Luísa Malheiro
9 H 30 M – Metabolismo fosfo - cálcico: Luís Pereira da Silva
10 H 00 M – Discussão
10 H 30 M – Intervalo
Moderador: Ana Margarida Alexandrino, José Luís Nunes
11 H 00 M – Avaliação nutricional: Luís Pereira da Silva
11 H 30 M - Nutrição entérica: Israel Macedo
12 H 00 M – Manipulação e transporte do leite humano pré – termo: Manuela Nona
12 H 30 M – Discussão
13 H 00 – Almoço
Moderador: Paula Guerra, Elsa Paulino
14 H 00 M - Estabilidade e compatibilidade de soluções parentéricas: Rita Oliveira
14 H 30 M - Apresentação das bolsas nutricionais NUMETA: Thibaut Senterre (Liege)
15 H 00 M – Discussão
15 H 30 M – Intervalo
Moderador: Paula Guerra, Luís Pereira da Silva
16 H 00 M - Casos Clínicos: Thibaut Senterre, Ana Margarida Alexandrino, Elsa Paulino
17 H 00 M – Avaliação FInal
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
MAJOR SPONSORS
ABBOTT
ANGELINI
MILUPA
BAXTER
SPONSORS
AIR LIQUIDE
ASTELLAS
BAYER
HOLIESTER
LETI LABORATÓRIOS
MERCK
MILTE
NESTLE
PFIZER
PULMOCOR
SANINTER
SANOFI
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Comunicações Orais
Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 01.
Moderadores: Gustavo Rocha e Maria Ana Sampaio
CO1 - Ecocardiografia em recém-nascidos do Puerpério no Hospital do Divino
Espírito Santo de Ponta Delgada.
Ana Carvalho1; Ana Luísa Rodrigues1; Paula Maciel1; Rui Anjos2; Fernanda Gomes1; Carlos Pereira Duarte1.
1-Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, EPE.
2- Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa
Ocidental.
CO2 - Rastreio de cardiopatias congénitas e referenciação à Cardiologia Pediátrica
na Maternidade Júlio Dinis 2009-2011
T Monteiro1; A Guedes1; C Matos1; C Resende1; J Dias1; S Álvares2, E Proença1
1- Serviço de Neonatologia, Maternidade de Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, EPE
2- Serviço de Cardiologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto, EPE
CO3 - Avaliação da abordagem da Persistência de Canal Arterial no pré-termo
numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Ana Guedes*, Sílvia Álvares**; Elisa Proença*
*Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto; **Unidade de Cardiologia
Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto
CO4 - Ecocardiografia funcional no dia-a-dia de uma UCIN
Edmundo Santos1, Anabela Salazar1, Rui Anjos2
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro
Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
2
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 2 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 02.
Moderadores: Ana Guedes e Rui Anjos
CO5 - Telemedicina no diagnóstico de Cardiopatias Congénitas - Experiência do
CHTMAD (2005-2011)
Helena Pereira1, Margarida Costa1, Juan Calviño1, Marisa Sousa1, Eurico Gaspar1, Graça Sousa2, Eduardo Castela2
1-Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real; 2- Serviço de Cardiologia
Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra
CO6 - Importância da ecocardiografia numa unidade de cuidados intensivos
neonatais de um hospital distrital
Ana Luísa Rodrigues1, Ana Carvalho1, Paula Maciel1, Fernanda Gomes1, Carlos Pereira Duarte1
1- Departamento da Mulher e da Criança, Unidade de Neonatologia, Hospital do Divino Espírito Santo (HDES),
EPE, Ponta Delgada, Açores.
CO7 - Avaliação por Cardiologia Pediátrica no período neonatal precoce
Duarte Rebelo,Cláudia Almeida Fernandes, Maria Inês Domingues,Mónica Rebelo, Sofia Ferreira, Manuel Ferreira,
Rosalina Barroso.
Directora do Departamento de Pediatria: Dra Helena Carreiro
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca,EPE, Amadora
CO8 - Emergências cardíacas no período neonatal numa Unidade de Cuidados
Intensivos
Beatriz Maia Vale, Patrícia Mação, Patrícia Vaz Silva, Teresa Dionísio, Alexandra Dinis, Farela Neves
Unidade de Cuidados Intensivos Torrado da Silva, Hospital Pediátrico de Coimbra
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Dia 11 de Maio: 8.30 Comunicações Orais 3 – Cirurgia Neonatal: Sala A0.01
Moderadores: José Luis Nunes e Miroslava Gonçalves
CO9 - Hérnia Diafragmática Congénita: experiência de 15 anos
Filipa Flor-de-Lima1, Gustavo Rocha1, Jorge Correia-Pinto2, Joaquim Monteiro2, Hercília Guimarães1,3
1
Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, 2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital Pediátrico Integrado, Centro
Hospitalar São João, Porto, 3 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
CO10 - Atrésia esofágica: experiência de 10 anos num Serviço de Cuidados
Intensivos Pediátricos
Liliana Pinho, Maristela Margatho, Andrea Dias, Maria Francelina Lopes, Farela Neves
Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIPE) do Hospital Pediátrico Carmona da Mota, Coimbra
CO11 - Efectividade da colaboração entre unidades neonatais na assistência após
cirurgia intestinal em recém-nascidos com enterostomia
Daniel Virella1,2, Marília Marques1, Marlene Salvador1, Pedro Garcia1,3, Sofia Nuno1, Micaela Serelha1
1 – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central.
2 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Lisboa Central.
3 – Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.
CO12 - Gastroschisis: Estratificação do risco e avaliação de factores de
prognóstico.
Ana Pita(1), Pedro Garcia(1,2), Daniel Virella(1,3), Maria Knöblich(4), Maria Teresa Neto(1,2), Paolo Casella(4), Micaela
Serelha(1
1 - Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central.
2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.
3 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Lisboa Central.
4 – Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
Dia 11 de Maio: 14: 30 Comunicações Orais 4: Cirurgia Neonatal: Sala A0.01
Moderadores: Rosalina Barroso e Francelina Lopes
CO13 - Enterocolite necrotisante numa Unidade de Cuidados Intensivos
Neonatais: Quando? Como? Porquê?
Ana Rita Prior, Cristina Gonçalves, Joana Saldanha, Margarida Abrantes, Carlos Moniz
Serviço de Neonatologia (Director: Carlos Moniz)
Departamento de Pediatria (Directora: Maria do Céu Machado)
Hospital de Santa Maria - Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE, Lisboa
CO14 - Surto de Enterocolite Necrotizante / Retorragias na Unidade de Cuidados
Intensivos Neonatais do Hospital de Faro
Pedro Cruz, Erica Torres, Filipa Belo, Ana Mariano, Maria José Castro
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Faro, E.P.E.
CO15 - Necrotizing enterocolitis: a 22 years study in a medical-surgical neonatal
centre
Pedro Garcia(1,2), Ana Pita(1), Maria Teresa Neto(1,2), Paolo Casella(3), Micaela Serelha(1)
1 – Neonatal Intensive Care Unit - Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central.
2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.
3 – Pediatric Surgery Department, Hospital de Dona Estefânia. Centro Hospitalar de Lisboa Central
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 01.
Moderadores: Gustavo Rocha e Maria Ana Sampaio
CO1 - Ecocardiografia em recém-nascidos do Puerpério no Hospital do Divino
Espírito Santo de Ponta Delgada.
Ana Carvalho1; Ana Luísa Rodrigues1; Paula Maciel1; Rui Anjos2; Fernanda Gomes1; Carlos Pereira
Duarte1.
Introdução: As cardiopatias congénitas são uma das malformações mais frequentes em
recém-nascidos (8-10/1000). Na maioria dos casos é durante a avaliação dos recémnascidos (RN) no puerpério que surge a suspeita clínica de cardiopatia. A ecografia
cardíaca realizada por Neonatologista entrou na prática clínica na maioria dos hospitais
do País. Em Ponta Delgada a inexistência da especialidade de Cardiologia Pediátrica,
faz com que a sua realização seja de extrema importância. No ano 2000 foi
implementado um programa de telemedicina com o Hospital de Santa Cruz, que
proporcionou inicialmente o treino e ensino à distância, e actualmente, a transmissão de
exames em casos particulares, permitindo assim a consolidação e validação destes.
Objectivos: Revisão casuística dos ecocardiogramas realizados por Neonatologista
desde Janeiro de 2008 até Dezembro de 2011.
Metodologia: Análise retrospectiva descritiva dos processos e relatórios dos
ecocardiogramas realizados a RN com suspeita de cardiopatia no Puerpério do Hospital
Divino Espírito Santo, EPE durante um período de 4 anos.
Resultados: Foram efetuados 209 ecocardiogramas, com mediana de realização ao 3º
dia de vida, sendo que a maioria dos RN se apresentavam assintomáticos. O motivo
mais frequente do exame foi sopro em 76,5% dos casos. O diagnóstico mais frequente
foi foramen oval patente/comunicação interauricular em 48%, seguido de persistência
do canal arterial em 36% e comunicação interventricular em 28% dos casos. Do total 25
(12%) foram normais e foram internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
5 casos (2.4%) (2 de Insuficiência Cardíaca Congestiva, 1 de Tetralogia de Fallot, 1
Ventrículo Esquerdo Hipoplásico, e 1 de Retorno Venoso Anómalo). Foram
transmitidos 18 ecocardiogramas por telemedicina.
Conclusões: O ecocardiograma permitiu a detecção de alterações transitórias e
cardiopatia em 88% dos RN avaliados possibilitando assim a sua orientação
individualizada. A ecografia realizada por neonatologista foi um exame que veio
melhorar a qualidade assistencial do nosso hospital.
Palavras-chave: cardiopatia; ecocardiograma; puerpério.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
CO2 - Rastreio de cardiopatias congénitas e referenciação à Cardiologia Pediátrica
na Maternidade Júlio Dinis 2009-2011
T Monteiro1; A Guedes1; C Matos1; C Resende1; J Dias1; S Álvares2, E Proença1
Introdução: Estima-se que a incidência de cardiopatia congénita seja de 6 – 21:1000
nados vivos, correspondendo à malformação congénita mais frequente. Perante a
suspeita pré ou pós-natal de cardiopatia importa um rastreio atempado com a devida
orientação, no sentido de minimizar os riscos e custos associados a um diagnóstico
tardio.
Objectivos: Avaliar a incidência e caracterizar os casos de cardiopatias congénitas na
população de recém-nascidos da Maternidade Júlio Dinis (MJD).
Métodos: Análise retrospectiva descritiva das cardiopatias congénitas identificados na
MJD entre 2009-2011, através dos registos clínicos dos recém-nascidos que realizaram
ecocardiograma.
Resultados: Durante o período estudado foram diagnosticadas 271 cardiopatias
congénitas, 116 (42,8%) das quais em 2010.Verificou-se uma incidência de 25,6:1000
(271/10596), com ligeiro predomínio do sexo feminino (52,4%) e com 44,3% de recémnascidos pré-termo (RNPT). Em 101 (37,3%) foram necessárias medidas de reanimação
e 21 (7,7%) apresentavam antecedentes familiares de cardiopatia. O principal motivo de
realização de ecocardiograma foi clínica sugestiva de cardiopatia em 177 (65,3%),
seguida da suspeita no diagnóstico pré-natal em 42 (15,5%). À data do exame 199
(73,4%) apresentavam sopro e 60 (22,1%) estavam assintomáticos. Relativamente à
proveniência, 46,9% dos RN foram orientados do Internamento de cuidados normais e
39,5% da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. A cardiopatia mais frequente foi
comunicação inter-ventricular (CIV) em 119 (43,9%), seguida da persistência canal
arterial em 81 (29,9%), sendo 5 destes RN de termo. Foram identificadas 5 cardiopatias
complexas. Referenciaram-se para Cardiologia Pediátrica 129 (47,6%) casos, com
concordância no diagnóstico em todos. Foi necessário tratamento médico em 26,2% e
cirúrgico em 5,2%.
Discussão: A incidência de cardiopatias foi ligeiramente superior à da literatura
podendo este facto estar associado à inclusão de PCA nos RNPT. A CIV como
cardiopatia mais frequente está de acordo com o esperado. Estes resultados mostram a
vantagem de uma equipa multidisciplinar no rastreio de cardiopatias.
Palavras-chave: cardiopatias congénitas; equipa multidisciplinar; rastreio
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
CO3 - Avaliação da abordagem da Persistência de Canal Arterial no pré-termo
numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Ana Guedes*, Sílvia Álvares**; Elisa Proença*
*Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto;
**Unidade de Cardiologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto
Introdução: A abordagem da persistência do canal arterial (PCA) no RN pré-termo não
é consensual, tendo sido elaborado em 2010 um Consenso Nacional na tentativa de
uniformizar atitudes.
Objetivos: Caracterização dos casos de PCA antes e após introdução do Consenso, na
Unidade Cuidados Intensivos Neonatais da Maternidade Júlio Dinis (UCIN-MJD) de
Março/2008 a Março/2012.
Métodos: Estudo retrospetivo, com recolha de dados a partir do processo clínico.
Avaliaram-se características demográficas, critérios clínicos e ecográficos e terapêutica.
Critérios de exclusão: óbitos nas primeiras 72h de vida e RN transferidos. Grupo 1: RN
com indicação para rastreio; Grupo 2: RN com clínica sugestiva de PCA.
Resultados: Verificaram-se 100 casos de PCA, 73 do grupo 1 e os restantes 27 do
grupo 2.
Grupo 1 (n=73) - Antes de 2010 (n=22), 91% dos RN realizaram ecografia até às 72
horas; apresentaram manifestações hemodinâmicas (HD) 96% e respiratórias 50%.
Tiveram critérios ecográficos de canal com significado hemodinâmico (PCA-HS) 82%.
Fizeram restrição hídrica 91% e indometacina 86%.
Após 2010 (n=51) o rastreio foi feito em 98%, sendo que 80% apresentaram clínica HD
e 39% respiratória. Destes, 63% apresentaram critérios ecográficos de PCA-HS. Todos
os doentes fizeram restrição hídrica, 2% fizeram indometacina e 65% ibuprofeno.
Grupo 2 (n=27) – O sopro foi o motivo de realização de ecocardiograma em 96% dos
casos. Antes de 2010 (n=10) 50% realizou ecografia até às 72h, 80% por manifestações
HD, 20% respiratórias, sendo que 40% tinha critérios de PCA-HS. Fizeram restrição
hídrica 80%, 50% fez indometacina e 10% ibuprofeno.
Após 2010 (n=17) o ecocardiograma foi realizado nas primeiras 72h em 65%, em 82%
por manifestações HD (sopro em 100%) e em 12% respiratórias, sendo que 29% tinham
critérios de PCA-HS. Fizeram restrição hídrica 76% dos casos e 29% fez 1 ciclo de
ibuprofeno.
Não houve complicações relacionadas com a terapêutica. Três doentes do Grupo 1
fizeram laqueação cirúrgica por falência do tratamento médico.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Discussão / Comentários: A percentagem de doentes rastreados foi sobreponível ao
longo dos anos. Desde o Consenso verificou-se uma redução do número de casos
considerados PCA-HS (86vs67%-Grupo 1, 60vs29%-Grupo 2). A restrição hídrica
relativa foi mantida como atitude preventiva, tendo o tratamento farmacológico sido
realizado de acordo com a ecografia em ambos os grupos. Os casos com necessidade de
laqueação cirúrgica ocorreram antes da implementação do Consenso.
Salienta-se a importância da auto-avaliação e a comparação de resultados das UCIN
após a implementação de um Consenso.
Palavras-chave: Consenso; Persistência canal ar
CO4 - Ecocardiografia funcional no dia-a-dia de uma UCIN
Autores:Edmundo Santos1, Anabela Salazar1, Rui Anjos2
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São
Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
2
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de
Lisboa Ocidental, EPE
Introdução: O papel da ecocardiografia em unidades de cuidados intensivos neonatais
mudou consideravelmente nos últimos anos. Tradicionalmente realizada por
cardiologistas pediátricos,tem havido um interesse crescente na sua realização por
neonatologistas como complemento da avaliação clínica do estado hemodinâmico do
recém-nascido. A UCIN do HSFX é um exemplo desta evolução, onde se realizam
ecocardiogramas funcionais desde 2007.
Métodos: Apresentação decurtos casos clínicos que ilustrama utilidade da
ecocardiografia funcional na prática clinica diária de umaUCIN,nomeadamente: 1) na
avaliação hemodinâmica do recém-nascido pré-termo durante o período de transição; 2)
no diagnóstico e avaliação hemodinâmica da persistência do canal arterial 3)na
avaliação e monitorização do recém-nascido com hipoxémia e 4) do recém-nascido
comhipoperfusão/choque.
Conclusão: A utilização da ecocardiografia funcional contribui para a compreensão
fisiopatológica das alterações hemodinâmicas do período neonatal,possibilitando uma
terapêutica ajustada individualmente e permitindo a monitorização da repercussão da
terapêutica no estado hemodinâmico. Constitui uma mais-valia, só possível graças à
excelente colaboração existente entre aUnidade de Cuidados Intensivos Neonatais do
HSFX e o Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Cruz.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Palavras-chave: ecocardiografia funcional, persistência canal arterial, hipoperfusão,
hipertensão pulmonar
Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 2 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 02.
Moderadores: Ana Guedes e Rui Anjos
CO5 - Telemedicina no diagnóstico de Cardiopatias Congénitas - Experiência do
CHTMAD (2005-2011)
Helena Pereira1, Margarida Costa1, Juan Calviño1, Marisa Sousa1, Eurico Gaspar1,
Graça Sousa2, Eduardo Castela2
1-Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real;
2- Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra
Introdução: As cardiopatias congénitas (CC) constituem as malformações congénitas
mais frequentes, sendo responsáveis por 5-10% das mortes no período neonatal. Muitas
destas não têm diagnóstico pré-natal e nascem em Unidades sem apoio de Cardiologia
Pediátrica. A Telemedicina em Cardiologia permite fazer o diagnóstico à distância por
especialista diferenciado, com posterior orientação.
Objetivo: Caracterizar o movimento da teleconsulta de Cardiologia Pediátrica do
CHTMADno período neonatal, de modo a avaliar a importância desta prática clínica na
orientação dos RN.
Métodos: Estudo descritivo retrospetivoefetuado através da revisão dos relatórios dos
ecocardiogramas realizados por Telemedicina entre Outubro/2005 e Dezembro/2011.
Foram analisados os seguintes parâmetros: número de exames, sexo, motivo de
consulta, diagnóstico e orientação.
Resultados: Durante o período analisado, foram realizadas 2049 consultas de
telemedicina, 260 (12,7%) das quais a RN. 56,2% dos RN pertenciam ao sexo
masculino, sendo o principal motivo de referenciação o sopro (72,7%), seguido de
alterações em ecocardiograma prévio (10.2%). A CC mais frequentemente
diagnosticada foi a comunicação interventricular (28.1%). O diagnóstico de CIA foi
obtido em 24,6% dos RN e o de FOP em 16,5%. Em30,4% dos casos, o resultado do
ecocardiograma foi normal. 13 RN (5%) foram transferidos para hospitais mais
diferenciados, sendo o diagnóstico mais frequente a coartação da aorta (30,8%). 31,5%
dos RN tiveram alta após a primeira consulta, tendo 63,5% necessidade de repetição do
exame.
- 18 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Conclusões: A realização de teleconsulta em Cardiologia aos RN permite a deteção
precoce de CC. A possibilidade de ecocardiografia urgente possibilita o diagnóstico e
orientação, com transferência para centro de referência, quando se verifique necessário.
A teleconsulta em Cardiologia esbate carências de recursos especializados e evita
deslocações desnecessárias, com orientação imediata e claro benefício para os doentes,
profissionais de saúde e instituições.
Palavras-chave: cardiopatia congénita, diagnóstico, ecocardiografia, telemedicina.
CO6 - Importância da ecocardiografia numa unidade de cuidados intensivos
neonatais de um hospital distrital
Ana Luísa Rodrigues1, Ana Carvalho1, Paula Maciel1, Fernanda Gomes1, Carlos Pereira
Duarte1
2- Departamento da Mulher e da Criança, Unidade de Neonatologia, Hospital do
Divino Espírito Santo (HDES), EPE, Ponta Delgada, Açores.
Objectivos: A ecografia cardíaca realizada por Neonatologistas entrou na práctica
clínica da Unidade de Neonatologia de Ponta Delgada, nos Açores, a inexistência da
especialidade de cardiologia pediátrica torna a realização deste exame uma mais valia.
Paralelamente, a implementação de um programa de telemedicina com o Hospital de
Santa Cruz, desde 2000, proporcionou inicialmente o treino e ensino à distância e,
actualmente, a transmissão de exames em casos particulares, permitindo consolidar e
validar a realização destes.
Metodologia: Análise retrospectiva descritiva do processo clínico de recém nascidos
(RN) internados na Unidade de Neonatologia de Hospital Divino Espírito Santo-EPE de
1 de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2011, aos quais foi realizada ecografia
cardíaca.
Resultados:
Foram
realizadas
244 ecografias
a 187 RN (média de 1,4
ecocardiografias/doente), 109 das quais em pré-termos (grupo 1) e 78 em RN termo
(grupo 2). No grupo 1 a média da idade gestacional foi 31,4 semanas e o peso médio ao
nascimento 1664g. O motivo do exame foi sopro em 78%, rastreio de doença cardíaca
em 17% e instabilidade hemodinâmica em 5%. O diagnóstico mais frequente foi
persistência canal arterial (PCA) em 51,4%. Realizaram-se 9 transmissões por
telemedicina neste grupo de RN e 5 foram transferidos para outro hospital. No grupo 2
o exame foi efectuado em 49% para rastreio, em 43,5% por sopro e em 7,6% para
avaliação
da
função.O
diagnóstico
- 19 -
mais
frequente
foi
comunicação
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
interauricular/foramen
oval
patente
(42,3%),
PCA
(26,9%)
e
comunicação
interventricular (10,3%). Foram realizadas 10 telemedicinas e 4 RN foram transferidos.
Conclusões: A ecografia realizada por neonatologista é um exame que veio melhorar a
qualidade assistencial da nossa Unidade, possibilitando a orientação terapêutica de
diversas situações, nomeadamente controlo hídrico e tratamento farmacológico de PCA,
bem como o rastreio de cardiopatias congénitas graves que justificam transferência para
centro de referência.
Palavras chave: cardiopatias congénitas, ecocardiografia
CO7 - Avaliação por Cardiologia Pediátrica no período neonatal precoce
Avaliação por Cardiologia Pediátrica no período neonatal precoce
Duarte Rebelo,Cláudia Almeida Fernandes, Maria Inês Domingues,Mónica Rebelo,
Sofia Ferreira, Manuel Ferreira, Rosalina Barroso.
Directora do Departamento de Pediatria: Dra Helena Carreiro
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca,EPE, Amadora
Introdução: O diagnóstico pós-natal precoce de cardiopatia congénita é difícil, pois os
achados clínicos podem ser subtis ou mesmo ausentes.
Objectivo deste estudo foi avaliar a necessidade de observação por Cardiologia
Pediátrica (CP) dos RN considerados de risco, durante o seu internamento na enfermaria
de puérperas, dado que oHospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (HFF)dispõe de apoio
de CP em regime de chamada.
Métodos: Estudo descritivo retrospectivo,baseado na análise dos processos clínicos de
RNadmitidos na enfermaria de puérperas doHFFem 2011, e referenciados para
avaliação por CP no período neonatalprecoce. Foram avaliados motivo e data de
referenciação, diagnóstico definitivo e data de observação.
Resultados: De 3118 RNsforam referenciados à CP408 (13%). Osmotivos foram: sopro
sistólico (56,1%),RNgrandes para a idade gestacional e diabetes gestacional
(14%),suspeita de alterações cardíacas estruturaisnas ecografias fetais (5,6%),
antecedentes familiares de cardiopatia (5,4%), diminuição dos pulsos femurais à
palpação (3,2%).
Em 41,7% dos casos o intervalo entre o pedido e a avaliação foi inferior a 24h. Esta
avaliação foi efectuada aos 2 dias de vida em 28,2% dos casos,a mediana foide 2 dias
(min1-máx 8).
Em 295 RN (83,1%) foram diagnosticadas situações cardíacas normais no período
neonatal,tais como foramen ovale patente (58,1%) e falsa corda do ventrículo esquerdo
(25%);identificaram-se situações patológicas benignas em 113 RN:persistências do
- 20 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
canal arterial (18,1%),comunicação interventricular(5,4%) e comunicaçãointerauricular
(4,2%).Não se diagnosticaram cardiopatias congénitas major.
Comentários: Os motivos para a observação não urgente de RN pela CP são pouco
específicos para a identificação de cardiopatias congénitas graves.
Este estudo evidencia que a observação poderá ser protelada para depois da alta, o que
levou à elaboração de um protocolo de referenciação para uma consulta na primeira
semana de vida.
Palavras-chave: cardiopatia congénita, consulta de cardiologia pediátrica, sopro
cardíaco
CO8 - Emergências cardíacas no período neonatal numa Unidade de Cuidados
Intensivos
Beatriz Maia Vale, Patrícia Mação, Patrícia Vaz Silva, Teresa Dionísio, Alexandra
Dinis, Farela Neves
Unidade de Cuidados Intensivos Torrado da Silva, Hospital Pediátrico de Coimbra
Introdução:As emergências cardíacas no período neonatal constituem um grupo
importante de admissões em unidades de cuidados intensivos neonatais. Podem-se
manifestar clinicamente por choque cardiogénico, insuficiência cardíaca congestiva
(ICC), cianose ou arritmias. As cardiopatias congénitas estruturais potencialmente fatais
são as canal arterial “dependentes”, requerendo terapêutica médica com prostaglandina
E1 (PGE1), intervenção cardíaca percutânea e/ou cirúrgica precoces.
Objectivos: Caracterização epidemiológica, clínica e terapêutica dos recém-nascidos
(RN) admitidos de forma emergente por cardiopatia.
Métodos: Estudo retrospectivo transversal descritivo dos RN internados por patologia
cardíaca numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIPE), de 2002 a 2011.
Foram excluídas as cardiopatias com diagnóstico pré-natal. Foram analisadas variáveis
clínicas e epidemiológicas. Tratamentoestatístico: SPSS 17®.
Resultados: Nos 10 anos do estudo verificaram-se 76 internamentos emergentes de RN
por cardiopatia,com predomínio do sexo masculino(62%). Antecedentes peri-natais com
factores de risco cardiovascular em 12 (diabetes materna: 9). Antecedentes familiares de
cardiopatia em 5. As manifestações clínicas foram cianose(39), ICC(15), choque
(12)earritmia(10). Em 24% dos casos,a clínica ocorreu após a alta da maternidade, em
média aos 13 dias de vida, correspondendo a 9 coarctações/interrupções do arco aórtico
e 8 taquidisritmias, sendo a clínica predominante inicial recusa alimentar.As
cardiopatias cianóticasmanifestaram-se mais precocementecomparativamente com as
outras formas de apresentação, em média às 18 horas de vida vs 8 dias (p<0,05).
- 21 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Realizaram terapêutica com PGE1 76% dos RN, foram submetidos a procedimentos de
intervenção cutânea 28% e intervenção cirúrgica precoce 63%. Registaram-se 4
óbitos.Duração média de internamento na CIPE de 9 dias.
Conclusões: Verificou-seuma maior prevalência de cardiopatias cianóticas(51%), o que
está de acordo com o descrito na literatura, sendo a clínica de apresentação mais
precoce. Registou-se uma grande prevalência de cardiopatias canal-dependentes.O seu
reconhecimento, com instituição de terapêutica precoce determinou o prognóstico, com
baixa mortalidade.
Palavras-chave: Cardiopatias, Emergências, Recém-nascidos, Unidade Cuidados
Intensivos,
Dia 11 de Maio: 8.30 Comunicações Orais 3 – Cirurgia Neonatal: Sala A0.01
Moderadores: José Luis Nunes e Miroslava Gonçalves
CO9 - Hérnia Diafragmática Congénita: experiência de 15 anos
Filipa Flor-de-Lima1, Gustavo Rocha1, Jorge Correia-Pinto2, Joaquim Monteiro2,
Hercília Guimarães1,3
1
Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais,
2
Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital
Pediátrico Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto,
3
Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto
Objetivos: caraterização clínica dos recém-nascidos (RN) com hérnia diafragmática
congénita (HDC) admitidos nos últimos 15 anos, determinação da sobrevida global e
após instituição de um novo protocolo de abordagem terapêutica em 2003.
Métodos: estudo retrospetivo desde Janeiro de 1997 a Dezembro de 2011. Foram
registados dados demográficos, clínicos e foi avaliada a sobrevida global, bem como,
nos períodos de 1997-2003 e 2004-2011. Foram realizadas análises univariadas (teste
qui-quadrado) para um nível de significância 0,05.
Resultados: foram analisados 84 processos clínicos, 44 (52,4%) do sexo masculino,
com idade gestacional de 38 (28-41) semanas e peso ao nascimento 2728 (880-3770)
gramas. Nasceram no nosso hospital 49 (58,3%) RN, 55 (65,5%) tinham diagnóstico
pré-natal sendo a mediana da idade gestacional de diagnóstico 27 (19-38) semanas.
Setenta e um casos (84,5%) apresentaram HDC esquerda, 12 (14,3%) HDC direita e 1
(1,2%) bilateral. Tinham cardiopatia congénita 5 (6%) RN e 3 (3,6%) cromossomopatia.
Foi realizada cirurgia correctiva em 60 (71,4%), tendo efectuado terapêutica com óxido
- 22 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
nítrico inalado 19 (22,6%) RN, sildenafil 14 (16,7%), ventilação de alta frequência
oscilatória 11 (13,1%) e oxigenação por circulação extracorporal 1 (1,2%). O tempo de
internamento foi de 14 (1-167) dias e a sobrevida global foi de 48,8%, sendo que os
sobreviventes eram do sexo masculino em 27 (65,9%) casos (p=0,016) e 36
(87,8%)tinham HDC esquerda (p=0,562) comparativamente aos óbitos. A sobrevida
antes e após 2003 foi de 33,3% e 64,3%, respectivamente (p=0,005). Excluindo outras
anomalias congénitas major, cromossomopatias e RN pré-termo com peso inferior a
2000 gramas, a sobrevida foi de 40,6% até 2003 e de 65,6% depois de 2003 (p=0,045).
Conclusões: no nosso serviço, a sobrevida dos RN com HDC aumentou nos últimos
anos estando associada às novas opções terapêuticas disponíveis. O protocolo usado
desde 2003 permitiu atingir uma sobrevida sobreponível à dos centros de referência
internacionais.
Palavras-Chave: abordagem terapêutica, hérnia diafragmática congénita, sobrevida
CO10 - Atrésia esofágica: experiência de 10 anos num Serviço de Cuidados
Intensivos Pediátricos
Liliana Pinho, Maristela Margatho, Andrea Dias, Maria Francelina Lopes, Farela Neves
Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIPE) do Hospital Pediátrico Carmona da
Mota, Coimbra
Objetivos: caraterização das crianças com atrésia esofágica (AE) admitidas no CIPE no
pós-operatório de cirurgia corretiva e avaliação das suas complicações.
Métodos: estudo descritivo com vertente exploratória e colheita retrospetiva de dados
das crianças no pós-operatório de AE, entre 2002 e 2011. As AE foram classificadas de
acordo com o hiato (curto-HC; longo-HL) e a classificação de Gross. Para a análise
estatística foi usado o SPSS 17.1.
Resultados: foram admitidas 34 crianças, 65% do sexo masculino. A mediana da idade
gestacional foi 36 semanas e do peso ao nascer 2310g. O diagnóstico foi estabelecido
após o nascimento em 27 crianças, 22 no primeiro dia de vida. Registaram-se 9 casos de
HL. Foram detetadas malformações associadas em 19 crianças, sobretudo cardíacas. Os
tipos de AE mais frequentes foram o C (fístula traqueo-esofágica distal, 26) e o A (AE
isolada, 6). As AE de outro tipo que não A foram maioritariamente de HC (p=0.002). A
opção cirúrgica mais frequente foi laqueação de fístula e esófago-esofagostomia
primária (26).
Ao comparar as crianças com AE de HC vs HL verificou-se que: as com HC foram
submetidas a correção cirúrgica mais precocemente (p=0.001), foi menos frequente a
- 23 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
anastomose sob tensão (p<0.001), a duração média da ventilação foi inferior (p=0.001);
não houve diferença significativa relativa à duração de internamento (p=0.057).
Registaram-se
complicações
precoces
em
17
crianças,
sobretudo
refluxo
gastroesofágico e deiscência da anastomose; e tardias em 20, mais frequentemente
estenose esofágica.
Relativamente ao tipo de hiato, as complicações tardias foram mais frequentes nas AE
de HL (p=0.004), no entanto sem diferença na presença de estenose (p=0.066); as
complicações precoces foram semelhantes nos dois tipos de hiato (p=0.118). Não
ocorreram óbitos.
Conclusões: a frequência de malformações associadas obriga a um rastreio sistemático.
As AE de HL tiveram mais complicações tardias, em consonância com o descrito na
literatura.
Palavras-chave: atrésia esofágica, cirurgia, complicações
CO11 - Efectividade da colaboração entre unidades neonatais na assistência após
cirurgia intestinal em recém-nascidos com enterostomia
Daniel Virella1,2, Marília Marques1, Marlene Salvador1, Pedro Garcia1,3, Sofia Nuno1,
Micaela Serelha1
1 – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro
Hospitalar de Lisboa Central.
2 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro
Hospitalar de Lisboa Central.
3 – Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova
de Lisboa.
Objectivo. Avaliar a efectividade do retorno de recém-nascidos (RN) com ostomias
digestivas às unidades neonatais de origem.
Métodos. Coorte histórica de todos os RN admitidos em 2010-2011 numa unidade de
referência cirúrgica neonatal, submetidos a ostomia digestiva. Consulta dos registos
clínicos e de enfermagem.
Resultados. Nos 34 RN com ostomias digestivas, os motivos mais frequentes para a sua
realização foram volvo intestinal (8), enterocolite necrosante - ECN (8), atrésia anorectal (7), perfuração intestinal isolada (6) e ileus meconial (5).
Provinham de outras unidades de cuidados intensivos (UCIN) 24 RN (71%). Dos 23
elegíveis para retorno (68%), 12 (52%) foram transferidos para aguardar cirurgia de
reestabelecimento da continuidade intestinal. A proporção de retorno de RN elegíveis,
- 24 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
nas patologias mais frequentes, variou entre 2:6 (ECN), 4:6 (perfuração isolada) e 2:3
(ileus meconial). Retornaram à UCIN de origem 1:4 com jejunostomia, 10:17 com
ileostomia e 2:7 com colostomia. No retorno, 3:12 tinham nutrição entérica (NE). Não
se verificaram diferenças significativas de peso e idade gestacional (IG) ao nascimento,
idade cronológica e IG corrigida à altura da referenciação, entre os que retornaram ou
não à UCIN de origem.Regressaram à UCIN médico-cirúrgica 10 RN (2 regressaram
para unidade pediátrica); as ostomias estavam bem, excepto um caso com prolapso de
ileostomia. A mediana de espera foi de 28 dias (5-76). O regresso de urgência por suboclusão intestinal ocorreu em 3 RN (30%), em 2 aos 5 e 6 dias após a transferência; os
RN tinham sido operados por ileus meconial (1), perfuração isolada (1) e atrésia
duodenal com atrésia ano-rectal (1); tinham ileostomia (2) e colostomia (1); no retorno,
tinham 29, 30 e 31 semanas de IG corrigida.
Conclusões. A política de retorno à UCIN de origem para aguardar o encerramento de
enterostomias parece ser efectiva e segura.
Palavras-chave: colaboração, efectividade, enterostomias, segurança, transferência.
CO12 - Gastroschisis: Estratificação do risco e avaliação de factores de
prognóstico.
Ana Pita(1), Pedro Garcia(1,2), Daniel Virella(1,3), Maria Knöblich(4), Maria Teresa
Neto(1,2), Paolo Casella(4), Micaela Serelha(1)
1 - Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro
Hospitalar de Lisboa Central.
2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.
3 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro
Hospitalar de Lisboa Central.
4 – Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de
Lisboa Central
Objectivo: Analisar os factores associados à evolução hospitalar dos recém-nascidos
com gastroschisis.
Métodos: Coorte histórica, incluindo todos os casos admitidos numa UCIN, em 23 anos
(1988-2011). Dados dos registos clínicos. Considerou-se “gastroschisis complexa”
(GCx) quando associada a anomalia congénita digestiva (Molik 2001). Análise
bivariada e multivariada por regressão logística e regressão linear.
- 25 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Resultados: Tratados 79 recém-nascidos; houve 6 óbitos (7,6%). 15 casos foram
classificados como GCx.
GCx associou-se consistentemente a maior tempo de internamento (OR 14,6; IC95%
1,95 - 109,58) e ao dia de início da alimentação entérica (AE) (OR 1,14 por cada dia a
mais; IC95% 1,0 - 1,3); nascer fora da instituição associou-se a maior tempo de
internamento (p=0,004).
Duração da nutrição parentérica total (tNPT) associou-se à GCx (OR 30,1 para tNPT >
mediana de 65 dias; IC95% 2,45 - 368,93), ao dia de início da AE (OR 1,2 por cada dia
a mais; IC95% 1,04 - 1,42) e à menor IG (p=0,025).
O tempo até atingir AE exclusiva (tAEe) associou-se ao dia de início da AE (OR 1,53
por cada dia a mais para tAEe > mediana de 41 dias; IC95% 1,07 - 2,19); maior IG
associou-se a menos tAEe (p=0,002).
Serosite ou peeling das ansas intestinais associou-se ao dia de início da AE (OR 0,063
para início > mediana de 15 dias; IC95% 0,007 - 0,565), e peso ao nascer (p=0,001).
Outras associações de significância estatística limiar ou inconsistentes entre métodos
requerem análise em séries maiores.
Conclusões: Existência de anomalias intestinais associadas e a prematuridade
concorrem para pior evolução da gastroschisis. A observação de serosite/peeling
determina início mais tardio de alimentação entérica associando-se também a pior
evolução.
Palavras-chave:
anomalias
associadas,
gastroschisis,
prognóstico.
- 26 -
peeling,
prematuridade,
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Dia 11 de Maio: 14: 30 Comunicações Orais 4: Cirurgia Neonatal: Sala A0.01
Moderadores: Rosalina Barroso e Francelina Lopes
CO13 - Enterocolite necrotisante numa Unidade de Cuidados Intensivos
Neonatais: Quando? Como? Porquê?
Autores: Ana Rita Prior, Cristina Gonçalves, Joana Saldanha, Margarida Abrantes,
Carlos Moniz
Serviço de Neonatologia (Director: Carlos Moniz)
Departamento de Pediatria (Directora: Maria do Céu Machado)
Hospital de Santa Maria - Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE, Lisboa
Objectivos: A enterocolite necrotisante (NEC) ocorre em 6 a 7% dos recém-nascidos
de muito baixo peso (RNMBP), constituindo uma das emergências cirúrgicas mais
frequentes numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN). O objectivo deste
trabalho consiste na revisão dos casos de NEC em RNMBP na UCIN do Hospital de
Santa Maria (HSM).
Métodos: Estudo retrospectivo, transversal, através da análise dos processos clínicos
dos RNMBP com diagnóstico de NEC II/III, internados na UCIN do HSM entre 1 de
Janeiro de 2007 e 29 de Fevereiro de 2012.
Resultados: Foram internados 1330 recém-nascidos (RN), dos quais 283 RNMBP,
tendo sido confirmados 14 casos de NEC (4,9% RNMBP). A incidência de NEC nos
RNMBP aumentou de 1,5 % em 2007 para 9,6% em 2011. A idade gestacional
mediana foi 25 semanas [24-28] e a mediana do peso ao nascer foi 708g [430g-1244g].
A idade média à data do diagnóstico de NEC foi 15,5 dias (SD±10,1; min5-máx.38).
Em 3 doentes (21,4%) identificaram-se alterações da fluxometria umbilical prénatal.
Dez RN realizaram transfusão sanguínea prévia (5 com dois dias, ou menos,
relativamente ao diagnóstico de NEC). Inicio da alimentação entérica previamente à
NEC em 13 RN (92,8%), dos quais 69,2% exclusivamente com leite materno. Três
casos (21%) foram NEC II e 11 (79%) NECIII. Realizou-se drenagem peritoneal em 6
RN e laparotomia em 9 (5 realizaram ambos os procedimentos). A taxa de mortalidade
foi 57,1%.
Conclusões: Os resultados obtidos, nomeadamente incidência e mortalidade, são
concordantes com a bibliografia consultada. Em 36% dos RN a NEC pareceu ter
eventual relação com a transfusão sanguínea de eritrócitos. Contudo, o número reduzido
de casos não permite a confirmação desta associação, descrita recentemente na
literatura. São necessários estudos multicêntricos e prospectivos que permitam
- 27 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
esclarecer melhor a etiologia da NEC, e consequentemente adoptar atitudes que
contribuam para a prevençao desta patologia.
Palavras-chave: Enterocolite necrosante, prematuridade, recém-nascido,
CO14 - Surto de Enterocolite Necrotizante / Retorragias na Unidade de Cuidados
Intensivos Neonatais do Hospital de Faro
Pedro Cruz, Erica Torres, Filipa Belo, Ana Mariano, Maria José Castro
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Faro,
E.P.E.
Introdução: A enterocolite necrotizante (ECN) neonatal caracteriza-se por necrose e
pneumatose intestinal, tratando-se da emergência gastrintestinal mais frequente no
recém-nascido. A etiologia é multifactorial e o aparecimento por surtos sugere causa
infecciosa. Neste estudo pretende-se caracterizar um surto de ECN/retorragias ocorrido
na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) do Hospital de Faro. Métodos:
Estudo retrospetivo descritivo, por consulta dos processos clínicos dos doentes
internados na UCIN, com diagnóstico de ECN e retorragias, entre 2010 e 2011.
Resultados: Foram incluídos 22 prematuros, 13 do sexo masculino, com idade
gestacional média de 30 semanas e peso de nascimento médio de 1377g. Dezassete dos
casos ocorreram em 2011. Identificaram-se 5 casos de ECN I, 8 de ECN II, 5 de ECN
III e 4 de retorragias isoladas. A incidência de ECN II e III em prematuros foi de 1,84%
em 2010 e de 5,62% em 2011. O tempo médio de aparecimento de sintomas foi de 25
dias e, clinicamente, 18 doentes apresentaram retorragias. Cada doente tinha, em média,
5 fatores de risco para ECN. Vinte casos (90%) fizeram fórmula para prematuros (FP) e
5 casos (23%) fizeram fortificante de leite materno antes do aparecimento de sintomas.
Obtiveram-se 11 culturas positivas para vários microrganismos, 9 das quais nos casos
de ECN II/III. Dos doentes com ECN III, um faleceu e os restantes necessitaram de
intervenção cirúrgica. Não se verificaram mais mortes.Discussão: Apesar de terem sido
identificados vários microrganismos em exames culturais, não se identificou nenhum
agente etiológico comum. No entanto, a causa infecciosa não pode ser excluída porque
não foram testados sistematicamente microrganismos responsáveis por surtos de ECN.
A maioria dos doentes fez FP, o que poderá estar associado a ECN, como descrito na
literatura. Os doentes com retorragias isoladas podem ainda corresponder a retocolite
por alergia às proteínas do leite de vaca.
Palavras-chave: Enterocolite; Prematuro; Retorragia.
- 28 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
CO15 - Necrotizing enterocolitis: a 22 years study in a medical-surgical neonatal
centre
Pedro Garcia(1,2), Ana Pita(1), Maria Teresa Neto(1,2), Paolo Casella(3), Micaela Serelha(1)
1 – Neonatal Intensive Care Unit - Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de
Lisboa Central.
2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.
3 – Pediatric Surgery Department, Hospital de Dona Estefânia. Centro Hospitalar de
Lisboa Central
Aim: to assess outcomes of NEC in a tertiary referral neonatal intensive care unit.
Methods and Patients: Observational study, historical cohorts. Four cohorts of patients
were enrolled over 22 years, divided in 4 periods: 1990-1994 (A), 1997-2000 (B), 20012004 (C) and 2005-2011 (D). Data were gathered from a published paper (A), free
communications (B and C) and newly studied (D). NEC grade I was excluded (n=52).
Gestacional age (GA), birth weight (BW), birth place, Bell´s modified classification
stages, surgical intervention, length of stay (LOS), mortality, lethality and sequelae
were studied.
Results: Table
A
B
C
D
(1990-
(1997-
(2001-
(2005-
1994)
2000)
2004)
2011)
Number
17
25
24
48
114
GA(median, limits)
35 (30-41) 30 (23-40)
30(24-37)
28(24-40)
-
2045
1045
965
(519-
(424-
3350)
3060)
NEC – UCIN HDE
BW(median, limits)
(8004200)
1203
(612-3919)
Total
-
(6/17)
(14/25)
(15/24)
(32/48)
(67/114
35%
56%
58%
66%
) 58%
4/17
10/25
10/24
23/48
23%
40%
41%
48%
Inborn/out born
7/10
0/25
6/18
6/42
19/95
Bell’s class (II/III)
4/13
4/21
9/15
7/41
24/90
11
22
15
42
90
(64.7%)
(81.5%)
(62.5%)
(87,5%)
(78.9%
BW <1500g
BW <1000g
Surgically treated
- 29 -
(47/114
)
41%
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
)
Segmental resection+ 11
ostomy
Segmental resection+
primary anastomosis
Peritoneal drain
Peritoneal
drain+
secondary laparotomy
12
31
(91.6%)
(77.3%)
(80%)
(74%)
0
2
0
4
6
0
2
2
5
9
1
1
1
2
5
20
49
42
(1-83)
(1-197)
(1-140)
(2-157)
5/17
10/27
8/24
8/48
(29.4%)
(37%)
(33.3%)
(16.6%)
4/17
4/25
3/24
6/48
(23.5%)
(16%)
(12.5%)
(12,5%)
Lenght of stay (days) 29.5
median
Mortality rate
Lethality
70
17
(77,7%
)
31/114
(27.2%
)
17/114
(14.9%
)
Complications/Sequel
ae
43
(Post NEC strictures) 1/0
(Short
0/0
24/3
bowel
9/6
(45.3%
)
syndrome)
Conclusions: Mortality and lethality rates have decreased over the 22 years period. As
a consequence higher rates of complications and sequelae were found. These findings
ascertain the severity of the disease.
Key Words: Necrotizing enterocolitis, newborn, lethality
- 30 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Posteres em Sala
Dia 10 de Maio: 14.00 Posters em Sala 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0.03
Moderadores: Fátima Menezes e Maria João Baptista
P1 - Taquicardia e má progressão ponderal no período neonatal - Caso clínico
Mónica Jerónimo1, Rita Moinho1, Andrea Dias2, Alice Mirante3, Dolores Faria1
Instituição: 1Maternidade Bissaya Barreto; 2Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Pediátrico Carmona da
Mota; 3Unidade de Endocrinologia do Hospital Pediátrico Carmona da Mota; Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra, E.P.E.
P2 - Lúpus Neonatal com manifestação cardíaca atípica – caso clínico
Sofia Morais, Isabel Santos, Dolores Faria, Fátima Negrão
Serviço de Neonatologia - Maternidade Bissaya Barreto- Coimbra
P3 - Taquicardia Supraventricular Neonatal
Bárbara Pereira, Marta Santalha, Fernando Graça, Maria José Vale
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Centro Hospitalar Alto Ave EPE, Guimarães
P4 - Contribuição da ecocardiografia fetal no diagnóstico das cardiopatias
congénitas
Isis Monteiro¹, G Inocêncio2, E Proença1, S Álvares³, MJ Mendes2, MC Rodrigues2,A Guedes1
(1Serviço de Neonatologia, Maternidade de Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto E.P.E.
[MJD-CHP]; 2Centro de Diagnóstico Pré-Natal, MJD-CHP; 3Serviço de Cardiologia Pediátrica,
Hospital Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto E.P.E.)
P5 - Taquicardia supraventricular neonatal – diagnóstico pré-natal de hidrópsia
fetal
António Salgado1, Duarte Malveiro1, Marta Aguiar2, Anabela Salazar2, Graça Nogueira3, Rui Anjos3
Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
2
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, EPE
3
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
1
P6 - Bloqueio auriculoventricular completo congénito - do diagnóstico pré-natal ao
tratamento
Vivian Gonçalves1, Ana R. Araújo2, Marta Aguiar3, Edmundo Santos3, Maria José Carneiro3, Rui Anjos2
1
Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.
2
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.
3
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro
Hospitalar Lisboa Ocidental.
P7 - Cirurgia cardíaca em recém- nascidos: 1 ano de experiência em Angola.
Gamboa IL; Airosa LF; Nunes MA; Rebelo M; Ferreira M; Ekumba JA; Magalhaes MP.
Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 2: Neonatologia: Sala A1.15
Moderadores: Isabel Verdelho e Elisa Proença
P8 - Prematuridade tardia e morbilidade clínica: estudo prospetivo
Cláudia Almeida, Helena M. Silva, Luísa Carreira, Gilberta Santos
Serviço de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto
Director – Dr. Pombeiro Veloso
- 31 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P9 - Prematuridade tardia – estarão eles preparados para nascer?
Lígia Paulos, Lina Winckler
Instituição:Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Leiria – Pombal, Leiria. Diretor do Serviço: Dr. Bilhota
Xavier
P10 - Morbilidade em Prematuros Tardios – Casuística de uma Maternidade de
nível III
Joana Serra Caetano1, Sara Ferreira1, Sofia Morais2, Gabriela Mimoso2
1. Hospital Pediátrico de Coimbra
2. Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra
P11 - Morbimortalidade em Prematuros Tardios Leves para a Idade Gestacional
versus Adequados à Idade Gestacional
Sara Ferreira, Joana Serra Caetano, Sofia Morais, Gabriela Mimoso
Filiação: Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto, CHUC – Coimbra
P12 - Management and Outcome of Extremely Premature Infants
Maria Isabel Sá - Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,
Miguel Fonte - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Transporte InterHospitalar Pediátrico do Norte, Centro Hospitalar São João, Porto,
Joaquim Saraiva - Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,
Cármen Carvalho - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,
Paula Soares - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,
Alexandra Almeida - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,
Ana Januário - Departamento de Matemática, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Gabinete de Estatística,
Modelação e Aplicações Computacionais – Centro de Matemática da Universidade do Porto, Porto,
Sónia Gouveia - Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro e Gabinete de Estatística, Modelação e Aplicações
Computacionais – Centro de Matemática da Universidade do Porto, Porto,
P13 - Procedimentos e analgesia numa unidade de cuidados intensivos neonatais
Maria Inês Santos1, Pedro Mendes2, Ana Bettencourt3, Teresa Tomé3
1 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Teotónio, Centro Hospitalar de Tondela – Viseu, E.P.E. – Viseu
2 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Bernardo, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. – Setúbal
3 – Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. – Lisboa
P14 - Transferências in útero numa Unidade de Apoio Perinatal Diferenciado
Filipa Correia, Alice Freitas, José Luís Fonseca, Maria José Costeira
Serviço de Neonatologia; Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães;
Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 3: Neonatologia: Sala A1.16
Moderadores – Albina Silva e Gustavo Rocha
P15 - Transferências inter-hospitalares numa Unidade de Neonatologia- casuística
de 2 anos
Marta Santalha, Ângela Dias, Liliana Branco, Agostinha Costa
Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave- Guimarães
P16 - Transfusão Feto-Materna: uma entidade sub-diagnosticada?
Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Elisa Proença*, José Barbot**, Carmen Carvalho*
*Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto; **Serviço de Hematologia
Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto
P17 - Neutropenia em gémeas – uma coincidência?
Sónia Santos, Patrícia Lapa, Raquel Henriques, Eulália Afonso, Rosa Ramalho
Unidade de Cuidados Intensivos de Recém-Nascidos – Maternidade Daniel de Matos – CHUC – Coimbra
- 32 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P18 – Ventilação não invasiva precoce – avaliação do último ano nos cuidados
intensivos neonatais da Maternidade Julio Dinis
Cátia Sousa, Inês Sobreira, Carmen Carvalho, Elisa Proença
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Neonatologia, Maternidade Julio Dinis- Centro Hospitalar do
Porto.
P19 - Hipoglicemia neonatal: experiência de três anos de uma Unidade Neonatal
Liliana Branco, Sandra Rodrigues, Marta Santalha, Ângela Dias, José Luís Fonseca
Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave – Guimarães
P20 - Incontinência pigmentar- um caso clínico
Brígida Amaral- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Inês Vaz Matos- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Susana Machado-Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dra. Manuela Selores,
Dulce Oliveira-Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Paula Soares- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Márcia Martins- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Manuela Santos-Serviço de Neuropediatria do Centro Hospitalar do Porto – Director Dra Teresa Temudo,
Gilberta Santos- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 4 : Cirurgia Neonatal: Sala A1.15
Moderadores: Pedro Silva e João Moreira Pinto
P21 - Apendicite Neonatal – A propósito de um caso clínico
Clara Machado1, Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Liliana Pinheiro1, Daria Rezende1, Carla Sá1, Eduarda Abreu1,
Albina Silva1, Matos Marques1, Almerinda Pereira1, Correia Pinto2
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
2
Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga
P22 - Perfuração intestinal espontânea em Recém-nascido
Maria Inês Mascarenhas1, Susana Pacheco1, Ana Paula Alves1, Bruno Cardoso1, Alexander Samay2, Olga Voutsen1,
Rosalina Barroso1
1.Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
2.Unidade de Cirurgia Pediátrica
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca EPE, Lisboa, Portugal-Directora: Dra. Helena Carreiro
P23 - Enterocolite necrotizante após transfusão de concentrado eritrocitário - a
propósito de um caso
Susana Moleiro1, Catarina Timóteo2, Gonçalo Cassiano3, Filomena Pinto3, Cristina Matos3, Teresa Tomé3
1-Hospital de Faro
2-Hospital Santo André, Leiria
3-Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa
P24 - Hérnia diafragmática congénita de apresentação tardia
Maria João Magalhaes1,Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Carla Sá1, Albina Silva1, Almerinda Pereira1, Jorge CorreiaPinto2
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital de Braga
Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga
2
P25 - Massa abdominal com hipertensão
Catarina Mendes1, Alexandra Sequeira1,Clara Vieira1,Raquel Cardoso1, Susana G. Sousa1, Cristina Miguel1, João
Ribeiro Castro2
1
Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Médio Ave, Unidade de Famalicão
P26 - Tumefacção Dorso-lombar Congénita – que diagnóstico?
Joana Oliveira1, Andreia Barros2, Henrique Leitão2, Edite Costa2, José Luís Nunes2 Carla Pilar3, Cícero Silveira4,
1- Serviço de Pediatria
2- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos
3- Unidade de Cirurgia Pediátrica
4- Serviço de Neurocirurgia
Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal
- 33 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P27 - Quando o choro parece estranho…
Ana Brett, Maria Teresa Dionísio, Miguel Félix, Farela Neves
Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra
Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 5: Cirurgia Neonatal: Sala A1.16
Moderadores: Rei Amorim e Tiago Coelho
P28 - Hemotórax – apresentação rara de neuroblastoma congénito
Joana Jardim1,2, Gustavo Rocha1, Susana Pissarra1,2, Maria Bom Sucesso3, Hercília Guimarães1,2
1- Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital Pediátrico Integrado, Centro Hospitalar São
João, Porto
2- Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto
3 - Unidade de Hemato-Oncologia Pediátrica, Serviço de Pediatria, Hospital Pediátrico Integrado,
Centro Hospitalar São João, Porto
P29 - Quando a clínica é sugestiva e o diagnóstico endoscópico difícil – dois casos clínicos
cirúrgicos
M.Amado4,I.Macedo1, E.Fernandes1, O.Santos2, H.Sá-Couto3, C.Borges3, P.Casella3, T.Tomé1
Departmento de Neonatologia, Maternidade Dr Alfredo da Costa;
2
Departmento de Pneumologia, Hospital de Dª Estefânia;
3
Departmento de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dª Estefânia;
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
4
Departmento de Pediatria do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE
1
P30 - Má rotação intestinal com vólvulo mesentérico no período neonatal
Arnaldo Cerqueira1, Nuno Ferreira1, Dária Rezende1, Eduarda Abreu1, Carla Sá1, Albina Silva1, Almerinda Pereira1,3,
José Luís Carvalho2, Jorge Correia Pinto2,3
1- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Braga
2- Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga
3- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Escola de Ciências da Saúde, Universidade
do Minho, Braga, Portugal; ICVS/3B’s – Laboratório Associado, Braga/Guimarães, Portugal
P31 - Um quisto pouco visto.
Sara Pimentel Marcos1, Ana Vaz2, Maria do Rosário Cancella de Abreu2, Guilhermina Ladeira3, Fátima Alves4, Rui
Alves4, Eduarda Reis2
1- Serviço de Pediatria- Hospital de São Francisco Xavier, CHLO, EPE, Lisboa; 2- Unidade de Neonatologia,
Serviço de Pediatria- HPP Hospital de Cascais; 3- Serviço de Ginecologia-Obstetrícia- HPP Hospital de Cascais 4Serviço de Cirurgia Pediátrica- Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE, Lisboa.
P32 - Obstrução Meconial do Prematuro – O que sabemos?
Teresa Jacinto1, Eduardo Fernandes1, Cristina Borges2, Teresa Tomé1, Paolo Casella2
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Centro Hospitalar Lisboa
Central2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Hospitalar Lisboa Central
1
P33 - Persistência do úraco: caso clínico
Andreia Barros1, Joana Oliveira1, Filipa Freitas2, Carla Pilar2, Fátima Alves2, Cremilda Barros3, Henrique Leitão1,
Edite Costa1, Carmo Camacho1, José Luís Nunes1
1
Unidade de Cuidados Intensivos e Pediátricos, Serviço de Pediatria
2
Unidade de Cirurgia Pediátrica, Serviço de Pediatria
3
Serviço de Ginecologia e Obstetrícica
Hospital Central do Funchal
- 34 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Dia 10 de Maio: 14.00 Posters em Sala 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0.03
Moderadores: Fátima Menezes e Maria João Baptista
P1 - Taquicardia e má progressão ponderal no período neonatal - Caso clínico
Autores:Mónica Jerónimo1, Rita Moinho1, Andrea Dias2, Alice Mirante3, Dolores Faria1
Instituição:
1
Maternidade Bissaya Barreto;
2
Unidade de Cuidados Intensivos do
Hospital Pediátrico Carmona da Mota; 3Unidade de Endocrinologia do Hospital
Pediátrico Carmona da Mota; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E.
Introdução: A doença de Graves é a causa mais comum de hipertiroidismo na mulher
em idade fértil. Caracteriza-se pela presença de imunoglobulinas séricas que estimulam
o receptor da tirotropina (TRAbs) e atravessam a placenta. Quando não controlada tem
consequências graves, causando hipertiroidismo neonatal em aproximadamente 2% dos
recém-nascidos (RN).
Descrição do caso: RN do sexo masculino, fruto de segunda gestação vigiada,com
serologias inocentes e ecografias pré-natais sem alterações. Mãe com Doença de Graves
diagnosticada um ano antes, medicada com fármacos antitiroideus, mal controlada
durante a gravidez. Parto por cesariana por sofrimento fetal agudo às 37 semanas de
gestação, com boa adaptação à vida extrauterina, leve para a idade gestacional. Período
neonatal precoce sem intercorrências. Ao exame físico sem sinais de doença tiroideia.
Estudo laboratorial realizado no primeiro dia de vida no sangue do cordãoumbilical
mostrou diminuição da tirotropina (TSH), valor normal de tiroxina livre (T4L) e
aumento de TRAbs. Observado em consulta de Endocrinologia Pediátrica ao 12º dia de
vida, onde se constatou taquicardia, hipertensão arterial, má progressão ponderal,
irritabilidade e sono agitado. Laboratorialmente apresentavavalores de TRAbs a
diminuir mas elevação das hormonas tiroideias e diminuição de TSH, compatível com
hipertiroidismo. A ecografia cervical mostrou tiroide de morfologia globosa com
ecoestrutura normal. Internado na Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos,
medicado com propanolol durante 2 dias e metimazol, verificando-se boa evolução
clinica e laboratorial. Manteve terapêutica com metimazol durante 4 meses, com
normalização progressiva dos valores das hormonas tiroideias, TSH e TRAbs,
verificando-se eutiroidismo.
Discussão/conclusão: A Doença de Graves materna mal controlada pode ter
consequências nefastas para o feto e RN pela passagem transplacentar de TRAbs,
provocando hipertiroidismo fetal e neonatal. É fundamental a monitorização dos valores
- 35 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
de TRAbs maternos durante a gravidez e a avaliação da função tiroideia no RN de modo
a instituir uma terapêutica precoce.
Palavras-chave: doença de Graves;hipertiroidismo neonatal
P2 - Lúpus Neonatal com manifestação cardíaca atípica – caso clínico
Sofia Morais, Isabel Santos, Dolores Faria, Fátima Negrão
Serviço de Neonatologia - Maternidade Bissaya Barreto- Coimbra
Introdução: O lupus neonatal (LN) é uma doença imunológia rara que resulta da
passagem para o feto através da placenta de auto-anticorpos maternos anti –SSa/Ro e/ou
anti- SSB/La. O LN pode apresentar-se com alterações cutâneas, hepáticas, cardíacas ou
hematológicas. Os autores apresentam um caso de LN com manifestações cutâneas e
cardíacas atípicas.
Descrição Caso: Mãe saudável, gravidez vigiada sem intercorrências. Parto por
cesariana às 40 semanas; nasce bem mas com lesões petequiais/purpúricas, discóides e
eritemato-descamativas localizadas preferencialmente na face e couro cabeludo e lesões
maculo-papulares nas palmas e plantas. Apresentava hepatoesplenomegália e
trombocitopenia. Nas primeiras horas de vida teve quadro de dificuldade respiratória
com necessidades de O2 suplementar. O electrocardiograma era normal mas o
ecocardiograma era compatível com hipertensão pulmonar, com focos hiperecogénicos
do músculo papilar anterior do ventrículo esquerdo e do folheto lateral da tricúspide.
Dado o quadro clínico do recém nascido e síndrome febril sem foco da mãe associado a
lesões vasculíticas distais, evocou-se o diagnóstico de LN – os anticorpos antinucleares, anti –SSa/Ro e anti- SSB/La foram positivos em ambos. Teve melhoria do
quadro respiratório na primeira semana de vida e normalização das plaquetas ao fim de
15 dias. Regressão progressiva das lesões com evolução para hiperpigmentação. 1 mês e
meio depois é reavaliado pela cardiologia que diagnostica uma insuficiência mitral
ligeira-moderada com necessidade de medicação com diuréticos até ao estado actual (2
anos).3 meses depois do parto, foi feito o diagnóstico de Síndrome de Sjogren na mãe.
Discussão/Conclusão: Nos casos em que não temos um diagnóstico prévio de doença
imunológica na mãe, evocar LN exige um elevado grau de suspeição. Salienta-se a
importância do seguimento da mãe, já que a maioria é assintomática na altura do parto e
do risco elevado de recorrência em gestações futuras.
Palavras-chave: anticorpos maternos, insuficiência mitral, lupus neonatal
- 36 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P3 - Taquicardia Supraventricular Neonatal
Bárbara Pereira, Marta Santalha, Fernando Graça, Maria José Vale
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Centro Hospitalar Alto Ave EPE,
Guimarães
Introdução: As arritmias sintomáticasno períodofetal e no períodoneonatal não são
raras, encontrando-se em 1-3% de todas as gravidezes e em 1-5% dos recém-nascidos.
A arritmia sintomática mais comum do período neonatal éa taquicardiasupraventricular
(TSV). Esta pode manifestar-seantes do nascimentocomo taquicardiafetal e/ouhidropsia
fetal não imuneinexplicável,ou no períodoneonatal, variando entre a ausência de
sintomas até aocolapsocardiovascular súbito.
Materiais e métodos: Foi efetuada a análiseretrospetiva dos processos clínicosdos
recém-nascidos (RN) internadosnaUnidade de Cuidados Intensivos Neonatais entre 1 de
Novembrode 2009 e31 de Outubro de 2011, com odiagnóstico final deTSV.
Resultados:Dos
cinco
RN
comTSV,dois
apresentarammanifestaçõespré-nataise
trêsmanifestações clínicas neonatais (dificuldade alimentar,vómitos, cianose e
dificuldade respiratória). No eletrocardiograma realizado durante o episódio
agudo,todos
apresentavamcomplexosQRSestreitos
comfrequência
cardíaca
máximavariandode 240 a350bpm. A adenosina reverteu para ritmo sinusal todos os
episódios
de
SVT.Quatro
RNiniciaram
tratamentocrónico,
que
foi
retirado
gradualmentedurante o primeiro anode vida. A avaliação por CardiologiaPediátrica foi
realizada em todos os RN e nenhum apresentavaanomalias estruturais oupré-excitação.
Três tiveram o diagnóstico de taquicardiade reentrada auriculoventriculare dois de
taquicardia auricular.
Conclusão: Os profissionais de saúde devem estar familiarizados com as alterações
mais comuns do ritmo/condução que podem afetar os fetos/recém-nascidos uma vez que
o diagnóstico e tratamento atempados resultam num bom prognóstico a curto e longo
prazo.
Palavras-chave: Recém-nascido, Ritmo, Taquicardia supraventricular, UCIN
- 37 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P4 - Contribuição da ecocardiografia fetal no diagnóstico das cardiopatias
congénitas
Isis Monteiro¹, G Inocêncio2, E Proença1, S Álvares³, MJ Mendes2, MC Rodrigues2,A
Guedes1
(1Serviço de Neonatologia, Maternidade de Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto
E.P.E.
[MJD-CHP]; 2Centro de Diagnóstico Pré-Natal, MJD-CHP; 3Serviço de Cardiologia
Pediátrica,
Hospital Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto E.P.E.)
Introdução: A cardiopatia congénita (CC) é a malformação congénita mais frequente,
com uma incidência de 6-21:1000 nados-vivos. A ecocardiografia é um valioso meio de
diagnóstico para a avaliação do sistema cardiovascular fetal, permitindo orientar a
conduta obstétrica e perinatal face a eventuais anomalias detectadas.
Objectivos: Avaliação da incidência de CC nos recém-nascidos sujeitos a
ecocardiograma pré- natal na MJD-CHP, bem como da acuidade diagnóstica da
ecocardiografia pré-natal na sua detecção.
Métodos: Análise retrospectiva dos processos dos RN que realizaram ecocardiograma,
enviados por dúvidas no exame pré-natal, nos anos de 2009 e 2011.
Resultados: No período estudado, a incidência de CC na MJD-CHP foi de 17,2:1000
nados- vivos, sendo o diagnóstico de comunicação interventricular o mais frequente
(72,7%). Em 75,4% o diagnóstico de CC foi pós-natal. Destes, 10,8% (9 casos) tinham
ecocardiograma pré-natal normal. No mesmo período, 1222 grávidas foram sujeitas a
ecocardiograma fetal, das quais 128 foram orientadas para realização de ecocardiografia
pós-natal. O motivo de referenciação foi em 34 RN (26,6%) suspeita pré-natal de CC,
em 37 RN (28,9%) limitação técnica no exame pré-natal e em 57 RN (44,5%), dúvidas
ecográficas menores. No grupo com suspeita de CC, o diagnóstico foi confirmado em
27 casos. A sensibilidade e especificidade da ecocardiografia pré-natal foram,
respectivamente, 75,0% e 99,2%, com valor preditivo positivo de 79,4% e valor
preditivo negativo de 99,2%.
Conclusão: A ecocardiografia fetal demonstrou uma elevada especificidade no
diagnóstico de CC, embora com menor grau de sensibilidade; para esta última
contribuiu o número significativo de falsos negativos (correspondentes a CC simples).
Não obstante, a ecocardiografia fetal mantém-se um bom método de diagnóstico de CC,
permitindo o aconselhamento pré-natal e a orientação dos recém-nascidos afectados.
- 38 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Todavia, a elevada taxa de detecção pós-natal de CC reforça a importância de um bom
rastreio ecográfico obstétrico tendo em vista a referenciação atempada para
ecocardiografia fetal.
Palavras-chave: ecocardiografia fetal, ecocardiografia neonatal, cardiopatias.
P5 - Taquicardia supraventricular neonatal – diagnóstico pré-natal de hidrópsia
fetal
António Salgado1, Duarte Malveiro1, Marta Aguiar2, Anabela Salazar2, Graça
Nogueira3, Rui Anjos3
1
Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa
Ocidental
2
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São
Francisco Xavier, EPE
3
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de
Lisboa Ocidental, EPE
Introdução - As arritmias neonatais têm uma incidência de 1 a 5% e são geralmente
benignas. A taquicardia supraventricular (TSV) é a arritmia sintomática mais frequente;
nas situações prolongadas ou persistentesin uteropode condicionarinsuficiência cardíaca
e hidrópsia fetal.
Descrição do Caso - Recém-nascido do sexo masculino, gestação de36s+5d, vigiada,
sem intercorrências. Ecografia obstétrica às 36s+4d com diagnósticode taquicardia e
hidrópsia fetal, com ascite, derrame pericárdico e pleural. Ecocardiograma fetal com
TSV paroxística comcurtos períodos de ritmo sinusal. Internamento no serviço de Alto
Risco Obstétrico e início de terapêutica com sotalol. Cesariana de urgência por
cardiotocograma com baixa variabilidade da frequência cardíaca (FC) registando 130140 bpm. Recém-nascido com peso ao nascer de 3142 g, índice de Apgar 5/8, com
necessidade de ventilação por tubo traqueal, FC±260bpm, em anasarca. Ecocardiograma
com má função sistólica e regurgitação mitral moderada. Iniciou terapêutica com
amiodarona em perfusão e digoxina oral, sem resposta inicial mantendo TSV persistente
em D1.Sem resposta a manobras vagais, necessitando múltiplas doses de adenosina com
conversão transitória a ritmo sinusal. Nas primeiras horas verificou-se agravamento
progressivo da instabilidade hemodinâmica com necessidade de ventilação invasiva,
expansores de volémia,suporte dopaminérgicoe bicarbonato. Conversão a ritmo
sinusalcerca das 24 h de vida, mantendo episódios paroxísticos de TSV de D2-D5.
Ritmo sinusal desde D5. Como intercorrência, salienta-se sepsis com enterocolite
necrosante IAem D6. Alta em D21 medicado com amiodarona e digoxina. Realizou
- 39 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Holteraos 2 meses, em ritmo sinusal.Actualmente com 5 meses, clinicamente bem, sob
terapêutica com amiodarona e digoxina.
Discussão - Apesar daTSV fetal mantida, com hidropsia fetal, de difícil controlo pósnatal e grave instabilidade hemodinâmica nas primeiras 24 horas de vida, houve uma
boa evolução após conversão a ritmo sinusal. Para este resultado foi determinante
aabordagem conjunta pelaNeonatalogia e Cardiologia Pediátrica.
Palavras-chave: Taquicardia supraventricular paroxística, hidrópsia fetal, arritmia fetal
P6 - Bloqueio auriculoventricular completo congénito - do diagnóstico pré-natal ao
tratamento
Vivian Gonçalves1, Ana R. Araújo2, Marta Aguiar3, Edmundo Santos3, Maria José
Carneiro3, Rui Anjos2
1
Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa
Ocidental.
2
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa
Ocidental.
3
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São
Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.
Correspondência: Vivian Gonçalves - [email protected].
Introdução - O bloqueio auriculoventricular (AV) completo congénito é uma das
causas mais frequentes de bradicardia mantida no período fetal e neonatal. Associa-se a
doença estrutural cardíaca em cerca de 50% dos casos, como defeitos do septo AV;
nestas situações, o risco de morte é elevado, pelo que o diagnóstico pré-natal permite a
referenciação para centros de apoio perinatal diferenciado e multidisciplinar. Os casos
sintomáticos podem ter indicação para pacemaker.
Descrição do caso - Recém-nascida de termo (37 sem + 4 d) do sexo feminino, com
diagnóstico pré-natal de defeito completo do septo AV e provável anomalia de situs às
18 semanas e de bloqueio AV completo congénito às 35 semanas; cariotipo sem
alterações. Mãe com 26 anos, gesta 1, diabetes gestacional sob insulina desde as 24
semanas. Indução maturativa fetal com betametasona. Referenciada ao HSFX para
cesariana eletiva, com reunião de equipa de Obstetrícia, Neonatologia, Cardiologia
Pediátrica, com Anestesiologia e Cirurgia Cardiotorácica em standby, e preparação de
sala operatória na Unidade de Neonatologia para eventual colocação de pacemaker após
o nascimento. Confirmação diagnóstica de BAV completo com frequência ventricular
de 57-60 bpm, defeito completo do septo AV, isomerismo esquerdo e canal arterial
- 40 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
patente com estabilidade clínica inicial, que condicionou atitude expectante.
Insuficiência cardíaca congestiva de agravamento progressivo, com terapêutica diurética
e suporte ventilatório com CPAPn. Transferência para o Hospital de Santa Cruz, para
colocação de pacemaker epicárdico e laqueação do canal arterial em D8. Cirurgia sem
intercorrências, exceto atelectasia pulmonar esquerda transitória.
Discussão - O caso clínico apresentado revela a importância do diagnóstico pré-natal de
doenças cardíacas congénitas que requerem intervenção imediata pós-natal. A
referenciação para centros de apoio perinatal diferenciado e articulação de equipas
multidisciplinares materno-infantis, são etapas essenciais para optimizar a abordagem e
o prognóstico destas situações.
Palavras-chave: bloqueio auriculoventricular completo congénito, diagnóstico prénatal, pacemaker
P7 - Cirurgia cardíaca em recém- nascidos: 1 ano de experiência em Angola.
Autores: Gamboa IL; Airosa LF; Nunes MA; Rebelo M; Ferreira M; Ekumba JA;
Magalhaes MP.
Filiações: Serviço de Cirurgia Cardíaca da Clínica Girassol Luanda.
Objectivos: Estima-se que dos 748.000 nados vivos nascidos em Angola em
2011,2000-3000 tenham cardiopatia congénita critica. Avaliar a taxa de detecção das
cardiopatias congénitas desde o início do programa de Cirurgia Cardíaca e Cardiologia
Pediátrica do Serviço de Cirurgia Cardíaca da Clínica Girassol em Luanda- República
de Angola.
Métodos: Fomos avaliar o diagnóstico, modo de apresentação e tratamento dos recémnascidos (RN) com cardiopatia referenciados de Abril de 2011 a 2012.
Resultados: De um total de 423 crianças operadas, 15 eram RN, 3 (0.7%) foram
submetidos a cateterismo cardíaco terapêutico e 11 (2.6%) foram submetidas a cirurgia
cardíaca. As cardiopatias congénitas mais frequentes foram Shunt Esquerdo –Direito (6)
, Transposição das Grandes Artérias (2),Obstáculo críticos ,Esquerdos (2) e Direito (1),
Retorno Venoso Pulmonar Anómalo total
(1). Oito RN apresentavam 2 ou mais
cardiopatias congénitas críticas associadas. Seis do sexo masculino com idade, peso
médio de 18 dias e 3.1 Kg. Em 10 (90%) casos as cirurgias foram correctivas. O tempo
médio de internamento na Unidade de Cuidados Intensivos foi de 10 dias. A taxa de
mortalidade foi de 4,49%.
- 41 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Conclusões: A taxa de detecção de cardiopatias congénitas é baixa. Angola é um dos
poucos países Africanos que já tem um programa de Cirurgia Cardíaca e Cardiologia
Pediátrica especializado. A detecção precoce e o diagnóstico pré-natal vai diferenciar a
sobrevida das crianças e diminuição da mortalidade perinatal.
Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 2: Neonatologia: Sala A1.15
Moderadores: Isabel Verdelho e Elisa Proença
P8 - Prematuridade tardia e morbilidade clínica: estudo prospetivo
Cláudia Almeida, Helena M. Silva, Luísa Carreira, Gilberta Santos
Serviço de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto
Director – Dr. Pombeiro Veloso
Introdução: Os recém-nascidos pré-termo tardios (RNPTT), com idade gestacional
entre 34+0 e 36+6semanas, são imaturos do ponto de vista fisiológico e metabólico e tem
características específicas, com risco acrescido de morbilidade e mortalidade.
Objetivos: Identificação dos fatores de risco e principais tipos de morbilidade neonatal
associados aos RNPTT.
Métodos: Estudo prospetivo dos RNPTT nascidos entre Janeiro e Dezembro de 2011,
na Maternidade Júlio Dinis, avaliando dados relativos à gravidez e ao período neonatal.
Resultados: Em 2011, verificaram-se 3512 nascimentos, 245(7%) correspondentes a
RNPTT. Estes representaram 58% dos RN prematuros e foram responsáveis por 28%
dos internamentos em Unidade de Cuidados Intensivos/Intermédios Neonatais
(UCI/UCE). Foram incluídos 184 RNPTT, filhos de mães saudáveis (85,6%), com
patologia na gravidez em 95(51,6%).
O parto foi por cesariana em 92(50%).
Necessitaram de reanimação 51(27,7%) e internamento em UCI/UCE 90(52,6%) RN.
Quanto à morbilidade verificou-se: icterícia em 140(76,9%); dificuldades alimentares
em 72(39,6%); dificuldade respiratória em 44(24%), ventilação invasiva em 1 e
ventilação não invasiva em 25(56,8%); hipoglicemia em 30(16,4%); sépsis neonatal
precoce em 11(6%). A corticoterapia pré-natal efectuada em 43(23,4%) casos, associouse a menor ocorrência de dificuldade respiratória (12 vs 32). A primeira ecografia
transfontanelar revelou hiperecogenicidade periventricular em 22(12,8%), persistente
em 4(2,3%) e em 1 caso hemorragia intraventricular. Após a alta, 14(7,5%) dos RNPTT
foram reinternados, sendo o principal motivo a icterícia. Estabeleceu-se um protocolo
de seguimento até aos 24 meses de idade pós-menstrual (IPM), em que a primeira
- 42 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
consulta foi realizada entre as 36 e 44 semanas. Com 1 mês de IPM, apenas 2(2%)
apresentavam atraso do desenvolvimento psicomotor.
Conclusão: Foi encontrada patologia na gravidez em 51.6% dos casos e cerca de
metade dos RNPTT nasceram por cesariana. A taxa de internamento e reinternamento
foi considerável neste grupo. De salientar a frequência da morbilidade respiratória, da
icterícia e das dificuldades alimentares.
Palavras-chave: morbilidade, neonatal, prematuros tardios
P9 - Prematuridade tardia – estarão eles preparados para nascer?
Autores:Lígia Paulos, Lina Winckler
Instituição:Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Leiria – Pombal, Leiria.
Diretor do Serviço: Dr. Bilhota Xavier
Introdução:De todos os nascimentos, os Pré termos Tardios (PTT), entre as 34 e as 36
semanas, são o grupo em maior e mais rápido crescimento. Estão associados a um
aumento significativo da mortalidade e morbilidade comparativamente com os recémnascidos de Termo (RNT).
Objetivos: 1.Analisar os nascimentos no CHLP e respetiva idade gestacional (IG) entre
01/01/2008 e 31/12/2010. 2.Analisar os PTT internados na Unidade de Cuidados
Especiais Pediátricos (UCEP) do Centro Hospitalar Leiria Pombal (CHLP) nesse
período. 3.Comparar a morbilidade dos PTT com os RNT.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo descritivo. Através da Base de Dados da
UCEP obtidos os internamentos distribuídos por IG naquele período, consulta da nota
de alta e formação de 2 grupos: PTT (IG ≥34s e <37s) e RNT (IG≥ 37s), excluídos
IG<34s. Analisados os grupos segundo demografia, morbilidade e tratamento. Obtido o
nº de nascimentos ocorridos de 2008 a 2010 segundo IG e tipo de parto.
Resultados: Nº decrescente de nascimentos com estável nº prematuros ao longo dos
anos. (1:6 nascimentos). Cinco por cento dos nascimentos/ano são PTT correspondendo
a 87% dos pré-termos nascidos. Os PTT ficam mais frequentemente internados (p
<0,005), com duração de internamento semelhante. Um em cada 3 nascidos/ano o parto
foi por cesariana. As cesarianas são efetuadas em 30% dos PTT, percentagem
semelhante à dos RNT. Nº estável de internamentos na UCEP ao longo dos anos. Os
PTT ficam mais frequentemente internados (1 em cada 3 PTT e 1 em cada 17 RNT)com
duração de internamento semelhante (p <0,005). Os PTT têm mais frequentemente
- 43 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
PN<2500g (p <0,005), mais HBRB, Dificuldades Alimentares e TTRN (p <0,005)
comparativamente com os RNT . Os PTT fazem mais exames analíticos (p <0,005) que
os RNT, mais fluidoterapia e antibioterapia
(p>0,005), e necessitam mais
frequentemente de O2 suplementar, de iniciarem nCPAP ou de serem submetidos a
ventilação invasiva (p >0,005).
Conclusão: Os PTT representam a maioria dos Pré-termos nascidos no CHLP e estão
associados a um aumento da morbilidade comparativamente com os RNT.
P10 - Morbilidade em Prematuros Tardios – Casuística de uma Maternidade de
nível III
Joana Serra Caetano1, Sara Ferreira1, Sofia Morais2, Gabriela Mimoso2
1. Hospital Pediátrico de Coimbra
2. Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra
Objectivo: Caracterização dos recém-nascidos (RN) entre as 34 e 36 semanas (sem) de
idade gestacional (IG) internados numa maternidade de nível III.
Material e Métodos: Estudo descritivo com análise retrospectiva dos processos clínicos
dos RN pretermos tardios (PT) internados no período de Janeiro de 2010 a Dezembro de
2011.
Foram excluídos os RN com malformações major, internados por problema
social/doença materna e nascidos noutra instituição.
Resultados: Foram admitidos 431 PT (7% do total de nascimentos e 74% do total de
prematuros). Foram excluídos 26, ficando a amostra com 405 PT (88% adequados IG,
9% leves IG e 3% grandes IG). A mediana do peso de nascimento foi de 2460g e 92
(23%) nasceram de gravidez gemelar. Do total, 55% tinham 36 sem IG, 27% com 35
sem e os restantes 18% com 34 sem. As morbilidades mais prevalentes foram:
hiperbilirrubinémia (43%), patologia respiratória (38,9%) e dificuldades alimentares
(26,6%). A mediana do tempo de internamento foi de 4 dias. 68% tiveram alta sob
aleitamento materno exclusivo e 30% sob aleitamento misto.
11 RN foram re-internados (8 hiperbilirrubinémia, 2 má evolução ponderal, 1
meningite).
Necessitaram de admissão em Cuidados Intensivos/intermédios (UCI) 81 (20%) dos RN
PT que representaram 16% do total de internamentos da UCI. Os motivos de
internamento
mais
frequentes
foram:
taquipneia
- 44 -
transitória
do
RN
(49%),
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
hiperbilirrubinémia (22%) e peso de nascimento inferior a 1.8kg (17%). A
hiperbilirrubinémia, a patologia respiratória e as dificuldades alimentares foram as
morbilidades mais frequentes. A sua diminuição com o aumento da IG foi mais
acentuada das 35 para as 36 sem (Respiratória [20% 10%] e alimentar [14% 2%]); Não
ocorreram óbitos.
Conclusões: Os RN PT representam um grupo importante dentro dos RN prematuros e
têm uma morbilidade significativa que condiciona um aumento do tempo de
internamento e necessidade de cuidados diferenciados.
Palavras-chave: Prematuridade tardia, morbilidade.
P11 - Morbimortalidade em Prematuros Tardios Leves para a Idade Gestacional
versus Adequados à Idade Gestacional
Autores: Sara Ferreira, Joana Serra Caetano, Sofia Morais, Gabriela Mimoso
Filiação: Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto, CHUC - Coimbra
Objectivo: Comparar a morbimortalidade dos prematuros tardios (PT) leves para a
idade
gestacional (LIG) com os de peso de nascimento (PN) adequado à idade gestacional
(AIG).
Material e Métodos: Estudo descritivo de análise retrospectiva, dos internamentos de
prematuros entre as 34 e 36 semanas de gestação (SG), LIG e AIG, nascidos entre
Janeiro de 2010 e Dezembro de 2011. Foram excluídos os Recém-nascidos (RN)
grandes para a idade gestacional, com malformações congénitas major, gémeos e
outborns.
Resultados: Durante o período analisado nasceram 431 PT (7% do total de recémnascidos).
Destes, 303 cumpriam critérios de inclusão no estudo. Eram AIG 91,4% (PN
2554±298g) e LIG 8,6% (PN 1807±175g). A maioria tinha 36SG (61,7%), 26,7%
nasceram com 35SG e 11.6% com 34SG. Necessitaram de internamento na unidade de
cuidados intensivos (UCIN) 18,5% (15,9% dos AIG e 46,2% dos LIG). Apresentaram
morbilidades 50,5% (49,8% dos AIG e 57,7% dos LIG) da qual se salienta a
hiperbilirrubinémia (44,9%), a patologia respiratória (7,6%) e as dificuldades
alimentares (5,9%). O tempo médio de hospitalização nos LIG foi de 10,8±5,5 dias,
enquanto que dos AIG foi 4,4±2,3 dias. Não ocorreu nenhum óbito.
Conclusões: A literatura não é conclusiva relativamente à morbimortalidade dos PT
LIG versus AIG. De realçar a diferença relativamente ao tempo médio de
- 45 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
hospitalização, superior nos LIG, assim como a maior percentagem de internamentos na
UCIN deste grupo.
Palavras-chave: Leve Idade Gestacional, Prematuridade tardia
P12 - Management and Outcome of Extremely Premature Infants
Management and Outcome of Extremely Premature Infants
Maria Isabel Sá Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio
Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Miguel Fonte Serviço de Neonatologia,
Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Transporte InterHospitalar Pediátrico do Norte, Centro Hospitalar São João, Porto,
Joaquim Saraiva Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio
Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Cármen Carvalho Serviço de Neonatologia,
Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Paula Soares
Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do
Porto, Porto, Alexandra Almeida Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio
Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,Ana Januário Departamento de Matemática,
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Gabinete de Estatística, Modelação
e Aplicações Computacionais – Centro de Matemática da Universidade do Porto,
Porto, Sónia Gouveia Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro e
Gabinete de Estatística, Modelação e Aplicações Computacionais – Centro de
Matemática da Universidade do Porto, Porto.
Objective: In the last decades, survivalof extremely premature infants has improved but
there is still significant morbidity among this group of children. We intend to describe
medical management in the perinatal-neonatal period and the outcome at 18-24 months
of a group of extremely premature infants. Our goal is to evaluate whether specific
attitudes or characteristics explain higher rates of survival and survival without longterm severe disabilities.
Methods: A retrospective study was conducted including all 205 liveborn and stillborn
infants with gestational age between 22w0d and 26w6d, born in the Obstetric Unit or
transferred to the Neonatology Unit of our institution from January 2000 to December
2009. We collected variables related to management in the prenatal and neonatal period,
infant performances and psychomotor development at 18-24 months. Significant
associations between variables and outcomes were identified by chi-square test or t-test,
and multivariate logistic models were used to describe and predict survival/morbidity.
- 46 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Results: Gestational age, antenatal corticotherapy, cesarean section, inborn delivery and
weight were associated with an increasing survival(p<0.05), while absence of
intraventricular hemorrhage (IVH)
grade 3-4and periventricular leukomalacia was
associated with survival without severe neurossensorial deficit (p<0.05). According to
the multivariate models, advanced gestational age (OR=0,353), increasing weight
(OR=0,996) and antenatal corticotherapy(OR=0,150) were associated with survival
increase.IVHwas associated with morbility increase (OR between 9,006 and 13,294).
These models predicted correctly survival in 78,1% and severe morbidity in 87,8% of
the cases.
Conclusions: Our results are consistent with other published works and the
survival/morbidity models might be a valuable tool providing some insight in the
prediction of the outcome of the extreme premature neonates, guide decision making
and help parental counseling.
Key words: Extreme premature, Outcome, Psychomotor development, Survival
P13 - Procedimentos e analgesia numa unidade de cuidados intensivos neonatais
Maria Inês Santos1, Pedro Mendes2, Ana Bettencourt3, Teresa Tomé3
1 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Teotónio, Centro Hospitalar de Tondela –
Viseu, E.P.E. – Viseu
2 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Bernardo, Centro Hospitalar de Setúbal,
E.P.E. – Setúbal
3 – Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de
Lisboa Central, E.P.E. – Lisboa
Objectivos: Quantificar procedimentos dolorosos ou stressantes; estimar a prevalência
da utilização de analgesia; determinar factores relacionados com utilização de analgesia
nos recém-nascidos (RN) internados numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
(UCIN).
Métodos: Estudo observacional, prospectivo e analítico, baseado no registo 24 horas
por dia dos procedimentos dolorosos e stressantes realizados nos primeiros 14 dias de
internamento. A analgesia foi registada por observação directa, sem conhecimento do
interveniente e de forma aleatória. O período de recrutamento foi de 6 semanas, tendo
sido incluídos 35 RN.
Resultados: Os RN foram submetidos a 9608 procedimentos, 26,2% dolorosos e 73,8%
stressantes. Em 20,4% dos procedimentos dolorosos ocorreram tentativas suplementares
- 47 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
de realização dos mesmos. Cada RN experimentou em média 274,5 procedimentos
durante o estudo, correspondendo a 31,8 procedimentos por dia de internamento.
Destes, cada RN foi submetido a uma média de 71,8 procedimentos dolorosos durante o
estudo e 8,3 procedimentos dolorosos por dia de hospitalização. Para estimar a
prevalência da utilização de analgesia foram observados 580 procedimentos, 28,6%
dolorosos e 71,4% stressantes. Nos procedimentos dolorosos foi utilizada analgesia
específica pré-procedimento em 18,7% dos casos, sendo apenas analgesia
farmacológica em 1,2% e apenas analgesia não farmacológica em 16,9%. Em 12% dos
casos,
os
procedimentos
dolorosos
ocorreram
em
RN
que
estavam
sob
analgesia/sedação contínua por outros motivos. Em 71% dos procedimentos dolorosos
observados não foi realizada qualquer forma de analgesia. Verificou-se que os RN com
menos de 30 semanas e os procedimentos que implicam picada se associaram mais
frequentemente a utilização de analgesia específica pré-procedimento.
Conclusões: Os RN internados numa UCIN são submetidos a um elevado número de
procedimentos dolorosos e stressantes. Neste período constatámos que uma grande
percentagem de RN não fez analgesia pré-procedimento. A analgesia foi utilizada mais
frequentemente nos RN mais imaturos e os procedimentos associados a picadas.
Palavras-chave: analgesia, procedimentos, dor, recém-nascido
P14 - Transferências in útero numa Unidade de Apoio Perinatal Diferenciado
Filipa Correia, Alice Freitas, José Luís Fonseca, Maria José Costeira
Serviço de Neonatologia; Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães;
Objetivo: Portugal atingiu, nos últimos anos, taxas de mortalidade com valores dos
mais baixos a nível mundial tendo, em 10 anos, conseguido diminuir a taxa de
mortalidade perinatal em 71%. O Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA) é o único
hospital distrital com unidade de cuidados intensivos de apoio perinatal diferenciado do
País. Este trabalho procurou caracterizar a amostra de grávidas e respetivos RN
submetidos a uma transferência in útero para o CHAA.
Métodos: Estudo retrospetivo e descritivo dos registos clínicos das grávidas e RN que
foram transferidos in útero para o CHAA, desde Janeiro de 2010 até Dezembro de
2011. Analisaram-se dados relativos à gestação, ao parto e ao período neonatal
respetivo.
Resultados: Entre 2010 e 2011 ocorreram 47 transferências in útero, sendo que 9,8%
correspondiam a gestações gemelares e 2,4% a gestações trigemelares. A idade média
- 48 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
materna foi de 31 anos. O tempo médio entre a chegada da grávida e o nascimento do
filho foi de 2 dias. Resultaram 46 nados vivos, com tempo médio de gestação de 33
semanas e parto eutócico em cerca de metade dos casos. O peso médio ao nascimento
foi de 1957 ± 717 gramas e 51% dos RN era do sexo masculino. O índice de Apgar foi
>7 em cerca de 70% dos RN ao 1’ e em 91% ao 5’. Aproximadamente 28% foram
reanimados. Setenta e oito por cento foram internados na Unidade de Neonatologia,
tendo CRIB médio de 1,07. Ocorreram 3 óbitos. A duração média de internamento foi
de 13,5 dias.
Conclusões: A transferência in útero destas 47 grávidas para um centro de apoio
perinatal diferenciado e a otimização das condições perinatais permitiu a sobrevivência
de 91% destes RN de risco, contribuindo para o sucesso dos indicadores nacionais.
Palavras-chave: In útero, perinatais, transferências, unidade de cuidados intensivos
neonatais, recém-nascido
Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 3: Neonatologia: Sala A1.16
Moderadores – Albina Silva e Gustavo Rocha
P15 - Transferências inter-hospitalares numa Unidade de Neonatologia- casuística
de 2 anos
Marta Santalha, Ângela Dias, Liliana Branco, Agostinha Costa
Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto AveGuimarães
Objetivo:As transferências inter-hospitalares, constituem com frequência um reflexo da
necessidade de avaliação e de cuidados diferenciados por subespecialidades ausentes no
hospital de origem.
O objetivo deste trabalho foi caracterizar os recém-nascidos transferidos de uma
Unidade Neonatologia integrada num hospital distrital.
Métodos:Análise retrospetiva dos processos clínicos dos recém-nascidos (RN)
transferidos e da nota de alta do hospital de destino, no período compreendido entre 1
de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2011. Foram analisadas as seguintes variáveis:
idade gestacional, peso ao nascimento, motivo de transferência, diagnóstico provisório
na data da transferência e diagnóstico definitivo.
Resultados:No período do estudo foram internados na unidade de neonatologia 733
RN, correspondendo a 14,3% do total de nascimentos. Destes 733 RN foram
transferidos 4,6% (34), dos quais 55,9% (19) foram transferidos para continuação de
- 49 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
cuidados no hospital da área de residência. Os restantes (n=15) foram transferidos para
avaliação por subespecialidades diferenciadas.
Destes 15 RN, 46,7% (7) eram de termo e tinham peso igual ou superior a 2500 gramas.
A mediana de transferência foi em D6 de vida (mínimo-máximo: D1-D8).
A maioria dos RN foram transferidos para observação por cirurgia pediátrica (n=7).
Houve concordância diagnóstica entre o diagnóstico provisório e o diagnóstico
definitivo em 73,3% (11). As ecografias pré-natais apenas permitiram o diagnóstico prénatal (DPN) num caso.
Conclusões:A maioria dos RN transferidos eram de termo e não tinham baixo peso. Os
principais motivos de transferência foram patologias cirúrgicas, o que realça a
capacidade da unidade em prestar assistência a todos os RN, desde prematuros extremos
a RN pós-termo, com exceção dos que necessitam de apoio por subespecialidades
diferenciadas. As ecografias pré-natais mostraram-se pouco sensíveis para o DPN.
Salienta-se a necessidade de grande acuidade na realização das mesmas, visando um
diagnóstico atempado, possibilitando a antecipação de cuidados especiais ao RN.
Palavra-chave: Recém-nascidos, Subespecialidades, Transferência.
P16 - Transfusão Feto-Materna: uma entidade sub-diagnosticada?
Autores: Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Elisa Proença*, José Barbot**, Carmen
Carvalho*
*Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto;
**Serviço de Hematologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto.
Introdução: A transfusão feto-materna (TFM) associa-se a morbimortalidade neonatal
significativa. Tem uma incidência variável consoante o volume de sangue em causa,
sendo a etiologia desconhecida na maioria dos casos. Os testes de avaliação (teste de
Kleihauer-Betke e citometria de fluxo) confirmam o diagnóstico no pré e pós-natal.
Objetivos: Identificação e caracterização dos casos de TFM, ocorridos na MJD num
período de 10 anos (2002-2012).
Métodos: Estudo retrospetivo, com consulta e recolha de dados a partir do processo
clínico. Critérios de inclusão: anemia congénita por TFM confirmada laboratorialmente
(volume de sangue transfundido >20ml/Kg). Avaliaram-se características demográficas,
fatores de risco, apresentação clínica, laboratorial e seguimento.
Resultados: Durante o período estudado verificaram-se 57 casos de anemia congénita,
8 (14%) devido a TFM. A maioria das grávidas era primigesta, sem história de
traumatismo, um dos casos realizou amniocentese.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
A avaliação do sofrimento fetal foi positiva em 5 casos, com diminuição dos
movimentos fetais (2), CTG patológico (2) e hidrópsia fetal (1) avaliada por ecografia
pré-natal. A IG variou entre as 30 e 39 semanas e o peso de nascimento entre 1315 e
3760g. O parto foi distócico em 7 casos e o exame anátomo-patológico realizado em 4
casos revelou edema vilositário e eritroblastos circulantes. O valor de hemoglobina ao
nascimento variou entre 2,3 e 12,2g/dL. Em todos os casos foi realizado o Teste de
Kleihauer-Betke, tendo-se verificado transfusão >80ml/Kg (4) e >150ml/Kg (2), com
teste de Kleihauer positivo em 2 casos. Foram transfundidos em D1 de vida 6 doentes, 4
com necessidade de múltiplas transfusões. Verificou-se hidrópsia fetal ao nascimento
(2), disfunção neurológica (3), respiratória (6) com necessidade de ventilação mecânica
(3), ventilação não invasiva (2), disfunção cardíaca (4) com hipertensão pulmonar
transitória (2). Não ocorreu disfunção renal, coagulopatia de consumo ou óbitos. O
seguimento destes doentes até ao momento não mostrou alterações.
Comentários: O diagnóstico de TFM pode ser pré-natal, embora os sinais sejam
inespecíficos na maioria dos casos. Chama-se a atenção para uma entidade que faz parte
do diagnóstico diferencial de anemia neonatal, provavelmente subdiagnosticada. A
nossa amostra, bastante pequena, reflete casos de transfusão maciça, provavelmente
traduzindo o subdiagnóstico de casos mais ligeiros.
Palavras-chave: Anemia; Transfusão feto-materna; Teste de Kleihauer
P17 - Neutropenia em gémeas – uma coincidência?
Sónia Santos, Patrícia Lapa, Raquel Henriques, Eulália Afonso, Rosa Ramalho
Unidade de Cuidados Intensivos de Recém-Nascidos – Maternidade Daniel de Matos –
CHUC – Coimbra
Introdução: No período neonatal considera-se neutropenia se, às 72 horas de vida, os
neutrófilos forem inferiores a 2500/mcL no recém-nascido (RN) de termo e inferiores a
1000/mcL no RN prematuro (PT). A neutropenia ocorre em cerca de 8% dos RN
admitidos anualmente em Unidades de Cuidados Intensivos (UCIRN). As causas
enquadram-se em dois grandes grupos: por diminuição da produção ou por aumento da
destruição dos neutrófilos. O risco de infeção é maior na neutropenia severa
(<500/mcL).
Casos clínicos: Recém-nascidas de gravidez gemelar biamniótica bicoriónica e parto
por cesariana às 34S. Internamento na UCIRN por síndrome de dificuldade respiratória
sem hipoxemia e com resolução nas primeiras 24 h. A D8, em ambas, clínica de onfalite
e neutropenia em ambas. Analiticamente a 1ª gémea apresentava 6700 leucócitos/mcL
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
com 600 neutrófilos/mcL sem formas imaturas; proteína C-reativa (PCR) positiva. A 2ª
gémea tinha 10300 leucócitos/mcL com 412 neutrófilos/mcL e 100 mielócitos/mcL
(relação formas imaturas/totais de 0,19); PCR negativa. As hemoculturas foram
negativas e as zaragatoas de exsudato do coto umbilical identificaram Staphilococcus
aureus. Boa evolução clínica sob antibioterapia com Vancomicina. A 1ª gémea registou
uma neutropenia mínima de 600/mcL a D8, com 1000/mcL a D19 e a 2ª gémea um
mínimo de 100 neutrófilos/mcL a D12, com 900 neutrófilos/mcL a D19. Alta a D20
orientadas para consulta de Hematologia, com normalização dos valores de neutrófilos a
D40.
Discussão: Trata-se de dois casos de desafio diagnóstico de neutropenia neonatal em
gémeas não idênticas, mas com forma de apresentação clínica igual.
Foi evocada a hipótese de neutropenia congénita (Síndrome de Kostmann), contudo
esperava-se a manutenção da neutropenia. Também considerada a hipótese de sépsis
como causa da neutropenia, embora a lenta recuperação laboratorial não apoiasse este
diagnóstico. Atualmente, suspeita-se de neutropenia intermitente (neutropenia cíclica),
mas apenas o seguimento destas gémeas permitirá um diagnóstico final.
Palavras-chave: gémeas, neutropenia, recém-nascido,
P18 – Ventilação não invasiva precoce – avaliação do último ano nos cuidados
intensivos neonatais da Maternidade Julio Dinis
Cátia Sousa, Inês Sobreira, Carmen Carvalho, Elisa Proença
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Neonatologia, Maternidade Julio
Dinis- Centro Hospitalar do Porto.
Introdução: A abordagem da ventilação no recém-nascido pré-termo (RNPT) tem-se
modificado ao longo dos anos. A ventilação não invasiva com Pressão Positiva
Continua nasal (nCPAP) em RN mais imaturos apresenta bons resultados, menores
comorbilidades.
Objectivos: Avaliar a utilização de nCPAP precoce (primeiros 30 minutos) na Unidade
de Cuidados Intensivos Neonatais da Maternidade Julio Dinis, em RNPT com idade
gestacional (IG) inferior a 30 semanas, caracterização pré e pós natal, avaliação de comorbilidades e mortalidade.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos RNPT IG<30S que realizaram nCPAP
precoce de Janeiro/2011 a Dezembro/2011.
Resultados: Em 2011 nasceram 67 RNPT IG<30S, tendo sido submetidos a nCPAP
precoce 18 (26,9%), 7 dos quais na sala de partos. Cinco gestações gemelares, tendo 17
cumprido corticoterapia. Treze apresentavam patologia pré-natal, sendo de salientar
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
corioamnionite clínica (4); o estudo anatomo-patológico de placenta revelou: 6
corioamnionites, 5 lesões hipoxico-isquémicas. A IG média foi de 27,6S, sendo a
maioria do sexo masculino (13), com um peso médio de 1015g. As indicações para
nCPAP foram imaturidade / recrutamento alveolar (18), síndrome de dificuldade
respiratória (9), apneia/bradicardia (3). Foi administrado surfactante em 8 casos (6 por
INSURE), 3 na primeira hora de vida. A falência do nCPAP ocorreu em 6 casos: sépsis
(3); falência respiratória (2); apneias/bradicardia (1). Como co-morbilidades de salientar
doença das membranas hialinas (13), retinopatia da prematuridade (9), sépsis (12, 1
precoce), persistência de canal arterial (4),
displasia broncopulmonar leve (1),
hemorragia intraventricular grau II-III bilateral (1), leucomalácia (1). Registou-se 1
óbito no primeiro dia de vida (hemorragia alveolar e hemorragia intraventricular).
Conclusões: O uso precoce de nCPAP em RNPT constitui um método seguro na
prevenção e tratamento da dificuldade respiratória, tendo-se associado (cerca de 1/3 dos
casos) a surfactante por INSURE.
A falência ocorreu em 33% dos casos, sendo a maioria tardia (contexto de sépsis).
As complicações neurológicas potencialmente graves verificaram-se em 2 casos e a
evolução respiratória global foi favorável, podendo traduzir um contributo deste método
ventilatório para uma maior estabilidade hemodinâmica.
P19 - Hipoglicemia neonatal: experiência de três anos de uma Unidade Neonatal
Liliana Branco, Sandra Rodrigues, Marta Santalha, Ângela Dias, José Luís Fonseca
Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave –
Guimarães
Introdução: A hipoglicemia é frequente no recém-nascido (RN) sendo, na maioria dos
casos, transitória e assintomática. Nalguns, pode tornar-se clinicamente significativa
com necessidade de intervenção terapêutica precoce de forma a prevenir sequelas
neurológicas.
Objetivo: Caracterização dos casos de hipoglicemia internados na nossa unidade.
Métodos: Análise retrospetiva e descritiva dos RN admitidos com diagnóstico de
hipoglicemia, no período de Março de 2009 a Março de 2012. Para o diagnóstico foi
considerado valor de glicemia inferior a 40 mg/dL.
Resultados: Incluídos 34 RN, mediana de idade gestacional de 37 semanas (34-40) e
média de peso de nascimento de 2740 g (± 607).
Fatores de risco para hipoglicemia identificados em 20 casos: prematuridade em 13 (PT)
(2 associados a restrição de crescimento fetal (RCF), um a diabetes materna gestacional
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
e um leve para a idade gestacional), 4 filhos de mãe diabética, 2 RCF e um grande para
a idade gestacional.
Média de idade de diagnóstico de 1.4 dias ± 0,7. Média do valor mínimo de glicemia:
28.2 mg/dL ± 6.2. Forma sintomática observada em 82.3% casos.
Reforço de aporte nutricional entérico exclusivo efetuado em 20.6% casos, em 53.6%
administrado bólus endovenoso de soro glicosado e 73.5% instituiu-se fluidoterapia
endovenosa contínua. Todos evoluíram para normalização do perfil glicémico num
período médio de 3.0 dias ± 1.6.
Dos 32 RN orientados para consulta de Neonatologia, 7 apresentaram alterações no
desenvolvimento psicomotor: 4 de caráter transitório, mantendo os restantes tratamento
fisiátrico de reabilitação (2 PT e um com neuropatia central em investigação).
Comentários: O diagnóstico e abordagem da hipoglicemia neonatal mantêm-se
controversos, não existindo evidência sustentada na correlação do valor glicémico com
a clínica ou dano neurológico. Não obstante, os autores enfatizam a necessidade do
reconhecimento precoce desta condição clínica que continua a representar um desafio
clínico em qualquer unidade neonatal.
Palavras-chave: factores de risco, hipoglicemia, recém-nascido
P20 - Incontinência pigmentar- um caso clínico
Brígida Amaral- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr.
Pombeiro Veloso, Inês Vaz Matos- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do
Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Susana Machado-Serviço de Dermatologia do
Centro Hospitalar do Porto - Director Dra. Manuela Selores, Dulce Oliveira-Serviço de
Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Paula
Soares- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro
Veloso, Márcia Martins- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto Director Dr. Pombeiro Veloso, Manuela Santos-Serviço de Neuropediatria do Centro
Hospitalar do Porto – Director Dra Teresa Temudo, Gilberta Santos- Serviço de
Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,
Introdução: A incontinência pigmentar (síndrome de Bloch-Sulzberger) é uma doença
hereditária multissistémica, rara, de transmissão dominante ligada ao X. É caracterizada
por displasia dos tecidos e órgãos derivados da ectoderme e da mesoderme com
atingimento cutâneo, dentário, neurológico e ocular, sendo o cutâneo a forma de
apresentação mais comum. As lesões cutâneas evoluem de forma característica e são
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
observadas ao nascimento em 50-90% dos casos ou nas primeiras semanas de vida
sendo frequentemente a única manifestação neonatal da doença.
Caso clínico - Os autores apresentam o caso de um recém-nascido do sexo feminino
com lesões vesiculo-pustulosas lineares nos membros, abdómen e couro cabeludo ao
nascimento. Sem antecedentes pré-natais de relevo ou história materna de infecções
cutâneas durante a gravidez. As serologias maternas foram negativas. O estudo
analítico revelou eosinofilia periférica e o exame citológico do conteúdo vesicular
eosinofilia marcada tendo sido excluida a etiologia herpética. A hemocultura e a cultura
por zaragatoa do conteúdo de vesícula foram negativas. A biópsia cutânea excisional
confirmou o diagnóstico de incontinência pigmentar. O estudo molecular do gene
NEMO encontra-se em curso. Aos 25 dias de vida iniciou episódios paroxísticos de
movimentos clónicos do membro superior direito. A ecografia cerebral transfontanelar
foi sugestiva de lesão parenquimatosa parietal posterior à direita e a ressonância
magnética cerebral revelou atrofia/hipoplasia aparente do corpo caloso e redução da
espessura da substância branca ao nível do córtex da região silviana posterior. Aos 6
meses apresenta um síndrome tetrapiramidal associado a heminegligência esquerda. O
exame de fundo de olho é normal.
Discussão - Apesar de rara a incontinência pigmentar deve ser incluída nos diagnósticos
diferenciais de lesões vesiculo-bolhosas neonatais de forma a possibilitar a detecção
precoce de outras alterações que possam estar associadas, nomeadamente oculares e
neurológicas, bem como o aconselhamento genético.
Palavras-chave:incontinência pigmentar, síndrome de Bloch-Sulzberger
Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 4 : Cirurgia Neonatal: Sala A1.15
Moderadores: Pedro Silva e João Moreira Pinto
P21 - Apendicite Neonatal – A propósito de um caso clínico
Clara Machado1, Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Liliana Pinheiro1, Daria Rezende1,
Carla Sá1, Eduarda Abreu1, Albina Silva1, Matos Marques1, Almerinda Pereira1, Correia
Pinto2.
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
2
Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga
Introdução: A apendicite aguda é a patologia cirúrgica urgente mais frequente em
idade pediátrica, no entanto é rara a sua ocorrência no período neonatal. Estão
publicados cerca de 143 casos predominando nos recém-nascidos (RN) prematuros (PT)
- 55 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
do sexo masculino. Pode ocorrer secundariamente a outras patologias ou de forma
isolada. A mortalidade ronda os 28%.
Descrição do caso: RN, sexo feminino, PT 36 semanas internada na Unidade de
Neonatologia em D1 de vida por hipoglicemia e dificuldades alimentares. Em D2
iniciou resíduos gástricos biliares e dejeções com sangue e muco. Abdómen distendido
e doloroso. Telerradiografia abdominal com sinais de pseudo - obstrução do delgado,
sem pneumatose. As telerradiografias abdominais seriadas mostraram imagem de ansa
fixa na região peri umbilical. Em D3, por agravamento clínico e analítico(proteína C
reativa
63,3mg/L)
efetuada
laparoscopia
exploradora
identificando
peritonite
generalizada secundária a processo inflamatório da fossa ilíaca direita, por provável
apendicite. Realizada apendicectomia. Evolução clínica favorável. Iniciou alimentação
entérica em D3 de pós-operatório com boa tolerância. Exame histológico confirmou o
diagnóstico de apendicite. Cumpriu 10 dias de antibioticoterapia. Alta hospitalar
orientada para consulta externa de Neonatologia e Cirurgia Pediátrica.
Conclusão: A apendicite neonatal é uma patologia de difícil diagnóstico pelos sinais
inespecíficos, estando frequentemente associada a perfuração. A exploração cirúrgica é
muitas vezes tardia o que contribui para a elevada taxa de mortalidade. Os autores
pretendem alertar para a necessidade de um diagnóstico e tratamento atempado no
quadro clínico de patologia cirúrgica abdominal no RN, para assim reduzir a
mortalidade, nomeadamente na apendicite neonatal.
Palavras-chave: Apendicite, cirurgia, diagnóstico, recém-nascido
P22 - Perfuração intestinal espontânea em Recém-nascido
Maria Inês Mascarenhas1, Susana Pacheco1, Ana Paula Alves1, Bruno Cardoso1,
Alexander Samay2, Olga Voutsen1, Rosalina Barroso1
1.Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
2.Unidade de Cirurgia Pediátrica
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca EPE, Lisboa, Portugal-Directora: Dra. Helena
Carreiro
Introdução: A patência do canal arterial (PCA) tem uma incidência inversamente
proporcional à idade gestacional. As complicações associadas a PCA relacionam-se
com a sobrecarga de volume ao coração esquerdo e fenómeno de “roubo” do shunt,
podendo levar a insuficiência cardíaca, necessidade de suporte ventilatório prolongado e
isquémia parcial de outros territórios vasculares. Existem duas opções terapêuticas para
encerramento de PCA: farmacológica ou cirúrgica
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Caso Clínico: Relatamos o caso de um recém-nascido de gestaçãode 27 semanas e
cinco dias; pais não consanguíneos. Rotura prematura de membranas às 27 semanas e
três dias, com internamento no bloco de partos tendo realizado maturação pulmonar
com ciclo completo de dexametasona. Parto por cesariana, com índice de Apgar 8/9,
peso ao nascer 940g; comnecessidade de suporte ventilatório não invasivo.
Avaliado por Cardiologia a D2 de vida com PCA de grandes dimensões, não restritivo;
reavaliado 24h depois mantinha PCA com significado hemodinâmico, com dilatação
das cavidades cardiacas e indicação para encerramento. Avaliação analítica e
ecotranfontanelar sem contraindicações para encerramento farmacológico pelo que
iniciou ibuprofeno no 3º dia de vida.
Às 36h de tratamento desenvolve distensão abdominal, sem outras manifestações
clínicas. A radiografia de abdómen documentou pneumoperitoneu, tendo sido
submetido a intervenção cirúrgica com documentação de perfuração única na região
ileal e ressecção de segmento intestinal lesado (4 cm). Exame anatomo-patologico sem
sinais de inflamação da parede intestinal, não compatível com enterocolite necrotizante.
O pós-operatório decorreu sem alterações.
Atualmente mantem exteriorização de ileostomia aguardando segunda cirurgia de reanastomose.
Conclusão: A perfuração intestinal espontânea é uma complicação conhecida e descrita
do tratamento farmacológico. Na terapêutica do canal arterial é necessário ponderar os
riscos e benefícios deste tratamento correlacionados com a clínica do RN: nos casos de
estabilidade clínica é valida a hipótese de não medicar e manter vigilância clínica.
Palavras-chave: recém-nascido, canal arterial patente, perfuração intestinal
P23 - Enterocolite necrotizante após transfusão de concentrado eritrocitário - a
propósito de um caso
Susana Moleiro1, Catarina Timóteo2, Gonçalo Cassiano3, Filomena Pinto3, Cristina
Matos3, Teresa Tomé3
1-Hospital de Faro
2-Hospital Santo André, Leiria
3-Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa
Introdução: A enterocolite necrotizante (NEC) é uma patologia multifactorial. A
prematuridade, alimentação, infeção, predisposição genética, instabilidade circulatória e
a transfusão de concentrado eritrócitário (CE) têm sido apontados como possíveis
fatores etiológicos.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Descrição do caso: Gestação complicada por pré-eclampsia, cesariana às 30 semanas
por sofrimento fetal agudo, RN extremo baixo peso (PN 915g), necessidade de
reanimação, IA 7/10, doença de membranas hialinas, administração de surfactante e
ventilação mecânica até D8, persistência de canal arterial encerrado com terapêutica
médica, sépsis com pneumonia sem isolamento de agente, displasia broncopulmonar e
alimentação entérica exclusiva desde D12. Nos cuidados intermédios em D34 por
anemia sintomática (Hb 9,2 g/dl), fez transfusão de concentrado eritrocitário (15ml/Kg).
Quatro horas após observou-se distensão abdominal, dejeções mucosanguinolentas e
episódios de dessaturação, com necessidade de ventilação mecânica. Iniciou
antibioterapia tripla (vancomicina, amicacina e metronidazol), sem parâmetros
laboratoriais de infeção bacteriana e hemocultura negativa. Radiologicamente
apresentava pneumoperitoneu. Foi submetido a laparotomia exploradora com ressecção
intestinal do ileon, cego, colon ascendente, transverso e 1/ 3 proximal do cólon
descendente. Classificável como NEC IIIB. Pós-operatório desfavorável, com
instabilidade hemodinâmica, paragem cardíaca sem resposta a manobras de reanimação
e desfecho fatal.
Discussão: A possível associação de NEC com a transfusão de CE tem despertado
interesse entre neonatologistas. Estudos retrospetivos sugerem que 25-30% das NEC se
manifestam 48h após transfusão.
Nos casos descritos os RN com 4-6 semanas de idade, são referidos como estáveis, e em
alimentação entérica exclusiva. Embora a fisiopatologia não esteja completamente
esclarecida, a isquemia secundária à anemia pré-existente, as alterações hemodinâmicas
pós-transfusão, ou a resposta imunológica desajustada conhecida por TRAGI
(transfusion related acute gut injury paooder) poderão ser fatores determinantes.
Conclusão: A relação custo/ benefício clinico da transfusão de CE, medidas preventivas
da sobrecarga circulatória bem como a pausa alimentar (controversa) peri transfusão
deverão ser consideradas na correção da anemia do RN.
Palavras-chave: Associação, NEC, Transfusão, TRAGI
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P24 - Hérnia diafragmática congénita de apresentação tardia
Maria João Magalhaes1,Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Carla Sá1, Albina Silva1,
Almerinda Pereira1, Jorge Correia-Pinto2
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital de Braga
2
Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga
Introdução: A hérnia diafragmática congénita (HDC) tem, na maioria dos casos,
diagnóstico pré-natal ou nas primeiras horas de vida do recém-nascido, sendo a
apresentação clínica mais frequente a dificuldade respiratória. Em 5-30% a apresentação
é tardia, após o período neonatal.
Descrição do caso: Lactente de 1mês e 20dias, sexo feminino, previamente saudável,
que iniciou choro inconsolável, recusa alimentar e, posteriormente, gemido e prostração.
Episódio de engasgamento, dificuldade respiratória e cianose. Recorreu ao Pediatra,
tendo necessitado de O2 por pressão positiva e sido transportada pela VMER ao Serviço
de Urgência. À admissão, mau estado geral, hipotérmica, pouco reativa, marmoreada,
má perfusão periférica, trabalho respiratório aumentado, SpO2 85-90%(O2 máscara alto
débito). Observada assimetria torácica, abaulamento do hemitórax esquerdo e
diminuição ipsilateral dos sons respiratórios. Abdómen distendido, timpanizado e pouco
depressível. Necessitou de ventilação assistida(VA) e bólus de soro fisiológico.
Verificou-se acidose metabólica grave e instabilidade hemodinâmica nas primeiras 24h.
Fez perfusão de bicarbonato e fármacos vasoactivos. A radiografia torácica mostrou
desvio mediastínico para a direita, colapso do pulmão esquerdo, imagem de bolha
gástrica e sonda nasogástrica no hemitórax esquerdo. Submetida a toracoscopia, tendose verificado estrangulamento gástrico intratorácico, com sinais de isquemia gástrica.
Efetuada redução do estômago/baço e encerramento do defeito diafragmático central.
VA até 6ºdia de internamento. Apresentou como complicações do internamento anemia
e derrame pleural esquerdo. Alta após 22dias de internamento. Reinternamento aos 3
meses por vómitos não biliares e má progressão ponderal. Estudo contrastado esófagogastro-duodenal confirmou obstrução pilórica. Efetuada laparoscopia exploradora e
diagnosticada estenose isquémica do piloro. Fez laparotomia com anastomose
gastroduodenal em diamante de Ken Kimura.
Discussão/Conclusão: A HDC de apresentação tardia é um desafio diagnóstico. A
correção cirúrgica de HDC por toracoscopia permitiu redução da duração de ventilação
assistida e internamento. Perante a HDC de diagnóstico tardio, a possibilidade de
estrangulamento do conteúdo herniário não deve ser negligenciada.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Palavras-chave: hérnia diafragmática congénita apresentação tardia
P25 - Massa abdominal com hipertensão
Catarina Mendes1, Alexandra Sequeira1,Clara Vieira1,Raquel Cardoso1, Susana G.
Sousa1, Cristina Miguel1, João Ribeiro Castro2
1
Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Médio Ave, Unidade de Famalicão
2
Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Hospitalar do porto
Introdução: Apesar de raro, onefromamesoblástico congénito (NMC)constitui o tumor
renal sólido mais comum do período neonatal. Trata-se de um tumor geralmente
benigno, que raramente metastiza e com bom prognóstico após excisão cirúrgica total.
Descrição do caso:Recém-nascido, filho de pais saudáveis, de uma segunda
gestação,vigiada, sem intercorrências, com ecografias obstétricasnormais. Parto
eutócico às 34 semanas por prematuridade espontânea, ruturaprolongada de membranas,
apgar 9/10, somatometria adequada à idade gestacional. Internado no serviço de
Neonatologia com 2 horas de vida por suspeita de sépsis.Ao exame objetivoapresentava
gemido intermitente,volumosa massa abdominalno flanco esquerdo,com consistência
dura, superfície lisa, bordosdefinidos, não ultrapassando a linha média e tensão arterial
>P95. Apresentava rastreios sépticos sem alterações, hemocultura estéril, sedimento
urinário, função renal,ionogramae cálcio normais. Ecografia, tomografia axial
computorizada e ressonância magnéticacom volumosa massa renal sólida, sugestiva de
tumor de Wilms, sem evidência de invasão local ou à distância.Durante o
internamentoocorreuagravamento da hipertensão a partir do 3º dia e vómitos biliares a
partir do 6º dia de vida. Foi efectuada exérese cirúrgica do tumor no 12º dia de vida
(nefrectomia e adrenalectomia esquerdas) eo exame histológico foi compatível com
nefromamesoblástico. Após o período pós-operatórioverificou-se normalização da
tensão arterial, comboa evolução clínica.
Discussão do caso:O NMC é um diagnóstico a considerar num recém-nascido com
massa abdominal, vómitos e/ouhipertensão arterial.Apesar do tumor de Wilms ser uma
raridade no período neonatal, neste caso só foi possível excluir esta entidade após
exame histológico. O diagnóstico pré-natal pode melhorar o prognóstico destes recémnascidos,ao permitir o seguimento da gravidez direcionado a possíveis complicações,
programação do parto e da abordagem cirúrgicapós-natal.
Palavras-chave: Hipertensão, Mesoblástico, Nefroma,Renal
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P26 - Tumefacção Dorso-lombar Congénita – que diagnóstico?
Autores: Joana Oliveira1, Andreia Barros2, Henrique Leitão2, Edite Costa2, José Luís
Nunes2
Carla Pilar3, Cícero Silveira4,
1- Serviço de Pediatria
2- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos
3- Unidade de Cirurgia Pediátrica
4- Serviço de Neurocirurgia
Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal
Introdução: As tumefacções dorso-lombares congénitas embora raras, constituem um
desafio de diagnóstico diferencial com necessidade de recurso a exames imagiológicos
diferenciados.
Caso clínico: Os autores apresentam o caso de um recém-nascido de termo do sexo
feminino, sem antecedentes pré-natais relevantes, no qual se identificou à nascença
lesão expansiva exofítica dorso-lombar, aparentemente com origem no eixo vertebral e
de consistência predominantemente óssea, com restante exame objectivo normal. Com
hipótese diagnóstica de disrafismo realizou ressonância magnética nuclear onde se
visualizou formação calcificada/ óssea extra-canalar alongada de morfologia curvilínea.
Foi submetida a intervenção cirúrgica no 12.º dia de vida com remoção da formação,
tendo-se observado integridade dos componentes meníngeos e neurais do canal D12.
Não foram encontradas outras alterações anatómicas através dos meios complementares
de diagnóstico realizados.
Conclusão: A presença de uma tumefacção lombar no recém-nascido pode indiciar um
defeito do tubo neural, devendo-se no entanto efectuar diagnóstico diferencial com
outras anomalias esqueléticas nomeadamente do desenvolvimento das costelas.
Palavras-chave: disrafismo, malformação de costelas.
P27 - Quando o choro parece estranho…
Ana Brett, Maria Teresa Dionísio, Miguel Félix, Farela Neves
Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra
Introdução: A fenda laríngea é uma patologia rara (1:10000-20000), sub-diagnosticada,
de gravidade variável mas potencialmente fatal (6-25%). Está associada, em 20-37%
dos casos, a atrésia do esófago com fístula traqueoesofágica.
Descrição do caso: Lactente do sexo masculino, com suspeita diagnóstica pré-natal de
atrésia do esofágo, confirmada ao nascimento às 35 semanas. Nasceu com peso
adequado a idade gestacional e foi submetido no primeiro dia de vida a correcção
cirúrgica de atrésia do esófago de hiato longo com fístula traqueoesofágica. Episódios
frequentes de apneia com bradicardia de recuperação espontânea ao longo do primeiro
- 61 -
XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
mês de vida, associados a provável refluxo gastro-esofágico (RGE), confirmado em
trânsito gastro-esofágico. Desde os 26 dias de vida com alimentação por boca,
apresentando 6 dias mais tarde, durante a alimentação, episódio de dessaturação e
bradicardia extrema com necessidade de reanimação. Reiniciou alimentação por sonda
nasogástrica e por episódios frequentes de respiração ruidosa, tipo ronco, associadas ao
choro, realizou broncofibroscopia com laringoscopia que foi sugestiva de alteração na
anatomia da laringe. Posteriormente a microlaringoscopia mostrou fenda laringoesofágica com extensão para além da cartilagem cricóide (tipo III). Manteve episódios
de apneia e bradicardia, alguns com necessidade de reanimação. Constatou-se melhoria
após alimentação por sonda nasojejunal. Aos 2,5 meses de vida foi submetido a
traqueostomia e correcção de fenda laríngea por via endoscópica no Royal Brompton
Hospital em Londres. Teve boa evolução clínica, persistindo o RGE. Realizou
microlaringoscopia de controlo aos 3,5 meses que não revelou alterações.
Discussão: os sintomas de fenda laríngea são desencadeados pela herniação da mucosa
esofágica na via respiratória, podendo ser variáveis de acordo com a dimensão da fenda.
Em fendas tipo III ou IV estes sintomas podem ser potencialmente fatais, como
ilustrado neste caso clínico. Um diagnóstico precoce possibilita uma melhor sobrevida,
sendo fundamental um elevado índice de suspeição.
Palavras-chave: atrésia esofágica, fenda laríngea
Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 5: Cirurgia Neonatal: Sala A1.16
Moderadores: Rei Amorim e Tiago Coelho
P28 - Hemotórax – apresentação rara de neuroblastoma congénito
Joana Jardim1,2, Gustavo Rocha1, Susana Pissarra1,2, Maria Bom Sucesso3, Hercília
Guimarães1,2
1- Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital Pediátrico Integrado, Centro
Hospitalar São João, Porto
2- Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto
3 - Unidade de Hemato-Oncologia Pediátrica, Serviço de Pediatria, Hospital Pediátrico
Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto
Introdução: O neuroblastoma congénito é um tumor embrionário maligno. As
manifestações clínicas dependem da localização primária e da extensão metastática;
surge maioritariamente na glândula supra-renal sendo menos frequente a nível torácico.
A apresentação como hemotórax e coagulopatia é ainda mais rara.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Descrição: Recém-nascido de termo, sexo feminino, resultante de gestação vigiada,
com ecografia do 3º trimestre sem alterações. Parto eutócico, índice de Apgar 10/10 e
peso ao nascimento de 3245 gramas. Na primeira hora de vida desenvolveu dificuldade
respiratória de agravamento progressivo, hipoxemia, acidose metabólica e bradicardia,
com necessidade de reanimação e ventilação mecânica invasiva. A radiografia pulmonar
revelou extenso derrame pleural à direita, colocado dreno torácico, tendo mantido
drenagem hemática contínua. Analiticamente apresentou anemia severa (hemoglobina
6.8 g/dl), trombocitopenia (45.000/m 3) e discrasia sanguínea (tempo de protombina
153,4 s, tempo de tromboplastina parcial activado>180 s, fibrinogénio <10 mg/dl).
Efectuadas múltiplas transfusões de glóbulos vermelhos, plaquetas e plasma fresco.O
rastreio séptico foi negativo. Oligúria presente desde o nascimento. Realizou ecografia
torácica que descreveu lesão hipoecogéncia supra-diafragmática à direita em localização
paravertebral.
A
tomografia
axial
computorizada
toracoabdominal
revelou
hepatomegalia e sinais de hipoperfusão visceral e confirmou lesão torácica descrevendo
como provável hematoma ou lesão cística. O ecocardiograma foi normal e a ecografia
transfontanelar mostrou hemorragia intraventricular grau IV. Manteve hipotensão
persistente com suporte inotrópico e hipercaliemia refractária à insulina e ao
bicarbonato. Faleceu às 48 horas após nascimento. O exame necrópsico revelou tumor
paravertebral (5.5 x 4.5 cm), sem evidência de metástases, necrose hemorrágica multivisceral, hemopericárdio (4ml) e hemoperitoneu (4 ml). Histologicamente o tumor foi
caracterizado como um neuroblastoma.
Discussão/Conclusão: Os autores descrevem este caso clínico para enfatizar uma causa
rara de hemotórax congénito, como forma de apresentação de coagulopatia associada a
neuroblastoma torácico. O neuroblastoma deve ser por isso considerado no diagnóstico
diferencial de hemotórax.
Palavras-chave: coagulopatia, hemotórax, neuroblastoma, recém-nascido
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P29 - Quando a clínica é sugestiva e o diagnóstico endoscópico difícil – dois casos clínicos
cirúrgicos
M.Amado4,I.Macedo1, E.Fernandes1, O.Santos2, H.Sá-Couto3, C.Borges3, P.Casella3,
T.Tomé1
1
Departmento de Neonatologia, Maternidade Dr Alfredo da Costa;
2
Departmento de Pneumologia, Hospital de Dª Estefânia;
3
Departmento de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dª Estefânia;
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
4
Departmento de Pediatria do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE
Introdução: Várias patologias neonatais requerem conjugação clínica e endoscópica, de modo a
permitir o diagnóstico e melhor abordagem terapeutica. Apesar da tecnologia actualmente
disponível, nem sempre é fácil a visualização e identificação de soluções de continuidade da
mucosa esofágica e/ou traqueal. A valorização da clínica pode ser determinante para a
conclusão diagnóstica.
Descrição dos casos: Caso um: Recém-nascido (RN) de termo, reanimação intensiva
após cesariana emergente por descolamento da placenta, com entubação traqueal. Após
período livre de algumas horas, surge dificuldade respiratória, enfisema subcutâneo,
pneumomediastino e pneumotórax esqº. É ventilado, feita drenagem do pneumotórax e
colocada sonda nasogástrica (SNG). Perante episódios intermitentes de agravamento
ventilatório e condensação no vértice pulmonar direito (VPD), ocasionalmente
relacionados com a alimentação, detecta-se radiológicamente SNG enrolada numa área
hipertransparente no VPD. Após endoscopia digestiva negativa e broncofibroscopia
inconclusiva, é submetido a RM torácica que revela bolsa mediastínica complexa, em
ampulheta. Diagnosticada perfuração iatrogénica da mucosa do esófago, com extensa
dissecção submucosa esofágica correspondente ao enrolamento no plano submucoso da
SNG. As manipulações das sondagens sucessivas colocadas posteriormente obrigaram a
uma terapêutica cirúrgica que foi curativa. Caso dois: RNPT (28s) com episódios de
pneumonias de repetição, alternando com distensão gástrica/abdominal, diagnóstico
final de fístula traqueo-esofágica. Num dos períodos de ventilação mecânica invasiva
com Servo-i e sonda traqueal sem fuga, tornou-se evidente a discrepância entre Vti/Vte,
distensão gástrica com Vt elevado, pneumonias com Vt mínimos, que reforçaram a HD
de fístula TE. Duas broncofibroscopias foram negativas. É transferido para o HDE para
investigação de possível RGE, diagnóstico este mantido algumas semanas, até que uma
3ª broncofibroscopia detecta a fístula TE em H. O tratamento cirúrgico por cervicotomia
teve excelente resultado.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Discussão/Conclusão: Na era da medicina tecnologicamente sofisticada, salienta-se a
importância da valorização da clínica no diagnóstico diferencial das diversas entidades
nosológicas.
Palavras-chave: Dissecção, endoscopia, fístula, traqueo-esofágica.
P30 - Má rotação intestinal com vólvulo mesentérico no período neonatal
Arnaldo Cerqueira1, Nuno Ferreira1, Dária Rezende1, Eduarda Abreu1, Carla Sá1, Albina
Silva1, Almerinda Pereira1,3, José Luís Carvalho2, Jorge Correia Pinto2,3
1- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Braga
2- Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga
3- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Escola de
Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga, Portugal; ICVS/3B’s –
Laboratório Associado, Braga/Guimarães, Portugal
Introdução: A má rotação intestinal (MRI) é uma anomalia do desenvolvimento que
atinge a posição do intestino delgado e respectivos anexos peritoneais, sendo definida
como a rotação ausente ou incompleta fixação do intestino embrionário em torno da
artéria mesentérica superior. Os recém-nascidos que apresentam MRI sintomática na
primeira semana de vida tendem a manifestar-se por obstrução intestinal grave. A
sintomatologia e os sinais da MRI são por vezes intermitentes, consoante se instala ou
não vólvulo intestinal.
Descrição do caso: Recém-nascido de termo com vómitos após as primeiras 24h de
vida, inicialmente aquosos e posteriormente biliares. Dejeções normais. Por suspeita de
estenose duodenal/jejunal foi internado em D2 de vida, e efetuada intubação orogástrica com drenagem biliar abundante. Telerradiografia abdominal simples sem
alterações. Por persistência da sintomatologia realizou estudo radiológico contrastado
que confirmou quadro clinico de sub - oclusão intestinal alta. Foi submetido a
laparotomia em D6 de vida e observou-se a presença de vólvulo mesentérico de 360º,
secundário a MRI, sem compromisso vascular significativo. Efectou-se desrotação do
vólvulo, libertação das ansas, alargamento do mesentério e apendicectomia (Operação
de Ladd). Por intolerância alimentar repetiu exame contrastado no 3º dia pós-operatório
que excluiu recidiva de vólvulo, verificando-se melhoria progressiva da intolerância
alimentar. Colestase neonatal no 3º dia pós-operatório com resolução espontânea. No 7º
dia de pós-operatório iniciou febre, PCR positiva (98,6 mg/L) com isolamento de
Staphylococcus epidermidis na hemocultura. Cumpriu 10 dias de antibioterapia e teve
alta em D23 de vida orientado para consulta externa.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Discussão/Conclusão: Salienta-se a importância do elevado índice de suspeita clínica
necessário no reconhecimento desta rara e potencialmente fatal emergência cirúrgica
intra-abdominal. No caso apresentado, a detecção e intervenção precoces permitiram
contrariar o mau prognóstico desta patologia, evitando-se a inviabilidade intestinal e
consequentemente a síndrome do intestino-curto.
Palavras-chave: vómito; má rotação intestinal; vólvulo; cirurgia.
P31 - Um quisto pouco visto.
Sara Pimentel Marcos1, Ana Vaz2, Maria do Rosário Cancella de Abreu2, Guilhermina
Ladeira3, Fátima Alves4, Rui Alves4, Eduarda Reis2
1- Serviço de Pediatria- Hospital de São Francisco Xavier, CHLO, EPE, Lisboa; 2Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria- HPP Hospital de Cascais; 3- Serviço de
Ginecologia-Obstetrícia- HPP Hospital de Cascais 4- Serviço de Cirurgia PediátricaHospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE, Lisboa.
Introdução: No período neonatal, o quisto e o abcesso da glândula de Bartholin, apesar
de raros, devem ser considerados no diagnóstico diferencial de uma tumefação dos
grandes lábios.
Descrição do caso: Recém-nascido do sexo feminino, com antecedentes maternos e
obstétricos irrelevantes. Na primeira observação tinha uma tumefação na metade
inferior do grande lábio direito, de consistência mole, indolor e sem outros sinais
inflamatórios. Restante exame objetivo normal. Sem parâmetros de infeção. A ecografia
mostrou formação quística pura, com 19x7mm, contactando a parede distal da vagina.
Ecografia renal e pélvica sem alterações. Teve alta com diagnóstico de quisto da
glândula de Bartholin. Verificou-se drenagem espontânea de transudado ao fim de duas
semanas e evolução para a cura sem terapêutica adicional.
Discussão/ conclusão: O quisto da glândula de Bartholin ocorre por obstrução do ducto
da glândula podendo resolver espontaneamente ou infetar e formar abcesso. Na
literatura encontrámos dois casos de abcesso no recém-nascido. No caso relatado
consideramos estar perante um quisto de retenção congénito da glândula de Bartholin
com resolução espontânea, pelo que alertamos para esta possibilidade diagnóstica num
recém-nascido com tumefação dos grandes lábios.
Palavras-chave: congénito, glândula de Bartholin, grandes lábios, quisto
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P32 - Obstrução Meconial do Prematuro – O que sabemos?
Teresa Jacinto1, Eduardo Fernandes1, Cristina Borges2, Teresa Tomé1, Paolo Casella2
1
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Unidade de Cuidados Intensivos
Neonatais, Centro Hospitalar Lisboa Central2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro
Hospitalar Lisboa Central
O atraso na eliminação de mecónio -característica do prematuro - predispõe à distensão
intestinal, elevando o risco de perfuração com significativa mortalidade nesta
população.
Prematura de 24 semanas e 6 dias, PN 700g, fruto de uma gestação gemelar espontânea.
Nasceu por cesariana, tendo necessitado de manobras de reanimação avançadas,
ventilação invasiva e suporte inotrópico. Iniciouampicilina e gentamicina por sépsis
precoce a E. coli. Após estabilização clínica em D5, iniciou alimentação entérica
mínima (6ml/kg/dia), e aumentado 1 ml/kg/dia até D10.A primeira passagem de
mecónio ocorreu nas primeiras 72 horas de vida, com dejecções vestigiais de mecónio
em D7 e D10. Em D9, iniciou quadro de eritema e distensão abdominal rapidamente
progressiva, instabilidade hemodinâmica, insuficiência renal oligúrica. Em D10 foi
transferida para Cirurgia Pediátrica. Dado quadro de distensão severa foi submetida a
laparotomia,
tendo
sido
constatado
ileusmeconial
complicado
com
dupla
perfuraçãoileal, resultando o óbito do recém-nascido.
O ileusmeconial do prematuro condiciona um quadro clínico de obstrução intestinalEtiologicamente, a excreção difícil de mecónio espesso no ileo terminal e cólon
proximal agravada pela dismotilidade intestinal característica do prematuro e alguns
factores de risco adicionais, nomeadamente a insuficiência útero-placentária,
persistência do canal arterial e ventilação mecânica, sugere um mecanismo subjacente
de hipoperfusão intestinal. A instilação pelo recto de enemas diluídos em soro
fisiológico - com glicerina nos quadros ligeiros obstrutivos baixos, N-acetilcisteina nos
obstrutivos altos ou gastrografinanos quadros persistentes em doentes estáveis - são
eficazes de 60 a 80% dos casos. Quadros rapidamente progressivos ou doentes instáveis
implicam cirurgia emergente (20-30%), com 50% de mortalidade.
A obstrução meconial do prematuro é uma entidade clínica distinta de frequência
crescente na população de prematuros, ocasionando quadros abdominais obstrutivos
insidiosos potencialmente graves. O reconhecimento dos factores de risco e o
diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para o prognóstico.
Palavras-chave:Dismotilidade, N-acetilcisteina, obstrução, perfuração, prematuro.
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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
P33 - Persistência do úraco: caso clínico
Autores: Andreia Barros1, Joana Oliveira1, Filipa Freitas2, Carla Pilar2, Fátima Alves2,
Cremilda Barros3, Henrique Leitão1, Edite Costa1, Carmo Camacho1, José Luís Nunes1
1
Unidade de Cuidados Intensivos e Pediátricos, Serviço de Pediatria
2
Unidade de Cirurgia Pediátrica, Serviço de Pediatria
3
Serviço de Ginecologia e Obstetrícica
Hospital Central do Funchal
Introdução: A patência do úraco é um defeito raro que resulta da sua incompleta
regressão. O diagnóstico prenatal por ecografia é possível em alguns casos, contudo
com várias limitações no diagnóstico diferencial do tipo de malformação e anomalias
associadas.
Caso clínico: Os autores apresentam um caso clínico de um RN, fruto de uma gravidez
vigiada, GIPI, mãe 37 anos, sem antecedentes patológicos conhecidos. Às 14 semanas
de gestação, foi diagnosticada por ecografia a presença de uma colecção líquida
intrabdominal junto à inserção baixa do cordão umbilical, com hipóteses diagnósticas
iniciais de persistência do úraco ou extrofia da bexiga. As ecografias seriadas
posteriores permitiram melhor identificação da malformação, concluindo tratar-se de
anomalia do úraco sem outras alterações, nomeadamente dos rins ou da parede da
bexiga.
Parto por cesariana electiva às 38 semanas de gestação, IA 9/10, com boa adaptação à
vida extrauterina. Apresentava um coto umbilical de base larga, com prolapso de
mucosa junto ao bordo inferior da inserção do cordão umbilical. Realizou ecografia
abdominal e renal (sem malformações associadas) e estudo radiológico com contraste
que revelou bexiga alongada com extensão superior no trajecto do úraco. Em D2 de
vida, submetido a cirurgia que confirmou presença de úraco patente sendo efectuada
excisão do mesmo e reparação da parede da bexiga adjacente. Pós operatório sem
intercorrências.
Discussão: Os autores salientam, neste caso clínico, a importância de um diagnóstico
prenatal adequado. A discussão do caso em reuniões multidisciplinares (Obstetra,
Neonatologista e Cirurgião Pediátrico) permitiu uma programação diagnóstica e
terapêutica adequadas. Quanto ao tipo de anomalia do úraco, a persistência do úraco é a
mais frequente e obriga à exclusão de anomalias associadas, das quais o refluxo
vesicoureteral é a mais frequente.
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