UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Elaine Faucz Rodrigues Barge
REDES: PRINCIPAIS PROTOCOLOS PARA TRANSMISSÃO DE
IMAGEM E SOM DE FORMA SIMULTÂNEA
CURITIBA
2012
REDES: PRINCIPAIS PROTOCOLOS PARA TRANSMISSÃO DE
IMAGEM E SOM DE FORMA SIMULTÂNEA
CURITIBA
2012
Elaine Faucz Rodrigues Barge
REDES: PRINCIPAIS PROTOCOLOS PARA TRANSMISSÃO DE
IMAGEM E SOM DE FORMA SIMULTÂNEA
Monografia
Graduação
apresentada ao Curso de Pósde Redes de Computadores e
Segurança de Redes – Administração e Gerencia
da Faculdade de Ciências Exatas da Universidade
Tuiuti do Paraná Como requisito para a Conclusão
de Curso.
Orientador: Roberto Néia Amaral.
Co-Orientador: Luiz Altamir Corrêa Jr
Co-Orientador: Marcelo Soares Farias.
CURITIBA
2012
TERMO DE APROVAÇÃO
Elaine Faucz Rodrigues Barge
REDES: PRINCIPAIS PROTOCOLOS PARA TRANSMISSÃO DE
IMAGEM E SOM DE FORMA SIMULTÂNEA
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do titulo de Especialista em Rede de
Computadores e Segurança de Redes - Administração e Gerência no programa de Especialização da
Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 10 de maio de 2012.
Roberto Néia Amaral
Rede de Computadores e Segurança de Redes - Administração e Gerência
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador:
Prof. Roberto Néia Amaral
UTP - FACET
Prof. Luiz Altamir Corrêa Júnior
UTP - FACET
Prof. Marcelo Soares Farias
UTP - FACET
RESUMO
Levantamento dos principais protocolos para transmissão de imagem e som de forma
simultânea. O levantamento demonstrou que o que determina a escolha do protocolo é a
necessidade de uma transmissão concisa sem perda de dados ou uma transmissão rápida
sem se preocupar com certa perda de dados. O objetivo deste levantamento é auxiliar nesta
decisão, demonstrando qual dos protocolos aqui indicados melhor se aplicam a cada caso.
Foram feitas pesquisas de diversos protocolos existentes hoje para tornar este processo de
escolha mais simples, porem não menos complicado. O resultado foi uma lista com diversos
protocolos - gratuitos e pagos – com uma explicação concisa de cada um. Conclui-se ainda
que existam cada vez mais protocolos e que com o passar do tempo novos surgirão e que a
escolha do que melhor se aplica a necessidade do cliente que o usa depende de uma boa
analise das reais necessidades do mesmo.
Palavras-chave: Vídeo conferência. Transmissão. Vídeo aula.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
-
PAR TRANÇADO..........................................................................21
FIGURA 2
-
CABO COAXIAL BANDA BASE....................................................23
FIGURA 3
-
CABO COAXIAL BANDA LARGA.................................................23
FIGURA 4
-
FIBRA ÓTICA................................................................................24
FIGURA 5
-
EXTREMIDADE DE UM CABO COM TRÊS FIBRAS...................24
FIGURA 6
-
CONECTOR ST MONOMODO E MULTIMODO...........................26
FIGURA 7
-
CONECTORES BNC.....................................................................26
FIGURA 8
-
CONECTOR SC MONOMODO E MULTIMODO..........................26
FIGURA 9
-
ETAPAS DE UMA TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA........................28
FIGURA 10
-
APLICAÇÕES QUE NECESSITAM TRANSMISSÃO
MULTIMÍDIA..................................................................................29
FIGURA 11
-
CONCEITO DE JITTER E LATÊNCIA. ........................................32
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
-
APLICAÇÕES TÍPICAS DE MULTIMÍDIA EM REDE...................33
TABELA 2
-
CLASSES DOS ENDEREÇOS IP.................................................36
TABELA 3
-
PADRÕES DE MULTIMÍDIA DO ITU-T.........................................60
TABELA 4
-
RECOMENDAÇÕES ITU-T...........................................................61
TABELA 5
-
TAXAS DE TRANSMISSÃO SEM COMPRESSÃO......................69
LISTA DE SIGLAS
APP
-
Atom Publishing Protocol
ARP
-
Address Resolution Protocol
BNC
-
Bayonet Neil Concelman
bps
-
Bits por Segundo
CIF
-
Common Intermediate Format
CODEC
-
Codificador/Decodificador.
CNAME
-
Canonical Name
CSRC
-
Contributing Source
DHCP
-
Dynamic Host Control Protocol
DNS
-
Domain Name Service
FTP
-
File Transfer Protocol
IAC
-
Interpret As Command
ICANN
-
Internet Corporation for Assigned Names and Numbers
ICMP
-
Internet Control Message Protocol
IETF
-
Internet Engineering Task Force
IGMP
-
Internet Group Management Protocol
IOS
-
Internetwork Operational System
IP
-
Internet Protocol.
IPV4
-
Internet Protocol vesion 4.
IPV6
-
Internet Protocol vesion 6.
ISO
-
International Organization for Standardization
Kbps
-
Kilobits por segundo.
LAN
-
Local area network
LED
-
Light Emitting Diode
MAC
-
Media Access Control
MDCP
-
Mowgli Data Channel Protocol
MG
-
Media gateway
MGC
-
Media gateway controller
MGCP
-
Media Gateway Control Protocol
MPEG
-
Moving Picture Experts Group.
NTSC
-
National Television Standards Committee
OSI
-
Open System Interconnection
PAL
-
Phase Alternation Line
QoS
-
Quality of Service
RARP
-
Reverse Address Resolution Protocol
RDP
-
Remote Desktop Protocol
RJE
-
Remote Job Entry
RR
-
Receiver Report
RSVP
-
ReSource reserVation Protocol
RTCP
-
RTP Control Protocol.
RTP
-
Real Time Transport Protocol.
RTSP
-
Real Time Streaming Protocol.
SC
-
Square connector
SDES
-
Source Description Items
SDP
-
Session Description Protocol
SIF
-
Standard Interchange Format
SIP
-
Session Initiation Protocol
SMTP
-
Simple Mail Transfer Protocol
SMPTE
-
Society of Motion Picture e Televisão Engineers
SNMP
-
Simple Network Management Protocol
SR
-
Sender Report
SSRC
-
Synchronization Source
ST
-
Straight Tip
TCP
-
Transmission Control Protocol.
TFTP
-
Trivial File Transfer Protocol
UDP
-
User Datagram Protocol.
URL
-
Uniform Resource Locator.
WEB
-
WWW
WWW
-
World Wide Web.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO................................................................................................11
2
CONHECENDO O MODELO OSI..................................................................12
2.1
APLICAÇÃO....................................................................................................12
2.2
APRESENTAÇÃO...........................................................................................14
2.3
SESSÃO.........................................................................................................15
2.4
TRANSPORTE................................................................................................15
2.5
REDE..............................................................................................................17
2.6
ENLACE..........................................................................................................18
2.7
FÍSICA.............................................................................................................19
2.7.1 Meios de Transmissão de Dados...................................................................20
3
TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA EM REDES....................................................28
3.1
LATÊNCIA.......................................................................................................30
3.2
JITTER............................................................................................................31
3.3
SKEW..............................................................................................................32
4
PROTOCOLOS...............................................................................................34
4.1
IP.....................................................................................................................34
4.2
TCP.................................................................................................................36
4.3
UDP.................................................................................................................39
4.4
TCP/IP ............................................................................................................42
4.5
RTP.................................................................................................................51
4.6
RTCP..............................................................................................................53
4.7
SIP..................................................................................................................55
4.8
RTSP...............................................................................................................58
5
PADRÕES DE MULTIMÍDIA EM REDES DE COMPUTADORES................60
6
CODIFICAÇÃO DE ÁUDIO............................................................................69
7
CODIFICAÇÃO DE VÍDEO.............................................................................73
8
CONCLUSÃO.................................................................................................75
REFERÊNCIAS..............................................................................................76
11
1 INTRODUÇÃO
Atualmente utilizam-se diversos protocolos para a transmissão de imagem e
som de forma simultânea, estes são usados em videoconferências, transmissão de
aulas entre outros, contudo a escolha dos protocolos envolvidos neste serviço não é
simples, existem diversos fatores a serem levados em consideração.
Então como escolher o protocolo certo? Como identificar compatibilidades?
Como identificar as possíveis falhas em cada protocolo?
O objetivo deste trabalho é ajudar na escolha do melhor protocolo para cada
transmissão.
Quanto ao roteiro do conteúdo, esse trabalho e composto de 7 capítulos.
Sendo o segundo destinado ao conhecimento do modelo OSI; o terceiro a como
funciona a transmissão multimídia em redes; o quarto aos protocolos; o quinto a
padrões de multimídia; o sexto e o sétimo a codificações e o oitavo a conclusão.
12
2 CONHECENDO O MODELO OSI
Para satisfazer requerimentos de clientes para a capacidade de computação
remota, fabricantes de computadores de grande porte desenvolveram uma
variedade de arquiteturas de redes. Algumas destas arquiteturas definem o interrelacionamento de fornecedores de hardware e software, em particular, para permitir
o fluxo de comunicações através da rede para fabricantes de computadores em
geral.
Com a finalidade de padronizar o desenvolvimento de produtos para redes
de comunicação de dados, foi elaborado um modelo aberto, que teve como
referência o OSI pela ISO. Este modelo estabelece sete camadas para as funções
de comunicação de dados:

Aplicação

Apresentação

Sessão

Transporte

Rede

Enlace

Física
2.1 APLICAÇÃO
A camada de aplicação dentro do processo de comunicação é representada
pelo usuário final para o modelo OSI. Ou seja, baseado em pedidos de um usuário
da rede, esta camada seleciona serviços a serem fornecidos por funções das
camadas mais baixas.
13
Esta camada deve providenciar todos os serviços diretamente relacionados
aos usuários. Alguns destes serviços são:

Identificação da intenção das partes envolvidas na comunicação e sua
disponibilidade e autenticidade

Estabelecimento de autoridade para comunicar-se

Acordo sobre o mecanismo de privacidade

Determinação da metodologia de alocação de custo

Determinação de recursos adequados para prover uma qualidade de serviços
aceitável

Sincronização de cooperação para aplicações

Seleção da disciplina de diálogo

Responsabilidade da recuperação de erros de estabelecimento

Acordo na validação de dados

Transferência de informações
A intercomunicação entre entidades de aplicação ocorre de acordo com
protocolos específicos. Estes protocolos podem ser de três categorias:
 Administração do sistema
Este protocolo refere-se à administração dos vários recursos e seus estados
através dos níveis da arquitetura OSI. Algumas funções deste tipo de
protocolo são:
Administração da ativação/desativação
Monitoração
Controle de erros
Recuperação
14
Somente a administração de atividades que implicam comunicações entre
entidades remotas é considerada neste tipo de protocolo, outras atividades de
administração do sistema local estão fora do ambiente OSI.
 Administração das aplicações
Este protocolo refere-se à administração dos processos de aplicação. Os
protocolos deste tipo incluem:
Inicialização/manutenção de processos de aplicação
Encerramento de processos de aplicação
Controle de acesso
Recuperação de deadlock (situação em que ocorre um impasse e
dois ou mais processos ficam impedidos de continuar suas
execuções).
 Aplicação do usuário
Estes protocolos habilitam RJE e acesso a arquivos. Protocolos adicionais
deste tipo podem ser criados para suportar aplicações específicas, tais como
transferência eletrônica de fundos, correio eletrônico, etc.
2.2 APRESENTAÇÃO
Esta camada é responsável pela representação da informação para
entidades de aplicação, comunicando-se em um determinado caminho, e preservar
o sentido em determinado espaço de tempo resolvendo diferenças de sintaxe. Para
esses objetivos, esta camada pode prover as seguintes funções:

Transformação de dados

Formatação de dados
15

Sintaxe de seleção
2.3 SESSÃO
O objetivo desta camada é prover os mecanismos necessários para
organizar e sincronizar o diálogo e o gerenciamento da troca de dados entre
entidades de apresentação. Para tal, a camada de sessão entre duas entidades de
apresentação é o suporte para ordenar a troca de dados. Como suporte a esses
objetivos, a camada de sessão providencia os seguintes serviços para a camada de
apresentação:

Estabelecimento de conexão de sessão

Liberação de conexão de sessão

Troca normal de dados

Gerenciamento de interação

Reporte de condições de exceção

Mecanismos para sincronização de conexão de sessão
2.4 TRANSPORTE
Esta camada existe para realizar a transferência transparente de dados
entre entidades em sessão. Protocolos de transporte são empregados para
estabelecimento, manutenção e liberação de conexões de transporte que
representam um caminho duplo para os dados entre dois endereços de transporte.
O modelo OSI define três fases de operação dentro da camada de transporte:
 Fase de estabelecimento
16
O objetivo desta fase é o estabelecimento de conexões entre funções de
serviços das camadas mais altas. A qualidade dos serviços de conexão pode ser
negociada durante esta fase. Os serviços providenciados incluem:

Seleção de serviços de rede, como funções de parâmetros, por exemplo:
throughput (velocidade na qual a informação trafega nivelada pelo menor
valor de transferência), ajuste do tempo de transmissão e características
de erros;

Gerenciamento de conexões de transporte para conexões de camadas
mais baixas;

Estabelecimento de tamanho apropriado para pacotes de dados;

Seleções de funções empregadas na transferência de dados

Transporte de dados de camadas mais altas
 Fase de transferência
Esses serviços têm como objetivo a transferência de dados de acordo com a
qualidade dos serviços descritos na fase de estabelecimento. Os serviços
providenciados incluem:

Blocagem

Concatenação

Segmentação

Multiplexação de conexões providenciadas pelas camadas mais baixas

Controle de fluxo em uma sessão orientada fim a fim

Manutenção de uma unidade de dados retida da camada de sessão

Manutenção de conexão entre duas funções de transporte atuando entre
duas entidades em conversação
17

Detecção de erros para: perda, danos, duplicação, ou desordem nas
unidades de dados.

Recuperação de erros de endereços detectados por esta camada ou
assinalados pelas camadas mais baixas

Transporte de dados que empregam mecanismos normais de controle de
fluxo
 Fase de terminação
Esses serviços permitem encerrar uma sessão terminando a conexão, sendo
notificadas ambas as partes. Esses serviços incluem:

Notificação da razão do encerramento

Identificação da conexão terminada

Informações adicionais como requerido
2.5 REDE
A função básica desta camada é providenciar a transferência transparente
de todos os dados submetidos pelo nível de transporte. A estrutura e conteúdo
detalhados dos dados submetidos serão determinados exclusivamente pelas
camadas acima da camada de rede. O propósito é permitir que as camadas mais
altas tenham independência para rotear e comutar considerações associadas com o
estabelecimento e operação de uma conexão. O estabelecimento, manutenção e
terminação de conexões das entidades comunicando-se são inclusos nos serviços
executados por esta camada. Essas funções e serviços são:

Endereçamento da rede e identificação do ponto final
18

Multiplexação da rede de conexões acima das conexões da camada de
enlace providenciadas pela próxima camada mais alta

Segmentação e/ou blocagem para facilitar a transferência de dados

Serviços de seleção quando diferentes serviços estão disponíveis

Seleção da qualidade de serviços baseados em parâmetros como: erros
residuais, disponibilidade, confiabilidade, fluxo de tráfego, tempo gasto no
estabelecimento da conexão e no trânsito.

Detecção e recuperação de erros para atingir a qualidade de serviços
desejada

Notificação de erros para as camadas acima quando a qualidade dos
serviços não pode ser mantida

Entrega sequenciada de dados, se disponível, para uma implementação
em particular.

Controle de fluxo, isto é, suporte de indicadores de controle do fluxo
providenciados pela camada de transporte.

Transferência de dados como um serviço opcional

Rearranjo de conexão quando ocorre perda de rota de retorno de dados
e notificação para o usuário

Serviços de terminação quando solicitados por parte do usuário
2.6 ENLACE
A camada de enlace providencia maneiras funcionais e procedimentos para
estabelecimento, manutenção e liberação de enlaces de dados entre as entidades
da rede. Os objetivos são providenciar a transmissão de dados para a camada de
19
rede e detectar, e possivelmente corrigir erros que possam ocorrer no meio físico. As
características funcionais desta camada são:

Conexão dos enlaces, ativação e desativação. Estas funções incluem o
uso de facilidades multiponto físico para suportar conexões entre funções da
camada de rede

Mapeamento de unidades de dados para a camada de rede dentro das
unidades do protocolo de enlace para transmissão

Multiplexação de um enlace de comunicação para várias conexões

Delimitação
físicas
de
unidades
de
transmissão
para
protocolos
de
comunicação

Detecção, notificação e recuperação de erros.

Identificação e troca de parâmetros entre duas partes do enlace
2.7 FÍSICA
A camada física provê características físicas, elétricas, funcionais e
procedimentos para ativar, manter e desativar conexões entre duas partes. Uma
entidade de dados de serviço neste nível consiste em um bit em transmissão serial e
de n bits em transmissão paralela.
As funções dentro deste nível são:

Ativação e desativação da conexão física entre duas entidades do nível
de ligação de dados, inclusive concatenação e circuitos de dados quando
solicitado pelo nível de ligação.
20

Transmissão de unidades de dados de serviço (bits), que pode ser
executada de modo síncrono ou assíncrono.

Controle de erros
2.7.1 Meios de Transmissão de Dados
O meio de transmissão de dados serve para oferecer suporte ao fluxo de
dados entre dois pontos. Usamos o termo linha para designar o meio de transmissão
usado entre esses pontos. Essa linha pode ser de um par de fios, um cabo coaxial,
fibras óticas, comunicação por rádio frequência ou até mesmo por satélites.
Os meios de transmissão mais comuns utilizados são:

Par de Fios
O par de fios, também chamado de par trançado, foi um sistema
originalmente produzido para transmissão telefônica analógica. Interessante
observar que utilizando o sistema de transmissão por par de fios aproveita-se
esta tecnologia que já é tradicional por causa do seu tempo de uso e do
grande número de linhas instaladas.
A taxa de transmissão varia de acordo com as condições das linhas
telefônicas utilizadas, podendo variar entre 9600 a 19200 bps.
Considerando enlaces ponto a ponto, essas taxas são bem aceitáveis,
porém, quando se trata de enlaces multipontos, a taxa de transmissão
decresce significativamente.
Todo o meio físico de transmissão sofre influências do meio externo
acarretando em perdas de desempenho nas taxas de transmissão. Essas
21
perdas podem ser atenuadas limitando a distância entre os pontos a serem
ligados.
A qualidade das linhas de transmissão que utilizam o par de fios
depende, basicamente, da qualidade dos condutores empregados, bitola dos
fios (quanto maior a bitola, mais corrente passa pelo condutor), técnicas
usadas para a transmissão dos dados através da linha e proteção dos
componentes da linha para evitar a indução dos condutores.
A indução ocorre devido a alguma interferência elétrica externa
ocasionada por osciladores, motores, geradores elétricos, mau contato ou
contato acidental com outras linhas de transmissão que não estejam isolados
corretamente ou até mesmo tempestades elétricas ou proximidades com
linhas de alta tensão.
A vantagem principal na utilização do par de fios ou par trançado é seu
baixo custo de instalação e manutenção, considerando o grande número de
bases instaladas.
FIGURA 1 – PAR TRANÇADO.
FONTE: BARBOSA, 2012, disponível em:
http://www.inf.pucminas.br/professores/marco/redes/aula3.htm.
22

Cabo Coaxial
O cabo coaxial possui vantagens em relação aos outros condutores
utilizados tradicionalmente em linhas de transmissão por causa de sua
blindagem adicional, que o protege contra o fenômeno da indução, causado
por interferências elétricas ou magnéticas externas.
Essa blindagem constitui-se de uma malha metálica (condutor externo)
que envolve um condutor interno isolado.
Os cabos coaxiais geralmente são empregados na ligação de pontos
próximos um do outro (rede local de computadores, por exemplo). A
velocidade de transmissão é bastante elevada devido a tolerância aos ruídos
graças a malha de proteção desses cabos.
Os cabos coaxiais são divididos em duas famílias:

Banda base
Nesta tecnologia de transmissão, o sinal digital é injetado
diretamente no cabo. A capacidade de transmissão dos cabos nesta
modalidade varia entre alguns Mbps Km, no caso dos cabos mais finos,
até algumas dezenas de megabits por segundo no caso de cabos
grosso.
A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 50
ohms.
23
FIGURA 2 – CABO COAXIAL BANDA BASE.
FONTE: REDES DE DADOS E AS SUAS IMPLEMENTAÇÕES: 2012, disponível em:
http://nick-onfire.blogspot.com.br/p/modulo-2_24.html.

Banda larga
Nesta tecnologia de transmissão, os cabos coaxiais suportam
uma banda passante de até 400Mhz. Devido a esta grande tolerância,
esse cabo é muito utilizado para a transmissão do sinal de vídeo em
TV a cabo e, na transmissão de vídeo também em computadores, para
a integração de imagens transmitidas para várias estações de rede
local.
A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 75
ohms.
FIGURA 3 – CABO COAXIAL BANDA LARGA.
FONTE: CABO COAXIAL BANDA LARGA: 2012, disponível em:
http://penta2.ufrgs.br/tp951/c_larga.html
24
As dificuldades de conexão com cabos coaxiais são um pouco
maiores do que se fosse utilizado o par trançado. A conexão dos cabos
é feita através de conectores mecânicos, o que também encarece sua
instalação em relação ao par trançado, porém, os benefícios
compensam com larga vantagem a utilização deste método.

Fibras Óticas
Uma fibra ótica é constituída de material dielétrico, em geral,
sílica ou plástico, em forma cilíndrica, transparente e flexível, de
dimensões microscópicas comparáveis às de um fio de cabelo. Esta
forma cilíndrica é composta por um núcleo envolto por uma camada de
material também dielétrico, chamada casca. Cada um desses elementos
possui índices de refração diferentes, fazendo com que a luz percorra o
núcleo refletindo na fronteira com a casca.
FIGURA 4 – FIBRA ÓTICA
FONTE: MOUTINHO, 2011, p.3.
FIGURA 5 – EXTREMIDADE DE UM CABO COM TRÊS FIBRAS.
FONTE: MOUTINHO, 2011, p.3.
A fibra ótica utiliza sinais de luz codificados para transmitir os
dados, necessitando de um conversor de sinais elétricos para sinais
25
óticos, um transmissor, um receptor e um conversor de sinais óticos para
sinais elétricos.
A transmissão por meio de fibras ópticas é quase totalmente
imune a interferências eletromagnéticas, não há necessidade de
aterramento, pois a mesmas mantém os pontos eletricamente isolados
um do outro.
A transmissão ótica está sujeita à dispersão espectral ou
cromática. A luz que passa na fibra é feita de diferentes frequências e
comprimentos de onda. O índice de refração difere para cada
comprimento de onda e permite às ondas viajarem a diferentes
velocidades. Os LEDs, que possuem um grande espalhamento de
comprimento de onda, estão sujeitos a uma dispersão de espectro
considerável. Os lasers exibem uma luz quase monocromática (número
limitado de comprimentos de onda) e não sofrem qualquer dispersão
cromática significativa.
O padrão 10BaseF refere-se à especificação do uso de fibras
óticas para sinais Ethernet. O conector mais usado com fibras óticas é o
conector ST, similar ao conector BNC. No entanto, um novo tipo está
ficando mais conhecido, o conector SC. Ele é quadrado e é mais fácil de
usar em espaços pequenos.
26
FIGURA 6 – CONECTOR ST MONOMODO E MULTIMODO.
FONTE: CONECTOR ST MONOMODO E MULTIMODO: 2012, disponível em:
http://www.netplus.com.br/site/30-Conectores-Opticos/View-all-products.html
FIGURA 7 – CONECTORES BNC.
FONTE: MANUTENÇÃO DE REDES: 2012, disponível em:
http://redesmanutencao.blogspot.com.br/
FIGURA 8 – CONECTOR SC MONOMODO E MULTIMODO.
FONTE: CONECTOR SC MONOMODO E MULTIMODO: 2012, disponível em:
http://www.netplus.com.br/site/30-Conectores-Opticos/View-all-products.html

Sistemas de Rádio Enlace
Este sistema consiste na transmissão de dados por ondas de rádio
frequência.
Para que a transmissão de dados tenha êxito é importante que certos
requisitos sejam respeitados são estes os requisitos:
27
Potência de transmissão;
Mínima distorção na propagação do sinal;
As condições anteriores devem ser mantidas dentro de parâmetros
suficientes para garantir a integridade dos dados transmitidos.
28
3 TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA EM REDES
A transmissão multimídia requer que garantias diversas de QoS sejam
estabelecidas e mantidas para que se atendam aos requisitos específicos das
diferentes mídias.
As redes deve oferecer suporte a restrições diversas fim-a-fim, ou seja, em
todo o caminho da origem até o destino.
O crescimento da Internet e das intranets motivou sua utilização como base
para o transporte de fluxos de dados multimídia sobre redes sem garantias de QoS
baseadas no IP.
O desenvolvimento das áreas de codificação de sinais e de novos protocolos
de rede tornou a transmissão desse tipo de fluxo possível.
As etapas de uma transmissão multimídia são mostradas a seguir:
FIGURA 9 – ETAPAS DE UMA TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA.
FONTE: ROESLER, 2001, p.3.
O sinal gerado é inicialmente digitalizado, para então passar por um
processo de compressão, que diminui seu tamanho, tornando-o viável para ser
transmitido na rede. A rede insere alguns atrasos no sistema. No receptor, os
pacotes são reordenados, descomprimidos e reconvertidos ao estado original,
normalmente com perdas inseridas no processo de compressão.
29
Pode-se
dividir a
parte
de
transmissão
multimídia
em
redes de
computadores como mostra a figura seguir, ou seja, a parte de conferência (que
requer interatividade) e a parte de transmissão de vídeo (que envolve apenas um
lado transmitindo e vários clientes recebendo). Ambas possuem necessidades
diferentes para funcionarem a contento, por exemplo, as aplicações de conferência
normalmente possuem necessidades mais rígidas em relação ao atraso da rede,
enquanto que a transmissão unidirecional pode trabalhar com um atraso maior.
FIGURA 10 – APLICAÇÕES QUE NECESSITAM TRANSMISSÃO MULTIMÍDIA.
FONTE: ROESLER, 2001, p.3.
Apesar das aplicações possuírem necessidades diferentes, existe uma
tendência atualmente para sua convergência em um único meio físico. Assim, se
unificaria o meio físico, que compartilharia a transmissão de voz, vídeo, dados,
imagens, músicas, e tudo que possa ser transformado em bits.
Entretanto, as aplicações têm características e requisitos bem diferentes
umas das outras.
Aplicações de teleconferência possuem necessidades mais rígidas em
relação à latência e jitter do que aplicações de transmissão unidirecional. Da mesma
forma, transmissões de vídeo necessitam uma largura de banda muito maior que
transmissões de áudio ou texto.
30
A seguir serão definidos três conceitos fundamentais para o entendimento
da transmissão multimídia nas redes de computadores: latência, jitter e skew.
3.1 LATÊNCIA
Latência é o tempo que um pacote leva da origem ao destino. Caso esse
atraso seja muito grande, prejudica uma conversação através da rede, tornando
difícil o diálogo e a interatividade necessária para certas aplicações. Um atraso
confortável para o ser humano fica na ordem de 100ms.
Os principais responsáveis pela latência são o atraso de transmissão, de
codificação e de empacotamento, que podem ser definidos da seguinte forma:

Atraso de transmissão: tempo que leva para o pacote sair da placa de
rede do computador origem e chegar na placa de rede do computador
destino. Esse tempo envolve uma série de fatores, como por exemplo:
1. Atraso no meio físico: é o atraso de propagação da mensagem no
meio de transmissão, e varia bastante. Por exemplo, num enlace de
satélite o tempo típico é de 250ms, e numa fibra ótica ou UTP o
atraso é na ordem de 5μs/Km.
2. Atrasos de processamento nos equipamentos intermediários, como
roteadores e switches;
3. Atraso devido ao tempo de espera nas filas de transmissão dos
equipamentos
intermediários:
esse
valor
depende
do
congestionamento da rede no momento, e varia bastante,
dependendo do tamanho da fila. Quanto menor a fila, menor o
atraso, mas aumenta a probabilidade de descarte do pacote no
caso de congestionamento;
31

Atraso de codificação e decodificação: tempo de processamento na
máquina origem na máquina destino para codificação e decodificação de
sinais, respectivamente. Voz e vídeo normalmente são codificados em
um padrão, tal como PCM (G.711 a 64Kbps) para voz, ou H.261 para
vídeo. O atraso varia com o padrão adotado; por exemplo, o G.711 ocupa
menos de 1ms de codificação, porém requer 64Kbps de banda. Um
protocolo de voz como o G.729 requer 25ms de codificação, mas ocupa
apenas 8Kbps de banda;

Atraso de empacotamento e desempacotamento: depois de codificado, o
dado deve ser empacotado através dos níveis na pilha de protocolos a
fim de ser transmitido na rede. Por exemplo, numa transmissão de voz a
64Kbps, ou 8000 bytes por segundo, o preenchimento de um pacote de
dados com apenas 100 bytes toma 12,5ms. Mais 12,5ms serão
necessários no destino a fim de desempacotar os dados.
Além disso, dependendo do jitter da transmissão, a aplicação de tempo real
deverá criar um buffer para homogeneizar a entrega de pacotes ao usuário, criando
um novo atraso no sistema.
3.2 JITTER
Apenas latência não é suficiente para definir a qualidade de uma
transmissão, pois as redes não conseguem garantir uma entrega constante de
pacotes ao destino. O jitter é a variação estatística do retardo, que altera o fluxo de
chegada dos pacotes. O conceito de jitter e latência são ilustrados na figura a seguir.
32
FIGURA 11 – CONCEITO DE JITTER E LATÊNCIA.
FONTE: ROESLER, 2001, p.5.
A consequência do jitter é que a aplicação no destino deve criar um buffer
cujo tamanho vai depender do jitter, gerando mais atraso na conversação (aplicação
de voz, por exemplo). Esse buffer vai servir como uma reserva para manter a taxa
de entrega constante no interlocutor. Daí a importância de latência e jitter baixos em
determinadas aplicações sensíveis a esses fatores, como teleconferência.
3.3 SKEW
O skew é um parâmetro utilizado para medir a diferença entre os tempos de
chegada de diferentes mídias que deveriam estar sincronizadas, como mostra a
figura a seguir. Em diversas aplicações existe uma dependência entre duas mídias,
como áudio e vídeo, ou vídeo e dados.
Assim, numa transmissão de vídeo, o áudio deve estar sincronizado com o
movimento dos lábios (ou levemente atrasado, visto que a luz viaja mais rápido que
o som, e o ser humano percebe o som levemente atrasado em relação à visão).
Outro exemplo em que sincronização é necessária é na transmissão de áudio
(manual explicativo, por exemplo) acompanhada de uma seta percorrendo a imagem
associada.
33
A tabela a seguir apresenta algumas aplicações típicas de multimídia em
rede, bem como seus fatores críticos. Aplicações de telefonia (voz) são sensíveis à
latência e ao jitter. Em termos de velocidade, sua necessidade é baixa, variando de
5 Kbps (compressão no padrão G.723) a 64Kbps (padrão G.711, o mais comum em
telefonia atualmente).
TABELA 1 – APLICAÇÕES TÍPICAS DE MULTIMÍDIA EM REDE
Latência
Jitter
Skew
Velocidade (largura de banda)
Telefone
sensível
sensível
baixa
TV
insensível
sensível
sensível
alta
Videoconferência
sensível
sensível
sensível
alta
Já em transmissões unilaterais de áudio e vídeo (por exemplo, TV), há uma
flexibilidade maior quanto à latência. Isso se deve ao fato que, na maioria dos casos,
para o usuário não seria relevante à inclusão de um pequeno atraso entre o
momento em que um evento se dá e sua exibição. Entretanto, esse atraso deve se
manter fixo até o final e com sincronismo entre áudio e vídeo, daí a necessidade de
jitter e skew baixos.
Aplicações de videoconferência são muito parecidas com aplicações de
telefonia em termos de latência e jitter, entretanto, possuem alta largura de banda e
devem manter um baixo skew, pois necessitam sincronização entre áudio e vídeo.
34
4 PROTOCOLOS
Um protocolo é um método standard que permite a comunicação entre
processos (que se executam eventualmente em diferentes máquinas), isto é, um
conjunto de regras e procedimentos a respeitar para emitir e receber dados numa
rede.
Classificam-se geralmente os protocolos em duas categorias, de acordo com
o nível de controlo dos dados que se deseja:

Os protocolos orientados para a conexão: Trata-se dos protocolos que
operam
um
controlo
de
transmissão
dos
dados
durante
uma
comunicação estabelecida entre duas máquinas. Em tal esquema, a
máquina receptora envia avisos de recepção quando da comunicação,
assim a máquina emissora é fiadora da validade dos dados que envia.
Os dados são assim enviados sob a forma de fluxo.

Os protocolos não orientados para a conexão: Trata-se de
um modo de comunicação no qual a máquina emissora envia dados sem
prevenir a máquina receptora, e a máquina receptora recebe os dados
sem avisos de recepção à primeira. Os dados são assim enviados sob a
forma de blocos (datagramas).
Os seguintes protocolos são muito utilizados na transmissão de áudio e
vídeo.
4.1 IP
Na Internet, os computadores comunicam entre eles graças ao protocolo IP
(Internet Protocol), que utiliza endereços numéricos, chamados endereços IP,
35
compostos por 4 números inteiros (4 bytes) entre 0 e 255 e notados sob a forma
xxx.xxx.xxx.xxx. Por exemplo, 194.153.205.26 é um endereço IP com forma técnica.
Estes endereços servem para os computadores da rede para comunicarem
entre eles, assim cada computador de uma rede possui um endereço IP único nessa
rede.
É o ICANN que está encarregado de atribuir endereços IP públicos, isto é,
os endereços IP dos computadores diretamente ligados à rede pública de Internet.
Um endereço IP é um endereço 32 bits, geralmente notado sob a forma de 4
números inteiros separados por pontos. Distinguem-se, com efeito, duas partes no
endereço IP:
Uma parte dos números à esquerda designa a rede e chama-se netID (ID
de rede);
Os números à direita designam os computadores desta rede e chamamse host-ID (ID de hóspede).
É o protocolo da camada 3 de rede na arquitetura OSI. Proporciona uma
conexão para protocolos de nível superior, assumindo funções como rastrear
endereços de nós, rotas para envio de mensagens recebidas, além de se
responsabilizar por localizar e manter o melhor caminho de tráfego na topologia da
rede. Existem dois tipos de IP:

IP dinâmico:
É aquele que muda ou varia dentre determinados endereços IP a cada
conexão.

IP fixo ou estático:
Para se obter um IP fixo precisa pagar para um provedor. O IP fixo deixa
o computador que o tem mais identificável na rede.
36
Os endereços IP estão repartidos por classes, de acordo com o número de
bytes que representam a rede. O objetivo da divisão em três classes A, B e C, é
facilitar a investigação de um computador na rede. Com efeito, com esta notação é
possível procurar inicialmente a rede que se deseja atingir e seguidamente procurar
um computador. Assim, a atribuição dos endereços IP faz-se de acordo com a
dimensão da rede.
TABELA 2 – CLASSES DOS ENDEREÇOS IP.
Classe
Número de redes possíveis
Número máximo de computadores em cada uma
A
126
16777214
B
16384
65534
C
2097152
254
Os endereços de classe A são reservados especialmente para as grandes
redes, enquanto se atribuirão os endereços de classe C a pequenas redes de
empresa, por exemplo.
4.2 TCP
É um protocolo de transporte padronizado para a interligação de redes
baseadas em IP. Operando no topo do IP, é responsável pela multiplexagem de
sessões, recuperação de erros, confiabilidade da ligação extremo a extremo e
controle de fluxo. É um protocolo padrão da Internet de camada de transporte
orientado à conexão e orientado a stream, ao contrário do UDP.
O propósito do protocolo TCP é fornecer um circuito lógico robusto com
serviços de conexão entre um par de processos. Permite, no nível das aplicações,
gerir os dados com destino à camada inferior do modelo.
37
O TCP é um protocolo orientado para a conexão, quer dizer que permite, a
duas máquinas comunicantes, controlar o estado da transmissão.
As principais características do protocolo TCP são as seguintes:

TCP permite entregar ordenadamente os datagramas provenientes do
protocolo IP

TCP permite verificar a onda de dados para evitar uma saturação da rede

TCP permite formatar os dados em segmentos de comprimento variável
a fim de os "entregar" ao protocolo IP

TCP
permite
multiplexar
os
dados,
quer
dizer,
fazer
circular
simultaneamente informações que provêm de fontes (aplicações, por
exemplo) distintas numa mesma linha.

TCP permite, por último, o começo e o fim de uma comunicação de
maneira educada.
O protocolo TCP permite assegurar a transferência dos dados de maneira
confiável, embora utilize o protocolo IP, que não integra nenhum controlo de entrega
de datagrama. Ele possui um sistema de aviso de recepção que permite ao cliente e
ao servidor terem a certeza da recepção correta e mútua dos dados. Se baseia num
número de ordem (sequência), é necessário que as máquinas emissoras e
receptoras (cliente e servidor) conheçam o número de ordem inicial da outra
máquina.
O estabelecimento da ligação entre duas aplicações faz-se frequentemente
de acordo com o esquema seguinte:

As portas TCP devem estar abertas

A aplicação no servidor é passiva, quer dizer que a aplicação está à
escuta, à espera de uma conexão.
38

A aplicação no cliente faz um pedido de conexão ao servidor cuja
aplicação está em abertura passiva. Diz-se que a aplicação do cliente
está “em abertura ativa”.
As duas máquinas devem então sincronizar as suas sequências, o que
ocorre graças a um mecanismo chamado habitualmente three ways handshake
(aperto de mãos em três tempos).
Este diálogo permite iniciar a comunicação e desenrola-se em três tempos:

Inicialmente a máquina emissora (o cliente) transmite um segmento cuja
bandeira SYN é de 1 (para assinalar que trata-se de um segmento de
sincronização), com um número de ordem NO., que chama-se número de
ordem inicial do cliente

Subsequentemente a máquina receptora (o servidor) recebe o segmento
inicial que provem do cliente, seguidamente envia-lhe um acusado de
recepção, quer dizer um segmento cuja bandeira ACK é de 1 e a
bandeira SYN é de 1 ( trata-se ainda de uma sincronização). Este
segmento contem o número de ordem desta máquina (do servidor) que é
o número de ordem inicial do cliente. O campo mais importante deste
segmento é o campo acusado de recepção que contem o número de
ordem inicial do cliente, incrementado de 1

Por último, o cliente transmite ao servidor um acusado de recepção, quer
dizer um segmento cuja bandeira ACK é de 1, cuja bandeira SYN é à
zero (não se age mais de um segmento de sincronização). O seu número
de ordem é incrementado e o número de acusado de recepção
representa o número de ordem inicial do servidor incrementado de 1
39
4.3 UDP
É um protocolo de camada 4 (de transporte) no modelo OSI. É o protocolo
padrão da Internet de camada de transporte não orientado à conexão que adiciona
um nível de confiabilidade e multiplexação ao IP. O UDP é um protocolo bem mais
simples e o serviço por ele fornecido é apenas a multiplexação/demultiplexação do
acesso ao nível inter-rede. Como consequência, não há procedimentos de
verificação no envio e recebimento de dados (todavia, pode haver checagem de
integridade) e se algum pacote não for recebido, o computador de destino não faz
uma nova solicitação, como acontece com o TCP. Tudo isso faz do UDP um pouco
mais rápido
O UDP fornece serviços de entrega sem conexão e por intenção sem
nenhum controle de transmissão ou tentativa de recuperação. Há aplicações em que
é preferível entregar os dados o mais rapidamente possível, mesmo que algumas
informações se percam no caminho, é o caso, por exemplo, das transmissões de
imagem e som pela internet (streaming), onde a perda de um pacote de dados não
interromperá a transmissão. Por outro lado, se os pacotes não chegarem ou
demorarem a chegar, haverá congelamentos na imagem. O UDP utiliza os
datagramas IP para o transporte das mensagens entre vários equipamentos até com
a possibilidade de distribuí-las para vários participantes da rede.
Alguns protocolos utilizam o UDP para transporte de dados que são:

TFTP:
Este protocolo é semelhante ao FTP, porém sem confirmação de
recebimento pelo destino ou reenvio. É comumente usado por
40
administradores de rede ao se fazer o download do IOS de um roteador
ou do arquivo de inicialização.

SNMP
É utilizado para configurar dispositivos como switches ou roteadores e
permite que estes enviem o seu status. O problema é que os hackers
utilizam este protocolo para obter informações sobre o sistema, como as
tabelas de roteamento. As últimas versões do SNMP podem fazer
criptografia md5, porém a maioria ainda usa versões antigas que passa o
password em formato de texto.

DHCP
É utilizado em redes que sofrem constantes alterações na topologia e o
administrador não pode verificar o IP de cada máquina devido a enorme
quantidade, então o roteador distribui IPs automaticamente para as
estações. Como esta atribuição é feita com a utilização do UDP, caso
haja algum problema o usuário terá que pedir o reenvio ou reiniciar a
máquina. O único problema técnico deste protocolo é que como os IPs
são atribuídos aleatoriamente, fica mais difícil para o administrador ter
controle sobre o que cada host está fazendo.
Tem o papel fundamental de facilitar a configuração de computadores de
uma rede. Ele centraliza e gerencia a alocação a configurações TCP/IP a
todos os computadores de uma rede que estejam configurados como
clientes DHCP.
É uma ferramenta para controle randômico de IPs em uma rede interna.
Ele permite que um administrador defina dinamicamente características
aos clientes que conectarem a rede.
41
Isso elimina a necessidade de se configurar informações de rede como
DNS, Gateway e endereços de IP nos clientes, ficando tudo de uma
maneira fácil, e automática. O DHCP é também vital quando utilizado em
grandes redes, onde manter sobre controle todos os endereços e
configurar novos clientes pode gerar uma grande dor de cabeça.
Outra vantagem é a reutilização de endereços IP, tão logo um cliente se
desconecte da rede, o mesmo endereço usado por ele pode ser utilizado
para o próximo cliente.

DNS
Um tradutor dos nomes na rede, na qual cada IP pode ser correspondido
com um nome. Neste caso, imaginemos que um usuário esteja
acessando a internet e deseja ir para outra página. Ele digita o endereço
no campo apropriado e entra. Se a página, por acaso, não abrir por não
ter reconhecido o endereço, o problema poderá ter sido no envio ou
resposta do servidor de nomes utilizando o UDP, e então o usuário
tentará de novo acessar a página e provavelmente conseguirá. Agora,
imagine que isto fosse feito com o TCP, provavelmente esta falha não
ocorreria, porém o tempo gasto para o computador saber qual IP se
refere àquele nome seria inimaginável para as necessidades atuais.
Nos serviços de transporte com várias opções de conexão e
confiabilidade, a função básica é permitir a comunicação fim-a-fim entre
aplicações.
O nível de inter-rede é o responsável pela transferência de dados através
da inter-rede, desde a máquina de origem até a máquina destino. Por
exemplo, tem o serviço de entrega dos pacotes sem conexão.
42
Quaisquer tipos de rede podem ser ligados, bastando para isso que seja
desenvolvida uma interface que compatibilize a tecnologia de rede com o
protocolo IP, essa é a função do nível de interface de rede.
4.4 TCP/IP
O TCP/IP (rede de multiserviço) é a plataforma de protocolos originária da
rede ARPA, também conhecida como conjunto de protocolos da Internet, que
combina o TCP e o IP.
A arquitetura TCP/IP baseia-se num serviço de transporte orientado à
conexão, fornecido pelo TCP, e em um serviço de rede não orientado à conexão
(datagrama não confiável), fornecido pelo protocolo IP. A arquitetura TCP/IP dá uma
ênfase toda especial à interligação de diferentes tecnologias de redes.
Já que a sequência de protocolos TCP/IP foi criada no início com um
objetivo militar, foi concebida para responder a diversos critérios, entre os quais:

O fracionamento das mensagens em pacotes;

A utilização de um sistema de endereços;

O encaminhamento dos dados na rede (routage);

O controlo dos erros de transmissão de dados.
O modelo TCP/IP, inspirado no modelo OSI, retoma a abordagem modular
(utilização de módulos ou de camadas), mas contém unicamente quatro:

Camada Acesso rede: especifica a forma sob a qual os dados devem ser
encaminhados independentemente do tipo de rede utilizado, é a primeira
camada da pilha TCP/IP, oferece as capacidades de aceder a uma rede
43
física qualquer que ela seja, isto é, os meios a implementar a fim de
transmitir dados através de uma rede.
Assim, a camada acesso rede contém todas as especificações relativas à
transmissão de dados numa rede física, quer se trate de rede local,
conexão com uma linha telefônica ou qualquer tipo de ligação a uma
rede. Assegura as noções seguintes:
Encaminhamento dos dados na ligação
Coordenação da transmissão de dados (sincronização)
Formato dos dados
Conversão dos sinais (analógico/numérico)
Controlo dos erros à chegada

Camada Internet: é encarregada de fornecer o pacote de dados
(datagrama).
É considerada a camada “mais importante” porque é ela que define os
datagramas, e que gere as noções de endereçamento IP.
Permite o encaminhamento dos datagramas (pacotes de dados) para
máquinas distantes, bem como a gestão da sua fragmentação e a sua
montagem à recepção.
A camada Internet contém 5 protocolos:
O protocolo IP
Já considerado.
O protocolo ARP
Tem um papel fundamental, porque permite conhecer o endereço
físico de uma placa de rede que corresponde a um endereço IP; é
para isto que se chama Protocolo de resolução de endereço.
44
Cada máquina ligada à rede possui um número de identificação de
48 bits. Este número é um número único que é fixado a partir do
fabrico da placa em fábrica. Contudo, a comunicação na Internet
não se faz diretamente a partir deste número (porque seria
necessário alterar o endereçamento dos computadores cada vez
que se alterasse uma placa de rede), mas a partir de um endereço
dito lógico, atribuído por um organismo: o endereço IP.
Assim, para fazer a correspondência entre os endereços físicos e
os endereços lógicos, o protocolo ARP interroga as máquinas da
rede para conhecer o seu endereço físico, seguidamente cria uma
tabela de correspondência entre os endereços lógicos e os
endereços físicos numa memória secreta.
Quando uma máquina deve comunicar com outra, consulta à tabela
de correspondência. Se por acaso o endereço pedido não se
encontra na tabela, o protocolo ARP emite um pedido na rede. O
conjunto das máquinas da rede vai comparar este endereço lógico
ao seu. Se uma dentre elas se identificarem com esse endereço, a
máquina vai responder à ARP que vai armazenar o par de
endereços na tabela de correspondência e a comunicação vai então
poder ter inicio.
O protocolo ICMP
É um protocolo que permite gerir as informações relativas aos erros
nas máquinas conectadas. Dado os poucos controles que o
protocolo IP realiza, permite não corrigir estes erros, mas dá-los a
conhecer aos protocolos das camadas vizinhas. Assim, o protocolo
45
ICMP é utilizado por todos os switchs, que o utilizam para assinalar
um erro (chamado Delivery Problem).
As mensagens de erro ICMP são transportadas na rede sob a forma
de datagrama, como qualquer dado. Assim, as mensagens de erro
podem elas mesmas estar sujeitas a erros.
Contudo, no caso de erro num datagrama que transporta uma
mensagem ICMP, nenhuma mensagem de erro é emitida para
evitar um efeito “bola de neve” no caso de incidente sobre a rede.
O protocolo RARP
É um protocolo muito menos utilizado e significa Protocolo ARP
invertido, trata-se, por conseguinte de uma espécie de anuário
invertido dos endereços lógicos e físicos.
Na realidade, o protocolo RARP é utilizado essencialmente para as
estações de trabalho que não têm disco rígido e que desejam
conhecer o seu endereço físico.
O protocolo RARP permite a uma estação conhecer o seu endereço
IP a partir de uma tabela de correspondência entre endereço MAC e
endereços IP alojados por um gateway situado na mesma LAN.
É necessário que o administrador defina os parâmetros do gateway
(switch) com a tabela de correspondência dos endereços MAC/IP.
Com efeito, ao contrário do ARP, este protocolo é estático. É
necessário, por isso, que a tabela de correspondência esteja
sempre atualizada para permitir a conexão de novas placas de
rede.
46
O RARP sofre de numerosas limitações. Necessita muito tempo de
administração para manter tabelas importantes nos servidores. Isto
é ainda mais evidente quando a rede é grande. Tal fato coloca o
problema do recurso humano, necessário para a manutenção das
tabelas de correspondência, e das capacidades dos materiais que
alojam a parte servidora do protocolo RARP. Com efeito, o RARP
permite a vários servidores responder pedidos, embora não preveja
mecanismos que garantam que todos os servidores são capazes de
responder, nem mesmo que respondam de maneira idêntica. Assim,
neste tipo de arquitetura não se pode ter confiança num servidor
RARP para saber se um endereço MAC poder ser vinculado a um
endereço IP, porque outros servidores ARP podem ter uma
resposta diferente. Outra limitação de RARP é que um servidor
pode servir apenas uma LAN.
O protocolo IGMP
É usado pelas estações de trabalho para reportarem seus
participantes de grupos de estações, a roteadores multicast
vizinhos. É um protocolo assimétrico e é parte integral do IP, sendo
um requisito básico de implementação a todas as estações de
trabalho que desejam enviar e receber pacotes multicast. A
distribuição de tráfego multicast em uma rede é efetuada
inicialmente pela configuração das estações, para recebimento do
tráfego. Esta configuração é feita pelo IGMP que usa datagramas IP
para transmitir suas mensagens. Todas as mensagens importantes
do ponto de vista do host possuem o seguinte formato:
47
 Versão 2
 Tipo: há dois tipos de mensagens que devem ser levadas em
consideração:
o Host Membership Query
o Host MemberShip Report
 Campo não utilizado, zerado quando enviado e ignorado
quando recebido.
 Checksum
 Endereço de grupo: em uma mensagem Host Membership
Query, o campo de endereço de grupo é zerado quando
enviado e ignorado quando recebido. Por outro lado, em uma
mensagem Host Membership Report, este campo contém o
endereço de grupo do grupo sendo reportado.

Camada Transporte: assegura o encaminhamento dos dados, assim
como os mecanismos que permitem conhecer o estado da transmissão.
Os protocolos das camadas precedentes permitiam enviar informações
de uma máquina a outra. A camada transporte permite a aplicações que
trabalham em máquinas distantes comunicar. O problema consiste em
identificar estas aplicações. De acordo com a máquina e o seu sistema
de exploração, a aplicação poderá ser um programa, uma tarefa, um
processo. Além disso, a denominação da aplicação pode variar de um
sistema para outro, é a razão pela qual um sistema de número foi criado
para se poder associar um tipo de aplicação a um tipo de dado, estes
identificadores tomam o nome de portas.
48
A camada transporte contém dois protocolos que permitem a duas
aplicações trocar dados, independentemente do tipo de rede seguido
(independentemente das camadas inferiores). São os protocolos
seguintes:
TCP, um protocolo orientado para a conexão que assegura o
controlo dos erros.
UDP, um protocolo não orientado para a conexão cujo controlo de
erros é arcaico.

Camada Aplicação: engloba as aplicações standard da rede (Telnet,
SMTP, FTP,…).
A camada aplicação é a camada situada no topo das camadas de
protocolos TCP/IP. Esta contém as aplicações de rede que permitem
comunicar graças às camadas inferiores. Os softwares desta camada se
comunicam graças a um dos dois protocolos da camada inferior (a
camada transporte) quer dizer TCP ou UDP.
As aplicações desta camada são de diferentes tipos, mas a maior parte é
serviços de rede, ou seja, aplicações fornecidas ao utilizador para
assegurar a interface com o sistema de exploração. Pode-se classificá-lo
de acordo com os serviços que oferecem:
Os serviços de gestão (transferência) de ficheiro e impressão
Os serviços de conexão à rede
Os serviços de conexão à distância
Os utilitários da Internet diversos
49
No nível de aplicação, os usuários usam programas de aplicação para
acessar os serviços disponíveis na rede. Algumas aplicações disponíveis na Internet
TCP/IP são:
SMTP: oferece um serviço store-andforward para mensagens que
carregam correspondências contendo textos, de um servidor a outro
em conexão ponto a ponto.
Funciona em modo conectado, encapsulado numa trama TCP/IP. O
correio é entregue diretamente ao servidor de correio do
destinatário. O protocolo SMTP funciona graças a comandos
textuais enviados ao servidor SMTP (por defeito, para a porta 25).
Cada um dos comandos enviados pelo cliente (validados pela
cadeia de caracteres ASCII CR/LF, equivalente a um clique na tecla
ENTER) é seguido de uma resposta do servidor SMTP composta de
um número e de uma mensagem descritiva.
FTP: fornece o serviço de transferência de arquivos.
O FTP inscreve-se num modelo cliente-servidor, ou seja, uma
máquina envia ordens (o cliente) e a outra espera pedidos para
efetuar ações (o servidor). Quando de uma conexão FTP, dois
canais de transmissão estão abertos:

Um canal para os comandos (canal de controlo)

Um canal para os dados
O FTP define a maneira segundo a qual os dados devem ser
transferidos numa rede TCP/IP. Tem como objetivos:

Permitir uma partilha de ficheiros entre máquinas distantes
50

Permitir uma independência dos sistemas de ficheiros das
máquinas clientes e servidor

Permitir transferir dados de maneira eficaz
TELNET: é um protocolo standard de Internet que permite IO interface
de terminais e de aplicações através da Internet. Este fornece as
regras básicas para permitir ligar um cliente (sistema composto de uma
afixação e um teclado) a um intérprete de comando (do lado do
servidor).
Baseia-se numa conexão TCP para enviar dados em formato ASCII
codificado em 8 bits entre os quais se intercalam sequências de
controlo Telnet. Fornece assim um sistema orientado para a
comunicação, bidirecional (half-duplex), codificado em 8 bits fácil de
aplicar.
O protocolo Telnet baseia-se em três conceitos fundamentais:

O paradigma do terminal rede virtual (NVT, Network Virtual
Terminal);

O princípio de opções negociadas;

As regras de negociação.
É um protocolo básico, no qual se apoiam outros protocolos da
sequência TCP/IP (FTP, SMTP, POP3,…). As especificações de
Telnet não mencionam autenticação porque o Telnet está
totalmente separado das aplicações que o utilizam (o protocolo FTP
define uma sequência de autenticação acima do Telnet). Além
disso, o protocolo Telnet é um protocolo de transferência de dados
não seguro, o que quer dizer que os dados que veicula circulam às
51
claras na rede (de maneira não codificada). Quando o protocolo
Telnet é utilizado para ligar um hóspede distante à máquina na qual
é aplicado como servidor, este protocolo é atribuído à porta 23.
Se excetuarmos as opções e as regras de negociação associadas,
as especificações do protocolo Telnet são básicas. A transmissão
de dados através de Telnet consiste unicamente em transmitir os
bytes no fluxo TCP (o protocolo Telnet precisa que os dados
devem, por defeito - isto é, se nenhuma opção precisar o contrárioser agrupado num tampão antes de serem enviados. Mais
concretamente, isto significa que por defeito os dados são enviados
linha por linha). Quando o byte 255 é transmitido, o byte seguinte
deve ser interpretado como um comando. O byte 255 é assim
nomeado IAC.
DNS: Apresentado anteriormente.
4.5 RTP
Provê serviços de entrega de dados fim-a-fim em tempo real, tanto para
aplicações unicast quanto multicast. Dentre esses serviços destacam-se a
identificação do tipo de dado transmitido (áudio, vídeo) e a compressão do
cabeçalho RTP/IP/UDP enviado.
Este protocolo permite a transmissão simultânea de diferentes tipos de mídia
(como em uma videoconferência), para tal, identifica e envia separada e
independentemente os pacotes. Ele também prevê a utilização de misturadores
(MIXERS) e tradutores (TRANSLATORS) para solucionar problemas como conexões
de usuários com larguras de bandas diferentes e presenças de firewalls ou com
configurações diferentes.
52
RTP tem como característica trabalhar bem com redes que envolvem
terminais com diferentes larguras de banda de acesso. Para isto o protocolo faz uso
de Misturadores (Mixers). Esses misturadores ficam localizados próximos aos pontos
de menor largura de banda, garantindo um melhor aproveitamento do resto da rede.
O mixer trabalha da seguinte forma:

O misturador recebe os pacotes enviados dos outros terminais e os
ressincroniza, transformando-os em outros pacotes, podendo
também uni-los em pacotes maiores, com outras informações
aderidas, como por exemplo: todas as fontes que contribuíram para
este novo pacote. Desta forma, já ressincronizado e com o novo
tamanho, o misturador envia os pacotes aos terminais de menor
banda, que providos ou não de buffer, os recebem e os tratam de
forma que não comprometa, significativamente, a comunicação com
o restante da rede.
O RTP também trabalha com certas peculiaridades da rede, como por
exemplo, a presença de firewall e mudanças esporádicas de protocolos (exemplo:
TCP / UDP). Para isso ele tem os Tradutores (translators) que são responsáveis por
receber e traduzir as mensagens em pacotes compatíveis com a parte da rede que
os sucede.
Os translators funcionam da seguinte forma:

Para sobrepor um firewall se faz necessária a presença de dois
tradutores, um anterior e outro posterior ao firewall. O primeiro
recebe a mensagem no formato enviado por um usuário,
modificando-a para um formato permitido pelo firewall. Após a
53
passagem desta pela barreira, o outro tradutor retorna os pacotes
em seu antigo formato, atribuindo-lhes as características iniciais.
Para fazer a comunicação entre diferentes protocolos, é necessário apenas
um tradutor que terá como função receber a mensagem e transmiti-la num formato
compatível com a nova rede.
4.6 RTCP
O protocolo RTCP é muito utilizado em paralelo ao RTP contribuindo para
que a distribuição dos dados ocorra de uma maneira escalável ao ponto de permitir
grandes transmissões multidestinatárias e também provendo certo controle e
identificação dos participantes da comunicação.
Sendo a transmissão multidestinatária, se mostra importante haver relatórios
do recebimento dos pacotes de modo que se possam identificar falhas na
distribuição dos mesmos. Alguém observando os relatórios deve ser capaz de
avaliar se um problema é local ou global. Pode-se inclusive ter uma entidade cuja
única função é monitorar a distribuição sem participar da comunicação.
Já que há uma previsão de que todos os participantes estarão enviando
pacotes RTCP a todo o momento, é necessário restringir a taxa de transmissões dos
mesmos de acordo com o número de participantes de modo a não sobrecarregar a
rede, de modo que este problema não restrinja o número de participantes na
comunicação RTP. Ao iniciar-se uma sessão RTP cada participante deve enviar um
pacote de controle a todos os outros de forma que cada participante saberá quantos
outros fazem parte desta sessão e calculará qual deverá ser a taxa de seus pacotes
de controle baseado neste número.
Estas
multidestinatária.
considerações
são
obrigatórias
em
uma
comunicação
54
O RTCP também será responsável por distribuir o CNAME dos participantes,
este deve ser único para cada um dos participantes. O identificador SSRC pode
mudar caso haja conflito, mas não é permitido escolher CNAME's conflitantes, e o
participante continuará a ser reconhecido através deste. Também em transmissões
multimídias, cada tipo de mídia é transmitido em uma sessão RTP independente e,
portanto uma mesma fonte pode ter identificadores SSRC diferentes para cada uma,
já que este é escolhido aleatoriamente para cada sessão. O CNAME garantirá que
as diferentes mídias serão reconhecidas como parte de uma única comunicação
daquele participante, tornando possível, por exemplo, sincronizar áudio e vídeo.
Para contribuir com o protocolo RTP o RTCP utiliza os seguintes 5 tipos de
pacote:

SR
Este pacote contém um relatório de envio e recebimento de pacotes RTP
por participantes que são fontes ativas, ou seja, participam ativamente
contribuindo para o envio de pacotes.

RR
Este pacote contém um relatório de recebimento de pacotes RTP por
participantes que não são fontes ativas, ou seja, não participam
ativamente contribuindo para o envio de pacotes.

SDES
Este é um pacote descritivo do participante e inclui a informação do seu
CNAME.

BYE
Indica a saída deste participante da comunicação e precisa conter a
SSRC/CSRC para sua identificação
55

APP
Contém funções específicas da aplicação
4.7 SIP
É um componente de uma arquitetura completa de multimídia e apoia-se em
outros protocolos IETF. Normalmente, usa o RTSP para fornecer transporte e
respostas da QoS da transmissão da mídia. Outros protocolos padronizados
controlam o acesso à rede telefônica pública comutada, bem como descrevem
sessões multimídia. Embora o SIP use esses protocolos, ele não está amarrado a
eles, se surgir uma solução melhor. Essa é uma das maiores vantagens do SIP em
relação aos seus predecessores, ele não precisa ser redefinido para mudar para
algo melhor.
O diferencial do SIP é que ele é flexível e aberto o suficiente para permitir
aos desenvolvedores criar seus próprios “engates”.
É responsável pela localização, disponibilidade e capacidade do usuário e
pela configuração e gerenciamento da sessão. Não determina quais os serviços que
estão sendo enviados e recebidos e não afeta como a informação é passada. Só
exige que a comunicação seja possível, não importa se por rádio, por cabos, por
satélite, etc.
O SIP é um protocolo por texto, mas também carrega muitas informações
não textuais. Além disso, usa transações de requisição/resposta.
O SIP funciona entre as camadas de sessão e aplicação no modelo OSI e
não é definido por nenhuma versão de IP. Isso significa que ele pode trabalhar com
os modelos de IPv4 e IPv6 e entre eles. Visando manter o SIP o mais flexível
56
possível, a maioria da sintaxe dos campos de mensagens e cabeçalho é derivada
das especificações do HTTP/1.1, mas não está amarrada ao protocolo HTTP/1.1.
O SIP faz isso trabalhando com cinco funções diferentes:

Localização de Usuário
O SIP determina a localização do usuário por um processo de registro.
Quando um software de telefone é ativado em um laptop, ele envia um
registro ao servidor SIP anunciando a disponibilidade da rede de
comunicações. Os telefones de voz por IP (VoIP), os celulares ou até
mesmo um sistema completo de teleconferências também podem ser
registrados. Dependendo do ponto de registro escolhido, pode haver
vários locais diferentes registrados simultaneamente.

Disponibilidade do Usuário
A disponibilidade do usuário é um método simples de determinar se o
usuário quer ou não responder a uma requisição de comunicação. Se
você “chamar” alguém e não houver resposta, o SIP determina que um
usuário não esteja disponível. Um usuário pode ter vários locais
registrados, mas só pode aceitar o recebimento das comunicações em
um dispositivo. Se um não responder, a chamada é transferida para outro
dispositivo ou outra aplicação, como um e-mail por voz.

Capacidades do Usuário
Com todos esses métodos e padrões diferentes de comunicação
multimídia, é preciso algo que verifique a compatibilidade entre as
comunicações e as capacidades do usuário. Por exemplo, se um usuário
tem um telefone IP na sua mesa, uma conferência com um quadro
branco compartilhado não funcionará com esse dispositivo. Essa função
57
também determina quais métodos de codificação/decodificação um
usuário pode suportar.

Configuração da Sessão
O SIP estabelece parâmetros para ambas as pontas da comunicação –
mais especificamente, no momento que uma pessoa chama e outra
responde. O SIP estabelece os meios de configurar e/ou estabelecer as
comunicações.

Gerenciamento da Sessão
Essa função é responsável pela maior parte da admiração dos usuários.
Desde que um dispositivo seja capaz, um usuário pode transferir de um
dispositivo para outro - como de um telefone por IP para um laptop – sem
gerar qualquer impacto perceptível. As capacidades gerais do usuário
irão mudar – como ser capaz de iniciar novas aplicações, compartilhar
um quadro branco – talvez afetando temporariamente a qualidade da
voz, tendo em vista que o SIP reavalia e modifica os fluxos de
comunicação para voltar à qualidade de voz. Com o gerenciamento da
sessão SIP, o usuário também pode mudar a sessão, tornando-a uma
conferência, passando de uma chamada de telefone para uma
conferência
de
vídeo
ou
abrindo
uma
aplicação
desenvolvida
internamente. E, finalmente, o SIP encerra as comunicações.
Embora o SIP tenha cinco funções, atualmente é mais fácil pensar no SIP
como um configurador, gerenciador e finalizador das comunicações por IP. As
funções de localização e capacidades do usuário podem facilmente ser absorvidas
pela função de configuração da sessão.
58
4.8 RTSP
É um protocolo de nível de aplicativo. Seu objetivo é transmitir multimídia
sobre multicast e unicast em "um para muitos". Ele também suporta a interoperação
entre clientes e servidores de diferentes fornecedores.
RTSP se aproveita de streaming que quebra os dados em pacotes
dimensionados de acordo com a largura de banda disponível entre o cliente e o
servidor. Quando chegam pacotes ao cliente, o software do usuário pode estar
enviando um pacote, descomprimindo outro e baixando o terceiro. O usuário é capaz
de começar a ouvir quase imediatamente sem ter que obter o arquivo de mídia
inteiro. Tanto a alimentação de dados ao vivo e clipes armazenados podem ser as
fontes de dados.
A ideia em RTSP é que ele age como um "controle remoto de rede" para
servidores multimídia.
É concebido para controlar sessões de entrega de dados múltiplas, fornecer
uma maneira de escolher os canais de distribuição, tais como UDP, TCP e outro. Os
mecanismos de execução são baseados apenas na RTP. O RTSP foi concebido
para estar no topo da RTP com o controle para distribuir conteúdo em tempo real.
Assim implementações RTSP são capazes de tirar partido dos melhoramentos da
RTP, como a compressão do cabeçalho RTP. Embora RTSP possa ser usado com
unicast, seu uso pode ajudar a suavizar a mudança de unicast para multicast IP com
a RTP. Também pode ser usado com RSVP para configurar e gerenciar a largura de
banda e sessões de streaming.
O RTSP tem várias propriedades:

Extensível: novos métodos e parâmetros são fáceis de adicionar;

Fácil de analisar, padrão HTML ou MIME parser pode ser usado;
59

Métodos seguros de autenticação HTTP, transporte e mecanismos da
camada de rede de segurança são aplicáveis;

Transporte independente, protocolos como UDP, RDP e TCP são
aplicável;

Multi servidor capaz, contudo não pode haver fluxos de mídia de
diferentes servidores em uma apresentação;

Controle de dispositivos de gravação, também é possível reprodução e
controle de gravação;

Separação de controlo de fluxo e iniciação de conferência, o único
requisito é que o protocolo de iniciação de conferência ou forneça ou crie
um identificador único de conferência;

Apropriado para aplicações profissionais, o frame no nível de precisão
através de carimbos de tempo SMPTE é suportado para permitir a edição
digital remoto;

Apresentação sem formato específico imposto;

Proxy e firewall amigável;

HTTP amigável;

Controle adequado do servidor

Transporte de negociação
As seguintes operações são suportadas pelo RTSP:

Recuperação de mídia de servidor de mídia

Convite de um servidor de mídia para uma conferência

Além dos meios de comunicação para uma apresentação existente
Pedidos RTSP podem ser manipulados pelo proxy, túneis e esconderijos
como HTTP/1.1.
60
5 PADRÕES DE MULTIMÍDIA EM REDES DE COMPUTADORES
Existem muitos padrões atualmente para multimídia em redes de
computadores, e os mais enfatizados neste documento são os do ITU-T e do IETF.

ITU-T

Os padrões de multimídia do ITU-T são os da série H (“Sistemas
audiovisuais e de multimídia”) e estão citados na tabela a seguir. Cada
um deles tem uma finalidade específica.
TABELA 3 – PADRÕES DE MULTIMÍDIA DO ITU-T
Padrão
H.310
Data
1996
H.320
1997
H.321
1996
H.322
1996
H.323
1998
H.324
1996
Descrição
Broadband audiovisual communication systems and terminals:
videoconferência MPEG-2 sobre ATM com alta qualidade
Narrow-band visual telephone systems and terminal equipment:
videoconferência sobre RDSI
Adaptation of H.320 visual telephone terminals to B-ISDN
environments: videoconferência sobre ATM com boa qualidade
Visual telephone systems and terminal equipment for local area
networks which provide a guaranteed quality of service: /**/
Packet based multimedia communications systems:
videoconferência sobre redes de pacotes, como IP e Ethernet
Terminal
for
low
bit
rate
multimedia
communication:
videoconferência sobre sistema telefônico
Do UTU-T consideraremos apenas o padrão que se aplica ao nosso
assunto.
Padrão H.323
 Define como um dado audiovisual é transmitido por uma rede.
 É parte de uma série de padrões de comunicações que permitem
videoconferência através de redes e também a compatibilidade
com dezenas de aplicações de telefonia pela Internet.
 Provê uma arquitetura, ação de dados multimídia, para redes
baseadas no protocolo IP.
 Permite que produtos multimídia e aplicações de fabricantes
diferentes possam interoperar de forma eficiente e que os
61
usuários possam se comunicar sem preocupação com a
velocidade da rede.
 O fluxo e dados em redes podem ser administrados. O gerente
de rede pode restringir a quantidade de largura de banda
disponível para conferências.
O H.323 é um documento base que faz referencia a um conjunto de
protocolos e formatos de mensagens definidos em outros
documentos. Verifique na
tabela a seguir, a relação das
recomendações ITU-T definidas para dar suporte à sinalização
H.323.
TABELA 4: RECOMENDAÇÕES ITU-T
Recomendação
ITU
H.225.0
H.235
H.245
H.350.x
H.450.x
H.460.x
Série T.120
Título
Call Signaling protocols and Media Stream Packetization
form Packet-Based Multimedia Communication Systems
Segurity and Encryption of H-Series Multimedia Terminals
Control Protocol for Multimedia Communication
Directory Services Architecture for Multimedia Conferencing
Supplemental Services for H.323
Guidelines for the Use of the Generic Extensible Framework
Data Protocols for Multimedia Conferencing
Também temos o H.248 conhecido como protocolo Megaco, é um
padrão desenvolvido cooperativamente entre o ITU e a IETF para
permitir que um MGC controle um MG. Competindo com outros
protocolos como o MGCP e MDCP, é considerado um protocolo
complementar ao H.323 e ao SIP, no qual o MGC controla os MGs
via H.248, mas comunicará com outro via H.323 ou SIP.
O protocolo H.245, transmitido através de TCP, é utilizado para
interligar todas as entidades H.323. É utilizado para negociar
facilidades entre os participantes de uma chamada H.323, tais como
62
abertura e fechamento de canais lógicos (portas UDP para
transporte de fluxos RTP e RTCP).
Benefícios:
 Padrões
de
codec:
H.323
estabelece
padrões
para
compressão e descompressão de dados de áudio e vídeo;
 Interoperabilidade:
comunicação
sem
preocupação
de
velocidade;
 Administração de largura de banda: tráfego de vídeo e áudio
demanda alta largura de banda → congestionamento da rede
 Flexibilidade
 Suporte multiponto
 Independência de plataforma e aplicação
 Independência entre redes
 Segurança
PADRÃO H.320
Trata-se
de um
conjunto
de
protocolos que
especifica a
comunicação multimídia de áudio e vídeo fim-a-fim, cujo principal
componente é o protocolo H.261.
O H.261 é o responsável pela codificação e compactação de sons e
imagens. Seu algoritmo é bastante similar ao da técnica MPEG, e
prevê a geração de taxa constante de bits - ainda que para isto a
qualidade do vídeo se torne variável (há alteração no número de
quadros por segundo) - para uso com taxas de bits medidas em
múltiplos de 64 Kbps.
63
O H.320 também pode ser utilizado sobre ambiente ATM. A
vantagem é a alta largura de banda, muito mais caro que as
interfaces ATM. Com alta largura de banda disponível, o algoritmo
de compactação não necessita funcionar com eficiência máxima, o
que diminui também o retardo de CODEC. E, finalmente, o ATM
provê QoS (Qualidade de Serviço) fim-a-fim. Este é, sem dúvida, o
ambiente ideal para suportar aplicações multimídia.
Enquanto utilizado como tecnologia de LAN, o ATM provê o QoS
necessário para garantir o funcionamento da aplicação multimídia
mesmo em uma rede com alto tráfego de dados. O problema do uso
de videoconferência sobre ATM é o alto custo de links ATM de
longa distância, pois os maiores benefícios da aplicação são obtidos
justamente no uso em WANs. Caso o projetista opte por utilizar
ATM neste cenário, deve considerar ainda o uso de CODECs
padrão H.321 – este padrão é ligeiramente diferente do H.320, na
verdade é uma otimização específica para o ambiente ATM. Outro
aspecto a se considerar é a existência de uma rede pública
baseada em ATM,
viabilizarem
condição
interconexão
(e
necessária
a
realização
para
de
organizações
sessões
de
videoconferência com estas conexões) sem que tenham que fazer
parte de uma mesma rede privada.
Mas o cenário mais comum no ambiente corporativo é formado pela
utilização de redes padrão Ethernet e do protocolo TCP/IP. A
grande base instalada e a tendência de mercado de convergência
para estas tecnologias impõem aos fornecedores de soluções
64
multimídia para redes a necessidade de se adaptar a este
ambiente, sob pena de perder mercado.
A implementação de redes multiserviços com Ethernet e TCP/IP é
um desafio, pois estes protocolos não oferecem suporte aos
requisitos de QoS exigidos (largura de banda, atraso, variação do
atraso e taxa máxima de perda de pacotes). A substituição dos
protocolos por outros com capacidades de QoS resolve um
problema mas cria outro – perde-se interoperabilidade. Assim, dotar
ambientes Ethernet e TCP/IP de capacidades de QoS exigidas por
aplicações de videoconferência significa agregar mecanismos e
recursos que permitam garantir banda, priorizar o tráfego, evitar
colisões, segmentar a rede e rotear o tráfego de forma otimizada
(uso de multicast, por exemplo). Alguns destes itens serão obtidos
com cuidados de projeto (segmentação da rede, por exemplo),
outros implicam em uso de protocolos e/ou ativos de rede que
possuam capacidades de QoS.
De forma bastante resumida, pode-se citar como cuidados mínimos
o uso dos protocolos RTP e o RTCP para suporte à priorização do
tráfego, o RSVP para reserva de banda, e uso de multicast na LAN.
Além disso, os roteadores deverão ter capacidade para priorizar o
tráfego (por protocolo, porta, interface ou criando um circuito virtual
dedicado à conexão multimídia) e os switches deverão suportar
recursos de camada 4 ou superior (para realizar a priorização do
tráfego). Estas exigências sugerem o uso destes serviços na rede
privada da organização (intranet), uma vez que é dentro de sua
65
área de autonomia que o administrador da rede terá autonomia para
configurar os componentes de forma a atender aos requisitos
necessários.
O padrão desenvolvido pelo ITU para a utilização de multimídia em
redes comutadas por pacotes é o H.323, cujo principal componente
é o protocolo de compactação H.263. Este último é baseado no (e
compatível com) protocolo H.261.
Utilizado em ambiente TCP/IP, fica clara a necessidade do H.263
ser mais eficiente que o H.261 para trafegar os dados da sessão de
videoconferência com a mesma largura de banda, uma vez que o
TCP/IP impõe maior overhead de encapsulamento.
Além das vantagens já citadas anteriormente (custo e base
instalada do ambiente Ethernet e TCP/IP), deve-se considerar
também a possibilidade de uso de soluções baseadas em
computador
(CODEC
de
software
instalado
em
um
microcomputador acoplado a uma câmera e kit multimídia), o menor
custo dos equipamentos e dos links (utiliza-se o mesmo link WAN
da rede de dados, tarifada da forma mais conveniente – custo fixo,
variável ou combinado) e a facilidade de integração com outras
aplicações (Vídeo sob demanda, distribuição de vídeo para
Internet).
As principais desvantagens estão no menor grau de QoS, a
dificuldade de interoperar com pontos conectados por meio de
nuvens públicas, maiores exigências de performance dos CODECs
66
em relação aos padrões H.320 e H.321 e necessidade de cuidados
de projeto para a implementação dos serviços.

IETF
São definidos nas RFCs. A arquitetura global de multimídia do IETF
atualmente possui protocolos como os seguintes:
SIP: estabelece, mantém e encerra chamada ou
sessões
multimídia;
RSVP: reserva recursos da rede;
RTP: transporta dados em tempo real, proporcionando feedback de
QoS através do RTCP , conforme descrito anteriormente;
RTSP: controla entrega de mídia através de streaming;
SDP: descreve sessões multimídia.
Quando utilizadas soluções que adotam protocolos proprietários, a
interoperabilidade fica comprometida ou limitada ao suporte oferecido pelo
fabricante.
Supondo que a escolha da solução tenha adotado padrões abertos (como o
H.320 e o H.323, por exemplo), duas questões devem concentrar a atenção do
projetista em relação à interoperabilidade.
A primeira se refere à necessidade de realizar uma sessão de
videoconferência utilizando equipamentos baseados em diferentes padrões, quando
será necessário o uso de gateways. Tipicamente este é o caso de uma expansão do
parque multimídia instalado, onde os equipamentos mais novos em geral
implementam padrão H.323 e os mais antigos utilizam H.320. Este também é o caso
quando se torna necessário fazer com que um microcomputador ligado a uma rede
TCP/IP consiga interoperar com um CODEC H.320 em uma rede ISDN.
67
Finalmente, quando o administrador de rede é requisitado a implementar
uma sessão de videoconferência entre um CODEC baseado em hardware e uma
solução baseada em software, deve ter em mente que a qualidade de áudio e vídeo
estará limitada à menor das capacidades, ou seja, ao tamanho de janela, quantidade
de cores e taxa de quadros por segundo atingida pelo componente de menor
performance. Recomenda-se também o uso da configuração de computador mais
potente disponível à época, para minimizar o atraso introduzido pelo processamento
da digitalização e da compactação realizada pelo software de videoconferência.
A tendência de convergência atual aponta para o uso de TCP/IP, e na área
de videoconferência não é diferente. Os fabricantes mais antigos, voltados para
soluções baseadas em H.320 já possuem ao menos um modelo disponível no
padrão H.323, e há fornecedores exclusivamente focados neste padrão.
Com o crescente aprimoramento dos mecanismos de QoS para redes
Ethernet e TCP/IP, e o custo de links WAN caindo, o uso de H.323 na intranet é a
solução mais indicada. Na extranet, porém, o padrão H.320 é a escolha obrigatória,
uma vez que a Internet não oferece o QoS necessário. Os padrões para a Internet2
ainda estão sendo definidos, mas é provável que esta substitua os enlaces ISDN
para a realização de videoconferências na Extranet em um futuro próximo.
Enquanto o cenário das redes públicas não fica definido, a melhor opção é
adquirir equipamentos que suportem os dois padrões, ou seja, compatíveis com
H.320 e com H.323. Assim, o investimento fica preservado, uma vez que é possível
utilizá-lo na Intranet com TCP/IP e na Extranet com ISDN ou X.21, mas não de forma
simultânea – não se trata de um gateway, mas sim de um CODEC compatível com
mais de um padrão. Sessões multiponto serão o passo seguinte à implementação do
serviço, isto quando não fazem parte da especificação inicial.
68
Na LAN o uso de multicast evita a necessidade de envio de vários pacotes
unicast, um para todos os CODEC destino. Na WAN aperfeiçoa a topologia de
distribuição dos pacotes (spanning tree). O multicast, entretanto, é uma capacidade
de redes comutadas por pacotes.
Algumas soluções de software possuem suporte a sessões multiponto onde
apenas um participante pode transmitir a cada instante do tempo. O controle da
sessão é realizado por um dos pontos (o "administrador da conferência"),
dispensando os custos de aquisição de um MCU – um dos componentes mais caros
da arquitetura de vídeo para redes.
69
6 CODIFICAÇÃO DE ÁUDIO
Existem ainda os codecs, protocolos extras que adicionam funcionalidades e
maior qualidade à comunicação.
Para transmissão de áudio em redes de computadores, vale ressaltar os
seguintes itens:

Digitalização: é necessário digitalizar o sinal para transformar os sinais
analógicos em bits, necessário para transmissão em redes de
computadores;

Compressão: a compressão é usada para minimizar o uso de largura de
banda. O padrão PCM (G.711 do ITU-T) necessita 64Kbps para
transmissão, enquanto o G.729 utiliza apenas 8Kbps. Uma transmissão
com duração de 30 segundos no padrão G.711 demandaria 240.000
bytes, enquanto que a mesma transmissão com o G729 iria necessitar de
30.000 bytes, ou 1/8 da anterior. A tabela a seguir mostra algumas taxas
de transmissão sem compressão;
TABELA 5: TAXAS DE TRANSMISSÃO SEM COMPRESSÃO
Formato
Telefonia
Teleconferência
CD rom
Digital Audio Tape

Amostragem
8000/8bits/mono
16000/16bits/mono
44100/16bits/stereo
48000/16bits/stereo
Bit rate
64 Kbit/s
256 Kbit/s
1.410 Kbit/s
1.536 Kbit/s
Qualidade do sinal: a qualidade do sinal está relacionada com a
frequência de amostragem e número de bits gerados por amostra. Para
sinais de voz até 4KHz, é suficiente utilizar 8000 amostras por segundo a
8 bits por amostra (resultando em 64Kbps), pois, segundo Nyquist, é
necessário o dobro da frequência para poder recuperar completamente o
sinal. Entretanto, o mesmo número de amostras não é suficiente para
70
uma qualidade de CD, e na prática utiliza-se 44,1KHz com 16 bits por
amostra estéreo, gerando a necessidade de mais de 1,4Mbps
(44100x16x2). Na prática, utiliza-se algum algoritmo de compressão do
sinal, como o MP3, que consegue qualidade de CD com 128Kbps, ou
qualidade de FM com 56Kbps;

Latência de codificação: em aplicações que exigem interatividade,
como, por exemplo, uma conversa telefônica, manter a latência baixa é
muito importante. O G.711 possui uma latência de codificação
desprezível, enquanto que o MP3 precisa de mais de 50ms para codificar
o áudio.
Entre os tipos possíveis de áudio especificados pelo padrão H.320, tem-se:

G.703 - É uma recomendação que trata das especificações da interface
física a quatro fios e para transmissão digital a 2,048 Mbps. Geralmente,
é utilizado para se referir à interface de transmissão europeia a 2,048
Mbps.

G.704 - Recomendação do ITU para estruturas de quadros síncronos
usados nos seguintes níveis hierárquicos: 1544, 6312, 2048, 8488 e
44736 kbit/s.

G.711 - Padrão do ITU para compressão de voz; utiliza 8000 amostras
por segundo, onde cada amostra tem 13 bits que, comprimindo de
acordo com a lei A ou μ, fica 8 bits, gerando taxa de transmissão de
64Kbps. Feito para frequências de voz, ou seja, até 4KHz. A latência do
algoritmo é menor que 1ms.

G.722 – codec de áudio que consomem 128 Kbps de largura de banda;
utiliza 16000 amostras por segundo, onde cada amostra tem 14 bits que,
71
comprimindo na técnica sub-band ADPCM, gera taxa de transmissão de
64Kbps. Pode operar a 56Kbps com um canal de dados auxiliar de
8Kbps, ou 48Kbps com canal de dados auxiliar de 16Kbps.

G.723 - Algoritmo utilizado para compressão de voz e supressão de
silêncio de um sinal digital cuja variante mais conhecida é o G-723.1, que
consegue converter um sinal PCM de entrada de 64 kbps em uma saída
que pode variar de 5,3 a 6,4 kbps.

G.726 - Especificação do ITU-T para codificador de voz ADPCM
trabalhando na faixa de 16 a 40 kbps.

G.728 - codec de áudio em canais com banda de 16 kbps.

G.729 - Algoritmo utilizado para compressão de voz e supressão de
silêncio de um sinal digital, que consegue converter um sinal PCM de
entrada de 64 kbps em uma saída de 8 kbps.
O que os diferencia são os algoritmos usados, a média de atraso e
principalmente a qualidade da voz. Neste último aspecto, o G.711 é considerado
excelente.
Os sistemas que possuem uma qualidade mínima de áudio e vídeo
suportam apenas áudio G.711. O áudio G.711 possui qualidade de telefonia (banda
estreita 3Khz) e consome 48-64 Kbps de largura de banda. Já os sistemas que
possuem a qualidade mínima e todos os fatores opcionais suportam áudio G.722, o
qual possui qualidade estéreo (banda larga, 7Khz), e consomem 128 Kbps de
largura de banda.
Os sistemas que possuem qualidade mínima e alguns fatores opcionais,
opcionalmente podem implementar áudio G.722. O áudio G.728 surge com uma
opção para sistemas com baixas taxas de transmissão. Este tipo de áudio consome
72
apenas 16 Kbps de banda. Os melhores produtos para videoconferência permitem
ao usuário escolher o tipo do áudio a ser utilizado.
73
7 CODIFICAÇÃO DE VÍDEO
Vídeo pode ser definido como uma sequencia de imagens paradas que,
quando apresentadas em uma taxa suficientemente rápida, dão a impressão de
movimento ao ser humano, como, por exemplo, os seguintes sistemas analógicos:

NTSC 525x60: 30 quadros por segundo, sendo apresentados em 525
linhas e, de forma entrelaçada, 60 vezes por segundo (cada quadro é
dividido em linhas pares e ímpares) para melhorar a sensação de
movimento;

PAL 625x50: 25 quadros por segundo, sendo apresentados em 625
linhas e, de forma entrelaçada, 50 vezes por segundo (cada quadro é
dividido em linhas pares e ímpares) para melhorar a sensação de
movimento.
Para apresentar a imagem em meios digitais, é necessária a conversão
entre os padrões analógicos (25 ou 30 quadros por segundo entrelaçados) e digitais
(frequência de atualização de tela no computador é normalmente entre 60 e 80Hz).
O resultado é que no computador o quadro é apresentado mais de uma vez, de
acordo com a frequência do monitor (60Hz, 75Hz, etc.).
Da mesma forma que no áudio, os fatores digitalização, compressão,
qualidade do sinal e latência são extremamente importantes na transmissão de
vídeo. Basicamente, existem três pontos que podem ser ajustados para modificar a
qualidade e a taxa de transmissão: a resolução espacial (largura x altura) da
imagem, a taxa de quadros e os passos de quantização [MCG 99].

Resolução espacial: significa o tamanho do quadro, ou seja, a relação
entre sua largura e altura. Em meios digitais, para permitir que uma
recomendação possa ser utilizada em tanto em regiões do planeta que
74
utilizam NTSC como as que utilizam PAL, normalmente se utilizam o
formato CIF ou SIF.

Taxa de quadros: representa o número de quadros sucessivos por
segundo. Para uma boa qualidade, o ideal é utilizar acima de 24 quadros
por segundo (padrão atual dos cinemas). Em termos de compressão da
imagem, quanto mais quadros por segundo melhor a taxa de
compressão, pois é possível codificar somente as mudanças entre
quadros. Isso permite a padrões que exploram essa característica, como
o MPEG, comprimir 50 a 70 vezes uma transmissão 352x240 30 quadros
por segundo, enquanto padrões que não exploram como o M-JPEG,
comprimem apenas 15 a 30 vezes [MCG 99]. Entretanto, quando a taxa
de quadros é baixa, como, por exemplo, 1 quadro por segundo, a
diferença na compressão entre MPEG e M-JPEG não é significativa;

Passo de quantização: quanto maior o número de amostras de um
vídeo por segundo, maior a sua qualidade, da mesma forma que foi visto
na parte de áudio.
A compressão do vídeo não é linear de acordo com a taxa de quadros por
segundo e sua resolução espacial, ou seja, se no formato QCIF a 30 quadros por
segundo obtinha-se uma taxa de transmissão de 1Mbps, não quer dizer que se
utilizando o formato CIF a taxa suba para 4Mbps (com a mesma qualidade). Isso
porque as técnicas de compressão exploram as ambiguidades entre pixels
adjacentes, bem como redundâncias no quadro. Com mais pixels, a tendência é ter
mais ambiguidades, e obter-se taxas de compressão maiores.
75
8 CONCLUSÃO
A proposta inicial deste trabalho tinha com objetivo gerar uma lista de
protocolos usados para transmissão de imagem e som de forma simultânea.
Portanto, como consideração final do projeto proposto é possível afirmar, no
que tange ao alcance de tais objetivos, que foram alcançados, pois foi possível a
geração desta lista, bem como a demonstração de quando utilizar estes protocolos.
Os resultados obtidos com este trabalho são importantes em relação à
possibilidade de ser utilizado o protocolo correto para cada situação.
76
REFERÊNCIAS
DERFLER JR., F. J. ; FREED, L. "Tudo sobre cabeamento de Redes". Ed. Campus,
Rio de Janeiro, 1994.
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