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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Biomedicina
Trabalho de Conclusão de Curso
Uso de antibióticos em rações de aves no Brasil e os
riscos para a saúde humana
Autora: Jéssica Silva Marques
Orientadora: Profª. MSc. Juliana Camargos Oliveira Peres
Brasília - DF
2014
JÉSSICA SILVA MARQUES
USO DE ANTIBIOTICOS EM RAÇOES DE AVES NO BRASIL E OS
RISCOS PARA A SAUDE HUMANA
Monografia apresentada ao curso de graduação
em Biomedicina da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção do
Título de Bacharel em Biomedicina.
Orientadora: Professora.
Camargos Oliveira Peres
Brasília
2014
MSc.
Juliana
Monografia de autoria de Jessica Silva Marques, com título “Uso de antibióticos em
rações de aves no Brasil e os impactos para a saúde humana”, apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina da Universidade Católica de
Brasília em 26/05/2014, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________
Profa. MSc. Juliana Camargos Oliveira Peres
Orientadora
Curso de Biomedicina - UCB
_____________________________________________________
Prof. MSc. Antônio José de Rezende
Curso de Nutrição - UCB
_____________________________________________________
Profa. MSc. Lídia Maria Pinto de Lima
Curso de Biomedicina - UCB
Brasília
2014
Dedico este trabalho em especial a minha
família que esteve em todos os momentos
durante minha graduação e participaram
ativamente da correção do meu trabalho de
conclusão de curso. E ao meu marido Danilo
que sempre esteve ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me encaminhar nessa longa jornada e estar comigo todos os
momentos de minha vida.
Agradeço aos meus pais, Giovane e Vânia, por sempre estarem ao meu lado e serem o
meu maior incentivo. Por serem a minha base e meus maiores exemplos. Obrigada por cada
conselho dado e cada carinho demonstrado.
A minha irmã, Giovana, agradeço por me ajudar a tornar as coisas mais simples a cada
dia desse caminho. Ao meu marido, Danilo sou muito grata a todos os momentos que pude
contar com sua ajuda, e mesmo que sem ela, estava ao meu lado.
Aos meus amigos de sala, em especial Kamila e Erick, a quem acompanhei nos longos
semestres de estudos e que construí laços eternos.
Claro que agradeço imensamente a ajuda dos técnicos de laboratório Sodré e Elias que
me orientaram nas pesquisas referentes ao meu trabalho.
A professora Juliana que, com muita paciência e atenção, dedicou seu tempo para me
orientar em cada passo deste trabalho. A todos os professores do curso de Biomedicina pela
contribuição na minha vida acadêmica e por tanta influencia na minha futura vida
profissional.
Obrigado a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a
conclusão desta etapa.
RESUMO
MARQUES, Jéssica Silva. Uso de antibióticos em rações de aves no Brasil e os riscos para a
saúde humana. 2014. 29 folhas. Monografia (Biomedicina) - Universidade Católica de
Brasília, Brasília, 2014.
Os antibióticos são frequentemente utilizados em rações de aves no Brasil. A resistência a
antimicrobianos tem aumentado rapidamente nos últimos anos no Brasil e no mundo, gerando
uma necessidade crescente do conhecimento do perfil de sensibilidade das bactérias que mais
frequentemente causam infecções e do modo de disseminação da resistência. Muitas bactérias
possuem resistência intrínseca a vários grupos de antibióticos, porém o problema da
resistência aos antimicrobianos é colocado quando as bactérias sofrem mutações, originando
formas resistentes. Os antibióticos usados como promotores de crescimento são as
tetraciclinas e os quinoxalinicos. Os utilizados como forma terapêutica em aves são as
tetraciclinas, além de penicilinas e as sulfonamidas. E existem também os antibióticos que são
utilizados de ambas as formas: como terapêuticos e como promotores de crescimento, que são
a tiamulina, ciprofloxacina, olaquindox, norfloxacina, enrofloxacina, e carbadox, Entre os
antibióticos usados como promotores de crescimento de aves, algumas foram proibidas, como
a avorpacina, arsenicais e antimoniais, cloranfenicol e nitrofuranos, carbadox, olanquidox,
que possuem um mecanismo de ação que causa tanto alteração na função e estrutura do DNA
ou na inativação enzimática de proteínas, podendo gerar um efeito carcinogênico e ou
teratogênico, podem ser causadores de anemia aplástica, ou também responsável pelo
aparecimento de cepas resistentes. A alimentação com adição de antimicrobianos em dietas de
animais pode contribuir para a formação de um estoque de bactérias entéricas resistentes aos
antibióticos usados, que são capazes de transferir a resistência para bactérias patogênicas,
gerando risco à saúde publica. O uso de antibióticos nas rações melhorou o desempenho de
frangos de corte, porém pode ter gerado um aumento da resistência bacteriana. O principal
objetivo desse trabalho é apresentar as drogas usadas como promotoras de crescimento,
terapêuticas e os mecanismos de ação destas, bem como descrever as principais drogas
permitidas e proibidas no Brasil destacando os impactos deste uso para o homem.
Palavras-chave: Antibióticos em rações. Bactérias resistentes. Promotores de crescimento em
frangos. Aditivos na avicultura.
ABSTRACT
MARQUES, Jessica Silva. Use of antibiotics in poultry feed in Brazil and the risks to human
health. 2014. Sheets 29. Monograph (Biomedicine) - Catholic University of Brasilia, Brasilia,
2014.
Antibiotics are often used in poultry feed in Brazil. Resistance to antimicrobial agents has
increased rapidly in recent years in Brazil and the world, creating a growing need for
knowledge of the susceptibility profile of bacteria that most often cause infections and mode
of spread of resistance. Many bacteria possess intrinsic resistance to several groups of
antibiotics, but the problem of antimicrobial resistance is placed when bacteria mutate,
yielding resistant forms. Antibiotics used as growth promoters are tetracyclines and
quinoxalinicos. The form is used as a therapeutic tetracyclines, and penicillin and
sulfonamides. And there are also antibiotics that are used as therapeutic and as growth
promoters, which are tiamulin, ciprofloxacin, olaquindox, norfloxacin, enrofloxacin, and
carbadox Among the antibiotics used as growth chicken promoters were banned some
substances, such as avorpacina, arsenic and antimony, chloramphenicol and nitrofurans,
carbadox olanquidox that have a mechanism of action that causes so much change in the
function and structure of DNA or enzymatic inactivation of proteins and can generate
carcinogenic and teratogenic effects or may be causing aplastic anemia, and also responsible
for the emergence of resistant strains. The supply of antimicrobials in animal diets may
contribute to the formation of a stock of enteric bacteria resistant to antibiotics used, which
are capable of transferring resistance to pathogenic bacteria, causing risk to public health. The
use of antibiotics in the chicken diets improved the performance of broilers, but may have
generated an increase in bacterial resistance. The main objective of this paper is to present
drugs used as growth promoters, therapeutic and mechanisms of action of these, as well as
describe the main drugs allowed and prohibited in Brazil highlighting the impacts of this use
to man.
Keywords: Antibiotics in feed. Resistant bacteria. Growth promoters in chickens. Additives in
poultry
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mecanismos de resistência antimicrobiana ............................................................... 14
Figura 2: Mecanismos de resistência dos antibióticos ............................................................. 16
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Substâncias proibidas na alimentação animal com a finalidade de aditivo e
legislação correspondente ........................................................................................................ 19
Quadro 2: Quadro de aditivos antimicrobianos, anticoccidianos e agonistas com uso
autorizado na alimentação animal ............................................................................................ 21
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
2. DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 12
2.1 RESISTÊNCIA BACTERIANA .............................................................................. 13
2.2 ANTIBIÓTICOS USADOS EM RAÇÕES DE AVES E SEUS MECANISMOS DE
AÇÃO ....................................................................................................................................... 14
2.3 PROMOTORES DE CRESCIMENTO .................................................................... 16
2.4 SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS NO BRASIL ........................................................... 18
2.5 SUBSTÂNCIAS PERMITIDAS NO BRASIL ........................................................ 20
2.6 IMPACTOS PARA A SAÚDE HUMANA.............................................................. 21
2.7 DADOS DA UNIÃO EUROPÉIA E OUTROS PAÍSES ......................................... 22
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 24
4. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 25
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1. INTRODUÇÃO
A carne é um dos alimentos de maior nível nutritivo para o consumo humano, não
apenas como fonte de proteína de alta qualidade, mas também minerais e vitaminas. No Brasil
a carne de frango é a mais consumida, desde 2004, entre as carnes. A expansão da avicultura,
no Brasil e no mundo, aumentou exponencialmente a quantidade de animais, concentrando-se
mais aves por metro quadrado, situação que favorece a instalação e multiplicação de agentes
patogênicos (BORSOI, 2005).
O principal objetivo em uma produção avícola é a obtenção de alta produtividade e a
qualidade do produto. Para isso são utilizados aditivos alimentares com o intuito de promover
o crescimento mais acelerado. Com isso, na cadeia produtiva de frangos de corte, parte dos
problemas sanitários vem sendo minimizada pelo uso desses aditivos alimentares
denominados como promotores de crescimento à base de antibióticos. Porém, o uso
indiscriminado desses antibióticos na alimentação animal pode ter resultado na seleção de
populações bacterianas resistentes (LODDI et al., 2000).
Essas drogas antimicrobianas ajudam a reduzir o número de bactérias e as infecções
causadas por elas, controlando sua disseminação e promovendo um efeito acelerador no
crescimento animal, tornando cada vez mais intenso o uso das drogas nas rações. Apesar do
uso de diferentes drogas há vários anos na alimentação animal, especialmente para as aves,
isto não impediu a propagação de micro-organismos para os plantéis avícolas, onde as carnes
de aves, ovos e seus derivados, estão entre os maiores transmissores da contaminação
veiculados por alimentos (PALMEIRA, 2007).
A determinação da resistência aos agentes antimicrobianos é uma ferramenta variável,
pois o genoma bacteriano é extremamente dinâmico e a maioria dos fatores que determinam a
resistência é carreada por elementos móveis como os plasmídeos, transposons e integrons. O
aparecimento de micro-organismos resistentes a um antibiótico aumenta conforme a
intensidade de seu uso (ALBINO et al., 2006).
Nos criadouros de aves tem-se utilizado promotores de crescimento que são aditivos
fundamentais no uso da alimentação animal, no ponto de vista de produtividade, em particular
na dieta de aves, sendo responsáveis pela melhoria na produtividade animal, principalmente
nas fases iniciais de criação. A maioria deles se baseia em produtos antibacterianos utilizados
em doses subterapêuticas por quase toda a vida do animal, respeitando, apenas, o período de
retirada antes do abate (LORENÇON et al., 2007).
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O mecanismo de ação dos promotores de crescimento ainda não está completamente
esclarecido, mas sabe-se que sua ação ocorre sobre a microbiota intestinal dos animais,
possivelmente, inibindo o metabolismo de bactérias que aderem à mucosa e produzem toxinas
e amônia, amenizando a competição entre a bactéria e o hospedeiro. Com isso faz-se a
diminuição do numero de células inflamadas na parede intestinal, diminuindo o grau de
descamação e a renovação das vilosidades (PAZ et al. 2010).
O uso indiscriminado de antibióticos na alimentação do frango pode levar ao
favorecimento do crescimento de bactérias Gram positivas, levando assim a resistência nessas
bactérias, também em outras até Gram negativas, sendo possível a transferência desses genes
de resistência a outros micro-organismos patogênicos, alertando ao fato de desenvolver
resistência cruzada que ocorre quando um micro-organismo é resistente a mais de um
antimicrobiano, ocorrendo essa resistência entre o promotor de crescimento e o
antimicrobiano (PALERMO NETO, 2005).
O isolamento e identificação de micro-organismos patogênicos que apresentam graves
implicações em saúde pública bem como a análise in vitro da sensibilidade antimicrobiana são
de extrema importância no contexto clínico e epidemiológico (MOTA et al., 2005). A
metodologia para determinação do perfil de resistência a antimicrobianos, bem como a
escolha dos fármacos e os parâmetros para controle de qualidade dos testes, são
recomendados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). O CLSI é uma
organização internacional e interdisciplinar cujo objetivo é promover o desenvolvimento de
normas e procedimentos laboratoriais padronizados no intuito de otimizar os serviços de
saúde (CLSI, 2011).
Diante disso, esse trabalho tem como objetivo apresentar as drogas usadas como
promotoras de crescimento e terapêuticas para aves, e os mecanismos de ação destas bem
como descrever as principais drogas permitidas e proibidas no Brasil destacando os riscos
deste uso para o homem.
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2. DESENVOLVIMENTO
A produção animal é uma das atividades mais expressivas do agronegócio brasileiro e
para que os produtos consigam suprir a demanda do mercado, faz-se necessário que o tempo
entre o nascimento e o abate do animal diminua (DOS SANTOS, 2005). Com a finalidade de
assegurar a produtividade e a competitividade do setor, a utilização de medicamentos com
fins terapêuticos e de profilaxia é uma prática bastante comum. Dos medicamentos utilizados,
os agentes antibióticos correspondem a uma das classes mais prescritas. A frequência e a
quantidade desses micro-organismos, presentes na carne, varia de acordo com as condições de
manejo durante a criação e com os cuidados higiênicos nas operações de abate dos animais e
posterior manipulação das carcaças, o que deve ser monitorado diariamente. Para isso devemse adotar medidas sanitárias com o intuito de minimizar a presença de micro-organismos
patogênicos nesse alimento (DE ARAUJO, 2007).
Na cadeia produtiva de frangos de corte, parte desses problemas sanitários vem sendo
minimizados com o uso de aditivos alimentares a base de antibióticos usados em sua cadeia
alimentar. Os antibióticos são administrados nos animais não só no tratamento de doenças,
mas também subterapêuticamente para manter a saúde, evitar infecções, melhorar o
desempenho no cruzamento, promover o crescimento de massa muscular, melhorar a
eficiência ou utilização alimentar, sincronizar ou controlar o ciclo reprodutivo e aumentar a
aceitação do consumidor ao produto final, porém existem casos em que o uso de antibióticos
pode gerar a resistência de algumas cepas bacterianas, o que acarreta um desafio sanitário,
tanto para os animais como para seres humanos (LODDI et al. 2000). Os antibióticos mais
usados como promotores de crescimento são as tetraciclinas e os quinoxalinicos, também
conhecidas como quinolonas, já os utilizados como forma terapêutica são também as
tetraciclinas, alem de penicilinas e as sulfonamidas. E existem também os antibióticos que são
utilizados tanto como terapêuticos, como promotores de crescimento, que são a tiamulina,
ciprofloxacina, olaquindox, norfloxacina, enrofloxacina, e carbadox (contra indicada para
frangos, sendo indicada para suínos) (PARANÁ, 2005).
Com a resistência a antimicrobianos aumentando rapidamente nos últimos anos no
Brasil e no mundo, gera a necessidade do conhecimento do perfil de sensibilidade das
bactérias que freqüentemente causam infecções e podem causar a disseminação dessa
resistência (BRASIL, 2012). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, resistência
antimicrobiana é a capacidade do micro-organismo de interromper um determinado agente
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antimicrobiano de atuar sobre ele, resultando assim em tratamentos ineficazes, infecções
persistentes e a possibilidade de transmitir essa característica a outros micro-organismos
(WHO, 2014).
2.1 RESISTÊNCIA BACTERIANA
Muitas bactérias possuem resistência intrínseca a vários grupos de antibióticos, porém
o problema da resistência extrínseca, por pressão seletiva do uso de antimicrobianos, ocorre
por meio de mutações em seu material genético (cromossomal ou plasmidial) (CARDOSO;
TESSARI, 2008). Logo existem duas maneiras pelas quais as bactérias podem transferir seu
material genético, a transferência gênica vertical e a transferência gênica horizontal. Na
vertical, os genes são passados de um micro-organismo para seus descendentes, e na
horizontal, os genes podem ser adquiridos de outros micro-organismos da mesma geração.
Esse fenômeno envolve uma célula doadora que transfere parte de seu genoma para uma
célula receptora, que pode ser de uma espécie ou até mesmo de um gênero diferente
(BAUMAN, 2009). Após a transferência, parte do DNA da célula doadora é incorporada ao
DNA da célula receptora, que passa a ser denominada de recombinante, e o restante é
degradado por enzimas (TORTORA et al., 2012).
Existem três mecanismos pelos quais é possível ser realizada a transferência gênica
horizontal: transdução, transformação e conjugação (TORTORA et al., 2012). Além disso,
existem mecanismos adicionais para a modificação genética das bactérias, os chamados
plasmídeos, cuja presença é associada a genes codificadores de funções que podem
proporcionar vantagem para a sobrevivência dos micro-organismos (CAMPOS et al., 2005).
Os mecanismos que levam a resistência bacteriana podem ser classificados em 3
grupos: inativação enzimática, alteração do sítio de ação do antibiótico e alteração do
transporte do antibiótico através da parede bacteriana. A inibição ou inativação enzimática
produzida pelos micro-organismos é provavelmente o principal mecanismo molecular de
resistência microbiana (SOUZA JUNIOR, 2004).
A figura 1 mostra o local de ação onde ocorre o mecanismo de resistência dos
antibióticos podendo interferir na estrutura bacteriana, alterando assim sua permeabilidade
celular fazendo com que estruturas presentes no interior da bactéria possam ser modificadas
geneticamente, passando genes de resistência de geração para geração (ANVISA, 2008).
A detecção precoce de bactérias multirresistentes é de suma importância para utilizarse de um tratamento adequado e para tomar as medidas de isolamento dos pacientes,
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necessárias para se evitar a disseminação destes patógenos em surtos comunitários e
nosocomiais (MENEZES et al. 2008).
Figura 1: Mecanismos de resistência bacteriana e seus respectivos locais de ação.
FONTE:http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/mec_a
nimacao.htm
2.2 ANTIBIÓTICOS USADOS EM RAÇÕES DE AVES E MECANISMOS DE
AÇÃO
A estreptomicina estimula o crescimento de leveduras e o uso da penicilina ocasiona o
aumento no número de alguns coliformes intestinais. Tanto as leveduras quanto os coliformes
fazem a síntese de nutrientes que são úteis em dietas inadequadas em algumas vitaminas.
Estudos mostram que estes dois promotores associados com a bacitracina de zinco e a
bambermicina, podem acarretar em ganho de peso e melhor conversão alimentar, sendo que
os resultados variam desde efeitos negativos até altamente positivos no desempenho do
animal, sendo que efeitos negativos são aqueles promotores que não trazem melhorias para o
crescimento animal e sim para efeitos terapêuticos, e o efeito positivo exerce um ótimo
resultado no crescimento de massa muscular quando comparado com os outros que somente
são utilizados como forma terapêutica (SANTOS et al., 2004).
A ampicilina é uma penicilina de amplo espectro pertencente ao grupo das
aminopenicilinas usada como forma terapêutica na alimentação animal. Da mesma forma que
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as outras penicilinas e cefalosporinas, seu mecanismo de ação baseia-se na inibição da síntese
da parede celular dos micro-organismos. A ampicilina possui ação bactericida, sendo um
ácido estável (ANVISA, 2008).
A estreptomicina, tanto quanto as penicilinas são usadas como forma terapêutica e não
como promotores, age predominantemente em bactérias Gram-negativas inibindo a síntese
peptídica, alterando o ribossomo, de modo que o mecanismo responsável pela sequência dos
aminoácidos na cadeia polipeptídica também fique prejudicado. A associação de penicilina e
estreptomicina possui efeito bacteriostático sobre microorganismos patógenos, cujo
crescimento pode ser retardado só parcialmente ou incompletamente por outros antibióticos
usados isoladamente (HAESE, 2004).
As tetraciclinas possuem o mecanismo de ação bem estabelecido onde elas se ligam a
um sítio na subunidade 30S do ribossomo bacteriano impedindo a ligação do aminoacil-tRNA no sítio A do ribossomo, impedindo a adição de aminoácidos e, consequentemente,
impedindo a síntese protéica. Existem duas maneiras em que ocorre a resistência às
tetraciclinas que são: o efluxo do medicamento e a proteção ribossomal. No efluxo do
medicamento geralmente relacionados às Gram-negativas, onde há uma diminuição do acesso
das tetraciclinas ao ribossomo por redução da concentração intracelular do antibiótico a um
nível bem abaixo do necessário para sua atividade. Já na proteção ribossomal, proteínas
citoplasmáticas protegem o ribossomo da ação da tetraciclina e a síntese protéica prossegue
normalmente, o que não acontece em bactérias sensíveis (PEREIRA-MAIA et al. 2010).
As quinolonas ou também conhecidas com quinoxalinicos, usadas como promotores
de crescimento participam da inibição da atividade da DNA girase ou topoisomerase II, que
são enzimas essenciais para que a bactéria sobreviva. A DNA girase faz com que a molécula
de DNA seja compactada e biologicamente ativa. Ao inibir essa enzima, a molécula de DNA
passa a ocupar grande espaço no interior da bactéria e suas extremidades livres determinam a
síntese descontrolada de RNA mensageiro e de proteínas, determinando a morte das bactérias,
e com isso diminui o risco de doenças em que o animal possa adquirir, ajudando no
fortalecimento e no crescimento das aves (AMATO et al., 2007).
Amoxicilina é uma penicilina semi-sintética que inibe a síntese da parede celular
bacteriana a partir da ligação a um ou mais sítios das proteínas ligadoras de penicilinas, o que
interfere com a transpeptidação, etapa final da síntese de peptidoglicanos da parede celular
bacteriana (ANVISA, 2008).
A figura 2 mostra alguns dos antibióticos utilizados na alimentação animal com o local
onde eles agem e seus respectivos mecanismos de ação.
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Figura 2: Antibióticos utilizados na alimentação de aves e local onde ocorre a atuação dos mesmos.
FONTE:http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/mecan
ismos.htm
2.3 PROMOTORES DE CRESCIMENTO
Os antimicrobianos promotores de crescimento são substâncias administradas aos
animais por via oral (ração ou água) ou parenteral (injetadas ou implantadas), com o objetivo
de aumentar a produtividade. Esses agentes também são chamados de aditivos zootécnicos ou
de produção, e seu efeito na produtividade traduz-se em: aumento de ganho de peso;
diminuição do tempo necessário para que se atinja o peso ideal para o abate; aumento da
eficiência alimentar; redução da quantidade de alimento consumido pelo animal; além da
prevenção de patologias infecciosas e redução da mortalidade (PALERMO NETO, 2006).
Estudiosos relatam que, para que antimicrobianos possam ser considerados promotores
de crescimento, devem apresentar as seguintes características: melhorar o desempenho da ave
de maneira efetiva e econômica; ser atuante em pequenas doses; não ser utilizado em
terapêutica humana ou veterinária; não apresentar resistência cruzada com outros
antimicrobianos; permitir a manutenção do equilíbrio da flora gastrintestinal normal; não estar
envolvido nos processos de resistência as drogas; não ser absorvível a nível gastrintestinal; ser
atóxico para os animais e para o homem; não podem ser mutagênicos ou carcinogênicos; não
devem ter efeitos deletérios ao ambiente; ter amplo espectro de atividade; ser estável aos
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processos de fabricação das rações; ser compatível com os demais aditivos das rações; ter um
custo de produção baixo; não devem deixar resíduos nas partes comestíveis após o período de
retirada (JUNQUEIRA; DUARTE, 2005).
Os antimicrobianos são substâncias capazes de inibir o crescimento de
microrganismos sem comprometer a saúde do individuo medicado, sendo empregados como
medicamentos de grande importância no tratamento e prevenção de doenças infecciosas, e
ainda, como aditivos em rações, visando diminuir a mortalidade e melhorar o desempenho de
animais de produção (PALERMO NETO, 2005).
Com isso a legislação brasileira estabelece critérios que recomenda a fiscalização de
todo produto e estabelecimento destinado à alimentação animal através da Lei 6.198 de
26/12/1974, regulamentada pelo Decreto 6.296 de 11/12/2007, que “dispõe sobre a inspeção e
a Fiscalização Obrigatória dos Produtos à Alimentação Animal, e dá outras providencias”
(BRASIL, 2007c).
A Portaria SARC (Secretária de Apoio Rural e Cooperativismo) nº 13 de 30/11/2004
estabelece que os procedimentos básicos necessários que devem ser adotados para avaliação
de segurança de uso, registro e comercialização dos aditivos utilizados nos produtos
destinados à alimentação animal. A definição de aditivo nessa portaria se dá por: “substância,
micro-organismo ou produto formulado, adicionado intencionalmente aos produtos, que não é
utilizada normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as
características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais,
melhore o desempenho dos animais sadios e atenda às necessidades nutricionais”. (BRASIL,
2004b).
De acordo com a mesma portaria de nº 13 de 30/11/2004, para ser considerado aditivo,
o produto deve ser indispensável como componente da ração, implicar positivamente nas
características dos produtos de origem animal, “ser utilizado em quantidade estritamente
necessária à obtenção do efeito desejado” e ser autorizado e registrado no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2004b).
Outra forma de alimentação animal usada como promotor de crescimento são os
probióticos, que foram criados com o objetivo de diminuir a resistência bacteriana gerada ao
longo do tempo. Os probióticos são suplementos alimentares à base de microrganismos vivos
que afetam beneficamente o animal hospedeiro, promovendo o balanço da microbiota
intestinal, auxiliando no tratamento de diarréias alimentares e/ou bacterianas. Estudos relatam
que frangos alimentados com probióticos e antibióticos apresentaram melhor ganho de peso e
conversão alimentar (FERREIRA; KUSSAKAWA, 1999).
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As bactérias constituintes dos probióticos ocupam os sítios de ligação na mucosa
intestinal, formando uma barreira física fazendo com que as bactérias patogênicas sejam
excluídas por competição de espaço (FURLAN, 2010). A aderência à mucosa intestinal
parece, portanto, o mecanismo chave da colonização das bactérias patogênicas e seus efeitos
nocivos sobre a saúde do hospedeiro (PESSÔA et al., 2012). Outro mecanismo de ação dos
probióticos é a produção de substâncias antibacterianas e enzimas. Os microrganismos
probióticos alteram o ambiente intestinal, pela produção de substâncias antimicrobianas,
como bacteriocinas, ácidos orgânicos (acético e lático), peróxido de hidrogênio e dióxido de
carbono impedindo a colonização de patógenos na mucosa do intestino (ROCHA et al., 2010).
Porém, nem todos os probióticos podem ser utilizados em determinados tipos de
processamento de ração devido a pouca resistência que apresentam a altas temperaturas. Este
fato pode ser avaliado como uma desvantagem apresentada pelos probióticos. Outro fator que
deve ser observado e assimilado é de que nem sempre os probióticos apresentam resultados
positivos em relação a ganho de peso e conversão alimentar das aves, isso se deve a diversas
variantes, tais como: sanidade das aves, tempo de desocupação do galpão e nível de
contaminação ambiental. Aves alojadas em locais que se apresentam há bastante tempo
desocupados tendem a apresentar resultados pouco significativos em relação à utilização de
probióticos, ocorrendo o mesmo para locais com baixo nível de contaminação ambiental
(CORRÊA, 2003).
Há a necessidade de probióticos com concentrações adequadas e suficientemente
estáveis, tanto para armazenamento quanto durante a administração às aves. Sendo assim,
pode-se considerar que a utilização de probióticos na alimentação de frangos de corte não
pode ser vista como algo milagroso, mas sim, como um aditivo que poderá auxiliar em
problemas de diversas naturezas dentro do aviário (BORATTO, 2004).
2.4 SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS NO BRASIL
Algumas substâncias presentes na alimentação animal foram proibidas com o intuito
de diminuir a resistência bacteriana. O Quadro 1 mostra algumas substâncias que foram
proibidas e que eram utilizadas como aditivos alimentares.
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Quadro 1: Substâncias proibidas na alimentação animal com a finalidade de aditivo e legislações
correspondentes.
Substâncias
Avoparcina
Legislação Correspondente
Of. Circ. DFPA nº 047/1998
Arsenicais e antimoniais
Portaria nº 31, 29/01/2002
Cloranfenicol e nitrofuranos
IN nº 09, 27/06/2003
Hormônios como aditivos alimentares em
aves
IN nº 17, 18/06/2004
Olanquindox
IN nº 11, 24/11/2004
Carbadox
IN nº 35, 14/11/2005
Violeta Genciana
IN nº 34, 13/09/2007
Anfenicóis, tetraciclinas, beta lactâmicos,
quinolonas e sulfonamidas sistêmicas
IN nº 26, 9/07/2009 (revoga Portaria
193/1998)
Espiramicina e eritromicina
IN nº 14, 17/05/2012
Fonte: BRASIL, 2013. Adaptado.
A avorpacina teve origem de sua proibição na Dinamarca supostamente por selecionar
enterococos resistentes a vancomicina, logo depois a proibição estendeu-se para outros países
inclusive o Brasil. A espiramicina teve sua proibição devido ao mecanismo de resistência
cruzada com outros aditivos usados na alimentação animal. Também ocorreram a proibição de
utilização das penicilinas, tetraciclinas e sulfonamidas sistêmicas como melhoradores de
crescimento ou preventivos por serem costumeiramente utilizados em humanos na terapia de
doenças infecciosas e tal procedimento teoricamente possuir potencial para geração de germes
resistentes (BORGES, 2010).
Foram proibidos a fabricação, a importação, a comercialização e o emprego de
preparações farmacêuticas de uso veterinário, de rações e aditivos alimentares contendo
cloranfenicol, furazolidona e nitrofurazona em animais cujos produtos fossem destinados à
alimentação humana. O cloranfenicol, por haver vários estudos científicos publicados
relatando-o como causador de anemia aplásica, tanto por via sistêmica como pelo uso tópico e
os nitrofuranos por serem considerados carcinogênicos. E em maio de 2002 foi criada a
20
Instrução Normativa Nº 38 e atualizada em junho de 2003 pela Instrução Normativa Nº 9
(furaltadona, nitrovin, nifurprazina e a nifuraldezona) (BRASIL, 2003).
Em 2002 foram banidos os arsenicais e antimoniais da utilização na alimentação
animal, por estarem vinculados ao aumento do risco de aquisição de diabetes, câncer e
doenças cardiovasculares (FANG et al., 2006).
Em 2004 foi proibida a administração, por qualquer meio, na alimentação e produção
de aves, de substâncias com efeitos tireostáticos, androgênicos, estrogênicos ou gestagênicos,
bem como de substâncias beta-agonistas, com a finalidade de estimular o crescimento e a
eficiência alimentar (BRASIL, 2004a).
Também em 2004 o olanquindox foi proibido por conter evidencias cientificas que os
definem como carcinogênicos e/ou teratogênicos, causador de infertilidade e por prejudicar o
crescimento nos testes realizados em animais, podendo causar prejuízo ao ser humano não por
uma contaminação cruzada ou resistência e sim pela ação direta causada ao organismo
(BRASIL, 2004c; CHEN et al., 2008; FANG et al., 2006). No ano seguinte o carbadox, foi
proibido devido a suas propriedades genotóxicas e carcinogênicas nos testes realizados em
animais, além da toxicidade alérgica provocada pelo manuseio de operadores em fábricas de
ração (BRASIL, 2005; CHEN et al., 2008).
A última substância antimicrobiana que teve a utilização proibida na alimentação
animal no Brasil foi a violeta genciana (também conhecida como cristal violeta) devido a seu
potencial carcinogênico (BRASIL, 2007b).
2.5 SUBSTÂNCIAS PERMITIDAS NO BRASIL
A segurança dos aditivos alimentares é essencial, e antes que seja autorizado o uso de
um aditivo em alimentos, eles são submetidos a uma avaliação toxicológica, em que se deve
levar em conta, dentre outros aspectos, qualquer efeito acumulativo, sinérgico e de proteção,
decorrente do seu uso. Além disso, o uso dos aditivos deve ser limitado a alimentos
específicos, em condições específicas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado, para
que a ingestão do aditivo não exceda os valores de ingestão diária aceitável (ANVISA, 2008).
Estão descritos no quadro 2 alguns antibióticos promotores de crescimento, ditos como
melhoradores de desempenho permitidos, e que estão dentro das normas estabelecidas para
serem utilizados na alimentação animal.
21
Quadro 2: Quadro de aditivos antimicrobianos, anticoccidianos e agonistas com uso autorizado na alimentação
animal.
Aditivos Melhoradores de Desempenho e Anticoccididianos Registrados na Cpaa/Dfip
Aditivos Melhoradores De Desempenho
Avilamicina
Bacitracina Metileno Disalicilato
Aditivos Anticoccidianos
Amprólio
Amprólio + Etopabato
Bacitracina de Zinco
Clopidol + Metilbenzoquato
Colistina
Diclazuril
Clorexidina
Lasalocida
Enramicina
Maduramicina Amônio
Flavomicina
Halquinol
Lasalocida
Maduramicina + Nicarbazina
Monensina
Narasina
Lincomicina
Narasina + Nicarbazina
Monensina
Nicarbazina
Ractopamina
Robenidina
Salinomicina
Salinomicina
Tiamulina
Semduramicina + Nicarbazina
Tilosina
Virginiamicina
Zilpaterol
Fonte: BRASIL, 2013. Adaptado.
2.6 IMPACTOS PARA A SAÚDE HUMANA
O desenvolvimento de resistência antimicrobiana é geralmente relacionado com o uso
inadequado dos compostos antibióticos entre os humanos. As bactérias resistentes se
dispersam na comunidade pelas rotas comuns de transmissão de pessoa para pessoa
(McMULLIN, 2004).
Existe uma preocupação crescente sobre o fato de que a alimentação com
antimicrobianos em dietas de animais contribui para a formação de um estoque de bactérias
entéricas resistentes às drogas, que são capazes de transferir a resistência para bactérias
patogênicas, causando risco à saúde publica (FERNANDES, 2007).
22
Contudo, a rapidez com que alguns isolados resistentes têm se disseminado em várias
regiões geográficas, sugere que a transmissão pessoa-pessoa possivelmente tenha um papel
limitado e que uma fonte comum e amplamente utilizada pela população tenha uma função
importante na disseminação das bactérias resistentes, chamando atenção para os alimentos
como um possível veículo e associando a rápida disseminação ao incremento do comércio
internacional de produtos alimentícios, ocorrido nos últimos anos (PADILHA, 2004).
É crescente a preocupação mundial quanto ao aumento da resistência adquirida por
espécies de bactérias a algumas moléculas com ação antimicrobiana de uso humano na
produção de animais, reduzindo a disponibilidade de substâncias eficazes e imprescindíveis
ao tratamento e prevenção de doenças infecciosas (SPINOZA et al., 2005).
O aumento do uso dos antimicrobianos associados às inovações na tecnologia de
produção, os novos métodos no processamento da carne de frango e sua grande
comercialização contribuíram para o aumento da produtividade e a diminuição do tempo de
produção e do custo. Por essa razão, esse alimento mais acessível passou a integrar
significativamente a dieta brasileira e, consequentemente, aumentou a exposição do
consumidor a agentes que podem significar um risco à saúde humana (ANVISA, 2008).
2.7 DADOS DA UNIÃO EUROPÉIA E OUTROS PAÍSES
Na Europa, os primeiros países a estabelecer programas de controle de uso de
antibióticos na produção animal, foram a Suécia, que em 1986 eliminou o uso desses
promotores de crescimento a base de antibióticos, direcionando o seu uso apenas para a forma
terapêutica de animais doentes, passando a solicitar prescrição veterinária, e a Dinamarca que
tomou medidas relacionadas à comercialização de antibióticos, que determinaram redução do
uso na produção animal. Este publicou um conjunto de regras sobre a utilização adequada
desses compostos, direcionado à classe veterinária, estabelecido um sistema de
monitoramento da resistência antimicrobiana, incluindo as fases durante o processo
de produção. Foram criados programas onde os antibióticos de uso humano na clínica médica
não são recomendadas para uso na população animal. Assim, a avoparcina, espiramicina,
tilosina,
virginiamicina,
tetraciclina
e
penicilina
não
são
usadas
nos
sistemas
de produção dinamarqueses (CARBON et. al., 2002).
Nos Estados Unidos e no Canadá, acreditam que existe a uma associação entre o uso
de antibióticos na produção animal e a rápida disseminação de bactérias resistentes. Com isso
foram criados programas de controle, com o objetivo de redução ou o uso adequado
23
desses antibióticos nas populações animais destinadas ao consumo humano. Um deles foi o
Programa Nacional de Monitoramento da Resistência Antimicrobiana, que teve início em
1996, que conta com a monitoração das modificações de susceptibilidade antimicrobiana de
patógenos entéricos em espécies humanas e animais (doentes e saudáveis), e em carcaças de
animais. Já o Canadá utiliza métodos de redução de uso e monitoramento nas várias cadeias
de produção (PADILHA, 2004).
24
3. CONCLUSÃO
O uso de antibióticos como promotores de crescimento nas rações melhorou o
desempenho de frangos de corte, porém pode ter gerado um aumento da resistência das
bactérias aos antibióticos. O uso indiscriminado de antibióticos como aditivos alimentares, no
tratamento e na prevenção de doenças, tornou-se um problema de saúde animal e humana,
uma vez que elevadas taxas de resistência aos antimicrobianos são registradas em vários
estudos realizados nas diferentes espécies animais e principalmente no homem.
A utilização de antibióticos com fins terapêuticos e promotores de crescimento vem
sendo banida nos principais países produtores avícolas, devido ao uso destes antimicrobianos
na produção de animais e com consequência passada para a alimentação humana com a
possibilidade de induzir resistência antimicrobiana, selecionando bactérias resistentes o que
gera grandes preocupações à saúde humana.
Já em relação ao consumo, deve-se garantir que a carne de frango e seus derivados
cheguem ao consumidor sem apresentar perigos para a saúde humana, sendo indispensável
um controle frequente desde a produção até o consumidor. Algumas alternativas vêm sendo
utilizadas com o objetivo de diminuir a resistência bacteriana gerada ao longo do tempo, que
são os probióticos, alguns estudos mostram que há uma melhora no desempenho do frango
quando utilizados na alimentação animal.
Para amenizar essa situação é necessário que se tenha legislação e que se desenvolvam
ações de monitoramento da resistência a antimicrobianos correlacionados ao consumo da
carne de frango e seus derivados, controle do estado em toda a cadeia produtiva de frangos
com o objetivo de verificar se a legislação está sendo seguida de maneira correta, realizar
campanhas educativas para alertar a população quanto aos riscos da ingestão de altas
dosagens de antibióticos e campanhas para a produção de frangos alertando o perigo de altas
dosagens de antimicrobianos nesses produtos de origem animal.
Uma das ações seria avaliar o perfil de resistência das bactérias encontradas em aves
para consumo humano e assim subsidiar a proibição do uso de determinada droga pelos
órgãos reguladores além de oferecer informações sobre a situação da resistência no Brasil.
29
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Jéssica Silva Marques - Universidade Católica de Brasília