SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO COM ESSÊNCIAS
NATIVAS
Floresta Primária
A floresta primária é aquela caracterizada pela pouca
interferência humana, com atividades do extrativismo do
palmito e madeiras (corte seletivo de algumas espécies de
árvores de grande valor comercial), por exemplo.
Infelizmente, não temos mais florestas intocadas. Até nas
regiões mais inacessíveis o homem deu um jeito de retirar
alguma coisa. Certas espécies centenárias e raras na Mata
Atlântica apresentam uma relação altamente complexa com
animais (dispersores e polinizadores), plantas e
microorganismos. Daí uma das razões da espécie ser rara,
sendo totalmente desaconselhável seu abate para
aproveitar a madeira.
Sucessão vegetal
A vegetação apresenta modificações que acontecem de
forma natural. Com o passar do tempo, as espécies vegetais
são substituídas por outras, e a esse processo dá-se o nome
de sucessão vegetal. Atualmente, tem-se buscado não mais
deixar esse processo ao acaso, mas sim, direcioná-lo no
sentido de tornar possível a recuperação de uma área
degradada em um período menor de tempo e com baixos
custos, especialmente se não existem remanescentes
florestais nas redondezas.
SUCESSÃO SECUNDÁRIA
A sucessão geralmente é acompanhada do aumento da complexidade da
vegetação e apresenta uma substituição de grupos de espécies vegetais.
Esses grupos são a base do processo de sucessão e apresentam formas
variadas de adaptação e estratégias de crescimento, especialmente em
resposta à quantidade de luz. Assim, as espécies arbustivo-arbóreas
podem ser classificadas em:
· Pioneiras: espécies claramente dependentes de luz. Não se
desenvolvem no sub-bosque e se estabelecem em clareiras ou bordas
de florestas.
· Secundárias iniciais: essas espécies ocorrem em condições de
sombreamento médio, ocorrendo em clareiras pequenas, bordas de
clareiras grandes ou de florestas ou no sub-bosque não densamente
sombreado.
· Secundárias tardias ou clímax: espécies que se desenvolvem no subbosque em condições de sombra leve ou densa, onde podem
permanecer toda a vida, ou podem crescer até alcançar o dossel.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE ÀS MATAS
CILIARES
De acordo com o Código Florestal - Lei nº 4.771 de
15.09.65, são consideradas áreas de Preservação Ambiental,
as florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao
longo dos rios ou de qualquer curso d´água desde que seu
nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
• de 30 mts para os cursos d´água de menos de 10 mts de
largura;
• de 50 mts para cursos d´água que tenham de 10 a 50 mts de
largura;
• de 100 mts para os rios que tenham de 50 a 200 mts de
largura;
• 50 mts ao redor de nascentes;
LEGISLAÇÃO PERTINENTE ÀS MATAS
CILIARES
De acordo com o Código Florestal - Lei nº 4.771 de
15.09.65, são consideradas áreas de Preservação
Ambiental, as florestas e demais formas de vegetação
natural situadas no topo de morros e montanhas, nas
encostas ou partes destas com declividade superior à 45°;
nas áreas situadas acima de 1800 mts de altitude qualquer
que seja sua vegetação.
O Código Florestal estabelece também que toda
propriedade rural deve ter pelo menos 20% ( 50% na mata
atlântica) de área coberta por vegetação nativa, denominada
reserva florestal legal, onde não é permitido o corte das
árvores.
MÉTODOS UTILIZADOS NA RECOMPOSIÇÃO DA
COBERTURA VEGETAL
A escolha do método de recomposição florestal
mais adequado para uma determinada área vai
depender de vários fatores, dentre os quais se
destacam: o grau de degradação da área, o
histórico da área, a disponibilidade de sementes e
mudas no mercado, a existência de máquinas e
implementos agrícolas e dos recursos financeiros
disponíveis para tal fim.
MÉTODOS UTILIZADOS NA RECOMPOSIÇÃO DA
COBERTURA VEGETAL
Deve-se sempre ter como referência os processos
naturais de recuperação e regeneração da floresta e
lembrar que o modelo de revegetação a ser adotado
não implica necessariamente no plantio de mudas.
SUCESSÃO VEGETAL
A teoria lançada por BRUDOWSKI ( 1965)
sobre os processos de sucessão secundária é
facilmente percebida em áreas livres próximas
de matas ciliares abertas no interior da
floresta; observa-se a regeneração natural
obedecendo a uma sequência de pioneiras,
secundárias inicial e tardia e clímaces.
REGENARAÇÃO NATURAL
É o método aplicado em locais pouco pertubados,
em ambientes alterados e que mantêm
características bióticas, ligadas à flora e à fauna das
formações florestais típicas da área a ser
preservada. O método é indicado para locais onde
existe floresta remanescente nas proximidades, de
modo que existe floresta remanescente nas
proximidades, de modo que os processos naturais
de recuperação possam agir.
REGENERAÇÃO NATURAL
Após eliminação da vegetal primitiva as áreas foram ocupadas
por culturas anuais ou pastagens e posteriormente
abandonadas e o solo ocupado por gramíneas invasoras,
como capim colonião (Panicum maximum) e a
braquiária ( Brachiaria spp).
A sequência de ocupação, em condições naturais, é a
seguinte :
• Nos 2 a 4 anos iniciais surgem as espécies herbáceas
anuais,
• Depois as perenes e arbustivas perenes;
• Pioneiras arbóreas;
• Secundárias inicias ;
• Secundárias tardias e clímaxes.
REGENERAÇÃO NATURAL
A regeneração natural é reconhecida como o processo biológico mais
econômico quando comparado aos demais, podendo ser auxiliada e
acelerada para formação da futura floresta, através da adoção das
seguintes práticas ou operações de manejo:
• eliminação de plantas herbáceas e trepadeiras, gramíneas invasoras e
cipós que concorrem com as mudas em crescimento, prejudicando-as em
seu desenvolvimento normal;
• poda de formação, procurando deixar somente um fuste principal nas
árvores, eliminando-se ramificações excendentes;
• desbaste seletivo de grande número das mudas de espécies arbustivas
e arbóreas, eliminado-se parte delas, dando-se preferência às mais
vigorosas e ou àquelas de ocorrência menos frequente na área.
REGENERAÇÃO NATURAL
Dependendo da florística da vegetação
existente nas proximidades, o tempo
para ocorrer a auto regeneração da
vegetação no local será de 30 a 60 anos.
FLORESTAS SECUNDÁRIAS
As florestas secundárias são o resultado de explorações
seletivas e descontínuas, após ter sido retirada delas toda a
vegetação arbórea importante, como a madeira e
consequentemente, o seu valor econômico. Na maioria das
vezes, essas matas são restos de uma vegetação
exuberante outrora ocorrida, com alguns exemplares
considerados de baixo valor comercial.
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DE UMA FLORESTA
SECUNDÁRIA
As florestas secundárias são classificadas de acordo com os estágios de
regeneração:
• Estágio inicial de regeneração:
Surge logo após o abandono de uma área degradada. Predominam
espécies pioneiras, de crescimento rápido e de vida curta, além de capins
e samambaias de chão.
As espécies encontradas no estágio inicial de regeneração estão
adaptadas a sobreviver em um ambiente com solo pobre em nutrientes e
de insolação direta. Quando adultas, criam um ambiente sombreado e
fresco para o restabelecimento da floresta definitiva.
Floresta secundária em estágio inicial de regeneração natural. Nesta foto é possível notar
a floresta se regenerando onde era uma pastagem.
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DE UMA
FLORESTA SECUNDÁRIA
Estágio médio de regeneração:
As espécies predominantes são, normalmente, pioneiras na fase adulta.
No piso da floresta, uma pequena camada de serapilheira é encontrada,
esta se decompõe, nutre o solo e favorece o desenvolvimento de espécies
definitivas. Na nossa região a espécie de árvore de ocorrência
predominante neste estágio é o jacatirão, que facilmente pode ser
reconhecido pela sua floração bastante intensa, cujas flores apresentam
uma variação de cores que vai do branco ao lilás. O jacatirão vive no
máximo 20 anos. Crescimento rápido e vida curta são características das
árvores pioneiras que deixam o ambiente propício para o início do
desenvolvimento das árvores definitivas, com crescimento lento, mas vida
muito longa, centenas de anos.
Jacatirão florescido - Quando nesta fase (adulta) é indicador de floresta secundária.
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DE UMA FLORESTA
SECUNDÁRIA
Estágio avançado de regeneração:
Predominam as espécies definitivas, de crescimento lento e de vida
longa. Neste estágio, as camadas da floresta são bem definidas.
Paisagem com florestas em estágio avançado de regeneração, às margens do rio Itajaí do Norte, em
Itaiópolis (SC). As florestas que aparecem nesta imagem são todas secundárias. A área foi destruída
na década de 50, ou antes disso. A forte regeneração natural recobriu os morros novamente, graças à
fauna e as áreas remanescentes que não puderam ser destruídas pela dificuldade de acesso
ENRIQUECIMENTO DE FLORESTAS
SECUNDÁRIAS
Esse sistema consiste em acrescentar
mudas de espécies secundárias iniciais e
tardias, sob a copa das árvores
remanescentes, enriquecendo essas áreas
com espécies já ocorrentes na região
bioclimática.
ENRIQUECIMENTO FLORESTAL
Nesse sistema, a mecanização do solo e
alinhamento das mudas são
impraticáveis.
O espaçamento médio é 10 m2/planta, ou
cerca de
3,0 X 3,0 metros, numa densidade de
plantio de 1000 indivíduos /hectare.
REFLORESTAMENTO HETEROGÊNEO COM
ESPÉCIES NATIVAS
Áreas desflorestadas e degradadas onde não
existem características bióticas das formações
florestais originais, sem remanescentes florestais
originais nas proximidades devem utilizar o sistema
de reflorestamento heterogêneo.
REFLORESTAMENTO HETEROGÊNEO COM
ESPÉCIES NATIVAS
Esse sistema consiste em se plantar diferentes
espécies numa mesma área, recriando
condições mais próximas das florestas naturais,
outrora ocorrentes na região.
A Resolução SMA-08 de 31/01/2008 fixa a
orientação para o reflorestamento heterogêneo
de áreas degradadas e dá providências
correlatas.
REFLORESTAMENTO HETEROGÊNEO
COM ESPÉCIES NATIVAS
O método visa acelerar o processo de
sucessão secundária e a consequente
redução do tempo de formação dessa
vegetação para 10 a 15 anos
REFLORESTAMENTO HETEROGÊNEO
COM ESPÉCIES NATIVAS
Pode-se adotar um espaçamento inicial de:
3,0 X 2,0 metros ou 3,0 X 4,0 metros, com
densidades respectivas de 1700 e 830
plantas/hectare
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