FUNORTE-FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS NÚCLEO DE JI-PARANÁ - RO BIOMATERIAISEMPREGADOS NAS RECONSTRUÇÕES FACIAIS JEAN MAGALHÃES Ji-Paraná 2014 1 JEAN MAGALHÃES BIOMATERIAIS EMPREGADOS NAS RECONSTRUÇÕES FACIAIS Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do ICS – FUNORTE NÚCLEO JI-PARANÁ, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ORIENTADOR: Cordeiro Ji-Paraná 2014 2 Prof. Esp. Robson DEDICATÓRIA Agradeço primeiramente a Deus por ter me capacitado nesta área da saúde que tanto me traz satisfação pessoal. Aos meus pais por terem me apoiado sempre em todas as minhas decisões Ao meu amigo e colega de curso Andrez Carlos Valentin por ter me convencido a trocar o curso de implante pelo de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial quando começamos na pós-graduação. À minha secretária Maria Brizola Nunes que me deu foco quando pensava em desistir da especialização por vários fatores e a minha auxiliar Odimara Paola por imprimir mais de 1500 páginas de artigos e apostilas pra mim. Às minhas colegas Bruna Silva e Leticia Coelho Schmadeck por prestarem um serviço de excelência no consultório quando estou ausente. 3 RESUMO Com as novas modalidades cirúrgicas e os diversos biomateriais quem vem sendo desenvolvidos através dos anos, os cirurgiões acabam com uma gama muito grande de biomateriais que podem ser empregados em reconstruções e melhorias faciais. Pela grande variedade de materiais o cirurgião nem sempre tem ideia do uso real de cada biomaterial, como cada qual tem a sua propriedade e indicação é empírico que o cirurgião conheça intimamente o biomaterial de escolha, para que possa aproveitar ao máximo as propriedades oferecidas por cada um. O objetivo desse trabalho é relatar através de revisão de literatura os biomateriais comumente utilizados em reconstruções faciais, e assim serem analisados e escolhidos sob a perspectiva de cada cirurgião. Nessa revisão veremos tópicos sobre biocompatibilidade, biodegradabilidade e a classificação dos biomateriais quanto as suas respostas biológicas e físicas. 4 ABSTRACT With new surgical procedures and many who biomaterials have been developed over the years, surgeons end up with a very large range of biomaterials that can be used in facial reconstructions and improvements. The variety of materials the surgeon does not always have any idea of the actual use of each biomaterial, as each has his property and is empirical indication that the surgeon knows intimately the biomaterial of choice, so you can make the most of the properties offered by each one. The aim of this study is to report through literature review biomaterials commonly used in facial reconstructions, and thus be analyzed and chosen from the perspective of each surgeon. In this review we will see topics on biocompatibility, biodegradability and the classification of biomaterials as their biological and physical esponses.. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 9 1 – DEFINIÇÃO........................................................................................................... 9 2-BIOCOMPATIBILIDADE EBIODEGRADABILIDADE .................................... 10 2.1 - BIOCOMPATIBILIDADE ............................................................................ 10 2.2 - BIODEGRADABILIDADE........................................................................... 11 3 - CLASSIFICAÇÃO DOS BIOMATERIAIS ......................................................... 12 3.1 QUANTO A RESPOSTA BIOLÓGICA ......................................................... 12 3.2 - QUANTO A RESPOSTA FÍSICA .................................................................... 14 3.2.1 - METÁLICOS .............................................................................................. 14 3.2.2 - COMPÓSITOS ........................................................................................... 15 3.2.3 - NATURAIS ................................................................................................. 16 3.2.4 - BIOCERÂMICAS....................................................................................... 16 3.2.5 - POLIMÉRICOS .......................................................................................... 19 4. Tabela dos biomateriais e o seus usos mais comuns (BIOMATERIAIS, 2014) ........ 22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 23 6. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 6 INTRODUÇÃO Desde tempos remotos a humanidade já buscava melhoras nas condições de suas vidas. O uso dos mais variados métodos e produtos são antigos, o Papiro de Eber, datado do reinado de Amenofis I (cerca de 1500 a.C.), contem uma lista com mais de 700 mágicas, remédios e condutas médicas nas mais diversas áreas da saúde. Acreditase ser um compendio de obras passadas (datando, talvez, mais de 3500 anos de história). Nele temos descrições de cirurgias para realocações e implantes de tecidos além de vários procedimentos cosméticos. O Papiro de Eber nos mostra a sede de conhecimento que a humanidade denota em relação ao corpo humano. A perfeição e a beleza sempre foram buscadas com fervormas, sempre foram barradas pelas condições tecnológicas que cada era pôde oferecer. (Alegre M.J, ) Neste trabalho abordaremos o uso dos biomateriais nas reconstruções bucomaxilofaciais. Não podemos falar de reconstrução facial sem mencionar Sir Harold Gillies (considerado o pai da cirurgia plástica moderna) e o Dr. Paul Tessier (considerado pai da cirurgia craniofacial moderna) que foram homens visionários e verdadeiros revolucionadores nas artes da saúde. (Elvio A Tuoto E.A, 2010) A busca por materiais mais eficazes é grande e ininterrupta, a todo o momento surgem ideias e materiais diferentes, sendo testados e recebendo suas avaliações, sendo elas positivas ou não. Um fato que elucida o tema é o imenso avanço técnico cirúrgico ocorrido nas guerras. 1ª e 2ª Guerras Mundiais foram as épocas em que mais se avançou no campo das reconstruções faciais.(Jamie Condliffe, 2012) Sir Harold não teve seu nome aclamado sem motivos, seguem abaixo algumas fotos dos seus procedimentos de reconstruções: 7 Para reconstruir o rosto de Willie (fotografia ao lado), em 1916, Gillies utilizou um grande retalho de pele proveniente do peito do paciente confeccionando-o como um tubo (“pedículo com câmara de ar”), o que assegurou o fornecimento natural de sangue, reduziu as chances de infecção e rejeição e consagrou o médico militar como o pai da cirurgia plástica moderna. Tal procedimento é considerado a primeira (Imagens Históricas, Google) cirurgia plástica plena reconstrução facial. A evolução da bioengenharia é marcante e animadora, há 70 anos era impensável o uso das proteínas morfogenéticas (apesar de ainda não serem amplamente utilizadas por questões financeiras) que vem se mostrando como uma opção utópica nos tratamentos de saúde da humanidade. 8 de REVISÃO DE LITERATURA 1 – DEFINIÇÃO Biomaterial é todo e qualquer material ou composto, natural ou artificial, não farmáco, que substitui e/ou auxilia o organismo em várias opções de tratamento, aumento, e substituição de suas formas ou funções. (WILLIAM, 1987) Quando se fala de biomaterial, associar o nome aos compostos orgânicos é automático, porém, uma grande parte dos biomateriais é de origem sintética, artificial e mesmo tendo essa característica não perde a integrabilidade com o sistema imunológico. A engenharia é a principal pesquisadora do tema, estando aliada a áreas da saúde descobertas significativas vem ocorrendo com o passar dos anos e a cada pesquisa lançada mais proveito se tira dessa linha de material. A nano-tecnologiavem sendo a pioneira nas descobertas mais impactantes porém, pelo seu alto custo, a engenharia de materiais e a engenharia de tecidos tem desenvolvido mais resultados condizentes com a nossa realidade. O processo de fabricação dos biomateriais é como o de qualquer outro. Faz-se uma pesquisa sobre o objetivo a ser alcançado, escolhem-se os materiais base (ligas de metal, compósitos, cerâmicas, materiais orgânicos, etc), desenvolve-se a pesquisa (tipo de emprego dos materiais, grupos de controle, alternativas de uso, etc) e dependendo do resultado chega-se a uma aprovação ou recusa do material. O estudo das reações adversas no organismo é indispensável e esse estudo exige uma minunciosa análise química, fisiológica e mecânica da relação biomaterialorganismo, sendo crucial na avaliação final do material obtido/proposto. Obviamente a fabricação de biomateriais não é algo barato, sendo os países desenvolvidos os campeões na apresentação de novos compostos. (AN INTRODUCTION TO BIOMATERIALS, 1987) Segundo SANTOS e ROSA 2011 a história dos biomateriais pode ser divida em três fases ou gerações, não sabendo ao certo qual a mais acertada, há uma grande divergência entre os pesquisadores. Na 1ª Geração a funcionalidade do biomaterial é o ponto forte das pesquisas, desde que se devolvesse a função requerida a estética não era tão importante. Foi a era do ouro, aço, marfim, madeira, vidro... 9 Nesta geração eram utilizados materiais maioritariamente naturais. Olhos de vidro, dentes de ouro, coroas dentárias de chumbo entre outros são aplicações exemplificativas desta geração. Na 2ª geração chegamos até meados do século XX com o uso das ligas de metal como o titânio, o vanádio, o cobalto-cromo-molibidênio e os polietilenos de peso molecular e densidade muito altos, as válvulas cardíacas e os pacemakers. Nesta geração foram utilizados materiais mais sintéticos, com uma engenharia extramente superior na sua formulação e emprego. Neste tempo usamos materiais que são bio-compatíveis e bio-inertes (teoricamente seriam ignorados pelos tecidos vizinhos, sem provocar reações inflamatórias ou infecciosas no local de implantação). Na 3ª Geração vieram os materiais designados a superar suas geraçõesanteriores sendo mais duradouros, estéticos, funcionais e baratos. Ainda são poucos os exemplos no mercado, a imensa maioria ainda está em fase de testes. Alguns exemplos desta fase são os implantes para regenerar o tecido e não simplesmente substituí-lo, como a pele artificial (Integra® Life Science), cartilagem para regeneração de articulações (Carticel®, GenzymeCo.), cimentos ósseos reabsorvíeis, componentes biológicos geneticamente modificados (como células ou proteínas morfogenéticas ósseas - BMP2) associadas com cerâmicas de fosfato de cálcio, colagénio, superfícies de titânio com revestimentos nanométricos de cerâmicas de fosfato de cálcio (estruturas tridimensionais de cerâmicas de fosfato de cálcio associadas às células). 2-BIOCOMPATIBILIDADE EBIODEGRADABILIDADE 2.1 - BIOCOMPATIBILIDADE Uma das principais barreiras encontradas no uso dos biomateriais é a famosa rejeição.Vários são os fatores que levam ao insucesso dos mesmos (idade, estado geral de saúde, estilo de vida, qualidade da intervenção cirúrgica, etc...) e fazem com que cada paciente tenha uma resposta diferente frente ao emprego dos biomateriais. Podemos definir a biocompatibilidade como o desempenho dos biomateriais e a resposta dos tecidos vivos à presença de materiais estranhos. Em 1987 David Willians (AN INTRODUCTION TO BIOMATERIALS, 1987) definiu: “O Biomaterial é um material viável usado em dispositivos (médicos), projetado para interagir com sistemas 10 biológicos. A biocompatibilidade é, por sua vez , a capacidade de um material, numa situação específica, desencadear uma resposta adequada no paciente.” A biocompatibilidade já não representa tantos fatores restritivos quanto antes pois, hoje a quantidade de biomateriais desenvolvidos já é muito grande. O desempenho dos biomateriais depende da composição química, da morfologia e da macro e microporosidade. As propriedades mais importantes são a cristalinidade, as propriedades elásticas, a hidrofobicidade, a resistência à corrosão e ao desgaste, a cor, a resistência térmica e as propriedades reológicas, ou seja, a viscosidade. (SANTOS e ROSA, 2011) 2.2 - BIODEGRADABILIDADE Os materiais biodegradáveis, como os polímeros, podem ser decompostos naturalmente e seus produtos permanecerão dentro do corpo humano. Os materiais biorreabsorvíveis são degradados após um período de tempo e os produtos resultantes são atóxicos para efeitos de eliminação gradual. A degradação química ocorre de duas formas: Degradação hidrolítica - que ocorre simplesmente pela água; Degradação enzimática - que ocorre principalmente pela ação de agentes biológicos, tais como as enzimas. As vantagens do uso de polímeros biodegradáveis em relação aos materiais metálicos tradicionais incluem a redução da capacidade de tensão acumulada, o alívio de dores e a eliminação da necessidade da segunda cirurgia para a remoção dos implantes metálicos. Por exemplo: no caso de existir uma deficiência ao nível do osso, pode ser colocada uma prótese ajustada ao defeito com determinados valores de porosidade da bio estrutura e ajustada ao nível da adesão com as células ósseas, de modo a que a prótese sirva apenas de estrutura ao crescimento ósseo para que o defeito seja corrigido, ou seja, o osso cresce à medida que a prótese se vai degenerando. Assim uma cirurgia para a remoção desta estrutura é evitada.(SANTOS e ROSA, 2011) 11 3 - CLASSIFICAÇÃO DOS BIOMATERIAIS Os biomateriais podem ser classificados segundo sua resposta biológica e quanto a sua composição química. 3.1 QUANTO A RESPOSTA BIOLÓGICA Levando-se em consideração a resposta biológica causada pelo biomaterial no tecido hospedeiro, podemos classificá-los em: 3.1.1 - Bioinertes São materiais menos suscetíveis a causar uma reação biológica adversa devido a sua estabilidade química em comparação com outros materiais. Como exemplos, podese citar: carbono, alumina e zircônia (MEDICAL APPLICATIONS OF TITANIUM AND ITS ALLOYS, 1992). A alumina e a zircônia são mais usadas em superfícies de juntas artificiais sujeitas à fricção por causa da sua boa resistência ao desgaste. As cerâmicas são quimicamente muito estáveis e, portanto, muito pouco prováveis de ter uma resposta biológica adversa. As cerâmicas bioinertes mais empregadas como biomateriais são: cerâmicas à base de carbono, alumina e zircônia. (FERNANDES, 2009) Bioinertes são materiais também tolerados pelo organismo, mas em que a formação do envoltório fibroso é de espessura mínima. O material implantado libera quantidades mínimas de produtos químicos.(LIMA, 2006) 3.1.1.1 - Bioreativos Os metais utilizados em ortopedia e em implantodontia dominam essa classe de materiais. No entanto, a maioria dos biomateriais metálicos não é bioreativa, ficando mais próxima à classe dos materiais bioinertes. A biocompatibilidade dos metais e ligas é baseada na formação de uma camada fina e aderente de óxido estável. Cada classe de metal deve ter sua composição química bem controlada a fim de que não haja degradação química da camada de óxido nem das propriedades mecânicas do metal ou liga metálica. 12 Os principais metais utilizados como biomateriais são divididos em três classes: ligas ferrosas (aços inoxidáveis), ligas à base de cobalto e ligas à base de titânio. Os metais classificados como bioreativos ficam no limite entre os materiais bioinertes e os bioativos. Esses metais adquirem bioatividade após um tratamento de ativação de superfície do seu óxido. São eles o tiânio, o nióbio e o tântalo. (FERNANDES, 2009) 3.1.2 - Biotoleráveis Materiais apenas tolerados pelo organismo, sendo separados do tecido hospedeiro pela formação de um envoltório de tecido fibroso.Esta camada é induzida pela liberação de compostos químicos, íons, produtos de corrosão e outros por parte do material implantado.(FERNANDES, 2009) A espessura da camada e sua composição dependem do tipo de material usado. Quanto maior a espessura de tecido fibroso formado, menor a tolerabilidade dos tecidos ao material. Os materiais bioteleráveis são praticamente todos os polímeros sintéticos assim como a maioria dos metais.(LIMA, 2006) 3.1.3 - Bio-ativos São aqueles materiais nos quais ocorrem ligações químicas entre material de implante e tecido ósseo, havendo ligação direta aos tecidos vivos devido aos íons, por exemplo, o Ca+2 e/ou PO4-2 presentes nos substitutos ósseos, que favorecem uma ligação química com o tecido ósseo. Os principais materiais desta classe são os vidros e vitrocerâmicas à base de fosfatos de cálcio, a hidroxiapatita e os compostos de fosfato de cálcio.(FERNANDES, 2009) 3.1.4 –Biodegradáveis ou Reabsorviveis Biodegradáveis ou reabsorvíveis são materiais que, após certo período de tempo em contato com os tecidos biológicos, acabam sendo degradados, solubilizados ou fagocitados pelo organismo. Seus produtos de degradação não são tóxicos e, portanto são eliminados pelo metabolismo normal do paciente. Esses materiais são bastante úteis em diversas aplicações clínicas, principalmente em implantes temporários, pois se torna desnecessário uma nova intervenção cirúrgica para a retirada do material de implante. Os principais exemplos desses materiais são o beta fosfato tricálcico (β-TCP) e os polímeros poli (ácido láctico-PLA) e poli (ácido glicólico-PGA).(LIMA, 2006) 13 3.2 - QUANTO A RESPOSTA FÍSICA 3.2.1 - METÁLICOS Na área de Saúde, metais como titânio, nióbio, tântalo, alumínio e vanádio são os mais utilizados para reconstrução de tecidos danificados ou perdidos, particularmente o osso. O metal é um elemento ou liga cuja estrutura atômica cede elétrons para formar íons positivamente carregados. Uma liga é definida como uma substância cristalina com propriedades metálicas composta de dois ou mais elementos químicos, dos quais pelo menos um é metal. Os metais, em especial as ligas dentais, possuem alta condutividade térmica e elétrica, além de alta tenacidade, dureza, resistência, elasticidade, ductilidade, resistência à tração, à abrasão, à fratura e à fadiga.(FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.1.1 - TITÂNIO E LIGAS À BASE DE TITÂNIO O titânio possui uma combinação de alta resistência mecânica, alta resistência à corrosão eletroquímica e resposta biológica favorável, que fazem com que ele seja o metal mais utilizado como biomaterial. Dentre as ligas de titânio, a liga Ti-6Al-4V(BIOMEDICAL ENGINEERING IV, 1984) é a mais utilizada em várias aplicações, incluindo aplicações biomédicas. O titânio é um metal especial dentre os metais leves como alumínio e magnésio por sua elevada razão resistência/peso. O titânio é também um metal bastante reativo e em contato com ppm (parte por milhão) de O2 ou água, forma óxido de titânio que pode ser TiO, Ti2O3 ou TiO2, que é o mais comum. O TiO2pode apresentar diferentes estruturas cristalográficas, dentre elas, rutilo e anatásio, podendo também ser amorfo. Uma contribuição para a biocompatibilidade do titânio é a grande resistência à corrosão que é conferida por seu óxido, que forma uma película contínua e aderente. Uma outra contribuição é a sua alta constante dielétrica quando comparada com a de outros óxidos. KASEMO E LAUSMAA (ADVANCED BIOMATERIALS, 1985) atribuem a alta constante dielétrica do TiO2à biocompatibilidade do titânio, já que as interações 14 entre os óxidos e as biomoléculas são elétricas e o TiO2 é catalítico para um número de reações orgânicas e inorgânicas. O TiO2promove forças de Van der Waals maiores do que as dos outros óxidos, logo apresentando propriedades catalíticas em diversas reações químicas. WILLMANN (TRIBOLOGY IN BIOMECHANICAL SYSTEMS, 1999) classifica o titânio como bioinerte. Por outro lado, vários autores (KOKUBO et al.,TRENDS IN BIOMATERIALS RESEARCH 1996; SOARES et al.,MEDICINA BUCAL POR SÍLVIO BORAKS 1997; KIM et al., 1996; YAN et al., 1996) têm demonstrado o efeito das modificações de superfície sobre a bioatividade do titânio. Nesses substratos, a precipitação de fosfatos de cálcio ocorre por adsorção de íons fosfato hidratados, liberação de prótons dos íons fosfato e adsorção de cálcio pelo fosfato. O TiO2não pode se recompor em meio anidro, causando a corrosão do metal. A natureza, bem como a composição e espessura da camada do óxido depende das condições do meio circunvizinho. Geralmente, em meio aquoso, o óxido presente é o TiO2. No entanto, pode haver uma mistura de óxidos outros como Ti2O3 e TiO. Observações experimentais da interface tecido ósseo-Ti mostra um contato íntimo ossoimplante. O titânio comercialmente puro não é tão resistente à fadiga quanto certos aços e ligas de titânio. O titânio tem um módulo de elasticidade intermediário entre o do aços e o do osso. Sua resistência ao impacto é comparável aos aços baixo carbono temperados e revenidos. A seleção do parâmetro de propriedades mecânicas mais relevante depende da temperatura de trabalho. (METALS HANDBOOK, 1990A) 3.2.2 - COMPÓSITOS Compósitos são materiais sólidos que possuem dois ou mais componentes separados por uma interface os quais diferem em estrutura e composição. A fim de obter uma melhor combinação, os compósitos devem exibir uma proporção significativa das propriedades de ambas as fases dos materiais que os constituem. 15 Como exemplos podemos citar: os arcabouços porosos (osso bovino inorgânico granulado aglutinado com colágeno hidrolisado e PLGA) e implantes dentais de titânio com revestimento de hidroxiapatita. (FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.3 - NATURAIS Considerando a origem, os enxertos de origem natural podem ser classificados como enxerto autógeno, alógeno e xenógeno. Os dois últimos frequentemente passam por um processamento a fim de torná-los mais adequados ao uso clínico. Autógeno - material retirado do próprio paciente em um outro sítio cirúrgico (ex. calota craniana, região mentoniana, retromandibular, crista ilíaca ou tuberosidade da maxila). Em regiões intra-orais, se pode utilizar um raspador ósseo para simplificar a coleta do osso, reduzindo o tempo de trabalho e o desconforto ao paciente no pósoperatório. O enxerto autógeno pode necessitar de fixação com auxílio de parafusos de titânio ou polímero absorvível. Esse tipo de enxerto evita a infecção cruzada. (FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) Alógeno - o material tem origem em um outro indivíduo da mesma espécie (ex. banco de ossos). Xenoenxerto - o material tem origem em um outro indivíduo de espécie diferente do receptor (ex. osso bovino). 3.2.4 - BIOCERÂMICAS São materiais menos suscetíveis a causar uma reação biológica adversa devido asuaestabilidade química em comparação com outros materiais. Como exemplos, podesecitar: carbono, alumina e zircônia (DUCHEYNE E KOHN, 1992). A alumina e azircônia são mais usadas em superfícies de juntas artificiais sujeitas à fricção por causa da sua boa resistência ao desgaste. As cerâmicas são quimicamente muito estáveis e, portanto, muito pouco prováveis deter uma resposta biológica adversa. As cerâmicas bioinertes mais empregadas comobiomateriais são: cerâmicas à base de carbono, alumina e zircônia. (DA SILVA, MARCELO HENRIQUE PRADO, 2012) 16 3.2.4 .1 - CERÂMICAS À BASE DE CARBONO O carbono possui similaridades com o osso em relação à rigidez e à resistência. O grafite possui um arranjo hexagonal planar com alta energia de ligação entre átomos no mesmo plano e baixa energia de ligação entre os planos. Essa baixa ligação entre os planos confere um baixo módulo, próximo àquele do osso. Há três tipos isotrópicos de carbono: pirolítico, vítreo e depositado por vapor. O carbono pirolítico é obtido através da deposição de carbono, a partir de um leito fluidizado, em um substrato. O leito fluidizado é formado a partir da pirólise de gás hidrocarbônico em temperaturas na faixa de 1000-2500°C. Carbonos isotrópicos de baixa temperatura são formados em temperaturas abaixo de 1500°C e possuem boa resistência à fricção e ao desgaste. Segundo DAUSKARDT (1993) tem sido feitas várias tentativas de recobrimento de metais com carbonos isotrópicos de baixa temperatura. O fator limitante é a propensão à fratura da camada e a decoesão da mesma do substrato. O carbono depositado por vapor é evaporado sobre um substrato a partir de uma fonte de alta temperatura, obtendo-se camadas de até 1µm de espessura.(DA SILVA, MARCELO HENRIQUE PRADO, 2012) 3.2.4.2 - ALUMINA As aluminas policristalinas de alta densidade e alta pureza são utilizadas em cabeça de fêmur e componentes acetabulares. Além da estabilidade química e inércia biológica, uma importante característica é a resistência à fricção e ao desgaste. Geralmente a cabeça do fêmur é confeccionada em alumina e a articulação em polietileno ou alumina. As propriedades físicas e mecânicas da alumina densa são em função da pureza, tamanho e distribuição dos grãos, das porosidades e das inclusões. A maior limitação da alumina é que ela possui baixa tenacidade, baixa resistência à tração e à flexão. Há ainda uma limitação dimensional quanto ao raio ótimo. Raios de curvatura muito grandes criam uma superfície de contato muito grande, aumentando muito a pressão de contato. Raios muito pequenos não permitem o escape de partículas de alumina. (DA SILVA, MARCELO HENRIQUE PRADO, 2012) 17 3.2.4.3 - ZIRCÔNIA A zircônia surgiu como alternativa à alumina por possuir maior tenacidade. A zircônia tem estrutura monoclínica à temperatura ambiente e sofre uma transformação isotrópica para estrutura tetragonal. Adições de óxido de ítrio (Y2O3) servem para estabilizar a fase tetragonal à temperatura ambiente. (DA SILVA, MARCELO HENRIQUE PRADO, 2012) A propagação de trincas induz a transformação da fase tetragonal, que é metaestável, na fase monoclínica. Como os grãos monoclínicos são maiores, é gerado um campo de tensão compressivo na ponta da trinca. Esse efeito causa uma imobilização da trinca. As melhores propriedades mecânicas em relação à alumina permitem uma maior liberdade dimensional na confecção dos implantes (HULBERT, 1993). 3.2.4.4 - CERÂMICAS À BASE DE FOSFATO DECALCIO Cerâmicas de fosfato de cálcio tem sido usadas há décadas para produzir osso artificial. São produzidas em diferentes formas e, mais recentemente para recobrimento de outros implantes. Existem os mono-, di-, tri- e tetra-fosfato de cálcio, além da hidroxiapatita (HA) [Ca10(PO4)6(OH)2], há a β-whitlockite. A estabilidade destas cerâmicas aumenta com o aumento da relação Ca/P.O HA, a hidroxiapatita é a mais importante dentre os fosfatos de cálcio, pois é encontrada na fase mineral dos tecidos duros naturais (osso, dente e esmalte). Os grupamentos (PO4) e (OH)2 podem ser substituídos produzindo outras apatitas, como flúor apatita, magnésio apatita, carbonato apatita, entre outras. O cálcio pode também ser substituído por outros elementos como zinco, cobre, estrôncio, etc. Sua síntese é bem conhecida e o processo pode resultar em HA com variadas propriedades físico-químicas e formas. A HA é bioativa (há deposição de osso diretamente sobre sua superfície) e pode ou não ser absorvível dependendo de seu processo de produção e da relação Ca/P.(FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.4.5 BIOVIDROS OU VIDROS BIOATIVOS Foram desenvolvidos no início dos anos 1960 por S. D. Stookey da empresa Cornig Glass Works. São utilizados como materiais de implantes, são materiais 18 projetados para provocar uma resposta biológica específica através de reações controladas de superfície. Formados por Dióxido de silício, Dióxido de Sódio, Óxido de Cálcio e Pentóxido de Fósforo (SiO2, Na2O, CaO e P2O5), os biovidros produzem uma superfície que propicia uma ligação mais efetiva tecido-material, tornando-os um dos materiais bioativos mais eficientes. Uma desvantagem é o fato de ser friável. (FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.5 - POLIMÉRICOS Os polímeros são compostos químicos orgânicos macromoleculares resultantes da união de várias unidades menores que se repetem, os monômeros. Independente de sua composição química, degradam sob adequadas condições. O título de não degradável, entretanto, refere-se àqueles materiais que não degradam durante seu uso ou por tempo muito longo após seu uso. A biodegradabilidade de um polímero depende principalmente da cristalinidade (alinhamento de suas cadeias poliméricas), hidrofobicidade, composição e forma do produto. Os polímeros podem ser sintéticos, aplicação Biomédica de Biomateriais Poliméricos Sintéticos produzidos reação de adição ou de condensação, biológicos (polinucleotídeos, polipeptídeos, polisacarídeos) ou modificações de polímeros naturais (nitrocelulose, borracha vulcanizada). (FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.5.1.HIDROGÉIS Polímeros que podem absorver água pela dilatação dos seus retículos poliméricos e que são utilizados em lentes intra-oculares, lentes de contato de pele artificial, matriz para encapsulamento de células, matriz para liberação controlada de drogas e matriz para crescimento de células (engenharia de tecidos). Como exemplo podemos citar o colágeno, o poliácido acrílico eo polietilenoglicol. (FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.5.2.ÁCIDO POLILÁTICO (PLA) E POLILÁTICO-CO-GLICÓLICO (PLGA) A forma poli-L-lático (PLLA) tem maior tempo de degradação que a mistura das formas D e L, chamada simplesmente de PLA, podendo demorar mais que 6 anos. A 19 taxa de degradação aumenta proporcionalmente ao aumento do peso molecular do polímero. A degradação do PLLA e PLA se dá pela via hidrolítica que promove diminuição das propriedades mecânicas e aumento da cristalinidade. Pouca informação existe sobre a degradação do PLA por enzimas, como a proteinase K. Estes materiais são considerados biocompatívies embora tenha sido relatado diminuição da proliferação celular e produção de resíduos tóxicos possivelmente devido à produtos de degradação ácida. (FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) Tem sido usado para produzir membrana sintética absorvível flexível e em formato de anel para guiar a neoformação óssea ao redor dos implantes, bem como placas e parafusos para fixação.(FILHO, J.R.L 2002) 3.2.5.3.POLITETRAFLUORETILENO (PTFE) É o polímero de carbono mais conhecido, o Teflon®, com elevada cristalinidade e densidade com baixa tensão superficial e atrito. Muito utilizada como membrana nãoreabsorvível microporosa para a regeneração tecidual guiada, mas requer um segundo tempo cirúrgico para sua retirada. Pode apresentar reforço de malha de titânio para produzir arcabouço utilizado na regeneração óssea guiada.(FRANCIASCO JOSEVALDO, 2011) 3.2.5.4 POLIMETILMETACRILATO (PMMA) Os polímerosdenominados termoplásticos ou termopolimerizáveisbaseados nos metacrilato de metila são, usualmente, as resinas sintéticas mais usadas na ortopedia funcional dos maxilares. Pela suacapacidade de tomar formas complexas, através da aplicação de calor e pressão possuem propriedadesapropriadas para sua aplicação em aparelhosortopédicos maxilares. As resinas termoplásticas são passíveis de fusão, têm melhor flexibilidade e propriedade de resistência. Alguns dos fatores dos polímeros a base demetacrilato de metila para serem aceitos no ramo são os de possuíremcaracterísticas biológicas, físicas, estéticas e demanipulação necessárias para uso na cavidade bucal. 20 Algumas das considerações biológicas é que as resinasdeveriam ser: insípida, inodora, não tóxica e não irritante aos tecidos adjacentes, ser completamenteinsolúvel e impermeável aos fluidos corporais. Nas propriedades físicas a resina deve apresentarresiliência, resistência à compressão as forçasmastigatórias ou de impacto. Ter estabilidade dimensionalnas condições de uso como as mudanças atemperatura e variações de carga. Economicamente a resina deve ser de baixo custo e suaaplicação não deve requerer equipamentos caros.(MORAIS F.A.I.et al, 2007) 3.2.5.5 POLIETILENO LINEAR DE ALTADENSIDADE PEAD (em inglês conhecido como HDPE ou PE-HD): Polietileno de Alta Densidade; densidade igual ou maior que 0,941 g/cm³. Tem um baixo nível de ramificações, com alta densidade e altas forças inter-moleculares. A produção de um bom PEAD depende da seleção do catalisador. É resistente a altas temperaturas, tensão compressão e tração; Baixa densidade em comparação com metais e outros materiais;Impermeável; Inerte (ao conteúdo), baixa reatividade;Atóxico. Um exemplo comercial é o Medpor. 21 4. Tabela dos biomateriais e o seus usos mais comuns (BIOMATERIAIS, 2014) 22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como a busca por inovações nunca terá um fim esse tema permanecerá sempre em alta. Sir Gillies e Dr. Tessier são apensa dois dos alicerces que direcionaram a cirurgia e traumatologia Bucomaxilofacial ao que ela é nos dias atuais. A bioengenharia sempre trará novos materiais ao nosso cotidiano, fato que já ocorre desde épocas muito antigas, seja por descobertas ao acaso ou por pesquisas direcionadas o avanço da área é expressivo e assim será. As gerações dos biomateriais comprovam isso. A 1ª geração, que era um tanto artesanal, cumpria com suas obrigações de acordo com suas limitações. Na segunda geração, na qual se encontra a maior parte dos materiais que usamos hoje, já responde com uma melhor adaptação e emprego, além da produção em massa. A terceira geração, na qual residem as grandes promessas ainda sobre estudos, depositamos grande esperança e já temos casos de enorme viabilidade orgânica como mostraram as Proteínas Morfogenéticas (BMP). Os princípios de biocompatibilidade e biodegradabilidade são norteadores nas pesquisas e escolhas de materiais. A partir do conhecimento de como os materiais reagem em diferentes situações temos uma segurança maior sobre a sua aplicabilidade. Quanto as suas classificações também existem diferenças, em relação a resposta do biomaterial com o organismo, nesta etapa temos as diferenciações em bioativos, biorreativos, bio-inertes, biotoleráveis e os reabsorvíveis sendo cada qual com uma indicação diferente. Nas abordagens cirúrgicas de reconstruções ósseas faciais os mais empregados no Brasil são os compostos de titânio, por serem mais baratos e de mais fácil acesso. Mas o mercado não é limitado somente aos metais, cerâmicas e polietilenos também tem larga escala de uso e a cada dia vem conquistando mais o mercado dos biomateriais. Grande parte desse sucesso se deve a instalação de fábricas no Brasil, que colocam estes materiais, antes importados e de alto custo, ao alcance de uma gama maior da população em geralpropiciando assim uma melhor resolução por custo/benefício decada caso. Portanto o conhecimento técnico do cirurgião é o fator decisivo na escolha do uso de cada material. Respeitando, claro, as condições financeiras do tratamento no qual será utilizado. 23 6. REFERÊNCIAS 1. Elvio A Tuoto E.A; Os diversos pais ou fundadores da cirurgia; disponível em <http://historyofmedicine.blogspot.com.br/2010/04/os-pais-ou-fundadores-dacirurgia.html> acessado sexta-feira, 17 de janeiro de 2014, 19:48 2. Jamie Condliffe13 de julho de 2012 às 16:55; Cirurgia plástica na Primeira Guerra Mundial estava muito à frente de seu tempo; disponível em <http://gizmodo.uol.com.br/cirurgia-plastica-na-primeira-guerra-mundial-estavamuito-frente-de-seu-tempo/> acessado em sexta-feira, 17 de janeiro de 2014, 19:49 3. Imagens Históricas; cirurgia plástica na primeira guerra mundial; disponível em <http://www.imagenshistoricas.com.br/cirurgia-plastica-na-primeira-guerramundial/> acessado sexta-feira, 17 de janeiro de 2014, 19:50 4. 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