Concurso Literário do Ensino Fundamental II
Apresentação
Inúmeros poetas escreveram e escrevem sobre o amor. Trata-se de um tema inesgotável que foi eternizado em
poemas felizes, tristes, esperançosos e melancólicos. Em língua portuguesa, grandes poetas, como Carlos Drummond
de Andrade, Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa e Camões, para citar apenas alguns, celebrizaram o amor em seus
versos. Apesar de não ser tão famoso como os citados, o poeta mineiro Antônio Carlos Ferreira de Brito, mais
conhecido como Cacaso (1944-1987), escreveu sobre o amor de forma única. Em poemas curtos e profundos, Cacaso
soube sintetizar as dores provocadas pelo amor de forma bem humorada e simples. Abaixo você conhecerá quatro
poemas famosos de Cacaso, escritor homenageado neste Concurso Literário.
Poemas*
HAPPY END
o meu amor e eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente
SINA
o amor que não dá certo sempre está por
perto
FALANDO SÉRIO
Outro amor? Não caio mais.
FAZENDO AS CONTAS
Vi meu amor chorando duas vezes
Numa nos conhecemos. Noutra nos despedimos.
* Poemas retirados do livro Lero-lero [1967-1985] – Editora Cosac Naify, 2012.
Proposta de Redação
- Escolha um (1) dos poemas de Cacaso apresentados na frente desta folha e escreva uma redação que reflita sobre o
amor, dialogando com o poema que você escolheu.
- Você pode e deve se inspirar no poema escolhido.
- Você pode fazer da sua redação uma continuação do poema.
- Seu texto não pode ser feito em versos. Ou seja, o texto tem de ser feito em prosa.
Regulamento Geral
- Nenhum aluno é obrigado participar.
- Os alunos interessados em participar deverão solicitar aos inspetores uma folha de redação onde escreverão seus
textos.
- Os textos do Concurso Literário devem, obrigatoriamente, se basear em um (1) dos poemas de Cacaso que se
encontram na frente da folha.
- Haverá um (1) vencedor em cada ano do Ensino Fundamental II.
- Todos os trabalhos serão analisados por uma Comissão Avaliadora composta por professores, membros da
Coordenação e da Direção Pedagógica.
- A redação deve ser entregue para um dos inspetores do Ensino Fundamental II.
- Premiação do Concurso Literário: Livro e 0,5 pontos na média de Língua Portuguesa.
Nome: Rodrigo Cesar Tavares Alves
6° ano
TEXTO VENCEDOR
Happy End
"o meu amor eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente"
Cacaso
Concordo com o poema “Happy End”. O amor não precisa ser lutado ou conquistado. O amor é como uma
simples onda. Simplesmente vai até você. Às vezes para te machucar, ferir e às vezes, para te fazer sonhar, acreditar,
para te fazer amar e se apaixonar, para te fazer acordar e pensar: "Sou a pessoa mais feliz do mundo". O amor de
verdade é aquele que te ajuda, que faz você pensar nele todas as horas e que dá certo.
Para o amor dar certo não é necessário ser igual ou diferente ou concordância ou discordância dos fatos. O
par deve simplesmente se amar.
Assim, concluo, não lute e nem se mate pelo seu amor. Pois, se for um amor para dá certo, você pode
acreditar e confiar, não precisa ser manualmente. Automaticamente ele vai até você sem que você precise se mexer.
E lembre-se! Saiba em qual onda mergulhar e em qual desviar para você não se machucar. Fica a dica.
Nome: Giovana Castelão
7º ano
TEXTO VENCEDOR
Falando Sério
Outro amor? Não caio mais. Depois da história que vivi, me afastei desse sentimento traiçoeiro. Hoje em dia,
não sou mais aquela garotinha ingênua que, acreditava em tudo. Cresci e aprendi que o amor é como uma fruta
venenosa, nos engana com sua aparência para depois nos machucar.
Quantos dias sem dormir? Quantas lágrimas derramadas? Quantos quilos perdidos? Perdi as contas de
quantas vezes aconteceu, e sabe o porquê de tudo isso? Sim, por causa do doce e inocente amor.
Dizem que tudo que precisamos na vida é do amor, mas afinal, o que é o amor? Dar tudo e, não receber nada
em troca? Porque isso foi tudo o que consegui. Afinal, onde está a parte na vida na qual você acha alguém que te
ama tanto quanto você a ama e, vivem felizes para sempre?
O amor é uma grande mentira que nos envolve em seus braços para que, quando estivermos bem
confortáveis, nos soltem com tudo fazendo com que nos machuquemos. As vezes me pego pensando se o amor
realmente existe, se aquela coisa de felizes para sempre acontece de verdade. Passo muitas vezes na rua e sinto a
forte energia do amor dentre tantos casais ali, mas então eu dou mais alguns passos e vejo ali sentado alguém
chorando por um amor perdido. E é ai que me perco. Como tratar o amor, segurar para não machucar? Deixar fluir e
arriscar?
Apenas seguirei minha vida e, seja do jeito que for, serei feliz. Com ou sem amor.
Nome: Bruna R. Quesada
8º ano
TEXTO VENCEDOR
Desabafo de um coração partido
Amor... o amor nos faz sofrer, nos faz felizes, nos fazem mudar... o amor é o sentimento mais forte do
mundo. Pode salvar vidas e destruí-las.
Há duas frases que representam as pessoas que não querem amar: "Amor ? Para que isso serve ?
Absolutamente nada." e "A melhor maneira de não ter um coração partido, é fingir que você não tem um" frase da
série britânica SKINS.
A pessoas se fecham em um mundo onde podem acreditar que não existe amor, onde podem construir
muros de pedra e gelo em torno de seus corações para não deixar as cicatrizes do seu passado ficarem expostas e
consequentemente reabri-las.
Há muitos casos em que as pessoas com corações partidos mudam, as vezes para melhor, as vezes para
pior. Mas sempre há uma maneira de perceber quando uma pessoa tem um coração partido, como: as melodias
tristes de músicos e cantores, as danças interpretativas das dançarinas, o modo que a pessoa age quando está perto
de um casal ou quando o nome da ex-paixão é citado.
Quando se tem um coração partido, a pessoa deixa os seus olhos transmitirem seus sentimentos enquanto
seu corpo reage as oscilações de humor, os olhos são espelhos da alma, contam histórias e mostram sentimentos
ocultos. Dizem que um fantasma é uma alma sem corpo, enquanto uma pessoa com um coração partido é um corpo
sem alma.
Muitas pessoas veem o amor como uma armadilha, uma cilada, o amor parece um jogo, você joga e espera
que o outro jogador reconheça sua jogada e retribua, pois você sabe que se ele não retribuir, quem vai sair
machucado e perdendo, será você. O amor ilude, e deve se por isso que as pessoas tem medo dele.
Porém, como está escrito no início, o amor tem seu lado bom se é retribuído: ele nos torna sonhadores,
amorosos e felizes.
O amor tem inúmeras interpretações, basta escolher se quer a boa ou a má, porém, em alguns casos, nem
escolha se tem.
Baseado no poema: Falando sério.
Nome: Olivia Lober
9º ano
TEXTO VENCEDOR
Happy End
Bianca pôs um gorro, depois ajeitou seu cabelo encaracolado. Olhou para o livro "Nove histórias" de J. D.
Salinger - seu escritor favorito – que estava em cima da mesa e hesitou ao colocá-lo na mochila, mas acabou
colocando. Gostava de ter um livro com ela, caso encontrasse tempo para ler, mesmo sabendo que não ia – tinha
andado muito ocupada ultimamente; ser editora chefe de uma empresa de jornalismo não era fácil.
Na rua, um vento frio soprava e folhas alaranjadas caiam no chão. Bianca andou três quadras, parou numa
esquina e olhou para o seu relógio – 6:50, dava tempo. Virou à esquerda ao invés de seguir reto, e foi parar numa
praça onde pessoas de todas as idades expunham e vendiam quadros e desenhos.
"Bianca!", ela ouviu alguém exclamar. Se virou e viu Fred de braços abertos. Fred era um senhor gordo,
simpático, com pouco cabelo na cabeça, que era professor de um curso de artes que Bianca sempre quis fazer – mas
ela nunca tinha tempo.
"Fred, oi!", Bianca o abraçou. "Estava indo pro trabalho e decidi dar uma passada aqui. Alguma novidade?"
"Veio numa boa hora. Tem uma pessoa que eu quero que você conheça", ele disse e fez um sinal para que
ela o seguisse. Bianca olhava as pinturas ao andar – não sabia o que, mas tinha alguma coisa sobre toda aquela arte
que tirava seu fôlego e fazia seus olhos brilharem. Ela ficaria o dia inteiro lá, se pudesse.
Fred a guiou para um lugar atrás dos quadros onde pessoas pintavam e misturavam tintas. "Léo!", o
professor de artes chamou. Um homem de mais ou menos 30 anos, cabelos e olhos castanhos, que estava lendo "O
apanhador no Campo de Centeio", levantou a cabeça. "Bianca, quero que você conheça o Léo. É meu aluno há mais
de 6 anos, e só agora decidiu tentar vender alguma pintura aqui na Praça".
Léo sorriu e estendeu a mão, "É um prazer finalmente te conhecer, Bianca". Sua mão estava suja de tinta,
assim como sua camiseta, mas Bianca não se importou. Sorriu de volta e apertou a mão dele, "O prazer é meu".
Texto baseado no poema “Happy End”
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