Para pregar o Amor de Deus
Ter, 27 de Novembro de 2012 12:19
A pregação do Amor de Deus, por ser a primeira em um encontro querigmático, tem a
finalidade de levar o participante ao conhecimento do Deus Trino, que por amor cria o mundo e
os homens. Ao mesmo tempo, permite que o ouvinte faça a experiência com o Deus Amor,
rompendo com a ideia de um Deus castigador ou mesmo distante dos homens. O conceito de
criação deve trazer uma mentalidade nova a respeito de si mesmo, como ser criado e amado
por Deus, o sentido de escolha do Criador em nos criar da maneira que somos.
É preciso desmitificar a imagem de Deus. É comum nos tempos de hoje muitos perguntarem
Deus é natureza? Deus é uma força? Deus é cada um de nós? QUEM É DEUS?
Nem o Catecismo da Igreja Católica responde tal questão, pois não dá para definir o Absoluto
em palavras.
Deus disse a Moisés quando este perguntou a Ele qual o seu nome:
“Quando eu for para junto dos israelitas e lhes disser que o Deus de seus pais me enviou a
eles, que lhe responderei se me perguntarem qual é o seu nome? “ Deus respondeu a Moisés:
“EU SOU AQUELE QUE SOU” Êxodo 3,13.
Deus quis ensinar a Moisés que Ele é aquele que é, ou seja, o único ser que subsiste em si
próprio, portanto, absoluto. Nós existimos em função dele, que nos criou e nos mantém a vida.
Deus é a origem de todas as coisas.
A grande definição:
As explicações anteriormente esboçadas são necessárias para nos dar uma base inicial e
para favorecer a compreensão. Mas, a grande expressão de Si que Deus nos dá vem através
da Bíblia na primeira carta de São João: Aquele que não ama não conhece a Deus, porque
Deus é amor (I João 4,8).
Características de Deus:
• Criador
• Eterno
• Imutável
• Onisciente (detém todo conhecimento)
• Onipresente (presente em todos os lugares)
• Onipotente (todo poderoso).
• Deus é Trino: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gen. 1, 26). Nesta
passagem podemos perceber o uso da primeira pessoa do plural, demonstrando a sua
tridimensão.
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Deus é:
Pai (“Eu e o Pai somos um” - João 10,30)
Filho (“no princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus... tudo foi feito por Ele e sem
Ele nada foi feito” – João.1, 1-3)
Espírito Santo (“O Espírito Santo pairava sobre as águas” – Gênesis 1,2)
Por essas e outras passagens, podemos observar que o ato da criação é de Deus Trino. É
por uma apropriação teológica que se atribui a Deus Pai a criação.
A Criação – Plano de Amor
Como começou a criação de Deus Trino?
Do amor entre eles: do Pai para com o Filho, do Filho para com o Espírito Santo, do Espírito
Santo para com o Pai e Filho, ou seja, um entrelaçamento, um aglomerado de amor!
Este imenso amor gera vida!
Numa singela analogia, podemos dizer que a Ssma. Trindade “ficou grávida”, e como toda
mãe, logo tratou de fazer seu enxoval:
As coisas criadas: todo o mundo (o céu, a terra, o mar, os animais, toda a natureza...)
E assim foi gerado o homem, imagem e semelhança de Deus.
“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que Ele reine sobre os peixes do mar,
sobre as águas do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os
répteis que se arrastam sobre a terra.” (Gen.1,26)
Portanto, o homem foi criado com características inerentes de seu Criador. O Catecismo da
Igreja Católica no número 41 irá afirmar: As criaturas, todas elas, trazem em si certa
semelhança com Deus, muito particularmente o homem, criado à imagem e a
semelhança de Deus. Por isso as múltiplas perfeições das criaturas (sua verdade,
bondade e beleza) refletem a perfeição infinita de Deus. Em razão disso, podemos falar
de Deus a partir das perfeições de suas criaturas, "pois a grandeza e a beleza das
criaturas fazem, por analogia, contemplar seu Autor" (Sb13,5)
. Ainda pode-se destacar outras características inerentes:
• Inteligência (ciência)
• Vontade (diferente de instinto)
• Destinação a eternidade
• Co-criação (graça de gerar filhos)
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E muito mais, pois no que consistia o Paraíso, Jardim do Éden, onde Deus colocou o
homem?
Deus, na descrição do Paraíso, emana seu desejo de fazer o homem feliz, pois provê todos
os frutos da terra para sua subsistência; o homem possui a harmonia com a natureza, com os
animais, não havendo hostilidade entre eles: a familiaridade e comunhão plena com o Criador,
a liberdade e o livre arbítrio. Sobre essa questão, vale a pena fazermos uma ponderação, pois
Deus deu ao homem o direito de comer de todos os frutos do jardim, e eram milhares e
milhares de espécies, mas com uma orientação expressa num mandamento de amor de Pai
que tudo sabe: Proibiu-lhe de comer apenas de um dos frutos, para que tivesse uma
oportunidade de dar uma resposta de fidelidade e obediência, um laço de comunhão e não um
cerceamento puro e simples e autoritário Aqui, vale dar um exemplo:
Um pai, quando pede ao filho que não ponha o seu dedinho na tomada, não o faz por um ato
de altivez, para mostrar sua autoridade em casa, mas por ter a ciência, o conhecimento pleno,
de que aquela situação levará seu filho a tomar um choque. Só Deus, como fonte de toda
sabedoria, é quem pode dizer, com sua plena ciência de todas as coisas, o que nos fará bem.
Estar em comunhão com Deus é estar na felicidade, no caminho e na segurança.
Como Deus se relaciona conosco?
Através de seu amor que é:
1) Eterno = Deus já nos amava antes da nossa existência. Fomos, aliás, chamados à vida
por um ato de amor.
“Amo-te com eterno amor” (Jeremias 31-3).
2) Pessoal = único
Deus nos ama de maneira irrepetível. Ele conhece, valoriza e ama cada um de nós como se
fôssemos os únicos seres sobre a Terra.
Se você fosse o único habitante de todo o universo, Deus não poderia amá-lo mais do
que Ele o ama nesse exato momento.
“O Senhor chamou-me desde o meu nascimento, ainda no seio de minha mãe, ele
pronunciou o meu nome” (Isaías 49.1)
“E agora eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó e te formou Israel, nada temas,
pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu” (Isaías 43,1).
3) Fiel = Deus não volta atrás no propósito de nos amar. Ainda que sejamos infiéis, Ele é fiel.
“Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas abalassem, jamais meu amor te
abandonará...” (Isaías 54,10)
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“Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas
entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás
gravada na palma de minhas mãos.” (Isaías 49.15-16)
4) Sem Medidas = Imensurável - não há amor humano que se equipare à intensidade com
que Deus nos entrega seu amor.
“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti,
entrego nações em troca de ti”. (Isaías 43.4)
5) Incondicional = Nossos afetos são marcados pelo egoísmo, pelo desejo de troca.
Amamos o belo, o perfumado, o gentil. Mesmo o amor materno, que dentre os amores
humanos é dito o mais puro, tem limitações.
Deus nos aceita e nos aprecia em qualquer circunstância, pois não é necessário colocarmos
máscaras para sermos aceitos por Deus. Ele não nos ama por causa de nossas qualidades,
mas ama o que somos. Deus não nos ama porque somos bons, mas porque Ele é bom.
“Mas amamos por que Deus nos amou primeiro” (I João 4,19). Dá forma que estávamos!
Convite a experimentar o amor de Deus
O conhecimento é mais que do que um amontoado de informações, é experiência.
Somos convidados a conhecer, a experimentar esse Deus que nos criou por amor, com amor
e para o amor. Amor autêntico, pleno. Temos carência de sermos amados com perfeição. Mas
onde encontrar tal amor perfeito (incondicional, pessoal, eterno...)? Só em Deus!
Por mais valorizados e amados que fomos por nossos familiares, esposos, amigos, sempre
estaremos carentes do amor perfeito.
É como se em nosso coração houvesse uma sede infinita. Mesmo que somássemos todos os
amores deste mundo, sempre estaríamos em “déficit”, sedentos. Uma sede infinita clama por
um amor infinito. Só Deus possui qualidades necessárias para suprir nossa carência de amor.
Só Ele pode nos dar realização plena, felicidade.
Exortação a experimentar o Amor de Deus.
(Oração conduzida com firmeza e amor)
Deus está derramando seu amor por você! Se até hoje você nunca sentiu, talvez por
desconhecer esta linda verdade ou mesmo por indiferença, distância, frieza e tantas barreiras,
neste momento, quebre esta barreira e permita-se ser amado. Não deixe este momento
passar. Não é hora de ser insensível, mas de deixar-se enamorar pelo Amor de Deus...
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Você gostou deste texto? Ele foi extraído do livro "O Querigma" que está tem um hotsite
próprio, onde você encontra informações sobre a obra e o autor. Saiba mais acessando.
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