Na semifinal da Taça JK, o Gama não consegue superar a defesa do Brasiliense, e os arquirrivais não saem do 0 x 0. Empate leva o Jacaré à final contra o Brasília e pode provocar a queda do técnico do Verdão Valeu o regulamento Monique Renne/CB/D.A Press » VÍTOR DE MORAES » BRAITNER MOREIRA crise interna enfrentada pelo Gama nas semanas anteriores ao clássico de ontem, contra o Brasiliense, anunciava dias ruins. Na semifinal da Taça JK — o primeiro turno do Campeonato Brasiliense —, o alviverde empatou sem gols com o Jacaré, agora finalista, e a demissão do técnico Vítor Hugo deve ser confirmada hoje. Com a vantagem do empate, o Brasiliense decide o título com o Brasília, vencedor da outra semifinal disputada sábado, contra o Sobradinho. A final está marcada para o próximo sábado, às 18h, no Serejão. Na véspera do clássico, Vítor Hugo barrou os experientes Allan Delon e Aloísio Chupeta. Assim, promoveu a estreia de Moisés, o “Neymar paraense”, apelido dado ao camisa 9 mais pelo moicano do que pelo futebol. O ataque gamense pouco fez contra o goleiro Welder Aurora, substituto do lesionado Guto. Nervoso, o treinador do Gama chegou a bater boca com jogadores do Brasiliense nos acréscimos. Ao fim do jogo, Vítor correu para o vestiário. O nervosismo do técnico teve explicação. Não faltou vontade de seus comandados, mas o mesmo não pode ser dito de qualidade. Além do excesso de faltas das duas equipes, os chutes a gol eram raros até os últimos minutos, quando o Brasiliense quase marcou. Márcio Fernandes ainda mandou Romarinho a campo aos 40 minutos do segundos tempo. O filho de Romário, que não foi visto nas cadeiras do Serejão, ocupado por 4.829 pagantes, ainda se esforçou para ajudar o time amarelo a se classificar com gol. O 0 x 0 entre Brasiliense e Gama teve excesso de faltas e poucos chutes a gol A O que a gente viu Em sua estreia, o atacante Moisés, do Gama, demonstrou certa falta de ritmo. Ele participou de algumas jogadas ofensivas, sofreu falta perto da área, mas foi bem marcado por Luan. “Voltei a jogar depois de 40 dias, mas faltou o gol. A equipe estava ansiosa para marcar, mas pecou nos passes”, disse Moisés depois do jogo. Ainda assim, o atacante classificou sua estreia como “muito boa”. Placar Brasiliense 0 0 Welder; Bocão, Fábio Braz, Luan e Jefferson; Júlio Bastos, Baiano, Elivelto (Rafael Ipuã) e Luís Augusto (Everton); Rafael Tiuí (Serginho) e Washington Técnico: Márcio Fernandes Gama André Luiz; Amaral, Da Silva, Alex e Kabrine; Fágner (Gilmar Uerê), Bruno Sabino (Léo) e Sávio; Luiz Carlos; Laionel e Moisés (Leto) Técnico: Vítor Hugo ■ Cartões amarelos: Não houve Público: 4.829 pagantes Renda: R$ 28.265 Árbitro: Almir Camargo Arquibancada dividida Mesmo com o mando do Brasiliense, a torcida gamense compareceu ao Serejão com tambores e bandeiras, assim como o público anfitrião. Antes do início, o verde predominava na arquibancada, mas os torcedores do Brasiliense, concentrados do lado de fora do estádio, entraram juntos, cantando músicas de apoio ao Jacaré. Durante o clássico, porém, os gamenses pareciam mais agitados. Mesmo ao fim da partida, com a eliminação decretada, eles continuaram apoiando o time. Os jogadores retribuíram. Foram até a grade agradecer a torcida. No primeiro tempo, o Brasiliense resolveu jogar com o regulamento sob o braço. Esperando por contra-ataques, o time de Márcio Fernandes teve pouco trabalho com o de Victor Hugo. Os chutes até apareceram, mas só aos 32 do primeiro tempo um deles foi em direção ao gol do Gama. André Luiz deu rebote no chute de Serginho, mas a zaga Vítor Hugo balança Na corda bamba desde o início do Candangão, o técnicoVítor Hugo parece estar com as horas contadas no comando do Gama. Apesar do revés de ontem, o presidente do Gama, Antônio Alves do Nascimento Neto, preferiu adiar a decisão sobre uma possível demissão. “Não quero tomar nenhuma decisão precipitada, então vou reunir a diretoria amanhã (hoje) e discutiremos o futuro do Gama. Não estou nervoso nem apavorado”, afirmou o cartola. Para o presidente do Gama, no entanto, os problemas de relacionamento que Vítor Hugo teve com alguns jogadores não influenciaram na eliminação do time. “Não houve no jogo uma grande queda que pudesse ser controlada com a presença desses outros atletas”, acredita Nascimento. Em caso de demissão, o principal candidato ao cargo de Vítor Hugo é o veterano Reinaldo Gueldini, de 59 anos, ex-treinador do próprio Gama. O atacante, com passagem pelo Flamengo, também já jogou por vários outros times do Distrito Federal, tais como Brasiliense, Ceilândia, Sobradinho, Botafogo, Paranoá e Legião. Sob o comando de Vítor Hugo desde o início de janeiro, o Gama conseguiu três vitórias e três empates. A equipe só voltará a entrar em campo na primeira rodada do segundo turno do Candangão, em 24 de março, contra o Atlético Ceilandense. afastou antes de Washington completar. O atacante ainda teve um gol anulado por impedimento. O lance mais perigoso do jogo foi em um lançamento para Serginho, aos 18 do segundo tempo. O camisa 16 do Brasiliense saiu cara a cara com o goleiro André Luiz, que evitou o gol. Na sobra, Da Silva evitou que o jogador do Jacaré completasse. O Gama também esteve perto de marcar. Sete minutos depois, Luiz Carlos bateu falta da entrada da área, masWelder espalmou. Cansado, o Periquito viu o Brasiliense aproveitar os últimos minutos segurando a bola no ataque, para gastar o tempo e assegurar a classificação. Não quero tomar nenhuma decisão precipitada, então vou reunir a diretoria amanhã (hoje) e discutiremos o futuro do Gama" Antônio Alves do Nascimento Neto, presidente do Gama