MAKE IT REAL
Jovens designers
premiados. P. 03
Directora: Laura Alves | Quinta-feira, 8 de Julho de 2010 | N.º 167 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
PRAIA
Temos discos, livros e outras
sugestões frescas para ti. P. 08
!
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A MAGIA DO
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PUBLICIDADE
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[Sumário]
RICARDO QUEIRÓS
[email protected]
DE CARRO A AVIÃO
EM 30 SEGUNDOS
O Transition, como assim é
conhecido, atinge velocidades de
185km/h no ar, tem autonomia de
voo de mais de 700 km, capacidade
para duas pessoas e pode passar
de carro a avião em 30 segundos.
Os responsáveis por este projecto
asseguram que ele irá “mudar
o mundo da mobilidade pessoal”.
Movido a gasolina e com tracção
nas rodas dianteiras para circular
nas ruas, cabe numa garagem,
com as asas dobradas. O preço?
163 mil euros. Coisa pouca.
editorial
GADGETS CATITAS
[8 JUL 2010]
2
MAS AINDA ALGUÉM
FAZ INTERRAIL?...
Há alguns anos, por sugestão de um amigo e colega de
trabalho, inscrevi-me numa coisa chamada Hospitality Club
– uma rede de partilha de alojamento muito semelhante
ao sobejamente conhecido Couchsurfing. Não cheguei a
recorrer aos sofás de desconhecidos, mas devo dizer que
pelo meu sofá passaram nada mais nada menos que três
polacos, dois italianos, duas japonesas – uma a estudar em
Paris e outra a viver em Berlim –, um alemão e um russo
estudante em Inglaterra. A primeira experiência foi uma
estreia para ambas as partes: a Anna Maria e o Jurand,
um casal na casa dos 20, ela publicitária, ele realizador de
vídeos, estavam tão inseguros quanto eu. Se eu saí para o
trabalho a pensar «Oh meu Deus, deixei uma chave de casa
com um par de desconhecidos!», foi interessante perceber,
durante um jantar de sardinhas assadas e imperiais vergonhosamente pequenas – muito bebem estes polacos! –
que ambos ficaram mais tranquilos ao verem que a anfitriã
era uma rapariga inofensiva e muito simpática (Cof! Cof!),
LAURA ALVES
DIRECTORA
[email protected]
ABRAM ALAS PARA O NOBY
PRÓXIMA EDIÇÃO
[DESAFIOS]
Chama-se Noby e é um bebé-robô
de 71 cms e 8 kgs desenvolvido por
investigadores japoneses na Universidade do Tóquio. Foi criado com o
objectivo de estudar a capacidade
cognitiva dos bebés durante o seu
crescimento e formular teorias que
procuram explicar certos aspectos
humanos. Equipado com 600
sensores de tacto, duas câmaras
e microfones na cabeça, o Noby
capta praticamente tudo em redor.
22 DE JULHO
LOMOFÉRIAS
Está a decorrer, até 18 de
Setembro, mais um concurso
de fotografia LOMOgrafia
FÉRIAS. Podes enviar até
12 fotos sobre os momentos
mais alucinantes das tuas
férias e ganhar umas máquinas
LOMO todas catitas.
Consulta o regulamento em
www.lomografiaportugal.com.
DETECTOR DE DROGAS
PORTÁTIL
capaz de os levar pelas ruelas de Lisboa, explicar porque
é que se comem chocos com tinta e esclarecer que não
temos por hábito dançar tango, sevilhanas nem capoeira.
Todos estes adeptos do sofá alheio que acolhi em minha
casa vieram até Portugal de avião. Mas poderiam ter vindo
de outra forma: de comboio, por exemplo, através do mítico InterRail, uma forma de viajar sobre a qual te falamos
nesta edição. «Mas ainda alguém faz InterRail nos dias que
correm?...», perguntava há dias alguém aqui na redacção.
Pelos vistos, sim. E ainda bem. Mais do que o destino final
– quero acreditar, eu, que ainda não vivi essa aventura,
mas que hei-de vivê-la nem que seja nos meus loucos anos
pós-reforma –, é a magia da experiência. O superar obstáculos. O gozo que dá enfrentar o desconhecido e usar uma
valiosa ferramenta de vida que é o ‘desenrascanço’. E já
que falamos de comboios, é como se dizia nesse grande
filme que é ‘Trainspotting’ e que marcou uma geração nos
anos 90: «Choose life.»
Haverá vida nas universidades durante as férias?
Na próxima edição damos-te alguns exemplos de
projectos e eventos a decorrer um pouco por todo o
País. Destaque também para a reportagem especial
sobre a participação portuguesa no Imagine Cup,
em Varsóvia. E como Verão que se preze tem
sempre música à mistura, falamos de três
festivais: Milhões de Festa em Barcelos,
Paredes de Coura e Músicas do
Mundo em Sines.
JOVENS CRIADORES ‘10
Já arrancou mais uma edição do Concurso Jovens Criadores, uma iniciativa
do Instituto Português da Juventude e do Clube Português de Artes e
Ideias. As inscrições estão abertas até 26 de Julho e podem concorrer todos
os artistas em início de carreira com idade inferior a 30 anos. Para mais
informações e consulta do regulamento vai a www.artesideias.com.
Com o objectivo de detectar mais
facilmente os consumidores de
drogas, a Philips está a desenvolver um dispositivo portátil que
realiza as análises sem extracção
sanguínea. O processo dura 90 segundos e é feito através da saliva.
Este aparelho, ainda sem nome ou
preço definido, poderá identificar
drogas como cocaína, heroína,
anfetaminas e metanfetaminas.
Não se sabe ainda se o aparelho
estará ao alcance de toda a gente
ou se ficará disponível apenas para
os agentes policiais.
VAMOS LÁ COM BADA!
A Samsung apresentou recentemente uma novidade no
segmento dos smartphones: a tecnologia bada. Trata-se de um
sistema aberto que, através do software SDK e da Samsung
Apps, permite criar aplicações e disponibilizá-las para todo
o mundo. Está actualmente a decorrer o Global Developer
Challenge e também tu, se tens mãozinhas de programador,
podes desenvolver e enviar a tua aplicação até 31 de Agosto.
Sabe mais em http://developer.bada.com.
VOLTA AO MUNDO
Rui Magro Correia e Jorge Alves são dois aventureiros
que deram início a um projecto ambicioso: uma volta ao
mundo! O primeiro destino foi Moscovo, mas o plano é
não ficar muito tempo no mesmo sítio. Acompanha esta
aventura em www.caminhoscruzados.pt. E rói-te de
inveja, claro!
ficHa TécNicA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António
Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Redacção: Andreia Arenga, Graziela Costa (estagiária) | Colaboradores: João Tomé, Luís Magalhães, Miguel Pedreira, Ricardo Queirós
| Cronistas: Luís Franco-Bastos, Vasco Duarte | Projecto Gráfico: Joana Túlio | Paginação: Pedro Castro | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora
Comercial); Francisco Sousa Coutinho (Senior Brand Activator) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21
420 13 50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.
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mu
[Aprender]
[8 JUL 2010]
O DESIGNER SONHA,
O PORTEFÓLIO NASCE
DURANTE TRÊS DIAS UM GRUPO DE JOVENS DESIGNERS PARTICIPOU EM WORKSHOPS E CONFERÊNCIAS
COM ALGUNS REPUTADOS DESIGNERS NACIONAIS E INTERNACIONAIS. A INICIATIVA ‘MAKE IT REAL’
DECORREU ENTRE 1 E 3 DE JULHO E TEVE COMO OBJECTIVO SENSIBILIZAR OS PARTICIPANTES PARA AS
EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO E DAR-LHES AS FERRAMENTAS PARA CRIAREM O ‘PORTEFÓLIO
PERFEITO’. E PARA O JOÃO E A RITA A EXPERIÊNCIA NÃO ACABOU AQUI.
ESTÁGIOS NA ALEMANHA
Os participantes seleccionados – todos
eles estudantes de design ou recém-formados na área – contaram com
dois dias de aprendizagem intensa, durante os quais puderam mostrar as suas
ideias e recolher conselhos preciosos
sobre a melhor forma de as apresentar.
No final, os autores dos dois melhores
portefólios foram premiados com dois
estágios internacionais: João Paulo
Gonçalves, formado pela Escola Superior de Artes Decorativas das Caldas da
Rainha irá passar uma temporada de
três meses com a equipa de design da
empresa de mobiliário alemã Hülsta; e
Rita Trindade, saída da Escola Superior
de Belas Artes da Universidade de Lisboa, terá a oportunidade de contactar
durante uma semana com o departamento de gestão e desenvolvimento de
produto da marca Rolf Benz.
Além destes prémios, os portefólios
apresentados pelos oito jovens designers finalistas farão parte de uma
exposição itinerante, que pode ser
visitada nas lojas da marca Interforma
em diversas cidades portuguesas, até
ao final do ano.
LAURA ALVES
[email protected]
projecto ‘Make it Real’,
organizado pela Interforma, vai ao encontro do
conceito ‘Portfolio Days’ e
concentrou num mesmo
espaço uma série de conferências,
workshops e case studies, com o
objectivo de facilitar a integração
dos jovens designers no mercado de
trabalho. Porque organizar um currículo e um portefólio de projectos
desenvolvidos não é tarefa fácil, designers portugueses como Henrique
Ralheta e Miguel Rios, e designers
vindos de países como Alemanha e
Itália – Franco Poli, Stefan Heiliger,
Bettina Hermann –, orientaram os
‘caloiros’ neste processo.
‘Portfolio Days’ é um conceito já praticado em diversas instituições e ateliers de design em vários países europeus e trata-se, no fundo, de treinar
os futuros designers para aquilo que
as empresas realmente precisam e
qual a melhor abordagem criativa e
pessoal perante os empregadores.
O
Conquistou o 1.º prémio do ‘Make it Real’ e
irá fazer um estágio de três meses durante os
quais vai integrar a equipa de design da empresa
Hülsta, na Alemanha.
Como te sentes ao ter ficado em primeiro
lugar neste desafio?
Fiquei bastante espantado, não tinha mesmo
previsto este fim. E só a experiência em si, estar aqui com os outros colegas designers, já foi
fantástica.
JOÃO PAULO GONÇALVES, 24 ANOS
LICENCIATURA EM DESIGN INDUSTRIAL
PELA ESCOLA SUPERIOR DE ARTES
DECORATIVAS, CALDAS DA RAINHA
Quais foram as principais dificuldades que
sentiste ao organizar o teu portefólio?
Fiquei um pouco preocupado no que tocava à
apresentação dos projectos, pois não sabia se ia
conseguir apresentar as ideias com coerência, mas
penso que acabei por ultrapassar esse receio.
Quando recebeste o prémio referiste, com
alguma emoção, que já tinhas participado
em muitos concursos e que teres ganho
este era, para ti, uma forma de recompensa pelo teu esforço. Estavas já a sentir
alguma desmotivação?
É verdade que este prémio é muito importante.
Mas não estava desmotivado, até porque através
das outras iniciativas em que participei e dos
projectos que criei fui enriquecendo o meu portefólio.
E quanto ao estágio na Alemanha?
Como vais encarar essa experiência?
Acho que vai ser um período muito positivo. Não
estou nervoso, até porque já tive outras experiências do género. Mas desta vez também vou ter
oportunidade de aprender alemão e de estar a
trabalhar com alguns dos melhores profissionais
da área. Penso que vou regressar com outra
mentalidade perante o design.
Make it Real
TALENTO. JOVENS DESIGNERS CONQUISTAM OPORTUNIDADE DE FAZER ESTÁGIOS INTERNACIONAIS
EXISTE O
PORTEFÓLIO
PERFEITO?
No último dia de trabalhos, tanto
as comunicações dos designers
convidados, como o debate que
se lhes seguiu, contribuíram para
sintetizar as principais características que os jovens designers
devem ter em mente ao organizar
o seu portfólio e ao abordar uma
empresa com a qual gostariam
de colaborar:
PERSONALIDADE
«Sempre procurei algo de
individual nos portefólios que me
chegaram ao longo de 20 anos,
mas também uma certa subjectividade. Mesmo que depois o
designer desenvolva competências
numa área particular, deve haver
um lado subjectivo que permite
diferenciá-lo de outras pessoas.»
Stefan Heiliger
ESTRATÉGIA
«Quando me cruzo com colegas
mais novos tento dar alguns conselhos para que sejam inteligentes
na abordagem às empresas.
Devem tentar perceber o que lhes
falta no catálogo e não apresentar
projectos semelhantes ao que a
empresa já tem.» Franco Poli
«Acho que faz sentido adaptar o
portefólio a diferentes situações e
empresas. Mas os empregadores
precisam é de saber quem é a
pessoa por trás daquele portefólio
e perceber porque é que está
interessada em trabalhar naquela
empresa.» Bettina Hermann
COMUNICAÇÃO
«Deve sempre haver uma boa ligação entre o trabalho desenvolvido
e a postura pessoal perante a empresa, caso contrário parece não
haver autenticidade no portefólio.»
Bettina Hermann
«É importante ir a feiras, ler
revistas da especialidade, e depois
tentar uma aproximação com
alguns pontos em comum: ou
porque nos cruzámos, ou porque
viram trabalhos meus… É preciso
despertar a atenção do empregador.» Sandro Tonon
ESTRUTURA
«Não tentem dar um salto maior
que a perna. Olhem primeiro à volta e vejam aquilo que podem fazer.
Os pequenos passos permitem-nos
compreender muitas coisas antes
de tentarmos os saltos maiores.
Não tenham medo de começar
devagar.» Franco Poli
PUBLIREPORTAGEM
mu
[Artes]
[8 JUL 2010]
4
Criatividade
ZON SCRIPT LAB. AULAS COM O PROFESSOR DE ROBERT RODRIGUEZ, REALIZADOR DE ‘DESPERADO’
UMA EXPERIÊNCIA
CRIATIVA NO TEXAS
VAI A MEIO A PRIMEIRA EDIÇÃO DO ZON SCRIPT LAB NA UNIVERSIDADE DE AUSTIN, TEXAS.
ESTA INICIATIVA É PIONEIRA EM PORTUGAL E SURGE ASSOCIADA AO PRÉMIO ZON CRIATIVIDADE EM
MULTIMÉDIA. OS JOVENS TALENTOS QUE ESTÃO A TER AULAS COM STEVE MIMS, ANTIGO PROFESSOR
DO REALIZADOR ROBERT RODRIGUEZ, CONTAM COMO ESTÁ A SER ESTA EXPERIÊNCIA ÚNICA.
Em Austin há muito trabalho para fazer, mas
também há tempo para uns passeios pela cidade
que é, ao certo, o ZON
Script Lab? Trata-se de
um estágio de formação
avançada em guionismo,
realização e produção de
cinema, especialmente dirigido
a estudantes, pós-graduados ou
recém-licenciados de algumas
E
A NÃO PERDER.
ZON SCREENINGS
Além desta iniciativa, a ZON
organiza mensalmente as
ZON Screenings – Conversas Sobre
Cinema, com a presença de
realizadores e convidando
estudantes e profissionais de
cinema para debater a 7.ª arte.
A próxima sessão vai ser sobre
curtas académicas e acontece
a 15 de Julho, às 21h30,
nos cinemas ZON Lusomundo
Alvaláxia. A entrada é gratuita.
Inscrições em [email protected].
‘Corta!’: hora de jantar!
instituições de ensino que se associaram ao projecto. Este curso
é promovido pela ZON em parceria
com a Universidade de Austin, no
Texas, e conta com a colaboração
de importantes nomes do mundo
cinematográfico, como é o caso de
Steve Mims, antigo professor do
realizador Robert Rodriguez, que
conheces de filmes como ‘Desperado’, ‘Aberto até de Madrugada’ e
‘Planeta Terror’.
A Universidade de Austin, sendo
uma referência internacional nos
sectores tecnológico e audiovisual,
tem como objectivo formar estu-
dantes de cinema em ambiente multicultural, permitindo-lhes o acesso a
um ensino especializado e com uma
forte vertente profissional. Foram
11 os talentos nacionais seleccionados para viver esta experiência, e o
balanço do primeiro mês tem sido
muito positivo.
PUBLIREPORTAGEM
5
mu
[Artes]
[8 JUL 2010]
SUSANA NEVES
UNIVERSIDADE
DO MINHO
ANA MARTINS
UNIVERSIDADE
NOVA DE LISBOA
Somos um grupo incrivelmente distinto e, ao mesmo tempo, muitíssimo unido. Respiramos cinema 24 horas por
dia. Além das aulas exigentes
e dos imensos projectos para
entregar, ainda temos a
sorte de estar pertíssimo do
Harry Ransom Center, um dos
maiores centros de pesquisa
de artes visuais do mundo.
O curso é incrivelmente completo, prático e inspirador, e
muito temos a agradecer à
ZON por nos ter feito voar,
até na imaginação.
Posso afirmar que este período foi o mais preenchido
pelo qual alguma vez passei, em termos de estudos.
São três disciplinas, que se
complementam: argumento,
realização e produção, todas
com muito bons professores.
Está a ser muito enriquecedor, tanto a nível profissional
como pessoal, já que estou
em contacto com uma cultura
que só conhecia através, precisamente, da arte que aqui
vim aprender – o cinema.
s
oportunidade de ter aula
O ZON Script Lab dá a
cinema norte-americano
do
es
nom
des
gran
com
PIERRE JÉZÉQUEL
ESMAE – INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO
Já faz quase um mês que chegámos ao Campus da UT. As aulas estão a
ser muito interessantes, principalmente as de screenwriting, onde estamos a desenvolver todo o processo de escrita dos nosso guiões, desde
a ideia até ao final draft. Em breve teremos os guiões prontos para
rodarmos as nossas curtas quando voltarmos a Portugal.
RICARDO FEIO
ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA DE LISBOA
A experiência está a ser muito, muito positiva. A organização tem sido absolutamente perfeita. Na Universidade do Texas trabalha-se muito e, em troca,
os professores também correspondem com saber e experiência. Não nos tem
faltado nada e Austin parece-me cidade muito diferente do resto do Texas; é
bastante calma, jovem e muito, muito musical. Tem superado expectativas e só
é pena não ser mais tempo...
RAQUEL MARTINS
LISBOA
Apesar de a temperatura convidar ao
passo lento, o ritmo por aqui tem sido
marcado à americana. Dois meses
intensivos de cinema, cujo único defeito é não se prolongarem por mais
tempo. A verdade é que as expectativas eram altas, mas têm sido mais do
que confirmadas. Pelas pessoas, pela
cidade, pela experiência. Mas principalmente pelos professores! Todos
os dias, disponíveis, atentos, inspiradores. Exigentes também. E ainda
bem. A universidade tem condições
óptimas. Há poucos dias atrás saímos
todos para rua com câmaras de 16mm
(antigas, lindas!) para um pequeno
exercício de realização na aula de
Steve Mims, que descobrimos ter
sido professor de Robert Rodriguez,
o realizador de ‘Desperado’, ‘Grind
House’ e ‘From Dusk Till Dawn’.
Numa aula de Fin
al Cut Pro,
em pleno proces
so de montagem
DANILO NASCIMENTO
UNIVERSIDADE DE AVEIRO
A Universidade do Texas tem dimensões gigantescas em todas as suas
estruturas e condições de causar inveja ao resto do mundo. O ZON Intensive Script Development Lab, como diz o nome, é intensivo, com diversos trabalhos por semana, leituras e aulas práticas. Uma experiência
de imersão na 7.ª arte, com professores extremamente qualificados e
profissionais que trabalham directamente com Hollywood e os principais
canais de televisão dos EUA. Esta é uma experiência única e só estando
aqui para saber aproveitá-la ao máximo. Não poderia estar mais feliz.
PATRÍCIA BRÁSIA
UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
Está a ser uma experiência muito enriquecedora. Além de estarmos a ser guiados por óptimos professores, todas as pessoas
do departamento de Radio-Television-Film da Universidade do
Texas com quem mantemos contacto, nos acolhem e apoiam.
FÁBIO VERÍSSIMO
UNIVERSIDADE BEIRA INTERIOR
O primeiro mês de programa foi bastante positivo. Além de tratamento excepcional por parte
de professores e funcionários, as aulas têm sido
extremamente produtivas. Tem sido uma experiência extremamente valiosa estudar cinema
numa universidade americana com todas as infra-estruturas que temos à nossa disposição, além
de, finalmente, conhecer pessoalmente a cultura
norte-americana.
Podes acompanhar
esta aventura em Austin
através dos blogues de
Danilo Nascimento
[www.mediaedesign.com/danilovs]
e de Susana Neves
[http://receitadeamor-curta-metragem.
blogspot.com]
mu
[Life Style]
[8 JUL 2010]
6
PACOTES
DE INTERRAIL
MODALIDADES
» InterRail Global Pass
(InterRail Global)
Permite viajar em 30 países da
Europa à tua escolha durante
15 dias, 22 dias ou 1 mês.
» InterRail
One Country Pass
Válido para viajar num único
país, com excepção de BósniaHerzegovina e Montenegro.
» Benelux Pass
A Bélgica, Holanda e Luxemburgo estão incluídos neste passe
que engloba os três países.
ONDE COMPRAR
» Os passes podem ser
adquiridos, no máximo com
dois meses de antecedência,
nas agências de viagens ou
numa das estações de venda
internacional da CP.
Viagens
INTERRAIL E COUCHSURFING. CONHECER A EUROPA DE COMBOIO E FAZER AMIGOS NOVOS
PRÓXIMA ESTAÇÃO:
UM SOFÁ NUM PAÍS DESCONHECIDO
NAS FÉRIAS NÃO HÁ NADA MELHOR DO QUE PARTIR PARA O DESCONHECIDO E DESCOBRIR NOVOS
LUGARES. JÁ ALGUMA VEZ FIZESTE UM INTERRAIL? NÃO? ENTÃO PREPARA A TROUXA E FAZ-TE
À AVENTURA. AH, POIS! PORQUE VERÃO QUE É VERÃO FAZ-SE DE MOCHILA ÀS COSTAS. E NÃO TE
PREOCUPES. SE NÃO QUERES DORMIR NO COMBOIO, TEMOS A SOLUÇÃO PARA TI: O COUCHSURFING.
PODES FICAR EM CASA DE ESTRANGEIROS E FAZER NOVOS AMIGOS. PREPARADO PARA A VIAGEM?
ANDREIA ARENGA
[email protected]
m dia, o Pedro quis descobrir como seria ficar uma
temporada longe dos pais,
ter de tomar decisões
sozinho, conviver com as
mesmas pessoas durante um mês
e passar sem a comida deliciosa da
mamã. Surgiu assim um projecto:
juntar-se com os amigos e percorrer
a Europa de comboio. «Foi no Verão
de 2008, de 1 de Agosto até 4 de
Setembro. Saímos de Lisboa e fomos
para Madrid», conta o Pedro, estudante de Engenharia Mecânica no
Instituto Superior Ténico.
U
VISITAR 30 PAÍSES NUM MÊS
Em pouco mais de um mês percorreram praticamente toda a Europa
de comboio, ao abrigo do sistema
InterRail. De Espanha seguiram para
França, Alemanha, Suíça, Holanda,
Bélgica, Croácia, Polónia, República
Checa, Reino Unido, Escócia, passando sempre por diferentes cidades
nos vários países, até regressarem a
Lisboa. «Acho que batemos o recorde
(risos). Escolhemos o passe para toda
a Europa [InterRail Global Pass],
com visita a países à nossa escolha,
durante um mês. Custou à volta de
400 e poucos euros. Mas valeu a pena
porque de outra forma tínhamos gasto milhares de euros só em viagens»,
diz. E desengane-se quem acha que o
InterRail é um formato ultrapassado.
Acaba por ser mais barato que ir de
avião e, sobretudo, mais mágico.
RITMO ALUCINANTE
Mas embarcar numa experiência
como esta e conseguir ver tudo em
tão pouco tempo não é pêra doce. É
preciso alguma disciplina e organização. O truque, conta-nos o Pedro,
é acordar bem
cedo, procurar os melhores lugares
para ver e explorar tudo ao máximo.
«Acabámos por entrar naquele ritmo
tão intenso. Quando chegávamos a
um sítio dirigiamo-nos logo ao posto
de informação para saber sempre três
coisas: onde ficar, quais os melhores
espaços para visitar e pedir o mapa da
cidade. E isso ajuda imenso, porque
não temos que tentar descobrir e
poupamos tempo. E tínhamos sempre
uma rotina que era acordar bem cedo
e começar a explorar tudo.»
MUITA DIVERSÃO
E NOVAS CULTURAS
Quando se pensa em InterRail pensa-se imediatamente em diversão, e
também foi isso que levou o Pedro a
apanhar o comboio. Partir de mochila
às costas para
lugares
completamente diferentes, conhecer
novas culturas e pessoas. «Decidi fazer o InterRail primeiro pela diversão,
por podermos explorar novas culturas
e novos países.»
Depois, a grande vantagem de um
programa de férias deste género é pôr
à prova capacidades ou ultrapassar
obstáculos que, naturalmente, surgem em contextos inesperados, tais
como os conflitos que podem surgir
quando se está em equipa. «Acho que
a maior dificuldade é teres que interagir com o mesmo grupo de pessoas
durante um mês seguido e sempre
nas mesmas condições. Por outro
lado, é sentir que nos conseguimos
tornar independentes. Eu vivo com
os meus pais e sempre tive aquela
dúvida de como é que seria estar sozinho,
noutro país,
durante um
mês.»
Para informações mais
detalhadas sobre preços
e passes de viagem acede
a www.cp.pt ou
www.interrailnet.com.
Pedro na Suíça
Pedro em
Itália
Pedro na Holanda
7
mu
[Life Style]
[8 JUL 2010]
PREPARA A TUA VIAGEM
» DOCUMENTAÇÃO
Bilhete de identidade ou passaporte e, para
prevenir situações de acidente ou doença,
é importante teres um Cartão de Saúde
Europeu que garante assistência médica
em qualquer país da União Europeia.
O Cartão Jovem e o Cartão de Alberguista
dão descontos em museus e em alojamento,
respectivamente.
» BAGAGEM
Faz uma lista daquilo que vais precisar
durante a viagem. Não te esqueças de levar
apenas aquilo que é necessário, porque vais
ter que carregar com tudo às costas.
Sê prátic@.
» ALOJAMENTO
Opta por fazer campismo ou procura
pousadas da juventude. Se quiseres poupar
tempo e dinheiro faz as viagens de comboio
durante a noite. Ou então, espreita a página
aqui ao lado e descobre o Couchsurfing.
» DINHEIRO
Para evitar custos de taxas de levantamento
de dinheiro em bancos estrangeiros, faz uma
estimativa de quanto vais gastar e tenta
fazer um único levantamento.
» TELECOMUNICAÇÕES
Antes de ir para fora é importante
saber como usar o telemóvel
no estrangeiro, quanto vais
gastar por chamada, se é
preciso activar serviço
de roaming ou se
há soluções mais
baratas.
» SEGURANÇA
Reparte o dinheiro em várias
bolsas para prevenir assaltos.
Os documentos e valores
devem ser transportados
numa bolsa interior que
ande sempre contigo longe
dos amigos do alheio.
DE SOFÁ EM SOFÁ
O sofá do Miguel já serviu de abrigo a pessoas de todo o mundo: desde franceses,
canadianos, americanos e polacos e até
a um rapaz de Macau. Foi o irmão quem
lhe mostrou o maravilhoso mundo do
Couchsurfing: uma comunidade online
semelhante a uma rede social como o
Facebook, que põe em contacto pessoas
de nacionalidades diferentes com uma
paixão em comum: as viagens. Como o
Miguel tinha muito tempo livre dedicou-se a emprestar o sofá a estrangeiros
e a mostrar-lhes o melhor da cultura e
modo de vida dos lisboetas. «Sou atleta
e, na altura, estava um bocado farto de
treinar. Por isso, fiz uma pausa na competição e nos meus hábitos. Cheguei a
ter cinco pessoas ao mesmo tempo lá
em casa! Tinha muita disponibilidade,
então levava--os ao Bairro Alto, a
Alfama, a casas de fados e a festas»,
conta.
TROCA DE CULTURAS
No Verão seguinte, em Agosto do ano passado, o Miguel decidiu fazer um InterRail e visitou
alguns dos seus amigos couchsurfers que já tinham ficado em sua casa.
«Fui a Amesterdão, Berlim, Polónia,
República Checa e Áustria. Como só
O QUE É O COUCHSURFING?
Pelo sofá do Miguel já passou muita gente,
inclusive a Amelie e a Carrolane do Canadá
tinha 20 dias não pude visitar todas as
pessoas que queria.»
Mas o atleta diz que é errado associar
o Couchsurfing apenas à ideia de arranjar alojamento grátis. Para ele e
para todos aqueles que fazem parte
da comunidade, esta forma de viajar
vai muito além disso. O conceito é dar
a conhecer um país através do olhar
de um local e proporcionar uma troca
de experiências entre pessoas de culturas diferentes. «Criam-se experiências de vida muito interessantes, é
uma troca de culturas espectacular.
E acho que o Couchsurfing é isso.
Aprendi muitas coisas e fiz amizades.
Tenho a certeza que são pessoas que,
possivelmente, vou revisitar daqui a
alguns anos.»
DAR E RECEBER
Mas não será arriscado receber desconhecidos na nossa própria casa? O Miguel
diz que nunca teve más experiências
a esse nível e que também sempre foi
muito bem recebido. «O pessoal vem
com o espírito de dar mais do que de
receber. Trazem uma prenda, querem
oferecer o jantar e pagar copos, querem
ser eles a cozinhar e deixar a casa toda
limpa. Nós estamos a dar a casa, por
isso também estamos a dar muito, mas
há aqui um dar e receber que é engraçado.»
É uma comunidade online de pessoas apaixonadas pelas viagens.
Ao registares-te ficas em contacto
com pessoas de todo o mundo
e tens a possibilidade de colocares o teu sofá à sua disposição
durante um período de tempo.
Podes levá-los a conhecer a tua
cidade e mostrar-lhes o que é ser
português.
Também podes pedir a pessoas para te receberem em sua
casa e conhecer outros países
por dentro, através do olhar de
um nativo. Descobre como aderir
em www.couchsurfing.org. Existe
uma outra rede semelhante, e que
funciona praticamente nos mesmos moldes: o Hospitality Club –
www.hospitalityclub.org.
COMO FUNCIONA?
O Couchsurfing está organizado de
forma segura e todos os membros
podem ver o perfil de qualquer
pessoa antes de a receberem.
Ao registarem-se no site, os utilizadores passam a ter acesso a
informações pessoais dos seus
membros como onde vive, que
idade tem, o que faz, se tem
filhos, namorad@, etc.
QUE CUIDADOS DEVES TER?
» Consulta sempre o perfil da pessoa antes de receberes alguém/
antes de ires para casa de alguém
» Vê se a pessoa tem boas referências de outros couchsurfers
» Antes de viajar, deixa o teu contacto e futura localização a familiares e amigos
» Vai com um espírito aberto e
disponível para dar, não apenas
receber
» Respeita as regras impostas pela
pessoa cujo sofá vais usar: por
exemplo, não fumar ou deixar
tudo arrumado
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mu
[Life Style]
[8 JUL 2010]
8
RELÓGIO. CONTROLA O TEMPO
EM QUE ESTÁS AO SOL
Relaxar na toalha de praia e apanhar sol
é uma das melhores coisas do Verão.
Mas convém ter cuidado com a pele
e não ficar muito tempo expost@ ao
calor. Por isso, sugerimos-te que leves o
relógio contigo. A Hip Hop, nova marca
de relógios que chega ao mercado português, oferece modelos de várias cores
e aromas (sim, porque as braceletes são
perfumadas). E até podes usar dentro de
água.
BEBIDA. LIMÃO RIMA
COM VERÃO
Que tal fazeres uma pausa no bronze e
ires até à esplanada da praia tomar uma
bebida? Aproveita e pede Lipton Ice Tea
Green. A frescura do limão combina com
o sabor exótico do chá verde. Ou então,
prova o Citrinos Green com mais sabor
a limão e a laranja.
MOCHILA. LEVA A FRESCURA
CONTIGO
Se vais com os teus amigos passar um
dia em cheio na praia, esta é para ti.
Já podes manter as bebidas frescas durante todo o dia na tua mochila e deixar
de ir carregado/a com a geleira. É que
a Campingaz lançou uma mochila que
permite manter a temperatura fresca da
tua água ou sumos. Muito mais prático,
não achas?
BIQUÍNIS. VESTIDA DE MAR
És do género aventureira das ondas ou
preferes um bar cheio de amigos no areal? Para qualquer um dos casos, já podes
ir vestida a condizer. A Women’Secret
tem uma nova colecção de Verão que se
adapta ao teu estilo. Macacões, bolsas,
túnicas com temas florais e às riscas
para ires até ao bar tomar um cocktail de
frutas. Ou biquínis em tons azul e branco
para amantes de ondas.
Na praia
CONSUMO
MÚSICA. LIVROS. BOA VIDA. HÁ MAIS PARA FAZER NA AREIA DO QUE TU PENSAS
APANHA ESTA ONDA
DE NOVIDADES
DISCOS
por SHAMPO DECAPANTE
POP DELL’ARTE ‘CONTRA MUNDUM’ *****
Será que alguém os esqueceu? E como apresentá-los
a uma nova geração de saltimbancos musicais? Bem,
são os Pop Dell’Arte que voltam ao fim de 15 anos de
espera por um trabalho de originais. ‘Contra Mundum’
vai na corrente musical da banda, bem ao estilo
de trabalhos anteriores como ‘Arriba! Avanti!’
ou o sublime ‘Free Pop’. Iguais a si próprios, a banda de João Peste foi,
e volta a ser, do mais original que temos. E quase tudo o resto é paisagem!
RITA REDSHOES ‘LIGHTS & DARKS’ **
É uma Rita a piscar o olho às comunidades rurais norte-americanas, a que se apresenta com o segundo álbum
de originais, ‘Lights & Darks’. A paixão de Rita, o country,
inclina-se neste trabalho para as correntes mainstream de
Patsy Cline e afasta-se do seu primeiro amor, Cat Power.
As raízes da nova descoberta estão lá, o gospel, o blues
e algum folclore Hillbilly, que podia ter sido composto no Alabama ou no
Tennessee, mas que na verdade saiu das entranhas da Estremadura.
THE TWILIGHT ECLIPSE SOUNDTRACK ***
‘The Twilight Eclipse’ é mais uma banda sonora com rock
a rodos, para miúdos e graúdos. A saga vampiresca reúne
desde os ‘transformers’ Muse, que deixaram de morder
o pescoço aos Radiohead e andam a sugar o sangue aos
Queen, o duo improvável Beck e Bat For Lashes, The
Dead Weather, Vampire Weekend a jogar em casa, os
sumidos The Bravery – estranhamente a soar aos The Killers – e os Unkle numa
toada Clinic que consegue mesmo o melhor tema da banda sonora.
JACK JOHNSON ‘TO THE SEA’ **
A pop-folk plástica de Jack Johnson realizou mais
um facelifting: ‘To the Sea’ é uma ode ao Pacífico e
ao cool-easyliving propagado pelo músico havaiano.
Pouco acrescentando à sua arte sonora, ou música de
engodo, o quinto álbum deve ser escutado à noite na
praia, no calor de uma fogueira, ao lado de umas tias
de Cascais, e logo de pronto arremessado aos peixinhos!
LIVROS
MEIA-NOITE OU O PRINCÍPIO DO MUNDO
RICHARD ZIMLER (D. Quixote)
Autor de obras consagradas como ‘A Sétima Porta’,
Richard Zimler é um escritor norte-americano radicado
em Portugal, tendo sido professor na Escola Superior
de Jornalismo e na Universidade do Porto. Neste livro,
Zimler mergulha no mundo do judaísmo português do
início do século XIX.
HARLEKINO
TESSA DE LOO (Bertrand Editora)
Holandesa de origem, Tessa de Loo vive no Algarve e
é autora do aclamado ‘As Gémeas’ – que deu origem
a um filme nomeado para os Óscares na categoria de
melhor filme estrangeiro. ‘Harlekino’ conta a história
de um rapaz de ascendência marroquina que parte em
busca do pai pelas areias do deserto.
O GRUPO
MARY MCCARTHY (D. Quixote)
A obra foi publicada originalmente em 1963 e foi
um dos primeiros livros a abordar de forma directa
questões como o sexo, a contracepção, a maternidade
e o casamento. Trata-se de um valioso retrato da
América do Norte, relatando a vida de oito jovens
recém-licenciadas na década de 1930.
PORQUE É QUE OS GATOS RONRONAM
E AS PESSOAS FALAM TANTO?
ROBERT MATHEWS (Academia do Livro)
Se é bizarro, está neste livro. David Sedaris, colaborador
da ‘New Yorker’ e da ‘Esquire’, costuma andar com um
bloco de notas em que aponta considerações de refinado
humor. As filas do supermercado ou os loucos que
encontramos no autocarro têm aqui o seu lugar.
TODOS
VIRADOS
PARA
O MECO
Dizem as boas e as más línguas que
este é um dos melhores festivais de
Verão do ano. Porquê? Para já, vem cá
o Julian Casablancas. Mas podes saber
tudo sobre o Super Bock Super Rock
aqui dentro. P.04
AS
MARÉS VIV
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Directora: Laura Alves | Quinta-feira, 8 de Julho de 2010 | N.º 167 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
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RADIALX 2
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10
Os dias da
rádio
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a. P.06
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[Party Time]
[8 JUL 2010]
2
Mares´ Vivas
NA MARGEM SUL DO DOURO. A 15, 16 E 17 DE JULHO
<
PALCO MOCHE
MEIO FESTIVAL
MEIO ARRAIAL
O CABEDELO, EM VILA NOVA DE GAIA, RECEBE A 15, 16 E 17 DESTE MÊS A 8.ª EDIÇÃO DO FESTIVAL
MARÉS VIVAS. UMA FESTA BIPOLAR CAPAZ DE LEVAR AO MESMO PALCO O INDIE-ROCK DOS EDITORS
E DOS DEUS, MAS TAMBÉM A DANÇA BREJEIRA DE EDWARD MAYA.
SANTOS DA CASA
NÃO FAZEM MILAGRES
Moche não se verá certamente
por este palco, reservado quase
exclusivamente a bandas do
Porto, mas esquecendo muito
do bom que se faz na Invicta,
como é o caso dos projectos da
Meifumado. No primeiro dia, este
espaço recebe o trio de Santa
Maria da Feira, DR1VE e os
tripeiros Lobo, duas bandas com
um rock sem grandes rendilhados
e sem grande futuro.
Ao segundo dia o palco fecha a
espremer Os Azeitonas, também
eles do Porto. Antes entoa-se o
rock rouco a prender atenções da
geração ‘Morangos com Açúcar’
de André Indiana
e a diva nortenha Mónica Ferraz.
O último dia fecha com João
Só e os Abandonados, banda
alfacinha que se faz acompanhar
de um lirismo profundo a emanar
das suas letras musicais. Antes,
os Caim a jogar em casa abrem
o palco com um romantismo
grunge algo provinciano.
Pla
ceb
o
SHAMPO DECAPANTE
www.shampodecapante.blogspot.com
a indecisão a que festival
ir este ano, atira-se um
dardo ao mapa de Portugal
e acerta-se em Gaia, em
cheio no Cabedelo. Não há
volta a dar, é o festival Marés Vivas,
uma espécie de mescla sonora à beira-rio com vista para a Invicta. Dando primazia a monstros do rock português,
a acepipes hermafroditas da cena
indie-pop britânica, ao legado do
trip-hop e ao rock acústico, este certame
serve o propósito
dos festivais como
a anticereja em cima
do bolo, porque alguns
concertos podem tornar-se
mesmo indigestos. Não será
o caso dos dEUS, dos Editors
ou dos A Silent Film. Se nos
dois primeiros nomes temos
duas bandas com provas dadas, com
A Silent Film chega a única lufada de
ar fresco do festival, pois apesar de já
terem duas passagens pelo nosso país,
são a única banda realmente nova a
passar pelo palco principal.
N
A Silent Film
Morcheeba
GNR
GNR VOLTAM A CASA
Os GNR, apesar de terem um novo álbum, navegam pela sociedade sonora
erudita do nosso país
há tanto tempo, que
já só dividem atenções entre concursos
duvidosos de karaoke
na TV e entre festivais à porta de casa.
São os cabeças-de-cartaz do primeiro
dia, precedendo os
Goldfrapp, um duo que respira o glamour dançante que subtilmente elaborou
nos primeiros trabalhos, mas que depressa se atrasou na corrente da dança
perdendo o comboio do electro-clash
e do electro.
Antes passa pelo palco uma banda
que nasceu dos despojos do trip-hop,
os Morcheeba, e que ao longo da sua
carreira tem intercalado álbuns que
são verdadeiras pérolas, com outros
apenas para cumprir o contrato com a
Editors
editora. Apesar de a sua música já se
encontrar algo deslocada no tempo,
será um concerto em que se pode vir
à tona d’água respirar, pois antes passa pelo palco a banalidade (houseira)
com o nome de Edward Maya.
PLACEBO, O ETERNO RETORNO
Ao segundo dia, o glamour do festival ganha ainda mais lantejoulas,
pois sobe ao palco uma ave rara,
Mr. Brian Molko e a sua banda,
Placebo, já
habitués
em festivais
portugueses.
Encabeçam o dia
do ‘Roll de Rock’ em
que o festival pode
app
Goldfr
ser comparado tanto
ao cortejo sonoro de
Reading, Inglaterra,
ou às festas de Agosto lá da terra,
pois antes o (standart-portuguese-singer) David Fonseca leva ao palco a
sua carismática música, uma obra ao
relanti do charme de bocejo, a puxar
o rabo à cadeira mais próxima.
Este dia abre com os britânicos A Silent
Film, que demonstraram no Optimus
Alive! 2009 que funcionam melhor em
palco, pois se em disco parecem uns
Coldplay rufiões, ao vivo transformam-se nuns Bauhaus fofinhos.
O DIA DO FESTIVAL
O terceiro e último dia
já é mais sério.
Deixem os
martelinhos de
São João
em casa, pois
o arraial tem um
fim rockeiro a atirar para o acústico.
Trata-se de outro
Dav
id Fo
nsec
a
residente
dos palcos
portugueses,
Ben Harper,
songwriter numa
procura constante,
do ‘elan’ que perdeu depois da composição dos dois
primeiros álbuns.
Mas antes, dois colectivos prometem agitar a noite. O primeiro
vem do país do Tintin. Muito amados por terra lusitanas, os belgas
dEUS têm no nosso país um estatuto
de banda de culto, sem paralelo em
mais nenhum país do mundo. É natural então que, sempre que se desloquem a Portugal, se esmerem em
palco fazendo de todos os concertos
um momento único.
Os outros são os Editors, um dos
recentes grupos promovidos a
banda de culto e que vive do
legado neo-punk, fortemente influenciados por
bandas como
os Joy Division
ou Echo & The
Bunnymen. O palco
principal abre com o
romantismo folk do
dinamarquês Nikolaj
Grandjean.
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[Party Time]
[8 JUL 2010]
4
PARA O MECO?
É SEMPRE EM FRENTE!
Este ano, toda a acção do Super
Bock Super Rock acontece na
Herdade do Cabeço da Flauta, na
Praia do Meco, ali para os lados
de Sesimbra. Se não sabes como
ir para lá, nós explicamos:
DE CARRO, A PARTIR DA A2
Sair da A2 na saída Sesimbra/
Azeitão; seguir na Estrada
Nacional em direcção a
Sesimbra; depois de passar a
vila Fernão Ferro, na primeira
rotunda, cortar à direita em
direcção a Alfarim; seguir nessa
estrada até encontrar o recinto
do Festival do lado direito.
AUTOCARROS ESPECIAIS TST
- TRANSPORTES SUL DO TEJO
De Lisboa (Praça de Espanha)
até ao recinto do festival entre
as 14h00 e as 17h00.
Da estação de comboios de
Coina até ao recinto do festival:
dia 15 das 15h00 às 21h00;
dias 16, 17 e 18 das 12h00 às
21h00.
DE COMBOIO
Lisboa – Coina. Comboios com
saída de Lisboa para a estação
de Coina, com frequência de 15
a 30 minutos aproximadamente.
Ver horários sentido LisboaSetúbal em www.fertagus.pt.
Setúbal – Coina. Comboios
com saída de Setúbal para a
estação de Coina, com frequência de 30 minutos a uma hora
aproximadamente.
Ver horários sentido Setúbal –
Lisboa em www.fertagus.pt.
Nota: Estas informações podem
sofrer alterações, pelo que
deverás consultar também o site
do festival em www.superbock.
pt/SuperMusic/SuperBockSuperRock/.
Super Bock Super Rock
PRAIA DO MECO. A 16, 17 E 18 DE JULHO
UM FESTIVAL
RENASCIDO NAS AREIAS
É UM SUPER BOCK SUPER ROCK RENOVADO NO FORMATO E NO LOCAL, O FESTIVAL QUE DÁ À COSTA
NA PRAIA DO MECO. É JÁ NOS DIAS 16, 17 E 18 QUE CHEGAM GRANDES NOMES COMO GRIZZLY
BEAR, LEFTFIELD, VAMPIRE WEEKEND, JULIAN CASABLANCAS OU EMPIRE OF THE SUN, E LENDAS
COMO PRINCE OU PET SHOP BOYS.
SHAMPO DECAPANTE
www.shampodecapante.blogspot.com
á mais de dois mil anos
que não se via uma ressurreição assim. Lázaro
de Betânia voltou à
vida às mãos de Cristo
quatro dias após morte. O próprio
Cristo ressuscitou ao terceiro dia,
cortesia do seu pai. Agora é o
Super Bock Super Rock que sai
do marasmo dantesco em que se
encontrava há algumas edições, e
logo com o melhor cartaz de 2010,
suplantando uma certa queda que
vai temperando Paredes de Coura
(que também já vai dando sinais de
melhora) e o revivalismo que este
ano tropeçou no palco principal
do Optimus Alive!. Para comprovar o milagre estão em palco os
apóstolos da nova mensagem:
Cut Copy, Vampire Weekend, Hot
Chip, Prince, The National, Beach
House, Grizzly Bear, The Temper
Trap, Holly Miranda, Wild Beasts,
entre outros que se juntam no refrescante pinhal que antecede a
idílica praia do Meco.
H
UMA VIAGEM AO PASSADO
DIA 1 – PALCO SUPER BOCK
OK, o primeiro dia tem uma
iguaria fora de prazo, os Pet
Shop Boys, que fizeram as
delícias dos tops no
fim dos anos 80
e início dos
anos 90. São um duo de pop electrónico fortemente influenciado pelos New Order, mas que nunca lhes
cheiraram de perto o génio. Para a
história de Neil Tennant e Christopher Lowe ficam os êxitos mais que
esgotados como ‘It’s A Sin’, ‘Always
On My Mind’ ou o simplesmente genial ‘West End Girls’.
Os Keane, que se passeiam pelo
palco antes, também não são dos
melhores petiscos da ementa do
certame, mas com uma curta carreira de cinco anos e três álbuns
de originais, não devem incomodar
muito. O momento do dia, que promete agitar o palco principal, pode
muito bem ser protagonizado pelo
trio de Melbourne, Austrália, os
Cut Copy. A new wave dos 80s,
o electropop e o post-punk que
descarregam
dos
sintetizadores
vão certa-
mente fazer mexer o Meco. O início do dia é dedicado à soul com o
produtor, engenheiro de som, DJ
e MC Mayer Hawthorne e à soul
cruzada com a folk do britânico
Jamie Lidell.
UM DIA PARA DANÇAR
DIA 2 – PALCO SUPER
BOCK
Se os 80s marcam o
primeiro dia, no segundo avançamos
uma década e
encontramos
um dos
melhores
projectos
de
dança dos
anos 90, os
Leftfield, que
estão de volta
escaparates
aos
festaleiros após um
jejum de oito anos.
Revivalismo é palavra
que não se encontra na sua
obra, pois os LPs ‘Leftism’ e
‘Rhythm and
Stealth’,
úleste
timo remisturado pelo
duo durante
ano
este
com o nome
de ‘Stealth Remixes’,
continuam
bem actuais e têm influenciado muita boa gente do
novo milénio. Tocam em último
a seguir aos Vampire Weekend,
que são um dos colectivos esperados com maior ansiedade no
festival. O frenético apelo à dança
do afro-beat-punk ou o upper west
side soweto, que é como a banda
descreve a sua música, faz deste
dia um dos mais quentes da festa!
A dança simétrica com referências
à new-wave dos Hot Chip que
trazem na bagagem o recente ‘One
Life Stand’, o carismático rock-star
Julian
Casab l a n cas – que
resolveu
emancipar-se
dos The Strokes
– e Tiago Bettencourt
& Mantha são os preliminares da relação incestuosa entre o rock, o afrorock e o house, dub e reggae
dos Leftfield.
O REGRESSO DO MESSIAS
DO FUNK
DIA 3 – PALCO SUPER BOCK
E se ao terceiro dia Cristo ressuscitou, é também no terceiro dia que
o Messias do funk, soul e R’n’B
chega à terra, mais precisamente
ao Meco. Prince carrega consigo
o peso da história da música negra
norte-americana, a par de nomes
como James Brown ou Ray Charles
e volta a Portugal, prevendo-se que
arraste ao festival milhares de pessoas, pois este espectáculo é um
sério candidato a concerto do ano
por terras lusas.
Antes, o palco recebe outro nome
muito aguardado, com uma música
de dança pautada pelo indie-rock,
os Empire of the Sun. São uma espécie de banda híbrida que ao vivo
se transforma numa máquina de
dança terrivelmente eficaz. É o melhor prato que se pode servir antes
de Prince.
A cadência rock erudita e arrumadinha dos The National já
arrasta por Portugal uma verdadeira e fiel legião de fãs. É
daquelas bandas simpáticas que
transpiram o neo-punk e que até
sabe bem ouvir num início de
noite lúdica. Mas antes ouvem-se os sons dos norte-americanos Spoon e dos quase míticos
gauleses Stereophonics. No
começo do dia temos o momento
zen do festival, Palma’s Gang, e
não, não é engano, isto não é o
Avante, porque fora do seu meio
ambiente natural, tocam longe
do horário nobre!
5
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[Party Time]
[8 JUL 2010]
O MELHOR PALCO DO ANO DE 2010!
PALCO EDP
A programação deste palco para o primeiro dia é algo que roça o sublime.
Beach House, Grizzly Bear e The Temper Trap, três bandas nomeadas para
álbum do ano em 2009 e 2010. Os
primeiros com o belo ‘Teen Dream’,
os Grizzly Bear com ‘Veckatimest’ e
uma das bandas revelação de 2009,
The Temper Trap, com ‘Conditions’.
Os Beach House são repetentes no
nosso país, passaram pelo Super Bock
em Stock em 2009, e já este ano actuaram em Guimarães e em Lisboa.
Detentores de melodias suaves pautadas pelos sintetizadores, teclados e
dedilhados folk, a sua música lembra-nos o universo de bandas como Mercury Rev. Os Grizzly Bear também
regressam a nosso país, depois de
um concerto estrondoso no Coliseu
de Lisboa e passagem pelo Porto.
Psychedelic-pop ou folk-rock são algumas da características apontadas à
música da banda, mas a sonoridade
não anda longe da dos Beach House.
Já os autralianos The Temper Trap
tem contornos mais pop, a roçar os
seus conterrâneos The Go-Betweens
ou dos britânicos Prefab Sprout.
Ao segundo dia destaca-se a tormentosa cabaret-pop do músico canadiano
Patrick Watson, a novidade chamada
Holly Miranda, revisitando o universo
sonoro da 4-AD com referências a
Cocteau Twins passando pela diva
vocal Kate Bush.
O último dia acaba com uma imitação
barata dos sofríveis Dave Matthews
Band. Falamos de John Butler Trio;
mas antes, outro grande momento
dá luz ao festival. Os britânicos Wild
Beasts, um museu sonoro em choque
com a nova arte melódica. A sua odisseia em músicas como ‘We Still Got
The Taste Dancin’ On Our Tongues’
vive da perfeição e do ambiente peculiar, apenas alcançado em músicas
como, por exemplo, ‘There is a Light
That Never Goes out’ dos The Smiths
ou ‘Streets Of Your Town’ dos The
Go-Betweens, fazendo do concerto
da banda de Kendal um momento
ímpar e imperdível, neste renovado e
vencedor Super Bock Super Rock.
CARTAZ
DIA 16
PALCO SUPER BOCK
Pet Shop Boys
Keane
Cut Copy
Mayer Hawthorne
Jamie Lidell
PALCO EDP
Beach House
Grizzly Bear
The Temper Trap
ST. VINCENT
Godmen
PALCO @MECO
M-NUS SHOWCASE:
Richie Hawtin
Marco Carola
Magda
PALCO EDP
Patrick Watson
Holly Miranda
Rita Redshoes
Sweet Billy Pilgrim
Malcontent
PALCO @MECO
Ricardo Villalobos & Zip
BLOOP SHOWCASE: Magazino
João Maria
José Belo
Henriq e Bart Cruz
PALCO EDP
John Butler Trio
Wild Beasts
Sharon Jones & The Dap
Kings
The Morning Benders
Stereo Parks
PALCO @MECO
Laurent Garnier (Live)
Rui Vargas e André Cascais
Zé Salvador
Hi-Tech²
Mary B
DIA 17
PALCO SUPER BOCK
Leftfield
Vampire Weekend
Hot Chip
Julian Casablancas
Tiago Bettencourt & Mantha
DIA 18
PALCO SUPER BOCK
Prince
Empire of the Sun
The National
Spoon
Stereophonics
Palma’s Gang
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[Party Time]
[8 JUL 2010]
6
Radialx
SONS. 3ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE ARTE RÁDIO DECORREU DE 1 A 3 DE JULHO EM LISBOA
AFINAL, O VÍDEO
NÃO MATOU A RÁDIO
OBJECTIVOS? MOSTRAR NOVAS E ESQUECIDAS FORMAS DE FAZER RÁDIO E LEVAR AS PESSOAS AO
ENCONTRO DE UM DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO MAIS IMPORTANTES DO MUNDO. O RADIALX – ORGANIZADO
PELA RÁDIO ZERO, DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO – É O ÚNICO FESTIVAL DE RÁDIO EM PORTUGAL E,
DURANTE TRÊS DIAS, TROUXE AS ONDAS HERTZIANAS PARA AS RUAS E JARDINS DA CIDADE DE LISBOA.
ANDREIA ARENGA
[email protected]
Graziela Costa
Diana Guerra e Ricardo Rodrigues,
da Rádio Zero
O QUE É A
RÁDIO ZERO?
É a rádio da Associação de
Estudantes do Instituto Superior
Técnico e faz parte da Radia,
uma rede de rádios europeias
dedicada à arte rádio. Com uma
programação de autor e com colaboradores não só portugueses,
mas também estrangeiros, a
Rádio Zero assume-se como um
meio criativo e aberto a todos.
«Na Rádio Zero temos programas
que são feitos por uma gama de
pessoas muito diferentes. Temos
outros que nem sequer são feitos
cá em Portugal, no entanto,
existe sempre uma preocupação
na tónica da rádio que está ligada
à cidade de Lisboa. Quando ouço
a Rádio Zero quero sentir o sabor
de Lisboa, mesmo que esse sabor
seja transmitido por um aluno Erasmus ou por um estrangeiro que
está cá a morar», explica Ricardo
Rodrigues. Conhece melhor este
projecto em www.radiozero.pt.
or volta das 17h00 do dia
1 já se ouviam sons electroacústicos pelos jardins
do Goethe Institute, perto
do Campo Mártires da Pátria. Pequenos aparelhos de rádio escondidos na vegetação transmitiam
a emissão. A ideia era criar novas
perspectivas sobre o modo como o
som está presente nas nossas vidas.
«O que nós pretendemos é fazer
um novo mapeamento do espectro
sonoro que está contido no jardim,
de modo a que as pessoas que se
deslocam pelo espaço tenham uma
percepção diferente daquilo que as
rodeia através do som», explica Carlos Santos, um dos artistas convidados para alimentar a programação.
P
NOVAS FORMAS
DE FAZER RÁDIO
A instalação sonora da autoria de Carlos
Santos e Paulo Raposo intitulada ‘Jardins
Suspensos’ marcou o início da 3.ª edição
do RadiaLx – Festival Internacional de
Arte Rádio que decorreu em vários espaços de Lisboa durante três dias.
O projecto nasceu há seis anos e é, actualmente, o único festival de rádio em
Portugal. Organizado pela Rádio Zero, o
festival promove a criação e divulgação
de uma rádio alternativa. «Achámos que
era necessário mostrar às pessoas formas
diferentes de fazer rádio – diferentes no
sentido de estarem esquecidas – porque
a rádio que temos hoje é essencialmente
mainstream», diz Ricardo
Rodrigues, membro da
direcção da Rádio
Zero e da organização
do festival.
PROGRAMAÇÃO
ALTERNATIVA
Durante três dias, o RadiaLx permitiu transmitir
em frequência FM a Rádio
Zero que, normalmente, só
pode ser ouvida via Internet
ou no campus universitário do
IST. O objectivo do festival passa
também por dar voz a um grupo
de rádios hoje esquecidas, as rádios
comunitárias, e questiona o papel da
rádio enquanto meio de comunicação,
mas também enquanto arte. A ideia
é criar alternativas e abrir o espaço
a rádios com uma programação mais
alternativa e experimentalista, diferente das que já existem. «O RadiaLx
saiu desse desejo. Promover a criação
e a promoção dessas peças, trazer as
pessoas de novo ao encontro da rádio
e fazê-las sentir.»
7
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[Party Time]
[8 JUL 2010]
CRÓNICA
ONDE TU ESTÁS
NÓS ESTAMOS LÁ
Está calor! Finalmente chegou o Verão!
Se calhar nesta primeira fase ainda estás
preocupado/a com exames e trabalhos para
entregar, mas pensa que depois há sempre
dias de férias à tua espera. Os primeiros
dias de calor já te fizeram suspirar pela
praia, já começas a pensar naquelas festas
com amigos, naqueles dias em que vais de
carro para a praia com os vidros abertos, a
Mega Hits a tocar com o volume no máximo... Ai... confesso que já tenho algumas saudades dos dias inteiros passados
na praia, das noites que terminam já de
manhã... afinal de contas, ter dois ou três
meses de férias dá para isso e muito mais...
E até quando arranjas um
trabalho de Verão, há sempre
DANIEL FONTOURA
algo que nunca te deixa ficar
Animador Mega Hits
mal... A Mega Hits está sempre
ao teu lado. Vais para a praia,
nós estamos lá, tens um trabalho de Verão,
nós estamos lá, ficas em casa sem fazer
nada, nós estamos lá. Só tens de ligar o
rádio ou o teu computador, nós tratamos do
resto! Prémios do fim do mundo, música do
melhor que pode haver, animadores sempre
presentes e sempre prontos para te receber
com um sorriso... Não falta nada. Por isso
agora só tens mesmo de convidar os amigos
e escolher a melhor praia. Da banda sonora
tratamos nós! E apesar de toda a gente
estar de férias, nós não tiramos férias, tudo
para que tenhas o melhor Verão de sempre.
Os passatempos continuam por cá, as festas
e festivais continuam por cá. Só tens de
continuar também tu ligado à Mega Hits!
E para não te queixares que estás de férias
e estás um bocado desligado do mundo e
não sabes o que se passa e tal, entra no
Facebook da Mega Hits. Se fores nosso fã,
prometo que vais ser o primeiro a saber
tudo o que se passa na tua rádio. Uma coisa
que não precisas de saber por nós, é que:
está calor. Muito. Por isso aproveita ao
máximo e tem um GRANDE VERÃO com a
Mega Hits!
DESTAQUES
8.0
SINTRA 8
05.6
AVEIRO 1
.9
BRAGA 92
.0
0
9
COIMBRA
2.4
LISBOA 9
.6
PORTO 90
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[Party Time]
[8 JUL 2010]
8
Cinema
ESTREIA DA SEMANA. SHREK – PARA SEMPRE
OUTRAS ESTREIAS - 8 DE JULHO
GOLPE DE ARTISTAS
Cronica
´
Não é todos os dias que vemos
artistas como Morgan Freeman,
Christopher Walken e William
H. Macy juntos, ainda para mais
numa comédia. Eles são Charles,
Roger e George, três guardas de
um museu dispostos a tudo para
se manterem ligados aos objectos artísticos dos quais cuidam.
Colegas de trabalho há décadas,
só se encontram em situações de
crise. Agora, um novo curador na
cidade tem como plano mudar
a colecção do museu e ameaça
assim roubar a cada um destes
três homens a grande paixão
secreta das suas vidas. No
entanto, tendo encontrado as
suas almas gémeas, Roger,
Charles e George engendram um
plano para deitar a mão às obras
de arte que tanto acarinham.
Sem qualquer jeito para o crime,
os seus corações apaixonados
levam-nos no entanto a planear e
executar o mais arriscado roubo
de arte jamais concebido.
O OGRE DE SEMPRE
DIZ ADEUS
SE HÁ ANIMAÇÃO QUE PARECE NUNCA CANSAR É SHREK. O OGRE MAIS FAMOSO DO PLANETA GANHOU UM
LUGAR NOS NOSSOS CORAÇÕES HÁ NOVE ANOS E ESTÁ DE VOLTA PARA A 4.ª E ÚLTIMA AVENTURA, AGORA
COM A POSSIBILIDADE DE O VER EM TRÊS DIMENSÕES. SHREK DIZ ADEUS, PELO MENOS NO CINEMA.
JOÃO TOMÉ
[email protected]
oi em 2001 que o ogre verde
e tímido, mas com uma personalidade vincada, surgiu
pela primeira vez no grande
ecrã. A personagem inspirada
no livro ilustrado ‘Shrek!’, de William Steig, tinha nascido em 1990
e demorou uma década a chegar ao
cinema, onde ganhou notoriedade à
escala mundial.
E o que significa mesmo o nome que
tantos fãs tem por todo o mundo?
Apesar do seu criador ser norte-americano, o nome Shrek vem da palavra
alemã Schreck, que significa medo ou
terror. É assim que o mítico ogre, que
até já tem estrela no Passeio da Fama,
nos é apresentado no início, como um
ser atemorizador, que afinal tem um
coração bom e nos vai conquistando
a pouco e pouco.
A quarto e último filme da saga,
‘Shrek – Para Sempre’, procura
mostrar como as novas responsabilidades da personagem com a voz de
Mike Myers (o mesmo que nos trouxe
F
FICHA
a saga de ‘Austin Powers,’ o espião
irresistível) o podem ter afectado.
UM OGRE COM DÚVIDAS
EXISTENCIAIS
A nova história começa com Shrek,
como um ogre de família, a viver feliz com a Princesa Fiona (continua a
ter a voz de Cameron Diaz) e os seus
tri-gémeos. Em vez de andar a assustar aldeões como fazia tantas vezes, o
nosso ogre agora vai concordando em
autografar ancinhos e outros objectos.
É no meio deste misto de fama e famí-
lia que Shrek vai começar a sentir saudades dos bons velhos tempos, aqueles
em que se sentia verdadeiramente um
ogre. Esse sentimento leva-o a fazer
um pacto com um falinhas-mansas que
dá pelo nome de Rumpelstiltskin, que
já tinha aparecido no terceiro filme. Só
que Shrek é enganado e acaba por se
ver numa distorcida versão alternativa
do já mítico reino do Bué-Bué Longe.
Lá os ogres são perseguidos, Rumpelstiltskin é rei e Shrek e Fiona nunca se
conheceram. Vai depender de Shrek
desfazer o mal que fez, na esperança
Realizador: Mike Mitchell
Com: Mike Myers, Cameron
Diaz, Antonio Banderas,
Eddie Murphy, Julie
Andrews, Justin Timberlake
Género: Animação/Aventura
EUA, 2010; 93 minutos
de salvar os seus amigos, restaurar a
ordem no reino e reclamar o seu Verdadeiro Amor.
Com o adeus de Shrek, ganha oportunidade de brilhar no grande ecrã o seu
amigo Gato das Botas (voz de Antonio
Banderas), que deve ter o seu próprio
filme, ao lado do Burro (Eddie Murphy) em 2011.
SOBRETUDO SOBRE NADA
TUDO ISTO É O NOSSO FADO
LUÍS FRANCO-BASTOS
[email protected]
luisfrancobastos.blogs.sapo.pt
Amo o futebol. Cresci a
amar o futebol. E, como
qualquer português, tive, durante anos, de me contentar
com torcer pelo Brasil. «Os nossos
irmãos, os nossos irmãos!». Lembro-me
de 1998, o meu primeiro Mundial. Ronaldo, o Fenómeno. O herói
Taffarel dos penáltis nas meias. O destroçado Escrete contra os
anfitriões na final de Paris. Foi a primeira vez que me apercebi que
o deus do futebol podia não ser brasileiro. Falo de Zidane.
Foi absolutamente inovador, para mim, poder torcer por Portugal quando em 2000 fomos além de tudo o que eu esperava. Por
mais contraditório que pareça, tive de aprender a torcer pelo meu
próprio país. Foi estranho achar que éramos tão bons como os
outros. «Primeiro estranha-se, depois entranha-se». Em 2002, o
entusiasmo era mais que muito. Comprei um saco da Selecção para
levar o equipamento de Educação Física para a escola. Mas, afinal,
voltámos a ser o que éramos.
Os volte-faces continuaram. Ora fomos os maiores, ora fomos terríveis. Embora tenha desperdiçado uma oportunidade que tão cedo
não voltaremos a ter, com um conjunto de circunstâncias praticamente irrepetíveis, Luiz Felipe Scolari fez por Portugal o que nenhum
português tinha feito. Tornou-nos, a todos, adeptos incondicionais da
Selecção. Uma dicotomia curiosa, já que o Brasil voltava a estar presente no nosso imaginário futebolístico. Com a sua saída, pareceu-me
ver tudo a andar para trás outra vez. E não me enganei.
Esta qualificação, este Mundial que passou, estas exibições, estes
casos, tudo isto é tão pequenino e tão português (futebolisticamente falando), que é demasiado previsível para chocar quem quer
que seja. Com Scolari, fui adepto da Selecção. Agora não sei se
sou, porque não me revejo no que aconteceu. Sei que existe um
Portugal que me entusiasma, mas não é este. A culpa não é de
Queiroz, não é de Cristiano, não é dos 22 cm que colocaram David
Villa em fora-de-jogo. É de tudo, e de todos. É nossa, porque não
acreditámos em Queiroz. É de Queiroz, porque não acreditou tanto
nele mesmo como precisávamos de sentir. É do peso excessivo da
braçadeira num prodígio que ainda se sente demasiado invencível
para conseguir lidar com a derrota. É de termos deixado o entusiasmo de Scolari partir com ele. É de, se calhar, termos achado que
não valia a pena pôr uma bandeira na janela este ano. É de não
termos sido todos como o Eduardo.
No seu reinado, Felipão fez-nos ser menos portugueses, e nunca os
portugueses foram tão felizes. Uniu-nos. Catapultou-nos além da
nossa crónica (mas, paradoxalmente, curável) pequenez. Digam o
que disserem, e ainda que nada tenha ganho, chegou mais longe do
que qualquer um. Não por ter sido o primeiro a alcançar uma final.
Chegou mais longe, porque chegou até nós.
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