ISSN 1807-2488 Revista Dental Press de Estética Estética Revista Dental Press de Volume 4 - Número 1 - Janeiro / Fevereiro / Março 2007 volume 4 - número 1 janeiro / fevereiro / março 2007 Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética DENTAL PRESS INTERNATIONAL Estética R ev is t a D ent al Press de volume 4 - número 1 janeiro / fevereiro / março 2007 Sumário 22 Reconstrução de dentes polpados previamente à restauração indireta: relato de caso clínico Renata Loureiro Louro, Ian Matos Vieira, Maria Fidela de Lima Navarro, José Carlos Pereira, Carlos Eduardo Francischone 33 IPS e.Max: harmonização do sorriso 50 Piercing: um adorno para o corpo, um adorno para os dentes 89 Clareação dentária associada à microabrasão do esmalte para remoção de manchas Victor Grover Rene Clavijo, Niélli Caetano de Souza, Marcelo Ferrarezi de Andrade Lizette Feuser, Sylvio Monteiro Junior, Élito Araújo Fabiano Carlos Marson, Luis Guilherme Sensi, Fabiano de Oliveira Araújo 97 Extrusão ortodôntica como auxiliar na obtenção da excelência estética de prótese sobre implante Cristiane Canavarro, William M. Frossard, Mário Groisman, Jonas Capelli Júnior 109 Avaliação comparativa da resistência à tração entre pinos metálicos (Ni/Cr) e de fibra de vidro cimentados com cimento de ionômero de vidro Paulo Maurício Batista da Silva, Ricardo Virgolino Carvalho da Silva, Andréa Mello de Andrade, Luciana Mendonça da Silva, Maria Cecília Veronezi 115 Estudo da fluorescência de diferentes cores de uma resina composta: análise digital Tatiana Pereira Rodrigues, Alessandra Nara de Souza Rastelli, Eurico de Carvalho Filho, Jeison Tallis Tribiolli, Leonor de Castro Monteiro Loffredo, Vanderlei Salvador Bagnato Seções 3 Editorial Time flies 14 Entrevista 20 Galeria de Talentos 133 José Mondelli Oberdan Andriani Acontecimentos Caso Selecionado 63 Alinhamento de sorriso por meio de resinas compostas Wanderley de Almeida Cesar Jr. Biologia da Estética 124 Atrição e suas implicações clínicas Alberto Consolaro, Maria Fernanda Martins-Ortiz Consolaro, Leda Francischone ISSN 1807-2488 R Dental Press Estét Maringá v. 4 n. 1 p. 1-136 jan./fev./mar. 2007 EDITOR Sidney Kina - UEM - PR EDITORES ASSISTENTES Ronaldo Hirata - UFPR - PR Oswaldo Scopin de Andrade - CES - SENAC - SP Vania Volpato Kina - Maringá -PR Laurindo Zanco Furquim - UEM - PR PUBLISHER CONSULTORES CIENTÍFICOS CONSULTORES EM PRÓTESE DENTÁRIA Albert Heller - Montevideo - Uruguai Alberto Consolaro - FOB-USP - SP Antônio Salazar Fonseca - APCD - SP Anuar Antônio Xible - Clínica particular - Vitória - ES Carlos Alexandre Leopoldo Peersen da Câmara - Clínica particular - Natal - RN Carlos Eduardo Francci - USP - SP Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP - SP David A. Graber - Medical College of Georgia School of Dentistry - Atlanta - Georgia Dickson Martins da Fonseca - Clínica particular - Natal - RN Didier Dietschi - Universidade de Geneva - Suíça Eduardo Passos Rocha - FOA-UNESP - SP Euripedes Vedovato - APCD - SP Ewerton Nocchi Conceição - UFRGS - RS Glauco Fioranelli Vieira - USP - SP Jairo Pires de Oliveira - Clínica particular - Ribeirão Preto - SP João Carlos Gomes - UEPG - PR João Pimenta - Clínica particular - Barcelos - Portugal José Arbex Filho - Clínica particular - Belo Horizonte - MG José Roberto Moura Jr. - Clínica particular - Taubaté - SP Katia Regina Hostilio Cervantes Dias - UERJ / UFRJ - RJ Luiz Antônio Gaieski Pires - ULBRA - RS Luiz Fernando Pegoraro - FOB-USP - SP Luiz Narciso Baratieri - UFSC - SC Marcelo Fonseca Pereira - Clínica particular - Rio de Janeiro - RJ Marco Antônio Bottino - FOSJC - UNESP - SP Mário Fernando de Góes - FOP - UNICAMP - SP Markus Lenhard - Clínica particular - Suíça Marly Kimie Sonohara - UEM - PR Milko Vilarroel Cortez - Universidade de Valparaíso - Chile Pablo Abate - Universidade de Buenos Aires - Argentina Paulo Kano - APCD - SP Raquel Sano Suga Terada - UEM - PR Renata Corrêa Pascotto - UEM - PR Ricardo Mitrani - Clínica particular - México Rodolfo Candia Alba Júnior - Clínica particular - SP Sillas Luiz Lordelo Duarte Júnior - FOAr-UNESP - SP Sylvio Monteiro Junior - UFSC - SC Walter Gomes Miranda Jr. - USP - SP Wanderley de Almeida Cesar Jr. - Clínica particular - Maringá - Paraná CONSULTORES DE FOTOGRAFIA Any de Fátima Fachin Mendes - Fotógrafa - PR Dudu Medeiros - Fotógrafo - SP August Bruguera - Barcelona - Espanha Gerald Ubassy - Rochefort du Gard - França José Carlos Romanini - Londrina - PR Luiz Alves Ferreira - São Paulo - SP Marcos Celestrino - São Paulo - SP Oliver Brix - Kelkheim - Alemanha Rolf Ankli - Belo Horizonte - MG Shigeo Kataoka - Osaka - Japão Victor Hugo do Carmo - Cugy - Suíça Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Revista Dental Press de Estética / Dental Press International. -- Vol. 1, n. 1 (out./nov./dez.) (2004) – . -- Maringá : Dental Press International, 2004Trimestral. ISSN 1807-2488. 1. Estética (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título. CDD. 617.643005 Diretora Teresa R. D'Aurea Furquim - PRODUTOR E DESIGNER GRÁFICO Júnior Bianchi ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio - Produção Gráfica e Eletrônica Carlos Eduardo de Lima Saugo - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Luiz Fernando Batalha - Andrés Sebastián - Produção Gráfica e Eletrônica (SBOE) Elizabeth Salgado - BANCO DE DADOS Ademir de Marchi - Cléber Augusto Rafael - controler Márcia Cristina Plonkóski Nogueira - DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins Garcia - DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Josiane Fernanda Favaro - Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA Simone Lima Lopes Rafael - Gislaine Ferreira - Revisão Ronis Furquim Siqueira - DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins - CONSULTORA ADMINISTRATIVA Ester Pacetti Dassa - Impressão RR Donnelley Moore - A Revista Dental Press de Estética (ISSN 1807-2488) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. Av. Euclides da Cunha, 1718 - Zona 5 - CEP 87015180 - Maringá - PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: [email protected] ou pelo fone/fax: (44) 3262-2425. Artigo Clínico Reconstrução de dentes polpados previamente à restauração indireta: relato de caso clínico Renata Loureiro Louro*, Ian Matos Vieira**, Maria Fidela de Lima Navarro***, José Carlos Pereira****, Carlos Eduardo Francischone***** Resumo Numerosas técnicas restauradoras, para dentes grandemente mutilados, têm sido sugeridas na literatura especializada. Em muitas situações, a destruição do elemento dentário por lesão cariosa, trauma ou tratamento restaurador prévio mal sucedido determina a necessidade de reconstrução morfológica da coroa, por meio de um núcleo de preenchimento, sobre o qual será realizado um preparo para a coroa protética, capaz de reforçar a estrutura dentária remanescente. Este artigo se propõe a apresentar um caso clínico de reconstrução, preparo e confecção de coroa total em um elemento polpado. Palavras-chave: Reconstrução morfológica. Resina composta. Dente vital. * Especialista e Mestre em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. **Mestre em Dentística, opção Materiais Dentários, pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. *** Professora Titular do Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia de Bauru - Secretária Geral da Universidade de São Paulo - USP. **** Professor Titular do Departamento de Dentística e Vice-diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. ***** Professor Titular do Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. 22 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 22-32, jan./fev./mar. 2007 Reconstrução de dentes polpados previamente à restauração indireta: relato de caso clínico Core build-up restorations in vital tooth before indirect restoration: case report Abstract Several restoratives techniques to core worn build-up suitable form of crown, by means a down teeth have been suggested in specially core, that is able to reinforce the tooth structure literature. In several situations, teeth extensively remnant. The purpose of this paper is to present damaged by caries, fracture or previous restorative a clinic case report of build-up, preparation and treatment failure determine the necessity of total crown cementation in vital tooth. KEY WORDS: Core. Build-up. Composite resin. Vital tooth. Referências 1. BOLHUIS, H. P. B. et al. Fracture strength of different core build- 13.MATSON, E. Moldagem em prótese unitária. 1. ed. São Paulo: Ed. up designs. Am J Dent, San Antonio, v. 14, no. 5, p. 286-290, Oct. Santos. cap. 2, procedimentos operatórios especiais: preenchi- 2001. mento, 1996. 2. BONILLA, E. D.; MARDIROSSIAN, G.; CAPUTO, A. A. Fracture tough- 14.MONDELLI, J. Técnicas restauradoras para dentes com trata- ness of various core build-up materials. J Prosthodont, Copenha- mento endodôntico. Rev RDR, Bauru, v. 1, n. 3, p. 97-162, jul./ago. gen, v. 9, no. 1, p. 14-18, Mar. 2000. 1998. 3. BURKE, F. J. T.; COMBE, E. C. 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O protocolo clínico, bem como a discussão das possibilidades de uso do sistema IPS e.Max na reabilitação do sorriso, serão analisados. Palavras-chave: Estética dentária. Prótese parcial fixa. Cerâmicas. * Mestres em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr – UNESP. **Professor Livre docente da Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr – UNESP. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 33-49, jan./fev./mar. 2007 33 Victor Grover Rene Clavijo, Niélli Caetano de Souza, Marcelo Ferrarezi de Andrade IPS e.Max: harmonization of the smile Abstract This article reports a smile rehabilitation using color, translucence and opacity allows this new IPS e.Max System, a new highly promising system to be highly recommended. The clinical ceramic system. The ability of restoring dental protocol and the indication of IPS e.Max System form and function with aesthetic characteristics on the smile rehabilitation will be discussed in mimicking the dental structure in matters of this article. KEY WORDS: Dental esthetic. Denture partial fixed. Ceramics. Agradecimento: Ao T.P.D. Marcos Celestrino pela colaboração e atenção dedicada a este caso clínico. Referências 1. BLOOM, D. R.; PADAYACHY, J. N. Smile lifts: a functional and aes- 9. STAPPERT, C. F.; DENNER, N.; GERDS, T.; STRUB, J. R. Marginal ad- thetic perspective. Br Dent J, London, v. 200, no. 4, p. 199-203, aptation of different types of all ceramic partial coverage resto- 2006. rations after exposure to an artificial mouth. Br Dent J, London, 2. BLATZ, M.; SADAN, A.; KERN, M. Resin ceramic bonding: a review of the literature. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 89, no. 3, p. 268-274, 2003. 3. BURKE, F. J.; FLEMMING, G. I.; NATHANSON, D.; MARQUIS, P. M. 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Uma boa aparência física tem sido determinada e incentivada pela mídia como promessa de bem-estar, aumentando, assim, a auto-estima, proporcionando ao indivíduo uma melhor aceitação social e profissional. Tatuagens e piercings conquistam cada vez mais adeptos, tanto no mundo jovem como no adulto, em todas as classes sociais e, no mundo atual, caracterizam estética e beleza. Um belo sorriso, com certeza, constitui uma parte importante para a estética do ser humano. O piercing dentário é um adorno para o sorriso e não oferece perigos à saúde. Por ser de fácil colocação e remoção, pode ser uma escolha para realçar a beleza do sorriso. Os profissionais da Odontologia devem estar atentos e informados para atender ao desejo de colocação de uma jóia colada ao dente. Palavras-chave: Piercing bucal. Estética. Piercing dentário. *Palavra inglesa que significa: “perfuração”. ** Professora das disciplinas de Cariologia, Odontopediatria e Dentística da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Mestre em Odontopediatria e Doutora em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Florianópolis/SC. ***Professor titular da disciplina de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Odontopediatria e Mestre em Dentística pela Universidade de Indiana – EUA. PhD em Odontologia Preventiva da Universidade de Indiana – EUA. ****Professor titular da disciplina de Clínica Integrada. Mestre e Doutor em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Bauru – SP. Professor titular da Disciplina de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 50 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 50-62, jan./fev./mar. 2007 Piercing: um adorno para o corpo, um adorno para os dentes Piercing: an adornment for the body, an adornment for the theeth Abstract Over time, esthetics and beauty have been defined world, these ornaments characterize esthetics and in different manners, but have always represented beauty. A beautiful smile is certainly an important a necessity to human beings. A good physical aspect of human esthetics. Dental piercing is an appearance has been determined and encouraged adornment for the smile that offers no health by the media as a promise of wellbeing, thereby risks. Due to its easy placement and removal, it increasing self-esteem and providing the individual may be a choice for highlighting the beauty of with greater social and professional acceptance. the smile. Dental health professionals should be Tattoos and piercing have gained an increasing aware and informed regarding dental piercing in contingent of enthusiasts in both youths and order to satisfy the desire to place jewels glued adults as well as among all social classes. In today’s to the teeth. KEY WORDS: Oral piercing. Estetic. Dental piercing. Referências 1. BASSIOUNY, M. A.; DÊEM, L. P.; DÊEM, T. E. Tongue piercing: a re- 6. HUBBER, M. A.; TEREZHALMY, G. T.; MOORE, W. S. Oral/ perioral storative perspective. Quintenssence Int, Berlin, v. 32, p. 477-481, piercing. Quintessence Int, Berlin, v. 34, no. 9, p. 722-733, Oct. 2001. 2. BIBER, J. T. Oral piercing: the hole story. J Mo Dent Assoc, Jefferson City, v. 82, no. 1, p. 13-17, Jan./Feb. 2003. 3. BOARDMAN, R.; SMITH, R. Dental implications of oral piercing. J Calif Dent Assoc, San Francisco, v. 25, no. 3, p. 200-207, Mar. 1997. 2003. 7. TRINDADE, C. P. et al. Piercing oral: considerações gerais e relato de casos clínicos. 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Endereço para correspondência Lizette Feuser Rua Jerônimo Coelho, 280/807 CEP: 88.010-030 - Florianópolis / SC E-mail: [email protected] 62 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 50-62, jan./fev./mar. 2007 Artigo Clínico Clareação dentária associada à microabrasão do esmalte para remoção de manchas brancas Fabiano Carlos Marson*, Luis Guilherme Sensi**, Fabiano de Oliveira Araújo*** Resumo Atualmente são verificadas, com grande incidência, alterações na superfície do esmalte dentário. A crescente demanda dos pacientes por tratamentos que melhorem a aparência dos dentes, devido à preocupação estética, tem desafiado os cirurgiões-dentistas a buscarem tratamentos conservadores, que resultem em um sorriso harmonioso. O objetivo deste artigo é demonstrar, através do relato de um caso clínico, a remoção de manchas brancas no esmalte por fluorose nos dentes anteriores superiores, pelas técnicas de clareação dentária e microabrasão do esmalte. Palavras-chave: Estética. Clareação dentária. Peróxido de hidrogênio. Microabrasão. * Professor de Dentística e Clínica Integrada da Faculdade Uningá, Maringá / PR, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina. ** Professor assistente, Departamento de Endodontia, Prótese e Dentística, Universidade de Odontologia de Maryland, Baltimore, Maryland, USA. ***Professor de Dentística da Faculdade Tuiuti, Curitiba / PR, Mestre e Doutorando pela Universiade Federal de Santa Catarina. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 89-96, jan./fev./mar. 2007 89 Clareação dentária associada à microabrasão do esmalte para remoção de manchas brancas Dental bleaching associated with microabrasion enamel to remove white spots Abstract Alterations in the dental enamel surface are no- ments that result in a pleasant smile. The objec- ticed with great incidence nowadays. The increas- tive of this article is to demonstrate, through a ing patients‘ demand for treatments that improve clinical case report, the removal of enamel white the teeth and smile appearance has challenged spots resulted from fluorosis through the associa- the dentists to search for conservative treat- tion of bleaching and micro-abrasion techniques. KEY WORDS: Esthetic. Dental bleaching. Hydrogen peroxide. Micro-abrasion. Referências 1. BARATIERI, L. N.; MONTEIRO JÚNIOR, S.; ANDRADA, M. A. C.; VIEIRA, L. C. C. Clareamento dental. São Paulo: Ed. Santos, 1994. 10.FEJERSKOV, O. et al. Fluorose dentária: um manual prático para profissionais de saúde. 1. ed. São Paulo: Ed. Santos, 1994. 2. CURY, A. J. Uso do flúor. In: BARATIERI, L. N. et al. Dentística: pro- 11.PEARIASAMY, K.; ANDERSON, P.; BROOK, A. H. A quantitative study cedimentos preventivos e restauradores. 2. ed. São Paulo: Ed. 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Frossard**, Mário Groisman***, Jonas Capelli Júnior**** Resumo Este artigo relata a seqüência de extrusão forçada de um incisivo central superior, através de aparatologia ortodôntica, previamente à colocação de implante osseointegrado e à realização de prótese sobre implante. Havia indicação de exodontia e a extrusão ortodôntica foi realizada com objetivo de fornecer área adequada para inserção do implante. A conjugação dos tratamentos ortodôntico, periodontal e protético é apresentada nesse relato de caso, que obteve resultados estéticos satisfatórios. Palavras-chave: Extrusão ortodôntica. Implante dentário. Prótese dentária. * Especialista em Ortodontia FO-UERJ. Mestranda em Ortodontia FO-UERJ. ** Professor de Prótese Dentária FO-UERJ. Mestre em Dentística FO-UERJ. *** Especialista em Periodontia e Implantodontia. Mestre em Periodontia Lund- Suécia. **** Professor Adjunto de Ortodontia FO-UERJ. Livre-docente em Ortodontia FO-UERJ. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 97-108, jan./fev./mar. 2007 97 Cristiane Canavarro, William M. Frossard, Mário Groisman, Jonas Capelli Júnior A extrusão ortodôntica é um procedimen- incisivos permitiu a colocação do implante em to conservador e minimiza a possibilidade de posição adequada à realização das funções, fa- perdas ósseas maiores durante a exodontia do vorecendo maior longevidade do tratamento. elemento, além de requerer técnicas ortodôn- Outro aspecto favorável desta técnica é a pos- ticas simples para realização do movimento. sibilidade de promover uma melhor distribui- No entanto, a necessidade de aparatologia fixa ção dos espaços dentários, permitindo a con- e o tempo de tratamento podem levar alguns fecção de coroas de tamanhos esteticamente pacientes a optarem por procedimentos cirúr- adequados. gicos. Segundo Barzilay et al.2 e Lazzara9, a colo- CONCLUSÕES cação do implante imediatamente após a ex- A extrusão ortodôntica com objetivo de pre- tração dentária, além de reduzir o tempo do parar determinada área para receber implantes tratamento total, favorece um melhor posicio- osseointegrados é uma técnica não-cirúrgica namento com menor potencial de reabsorção eficaz, promovendo resultados estéticos sa- óssea. tisfatórios. O envolvimento de profissionais de No caso apresentado, o tratamento orto- diferentes áreas da Odontologia permite for- dôntico envolvendo alinhamento e nivelamen- necer ao paciente diferentes alternativas tera- to do arco superior e redução da projeção dos pêuticas em busca do melhor resultado final. Orthodontic extrusion as an assistant on obtaining esthetic excellence of prosthesis over implant Abstract This articles reports the sequence of forced made with the aim to give appropriated area for the extrusion of a superior central incisor, through the implant insertion. The conjunction of orthodontic, orthodontic aparatology, previous to the insertion periodontic and prosthetic treatments is presented of the endosseous implant. There was indication in this case report that achieved satisfatory of extraction and the orthodontic extrusion was esthetical results. KEY WORDS: Orthodontic extrusion. Dental implant. Dental prosthesis. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 97-108, jan./fev./mar. 2007 107 Extrusão ortodôntica como auxiliar na obtenção da excelência estética de prótese sobre implante Referências 1. BACH, N.; BAYLARD, J. F. Orthodontic extrusion: periodontal considerations and applications. J Can Dent Assoc, Ottawa, v. 70, no. 11, p. 775-780, Dec. 2005. 2. 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Endereço para correspondência Cristiane Canavarro Rodrigues Martins UERJ - Departamento de Ortodontia - Boulevard 28 de Setembro, 157/230 - Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20.551-030 E-mail: [email protected] 108 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 97-108, jan./fev./mar. 2007 Artigo Clínico Avaliação comparativa da resistência à tração entre pinos metálicos (Ni/Cr) e de fibra de vidro cimentados com cimento de ionômero de vidro Paulo Maurício Batista da Silva*, Ricardo Virgolino Carvalho da Silva**, Andréa Mello de Andrade**, Luciana Mendonça da Silva**, Maria Cecília Veronezi*** Resumo O objetivo deste trabalho foi comparar, in vitro, a força de remoção por tração entre diferentes pinos intrarradiculares cimentados com cimento de ionômero de vidro (Rely X Luting - 3M/ESPE). Foram utilizadas 30 raízes de dentes unirradiculares humanos, tendo seu comprimento e de seus condutos padronizados, e divididos aleatoriamente em três grupos, conforme o tipo dos pinos. Grupo 1: 1 pino principal (Reforpost - Angelus) + 4 pinos acessórios (Reforpin - Angelus), Grupo 2: apenas 1 pino principal (Reforpost - An- gelus), Grupo 3 (controle): núcleos metálicos fundidos (Ni/Cr). Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 370C por uma semana e submetidos ao teste de remoção por tração em máquina de ensaio universal a uma velocidade de 0,5mm/min. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de Análise de Variância a um critério (ANOVA). As médias obtidas foram: Grupo 1 (46,27 Kgf ± 16,30); Grupo 2 (29,98 Kgf ± 12,07) e o Grupo 3 (38,13 Kgf ± 18,41). Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos testados. Palavras-chave: Pinos dentários. Cimentos dentários. Cimento de ionômero de vidro. * Especialista em Dentística – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP), Bauru/SP. Especialista em Prótese Dentária – Faculdade de Odontologia de Bauru FOB - USP. ** Especialista em Dentística – HRAC/USP. *** Professora Adjunta das Disciplinas de Dentística Clínica Integrada da Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru. Coordenadora do Curso de Mestrado em Dentística da USC, Bauru/SP. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 109-114, jan./fev./mar. 2007 109 Paulo Maurício Batista da Silva, Ricardo Virgolino Carvalho da Silva, Andréa Mello de Andrade, Luciana Mendonça da Silva, Maria Cecília Veronezi tantes, tais como adesividade à estrutura den- toriais não devem ser extrapolados para a prática tária; permite adequada polimerização por ser clínica. Resultados de estudo dessa natureza de- químico; biocompatibilidade e módulo de elas- vem ser interpretados com cautela, pois a reten- ticidade semelhante ao da dentina17. Além disso, ção não é a única variável no desempenho clínico apesar do grande número de pesquisas encon- dos retentores intra-radiculares, pois durante a tradas na literatura ressaltarem a cimentação de mastigação há tensões desenvolvidas extrema- pinos de fibra através de cimentos resinosos8,13, mente complexas e, sem dúvida, propriedades publicações mais recentes2,6,16,19 já demonstram outras, além da resistência à tração, que estão que o uso de sistemas adesivos combinados a ci- envolvidas. Entre elas está incluída a tenacidade, mentos resinosos e pinos pré-fabricados de fibra a resistência à compressão e ao cisalhamento do é limitado por fatores inerentes aos materiais, cimento, bem como a espessura da película. tais como a contração volumétrica oriunda da CONCLUSÕES polimerização dos compósitos, incompatibilidade entre cimentos resinosos e alguns sistemas Em face das inferências observadas neste tra- adesivos, a permeabilidade dos adesivos à água balho, pode-se concluir que os pinos metálicos após sua polimerização e a dificuldade de fotopo- fundidos e os pinos de fibra de vidro, associados limerização completa do sistema adesivo dentro ou não a pinos acessórios, apresentam valores da canal radicular. semelhantes de resistência à tração, quando ci- É importante salientar que resultados labora- mentado com cimento de ionômero de vidro. Comparative evaluation of tensile bond strength between metallic posts (Ni/Cr) and glass fiber posts luted with glass ionomer cement Abstract This in vitro study compared, the tensile bond posts (Ni/Cr). The specimens were stored in distilled strength of different root posts luted with glass water at 370C for one week and submitted to the ionomer cement (Rely X- 3M/ESPE). Thirty roots of tensile strength test in a universal testing machine single-rooted human teeth were employed after at a crosshead speed of 0.5mm/min. The results standardization of the root and root canal lengths, were statistically analyzed by one-way analysis which were randomly divided into three groups of variance (ANOVA). The following means were according to the types of posts, as follows: Group achieved: Group 1 (46.27 Kgf ± 16.30); Group 2 (29.98 1: 1 main post (Reforpost - Angelus) + 4 accessory Kgf ± 12.07) and Group 3 (38.13 Kgf ± 18.41). No posts (Reforpin - Angelus), Group 2: only 1 main post statistically significant differences were observed (Reforpost - Angelus), Group 3 (control): cast metallic among the study groups. KEY WORDS: Dental pins. Dental cements. Glass ionomer cements. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 109-114, jan./fev./mar. 2007 113 Avaliação comparativa da resistência à tração entre pinos metálicos (Ni/Cr) e de fibra de vidro cimentados com cimento de ionômero de vidro Referências 1. CONCEIÇÃO, A. A. B.; CONCEIÇÃO, E. N.; SILVA, R. B. Resistência à 11. MUNIZ, L.; MATHIAS, P. The influence of sodium hypochlorite and remoção por tração de pinos de fibra de vidro utilizando-se dife- root canal sealers on post retention in different dentin regions. rentes agentes de cimentação. Rev Odonto Ciênc, Porto Alegre, v. 17, n. 38, p. 409-414, out./dez. 2002. 2. CARVALHO, R. M. et al. Sistemas adesivos: fundamentos para a compreensão de sua aplicação e desempenho em clínica. 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Endereço para correspondência Paulo Maurício Batista da Silva Rua José Ferreira Marques, 10-41, Apto. 512 Vila Universitária, CEP: 17012-200, Bauru - SP E-mail: [email protected] 114 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 109-114, jan./fev./mar. 2007 Artigo Clínico Estudo da fluorescência de diferentes cores de uma resina composta: análise digital Tatiana Pereira Rodrigues*, Alessandra Nara de Souza Rastelli**, Eurico de Carvalho Filho***, Jeison Tallis Tribiolli****, Leonor de Castro Monteiro Loffredo*****, Vanderlei Salvador Bagnato****** Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar a fluorescência de diferentes cores de uma resina composta e da estrutura dentária por meio de imagens de fluorescência conjugada ao processamento digital. A amostra foi constituída por 192 imagens, sendo 176 de corpos-de-prova de resina composta e 16 da estrutura dentária. Os corposde-prova foram confeccionados em matriz circular metálica, contendo orifício central de 10mm de diâmetro e 1mm de espessura, sendo con- feccionado 1 corpo-de-prova para cada uma das 11 cores avaliadas da resina composta Helio Fill (Vigodent). A análise digital da fluorescência foi realizada com auxílio de câmera CCD conectada ao computador, sendo a fluorescência analisada sob iluminação com LED UV. Foram coletadas 16 imagens pela câmera para cada corpo-de-prova e estrutura dentária e estas foram processadas matematicamente, quantificando a intensidade de fluorescência na escala de cinza. Foi aplicada análise de variância a um critério fixo e realizado teste de Tukey para os contrastes. Verificou-se que a tonalidade A1 apresentou maior média de intensidade de fluorescência e a tonalidade C3 apresentou a menor entre as resinas compostas. O comportamento foi semelhante para cores B1 e B2, bem como para A4 e C2. Porém, a intensidade média da estrutura dentária apresentou valor médio inferior a todas as cores avaliadas. Conclui-se que todas as cores analisadas sob iluminação UV possuem fluorescência superior à da estrutura dentária. Palavras-chave: Dentística. Estética dentária. Fluorescência. * Mestranda em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. ** Mestre e Doutora em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Pós-doutoranda em Ciência e Engenharia de Materiais pelo Instituto de Física de São Carlos - USP. *** Graduando em Engenharia Física pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. **** Graduando em Física pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. ***** Professora de Bioestatística do Departamento Social da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. ****** Professor e Doutor do Instituto de Física de São Carlos - USP. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 115-123, jan./fev./mar. 2007 115 Estudo da fluorescência de diferentes cores de uma resina composta: análise digital comportamento das resinas compostas, prin- as resinas compostas. cipalmente as propriedades ópticas, contri- Verificou-se comportamento semelhante buindo para a naturalidade dos procedimen- para as cores B1 e B2, bem como para A4 e C2 tos restauradores. quanto à intensidade de fluorescência. A intensidade média da estrutura dentá- Conclusão A cor A1 e a cor C3 apresentaram a maior média de intensidade de fluorescência entre ria (Incisivo Lateral) apresentou menor valor médio de fluorescência que todas as cores de resina composta avaliada. Fluorescence study of composite resin different shades: digital assessment Abstract The objective of this study was to evaluate the the camera for each test specimen and dental fluorescence in different shades of a composite structure, and they were processed mathematically, resin and dental structure by means of fluorescence quantifying the fluorescence intensity in scale of images conjugated with digital processing. The gray. One-way analysis of variance was applied sample consisted of 192 images, being 176 of and Tukey’s test was used to the contrasts. It was composite resin test specimens and 16 of dental verified that A1 shade showed the highest mean of structure. The test specimens were fabricated in fluorescence intensity, whereas C3 shade showed metallic round matrix with central hole of 10mm the least mean among the composite resin shades, of diameter and 1mm of thickness; one test and for B1 and B2 shades, as well as for A4 and C2, the specimen was fabricated for each of the 11 shades values were not significantly different. However, evaluated of Helio Fill (Vigodent) composite resin. the mean intensity of dental structure was lower Fluorescence digital assessment was carried out than those related to all the shades evaluated. It with a CCD camera connected to the computer, was concluded that all the shades assessed under and the fluorescence was value under UV LED UV illumination feature fluorescence higher than illumination. Sixteen images were captured by in dental structure. KEY WORDS: Dentistry. Dental esthetics. Fluorescence. 122 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 115-123, jan./fev./mar. 2007 Tatiana Pereira Rodrigues, Alessandra Nara de Souza Rastelli, Eurico de Carvalho Filho, Jeison Tallis Tribiolli, Leonor de Castro Monteiro Loffredo, Vanderlei Salvador Bagnato Referências 1. CORREIA, A.; OLIVEIRA, M. A.; SILVA, M. J. Conceitos de estratificação 9. MATSUMOTO, H.; KITAMURA, S.; ARAKI, T. Auto fluorescence in nas restaurações de dentes anteriores com resina composta. Rev human dentine in relation to age, tooth type and temperature Port Estomatol Cir Maxilofac, Lisboa, v. 46, n. 3, p. 171-178, 2005. measured by nanosecond time resolved fluorescence micros- 2. DERBABIAN, K.; MARZOLA, R.; DONOVAN, T. E.; ARCIDIACONO, A. copy. Arch Oral Biol, Oxford, v. 44, no. 4, p. 309-318, Apr. 1999. The science of communicating the art of esthetic dentistry. Part 10. MUSANJE, L.; SHU, M.; DARVELL, B. W. Water sorption and me- III: precise shade communication. 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Endereço para correspondência Tatiana Pereira Rodrigues Rua José Paulino, 1826 ap. 63 CEP: 13.023-102 - Campinas/SP E-mail: [email protected] R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 115-123, jan./fev./mar. 2007 123 Time flies Editorial Sidney Kina Time flies! O tempo voa! Difícil de acreditar que Neste número, apresentamos uma nova seção: a estamos no volume 4 e, com este número, somamos Galeria de Talentos. Esta seção esporádica tem como 10 exemplares! Difícil de imaginar que existe mate- objetivo abrir uma vitrine para todos que, além de rial para preencher as páginas de cada revista? Não trabalharem com Odontologia (que por si só já cons- só existe, e com conteúdo de maior qualidade. Pu- titui uma arte), dedicam seu tempo às pinturas, arte- blicações de autores já conhecidos e novos autores, sanato, poesia, fotografia e todo o mais que se possa vindas de todo o Brasil e algumas internacionais. Uma transmitir com sensibilidade e caráter estético. Inau- revista - a nossa revista, estou certo - permite lançar guramos a Galeria com fantásticas pinturas em óleo uma visão crítica e inteligente sobre a importância da sobre tela, de nosso colega Dr. Oberdan Andriani, de relação entre a pesquisa e a clínica, entre a ciência e a Florianópolis, SC. Aproveito ainda para anunciar, apre- arte. Não é uma relação fortuita - antes é construtiva sentar e dar as boas vindas à nova revista da Editora - mas igualmente não é óbvia, pois o que pode ser Dental Press International, a Revista Dental Press de verdade para um, pode não ser para outro. Uma des- Periodontia e Implantologia. Com o rigor científico e coberta ou pensamento isolado pode ser importante gráfico de todas as revistas Dental Press, tem como ou não significar nada, mas, talvez, vários possam for- editores dois consagrados nomes da Odontologia no mar uma tendência. Idéias podem permanecer longa- Brasil: Dr. Carlos Eduardo Francischone e o Dr. Maurí- mente na sombra - até que um dia, como se fosse de cio Guimarães Araújo. repente, se põem à luz. Uma revista científica, como Time flies, mas ainda a tempo de desejar a você sempre digo, tem que ser democrática. Abrir espa- um grande ano, com a realização de seus projetos e ço para escolas e pensamentos de todas as partes e novos sonhos a serem alcançados. Sucesso. permitir o debate salutar e construtivo. É possível que hoje tenhamos a sorte de trazer a você, com as suas necessidades específicas, como professor, pesquisador, estudante, clínico ou técnico em prótese dentária, alguma informação que mude suas estratégias de pensamento e ação; alguma informação que contrarie sua crença, e lhe faça repensar; ou alguma informação que corrobore com suas idéias e lhe deixe mais confiante. Este é o intuito de nossa revista! R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 3, jan./fev./mar. 2007 3 Entrevista Entrevista José Mondelli Sugerimos o nome do Dr. Mondelli para ser entrevistado em reconhecimento ao professor que imprimiu, pela primeira vez, uma nova face à moderna Odontologia. Isto aconteceu no início da década de oitenta, no auge de sua brilhante carreira, com vários livros já publicados, quando, com um grupo de renomados professores da já famosa Faculdade de Odontologia de Bauru, lançou pela Quintessence, a maior editora de livros odontológicos do mundo, em co-edição com a Editora Santos, a monumental obra DENTÍSTICA RESTAURADORA – Tratamentos Clínicos Integrados, no mesmo nível dos melhores livros do mundo, sendo inclusive o primeiro livro de um dentista brasileiro a ser impresso na Alemanha. O livro, além do alto nível científico, era totalmente ilustrado a cores, em papel couchê de primeira qualidade e com direito a sobrecapa branca com letras douradas e uma finíssima caixa protetora branca, que lhe dava a aparência de uma fina jóia, o que realmente era. Este livro permaneceu por muitos anos como o mais vendido, tendo sucessivas reimpressões esgotadas, e marcou época por ser o primeiro livro que, antes de sair, tinha sua tiragem já esgotada, pela quantidade de pedidos realizados antecipadamente pelas livrarias. Optamos por enfatizar a produção científica na forma de livros do nosso homenageado, sabendo que poderíamos ter destacado sua profícua carreira universitária, sua grandiosa produção de artigos científicos, sua quase incontável quantidade de cursos ministrados no Brasil e no exterior e sua importância na formação de muitos dos nossos mais destacados nomes na Dentística em suas atividades de pós-graduação, que somadas, colaboraram em muito para a FOB ter o conceito que tem hoje no cenário odontológico brasileiro. Nossa escolha não poderia ter sido melhor. Teresa Furquim 14 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 14-19, jan./fev./mar. 2007 José Mondelli DentalPress PressEstét, Estét,Maringá, Maringá,v.v.4, 4,n. n.1, 1,p. p.14-19 14-19,, jan./fev./mar. 2007 RRDental 15 GaleriaGaleriadede Talentos Talentos “Existe algo muito mais escasso, fino e raro que o talento. É o talento de reconhecer os talentosos.” Albert Hubbard A Revista Dental Press de Estética, a partir deste número, está inaugurando uma nova seção: Galeria de Talentos. Este espaço tem como objetivo divulgar o talento e a sensibilidade artística que existe em cada profissional. Seja qual for seu talento, pintura, desenho, fotografia ou poesia, esta seção estará aberta para ajudá-lo(a) a divulgar sua arte. Aproveite e faça como o Dr. Oberdan Andriani de Florianópolis, Santa Catarina, que enviou três lindas pinturas em óleo sobre tela. Figura 1 - De Havilland – 1914 – Travessia “Coast to Coast” Canadá. 20 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 20-21, jan./fev./mar. 2007 Autor caso Oberdan selecionado Andriani Figura 2 - Aviões biplanos ingleses numa patrulha aérea (1913). Figura 3 - Pacífico, 1940 - Caça-bombardeiro “Beaufighter” afundando navio cargueiro japonês, aliado dos alemães. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 20-21, jan./fev./mar. 2007 21 Acontecimentos Acontecimentos Dental Press lança novo periódico no CIOSP A Periodontia e a Implantologia agora têm uma nova revista científica e clínica. Trata-se da Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia. Os editores são os Profs. Drs. Carlos Eduardo Francis- chone (Bauru/SP) e Maurício Araújo (Maringá/PR), que, durante o 250 CIOSP, recepcionaram inúmeros autores, professores e diretores de empresas especializadas da área. Carlos Eduardo Francischone, Sidnei Kina, editor da Revista Dental Press de Estética, e sua esposa Vania Kina. Os editores da revista de Periodontia e Implantologia Carlos Eduardo Francischone, de Bauru/SP, e Maurício Araújo, de Maringá/PR. Déborah Renzetti, Gabriela Felipe e Sumula Diamantaras, de Florianópolis/SC. O editores da Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia, Dr. Carlos E. Francischone, Laurindo Furquim (publisher) e Dr. Maurício Araújo. O editor da revista, Dr. Maurício Araújo, ladeado pelos dentistas portugueses Nuno Dias e Eurico Felino. Carlos Eduardo Francischone, Teresa Furquim, Gilberto Pucca Jr., Coordenador Nacional de Saúde Bucal, e Maurício Araújo. Claudio Pastori, Marcos Saliba, Carlos Eduardo Francischone e Laurindo Furquim. Vanda Domingos, Daniela Felipe, Priscila Pereira e José Fernando Castanha Henriques. Peter Beyersdorf, de Campinas/SP, Carlos Eduardo Francischone e Fabio Giannini, também de Campinas. Patricia Carvalho, de Anápolis/GO e Julia Vaz, de Palmas/TO. Renato Paranhos, Tania Gueddes, Fabrício Audi Gonçalves e Ellen Cristina Silva. Elaine A. Maielle e Luiz Maielle. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 133, jan./fev./mar. 2007 133 Caso Selecionado Selecionado Alinhamento de sorriso por meio de resinas compostas Wanderley de Almeida Cesar Jr. Quando tenho pela frente um caso clínico para solucionar e uma necessidade estética do meu paciente para satisfazer, eu acredito que, em vez de escolher o caminho mais complexo ou aquele que acho academicamente correto, arrisco dizer que prefiro me concentrar no que é natural em mim, naquilo que acredito que poderá ser o melhor. Sempre tomo decisões em conjunto com o paciente. Um conceito diferente pode ser aprendido aqui: fazer as perguntas certas para obter as respostas certas. Pergunte, por exemplo, quando for planejar o seu caso clínico: como posso resolver esse caso da melhor maneira possível, levando em consideração os anseios e sugestões do meu paciente? A primeira resposta (Solução) poderá ser a melhor, mesmo que não se encaixe em algum padrão ou paradigma pré-estabelecido. Essa primeira resposta pode ser a “voz” descrita por Stephen Covey, em seu livro o 8º Hábito. A voz é o nexo entre o talento (Nossos dons e pontos fortes naturais), a paixão (Aquelas coisas que nos energizam, empolgam, motivam e inspiram), a necessidade (Incluindo o que o mundo precisa, tanto que nos paga por isso) e a consciência (Essa pequena voz silenciosa dentro de nós que nos diz o que é certo e nos impele a fazê-lo). Um trabalho feito com tamanha sinergia e congruência traz para o profissional uma alegria e um verdadeiro senso de vocação. Extrair o prazer do trabalho, na maioria das vezes, propicia resultados otimizados para os nossos pacientes. Neste sentido, planejar e executar um caso baseado em sua própria capacidade, criatividade e talento pode fazer a diferença e, quem sabe, ser a Odontologia do futuro. Muitas vantagens podem ser atribuídas às resinas compostas. Destaco, primeiramente, um aspecto quase nunca abordado, o momento de encontro com nosso silêncio durante a escultura. É um momento de encontro com nossas expectativas e capacidades, é mágico, pois, às vezes, não pensamos em nada. As vantagens técnicas e de manipulação são mais conhecidas e podemos destacar: rapidez na resolução do caso, possibilidade de obtenção de restaurações altamente estéticas, facilidade de manutenção e reparos, reversibilidade do procedimento, em alguns casos, e preparos mais conservadores. Alguns aspectos devem ser estudados com critério, quando se opta por alinhar sorrisos com resinas compostas, o primeiro deles é o mais importante, porém quase sempre é negligenciado. O estado físico e psicológico do profissional no dia da execução dos trabalhos tem relação direta com a qualidade dos resultados. Entre os aspectos técnicos destacam-se: a quantidade de redução dentária, os riscos de exposição pulpar e o espaço no hemiarco para distribuição áurea. Esses aspectos devem ser avaliados por meio de duplicação de modelos, desgaste dos mesmos, construção de guias de desgaste e enceramento diagnóstico. No caso clínico apresentado, foi realizado um alinhamento do sorriso, por meio de facetas e restaurações com resina composta. Obteve-se uma melhora significativa do conjunto do sorriso da paciente, levando-se em conta o sorriso baixo e o fato de não haver interesse, por parte desta, na execução de regularização do zênite gengival por meio de cirurgias. O sistema restaurador utilizado nesse caso foi o Grandio (Voco, Cuxhaven - Germany). R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 63-88, jan./fev./mar. 2007 63 Biologiada da Estética Biologia Estética 124 124 R R Dental Dental Press Press Estét, Estét, Maringá, Maringá, v. v. 4, 4, n. n. 1, 1, p. p. 124-132, 124-132, jan./fev./mar. jan./fev./mar. 2007 2007 Alberto Consolaro, Maria Fernanda Martins-Ortiz Consolaro, Leda Francischone Atrição e suas implicações clínicas Por Alberto Consolaro * com a colaboração de Maria Fernanda Martins-Ortiz Consolaro** e Leda Francischone*** A confusão conceitual e terminológica passa a ser danosa quando implica na compreensão equivocada de lesões e fenômenos, com opções terapêuticas inadequadas. Nas aulas e workshops, a grande maioria dos profissionais participantes apresenta dificuldades em distinguir e nomear atrição, abrasão, erosão e abfração. Compreende-se que a sonoridade parecida dos termos e o aprendizado na graduação, baseado na memorização imediata de conceitos, levem a estas dúvidas conceituais. Para colaborar na sedimentação de conceitos e relacioná-los às suas causas, nos textos anteriores revisamos a Abfração (R Dental Press Estét, v. 3, n. 2, p. 125-32, 2006 abr./maio/jun.) e a classificação e nomenclatura das Lesões dos Tecidos Dentários Mineralizados Induzidas Diretamente por Agentes Físicos e Químicos, muitas vezes referidas equivocadamente como “desgastes dentários” ou como “lesões dentárias cervicais não cariosas” (R Dental Press Estét, v. 3, n. 4, p. 132135, 2006 out./nov./dez.). Neste artigo trataremos da Atrição e suas implicações clínicas e biológicas. Atrição: conceito, velocidade e características clínicas O desgaste dos tecidos dentários mineralizados promovido pelo contato dente com dente, sem interposição de qualquer outro fator físico, a não ser alimentos, recebe o nome de atrição (Fig. 1). Ela pode ocorrer tanto na dentadura decídua como na permanente. A típica lesão produzida pela atrição apresenta-se como faceta de desgaste bem polida. * Professor Titular em Patologia da FOB-USP. ** Clínica Privada, Mestre em Ortodontia e Doutora em Patologia pela FOB-USP. *** Doutora em Patologia pela FOB-USP e Professora da Universidade do Sagrado Coração. R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 124-132, jan./fev./mar. 2007 125 Atrição e suas implicações clínicas Referências 1. BOLDSEN, J. L. Analysis of dental attrition and mortality in the medieval village of Tirup, Denmark. Am J Phys Anthropol, New York, v. 126, no. 2, p. 169176, Feb. 2005. 2. CASANOVA-ROSADO, J. F. et al. Dental attrition and associated factors in adolescents 14 to 19 years of age: a pilot study. Int J Prosthodont, Lombard, v. 18, no. 6, p. 51-69, Nov./Dec. 2005. 3. CONSOLARO, A. Alterações pulpares: correlações clínico-radiográficas e microscópicas. In: LEONARDO, M. R.; LEAL, J. M. et al. Endodontia: tratamento de 6. LAMBRECHTS, P. et al. 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E-mail: [email protected] 132 R Dental Press Estét, Maringá, v. 4, n. 1, p. 124-132, jan./fev./mar. 2007 SBOE Sociedade Brasileira de Odontologia Estética P resença confirmada de renomados especialistas internacionais e nacionais na programação oficial do evento. Venha e garanta já seu lugar no universo da Odontologia Estética Brasileira. O Esthetics in Foz 2007 é um evento planejado com carinho e exclusividade para você! Traga sua família e aproveite os encantos e belezas raras de Foz do Iguaçu! Faça logo sua inscrição. Vagas limitadas!!! KARL LEINFELDER (EUA) “Base Científica na Odontologia Estética” PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA DOUGLAS TERRY (EUA) “Excelência em Estética Anterior” AUDITÓRIO PRINCIPAL GLÉCIO VAZ (BRA) “Como a Microcirurgia Plástica Periodontal pode Otimizar a Estética do Sorriso” PAULO KANO (BRA) MARCOS LOURENÇO (BRA) “Excelência em Soluções Estéticas sobre Implantes” “Estética em Resinas Compostas” IRFAN AHMAD (ING) “Solucionando Anomalias Estéticas Dentais” DARIO ADOLFI (BRA) LUIZ N. BARATIERI (BRA) JOSÉ G. MALAGUTI (BRA) SIDNEY KINA (BRA) “Utilização de um protocolo Estético para um Previsível Resultado nas Reabilitações” “Cor e Forma - Aspectos Relevantes para Harmonia do Sorriso” IVO KREJCI (SUI) “Procedimentos Periodontais Fundamentais na Obtenção de Excelência Estética” “Restaurações Diretas X Restaurações Indiretas” “Invisível: Restaurações Estéticas Cerâmicas” PAULO J. DE ARAÚJO (BRA) “Caso Vencedor da Galeria do Sorriso 2006” BOURBON CATARATAS RESORT & CONVENTION CENTER PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA WORKSHOPS & HANDS ON VICTOR HUGO (SUI) “Conseguindo a Excelência em Provisórios” LUIZ A. GAIESKI PIRES (BRA) “Pinos Intra-Radiculares Diretos Estéticos: Protocolo Clínico de Cimentação” JAIRO PIRES DE OLIVEIRA (BRA) “A Arte e a Técnica da Fotografia Intra Oral” JURGEN MERHOF (ALE) “Dominando a Arte das Porcelanas Atuais” CLAUDIO DE PINHO (BRA) “Odontologia Estética Integrada A Busca da Excelência” LUCIANA ALMEIDA LOPES (BRA) “O que Mudou na Laserterapia?” CLAUDIA CIA WORSCHECH & JOSÉ ROBERTO MOURA (BRA) “Treinamento em Microscopia Operatória voltado para Dentística e Prótese” (Hands On em conjunto) SBOE Sua História de Desafios e Grandes Conquistas E m meio a tantos compromissos, tivemos a oportunidade de conversar com o Dr. Marcelo Fonseca, um dos responsáveis pela fundação da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE). Uma sociedade de dentistas brasileiros, voltada ao aperfeiçoamento e desenvolvimento de técnicas avançadas no campo da Odontologia Estética. Não foi difícil para ele discorrer sobre esse assunto, uma vez que é apaixonado pela Odontologia e sempre esteve na vanguarda, buscando e aprimorando novos conhecimentos e técnicas. Marcelo salientou aspectos relevantes da Odontologia Estética no Brasil e no mundo e como a SBOE se transformou no motor desta grande engrenagem. O que o motivou a fundar a Sociedade Brasileira de Odontologia Estética? compõem a Federação Internacional de Odontologia Estética (IFED). Além disso, talvez até mais importante, era o quanto essa sociedade poderia contribuir para a formação dos profissionais brasileiros, aumentando a sua capacidade técnica de trabalho, possibilitando o contato com o que existia de melhor dentro da Odontologia internacional, sem que precisassem sair do Brasil. Estávamos inaugurando uma nova era do aprimoramento profissional na Odontologia brasileira. Todo esse movimento gerou grande mudança na vida profissional dos que acompanham a SBOE durante esses anos, renovando o modo de trabalho dentro das suas clínicas e o foco dentro da profissão. Desde a época da faculdade eu sentia necessidade de poder fazer algo que transcendesse o caráter terapêutico puro e simples da Odontologia. Pensava em algo que pudesse trazer benefícios aos pacientes e que isso refletisse em sua auto-estima. Que tornasse real o sonho ancestral do ser humano - a conquista de um belo sorriso - que poderia, diretamente contribuir para a mudança da imagem da nossa profissão. Depois de vários anos participando de congressos organizados pela American Society for Dental Aesthetics, pude perceber que a estética na Odontologia era uma realidade e uma tendência que caracterizava a Quem contribuiu para a fundação da SBOE? Odontologia moderna nos Estados Unidos. Assumi o desafio de estabelecer a primeira organização no continente latino-americano Certa vez, quando voltava ao Brasil de um encontro da essencialmente dedicada a esse fim. ASDA em São Francisco, comentei com meu irmão, que Foi um grande desafio, já que encontramos muita era administrador da minha clínica, que deveríamos criar Tinha certeza que resistência por parte de alguns colegas mais uma entidade voltada para a estética no Brasil. Para isso conservadores que, para nossa surpresa e felicidade, hoje chegaríamos a esse nível de precisávamos organizar um congresso internacional. fazem parte do grupo de associados e são grande motivo reconhecimento, uma vez Ele levou um susto, mas entendeu a necessidade da de orgulho para todos da família SBOE. iniciativa. que os colegas que nos ajudaram a dar vida a esse Foi um grande desafio, já que o risco e o custo para se O que você esperava que acontecesse dentro da projeto eram e ainda são organizar um evento dessa natureza eram imensos. Odontologia brasileira com a fundação de uma Eu e minha secretária organizávamos todos os contatos grandes expoentes dentro da e aspectos burocráticos para viabilizar esse sonho. sociedade como a SBOE? odontologia brasileira e Alguns respeitáveis colegas como Newton Fahl Jr., Imaginava que isso pudesse entusiasmar o dentista mundial. Fernando de Carvalho Jr., Paulo Tone, Robert brasileiro com uma nova perspectiva profissional. Coachman, Luiz Antonio Soares e vários outros que O Brasil, de fato, é um país que por si só revela belezas acreditaram neste sonho assinaram a ata de fundação indescritíveis, através de paisagens fantásticas, do colorido da SBOE. A continuidade desse trabalho foi vital para a do céu tropical e da sensualidade do seu povo. Isso, consolidação dessa iniciativa. Daí podemos citar mais nomes como do decididamente, influencia a percepção de beleza dos profissionais incansável José Roberto Moura, Ewerton Nocchi, Ana Paula Delvaux, envolvidos com atividades de cunho estético, aprimorando sua capacidade Dickson Fonseca, Luiz A. Gaieski Pires, Jairo Pires de Oliveira, José Arbex de entender e de criar condições de estabelecer seus conceitos de beleza. Filho, Claudio de Pinho, José Augusto Negrão, Claudia Cia e muitos Tinha certeza que chegaríamos a esse nível de reconhecimento, uma vez integrantes que têm a sua contribuição reconhecida por cada participante que os colegas que nos ajudaram a dar vida a esse projeto eram e ainda são dessa prestigiosa organização. Peço desculpas aos nomes não grandes expoentes dentro da Odontologia brasileira e mundial. Acreditava mencionados, mas, que possuem importância equivalente aos aqui que, no mínimo, repetir o sucesso alcançado pela cirurgia plástica brasileira citados. deveria ser nosso objetivo. Para nossa satisfação, depois de anos de trabalho árduo, uma das grandes Como foi a realização do primeiro evento? conquistas da SBOE foi o reconhecimento da comunidade científica internacional, com a nossa integração ao seleto grupo de organizações que O primeiro evento foi realizado em maio de 1995 no hotel Glória do Rio de www.sboe.com.br Janeiro. É uma data, no mínimo, marcante. Tivemos o entusiasmo de todo o grupo que aceitou o desafio e o trabalho hercúleo para viabilizar o projeto. Os professores internacionais que trouxemos, Nitzan Bichacho, Irwin Smigel, Takao Maruyama, William Mopper e mais de vinte e três expoentes da Odontologia mundial, trouxeram brilho ao nosso evento e sensibilizaram todo nosso grupo, que ainda era pequeno, perto do número de associados que temos hoje. O custo de trazer mais de 20 palestrantes, sem saber qual seria a receptividade da comunidade odontológica, foi e sempre será um fato a ser lembrado em minha vida. Ao final, tivemos uma sobra de caixa de pouco mais de mil reais, equivalentes à moeda de hoje. A grande recompensa foi ver a inclusão da Odontologia Estética brasileira no circuito internacional. Mais do que isso, somos respeitados pelo padrão de excelência determinado pelos colegas da SBOE. Ficamos extremamente felizes quando vemos, como nossos associados, professores como Baratieri, Sidney Kina, Celso Orth, Glécio Vaz, José Mondelli, Laerte Schenkel, Edy Sá Carneiro e muitos outros, que além de terem ministrado aulas e conferências, também já dividiram algumas vezes espaço entre os congressistas e puderam assisitir as palestras e aprovar a qualidade de nossos encontros. Lamento não poder citar todos os profissionais que engrandecem a SBOE, pois necessitaria de mais páginas para homenageá-los. Qual a sua visão sobre o estágio atual e futuro da Odontologia Estética? Sem dúvida alguma a estética determina novos padrões de referência que forçam a adequação das especialidades aos novos tempos e às novas possibilidades. Veja o que acontece com a indústria de implantes, que se adequou às exigências estéticas. É um caminho sem volta, onde as diferentes especialidades buscam encontrar um aprimoramento e perfeição, dia após dia. Deve nos preocupar a banalização da estética explorada por fins exclusivamente mercantilistas. Outro aspecto relaciona-se à realização de eventos que visam meramente a obtenção de lucros pessoais, ao contrário da SBOE que, sendo uma entidade sem fins lucrativos, tem por objetivo básico a disseminação da ciência pura e simples. Quero dizer a todos os nossos associados que essa é a hora e a oportunidade de nos unirmos para o fortalecimento e engrandecimento da Sociedade, abrindo caminho para o segundo estágio do seu desenvolvimento. Sendo assim, gostaria de colocar dois questionamentos aos nossos associados. Primeiramente é que reflitam sobre o que a SBOE mudou na sua vida. Em segundo lugar, o que cada um de nós pode fazer para manter a SBOE na sua trajetória de sucesso. Nesse sentido, convoco a todos os nossos membros a participarem do evento em Foz do Iguaçu e serem protagonistas das desejadas mudanças da nossa SBOE! Dr. Marcelo é um dos pioneiros da Odontologia Estética no Brasil; Formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ; Ministra palestras no Brasil e exterior; Membro de várias academias internacionais de Odontologia Estética; Fundou em 1994 a SBOE - Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, onde continua atuante. Atualmente ele se dedica à sua clínica no Rio de Janeiro, onde reside. Drs. Marcelo Fonseca, Byong Suh, José Negrão, Dickson Fonseca, Ronald Goldstein e José Roberto, durante o Esthetics in Angra - 2004. Parte da família SBOE, reunida para deixar registrado o momento único do Esthetics in Foz - 1999. Confraternização dos Drs. Edy Sá Carneiro, Newton Fahl Jr., Marcelo Fonseca, José Roberto e Ana Paula durante o Esthetics in São Paulo - 1996. Entrevistadora Dra. Claudia Cia Worschech Especialista, Mestre e Doutora em Dentística pela UNICAMP. Diretora Científica da SBOE. www.sboe.com.br PROMOÇÃO - ESTHETICS IN FOZ 2007 VOCÊSabia... VOCÊ Q ue a SBOE preparou descontos adicionais para você se inscrever para o “Esthetics in Foz”? Veja a seguir como conseguir esses descontos, indicando seus amigos: DESCONTO PARA DENTISTAS: Indique um amigo (protético ou estudante de pós) e ganhe 10% de desconto na sua adesão. Indicando mais de uma pessoa para o evento, você ganha mais 5% de desconto, até chegar no valor máximo de desconto de 30%. Ou seja, após a primeira indicação as demais ganham 5% de desconto até totalizar o valor máximo de desconto. Indicando até 5 adesões ou mais, o seu valor de desconto será de 30% na sua adesão. DESCONTO PARA PROTÉTICOS: O protético deverá ser indicado pelo seu dentista e terá desconto de 50% na sua adesão. DESCONTO ALUNO DE PÓS: O aluno de pós deverá ser indicado pelo seu dentista ou professor e terá desconto de 30% na sua adesão. IMPORTANTE: Foi reservado um número máximo de 200 vagas para esta promoção. Assim que forem preenchidas estas vagas por ordem de inscrição, esta promoção não terá mais validade. Os descontos são válidos após confirmação das adesões. Londrina Maringá Cascavel Paraná Foz do Iguaçu Cataratas do Iguaçu Curitiba F aça hoje mesmo sua reserva no hotel sede do evento com a agência Official Turismo e sua inscrição com a Secretaria Executiva da SBOE. Aproveite os parcelamentos! Na sua hospedagem já estão inclusos todas as refeições (incluindo dois jantares temáticos e 50% do Jantar do Presidente) mais taxa de serviços. Na sua inscrição está incluso todo material didático, credencial, certificado e acesso ao salão principal das conferências. Aguardamos por você em 2007!! Official T U R I S M O www.officialturismo.com.br (51) 3012-7006 / 3012-7008 HOTEL BOURBON CATARATAS Rodovia das Cataratas, Km 2,5 Foz do Iguaçu - PR Tel: (45) 3521-3900 www.bourbon.com.br/index_cataratas.php SBOE www.sboe.com.br (21) 2239-4370