CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
NATÁLIA BRIANEZI DE ALMEIDA (BOLSISTA)
CARLA VANILDA DE BRITO
ENSINO DE BIOLOGIA: UMA PROPOSTA DE VISITA
MONITORADA SOBRE O TEMA ABELHAS MELIPONÍDEAS,
NO CAMPUS DA FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ.
SANTO ANDRÉ
2007
1
NATÁLIA BRIANEZI DE ALMEIDA (BOLSISTA)
CARLA VANILDA DE BRITO
ENSINO DE BIOLOGIA: UMA PROPOSTA DE VISITA
MONITORADA SOBRE O TEMA ABELHAS MELIPONÍDEAS,
NO CAMPUS DA FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ.
Relatório Final de
Cientifica apresentado à
de Filosofia, Ciências e
Centro Universitário
Santo André.
Iniciação
Faculdade
Letras do
Fundação
Orientadora:
Profa Dra. Márcia Zorello Laporta
Co-orientadora:
Profa Dra. Marilda C. Laurino
SANTO ANDRÉ
2007
2
SUMÁRIO
1 Introdução
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
2.2 Objetivos Específicos
3 Atividades Desenvolvidas
3.1 Levantamento Bibliográfico
3.2 Mapeamento de colônias
3.3 Mapeamento de plantas apícolas
3.4 Plantio de espécimes vegetais
3.5 Mapeamento da trilha
3.6 Elaboração do roteiro da visita monitorada
3.7 Aplicação piloto do roteiro
3.8 Aprimoramento do roteiro
3.9 Demais Visitas
03
06
06
06
07
07
07
10
11
11
14
15
16
16
4 Metodologia e material utilizado
18
5 Resultados Obtidos
19
6 Conclusão
23
7 Referências
24
8 Apêndice A
26
9 Apêndice B
28
3
1 INTRODUÇÃO
As plantas e os insetos polinizadores têm papel fundamental na manutenção da vida no
ambiente terrestre. Entre esses insetos, destacam-se as abelhas que, apesar de seu pequeno
tamanho, desempenham uma função importantíssima em nosso planeta, pois a sobrevivência
de muitas plantas depende da presença desses polinizadores.
A maioria das espécies de abelhas tem no néctar e no pólen das flores a sua principal
fonte de energia e proteínas. Existem outras espécies de abelhas que digerem tecidos animais
ao invés do pólen. Há, também, abelhas ladras, que vivem apenas da pilhagem que fazem aos
ninhos de outras abelhas.
Ao longo da evolução esses insetos sofreram grandes adaptações em função de
mudanças ocorridas no meio ambiente, garantindo a sua sobrevivência sobre a superfície
terrestre.
Existem registros desses insetos de mais de 1000 anos a.C. Atualmente, as abelhas
formam um grupo bastante diverso e estima-se que no mundo exista mais de 20.000 espécies
de abelhas.
No Brasil, os pesquisadores classificam esses insetos em 6 famílias, Colletidae,
Andrenidae, Halictidae, Megachilidae, Anthophoridae e Apidae. Há estudos que afirmam que
a fauna brasileira possui em torno de cinco mil espécies presentes em todos os ecossistemas.
A maioria dessas abelhas leva uma vida solitária. Porém, algumas dessas espécies
apresentam um alto grau de evolução e sociabilidade, como as abelhas sem ferrão ou
indígenas, classificadas na Classe Insecta, Ordem Himenópteros, que compreende as formigas,
as vespas e as abelhas, e super família Apoidea. Eles se destacam pela variedade de espécies e
pela riqueza de comportamento. (VELTHIUS, 1995).
O papel ecológico dessas abelhas na manutenção de um meio ambiente estável é
extremamente importante. Esses insetos são vulneráveis às ações antrópicas que resultam em
deterioração dos ecossistemas, e provocam riscos à sobrevivência desses organismos em seu
habitat natural.
Atualmente, têm sido desenvolvidos vários trabalhos sobre a biologia, o
comportamento e a importância dos meliponídeos nos ecossistemas (Fotografias 1 e 2).
4
Fotografia 1 – Abertura do ninho de Jataí (Tetragonisca angustula).
Fonte: LEVY, 2005.
Fotografia 2 – Abelha Jataí (Tetragonisca angustula).
Fonte: GUEDES, 2005.
5
Os estudos ganham maior importância quando se sabe que, no Brasil, muitas espécies
estão ameaçadas de extinção em conseqüência das alterações ocorridas em seus ambientes,
pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, pela busca predatória de mel e devido aos
desmatamentos. (PARPINELLI, 2000).
O conhecimento das inter-relações num ecossistema leva o indivíduo a ter uma
consciência ambiental maior, e contribui para o desenvolvimento de atitudes preservacionistas
e de acordo com os principais conceitos do desenvolvimento sustentado.
A escola tem um papel fundamental na disseminação de conhecimentos que propiciem
uma atitude responsável frente ao ambiente. Atividades que possibilitem conhecer as abelhas
brasileiras e seu papel na manutenção da riquíssima flora nativa podem desenvolver no aluno a
consciência necessária para perceber a importância da preservação do patrimônio natural do
país.
6
2 OBJETIVOS
2.1Geral
Elaborar uma proposta de visita monitorada ao campus do Centro Universitário
Fundação Santo André, enfocando as características das abelhas indígenas brasileiras, e
possibilitando a alunos da FSA e alunos e professores da rede pública, o conhecimento sobre a
importância desses insetos para os ecossistemas.
2.2 Específicos
Identificar ninhos de abelhas indígenas sem ferrão no Campus da Fundação Santo
André.
Realizar o levantamento das espécies vegetais com potencial apícola presentes no
campus.
Elaborar uma proposta de plantio de vegetação com potencial apícola.
Elaborar propostas de atividades didáticas sobre abelhas indígenas, dirigidas a alunos
do Ensino Fundamental, incluindo uma trilha monitorada, atividades em laboratório e jogo.
7
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
3.1 Levantamento Bibliográfico
O levantamento bibliográfico vem sendo feito desde a primeira apresentação do
projeto.
Foram consultados livros clássicos sobre a biologia de abelhas brasileiras como o livro
Vida e Criação de Abelhas Indígenas sem ferrão, do Dr. Paulo Nogueira Neto e o livro Flores
e Abelhas em São Paulo, da professora Dra. Marilda Cortopassi Laurino.
Sites importantes como www.webbee.com.br; www..eco.ib.usp.br/beelab/
também
foram utilizados para a obtenção de informações.
Foi adquirido o cd-rom Meliponicultura no Brasil, do Laboratório de Abelhas da USP,
com participação do Dr. Paulo Nogueira Neto, utilizado em uma das atividades propostas no
roteiro da visita monitorada.
3.2 Mapeamento de colônias
Foi realizado o mapeamento das colônias durante o mês de fevereiro e março. Foi
verificado que das colônias previamente mapeadas por Parpinelli, 2000, permanecem em
atividade as colônias de plebéia e jataí de numeração C/99*03; C/99*04. Foram encontrados
quatro ninhos novos, localizados próximos à Administração, a FAECO, a Casa Amarela, e à
entrada principal do campus e numerados como C/04*10; C/04*11; C/05*12; C/06*13. As
colônias já mapeadas, cuja observação faz parte da trilha monitorada assim como as
encontradas nesse estudo foram fotografadas (Fotografias 3 a 6).
8
Fotografia 3 – Ninho de Abelha Jataí do Meliponário do Centro Universitário Fundação Santo André.
(CARVALHO, Danilo de O., 2006).
Fotografia 4 – Ninho de Abelha Plebéia em um Jerivá (Syagrus romanzoffianum) em frente à Casa
Amarela. (CARVALHO, Danilo de O., 2006).
9
Fotografia 5 – Ninho de Abelha Plebéia em uma Castanheira portuguesa (Castanea vesca) em frente ao
prédio da FAECO. (CARVALHO, Danilo de O., 2006).
Fotografia 6 – Ninho de Abelha Jataí na parede da entrada principal do Campus. (ALMEIDA, Natália B.
de, 2006).
10
3.3 Mapeamento de plantas apícolas
Foi realizado o mapeamento das plantas com potencial apícola, presentes no campus da
instituição. Esta etapa foi realizada com a colaboração do Sr. Edson Vido, responsável pela
jardinagem, nos meses de fevereiro e março. Foram encontradas diversas espécies como,
Cabelinho de Anjo (Caliandra sp), Manjericão (Ocimum basilicum), localizados no biotério,
Jerivá (Syagrus romanzoffianum), Eucalipto (Eucalyptus globulus), Camarão (Aphelandra sp),
Embaúba (Cecropia peltata,), Palmeira Real Australiana (Archantophoenix cunninghamiana),
Azaléia (Rhedodendrom sp), Quaresmeira (Tibouchina sellowiana), Sibipiruna (Caesalpinia
peltophoroides), encontrados no bosque e no canteiro central do campus. Após identificação,
as plantas foram fotografadas (Fotografias 7 e 8).
Fotografia 7 – Cabelinho de anjo (Caliandra sp), espécie de planta polinizada pelas abelhas brasileiras,
encontrado no biotério do Centro Universitário Fundação Santo André. (CARVALHO, Danilo de O., 2006).
11
Fotografia 8 - Manjericão (Ocimum basilicum), espécie de planta polinizada pelas abelhas brasileiras,
encontrado no biotério do Centro Universitário Fundação Santo André. (CARVALHO, Danilo de O., 2006).
3.4 Plantio de espécimes vegetais
Foi eliminada a etapa de plantio de plantas com potencial apícola, pois o levantamento
realizado demonstrou a existência de uma grande diversidade dessas plantas.
3.5 Mapeamento da trilha
A partir do mapeamento das colônias, foi elaborada a proposta de trilha monitorada
(Esquema 1) Essa trilha inicia-se no Galpão de Ciências, no laboratório Multi Uso, passa pelo
Meliponário do Centro Universitário Fundação Santo André, onde os alunos podem observar a
caixa contendo o ninho da abelha jataí e algumas plantas apícolas como o manjericão e o
cabelinho de anjo, retorna para a entrada do Galpão, passa atrás do estacionamento dos
professores, onde são observadas mais plantas como Jerivá, Embaúba e Palmeira Real
Australiana, segue atrás da Casa Amarela, desce entre os prédios da FAFIL e da FAECO, onde
pode ser visto um ninho de plebéia, em um Jerivá, segue para frente do prédio da FAECO,
onde pode ser visto um ninho de plebéia na Castanheira Portuguesa. A trilha segue, então, para
12
a entrada principal do campus, onde no muro pode ser observado um ninho de jataí. O
caminho de volta até o Galpão de Ciências é feito pela calçada até a rampa de subida para o
Galpão. Durante o caminho são mostradas diversas plantas, como Jerivá, Eucalipto,
Quaresmeira, Sibipiruna. No decorrer do percurso, os monitores explicam aos alunos
características dos meliponídeos e respondem às suas dúvidas.
A trilha foi mapeada de acordo com as colônias que estão em fácil acesso e em boa
posição para observação durante a visita, as colônias que fazem parte da trilha são C/99*03;
C/04*11; C/05*12; C/06*13.
13
Esquema 1 – Mapa do campus da FSA com indicação do percurso trilha monitorada
14
3.6 Elaboração do roteiro da visita monitorada
O roteiro para a visita monitorada foi preparado tendo como base os seguintes
parâmetros:
-
As informações recebidas da Profa Yuli Yamamoto, participante do projeto,
professora de Ciências da E.E.E.F.M. Dr Celso Gama, a respeito do conteúdo
de Ciências que deveria ser abordado com seus alunos durante a visita;
-
O levantamento das colônias de meliponídeos;
-
O levantamento das plantas com potencial apícola;
-
O meliponário existente na instituição;
-
A trilha de visitação elaborada.
Assim, o roteiro proposto abrange as seguintes etapas:
•
Recepção dos alunos no galpão de ciências e encaminhamento para o laboratório
Multi uso do Galpão.
•
Apresentação dos monitores que irão acompanhá-los e apresentação das
características gerais dos meliponídeos, quando os alunos recebem informações
sobre o que são abelhas brasileiras, qual a sua importância para a natureza e para a
sociedade, morfologia externa e interna, tempo de vida e funções no ninho,
diferenças básicas dos ninhos, comparações entre as abelhas brasileiras e a
européia, diferença de mel, própolis, cera, quais os valores nutricionais desses
alimentos e os benefícios à saúde.
•
Apresentação de um vídeo sobre abelhas brasileiras e as principais diferenças entre
esses insetos e as abelhas européias. O vídeo, de aproximadamente 10 minutos, foi
retirado do cd-rom Meliponicultura no Brasil, do Laboratório de Abelhas da USP.
•
Esclarecimento das dúvidas dos alunos;
•
Observação em lupa das abelhas Jataí e Européia;
•
Trilha (Esquema 1);
•
Atividade no laboratório multi-uso (Apêndice A), com o objetivo de possibilitar
que os alunos desenvolvam e coloquem em prática o que foi visto durante a visita;
15
•
Prova do mel de abelha Jataí e Européia, para permitir que os alunos percebam a
diferença entre os dois produtos;
•
Entrega do Manual para o professor (Apêndice B). O manual contém informações
sobre o que foi abordado na visita monitorada, de forma a fornecer subsídios as
aulas posteriores do professor em sala de aula.
3.7 Aplicação piloto do roteiro
Para verificar se o roteiro proposto atende aos objetivos propostos, de divulgação de
conhecimento sobre meliponídeos, da biologia e importância ecológica, de forma a estimular a
ampla participação dos alunos, o roteiro foi aplicado em duas turmas de 6ª série da E.E.E.F.M.
Dr. Celso Gama, nos dias 19 e 22 de setembro, com a participação de 29 alunos em cada
turma. Após o vídeo, os alunos foram separados em dois grupos A e B, para percorrerem a
trilha. Os dois grupos foram acompanhados de três monitores e um aluno responsável pela
fotografia. A Profa Yuli, participante do projeto, acompanhou as duas visitas realizadas. As
próximas visitas estão agendadas para os dias 10 e 17 de outubro.
As visitas monitoradas foram realizadas no período das 9 às 11h00.
Na primeira visita, realizada no dia 19 de setembro, no acompanhamento dos alunos do
grupo A, participaram os monitores Cristiane Moda Mota (3º A – Biologia), Juliana Manas
Eduardo (2º A – Biologia), Carla Vanilda de Brito e Rene dos Santos Cunha Neto (2º A –
Biologia), responsável pela fotografia. Do acompanhamento do grupo B, participaram os
monitores Danilo de Oliveira Carvalho (4º A – Biologia), Marcela Fernandes da Silva (3º A –
Biologia), Natália Brianezi de Almeida e Marisa Massue Yamashiro (2º A - Biologia),
responsável pela fotografia.
Na segunda visita, realizada no dia 22 de setembro, no acompanhamento dos alunos do
grupo A, participaram os monitores Danilo de Oliveira Carvalho (4º A – Biologia), Juliana
Manas Eduardo (2º A – Biologia), Carla Vanilda de Brito e Rene dos Santos Cunha Neto (2º A
– Biologia), responsável pela fotografia. No acompanhamento do grupo B, participaram os
monitores Cristiane Moda Mota (3º A – Biologia), Marcela Fernandes da Silva (3º A –
16
Biologia), Natália Brianezi de Almeida e Marisa Massue Yamashiro (2º A - Biologia),
responsável pela fotografia.
3.8 Aprimoramento do roteiro
No dia 25.09.2006, os monitores se reuniram no Galpão para discutir pontos que
deveriam ser melhorados e/ou modificados.
Os pontos mais relevantes foram:
•
Horário da visita – decidimos que deveria ser mantido o mesmo horário e o mesmo
tempo de visita;
•
Pontos negativos – explicar um pouco mais sobre a anatomia do corpo das abelhas
e falar uma linguagem um pouco mais simples;
•
Pontos positivos – dinamismo dos monitores e a interação com as crianças.
3.9 Demais Visitas
Foram realizadas mais 3 visitas. Nos dias 10.10.2006, 20.10.2006 e 23.10.2006.
Na visita do dia 10.10.2006, no acompanhamento dos alunos do grupo A, participaram
os monitores Danilo de Oliveira Carvalho (4º A – Biologia), Juliana Manas Eduardo (2º A –
Biologia), Natália Brianezi de Almeida e Marisa Massue Yamashiro (2º A - Biologia),
responsável pela fotografia. Do acompanhamento do grupo B, participaram os monitores
Cristiane Moda Mota (3º A – Biologia), Marcela Fernandes da Silva (3º A – Biologia), Carla
Vanilda de Brito e Rene dos Santos Cunha Neto (2º A – Biologia), responsável pela fotografia.
Na visita do dia 20.10.2006, no acompanhamento dos alunos do grupo A, participaram
os monitores Cristiane Moda Mota (3º A – Biologia), Juliana Manas Eduardo (2º A –
Biologia) e Natália Brianezi de Almeida. Do acompanhamento do grupo B, participaram os
monitores Danilo de Oliveira Carvalho (4º A – Biologia), Marcela Fernandes da Silva (3º A –
17
Biologia), Carla Vanilda de Brito e Rene dos Santos Cunha Neto (2º A – Biologia),
responsável pela fotografia.
Na visita do dia 23.10.2006, no acompanhamento dos alunos do grupo A, participaram
os monitores Cristiane Moda Mota (3º A – Biologia), Marcela Fernandes da Silva (3º A –
Biologia), Natália Brianezi de Almeida e Marisa Massue Yamashiro (2º A - Biologia),
responsável pela fotografia. Do acompanhamento do grupo B, participaram os monitores
Danilo de Oliveira Carvalho (4º A – Biologia), Juliana Manas Eduardo (2º A – Biologia) Carla
Vanilda de Brito.
18
4 METODOLOGIA E MATERIAL UTILIZADO
Foi realizado um levantamento da vegetação com potencial apícola presente no
campus.
A partir desse levantamento, foi elaborada uma atividade didática a ser realizada em
uma trilha monitorada e no laboratório Multi uso.
A trilha foi demarcada de modo a possibilitar a observação dos ninhos identificados, de
plantas utilizadas por esses insetos e ambientes necessários para o desenvolvimento dos
meliponídeos.
As atividades no Laboratório Multi uso foram elaboradas de modo a possibilitar o
conhecimento relativo à morfologia, ecologia e desenvolvimento das abelhas indígenas
relacionando-o às observações realizadas durante o percurso da trilha.
Ao término da atividade, as crianças provam mel de abelha Jataí e de abelha Européia.
Para apoio às atividades que realizadas na visita monitorada, tanto no percurso da
trilha, como no Laboratório Multi uso, foi elaborado um roteiro didático para os alunos e
professores da rede estadual e para os monitores do Centro Universitário da Fundação Santo
André.
A proposta foi submetida a uma aplicação piloto aos alunos da 6a série B e A, nos dias
19 e 22 de setembro, com alunos da escola E. E. E. F. M. Dr Celso Gama, sob a orientação da
Profa de Ciências Yuli Yamamoto, para aprimoramento e/ou reformulação.
No dia 25.09.2006, foi feita uma reunião para discussão de pontos a serem melhorados
no projeto.
As outras visitas foram realizadas nos dias 10, 20 e 23 de outubro de 2006.
19
5 RESULTADOS OBTIDOS
Nesta primeira etapa do projeto, os resultados obtidos foram os melhores possíveis.
Os alunos gostaram da visita, desenvolveram a atividade com entusiasmo, fizeram
perguntas, discutiram, participaram ativamente. (Fotografias 9 a 11).
Durante a explicação fizeram questionamentos e observações sobre as informações que
estavam recebendo.
Durante a trilha, fizeram observações, responderam às perguntas e expuseram suas
idéias.
A professora Yuli acompanhou todas as atividades. A explicação inicial no Laboratório
Multi uso foi feita pelas alunas Natália Brianezi de Almeida e Carla Vanilda de Brito e nas
atividades do percurso da trilha e no Laboratório Multi uso, após a trilha, os alunos receberam
explicações e informações dos monitores que os acompanharam em toda a visita. Esses
monitores receberam o Manual preparado para os professores e participaram ativamente do
desenvolvimento das atividades.
Fotografia 9 – Alunos na trilha durante a visita piloto do dia 19 de setembro de 2006.
(YAMASHIRO,Marisa M. , 2006).
20
Fotografia 10 – Alunos no Laboratório multi uso após a visita piloto do dia 19 de setembro de 2006.
(NETO, René dos S. C., 2006).
Fotografia 11 – Visita piloto do dia 22 de setembro de 2006. Aluna experimenta o mel de abelha Jataí.
(NETO, René dos S. C., 2006).
21
Fotografia 12 – Ultima visita, no dia 23 de outubro de 2006. Natália Brianezi de Almeida, Professora
Yuli Yamamoto e Carla Vanilda de Brito. (NETO, René dos S. C., 2006).
Fotografia 13 – Visita do dia 20 de outubro de 2006. Monitores: Danilo de Oliveira Carvalho, René dos
S.C. Neto, Carla Vanilda de Brito, Marcela Fernandes da Silva, Natália Brianezi de Almeida, Cristiane Moda
Mota, Professora Yuli Yamamoto e Juliana Manas Eduardo. (YAMASHIRO, Marisa M., 2006).
As demais visitas também atenderam os objetivos propostos.
As crianças participaram ativamente e a professora Yuli Yamamoto nos encaminhou o
e-mail a seguir, a respeito do trabalho realizado.
22
E-mail da Professora Yuli Yamamoto.
Dia: 01.02.2007 – De Yuli Yamamoto – Para Natália Brianezi de Almeida.
Bom dia Natália, que bom que o projeto vai continuar. Com certeza quero participar e
levar os alunos para a FSA novamente.
Primeiramente, quero agradecer o apoio que vocês deram aos meus alunos nas visitas
monitoradas.
Gostaria de ressaltar, alguns pontos muito importantes nas visitas, que fizeram toda
diferença:
•
Os alunos aprenderam com o trabalho de campo ( é muito importante que ele
conheça o habitat das abelhas, para poder preservar);
•
Muitos achavam que o mel era fabricado por um único tipo de abelha;
•
Aprenderam que existem abelhas com ferrão atrofiado, portanto não há perigo de
serem picadas;
•
Conheceram plantas polinizadas por essas abelhas (posteriormente estudamos a
distribuição dessas plantas em nossa região);
•
Os alunos conheceram o habitat das abelhas, ficaram surpresos por elas
construírem seus ninhos em paredes;
•
Observaram plantas nativas da Mata Atlântica e de outras regiões, as importância
da preservação da vegetação não só para as abelhas, mas para o homem também;
•
Foi muito importante também, pois através da trilha, eles puderam conhecer o
campus da FSA e a importância desta para nossa cidade.
Outro ponto forte foi à preparação dos monitores e o desempenho de todos eles. Acima
de tudo, eles se mostraram preparados e seguros daquilo que estavam apresentando aos alunos,
mostraram que se aprofundaram no tema do projeto, respondendo inclusive a muitos
questionamentos dos alunos.
Obrigada, Yuli.
23
6 CONCLUSÃO
A realização desse trabalho nos proporcionou o aprendizado de uma forma diferente. A
capacidade de entender e aprender sobre os meliponídeos, mas não só para conhecimento dos
alunos e monitores do Centro Universitário Fundação Santo André, mas também de propiciar
o desenvolvimento da capacidade de interagir com os alunos do Ensino Fundamental o que
aprendemos e construímos durante todo o período de planejamento. De uma forma simples e
descontraída, nas visitas monitoradas, os alunos puderam conhecer os meliponídeos e sua
enorme importância para a manutenção dos ambientes em nosso país e aprenderam praticas
ecologicamente saudáveis.
Esse trabalho foi inscrito no 18º Encontro de Biólogos do CRBio – 1, a ser realizado
em Cuiabá, MT, nas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no
período 31 de março a 03 de abril de 2007.
24
7 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Natália B. de Ninho de Abelha Jataí na parede da entrada principal do
Campus. 2006. 1 fotografia, color.
CARVALHO, Danilo de O. Cabelinho de anjo (Caliandra sp), espécie de planta polinizada
pelas abelhas brasileiras, encontrado no biotério do Centro Universitário Fundação
Santo André. 2006. 1 fotografia, color.
CARVALHO, Danilo de O. Manjericão (Ocimum basilicum), espécie de planta polinizada
pelas abelhas brasileiras, encontrado no biotério do Centro Universitário Fundação
Santo André. 2006. 1 fotografia, color.
CARVALHO, Danilo de O. Ninho de Abelha Jataí do Meliponário do Centro
Universitário Fundação Santo André. 2006. 1 fotografia, color.
CARVALHO, Danilo de O. Ninho de Abelha Plebéia em um Jerivá (Syagrus
romanzoffianum) em frente à Casa Amarela. 2006. 1 fotografia, color.
CARVALHO, Danilo de O. Ninho de Abelha Plebéia em uma Castanheira portuguesa
(Castanea vesca) em frente ao prédio da FAECO. 2006. 1 fotografia, color.
GUEDES, Paula. Nativas e mestiças das matas brasileiras. O mundo das abelhas, 2005,
p.17. 1 fotografia, color.
LEVY, Isabel. Abelhas sem ferrão podem proteger Mata Atlântica. Polinizadoras das
arvores mais altas, elas ajudariam a conectar fragmentos florestais. 09/09/2004. Disponível
em: cienciahoje.uol.com.br/.../matéria/view/2343. Acesso em: 05/06/2005. 1 fotografia,
color.
MELIPONICULTURA no Brasil. São Paulo: Laboratório de Abelhas do Instituto de
Biociências da USP, [19--?]. 1 dvd , (9 minutos), son., color.
NETO, Rene dos S.C. Visita piloto do dia 22 de setembro de 2006. Aluna experimenta o
mel de abelha Jataí. 2006. 1 fotografia, color.
25
NETO, Rene dos S.C. Ultima visita, no dia 23 de setembro de 2006. Natália Brianezi de
Almeida, Professora Yuli Yamamoto e Carla Vanilda de Brito. 2006. 1 fotografia, color.
NETO, Rene dos S.C. Alunos no Laboratório multi uso após a visita piloto do dia 19 de
setembro de 2006. 2006. 1 fotografia, color.
NOGUEIRA – NETO, Paulo. Vida e Criação de Abelhas Indígenas sem ferrão. São Paulo:
Nogueirapis, 1997. 445p.
PARPINELLI, Lílian; LIMA, A. N. de. Distribuição de ninhos de meliponíneo (Apidae,
Hymenoptera no campus universitário da Fundação Santo André.) 2000. 35f. Iniciação
Científica (Relatório Final). Centro Universitário Fundação Santo André. 2000.
PIRANI, José Rubens; LAURINO, Marilda Cortopassi. Flores e Abelhas em São Paulo. São
Paulo: Edusp, 1993. 192p.
VELTHIUS, H. H. W. Biologia das abelhas sem ferrão. São Paulo. Edusp. 1995; 33p.
YAMASHIRO, Marisa M. Alunos na trilha durante a visita piloto do dia 19 de setembro
de 2006. 2006. 1 fotografia, color.
YAMASHIRO, Marisa M. Visita do dia 20 de outubro de 2006. Monitores: Danilo de
Oliveira Carvalho, René dos S.C. Neto, Carla Vanilda de Brito, Marcela Fernandes da
Silva, Natália Brianezi de Almeida, Cristiane Moda Mota, Professora Yuli Yamamoto e
Juliana Manas Eduardo. 2006. 1 fotografia, color.
26
APÊNDICE A – Atividade aplicada aos alunos após a visita
NOME:_________________________________________ Nº:____________
SÉRIE:___________DATA:_________
ATIVIDADE - VISITA MONITORADA
1. Pinte de cores diferentes as partes do corpo da abelha.
Cabeça – tórax – abdome
Cabeça
Tórax
Abdome
27
2. Caça – palavras – encontre as palavras:
MEL – ABELHA – RAINHA – NINHO – POLÉN – ZANGÃO
A
Z
V
N
A
R
T
T
E
R
Q
B
H
N
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T
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V
B
O
A
G
N
A
Z
N
N
X
M
J
N
E
T
K
D
3. Circule a abelha brasileira – sem ferrão e identifique as antenas, as asas e as patas.
4. Escolha um dos ninhos que você observou na trilha e faça um desenho
identificando as áreas.
28
APÊNDICE B – Manual do professor
CENTRO UNIVERSITÁRIO
FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
VISITA MONITORADA:
ABELHAS MELIPONÍNEAS
NO CAMPUS DA FSA
Natália Brianezi de Almeida
Carla Vanilda de Brito
Profª Dr. Márcia Zorello Laporta
As plantas e os insetos polinizadores têm papel fundamental na manutenção da vida no
ambiente terrestre.
Entre estes insetos, podemos destacar as abelhas que, apesar de seu pequeno tamanho,
desempenham uma função importante em nosso planeta, como polinizadoras de muitas
plantas.
Atualmente, as abelhas formam um grupo bastante diverso. Estima-se que, no mundo,
existam mais de 20.000 espécies de abelhas, divididas em 6 famílias, incluindo espécies
diversas como as africanizadas, a mandaçaia, a jataí, a européia, a plebéia, irapuá.
A maioria das espécies de abelhas tem no néctar e no pólen das flores a sua principal
fonte de energia e proteína.
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Muitas levam uma vida solitária. Outras, porém, apresentam um alto grau de evolução
e sociabilidade como as abelhas sem ferrão ou indígenas, classificadas na super família
Apoidea.
Nesta atividade, você irá conhecer as abelhas brasileiras sem ferrão como a jataí e a
plebéia, e poderá compará-las com a européia (Apis).
As abelhas sem ferrão são responsáveis pela polinização de 40% a 90% das árvores
brasileiras.
As abelhas sociais, como a jataí e a plebéia apresentam a colméia formada por 1
rainha, operárias e zangões.
Características da abelha brasileira Jataí (sem ferrão) e da abelha Européia (com
ferrão).
Tamanho
Cor
N.º indivíduos
Locais de nidificação
Jataí
Européia
5 mm
Dourada
12 a 13 mm
Dourada e
preta
60 a 80 mil
Ocos de
troncos ou
ramos de
árvores.
Até 3 anos
Harmonia da
colméia e
reprodução.
60 dias
Trabalho
dentro e fora
da colônia
De 21 a 30
dias se não
acasalarem.
Fecundação.
2.000 a 5.000
Ocos variados em
muros, tijolos e
árvores.
Tempo de vida e função da
rainha
Até 3 anos. Postura
de ovos férteis,
Tempo de vida e função da
operária
Tempo de vida e função do
zangão
30 a 40 dias
Realizam todo o
trabalho da colônia.
Até 30 dias
Trabalham com
cerume e desidratam
néctar, defendem o
ninho. Reprodução.
Nas abelhas com ferrão, apenas as operárias morrem ao picar, porque o ferrão
serrilhado é ligado ao intestino, que se desprende do corpo junto com o ferrão. As rainhas
apresentam ferrão liso e por isso não morrem. Já os zangões não apresentam ferrões.
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Os ovos colocados pela rainha são chamados diplóides, pois possuem a carga genética
da mãe e do zangão que a fecundou. Tal ovo dará origem a uma fêmea (operária).
Os ovos não fecundados pelo zangão são haplóides, e darão origem a outros machos
(zangão).
Na jataí e outras abelhas, o que determina se a larva será rainha ou operária é a
quantidade de geléia real que ela recebe antes de nascer.
Corpo das abelhas sem ferrão
Cabeça
Complexo visual: possuem 3 ocelos ou olhos simples, situados na parte frontal da
cabeça, e mais 2 olhos compostos que ficam nas laterais.
Aparelho bucal: língua, palpos labiais, mandíbula e maxilar. Com esses órgãos, a
abelha amassa a cera expelida do abdome durante a construção dos favos, abre as anteras das
flores para extrair pólen, varre a colméia e mutila os inimigos.
Glândulas para produção de geléia real; e processamento de néctar e pólen.
Tórax
A caixa torácica é formada por 3 segmentos.
Pro tórax: faz junção com a cabeça.
Mesotórax: fica na porção mediana da caixa torácica.
Meta tórax: que se une ao abdome.
As seis pernas, aos pares, estão distribuídas nestas três áreas.
Os 2 pares de asas são formados por 2 membranas superpostas, reforçadas por nervuras
ramificadas.
Abdome
Papo ou estômago de mel: armazena e transporta o néctar das flores até a colméia.
Vesícula melífera: transforma o néctar em mel.
Estrutura dos ninhos das abelhas sem ferrão
O material básico é o cerume, formado por cera e própolis.
De forma geral, a colméia das abelhas sem ferrão tem 2 áreas bem determinadas: a
região dos potes de alimento, para estocar mel ou pólen, e a região do ninho, onde são
colocados os ovos, que se desenvolvem até tornarem-se indivíduos adultos.
Cada tipo de abelha sem ferrão possui uma maneira própria de construir sua casa.
Algumas vivem em buracos de árvores, no chão ou em muros.
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O ninho da Apis é bem diferente. Elas constroem quadrados paralelos de células
hexagonais (com 6 lados) que podem conter os ovos colocados pela rainha, o mel e o pólen
coletados. Elas constroem seus ninhos em diversos locais.
A entrada do ninho da jataí é feita de barro puro ou cerume e pode ter o formato de
tubo. No centro da abertura, fica o orifício que dá passagem a uma abelha por vez.
Néctar: coletado das flores é transformado em mel dentro da colméia. É fonte de
açúcar e responsável pelo suprimento de energia entre as abelhas.
Pólen: fonte protéica, principalmente para as larvas, é carregado em estruturas
especiais das pernas (corbículas), sendo importantes para a polinização das flores.
No comércio encontramos pólen seco e úmido. É muito saboroso.
Mel: é obtido através do néctar das flores, do qual é retirada a maior parte da água,
acrescentadas enzimas produzidas por abelhas e guardado nos potes ou favos. O mel é aquoso,
de gosto e cheiro ácidos.
As abelhas sem ferrão produzem pouco mel, cerca de 1 kg por ano na colméia toda
enquanto nas abelhas européia é produzido cerca de 20 kg.
O mel pode apresentar aspecto muito variado, sendo difícil avaliar, visualmente, se o
mel é verdadeiro ou não.
Própolis: é feita pelas abelhas a partir de resinas que elas coletam nas plantas. Nos
meliponíneos, é comum encontrar depósitos de própolis dentro da colméia, usado para fechar
buracos dentro da colméia e construir as paredes das células dos ninhos.
No comércio, é encontrado o extrato alcoólico e a própolis bruta.
Cera: produzida por glândulas das abelhas para a construção e manutenção de favos na
colméia.
Geléia real: é uma substância que as abelhas produzem nas glândulas hipofaríngeas, a
partir de alimento comum.
Na Apis, todas as larvas são alimentadas com a geléia real até o 3º dia de idade.
No Meliponíneos, o alimento é colocado dentro da célula antes da postura dos ovos
pela rainha e então as células são fechadas pela operária. É provável que nas células reais seja
depositada maior quantidade de geléia real.
Enxameagem: é o nome dado ao abandono da colônia e pode ser basicamente por 2
motivos: falta de espaço no ninho e falta de condições adequadas no local.
Nidificação: é o nome dado à formação de colônias e ninhos novos. Ela inicia-se com a
procura ativa de local adequado para o ninho. Depois de escolhido o local, é feita a procura
por material que sirva de isolante térmico, como o cerume e a resina.
No novo ninho, as abelhas irão produzir cera. Essa cera serve para a produção de potes
de alimento e de favos.
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Bibliografia consultada
•
NOGUEIRA – NETO, Paulo. Vida e Criação das Abelhas Indígenas sem
ferrão. São Paulo: Editora Nogueirapis, 1997. 445p.
•
O MUNDO DAS ABELHAS. São Paulo: Editora Escala, n.1.
•
PIRANI, José Rubens; LAURINO, Marilda Cortopassi. Flores e Abelhas em
São Paulo. São Paulo: Edusp, 1993. 192p.
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Relatório Final